DISTÚRBIOS DA GLÂNDULA TIROIDEIA

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MÓDULO I

T E M A A

MARIANA LOPES PINTO PG

lopespintomariana@gmail.com

www.examedaespecialidade.pt

Slides-adaptados de Daniela Cavaco

DISTÚRBIOS DA GLÂNDULA TIROIDEIA

LEGENDA DA AULA

MD

D

P

GD […]

Mecanismos de Doença

Diagnóstico

Prevenção

Gestão do Doente

Raciocínio!

Conceito importante

Integração de conhecimentos

Conteúdos extra bibliografia

SIGLAS

▰ BMN – bócio multinodular

▰ T3L – T3 livre

▰ T4L – T4 Livre =fT4 (free thyroxine)

▰ HAI – Hipotiroidismo Auto-Imune

▰ CAAF – Citologia aspirativa por agulha fina

▰ DG – doença de Graves

▰ Tg – Tiroglobulina

▰ Tx – tratamento

▰ TBG- thyroid binding globulin

▰ TTR- transtirretina

▰ Anti-TG: anticorpos anti tiroglobuina

▰ Anti-TPO: anticorpos anti tireoperoxidase

▰ IBP-inibidor da bomba de protões

▰ FA- Fibrilhação auricular

▰ CX- cirurgia

▰ EA-efeitos adversos

BIBLIOGRAFIA

Anatomia e Desenvolvimento da Tiróide

Relações anatómias importantes:

Nervo laríngeo recorrente atravessa os bordos laterais; esófago e traqueia; 4 glândulas paratiróides em cada pólo

• Desenvolvimento a partir do pavimento da

faringe primitiva → 3ª semana de gestação

• Migração: base da língua → canal tiroglosso

→ base do pescoço

• tiróide ectópica base da língua ou quistos

do canal tireoglosso)

• Síntese de hormonas tiroideias

• 11ª semana de gestação

• Tiroxina (T4)

• Triiodotironina (T3)

• Peso normal: 12-20g

• Altamente vascularizada

Anatomia e Desenvolvimento da Tiróide

Células C derivam da crista neural

• Produzem calcitonina

• Calcitonina diminui o cálcio (papel pouco

importante)

• Células C estão envolvidas no carcinoma

medular da tiróide

Células Foliculares:

• Tiroglobulina é a hormona precursora de T4

e T3.

• É secretada no lúmen do folículo, iodinizada

e acoplada.

• Posteriormente é recaptada para a célula

folicular permitindo a secreção de T3 e T4.

Regulação do eixo tiroideuA conversão de T4 em T3 é inibida por:

• jejum

• doença sistémica

• trauma

• contraste oral

• medicação: glucocorticoides,

Propiltiouracilo(PTU- antiroideu ), propanol,

amiodarona

Fisiopatologia• T4 é a hormona produzida em maior quantidade

• T3: 80% provém da conversão de T4 e 20% é produzida pela tiróide →metabolicamente + activa!

• >99% das hormonas tiroideias encontra-se em circulação ligadas à albumina, TBG e TTR

As fracções livres é que são biologicamente activas

As hormonas tiroideias aumentam a termogénese e a taxa de metabolismo basal, reduzem os níveis de colesterol e a resistência

vascular sistémica

Fisiopatologia

• Captação de Iodo é essencial à produção hormonal.

• O receptor NIS é o responsável pela absorção do Iodo e

regula a sua captação.

• Se défice de iodo, aumentam os receptores NIS; se iodo

em excesso, diminuem.

• Este receptor só existe na tiroide, embora possa ser

encontrado nas glândulas salivares e nos lactotrofos.

Mutação no gene NIS é uma causa rara de hipotiroidismo congénito.

• Outro transportador de Iodo é a pendrina, localizada na

membrana apical. O seu defeito causa a síndrome de pendred

- defeito na organificação do iodo

- bócio e surdez neurossensorial

Fisiopatologia – Conceitos Importantes

• Excesso de iodo inibe transitoriamente a organificação de iodo

• Em indivíduos saudáveis, a glândula escapa a este efeito inibidor do iodo e a síntese de T3 e T4 mantém-se

• Em indivíduos com doença tiroideia autoimune este acção supressiva pode persistir

Efeito Wolff-chaikoff

Fenómeno de Jod-Basedow

• A síntese de hormona tiroideia torna-se excessiva no contexto de maior aporte de iodo

• Pode ocorrer na Doença de Graves e no Bócio Multinodular Tóxico

Diagnóstico - Exame físico

• Observação: cicatrizes cirúrgicas, massas, veias

distendidas

• Palpação: tamanho, consistência, nodularidade

Sinal de Pemberton: bócios grades retroesternais

podem causar distensão venosa e dificultar respiração

especialmente com os braços levantados

Diagnóstico

NOC

INDICAÇÕES PARA AVALIAR FUNÇÃO TIROIDEIA

Diagnóstico – exames laboratoriais

• Suspeita de :HIPOtiroidismo: 1º medição de TSH

• Se TSH anormal > pedir hormonas tiroideias (preferencialmente as fracções livres)

• HIPERtiroidismo: TSH + T4 livre

Semi-vida da TSH é de 50 min – uma só medição da TSH é adequada para avaliar os seus níveis

• T4 livre é suficiente na maioria dos casos para confirmar hipertiroidismo (em 2-5% dos casos há apenas elevação da T3 → deve-se medir a T3 livre em doentes com TSH suprimida)

TSH elevada – pedir T4L

TSH baixa – pedir T4L e T3L

≠ de NOC

NOC pedir TSH+T4 livre

(+T3 “casos

complexos/gravidade

clinica”→susp de tireotoxicose)

Diagnóstico – exames laboratoriais

A TSH não deve ser usada como teste isolado se suspeita de doença hipofisária.

Na maioria dos casos uma TSH normal exclui patologia primária da tiroide.

Diagnóstico – exames laboratoriais

Medição dos Anticorpos:

• Para a esclarecer etiologia do HIPOtiroidismo medir antiTPO(tireoperoxidase) e antiTg (tiroglobulina)

AntiTPO POSITIVO → Tiroidite de Hashimoto(hipotiroidismo autoimune)

( é raro haver antiTg sem antiTPO)

• Se anticorpos positivos em doentes eutiroideus: maior risco de desenvolver HIPOtiroidismo!

• Trabs são anticorpos anti receptor TSH → Doença de Graves

Diagnóstico – exames laboratoriais

Medição de Tiroglobulina (Tg)

• Tg surge elevada em doenças que cursam com tirotoxicose (excepto na tirotoxicose factícia )

• É útil no seguimento do cancro da tiróide.

Medição de calcitonina se suspeita de Carcinoma Medular.

Diagnóstico - NOC

Exames laboratoriais a pedir:

• Dosear TSH e T4L

Em casos complexos avalia-se TSH, T4L e T3

(casos complexos: maior dificuldade diagnóstica/ gravidade clínica)

• antiTPO e antiTg: HIPOtiroidismo primário e suspeita de causa auto-imune

• Anticorpos Trab se HIPERrtiroidismo.

Diagnóstico - NOCS

• O doseamento de Tg não esta indicado na avaliação diagnóstica nos nódulos da

tiroide, estando reservado ao seguimento dos doentes com carcinoma papilar ou folicular.

• O doseamento de calcitonina está recomendado quando existir uma suspeita

clínica de carcinoma medular da tiroide (CMT) ou em indivíduos pertencentes a famílias

com CMT.

Cintigrafia Tiroideia

• A cintigrafia apenas deve ser pedida em doentes com nódulos e com hipertiroidismo

• Nódulos quentes - Citologia aspirativa não esta indicada (raramente são malignos)

• Nódulos frios - Pode estar indicada a citologia aspirativa (5-10% são malignos)

• Cintigrafia de corpo inteiro é útil pós-tratamento com I131

D.Graves: captação aumentada c/ distribuição homogénea

Adenoma Tóxico: áreas de aumento de captação focal, restante

parênquima da glândula suprimido

BMN tóxico: varias áreas com nódulos funcionantes alternadas

com parênquima suprimido ou nódulos não funcionantes

Tiroidites/tirotoxicose factícia/excesso recente de iodo: s/

aumento da captação

HIPOTIROIDISMO

Síndrome clínico por défice de hormonas tiroideias

Manifestações Clínicas

Sintomas:✓Astenia, fraqueza✓Pele seca✓Frio✓Queda de cabelo✓Dificuldade de

concentração✓Obstipação✓Ganho de peso

com pouco apetite✓Dispneia✓Rouquidão✓Menorragia✓Parestesias

Sinais:

✓ Pele seca e extremidades frias

✓ Face, pés e mãos edemaciadas

✓ Alopécia difusa

✓ Bradicardia

✓ Síndrome do Túnel Cárpico

✓Derrame cavitário

✓ Atraso no relaxamento de reflexos tendinosos-hipotiroidismo grave!

HIPOTIROIDISMO

Manifestações Clínicas

COMA MIXEDEMATOSO

( por Hipotiroidismo grave não medicado)

HIPOtermia, HIPOventilação, HIPOnatremia, HIPOglicemia, astenia

extrema, depressão de estado de consciência.

