Post on 07-Jun-2015
Diretriz de Embolia Diretriz de Embolia PulmonarPulmonar
Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de Cardiologia
Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Vol 83, Suplemento I, Agosto 2004Vol 83, Suplemento I, Agosto 2004
Preceptoria 31/08/06
Prof. Luiz Shiguero Matsubara
Silvely Akemi Shibata R1- DMT
Marcos Mitsuo Seki R2 - CMG
Qualquer condição em que há obstrução das artérias pulmonares ou de seus ramos devido a impactação de um trombo.
• sistema venoso – trombose venosa profunda – 70%
• câmaras cardíacas direita
Incidência no Ocidente: 5/10000 pacientes
Mortalidade: até 4X maior quando não tratada
Tromboembolismo Tromboembolismo PulmonarPulmonar
Fatores de RiscoFatores de Risco
• Idade > 40a
• Trauma cirúrgico ou não
• TVP prévia
• Imobilização
• Doença Maligna
• ICC
• IAM
• DPOC
• Paralisia de MMII
• Obesidade
• Veias Varicosas
• Estrogênio
• Parto
• Trombofilias
• Cigarro
Sinais e SintomasSinais e Sintomas
1. Dispnéia (73%)
2. Dor torácica tipo pleurítica (66%)
3. Taquipnéia
4. Tosse
5. Taquicardia
6. Sopro de insuficiência tricúspide
7. Insuficiência ventricular D
8. Cor pulmonale
9. Choque
Divisão Clínica da TEPDivisão Clínica da TEP
• TEP MACIÇO: hipotensão e choque
• TEP SUBMACIÇO: Disfunção do ventrículo direito ao ecocardiograma, mas sem choque ou hipotensão.
• TEP NÃO –MACIÇO: Ausência dos critérios anteriores
ESCORE DE WELLSESCORE DE WELLSCritérios PONTOS
• Suspeita de tromboembolismo venoso 3 ptos
• Alternativa menos provável que TEP 3 ptos
• Imobilização ou Cx nas 4 sem anteriores 1,5ptos
• Tromboembolismo venoso ou TEP prévia 1,5ptos
• Hemoptise 1,0pto
• Malignidade 1,0pto
0-2 ptos Probabilidade de TEP: 3,6% Baixa Probabilidade
3-6 ptos Probabilidade de TEP: 20,5% Mod Probabilidade
> 6ptos Probabilidade de TEP: 66,7% Alta Probabilidade
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Eletrocardiograma:
alterações presentes em 50% pacientes
• Sinais de sobrecarga aguda do VD
• S1Q3T3
• Inversão da onda T de V1 a V4 - alteração mais freqüente: 68%
ECGECG
S1Q3T3 , BCRD e inversão de T de V1 a V4
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Rx de Tórax:
• Sinal de Westmark (área de hipoperfusão pulmonar) + específico
• Sinal de Hampton (infarto em cunha)
• Sinal de Palla (dilatação da artéria pulmonar)
• Atelectasia
• Derrame pleural
• Elevação da hemicúpula diafragmática
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Gasometria:
• Baixa E e Moderada S - Insuficiente para afastar o diagnóstico!
• Orienta a necessidade de O2 suplementar e ventilação mecânica
D-dímero:
• ELISA: melhor acurácia S=97% e E=42%
• LÁTEX: acurácia inferior S=70% e E=76%
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Marcadores de necrose miocárdica:
• Podem estar aumentados na TEP
• Infarto de VD = CKMB aumentada
• Disfunção de VD e presença de múltiplos defeitos segmentares na cintilografia
Dupplex-scan venoso:
• visualização do trombo ou
• Diminuição da compressibilidade de vv prof de MMII
•S e E >90% para trombose venosa proximal
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Ecocardiograma:
•ECO transtorácico:
Baixa acurácia para visualizar o trombo
Importante para avaliar função de VD
•ECO transesofágico:
Maior acurácia para visualizar trombos
Trombos localização central: S=98% e E=86%
•Prevalência de foramen oval patente (20-35%), porém embolia paradoxal é rara.
