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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO BASE PARA
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
EM UMA ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA
Aluna: Bárbara Fonseca Braga
Orientador: Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2017
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO BASE PARA
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
EM UMA ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão de Sistemas Integrados em QSMS/SGI. Por: Bárbara Fonseca Braga
Rio de Janeiro 2017
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Ana e Francisco, por ser fonte de inspiração todos os dias pela
força, determinação e amor à vida profissional. A eles devo tudo até aqui.
À minha irmã Isabela, por todas as orações voltadas a minha vida profissional
e acadêmica.
À minha sogra Márcia, que me auxiliou e me estendeu as mãos durante todo
esse período.
Ao meu noivo Yan, que abriu mão de muitos momentos de lazer para estar ao
meu lado me auxiliando nesta etapa de maneira tão grandiosa. Nem todas as
páginas desta monografia seriam suficientes para expressar minha gratidão.
RESUMO
O presente trabalho pretende demonstrar como ações de educação ambiental
podem ser consideradas facilitadores para a implantação integrada de um Sistema
de Gestão Ambiental (SGA) em uma organização. Realizou-se pesquisa bibliográfica
teórica e de estudos de casos de implantação de um sistema de gestão ambiental,
além de uma pesquisa, via website, em uma empresa de tratamento de esgoto,
acerca de suas numerosas ações socioambientais e os impactos positivos ao meio
ambiente e a sociedade. Constatou-se que a empresa, por seu tamanho, não possui
um SGA definido e integrado, porém, as ações de educação ambiental e
socioambientais da empresa, envolvendo todas as partes que interagem com ela,
reduziriam a possibilidade de resistência de seus colaboradores no processo de
implantação de um SGA, aumentando a possibilidade de efetividade da implantação,
uma vez que em relação à cultura organizacional, os colaboradores já estariam
imbuídos da conscientização ambiental e da importância de um SGA.
METODOLOGIA
Baseado em vivências acadêmicas e profissionais, o trabalho aborda a
importância da educação ambiental como um todo, porém, seu objetivo principal é
demonstrar que uma empresa que se preocupa com o meio ambiente através da
educação consegue obter mais sucessos para implantar um sistema de gestão
ambiental eficaz, trazendo benefícios sustentáveis, sociais e econômicos.
A metodologia utilizada neste trabalho foi uma pesquisa bibliográfica
explicativa, registrando conceitos, casos de implantação analisados e interpretados,
identificando os impactos dos mesmos, sendo desenvolvida através de materiais
publicados em livros, artigos científicos e vivências pessoais.
Foi desenvolvida também uma pesquisa em uma empresa de tratamento de
esgoto no Brasil através de seu site e alguns colaboradores, pois não foi autorizado
que se fizesse um estudo de caso sobre a empresa, portanto, apesar de citarmos
suas práticas, não explanaremos o seu nome. Buscou-se encontrar ações de
educação ambiental da empresa e esclarecer que ao educar ambientalmente a
eficácia do processo de implantação de um sistema de gestão de ambiental é
aumentada consideravelmente. A empresa desenvolve vários projetos ambientais
trazendo benefícios para seus colaboradores, universitários, crianças e sociedade
como um todo, através da educação.
SUMÁRIO
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
RESUMO 04
METODOLOGIA 05
SUMÁRIO 06
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I SURGIMENTO DA PREOCUPAÇÃO COM QUESTÕES AMBIENTAIS
10
1.1. Gestão ambiental: conceito, benefícios e dificuldades 11
1.2. Conceituando Educação Ambiental 13
1.3. Política Nacional do Meio Ambiente e Política Nacional de Educação Ambiental
14
1.4. Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
15
CAPÍTULO II DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
17
2.1. Sustentabilidade econômica 19
2.2. Marketing Verde e Logística Reversa
21
CAPÍTULO III AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
24
3.1. Ações socioambientais e projetos de educação ambiental 25
3.2. Educação ambiental como base para implantação de um SGA 29
3.2.1 Auditoria de SGA
32
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 37
ÍNDICE 41
7
INTRODUÇÃO
Atualmente é divulgado amplamente o conceito e práticas de
sustentabilidade, que tem como objetivo não esgotar os recursos naturais visando às
gerações futuras. Porém, para que a sustentabilidade seja vivida com sucesso é
necessário que as pessoas se conscientizem sobre a mesma.
