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DIRETRIZES DE PROJETO PARA
ARQUITETURA EM BAMBU
JESSICA KERSCHER
IC VOLUNTÁRIA - 2014
ORIENTADOR:
Prof. Dr. Antonio Castelnou
DAU-UFPR
PROJETO:
Arquitetura e Sustentabilidade:
Bases Conceituais para o Projeto Ecológico BANPESQ/THALES: 2007021212
DIRETRIZES DE PROJETO PARA ARQUITETURA EM BAMBU
OBJ ETIVOS
Aprofundar o conhecimento sobre o BAMBU e seu emprego
na arquitetura, destacando sua importância para o
desenvolvimento socioambiental
Levantar e descrever suas PRINCIPAIS VANTAGENS e
DESVANTAGENS ambientais, assim como seus elementos e
características estético-funcionais
Selecionar e analisar um CASO INTERNACIONAL, em termos
funcionais, técnicos e estéticos
METODOLOGIA DE PESQUISA
Estudo exploratório de caráter teórico-conceitual
Revisão web e bibliográfica (Seleção, leitura e fichamento)
Redação científica, ilustração e estudo de caso
Análise descritiva e considerações finais
INTRODUÇÃO
DIRETRIZES DE PROJETO PARA ARQUITETURA EM BAMBU
• Nas últimas décadas, a busca por uma ARQUITETURA MAIS
SUSTENTÁVEL tem levado os profissionais a pesquisar novas
opções em técnicas e materiais construtivos, inclusive aqueles
de uso tradicional e que foram menosprezados diante dos
produtos industrializados e da prática moderna.
• Correntes arquitetônicas de cunho ecológico têm destacado a
importância do BAMBU como alternativa, diante da redução
dos recursos em madeira e das restrições impostas às
derrubadas de florestas naturais, o que direcionaram a atenção
do mundo para materiais provenientes de reflorestamento
(PEREIRA et BERALDO, 2010; INBAR, 2014).
• O uso restrito desse material deu-se principalmente pela
ausência de conhecimentos técnicos, o que atualmente vem
sendo resolvido. Entre as suas vantagens, destacam-se: a
absorção e estocagem de carbono; a capacidade de proteção
das florestas e bacias hidrográficas; a potencialidade como
infraestrutura de baixo custo; e sua multifuncionalidade, que
vai desde material de construção até biocombustível.
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• No mundo, existem aproximadamente 1.300 espécies de
bambu, as quais se distribuem-se do nível do mar até grandes
altitudes e espalhando-se por todos os continentes, com
exceção da Europa (PEREIRA et BERALDO, 2010).
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• O COLMO do bambu é constituído
por um tecido resistente de baixa
massa especifica aparente e que
contém fibras, as quais, conforme o
teor delas, determinam a resistência
da planta (JANSSEN, 1995).
• Quando submetido a cargas, o
colmo sofre deformações. No
entanto, quando as cargas são
retiradas, volta ao seu formato
original. Sua durabilidade e
propriedades mecânicas são
excelentes para o uso construtivo.
• O bambu pode chegar a uma altura
de 10 a 20m em menos de um ano: o
diâmetro varia de 3 a 25cm e o corte pode acontecer em apenas 4 anos.
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Composição
do colmo
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• Devido ao seu curto período de renovação, o bambu é
conhecido como a PLANTA VERDE, já que sua expansão
ocorre facilmente através de rizomas (XIAO et al., 2008).
• Métodos tradicionais – denominados genericamente de cura –
no local da colheita ou por métodos químicos, garantem uma
maior DURABILIDADE do material, assim como a previsão da
ação de microrganismos e insetos (VAN LEGUEN, 2004).
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Formas de ramificação do bambu
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• A partir da analise de suas partes – e cuidados com seu cultivo
e tratamento (PEREIRA et BERALDO, 2010) –, é possível
observar as propriedades especificas de cada espécie e,
assim, seu melhor aproveitamento:
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• A aplicação do bambu em
CONSTRUÇÕES já ocorre há
milênios e teve grande importância
no desenvolvimento da arquitetura
asiática (LÓPEZ, 1974).