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Cintilografia Pulmonar:
Probabilidade clínica S= 41% e E=97%
Prob clínica + prob cintilográfica: TEP
Prob clínica + cintilo normal: afasta TEP
Baixa probabilidade e probabilidade intermediária necessitam de outros exames para o diagnóstico
Cintilografia PerfusionalCintilografia Perfusional
Cintilografia da Cintilografia da VentilaçãoVentilação
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Tomografia helicoidal
• Boa acurácia: S= 53 a 100% E= 81 a 100% (revisões sistemáticas)
• Mais sensível para identificar trombos nos ramos principais, lobares e segmentares
• Boa alternativa para avaliação de vasos pélvicos e abdominais, onde o dupplex-scan apresenta limitações
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Ressonância Magnética:
• S= 46% e E=90%
• Visualização das artérias pulmonares sem a necessidade do contraste iodado e sem exposição à radiação.
Avaliação ComplementarAvaliação Complementar
Arteriografia Pulmonar:
• Método padrão para visualização da circulação pulmonar
• Caro, invasivo e possui seus riscos
• Deve ser interpretado por profissionais experientes
TEP MaciçoTEP Maciço
TEP MaciçoTEP Maciço
Suspeita Clínica
Instabilidade Clínica/Prótese Ventilatória
Sim
ETE
+ -
BP IP/AP
Não
BP
Cr>1,5DM
Alergia
BP/IP
IP/AP
D-dímero
- +
Exclui
Rx tórax
sim não
Cintilo Perfusão
Normal +
Cintilo Ventil
AP
sim não
RM TC
++ - -
AP
AGF
IP IP
AGF Exclui
TratamentoTratamento
Níveis de evidênciaNíveis de evidência AA: múltiplos ensaios randomizados: múltiplos ensaios randomizados BB: um único ensaio randomizado ou : um único ensaio randomizado ou
estudos não randomizadosestudos não randomizados CC: opniões consensuais de : opniões consensuais de
especialistas no assuntoespecialistas no assunto
TratamentoTratamento
Suporte clínico e HemodinâmicoSuporte clínico e Hemodinâmico
reposição volêmicareposição volêmica
agentes inotrópicos e vasoconstritoresagentes inotrópicos e vasoconstritores
oxigênioterapia e VM se necessáriooxigênioterapia e VM se necessário
pacientes instáveis pacientes instáveis → UTI→ UTI
TratamentoTratamento AnticoagulaçãoAnticoagulação Heparinizar pacientes com intermediária ou alta Heparinizar pacientes com intermediária ou alta
probabilidade clínica, mesmo antes da realização probabilidade clínica, mesmo antes da realização de exames de imagem (C)de exames de imagem (C)
Heparina não FracionadaHeparina não Fracionada- EV mais eficaz que SC – Maior estabilidade dos EV mais eficaz que SC – Maior estabilidade dos
níveisníveis- EV – bolus de 80U/Kg, seguido de 18U/Kg/h, EV – bolus de 80U/Kg, seguido de 18U/Kg/h,
ajustada de acordo com níveis de TTPaajustada de acordo com níveis de TTPa- SC – dose de 5000U a cada 4 horas, intervalo de SC – dose de 5000U a cada 4 horas, intervalo de
acordo com níveis de TTPaacordo com níveis de TTPa- TTPa entre 1,5 e 2,5 vezes o valor basalTTPa entre 1,5 e 2,5 vezes o valor basal- 5 a 7 dias de uso 5 a 7 dias de uso → dose de ACO→ dose de ACO
TratamentoTratamento Heparina de baixo peso molecular Heparina de baixo peso molecular
(HBPM)(HBPM)- Bem estabelecido para TVPBem estabelecido para TVP- Estudos apontam para a segurança no uso em Estudos apontam para a segurança no uso em
TEVTEV- HBPM para paciente estável – igual eficácia e HBPM para paciente estável – igual eficácia e