O presente trabalho aborda a importância da educação ambiental como base
para implantação de um sistema de gestão ambiental em uma organização. Serão
abordados alguns assuntos sobre este tema, focando também a importância da
educação ambiental juntamente as questões sociais.
A preocupação ambiental surgiu nas últimas décadas do século XX, essa
preocupação iniciou com uma crise de civilização, indagando a racionalidade e as
tecnologias dominantes da época; esse movimento adquire um impulso maior com a
Conferência Rio 92, onde se abordava a diversidade e a igualdade nas relações da
sociedade e o combate à poluição, dando apoio a preservação de recursos naturais
a fim de manter um mundo melhor para as gerações futuras.
Nesta mesma época surge a lei de Política Nacional de Meio Ambiente
(PNMA) que foi responsável pela inserção do componente ambiental na gestão das
políticas públicas. Pouco depois, no ano de 1999 surge a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA) que tem como objetivo regularizar várias atividades
que possam envolver o meio ambiente como um todo, garantindo que haja melhoria,
preservação e recuperação da qualidade ambiental garantindo qualidade de vida a
toda população.
Com o início de tais preocupações foi necessário que as empresas
melhorassem sua forma de atuar, modificando os processos de maneira que não
viesse a impactar negativamente o meio ambiente. Com esta demanda o mercado
viu a necessidade de novos profissionais e novos modelos de gestão, assim
surgindo o sistema de gestão ambiental que tem como objetivo gerir de forma que
não impacte solo, ar e água.
Observando práticas profissionais e acadêmicas, constatou-se a indiferença
com a importância das questões socioambientais. Empresas e outras organizações
que não fomentam a educação ambiental para seus colaboradores, clientes,
8
fornecedores, enfim, todos os steakholders envolvidos no processo, direta e
indiretamente.
Ocasionalmente, o que poderia gerar benefícios econômicos e sustentáveis
para uma instituição é confundido, e aproveitado apenas para manter a instituição
com uma boa imagem, evidenciando estas questões apenas para o marketing.
Abordaram-se resumidamente as primeiras ações relativas à proteção do
meio ambiente, momento em que áreas da sociedade começaram a perceber que
seria necessário esclarecer a população sobre o consumo consciente, a fim de não
esgotar os recursos naturais para não maleficiar as gerações futuras, e
principalmente o meio ambiente.
O presente trabalho mostra que ao investir em ações ambientais, a empresa
adquire diversos benefícios ao implantar um sistema de gestão ambiental,
mostrando também a importância que este sistema pode trazer as questões
econômicas e sociais.
Objetivo
O objetivo do presente trabalho é alertar a importância da educação
ambiental, como um todo, para as organizações e toda a sociedade. Mesmo
voltando-se para empresas, as questões ambientais devem conciliar medidas,
condutas, habilidades e principalmente conhecimentos. É necessário criar
estratégias para que possamos educar nas oportunidades obtidas, visando
principalmente à sociedade para desenvolver consciência ética e ambiental sobre a
vida e suas formas que habitam esse planeta, respeitando os limites dos ciclos e
explorações ao meio como um todo. Precisa-se manter o pensamento crítico, pois
ainda há uma visão não realista da situação atual do planeta, ou seja, as pessoas
ainda não notaram o tamanho do estrago que está sendo causado, mesmo com o
alto poder de reestruturação da natureza, o ser humano ainda consegue arruinar de
forma muito agressiva sem que ela consiga se reestruturar por completo.
Objetivos Específicos
Deseja-se atenuar que a educação ambiental é extremamente necessária
para formar cidadãos com consciência planetária, que respeitem o meio ambiente
como um todo. É notório que estes hábitos seriam muito mais acessíveis, se
culturalmente tivéssemos costumes mais sustentáveis. Temos inúmeros exemplos
9
de catástrofes causadas pela imprudência do homem, e mesmo após estes não
houve mudanças, sendo estas da parte de seres humanos, ou de empresas.
Podemos exemplificar com as queimadas que podem ser causadas por guimbas de
cigarros que são jogadas no chão ou florestas; ou até mesmo com o simples fato do
costume de jogar lixo no chão, ou em rios, causando enchentes; e até mesmo
costumes que passam despercebidos no dia a dia como não desligar a luz quando
saímos de um cômodo em nossas casas ou acostumar-se a tomar um banho
demorado, estas que impactam no consumo desmoderado da água do nosso
planeta. São fatos que prejudicam o ser humano (em longo prazo prejudica-se muito
mais) e mesmo assim ainda há uma limitação para mudança de hábitos rotineiros.