• Entre os países que o adotam
tradicionalmente destacam-se a
ÍNDIA e a CHINA, nos quais aparece
em muitas edificações vernaculares,
de moradias até templos.
• Bastante resistente a FENÔMENOS
NATURAIS como terremotos e
vendavais, o bambu também é
frequentemente empregado no
Japão, Filipinas, Vietnã, Indonésia e
Taiwan. Somente em Bangladesh,
70% das moradias utilizam esse material (XIAO et al., 2008).
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• O bambu também é utilizado como material construtivo em
outros continentes, como a ÁFRICA e a AMÉRICA. Nos países
latino-americanos, os maiores destaque do seu emprego por
aqruitetos estão na COLÔMBIA e na COSTA RICA, o que pode
ser exemplificado através de obras de caráter social (ERICKSON, 2007; MUÑOZ, 2012)
Habitação em
Guanacaste, Costa Rica
BENJAMIN GARCIA SAXE
Catedral alternativa de Pereira, Colômbia
SIMON VÉLÉZ
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• Embora haja poucos exemplos nacionais, os arquitetos
defensores da GREEN ARCHITETURE produzem trabalhos a
partir da aplicação do bambu, o qual vem sendo associado a
outros materiais e sistemas, o que resulta em obras de grande repercussão internacional a partir da EUROPA, EUA e CHINA.
Aeroporto Internacional de Barajas
Madrid, Espanha – RICHARD ROGERS
Great Wall House
Beijing, China
KENGO KUMA
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Bamboo Car Park, Leipzig Zoo, Alemanha
KRAHNSTÖVER & WOLF ARCHITECTS
Immeuble Bambou, Lieusaint,
França – MONICA DONAUT
Mason Lane Farm, Goshen, Kentucky USA
DE LEON & PRIMMER ARCHITECTURE
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ESTUDO
DE
CASO
A partir da revisão teórica, fez-se o estudo de uma
edificação que exemplificasse a aplicação construtiva do
bambu em suas potencialidades: a GREEN SCHOOL.
Localização: Ubud – Ilha de Bali (Indonésia)
Área do projeto: 2.000 m² (Heart of School)
Data do projeto/construção: 2007/08
Autoria: PT BAMBOO PURE Architecture
Site oficial: http://www.greenschool.org/
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R E SULTADO
E
DISCUSSÕES
Trata-se de uma escola
internacional construída em Bali,
no sudeste asiático, criada com
base nas ideias do casal
canadense Cynthia e John Hardy,
designers e ambientalistas que
objetivavam um espaço que
incentivasse as comunidades
vizinhas e internacionais a
viverem em sustentabilidade
(HUDSON, 2012).
Fundada em setembro de 2008
com 98 estudantes, hoje a GREEN
SCHOOL possui 300 alunos entre
3 e 16 anos de idade, que
estudam do Jardim de infância ao
Ensino Médio, sendo composta por um complexo de edificações.
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DISCUSSÕES
Projetada por um grupo internacional (PT BAMBOO PURE), a
edificação mais importante – HEART OF SCHOOL –, utiliza o
bambu desde sua estrutura até a confecção das vedações,
cobertura e mobiliário, em uma fusão entre técnicas locais
(vernáculas) e contemporâneas.
O partido arquitetônico consiste em três grandes espirais que
se apoiam em três colunas formadas por bambus entrelaçados,
em cujo final abre-se uma claraboia. Ao total, foram utilizadas certa de 2.600 varas de bambu (HUDSON, 2012).
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R E SULTADO
E
DISCUSSÕES
HEART OF SCHOOL
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DISCUSSÕES
Premiada internacionalmente, a
HEART OF SCHOOL é composta
por biblioteca, sala de
computação, sala de exposições e
escritórios, além de áreas de
reunião, sendo toda em bambu.