Factores precipitantes:

Frio

Infecção

Farmacos psicotropicos

Hipotiroidismo - classificação

PRIMÁRIO - deficiência de T3 e T4

• Clínico – TSH elevada e T4L e/ou T3 baixas

• Subclínico - TSH elevada e T4L e T3 normais

TRANSITÓRIO-Tiroidite Silenciosa (pe:tiroidite pós-

parto),Tiroidite Subaguda, após tratamento com I131 por

doença de Graves, apos cx tiroideia (tiroidectomia subtotal)

SECUNDÁRIO - deficiência de TSH

Terciário - deficiência de TRH

Causa mais comum no mundo:

deficiência de iodo

Em zonas iodo – suficientes as principais causas são

Tiroidite de Hashimoto e Hipotiroidismo iatrogénico

Hipotiroidismo Primário - Causas

• HIPOTIROIDISMO AUTO-IMUNE: Tiroidite de Hashimoto, Tiroidite Atrófica

• IATROGENIA: Tratamento com I131, Tiroidectomia total ou parcial, irradiação pescoço por

linfoma ou cancro

• FÁRMACOS: Excesso de iodo (amiodarona), lítio, antitiroideus, Interferão alfa, sunitinib

• HIPOTIROIDISMO CONGÉNITO: tiroide ausente ou ectópica, dishormonogénese, mutação

no receptor de TSH( raro)

• DOENÇAS INFILTRATIVAS: amiloidose, sarcoidose, hemocromatose, esclerodermia,

Tiroidite de Riedel

• DEFICIÊNCIA DE IODO

• EXCESSO DE IODO

Hipotiroidismo Secundário

• Hipopituitarismo : tumores, cirurgia ou irradiação

da hipófise, doenças infiltrativas, trauma

• Deficiência isolada de TSH (muito raro!)

O alvo do tratamento NÃO é normalizar a TSH

Diagnóstico – exames laboratoriais

• (T3L é normal em 20% dos doentes por isso não está indicado medir)

• Outras anormalidades laboratoriais associadas:

Dislipidemia

Anemia normocítica normocrómica (pode ser macrocitica se def de vitB12 por anemia perniciosa-auto-

imunidade ; ou microcitica por def nutricionais ou menorragias em mulheres)

• SE houver alguma dúvida da causa do hipotiroidismo pode-se considerar CAAF

Dosear TSH e T4L

Depois de confirmado o hipotiroidismo, deve-se pedir Anti-TPO e antiTg

- é positivo em >90% dos doentes com Hipotiroidismo autoimune

TSH 0,5 – 4,5 mIU/L

HIPOTIROIDISMO

TSH 0,5 – 4,5 mIU/L

Hipotiroidismo Auto-ImuneTiroidite de Hashimoto/Tiroidite Auto-Imune Crónica

• Pode estar associado a bócio ou em estádios mais tardios a tiroidite atrófica

• →Inicialmente pode-se traduzir por hipotiroidismo subclínico

• Mais frequente em mulheres

• Aumenta com a idade

Patogénese:

• Factores ambientais e genéticos

• Destruição auto-imune (celular e humoral) do tecido tiroideu - falência gradual da função tiroideia

• Infiltrado linfocítico e elevação das concentrações de ac-anti TPO (presente em 90% dos doentes) e anti

tiroglobulina (TG)

• Anticorpos antiTg e anti TPO são marcadores úteis

• 20% tem TRABS bloqueadores

• Raramente há TRABS que oscilam entre activadores e bloqueadores

PODE CURSAR COM OUTRAS DOENÇAS AUTO-IMUNES: alopecia areata; vitiligo, anemia perniciosa, DM tipo1, Doença de Addison

Causa principal de hipotiroidismo em zonas sem défice de iodo

Défice de iodo

• Ainda frequente na Europa

• Identificação e classificação da deficiência feita com base no iodo urinário

• Provoca cretinismo e bócio endémico

Causa mais comum de bócio e hipotiroidismo no mundo

Excesso de iodo

Falha em escapar ao efeito Wolf-Chaikof pode

provocar bócio e hipotiroidismo.

Consequência da exposição ao iodo depende da patologia tiroideia de base:

Sem doença → Eutiroidismo

Com doença → Hipotiroidismo✓ Tiroidite de Hashimoto✓ Tiroidectomia subtotal✓ Tiroidite indolor/pós-parto

Com doença → Hipertiroidismo✓ Bócio multinodular tóxico✓ Bócio endémico

HIPOTIROIDISMO

Hipotiroidismo Congénito

• 1: 40000 recém-nascidos - rastreio neonatal (“teste do pezinho”)

• Passagem transplacentar das hormonas tiroideias maternas providencia hormonas ao feto

antes do desenvolvimento da tiroide e repõe parcialmente as hormonas num feto com

hipotiroidismo congénito

Clínica

• A maioria normais ao nascimento

• <10% tem icterícia prolongada, hipotonia, língua engorgitada, atraso na maturação óssea, hérnia umbilical

• Dano neurológico pode ser permanente

Rastreio

• No período neonatal

• Com TSH e T4

• Se confirmado iniciar tratamento

• A reposição precoce nos recém nascidos previne potenciais anormalidades de desenvolvimento

Causas

• Disgenesia tiroideia 80-85%

• Erros síntese hormonas 10-15%

• Ac anti-receptor TSH 5%

Disfunção tiroideia induzida por Amiodarona

HIPOTIROIDISMO

Amiodarona alta concentração de Iodo

- Metabolização de amiodarona liberta iodo na circulação sistémica

Efeito tóxico directo

- Inibe captação celular de hormonas tiroideias

- Inibe conversão de T4 em T3

- Bloqueia o receptor de T3

- Efeito tóxico directo nos folículos tiroideus

Áreas com aporte SUFICIENTE de Iodo→ HIPOtiroidismo a

Amiodarona

Resistência às hormonas tiroideias

• Doença AD

• Aumento dos níveis de hormonas tiroideias

• TSH inapropriadamente normal ou elevada

• Clínica: bócio, défice atenção, redução QI, atraso maturação óssea,

taquicardia e alteração da resposta metabólica às hormonas tiroideias

Abordagem

NOC-2012

Abordagem geral

NOC-2012

HIPOTIROIDISMO SUBCLINICOTSH elevadaT4 livre normal

Reavaliar TSH e T4 livre6-12m

Tratar se:TSH >10 em 2 avaliaçõesou se anti-TPO +

(Cecil)

Abordagem

geral

Hipotiroidismo subclinicoTSH elevadaft4 normal

TERAPÊUTICA

• -Substituição de hormona tiroideia com LEVOTIROXINA

•-Formula per os, toma em jejum 1x dia ( atenção a IBP)( t1/2 vida 8 dias)

-Dose inicio ~1,6 microgramas/Kg/dia

• ALVO TSH 0.5-2mU/l

•( Nos hipotiroidismos secundários alvo é fT4 no limite de referencia, e não a TSH)

• Reavaliar em 6 semanas após inicio/ajuste de dose

HIPOTIROIDISMO

TERAPÊUTICA

• -Substituição de hormona tiroideia com levotiroxina

-Formula per os, toma em jejum 1x dia ( t1/2 vida 8 dias)-Dose inicio ~1,6 microgramas/Kg/dia

• ALVO TSH 0.5-2mU/l

( Nos hipotiroidismos secundários alvo é T4 Livre no limite de referencia, e não a TSH)

• Reavaliar em 6 semanas após inicio/ajuste de dose

HIPOTIROIDISMO

COMA MIXEDEMATOSO

Levotiroxina IV 500-800 micrograma ( dose de carga) + levotiroxina 100mcg/dia; Hidrocortisona 100mg IV 8/8hHidratação IVCORRIGIR factor precipitante

++ mortalidade sem

terapêutica

Tabela NOC

TIROTOXICOSE

HIPERTIROIDISMO

Síndrome clínico por aumento de hormonas tiroideias

TIROTOXICOSE

• Tireotoxicose: excesso de hormonas tiroideias

• Hipertiroidismo: excesso de produção de hormonas tiroideias

- Clínico: TSH baixa ou indetectável com T3 e ou T4 aumentadas

- Subclínico: TSH baixa ou indetectável com valores normais de T3 L ou T e T4L

DIFERENTE DE

HIPERTIROIDISMO

Rácio T3total:T4total pode ser útil principalmente quando a cintigrafia não está disponível

(cintigrafia mostra se tiroide se encontra hiperfuncionante ou não, e no caso de estar hiperfuncionante se é

todo o tecido tiroideu ou nódulos )

• Tirotoxicose causada por HIPERTIROIDISMO :

Elevação de T3 +++ vs elevação de T4 menos marcada

(Uma glândula hiperactiva produz mais T3 do que T4)

• Tirotoxicoses causadas por TIROIDITES ou por TIROTOXICOSE FACTÍCIA (doente toma Levotiroxina e

não diz):

Predomina Elevação de T4

• Rácio T3total:T4total pode ser útil principalmente quando a cintigrafia não está disponível

(cintigrafia mostra se tiroide se encontra hiperfuncionante ou não, e no caso de estar hiperfuncionante se

é todo o tecido tiroideu ou nódulos )

TIROTOXICOSE

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Sintomas

✓Hiperactividade, irritabilidade✓Intolerância ao calor✓Palpitações✓Fadiga✓Perda de peso com aumento

do apetite✓Diarreia✓Poliúria✓Oligoamenorreia, perda de

líbido

Sinais:

✓Taquicardia, FA

✓Tremor

✓Bócio

✓Miopatia proximal

✓Ginecomastia

HIPERTIROIDISMO

CAUSAS DE TIROTOXICOSE

DOENÇA DE GRAVES

• Doença auto-imune em que os

anticorpos anti-receptor de TSH

(TRABs) estimulam o receptor de TSH

aumentando a produção de hormonas

tiroideias.