Algumas organizações importam-se apenas em cumprir as leis, evitando
multas, e esquecem que as questões ambientais se fazem necessárias. Um grande
exemplo desta situação é o fato de grandes empresas não implantarem um sistema
de gestão ambiental, e focando as questões ambientais apenas em um profissional,
agregando a um setor único, que geralmente chama-se SGI: sistema de gestão
integrado. Ou até mesmo, grandes empresas que esperam um horário específico
para eliminar gases poluentes, onde não seja percebido pelos órgãos competentes
evitando multas altíssimas e a não visibilidade de seus steakholders, trazendo
imagens negativas àquela determinada marca.
Por isso, despertar no indivíduo a importância da educação ambiental faz-se
essencial. Fazer com que seja disseminado, no intuito de formular uma nova
mentalidade educando para um consumo sustentável e inteligente.
10
CAPÍTULO I
SURGIMENTO DA PREOCUPAÇÃO COM QUESTÕES
AMBIENTAIS
Segundo um artigo publicado por Roberto Naime (2012), a preocupação com
as questões ambientais começaram na década de 60, em virtude da escassez de
matérias primas em um futuro próximo.
Em 1962, Rachel Carson divulga nos Estados Unidos o livro “Primaveras
Silenciosas”, alertando os leitores para efeitos negativos dos agrotóxicos nos
ambientes naturais, conforme explicita Alexandre Sallum (2012).
Analisando informações obtidas no site do Senado brasileiro sobre o histórico
de ocorridos que culminaram na conferência Rio+20, foi elaborado um pequeno
cronograma de acontecimentos. Em 1968, inicia-se uma preocupação maior com as
questões ambientais. Ocorre uma reunião no clube de Roma (chefes de estado,
humanistas etc.). Tratava-se da época da guerra fria, logo, a reunião tinha como
objetivo analisar as questões mundiais e oferecer soluções para o futuro da
humanidade. Chegou-se a conclusão que o mundo deveria diminuir a produção de
forma que os recursos naturais fossem menos utilizados e que pudesse haver uma
redução gradual dos resíduos, especialmente resíduos industriais. (BRASIL, [2012])
Após estes acontecimentos, houve algumas conferências para que pudessem
ser discutidas unicamente as questões socioambientais.
Em 1972, houve a primeira conferência mundial sobre meio ambiente em
Estocolmo, na Suécia, onde foi assinado o tratado de Estocolmo, que tem como
objetivo banir doze poluentes tóxicos que são nocivos ao meio ambiente e a saúde
pública. O documento também teve como objetivo amenizar o impacto negativo
provocado pela industrialização no ambiente natural.
Surge então o primeiro curso universitário de “história ambiental” em 1972,
em Santa Bárbara, na Califórnia pelo historiador Roderick Nash.
Em 1987 surge o protocolo de Montreal que visa resolver os problemas de
deterioração da camada de ozônio, através da redução da produção de gases que
possam impactar negativamente o meio ambiente.
Em 1992, no Brasil realizava-se a conferência mundial para o
desenvolvimento e meio ambiente, também conhecida como Rio 92, quando surge o
11
conceito de sustentabilidade: a construção do crescimento econômico sem esgotar
os recursos naturais visando gerações futuras e o próprio meio ambiente.
Em 1997, no Japão foi assinado o tratado de Kyoto que tem como objetivo
reduzir o nível de emissão de dióxido de carbono, metano e outros gases
prejudiciais ao meio ambiente entre 2008 e 2012.
Porém, em 2001 os Estados Unidos ratificou o protocolo de Kyoto, alegando
impactar a economia do país.
Em 2002, acontece a segunda conferência mundial de desenvolvimento
sustentável em Johanesburgo, na África do Sul para que fossem discutidos os
resultados na conferência Rio 92.
Em 2012, no Rio de Janeiro - Brasil foi realizado outra conferência das
nações unidas sobre desenvolvimento sustentável, conhecida como Rio+20 teve
como objetivo a economia verde no contexto sustentável e da erradicação da
pobreza e a estrutura institucional para desenvolvimento sustentável.
1.1. Gestão ambiental: conceito, benefícios e dificuldades
Entende-se gestão ambiental como um sistema administrativo que tem como
objetivo gerir de maneira sustentável. Desse modo a empresa deve buscar formas
de continuar seu processo de maneira que reduza os impactos ambientais negativos
ao meio ambiente (solo, ar e água).