segurança, com maior facilidade de administração segurança, com maior facilidade de administração (A)(A)
- Dose dependente da droga utilizada:Dose dependente da droga utilizada:- Enoxaparina SC: 1,5mg/kg, uma vez ao dia;- Enoxaparina SC: 1,5mg/kg, uma vez ao dia;
- Dalteparina SC: 200U/kg, uma vez ao dia;- Dalteparina SC: 200U/kg, uma vez ao dia;
- Nadroparina SC: 171U/kg, uma vez ao dia;- Nadroparina SC: 171U/kg, uma vez ao dia;
- Tinzaparina SC: 175U/kg, uma vez ao dia;- Tinzaparina SC: 175U/kg, uma vez ao dia;
HBPM vs. HN-F no tratamento da TVP: recidiva sintomática durante o tratamento e 3-6 meses depois
FÁRMACOFÁRMACO HBPMHBPMn / T (%)n / T (%)
HN-FHN-Fn / T (%)n / T (%)
pp
NadroparinaNadroparina 20/361 (5,5)20/361 (5,5) 32/355 (9,0)32/355 (9,0) 0,070,07
EnoxaparinaEnoxaparina 13/314 13/314
(4,1)(4,1)
20/320 (6,3)20/320 (6,3) 0,230,23
DalteparinaDalteparina 16/322 16/322
(5,0)(5,0)
8/339 (2,4)8/339 (2,4) 0,070,07Sixth ACCP Consensus Conference on Antithrombotic Therapy
Chest 2001;119:64S-94S
HBPM vs. HN-F EM TEV: INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES HEMORRÁGICAS
FÁRMACOFÁRMACO HBPMHBPM
n / T (%)n / T (%)HN-FHN-F
n / T (%)n / T (%)pp
NadroparinaNadroparina 4/446 4/446
(0,9)(0,9)
10/436 10/436
(2,3)(2,3)
0,090,09
EnoxaparinaEnoxaparina 5/314 5/314
(1,6)(1,6)
3/320 (0,9)3/320 (0,9) > 0,2> 0,2
DalteparinaDalteparina 2/433 2/433
(0,5)(0,5)
5/464 (1,0)5/464 (1,0) > 0,2> 0,2Sixth ACCP Consensus Conference on Antithrombotic Therapy
Chest 2001;119:64S-94S
TratamentoTratamento
Inibidor do Fator XaInibidor do Fator Xa
Fondaparinux – tão efetivo quanto HNF para Fondaparinux – tão efetivo quanto HNF para
pacientes estáveis hemodinamicamentespacientes estáveis hemodinamicamentes
TratamentoTratamento
Anticoagulantes oraisAnticoagulantes orais cumarínicos (inibidores dos fatores vit K cumarínicos (inibidores dos fatores vit K
dependentes – II, VII, IX, X – e proteínas dependentes – II, VII, IX, X – e proteínas anticoagulantes – ptn C e S)anticoagulantes – ptn C e S)
dose inicial 5mg/d, início concomitante com dose inicial 5mg/d, início concomitante com heparina, manter INR entre 2 e 3heparina, manter INR entre 2 e 3
duração do tratamento depende dos fatores de duração do tratamento depende dos fatores de risco e da possibilidade de serem removidosrisco e da possibilidade de serem removidos- fatores removíveis – 3 meses- fatores removíveis – 3 meses
- trombose idiopática (1- trombose idiopática (1°episódio) – 6 meses°episódio) – 6 meses
- trombose idiopática recorrente ou fator de risco não - trombose idiopática recorrente ou fator de risco não removível – 12 meses ou maisremovível – 12 meses ou mais
TratamentoTratamento
Anticoagulantes oraisAnticoagulantes orais ACO iniciar após confirmação diagnóstica (C)ACO iniciar após confirmação diagnóstica (C) INR entre 2 e 3. Interromper heparina somente INR entre 2 e 3. Interromper heparina somente
quando atingido este nível (A)quando atingido este nível (A) Duração da anticoagulação: 3 meses para fator Duração da anticoagulação: 3 meses para fator
de risco temporário (A); 6 meses para fator de de risco temporário (A); 6 meses para fator de risco idiopático (A); pelo menos 12 meses para os risco idiopático (A); pelo menos 12 meses para os outros casos (C)outros casos (C)
TratamentoTratamento