• Em 80% há anti-TPO

• Não há correlação directa entre o nível de TRABs

e o nível de hormonas tiroideias

• A longo prazo, 15% desenvolvem

espontaneamente HIPOtiroidismo autoimune

• TRABS são produzidos na tiróide, na medula

e nos nódulos linfáticos.

• TRABS passam a placenta e podem provocar

tirotoxicose no feto

• Causa + comum de tirotoxicose

• + mulheres

• pico 20-40anos

Cintigrafia: captação aumentada,

distribuição homogénea

DOENÇA DE GRAVES

• Doença auto-imune em que os

anticorpos anti-receptor de TSH

(TRABs) estimulam o receptor de TSH

aumentando a produção de hormonas

tiroideias.

CLÍNICA DA DOENÇA DE GRAVES

Bócio- aumento de volume da glândula tiroideia

Tirotoxicose

Oftalmopatia de Graves

✓ TRABS estimulam a deposição de

glicosaminoglicanos nos músculos extra-oculares e o

desenvolvimento de gordura na órbita->exoftalmia

✓ Factores agravantes: tabagismo, ++TRABs, Iodo,

Trauma

Dermatopatia tiroideia

(mixedema pretibial) – rara

TERAPÊUTICA D.Graves• FÁRMACOS ANTITIROIDEUS de síntese (inibem TPO)

Durante 1-3 anos. 40-60% mantém remissão de doença após terminar terapêutica.Se recidivar ponderar I131 ou cx

ex: Metimazole,Propitiluracilo (PTU) (inibe TPO e conversão periférica T4->T3)

• EA: elevação transaminases, icterícia colestática, eczema, prurido, artralgias, <0.5% agranulocitose

BLOQUEADORES DOS RECEPTORES BControlo sintomático de tireotoxicose, descontinuar posteriormente(Também inibem conversão periférica T4->T3)

HIPERTIROIDISMO

TERAPÊUTICA D.Graves

• TERAPÊUTICA ABLATIVA COM IODO RADIOACTIVO I131

Atenção! I131 pode levar a libertação de hormona tiroideia previamente produzida e acumulada na tiroide, ++risco de arritmias.

• 80-90% dos doentes fica em HIPOtiroidismo apos terapêutica- terão necessidade de ser medicados com levotiroxina(terapêutica de substituição)

--------contra indicado- se orbitopatia de Graves grave ou gravidez

• CIRURGIATiroidectomia total ou subtotalOpção se sintomas obstrutivos, glândulas tiroideias multinodulares, gravidez planeada para o ano seguinte( após terapêutica com Iodo aconselhado adiar gravidez 12meses)

HIPERTIROIDISMO

TIROIDITES

• Tiroidite Aguda

✓ Infecção Bacteriana: Stafilococus, Streptococus, Enterobacter

✓ Infecção fúngica: Aspergillus, Candida, Histoplasma e Pneumoccystis

✓Tiroidite apos tratamento com I131

✓Amiodarona

• Tiroidide Subaguda✓ Viral ou granulomatosa ✓ Silenciosa (inclui tiroidite pós-parto)✓ Infecção por Micobacterias✓ Fármacos (interferão, amiodarona)

Tiroidite Crónica✓ Autoimune: Tiroidite focal, tiroidite de Hashimoto, Tiroidite atrófica✓ Riedel ( ++fibrose, sintomas compressivos)✓ Parasítica ✓ Traumática – após palpação

TIROIDITE AGUDA• Rara• Infecção bacteriana, supurativa• Nas crianças e jovens adultos a causa principal é a presença de seio piriforme, um remanescente que

conecta a orofaringe à tiróide• Bócio antigo e degeneração em malignidade são factores de risco no idosos

• Cuidado com indivíduos imunocomprometidos pelas infecções fúngicas, por micobactérias ou pneumocistis

Clínica

•Dor tiróide•Pode irradiar aos

ouvidos

•Bócio pequeno assimétrico

•Febre•Disfagia

•Eritema

Diagnóstico

• VS aumentada

• Leucocitose• Função tiroideia

normal• CAAF identifica

infiltração por leucócitos polimorfonucleares;

• Culturas da amostra podem identificar o organismo .

Diagnóstico Diferencial:✓ tiroidite subaguda, crónica

✓ hemorragia quisto

✓ linfoma

✓ tiroidite induzida por amiodarona

✓ amiloidose

Complicações: ✓ Obstrução traqueia✓ Sepsis✓ Abcesso retrofaríngeo✓ Mediastinite✓ Trombose da veia jugular

TIROIDITE SUBAGUDATIROIDITE DE QUERVAIN, TIROIDITE GRANULOMATOSA OU TIROIDITE VIRAL

• Varios vírus implicados - as tentativas para os identificar

são muitas vezes sem sucesso e não alteram o tratamento

• (Diagnóstico muitas vezes passado despercebido porque

os sintomas mimetizam uma faringite)

• Pico 30-50 anos, +mulheres.

Infiltrado inflamatório

com disrupção dos folículos tiroideus e

células gigantes multinucleares.

As alterações foliculares

progridem para granulomas

acompanhado de fibrose.

Meses depois a tiróide retorna

ao normal

Clínica

• Gripe, sintomas de infecção trato respiratório alto podem preceder varias semanas antes

• Início agudo•Odinofagia•Pequeno bócio

•Dor •Febre•Hipotiroidismo

permanente em 15% dos casos

Diagnóstico

•VS aumentada•Pouca captação na

cintigrafia• Leucocitose•Anticorpos negativos• Se dúvidas - CAAF • Fase inicial (destruição folicular): libertação de Tg, T4 e T3

com supressão de TSH-tirotoxicose• Depois de algumas semanas a tiroide fica depletada de

hormonas tiroideias e ocorre a fase de HIPOtiroidismo• Estabilização

VS

VS

T4 livre

T4

liv

re

TIROIDITE SILENCIOSA ou indolor

• Ocorre em doentes com doença tiroideia auto-imune• 3 vezes mais comum em mulheres com DM tipo1

Ocorre em 5% das mulheres 3-6 meses depois da gravidez ( tiroidite pós-parto)

Clínica

• Curso clínico semelhante ao da tiroidite subaguda

• Breve fase de tirotoxicose de 2-4 semanas, seguidas de hipotiroidismo por 4-12 semanas e depois resolução

Diagnóstico

✓AntiTPO ++

• VS normal

• Captação na cintigrafia suprimida

Follow-up anual recomendado (alguns desenvolvem hipotiroidismo permanente)

TIROIDITE CRÓNICA

--Tiroidite de Hashimoto

--Tiroidite de Riedel

✓ Rara

✓ Ocorre em mulheres de meia idade

✓ Apresenta-se como bócio indolor insidioso com sintomas compressivos

✓ Alteracões histológicas: densa fibrose

✓ Sem alteração da função tiroideia

✓ Levanta a suspeita de malignidade – diagnóstico requer biópsia aberta

Bócio

• Bócio – aumento da glândula tiroideia

• Mecanismos de aumento:

- Aumento da TSH (Tiroidite de Hashimoto, Deficiência de iodo)

- Activação do receptor TSH (D.Graves)

- Nódulos e fibrose

✓ 50% da população adulta tem nódulos (a maioria <1cm).

✓ Podem ser solitários ou múltiplos, funcionantes ou não funcionantes.

BÓCIO DIFUSO NÃO TÓXICO= bócio simples, bócio colóide

• Sem nódulos, sem hipertiroidismo

• No mundo a causa principal é o défice de iodo

++ mulheres (+auto imunidade)

Defeitos hereditários na síntese de hormonas : mutação NIS,

organificação da TPO; síntese de TG

Clínica: maioria assintomática.

EO: tiróide aumentada, simétrica, sem nódulos.

Se tiróide muito aumentada, pode provocar compressão do

esófago e da traqueia. Pode haver bócio subesternal.

Pedir função tiroideia em todos estes doentes.

✓ Cintigrafia não está indicada

O sinal de Pemberton mostra que a tiróide é infiltrativa. Pedir TC ou RMN cervical

✓ Ecografia não está geralmente indicada a não ser que haja nódulos palpáveis

BÓCIO MULTINODULAR NÃO TÓXICO

• ++ mulheres

• Aumenta com a idade

• Mais comum em áreas com défice de iodo

Clínica:

✓ Maioria assintomáticos;

✓ Pode haver sintomas compressivos

✓ Dor súbita é normalmente causada por hemorragia

de nódulo mas deve-se pensar em malignidade

✓ Rouquidão também pode significar envolvimento do

nervo recorrente e deve fazer pensar em malignidade✓ Deve-se avaliar função tiroideia✓ Deve ser pedida ecografia cervical✓ Ponderar TC/RMN

Nódulo solitário funcionante

= adenoma tóxico

• + Jovens

• Mutações activadoras do receptor TSH

• Tirotoxicose ligeira

• CINTIGRAFIA : captação focal, supressão de captação na restante glandula

BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO• Presença de nódulos funcionantes

• HIPERrtiroidismo subclínico ou HIPERtiroidismo ligeiro

• Exposição recente a iodo de contraste para exame de imagem pode desencadear ou exacerbar a tirotoxicose

• CINTIGRAFIA mostra áreas de maior captação com áreas de menor captação

✓ Pedir Cintigrafia✓ Fazer CAAF dos nódulos frios se ecograficamente suspeitos

Disfunção tiroideia induzida por Amiodarona

TIROTOXICOSE Amiodarona alta concentração de Iodo

- Metabolização de amiodarona liberta iodo na circulação sistémica

Efeito tóxico directo

- Inibe captação celular de hormonas tiroideias

- Inibe conversão de T4 em T3

- Bloqueia o receptor de T3

- Efeito tóxico directo nos folículos tiroideus

-Tipo 1: está associada a patologia tiroideia, ex BMN (Fenómeno Jod-Basedow, carga de iodo favorece

síntese de hormonas tiroideias/Hipertiroidismo ).