É possível aplicar a prática de um sistema de gestão ambiental em uma
empresa, introduzindo-a no planejamento empresarial com objetivo de lucrar
economicamente e ambientalmente, pois quando bem aplicado o sistema de gestão
ambiental possibilita a redução de custos direta e indiretamente.
Pode−se exemplificar tais reduções como a diminuição de desperdício de
água e energia como redução de custos diretos. Já os custos indiretos podem ser
referidos por indenizações e sanções relacionados a danos ao meio ambiente,
saúde dos funcionários e da população de comunidades que possam estar nas
proximidades geográficas.
Estrategicamente, as instituições são beneficiadas com as melhorias na
imagem, aumento de produção, comprometimento, adequar-se melhor aos padrões
ambientais, melhoria nas relações com os órgãos governamentais.
12
Para que as empresas possam utilizar esta postura ambientalmente correta a
seu favor, foram criados critérios e normas como uma forma de propagação e
fiscalização. No Brasil, por exemplo, encontra-se a Política Nacional do Meio
Ambiente, que visa adequar as organizações para preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental. Internacionalmente, o conjunto de normas
mais conhecido é o da série ISO 14001, sendo esta uma ferramenta criada para
administrar, priorizar e mencionar os riscos ambientais de uma instituição.
Implantar um sistema de gestão ambiental requer empenho e
responsabilidade de todas as partes interessadas, principalmente a alta direção e
seus colaboradores. É necessário que seja exposto de forma clara que muitos
processos podem causar danos ambientais. A decisão de implantar um sistema de
gestão ambiental deve ser criteriosa, e deve ser mantida uma manutenção dos
documentos e processos.
A gestão ambiental tem como foco administrar de forma sustentável, para que
as organizações consigam reduzir o máximo de impactos ambientais negativos.
Algumas organizações pretendem implantar um sistema de gestão ambiental no
intuito de lucrar apenas financeiramente, além de praticar o marketing verde de
forma irresponsável. O gerenciamento de um processo por meio de ferramentas de
um sistema de gestão ambiental possibilita muitos lucros de produtividade e na
qualidade da empresa, além da satisfação dos stakeholders, fazendo com que
aprendam que sempre é possível melhorar e manter a evolução da qualidade de
seus serviços, e visando o lucro financeiro, tem como principal meta a credibilidade
e confiança dos clientes, em relação às práticas sustentáveis que a empresa utiliza.
Os benefícios e dificuldades na implantação de um sistema de gestão
ambiental podem ser vistos nos quadros a seguir:
Quadro 1 − Benefícios da implantação de um SGA (extraída de SILVEIRA, Michele Plentz; ALVES, Juliano Nunes, 2012, p. 3 )
BENEFÍCIOS DEFINIÇÃO AUTORES
Custos Produtivos
O SGA permite um gerenciamento proativo que passa a identificas oportunidades de produção mais limpa buscando a redução dos custos e, consequentemente, a saúde financeira da empresa.
Tocchetto, 2005
Imagem organizacional
Conformidade com a legislação, minimização de impactos negativos ao ambiente. Resultando na melhoria da imagem da organização na sociedade.
Calado, 2007 Lima: Lira, 2006
Legislação Redução dos custos inerentes ao cumprimento da legislação.
Tocchetto, 2005
Continua...
13
BENEFÍCIOS DEFINIÇÃO AUTORES
Colaboradores
O SGA promove a definição de funções, responsabilidades e autoridades, levando a um aumento de conscientização e motivação dos colaboradores para estas questões ambientais.
Calado, 2007
Benefícios Intangíveis
Melhoria do gerenciamento, padronização dos processos, rastreabilidade de informações técnicas etc.
Guimarães, 2008
Quadro 2 – Dificuldades da implantação de um SGA (extraída de SILVEIRA, Michele Plentz; ALVES, Juliano Nunes, 2012, p. 3 ) DIFICULDADES DEFINIÇÃO AUTORES
Recursos econômicos
Falta de recursos para aquisição de tecnologias para adequar os processos para minimizar os impactos causados durante o processo produtivo.
Carvalho, 2011
Legislação
Dificuldades de implementação de procedimentos de avaliação periódica e de adequação a constantes variações na legislação ambiental aplicável.
Silva, 2006.