AntitrombínicosAntitrombínicos XimelagatranXimelagatran
- primeiro disponível para uso oral- primeiro disponível para uso oral
- superior ao warfarin, com prevalência - superior ao warfarin, com prevalência equivalente de sangramentoequivalente de sangramento
- droga promissora- droga promissora
TratamentoTratamento
TrobolíticosTrobolíticos mais eficazes que heparina mais eficazes que heparina maior risco de sangramentosmaior risco de sangramentos estreptoquinase e rt-PAestreptoquinase e rt-PA indicação: instabilidade hemodinâmica e indicação: instabilidade hemodinâmica e
disfunção de VD (EP maciça)disfunção de VD (EP maciça) controvérsia: estável com disfunção de VDcontrovérsia: estável com disfunção de VD
- melhora da perfusão na cintilografia, - melhora da perfusão na cintilografia, ↓ ↓ difunção de VD difunção de VD (ECO) e resolução do trombo na arteriografia(ECO) e resolução do trombo na arteriografia
- não reduz mortalidade se comparado com heparina- não reduz mortalidade se comparado com heparina
TratamentoTratamento
TrombolíticosTrombolíticos Trombolíticos para pacientes instáveis e com Trombolíticos para pacientes instáveis e com
disfunção de VD (B)disfunção de VD (B) Estável com disfunção de VD, trombólise não Estável com disfunção de VD, trombólise não
altera mortalidade , mas pode trazer benefício altera mortalidade , mas pode trazer benefício em relação a heparina (B)em relação a heparina (B)
TratamentoTratamento
TratamentoTratamento
Cirurgia (embolectomia)Cirurgia (embolectomia) EP maciça com contra-indicação para EP maciça com contra-indicação para
trombolíticos ou não responderam ao tratamento trombolíticos ou não responderam ao tratamento efetuado permanecendo instávelefetuado permanecendo instável
melhor resultado quando obstrução subtotal do melhor resultado quando obstrução subtotal do tronco da a. pulmonar ou dos seus ramos tronco da a. pulmonar ou dos seus ramos principaisprincipais
alta mortalidadealta mortalidade
TratamentoTratamento
Filtro de veia cavaFiltro de veia cava indicados para pacientes com contra-indicação à indicados para pacientes com contra-indicação à
anticoagulação ou recorrência de evento anticoagulação ou recorrência de evento embólico a despeito da anticoagulaçãoembólico a despeito da anticoagulação
disfunção cardíaca grave ou pulmonar, PO de disfunção cardíaca grave ou pulmonar, PO de embolectomia (sugeridos por alguns autores)embolectomia (sugeridos por alguns autores)
Abordagem invasiva (fagmentação de trombo, Abordagem invasiva (fagmentação de trombo, filtro de veia cava) considerar em centros com filtro de veia cava) considerar em centros com experiência no procedimento (C)experiência no procedimento (C)
ProfilaxiaProfilaxia
É o mais importante, já que o TEP:É o mais importante, já que o TEP:
Possui diagnóstico difícilPossui diagnóstico difícil Tratamento é dispendiosoTratamento é dispendioso Terapia ocasionalmente letalTerapia ocasionalmente letal
Técnicas de ProfilaxiaTécnicas de Profilaxia
Deambulação precoce Deambulação precoce Compressão pneumática intermitenteCompressão pneumática intermitente Exercícios ativos e passivos dos MMIIExercícios ativos e passivos dos MMII Medicamentoso:Medicamentoso:
HNF em baixas doses via subcutâneaHNF em baixas doses via subcutânea HBPMHBPM FondaparinuxFondaparinux