-Tipo 2: ocorre em indivíduos sem patologia de base como resultado de destruição provocada pelo

fármaco –> tiroidite destrutiva, Com libertação de hormonas tiroideias para a circulação

Áreas com aporte INsuficiente de Iodo→ TIROTOXICOSE a Amiodarona

TEMPESTADE TIROIDEIA/Crise tirotóxica

• Rara.

• Mortalidade: ~30%

• Exacerbação do hipertiroidismo associada a febre (>40ºC), convulsões, delírio, coma, vómitos, diarreia e icterícia.

EUTHYROID SICK SYNDROME

• Qualquer doença aguda e grave pode causar alteração da TSH e hormonas tiroideias circulantes

• A causa principal é a libertação de citocinas como IL-6

• Síndrome da T3 baixa: A alteração mais comum é a diminuição de T3 total ou livre com T4 e TSH normais

• Síndrome da T4 baixa: Em casos mais grave pode ocorrer baixa T4 total e T3. Com a diminuição da perfusão dos tecidos o músculo e o fígado há aceleração do metabolismo da T3 e T4 - mau prognóstico. TSH pode ir desde valores <0,1 a >20

Não se deve testar função tiroideia em indivíduos doentes a não ser que haja alta suspeita de doença

tiroideia

EUTHYROID SICK SYNDROME

• Qualquer doença aguda e grave pode causar alteração da TSH e hormonas tiroideias circulantes

• A causa principal é a libertação de citocinas como IL-6

• Síndrome da T3 baixa: A alteração mais comum é a diminuição de T3 total ou livre com T4 e TSH normais

• Síndrome da T4 baixa: Em casos mais grave pode ocorrer baixa T4 total e T3. Com a diminuição da perfusão dos tecidos o músculo e o fígado há aceleração do metabolismo da T3 e T4 - mau prognóstico.

TSH pode ir desde valores <0,1 a >20

Não se deve testar função tiroideia em indivíduos doentes a não ser que haja alta suspeita de doença

tiroideia

Gravidez e função tiroideia

• Aumento transitório da bHCG durante o 1º trimestre estimula o

receptor de TSH > HIPERTIROIDISMO gestacional transitório

• --pode estar associado a hiperemesis gravídica (náuseas e

vómitos severos com risco de deplecção de volume)

• Alterações na resposta imunitária: início, exacerbação ou melhoria da

uma doença auto-imune de base

• Aumento do metabolismo das hormonas tiroideias pela placenta

• Aumento excreção urinária de iodo pode afectar a função tiroideia

Abordagem

Tabela NOC

Hipertiroidismo

CASOS CLÍNICOS

Caso 1 – Pergunta 1Mulher de 53 anos, antecedentes de DM tipo 1. Traz análises de rotina pedidas pelo médico de família: TSH 7,5. Sem alterações ao exame objectivo, sem sinais e sintomas. Perante este achado, qual dos diagnósticos lhe parece mais provável:

a) Tiroidite de Hashimoto

b) Doença de Graves

c) Bócio multinodular tóxico

d) Tiroidite Aguda

e) Adenoma Tóxico

Caso 1 – Pergunta 1Mulher de 53 anos, antecedentes de DM tipo 1. Traz análises de rotina pedidas pelo médico de família: TSH 7,5 (elevada). Sem alterações ao exame objectivo, sem sinais e sintomas. Perante este achado, qual dos diagnósticos lhe parece mais provável:

a) Tiroidite de Hashimoto

b) Doença de Graves

c) Bócio multinodular tóxico

d) Tiroidite Aguda

e) Adenoma Tóxico

Mulher de 53 anos, antecedentes de DM tipo 1. Traz análises de rotina pedidas pelo médico de família: TSH 7,5. Sem alterações ao exame objectivo, sem sinais e sintomas. Perante este achado, qual dos diagnósticos lhe parece mais provável:

a) Tiroidite de Hashimoto

b) Doença de Graves

c) Bócio multinodular tóxico

d) Tiroidite Aguda

e) Adenoma Tóxico

Perante a TSH elevada devemos pensar em causas de hipotiroidismo. O facto de ter

antecedentes de DM tipo 1 aumenta a probabilidade de ter uma patologia tiroideia

de causa auto-imune. O facto do dente não ter febre nem outros sintomas coloca

como pouco provável a hipótese de tiroidite. O BMN e o Adenoma Tóxico cursam

com valores baixos de TSH.

Caso 1 - Resposta

Continuação:

Mulher de 53 anos, antecedentes de DM tipo 1. Traz análises de rotina pedidas pelo médico de família: TSH 7,5. Sem alterações ao exame objectivo, sem sinais e sintomas. Perante este achado, qual dos diagnósticos lhe parece mais provável:

Qual a afirmação mais correcta?

a) O próximo passo é pedir ecografia tiroideia pois o doente poderá ter nódulos tiroideus

b) A cintigrafia tiroideia é importante no diagnóstico diferencial nesta doente

c) Podem ser pedidos os anticorpos antiTPO e antiTG para o diagnóstico etiológico desta alteração laboratorial

d) Devem ser pedidos os TRABs e a T4

e) Deve ser pedida a Tiroglobulina

Caso 1 – Pergunta 2

Continuação:

Mulher de 53 anos, antecedentes de DM tipo 1. Traz análises de rotina pedidas pelo médico de família: TSH 7,5. Sem alterações ao exame objectivo, sem sinais e sintomas. Perante este achado, qual dos diagnósticos lhe parece mais provável:

Qual a afirmação mais correcta?

a) O próximo passo é pedir ecografia tiroideia pois o doente poderá ter nódulos tiroideus

b) A cintigrafia tiroideia é importante no diagnóstico diferencial nesta doente

c) Podem ser pedidos os anticorpos antiTPO e antiTG para o diagnóstico etiológico desta alteração laboratorial

d) Devem ser pedidos os TRABs e a T4

e) Deve ser pedida a Tiroglobulina

Caso 1 – Pergunta 2

Mulher de 53 anos, antecedentes de DM tipo 1. Traz análises de rotina pedidas pelo médico de família: TSH 7,5. Sem alterações ao exame objectivo, sem sinais e sintomas. Perante este achado, qual das afirmações te parece mais correcta:

a) O próximo passo é pedir ecografia tiroideia pois o doente poderá ter nódulos tiroideus. É falsa uma vez que o exame objectivo era inocente e a análise laboratorial aponta para provável hipotiroidismo. A ecografia cervical está indicada nos casos de nódulos palpáveis ou hipertiroidismo por BMN.

b) A cintigrafia tiroideia é importante no diagnóstico diferencial nesta doente. Falsa. A cintigrafia está indicada nos casos de hipertiroidismo.

c) Podem ser pedidos os anticorpos antiTPO e antiTG para o diagnóstico etiológico desta alteração laboratorial. É importante pedir os anticorpos para confirmar hipotiroidismo auto-imune.

d) Devem ser pedidos os TRABs e a T4 – Os trabs estão indicados quando se suspeita de hipertiroidismo / Doença de Graves.

e) Deve ser pedida a Tiroglobulina – não esta indicado pedir Tg na maioria dos doentes.

Caso 1 – Pergunta 2 (justificação)

Mulher de 32 anos, antecedentes de vitiligo. Foi à consulta por irregularidades menstruais e perda de peso. À observação apresentava exoftalmia. Perante estas queixas, qual a afirmação mais correcta?

a) Trata-se provavelmente de uma Doença de Graves

b) As análises laboratoriais a fazer neste caso são TSH e TRABs

c) Provavelmente esta doente tem TSH alta

d) A cintigrafia da tiroide mostrará aumento heterogeneo da captação

e) A calcitonina deverá ser doseada

Caso 2 – Pergunta 1

Mulher de 32 anos, antecedentes de vitiligo. Foi à consulta por irregularidades menstruais e perda de peso. À observação apresentava exoftalmia. Perante estas queixas, qual a afirmação mais correcta?

a) Trata-se provavelmente de uma Doença de Graves

b) As análises laboratoriais a fazer neste caso são TSH e TRABs

c) Provavelmente esta doente tem TSH alta

d) A cintigrafia da tiroide mostrará aumento heterogeneo da captação

e) A calcitonina deverá ser doseada

Caso 2 – Pergunta 1

Mulher de 32 anos, antecedentes de vitiligo. Foi à consulta por irregularidades menstruais e perda de peso. À observação apresentava exoftalmia. Perante estas queixas, qual a afirmação mais correcta?

a) Trata-se provavelmente de uma Doença de Graves

b) As análises laboratoriais a fazer neste caso são TSH e TRABs

c) Provavelmente esta doente tem TSH alta

d) A cintigrafia da tiroide mostrará aumento heterogeneo da captação

e) A calcitonina deverá ser doseada

Caso 2 – Pergunta 1

Mulher de 32 anos, antecedentes de vitiligo. Foi à consulta por irregularidades menstruais e perda de peso. À observação apresentava exoftalmia, sem outras alterações. Perante estas queixas, qual a afirmação mais correcta?

a) Trata-se provavelmente de uma Doença de Graves

b) As análises laboratoriais a fazer neste caso são TSH e TRABs

c) Provavelmente esta doente tem TSH alta

d) A cintigrafia da tiroide mostrará aumento heterogeneo da captação

e) A calcitonina deverá ser doseada

Caso 2 – Pergunta 1 (justificação)

Tendo em conta os antecedentes da doente devemos pensar em doença auto-imune. Dado que

apresenta clinica compatível com hipertiroidismo, a hipótese mais provável tendo também m

consideração a idade e o sexo será a doença de Graves -Hipotese A. Nos casos de hipertiroidismo, a

TSH será baixa com aumento da T3 e T4. EM caso de suspeita de Doença de Graves deve ser

doseada TSH, T4L e T3. Na D.Graves a captação tiroideia em cintigrafia é geralmente homogénea. O

doseamento da calcitonina não está indicado a não ser no carcinoma medular.