São destaques a abundância da
luz solar, ventilação e flexibilidade
espacial (CICLOVIO, 2011).
Cerca de 80% da eletricidade
utilizada vêm de painéis solares;
as instalações sanitária são por
compostagem e todo o lixo é
reciclado. Hortas orgânicas e
criações de animais permeiam o
campus e a comida servida vem
da produção própria ou de
agricultores locais.
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R E SULTADO
E
DISCUSSÕES
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R E SULTADO
E
DISCUSSÕES
O complexo educacional continua sendo ampliado, sendo o
MEPANTIGAM a última edificação acrescentada, a qual funciona
como um centro de eventos. Seu formado ovalado é delimitado
por três fileiras de pedras que geram uma arquibancada, sendo
o piso em terra compactada. Uma grande estrutura de bambu
forma a cobertura e, ao centro dela, abre-se uma claraboia proporcionando ampla iluminação (HUDSON, 2012).
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CONS IDERAÇÕES
FINAIS
• A pesquisa apresenta informações preliminares de alguns
estudos que mostra a eficácia do BAMBU como material de
uso arquitetônico, sendo perceptível a valorização e destaque
que vem recebendo recentemente devido à questão da
sustentabilidade socioambiental aplicada à arquitetura.
• Ainda há CARÊNCIA de bibliografia em língua portuguesa que
forneça informações mais detalhadas sobre o desempenho e
as técnicas construtivas possibilitadas pelo bambu, o que
dificulta a sua maior difusão e melhor aceitação.
• Com o caso apresentado, foi possível constatar o eficácia do
bambu tanto em termos estruturais e funcionais como
estéticos, demonstrada com a sua grande VERSATILIDADE
como material construtivo e de grande potencial decorativo.
• Este tema possibilita novos DESDOBRAMENTOS em
iniciação científica, em especial quando à aplicação do
bambu em programas específicos e no ambiente brasileiro.
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REFERÊNCIAS
.
CICLOVIVO. Escola ecológica em Bali prepara futuros líderes ambientais
(2011). Disponível em: <http://www.ciclovivo.com.br/noticia/ escola_ecologica_
em_bali_prepara_futuros_lideres_ambientais>. Acesso em: 15.abr.2014.
ERICKSON, B. National Bamboo Project of Costa Rica. Disponível em:
<http://www.brieri.com/2007/07/ national-bamboo-project-of-costa-rica.html>.
Acesso em: 15.mar.2014.
HUDSON, D. PT Bamboo Pure: Green school, Bali (2012). Disponível em:
<http://www.designboom.com/architecture/pt-bamboo-pure-green-school-bali/>.
Acesso em: 15.abr.2014.
INBAR. International Network for Bamboo and Rattan. Disponível em:
<http://www.inbar.int/>. Acesso em: 15.mar.2014.
JANSSEN, J. J. A. Buildings with bamboo. 2. ed. London: ITDG Publishing,
1995.
LÓPEZ, O. H. Bambu: Su cultivo y aplicaciones en fabricación de papel,
construcción, arquitectura, ingeniería, artesanía. Cali: E. T. Colombianos, 1974.
MUÑOZ, L. F. L. Normas de construcción con bambu: Un desafio para América
Latina. OFICINA REGIONAL para América Latina y El Caribe, n. 37, jan.2013.
Disponível em: <http://www.inbar.int/ downloads/LAC-Newsletter-INBAR-No.-37-
BR-2013-.pdf?7c424b>. Acesso em: 15.mar.2014.
PEREIRA, M. R.; BERALDO, A. L. Bambu de corpo e alma. Bauru: Canal6,
2007.
VAN LEGUEN, J. Manual do arquiteto descalço. Porto Alegre: Arquiteto, 2004.
XIAO, Y.; INOUE, M.; PAUDEL, S. K. Modern bamboo structures: Proceedings
of the first international conference. London: CBR Press, 2008.