Colaboradores Dificuldade de internalização pelos colaboradores do significado de sustentabilidade, bem como de aceitação a novos paradigmas e novas práticas.
Lima; Lira, 2007
Mensuração
Dificuldade de mesurar os resultados da implementação de um SGA, pois este é um tópico complexo e pouco abordado nas organizações.
Santos et al, 2001
Profissionais .
Dificuldade de encontrar pessoas com a qualificação e experiência necessária para implementar o SGA de maneira correta e eficaz.
Hrdlicka, 2009
1.2. Conceituando Educação Ambiental
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, no
Art. 2° da Resolução n. 2, de 15 de junho de 2012, do Conselho Federal de
Educação (BRASIL, 2012),
[...] a educação ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.
A Lei nº 9795/1999, Art 1º, que trata da Política Nacional de Educação
Ambiental, diz:
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
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essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).
E, ainda, em seu Artigo 2º, dispõe que “A educação ambiental é um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente
[...] em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e
não formal” (BRASIL, 1999).
A educação ambiental é fundamental para o progresso da sociedade,
despertando nos cidadãos cuidados básicos que diminuam os impactos ambientais
negativos referentes à nossa existência, como a poluição extrema da água de rios e
mares, do ar, má destinação do resíduo residencial e industrial, uso de combustíveis
fósseis, entre tantos outros exemplos extremamente maléficos para nosso
ecossistema.
As nações de destaque em busca do desenvolvimento tecnológico sem
destruir os recursos naturais existentes possuem a educação ambiental como pilar
da sociedade. Está intimamente relacionada com práticas sustentáveis de
desenvolvimento, tendo como finalidade continuar o progresso social e econômico
sem afetar o ecossistema e seus recursos para as futuras gerações
(CASSAROTTI;PRINCIOTTI,2010).
1.3. Política Nacional do Meio Ambiente e Política Nacional de
Educação Ambiental
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) vem disciplinada pela Lei
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (BRASIL, 1981) e foi recepcionada
pela Constituição Federal de 1988. O direito que está ordenado neste artigo refere-
se ao meio ambiente equilibrado simultaneamente à responsabilidade de quando
uma atividade gera dano ambiental. Objetiva-se ao sustento do equilíbrio ecológico,
lembrando que o Meio Ambiente é um patrimônio público, de uso coletivo e deverá
ser protegido por todos.
A PNMA tem como objetivo regimentar várias atividades que possam envolver
o meio ambiente, para que haja melhoria, preservação, e recuperação da qualidade
do meio ambiente, favorecendo a vida, proporcionando à população condições
propícia para seu desenvolvimento social e econômico.
15
A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), instituída pela Lei nº
9.795/99, tem a coordenação a cargo do Órgão Gestor, Ministério do Meio Ambiente
e da Educação. São atribuições do Órgão Gestor:
I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional; II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área de educação ambiental, em âmbito nacional; III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos na área de educação ambiental (BRASIL, 1999).
A Política Nacional de Educação Ambiental em momento algum
menciona que deverá ser estruturada a educação ambiental no sistema brasileiro,
porém esta política possui um modelo de gestão minimamente instituído,
apresentando uma coerência que pode servir de estrutura para uma proposta mais
orgânica e participativa das competências político-administrativas e das
responsabilidades formadoras dos entes, instituições e organizações que atual no
caminho da educação ambiental do Brasil.
A educação ambiental pode ser vista como base de uma política
sustentável, contribuindo e fomentando a ética ambiental e o respeito ao meio
ambiente, tornando a construção da cidadania em algo coletivo (ZITZKE, 2002 apud
TAUCHEN; BRANDILI, 2006).
1.4. Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser definido como um conjunto
de práticas de uma empresa visando atenuar o impacto ambiental negativo causado
por suas operações, ao mesmo tempo em que melhora seu desempenho perante
seus investidores. Ou seja, o SGA consiste em investir em infraestrutura,
estabelecer processos e procedimentos operacionais baseados nos princípios da
gestão ambiental auxiliando a empresa a reduzir os danos à sociedade, reduzindo a
emissão de poluentes, resíduos, entre outros, gerando uma série de benefícios
ambientais, além de fiscais, de modo a ganhar também na eficiência da produção
(SOARES; FONTANA; MORAIS; 2014).