Um doente do sexo masculino, 65 anos, vem à consulta por aparecimento de

nodulo cervical palpável. Traz análises com TSH baixa e T3 e T4 normais. Qual

a afirmação verdadeira?

a) Estamos perante um caso de hipotiroidismo subclínico

b) A ecografia cervical e cintigrafia não têm importância neste caso

c) Devem ser pedidos antiTg e antiTPO para diagnóstico etiológico

d) Deve ser pedida cintigrafia para avaliar se o nódulo palpável é quente

e) Não devemos valorizar as alterações laboratoriais

Caso Clínico 3 – Pergunta 1

Um doente do sexo masculino, 65 anos, vem à consulta por aparecimento de

nodulo cervical palpável. Traz análises com TSH baixa e T3 e T4 normais. Qual

a afirmação verdadeira?

a) Estamos perante um caso de hipotiroidismo subclínico

b) A ecografia cervical e cintigrafia não têm importância neste caso

c) Devem ser pedidos antiTg e antiTPO para diagnóstico etiológico

d) Deve ser pedida cintigrafia para avaliar se o nódulo palpável é quente

e) Não devemos valorizar as alterações laboratoriais

Caso Clínico 3 – Pergunta 1

Um doente do sexo masculino, 65 anos, vem à consulta por aparecimento de

nodulo cervical palpável. Traz análises com TSH baixa e T3 e T4 normais. Qual

a afirmação verdadeira?

a) Estamos perante um caso de hipotiroidismo subclínico

b) A ecografia cervical e cintigrafia não têm importância neste caso

c) Devem ser pedidos antiTg e antiTPO para diagnóstico etiológico

d) Deve ser pedida cintigrafia para avaliar se o nódulo palpável é quente

e) Não devemos valorizar as alterações laboratoriais

Caso Clínico 3 – Pergunta 1

Um doente do sexo masculino, 65 anos, vem à consulta por aparecimento de nodulo cervical

palpável. Traz análises com TSH baixa e T3 e T4 normais. Qual a afirmação verdadeira?

a) Estamos perante um caso de hipotiroidismo subclínico

b) A ecografia cervical e cintigrafia não têm importância neste caso

c) Devem ser pedidos antiTg e antiTPO para diagnóstico etiológico

d) Deve ser pedida ecografia para caracterização de nódulo ee cintigrafia para avaliar se o

nódulo palpável é quente

e) Não devemos valorizar as alterações laboratoriais

Este doente tem um hipertiroidismo subclínico. Perante o achado de nódulo tiroideu devemos confirmar se é

esse nódulo que está a produzir hormonas tiroideias, pelo que a cintigrafia é útil neste caso. Os anticorpos

antiTg e anti TPO são mais úteis nos casos de hipotiroidismo. As alterações de TSH devem ser valorizadas!

Caso Clínico 3 – Pergunta 1

A ecografia revelou vários nódulos bilaterais e a cintigrafia mostrava

hipercaptação em todos os nódulos.

O diagnóstico mais provável é:

a) Doença de Graves

b) Bócio multinodular difuso

c) Adenoma Tóxico

d) Bócio multinodular tóxico

e) Tiroidite de Hashimoto

Caso Clínico 3 – Pergunta 2

A ecografia revelou vários nódulos bilaterais e a cintigrafia mostrava

hipercaptação em todos os nódulos.

O diagnóstico mais provável é:

a) Doença de Graves

b) Bócio multinodular difuso

c) Adenoma Tóxico

d) Bócio multinodular tóxico

e) Tiroidite de Hashimoto

Caso Clínico 3 – Pergunta 2

Na doença de Graves a cintigrafia capta de forma homogénea; No BMN difuso não há hipertiroidismo e

não há hipercaptação na cintigrafia; no Adenoma Tóxico apenas um dos nódulos é hipercaptante. A tiroidite

de Hashimoto provoca hipotiroidismo, não cursa geralmente com nódulos e não capta na cintigrafia.

MÓDULO I

T e m a A

MARIANA LOPES PINTO PG

lopespintomariana@gmail.com

www.examedaespecialidade.pt

Slides-adaptados de Daniela Cavaco

NÓDULO DA TIRÓIDE

LEGENDA DA AULA

MD

D

P

GD […]

Mecanismos de Doença

Diagnóstico

Prevenção

Gestão do Doente

Raciocínio!

Conceito importante

Integração de conhecimentos

Conteúdos extra bibliografia

SIGLAS

▰ BMN – bócio multinodular

▰ T3L – T3 livre

▰ T4L – T4 Livre

▰ HAI – Hipotiroidismo Auto-Imune

▰ CAAF – Citologia aspirativa por agulha fina

▰ DG – doença de Graves

▰ Tg – Tiroglobulina

▰ Tx – tratamento

▰ TBG- thyroid binding globulin

▰ TTR- transtirretina

▰ Anti-TG: anticorpos anti tiroglobuina

▰ Anti-TPO: anticorpos anti tireoperoxidase

▰ IBP-inibidor da bomba de protões

▰ FA- Fibrilhação auricular

▰ CX- cirurgia

▰ EA-efeitos adversos

▰ AAF – Aspiração por Agulha Fina

▰ FNA – Fine Needle Aspiration

▰ CDT – Cancro Diferenciado Tiroide

▰ PTC – Papilar Thyroid Cancer

▰ FTC – Folicular Thyroid Cancer

▰ MTC – Medular Thyroid Cancer

▰ TSH – Thyroid Stimulating Hormone

▰ EO– exame objectivo

▰ PAF-polineuropatia amiloidótica famíliar

▰ NEM –Neoplasias endócrinas múltiplas ( MEN-multiple endocrine

neoplasia)

BIBLIOGRAFIA

NÓDULO DA TIROIDE é uma lesão na glândula tiroideia que é

ecograficamente distinta do restante parênquima .

NÓDULO DA TIROIDEIntrodução

• Comuns; Habitualmente diagnosticados acidentalmente pelo próprio doente, ao

EO, ou radiologicamente.

• Importância -> exclusão de neoplasia maligna (4-6,5%)

->avaliar função endócrina

->sintomatologia associada

• O rastreio ecográfico da patologia nodular da tiroide NÃO está indicado na população em geral!

Nódulo da tiroideIntrodução

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

• História clínica detalhada

• Exame objetivo

• Exames laboratoriais

• Estudo imagiológico

• +- Citologia por aspiração por agulha fina (CAAF)

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

História clínica detalhada

• Informação relativamente ao NÓDULO:

- Inicio do aparecimento

- Alterações do tamanho

- Sintomas associados (dor, disfagia, dispneia, rouquidão, tosse)

- Sintomas de hipo/hiperparatiroidismo

Dor é sintoma raro :

hemorragia intra-tiroideia,

tiroidite,

malignidade.

• Informação relativamente a fatores de risco para MALIGNIDADE:

- História de exposição a radiação na infância (cabeça e pescoço);

- Irradiação corporal para transplante de medula óssea;

- Exposição da radiação ionizante durante infância ou adolescência;

- Deficiência de iodo.

- História familiar de neoplasia da tiroide;

- História familiar de síndromes associados a neoplasia da tiroide (Sind. De

Cowden, PAF, MEN 2 (carcinoma medular da tiróide)).

Risco máximo 20-30 anos

após exposição.

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Exame objetivo

• Volume e consistência da glândula;

• Características do nódulo

- Tamanho

- Número

- Localização

- Consistência

• Pesquisa de adenopatias

• Sinais de hipo/hipertiroidismo

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Exames laboratoriais

• TSH sérica

Maioria dos doentes é eutiroideu

Deve ser medido em todos os doentes com nódulo da tiroide;

Valores elevados ou limite superior

do normal de TSH associam-se a

maior risco de malignidade

• Calcitonina sérica

Doseamento é controverso

Sem recomendações definitivas

Carcinoma medular da tiroide!!! e Hiperplasia das cél C

• Tiroglobulina sérica (Tg)

Doseamento não é recomendado (!!!) não especifica nem sensívelUsada como análise de

follow-up

• Anticorpos anti- TPO (anti- thyroid peroxidase)

Doseamento não é necessário

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Estudo imagiológico

• Cintigrafia da tiroide- Indicado apenas em doentes com

- Permite avaliação da função do nódulo;

- Nódulo hiperfuncionante capta mais radioisotopos -> nódulo quente

- Se nódulo HIPERfuncionante sem indicação para CAAF

( nódulos quentes raramente malignizam)

• Ecografia da tiroide

- Permite determinar características dos nódulos:

Tamanho, localização, composição, ecogenecidade, margens, calcificações, forma,

vascularização

- Permite avaliar estruturas adjacentes -> gânglios linfáticos

Deve ser realizada a todos os doentes com nódulo da tiroide;

nódulo da tiroide + TSH suprimida

(<0,1mIU/L);

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Estudo imagiológico

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Citologia por Aspiração por agulha fina (CAAF)

• Gold standard de avaliação dos nódulos da

tiroide;

• Por palpação direta ou preferencialmente eco-

guiada

• Gânglios cervicais ecograficamente

suspeitos devem ser avaliados por

CAAF com exame citológico e

doseamento de Tg

( excluir se são metástases de

carcinoma da tiroide)

TC / RM cervical

• Não necessário por rotina.