De acordo com a norma ISO14001 (2004), o objetivo ao implantar um SGA
dá-se em criar uma conscientização ambiental na empresa, proporcionar uma
ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez mais a eficiência e eficácia
16
dos serviços; proporcionar a definição clara de Organização, com responsabilidades
e autoridades de cada função bem estabelecidas; promover a capacidade dos
colaboradores para o exercício de suas funções, estruturadas a partir de seleções,
treinamentos sistemáticos e avaliação de desempenho; reduzir custos através de
uma maior eficiência e redução do desperdício, o que aumenta a competitividade e
participação no mercado; aumentar a probabilidade de identificar os problemas
antes que eles causem maiores consequências (BUTARELO et al.; 2013).
Em artigo publicado por Soares Fontana e Morais (2014), fica elucidado o fato
de que a implantação deste tipo de sistema, baseado na norma ISO 14001, tem
enfrentado uma série de problemas tanto na parte tática da organização, quanto na
parte técnica/operacional, evidenciado através do baixo nível de escolaridade e
educação ambiental, desmotivação e resistência à mudança. Contudo, a
implantação do SGA não é por si só um processo de uma certificação.
17
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Segundo Maimon (1996), as medidas de gestão ambiental alteram a
percepção da empresa perante a sociedade e para fins institucionais, e estão se
tornando cada vez mais prioridades na gestão empresarial e de investimentos
financeiros nas empresas brasileiras. Exemplos recentes de desastres ecológicos
envolvendo a maior empresa do Brasil e uma das maiores do mundo do setor
petrolífero, a Petrobras, provocaram mudanças de estratégias e de sua alta
administração, visando torná-la uma empresa de excelência em gestão ambiental
integrada.
A melhoria no desempenho ambiental nas empresas e outras organizações
advêm de medidas para implantação de sistemas de gestão ambiental, como
resposta às demandas da sociedade e consumidores por práticas sustentáveis.
Neste contexto, algumas empresas deixam de obter o ganho financeiro natural
advindo da implantação de tais medidas, preferindo definir o lucro com fim em uma
distorção do que seriam práticas sustentáveis apelando para um marketing verde
muitas vezes não condizente com a realidade, quando não as fazem apenas para
atender as leis que regem este setor (GIESTA, 2009).
Podemos exemplificar esse parágrafo com a tragédia humana e ambiental
ocorrida no município de Mariana, nas Minas Gerais. Aconteceu em 5 de novembro
de 2015, quando duas barragens de uma mineradora local se romperam na cidade
de Mariana (MG). Nessas barragens havia lama, rejeitos sólidos e água resultante
da mineração na região. Estes rejeitos desembocaram no Oceano Atlântico, através
do Rio Doce, após alastrar-se por vários municípios espírito-santenses. Este caso
divulga uma face cruel do desprezo empresarial e dos poderes públicos para as
questões ambientais, e também dos direitos humanos.
Segundo Herton Escobar, através de artigo publicado no portal online do
Jornal Estado de São Paulo (2015), a mineradora garantiu que não havia materiais
tóxicos, porém foram encontrados metais pesados na lama que escoou para os
municípios e estados vizinhos. Dificilmente a região se recuperará. Caso haja uma
recuperação serão necessários muitos anos para esta, porém, são muitas
consequências que a lama está causando, uma delas é o assoreamento, o acúmulo
18
de sedimentos na calha do rio, causando impactos socioeconômicos e ambientais.
Houve alterações nos padrões de qualidade da água. Um dos impactos é a morte de
animais, terrestres e aquáticos, por asfixia.
Este é apenas um exemplo. Infelizmente sabemos que as questões
ambientais não estão nos assuntos mais importantes nas agendas empresariais. É
onde se aponta a importância da educação ambiental como um todo e a implantação
de medidas sustentáveis, como a implantação eficiente de um sistema de gestão
ambiental por parte das organizações.
O lucro financeiro se faz essencial para todos nós, porém é necessário
disseminar o conhecimento ambiental na sociedade em geral. De fato, a empresa
supracitada vem tentando consertar o desastre implantando projetos ambientais e
sociais, porém, medidas ainda pequenas em relação aos estragos causados pela
maior tragédia ambiental brasileira.