Nódulo da tiroide

Abordagem diagnóstica

97ATA Guidelines, 2015

Risco

intermedio ou

alto, CAAF se

>= 1cm

Risco baixo

CAAF se

>= 1,5cmRisco muito

baixo, CAAF se

≥2cm

Benigno

NÃO CAAF

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Citologia por aspiração por agulha fina (CAAF)

Exceções nas quais se pondera CAAF mesmo em nódulos < 1 cm:

• Gânglios cervicais ecograficamente suspeitos com nódulo < 1cm -> avaliação do

nódulo por CAAF;

• Doente com factores de risco para malignidade e nódulo < 1 cm -> considerar CAAF

Restantes -> vigilância (frequência e duração avaliado caso a caso)

Excepções

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

Citologia por aspiração por agulha fina (CAAF)

E quando há mais de um nódulo???

100

6/15

30. O algoritmo clínico

História clinica Ecografia

TSH

Critérios

clínicos

suspeitos

Critérios ecográficos

Suspeitos

Normal/alta Baixa

Sim

Sólido Misto Quístico puro

10-15 mm 15-20 mm 40 mm

C

A

A

F

10 mm

Cintigrafia

Hipo ou isofixante Hiperfixante

isofixante

Não

Sim

Não

Nódulo da tiroideDiagnóstico citológico

Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology

Nódulo da tiroideAbordagem terapêutica

Citologia: Benigna Risco malignidade 0-3%

Nódulo hiperplásico, adenomas coloides, bócio nodular, tiroidite de Hashimoto, tiroidite granulomatosa,

• Abordagem conservadora, sem cirurgia (excepto se sintomático);

• Follow-up de citologia benigna:

- Alta suspeição de malignidade -----------------------> Ecografia + CAAF em 12 meses

- Intermédia e baixa suspeição de malignidade ---> Ecografia em 12-24 meses.

- Muito baixa suspeição de malignidade------------> Ecografia em 24 meses.

Citologia: Não diagnóstico/Insatisfatório Risco malignidade 1-4%

• Necessário 6 folículos, cada um com 10-15 células de, pelo menos, dois CAAF.

• Repetição CAAF

Nódulo da tiroideAbordagem terapêutica

Citologia: Indeterminada

• Lesão folicular ou atipia de significado indeterminadoRisco malignidade 5-15%

▪ Abordagem controversa.

▪ Devem avaliar-se: fatores de risco clínicos e características ecográficas;

▪ Preferência do doente;

▪ Repetir CAAF

→ Se CAAF não disponível ou inconclusivos → Decisão sobre vigilância ou

cirurgia baseada nos fatores de risco clínicos e ecográficos

Nódulo da tiroideAbordagem terapêutica

Citologia: Neoplasia folicular ou suspeito de neoplasia folicular Risco malignidade 15-30%

Abordagem:

▪ Características clínicas, ecográficas e preferência do doente

▪ Excisão cirúrgica diagnóstica (lobectomia)

--se for carcinoma folicular exige totalização de excisão da tiroide

▪ Adenoma folicular vs Carcinoma folicular ( dx na peça operatória)

Nódulo da tiroideAbordagem terapêutica

Citologia: Maligno Risco malignidade 97-99%

Tumor papilar, tumor folicular, tumor cél de Hurthle, tumor medular, linfoma, tumor anaplásico,

metastização.

Abordagem cirúrgica!

Vigilância apenas se:

▪ Microcarcinoma papilar (< 1 cm)

▪ Alto risco cirúrgico

▪ Baixa esperança de vida

▪ Neoplasia metastática -> investigação tumor primário

Citologia: Suspeito de malignidade Risco malignidade 60-75%

• Abordagem cirúrgica! (lobectomia vs tiroidectomia).

Nódulo da tiroideAbordagem diagnóstica

FNA-fine needle aspiration

AUS/FLU- atypia (or follicular

lesion) of undetermined

significance

FN-folicular neoplasia

“R”-identificação das

recomendações nas

guidelines ATA american

thyroid association 2015

MÓDULO I

MARIANA LOPES PINTO PG

lopespintomariana@gmail.com

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Slides-adaptados de Daniela Cavaco

NEOPLASIA TIROIDEIA T e m a B

LEGENDA DA AULA

MD

D

P

GD […]

Mecanismos de Doença

Diagnóstico

Prevenção

Gestão do Doente

Raciocínio!

Conceito importante

Integração de conhecimentos

Conteúdos extra bibliografia

SIGLAS

▰ BMN – bócio multinodular

▰ T3L – T3 livre

▰ T4L – T4 Livre

▰ HAI – Hipotiroidismo Auto-Imune

▰ CAAF – Citologia aspirativa por agulha fina

▰ DG – doença de Graves

▰ Tg – Tiroglobulina

▰ Tx – tratamento

▰ TBG- thyroid binding globulin

▰ TTR- transtirretina

▰ Anti-TG: anticorpos anti tiroglobuina

▰ Anti-TPO: anticorpos anti tireoperoxidase

▰ IBP-inibidor da bomba de protões

▰ FA- Fibrilhação auricular

▰ CX- cirurgia

▰ Px: prognóstico

▰ EA-efeitos adversos

▰ AAF – Aspiração por Agulha Fina

▰ FNA – Fine Needle Aspiration

▰ CDT – Cancro Diferenciado Tiroide

▰ PTC – Papilar Thyroid Cancer

▰ FTC – Folicular Thyroid Cancer

▰ MTC – Medular Thyroid Cancer

▰ TSH – Thyroid Stimulating Hormone

▰ EO– exame objectivo

▰ PAF-polineuropatia amiloidótica famíliar

▰ NEM –Neoplasias endócrinas múltiplas ( MEN-multiple endocrine

neoplasia)

▰ CDT- carcinoma diferenciado da tiroide

▰ AD-autossómico dominante

▰ Eco-ecografia

▰ SNC- sistema nervoso central

BIBLIOGRAFIA

NEOPLASIAS DA TIROIDE

NEOPLASIAS DA TIROIDE

Agre

ssiv

idade

Carcinoma PAPILAR

Carcinoma FOLICULAR

Carcinoma MEDULAR

Carcinoma ANAPLÁSICO

CARCINOMA DIFERENCIADO DA TIROIDE

-Origem células foliculares

Origem células C /parafoliculares

++ CALCITONINA

+++AGRESSIVO, rápido, invasivo, disfagia, disfonia,dispneia

PESSIMO PX!

QT-ineficaz; RT: pode ter alguma resposta…

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

Optimo prognóstico

>95% sobrevida a

5anos

Carcinoma PAPILAR

Carcinoma FOLICULAR

+Frequente 80-90%

+Multifocal

Invasão local, Disseminação linfática

Pior px se: >45anos, >2,5cm, envolvimento de gânglios,

invasão de capsula, variante de Hurthle

+ agressivo que carcinoma papilar→metastiza mais !

Disseminação para gânglios cervicais e à distância

osso/SNC/pulmao

Pior px se: >50anos, >4cm, ++invasão vascular

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

+ Frequente 80-90%

Optimo prognóstico

>95% sobrevida a

5anos

Carcinoma PAPILAR

Carcinoma FOLICULAR

+Multifocal

Invasão local

Disseminação linfática

Pior px se: >45anos, >2,5cm, envolvimento de gânglios,

invasão de capsula, variante de Hurthle

+ agressivo que carcinoma papilar→metastiza mais !

Crescimento +rapido

Disseminação à distância osso/SNC/pulmao

Pior px se: >50anos, >4cm, ++invasão vascular

SÓ SE Diferencia CARCINOMA FOLICULAR de ADENOMA FOLICULAR na peça operatória!

Papilar Folicular(Inclui Ca de cél Hurthle)

% tumores da tiroide 80% 6-10%

Fator de risco Exposição a radiação Défice iodo

Bócio

Idade apresentação 30-40 anos 50 anos

Mulheres/Homens 2/1 3/1

Metastização inicial 30-80% ganglionar 10-35 % metástase à distância

(pulmão)

Focalidade Multifocal Nódulo solitário

Sobrevida 10 anos 95% 70-95%

Diagnóstico Eco tiroide e gânglios +CAAF

(CT/RM)

Eco tiroide e gânglios + CAAF

(CT/RM)

Outros Tumores mistos papilar/folicular e

variantes foliculares do tumor papilar são

considerados papilares

Diagnóstico de malignidade só é

feito na peça operatória (invasão

vascular e capsular)

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

Carcinoma diferenciado da tiroide

Carcinoma Papilar e Carcinoma Folicular

• Neoplasia maligna endócrina mais comum;

• 5º tumor mais comum nas mulheres.

• > da incidência atribuível ao > do diagnóstico acidental de microcarcinomas (< 1 cm);

• Mortalidade atribuível à doença é baixa -> natureza indolente da maioria dos tumores

• CDT -> sobrevida aos 5 anos quase de 100% na doença localizada

NEOPLASIAS DA TIROIDE

Terapêutica Cirurgia

Tiroidectomia total

Lobectomia

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

TODOS os carcinomas diferenciados da tiróide devem ser submetidos a CIRURGIA

Linfadectomia

NEOPLASIAS DA TIROIDEabordagem pré-operatória

• PET não é recomendada na rotina pré-operatória

• Doseamento de Tg e anticorpos anti-Tg não é recomendada no pré-operatório!