Conforme divulgado no portal do Itamaraty, em 2015 foram divulgados os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por ocasião da Cúpula das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Agenda ONU 2030). Processo
iniciado em 2013, durante a Conferência Rio+20, os ODS deverão orientar as
políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze
anos, sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
A Figura 1, abaixo, exemplifica os Objetivos da Agenda 2030:
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Figura 1 − Agenda ONU 2030 (extraído de ITAMARATY, [2015], p. 1)
2.1. Sustentabilidade econômica
O termo desenvolvimento sustentável, formalizado ao mundo na Conferência
“Rio 92” tem como premissa três princípios básicos: desenvolvimento econômico,
proteção ambiental e equidade social.
Citar a sustentabilidade excluindo as questões econômicas é impossível,
considerando que muitos problemas de natureza ambiental têm como origem a falta
de planejamento estratégico industrial, com organizações não se preocupando em
poupar os recursos naturais visando às gerações futuras.
O conceito de sustentabilidade econômica é para muitos um termo fantasioso.
Porém, ele tem como objetivo, primeiramente empreender com recursos menores, e
que venha a produzir resultados.
A sustentabilidade econômica visa o presente e o futuro em um só conceito,
levando princípios básicos como critérios que propõem um desenvolvimento
sustentável, como a geração de energia limpa (eólica, solar), que geraria energia
sem impactar negativamente o meio ambiente e diminuiria o custo na conta de luz.
Conforme Quadro 3, são ações economicamente sustentáveis:
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Quadro 3 − Possíveis ações econômicas em empresas e governos (adaptada de LINS, Clarissa, 2012, p. 1)
EMPRESAS
1. Utilização, sempre que possível, de fontes de energia limpa e renovável.
2. Tratamento de todos os resíduos orgânicos e materiais gerados no processo produtivo, inclusive priorizando a reciclagem do lixo.
3. Processos produtivos que usem de forma racional a energia elétrica e a água.
4. Tratamento adequado a todos os poluentes gerados na produção de mercadorias e serviços.
5. Uso, sempre que possível, de meios de transportes de mercadorias mais econômicos e menos poluentes. O meio ferroviário e marítimo são os mais recomendáveis.
GOVERNOS
1. Políticas de desenvolvimento de infraestrutura necessárias que não agridam o meio ambiente.
2. Incentivos fiscais para empresas que reciclam ou desenvolvem tecnologias que visem o desenvolvimento sustentável.
3. Fiscalização e punição as empresas que poluem ou gerem qualquer tipo de dano ambiental.
4. Conciliação, através de políticas econômicas, entre desenvolvimento econômico (geração de renda, empregos e crescimento econômico) com uso racional de recursos naturais e proteção ao meio ambiente.
Ainda segundo LINS (2012), resultados destas ações se traduzem em
vantagens da sustentabilidade econômica, tais como: - Empresas, governos e cidadãos só têm a ganhar com estas atitudes, pois terão um meio ambiente preservado, maior desenvolvimento econômico e a garantia de uma vida melhor para as futuras gerações; - Cidadãos e consumidores que priorizam empresas e governos que tenham imagens ecologicamente positivas; - Empresas e governos com ações sustentáveis produzem mais economias financeiras a médios e longos prazos.
As empresas têm como grande desafio adequar-se as questões supracitadas,
trazendo benefícios econômicos e sustentáveis, porém, o que encontramos hoje é
uma preocupação maior com os ganhos financeiros imediatos. Agregando aos
ganhos econômicos, ganhos ambientais e sociais, a empresa tem maior chance de
21
se perpetuar, adaptando-se às mudanças da sociedade e contribuindo positivamente
na construção de um futuro melhor.
2.2. Marketing Verde e Logístico Reversa
Marketing verde é uma estratégia de marketing destinada ao processo de
venda de produtos e serviços que são fundamentados em seus benefícios ao meio
ambiente.
[...] o marketing verde consiste no conjunto das atividades concebidas para produzir e facilitar a comercialização de qualquer produto ou serviço com a intenção de satisfazer necessidades e desejos humanos, porém causando impacto mínimo ao meio ambiente. Envolve modificação de produtos e embalagens, bem como mudanças em processos de produção e publicidade. . (POLONSKY, 1994, p. 2 apud LOPES, 2014, p. 118).
Sua importância se deve ao fato de as pessoas utilizarem recursos limitados
para satisfazerem desejos ilimitados.