• ECOGRAFIA CERVICAL pré-operatória com avaliação dos compartimentos

centrais e laterais é recomendados para todos os doentes com patologia

maligna.

• CAAF ecoguiada de gânglios linfáticos > 8-10 mm de menor eixo pode ser

realizada para confirmar malignidade se alterar o plano terapêutico (ex na

cirurgia fazer também esvaziamento ganglionar)

• TC ou RM cervical é recomendada no estudo da doença se suspeita de

doença avançada, incluindo tumor localmente avançado e suspeita de

envolvimento ganglionar multiplo.

Carcinoma diferenciado da tiroideTerapêutica cirúrgica

Complicações cirúrgicas de

Tiroidectomia:

Lesão do nervo laríngeo

recorrente->Disfonia

Hipopararatiroidismo

Hematoma local

Infecção

Carcinoma diferenciado da tiroideTerapêutica cirúrgica

Lobectomia:• Sem nódulos contralaterais

• Sem outra patologia tiroide

• Papilares e foliculares bem diferenciados, de

baixo risco

TIROIDECTOMIA

TOTAL

TIROIDECTOMIA

TOTAL

vs

LOBECTOMIA

LOBECTOMIA

➢ ≥ 4 cm➢ cT4

➢ cN1

➢ cM1

➢ > 1cm e < 4 cm

➢ Sem envolvimento extra-tiroideu

➢ cN0

➢ cM0

➢ ≤ 1 cm

➢ Sem envolvimento extra-tiroideu

➢ cN0

➢ Unifocal

➢ Sem história de irradiação cabeça/pescoço

Tiroidectomia Total:

Permite Terapêutica ablativa adjuvante

com Iodo radioactivo

Tg como marcador de follow-up

c=clinical

T=tamanho

N=nódulos

M=metastases

Terapêutica –Linfadectomia

• Se envolvimento ganglionar central clínico/imagiológico

-> dissecção grupo VI (central)

• Dissecção grupo VI profilática -> considerar em doentes com CARCINOMA PAPILAR sem suspeita de invasão

ganglionar clinica do grupo central mas com tumores avançados (T3, T4) ou envolvimento dos gânglios dos

compartimentos laterais.

• T1, T2, pequenos, não invasivos, N0 e maioria dos foliculares -> sem dissecção profilática grupo VI

• Se envolvimento do grupo lateral comprovado em biópsia

-> dissecção terapêutica do grupo lateral

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

Tratamento adjuvante com IODO RADIACTIVO /

ABLAÇÃO com IODO 131

após Tiroidectomia Total (TT)

(Tecido tiroideu residual capta iodo radioactivo e é destruído)

--tratamento com iodo mais eficaz se quantidade minima de tecido tiroideu ( usado após TT)

+ efeito se células “carentes” de iodo→++captação de iodo

(Dieta sem iodo 2 semanas antes)

+ efeito se TSH elevada→células foliculares hiperestimuladas→++captação de iodo

Maior benefício de sobrevida e menos recidiva nos doentes com tumores mais volumosos, +agressivos, invasão vascular

(Sem benefício se tumores T1 ( ≤ 2cm, por si bom px pós op)

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

Carcinoma diferenciado da tiroideTerapêutica adjuvante

Iodo radioactivo (I -131)

• Ablação por radioterapia com iodo não é recomendada rotineiramente após

tiroidectomia ou lobectomia para os doentes com CDT de muito baixo ou

baixo risco de recidiva.

• Considerar após tiroidectomia em doentes de risco intermédio.

• Recomendada por rotina aos doentes de alto risco após tiroidectomia

Usado na ablação de tecido neoplásico remanescente e de

metástaseso loco-regional

e

como marcador na realização de cintigrafia.

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado- Terapêutica adjuvante com iodo 131?

ETE-extensão extra tiroideia

RAI-Iodo radioactivo

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado- Terapêutica adjuvante com iodo 131?

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado- Terapêutica adjuvante com iodo 131?

Carcinoma diferenciado da tiroideEstadiamento

Estadiamento

• Múltiplos sistemas de estadiamento desenvolvidos ao longo dos anos para

predizer mortalidade > tamanho do tumor, histologia, envolvimento extra-tiroideu,

idade do diagnóstico.

Não avalia:

• Características histológicas

• Perfil molecular (mutação BRAF -> mau prognóstico)

• Tamanho e localização de metástases

• Diversos estudos validam AJCC/UICC TNM.

Risco alto: pT3, pT4, N1, M1

Risco muito baixo: pT1a, cN0/pN0, cM0

Risco baixo: pT1b, pT2, cN0/pN0, cM0

Estratificação do risco de persistência ou

recorrência da doença →

“ATA initial risk stratification”

NEOPLASIAS DA TIROIDECarcinoma diferenciado

>4cm ou N

ou M!!!

Carcinoma diferenciado da tiroideEstadiamento

Risco baixo Risco intermédio Risco alto

Sem metastização à

distancia

Metástases à distância

Sem metastização

ganglionar

Gânglios cervicais

envolvidos < 3cm

Gânglios cervicais

envolvidos > = 3cm

Ressecção R0 R1

Sem invasão tecidos

locoregionais

Invasão microscópica do

tecido extra-tiroideo.

Invasão macroscópica de

tecidos extra-tiroideo.

Sem histologia agressiva Histologia agressiva

Sem invasão vascular Invasão vascular

Se realizada cintigrafia pós-

operatoria ausência de

captação de iodo fora leito

tiroideo.

Se realizada cintigrafia pós-

operatoria: captação de iodo

fora leito tiroideo.

Elevação marcada da Tg no

pós-operatório.

Carcinoma diferenciado da tiroideTerapêutica adjuvante

Terapêutica com T4 (levotiroxina)

• Doentes de alto risco > supressão TSH < 0.1 mU/L

• Doentes de risco intermédio > supressão TSH para 0.1 – 0.5 mU/L

• Doentes de baixo risco > TSH mantido no menor valor normal

• Doente com lobectomia e de baixo risco > TSH mantido no menor valor normal

(<2mU/L) podendo não ser necessária terapêutica de substituição com

hormona tiroideia.

Radioterapia ; Quimioterapia

• Radioterapia útil na doença irressecável, localmente avançada ou recorrente e

na metastastização óssea.

• Quimioterapia (apenas em casos seleccionados)

Substituição hormonal e supressão de TSH

TSH estimula células tumorais

“residuais”

(pretendemos valores de TSH

baixos para Não estimular

crescimento celular

tiroideu!!!)

Carcinoma diferenciado da tiroideFollow-up

Avaliação imagiológica

• Ecografia : Após a cirurgia realizada ao leito da tiroide e compartimentos central e lateral aos 6-12 meses

e posteriormente periódicamente (dependente do risco do doente e do valor de Tg)

• Cintigrafia com iodo radioativo : útil quando existem dúvidas sobre existência de doença residual

que não são esclarecidas na ecografia, doentes de alto risco ou persistência da doença.

(exame realizado após terapêutica com iodo-131).

• PET : deve ser considerada em doentes de alto risco com Tg elevado e sem alterações na cintigrafia

corporal.

NEOPLASIAS DA TIROIDE+++ CALCITONINA confirma diagnóstico

Maioria esporádico

Pode estar associado a formas familiares 25% ( transmissão AD)

MEN2 A ( carcinoma medular; hiperparatiroidismo, feocromocitoma)

MEN 2B ( carcinoma medular, neuromas da mucosa, ganglioneuromas

intestinais, fenótipo marfanoide)

Multifocal

Disseminação linfática e à distância

Se proto- oncogene RET mutado-> Investigar gene RET em familiares de 1ºgrau

(se mutação-propor TT profilactica!)

Carcinoma MEDULAR

Terapeutica: Tiroidectomia total +linfadectomia

(1º excluir feocromocitoma!!!)

(células C- NÃO capta Iodo radioactivo)

NEOPLASIAS DA TIROIDE+++ CALCITONINA confirma diagnóstico

Pré-op:

-Dosear CALCITONINA,

CEA ( antigénio carcino embrionário)

Cálcio sérico

-Ecografia cervical

-Doseamento de metanefrinas urinarias/plasmáticas –> Excluir Feocromocitoma!!!

(se sem mutação gene RET E sem hx familiar podemos não dosear)

Carcinoma MEDULARTerapeutica: Tiroidectomia total +linfadectomia

(se <1cm e unilateral, considerar só TT)

NEOPLASIAS DA TIROIDE+++ CALCITONINA confirma diagnóstico

Pós-op:-Estadiamento TNM

-Dosear CALCITONINA:

indetectável--→ risco baixo de recidiva

avaliar calcitonina 12/12meses ( SEM monitorização imagiológica)

<150pg/mL→Reavaliar por ECOGRAFIA →doença macroscópica→CX

→S/ doença macro→monitorizar

>150pg/ml →

Carcinoma MEDULARTerapeutica: Tiroidectomia total +linfadectomia

(se <1cm e unilateral, considerar só TT)

NEOPLASIAS DA TIROIDE

Carcinoma MEDULAR

Ct-calcitonina

HPT-hiperparatiroidismo

CMT- carcinoma medular da tiroide

Cc- compartimento central

ITC- inibidores de tirosina cinase

Tumorogénese

“Activation of the RET-

RAS-BRAF signaling

pathway is seen in up to

70% of Papillary thyroid

carcinomas”

Avaliar mutações

gene RET (

protooncogene) se

carcinoma

MEDULAR ( MTC)

se houver mutação

estudar família em

1ºgrau!

NEOPLASIAS DA TIROIDECaso PNA 2020

NEOPLASIAS DA TIROIDECaso PNA 2020

NEOPLASIAS DA TIROIDECaso PNA 2020

CASOS CLÍNICOS

DISTURBIOS TIROIDEUS

NODULO TIROIDEU

NEOPLASIA DA TIROIDE

Caso 1 – Pergunta 1

• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual que a incomoda esteticamente. Refere ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes.Ao exame objectivo apresenta tiroide palpável, com nódulo no lobo direito, indolor, com cerca de 2cm, móvel com a deglutição e não aderente aos planos profundos.

Perante este caso clínico que exames pediria:

a) Avaliação laboratorial com TSH, T4 livre, T3 livre e PCR

b) Avaliação laboratorial com TSH e ecografia tiroideia

c) Avaliação laboratorial com TSH, T4 livre e ecografia tiroideia

d) Avaliação laboratorial com TSH ,T4 livre, anti-TG, anti-TPO e ecografia cervical

e) Avaliação laboratorial com TSH ,T4 livre, ecografia cervical e cintigrafia

Caso 1 – Pergunta 1

• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual que a incomoda esteticamente. Refere ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes.Ao exame objectivo apresenta tiroide palpável, com nódulo no lobo direito, indolor, com cerca de 2cm, móvel com a deglutição e não aderente aos planos profundos.

Perante este caso clínico que exames pediria:

a) Avaliação laboratorial com TSH, T4 livre, T3 livre e PCR

b) Avaliação laboratorial com TSH e ecografia tiroideia

c) Avaliação laboratorial com TSH, T4 livre e ecografia tiroideia

d) Avaliação laboratorial com TSH ,T4 livre, anti-TG, anti-TPO e ecografia cervical

e) Avaliação laboratorial com TSH ,T4 livre, ecografia cervical e cintigrafia

Caso 1 – Pergunta 1• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.

Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual que a incomoda esteticamente. Refere

ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes.

Ao exame objectivo apresenta tiroide palpável, com nódulo no lobo direito, indolor, com cerca de 2cm, móvel com a deglutição e não

aderente aos planos profundos.

Perante este caso clínico que exames pediria:

a) Avaliação laboratorial com TSH, T4 livre, T3 livre e PCR

b) Avaliação laboratorial com TSH e ecografia tiroideia

c) Avaliação laboratorial com TSH, T4 livre e ecografia tiroideia

d) Avaliação laboratorial com TSH ,T4 livre, anti-TG, anti-TPO e ecografia cervical

e) Avaliação laboratorial com TSH ,T4 livre, ecografia cervical e cintigrafia

Justificação: Doente com nodulo tiroideu deverá ser avaliado por ecografia tiroideia ( excluímos hipótese a). Relativamente aos parâmetros

analíticos a avaliar, neste caso a doente apresenta sintomas que devem levantar a suspeita e de hipotiroidismo ( cansaço e perda de apetite) a

primeira abordagem analítica destes doentes é dosear TSH e fT4. ( resposta c correcta; excluímos hipótese b)) Se for confirmado

hipotiroidismo aí dosear anticorpos anti-Tg e anti-TPO.( excluímos hipótese d)) . Excluímos a hipótese e) por a cintigrafia não estar indicada na

abordagem inicial de doente com nódulo tiroideu. ( Uso na abordagem de doentes com nodulo E HIPERtiroidismo)

Caso 1 – Pergunta 2• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega

medicação habitual.Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Refere ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso estético que a incomoda.Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico de limites bem definidos com 1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita.

• Que abordagem proporia?

a) Cintigrafia

b) Reavaliação ecográfica em 6 meses

c) TC cervical

d) Citologia aspirativa por agulha fina

e) RM cervical:

Caso 1 – Pergunta 2• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega

medicação habitual.Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Refere ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso estético que a incomoda.Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico de limites bem definidos com 1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita.

• Que abordagem proporia?

a) Cintigrafia

b) Reavaliação ecográfica em 6 meses

c) TC cervical

d) Citologia aspirativa por agulha fina

e) RM cervical

Caso 1 – Pergunta 2• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.

Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Refere ainda

cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso

estético que a incomoda.

Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.

Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].

Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico

de limites bem definidos com 1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula

tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita.

• Que abordagem proporia?

a) Cintigrafia

b) Reavaliação ecográfica em 6 meses

c) TC cervical

d) Citologia aspirativa por agulha fina

e) RM cervical

Caso 1 – Pergunta 2• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega

medicação habitual.Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Refere ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso estético que a incomoda.Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico de limites bem definidos com 1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita.

• Que abordagem proporia?

a) Cintigrafia

b) Reavaliação ecográfica em 6 meses

c) TC cervical

d) Citologia aspirativa por agulha fina

e) RM cervical

Neste caso a doente encontra-se em eutiroidismo, pelo que o estudo do nódulo

com cintigrafia não está indicado (utilidade se HIPERtiroidismo), logo excluímos a

hipótese a). Pela ecografia cervical apuram-se critérios de suspeição de

malignidade do nódulo, é sólido e hipoecogénico ,apresenta microcalcificações e

adenopatias. Deste modo o nódulo deve ser avaliado por citologia aspirativa por

agulha fina para exclusão de malignidade ( hipótese d)). Pelos critérios de

malignidade não de deve protelar o estudo do nódulo pela reavaliação ecográfica

em 6 meses( excluímos hipótese b)). A TC e a RM cervicais não devem ser

pedidas por rotina, teriam valor se glândula tiroideia fosse, por exemplo,

mergulhante ou infiltrativa.

Critérios ecográficos

suspeitos:

Caso 1 – Pergunta 3• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.

Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Referia ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso estético que a incomoda.Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico de limites bem definidos com 1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita, gânglios com maior diâmetro de 0.9cm.Foi realizada CAAF sem intercorrências com o resultado de Carcinoma Papilar.Dadas características ecográficas suspeitas das adenopatias, estas foram também biopsadas com doseamento de Tg(tiroglobulina) no lavado da agulha, que foi positivo.

• Qual a opção mais correcta na abordagem desta doente?a) Radioterapia cervical paliativab) Terapeutica com iodo radioactivoc)Lobectomia e esvaziamento ganglionard) Tiroidectomia totale)Tiroidectomia total e esvaziamento ganglionar

Caso 1 – Pergunta 3• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.

Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Referia ainda cansaço e diminuição do apetite. Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso estético que a incomoda.Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico de limites bem definidos com 1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita, gânglios com maior diâmetro de 0.9cm.Foi realizada CAAF sem intercorrências com o resultado de Carcinoma Papilar.Dadas características ecográficas suspeitas das adenopatias, estas foram também biopsadas com doseamento de Tg(tiroglobulina) no lavado da agulha, que foi positivo.

• Qual a opção mais correcta na abordagem desta doente?a) Radioterapia cervical paliativab) Terapeutica com iodo radioactivoc)Lobectomia e esvaziamento ganglionard) Tiroidectomia totale)Tiroidectomia total e esvaziamento ganglionar

Caso 1 – Pergunta 3• Doente do sexo feminino, 28 anos de idade, solteira, engenheira do ambiente. Saudável, nega medicação habitual.

Recorre ao médico de família por nódulo cervical desde há 3 meses, com crescimento gradual. Referia ainda cansaço e diminuição do apetite.

Nega disfagia, dispneia ou outros sintomas acompanhantes. Refere compromisso estético que a incomoda.

Neste contexto realizou avaliação analítica e ecografia cervical.

Análises: TSH 2.6 mu/L (0.27-4.20); T4 livre 1.2 ng/dL [ 0.93 – 1.70].

Ecografia cervical: Glândula tiroideia normodimensionada, destaca-se no lobo direito nódulo sólido hipoecogénico de limites bem definidos com

1.8cm de maior diâmetro, apresenta microcalcificações, sem invasão da cápsula tiroideia. Estão presentes 4 adenopatias na cadeia jugular direita,

gânglios com maior diâmetro de 0.9cm.

Foi realizada CAAF sem intercorrências com o resultado de Carcinoma Papilar.

Dadas características ecográficas suspeitas das adenopatias, estas foram também biopsadas com doseamento de Tg(tiroglobulina) no lavado da

agulha, que foi positivo.

• Qual a opção mais correcta na abordagem desta

doente?

a) Radioterapia cervical paliativa

b) Terapeutica com iodo radioactivo

c)Lobectomia e esvaziamento ganglionar

d) Tiroidectomia total

e)Tiroidectomia total e esvaziamento ganglionar

Resposta correcta : e) Tiroidectomia total e esvaziamento ganglionar

Perante a presença de invasão ganglionar do carcinoma papilar ( as

adenopatias biopsadas positivas para Tg), a abordagem cirurgica deverá

ser por tiroidectomia total e esvaziamento ganglionar.( hipotese e) Não

deverá ser por lobectomia dado o risco de presença de doença da

restante tiroide, logo excluímos c).Neste caso após a TT e

linfadectomia/esvaziamento ganglionar deve ser considerada a

terapeutica com Iodo radiactivo, mas só após TT .(excluímos b)). A

opção por radioterapia cervical paliativa não se aplica, excluímos

hipótese a).