É baseado no pressuposto de que os consumidores querem um meio
ambiente mais limpo e estão dispostos a pagar por isso. É a estratégia de vinculação
da marca, produto ou serviço a uma imagem ecologicamente consciente. O
marketing verde consiste em melhorar a imagem da empresa através da
sustentabilidade. Como exemplo, imagine-se que uma empresa de bebidas criou
uma embalagem “sustentável”, onde consistia em um produto mais caro, porém,
após o consumo seria destinado para a reciclagem. A ideia parece boa, mas o ideal
neste caso seria criar uma logística reversa, para que realmente fosse garantido um
impacto ambiental positivo.
A definição de logística reversa, de acordo com o Art. 3º, item XII, da Lei
n. 12. 305, de 2 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010), consiste em um método no qual
o instrumento de desenvolvimento econômico e social é caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em
seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada.
Em outras palavras, a logística reversa defende a prática de que todo
produto deverá ter seu destino adequado e as empresas devem adotar medidas
para que isso aconteça. Um exemplo de sucesso na utilização da logística reversa é
a empresa americana Apple, que desde 2013 adotou medidas simples, como a
22
oportunidade para seus clientes levarem seus Iphones antigos em qualquer loja da
Apple nos Estados Unidos, em troca de dinheiro ou em bônus para aquisição de um
novo celular (APPLE..., 2013).
Medidas como esta diminuem os resíduos eletrônicos, um dos mais
crescentes e com maior potencial de reaproveitamento atualmente. Fato agravado
por este resíduo possuir alto índice de concentração de materiais tóxicos e nocivos a
saúde e ao meio ambiente se descartados de forma inadequada.
A Figura 2 ilustra o processo de logística reversa.
Figura 2 − Logística reversa (extraído de LOGÍSTICA..., 2010, p. 1)
Analisando os exemplos supracitados, pode-se observar as diferentes
formas de se buscar a sustentabilidade, a importância da educação ambiental e
como deveria estar presente em nossa sociedade de forma mais ampla; mais ainda,
como a educação ambiental de seus stakeholders pode servir de base para a
implantação de um sistema de gestão ambiental de uma organização, gerando
benefícios para a sociedade, além de estímulo às empresas para a diminuição de
impactos ambientais negativos, aumento de ações benéficas para o meio ambiente,
fazendo com que seus consumidores tenham esta percepção e multipliquem tais
ações. A ideia é exatamente alcançar o público e expor as informações de forma
23
fomentadora, estimulando práticas e ações sustentáveis, pois a falta de
conhecimento e instrução sobre os processos relativos às questões ambientais é um
dos maiores empecilhos para uma mudança.
24
CAPÍTULO III
AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Analisou-se uma empresa de grande porte do setor de tratamento de
efluentes localizada no Rio de Janeiro, e constatou-se a eficácia de seu programa de
educação ambiental. Em parcerias com os diversos setores da sociedade, a
iniciativa visa promover e apoiar ações de educação ambiental, por meio da
transmissão de conhecimentos sobre os processos de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário; difusão de práticas de conservação do meio ambiente,
sobretudo por meio do uso consciente da água, gestão de resíduos e a
universalização do saneamento básico, além de possuir diversos programas de
ações ambientais. Contudo, a empresa não possui um sistema de gestão ambiental
formalizado e essa é a grande questão, pois ainda há resistência, principalmente em
relação ao custo do investimento inicial para implantação, fato este que se torna
irrelevante quando se pensa nos ganhos a curto, médio e longo prazo que trarão
não só para a organização, mas para toda a sociedade com a qual ela interage e
principalmente ao meio ambiente.
A empresa é responsável pelos serviços de esgotamento sanitário em
determinada regiões na cidade do Rio de Janeiro. Hoje atua na operação e
manutenção do sistema de coleta e tratamento do esgoto doméstico, tendo como
objetivo principal a expansão da oferta de serviços, por meio do investimento na
implantação de redes coletoras, coletores-tronco e estações de tratamento. Atua
também na gestão comercial da água e do esgoto, que inclui a leitura e emissão de
contas, ações de vistoria para regularização das instalações e verificação de uso
regular de água, entre outras, assim atuando em 21 bairros do Rio de Janeiro.
O Programa de Educação Ambiental da empresa possibilita o planejamento e
gerenciamento das ações de Educação Ambiental. Em parcerias com alguns setores
da sociedade, a ação tem como objetivo estimular e apoiar ações de educação
ambiental, através da transmissão de conhecimentos sobre os processos de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário; propagação de práticas de
conservação do meio ambiente, sobretudo por meio do uso consciente da água,
gestão de resíduos e a universalização do saneamento básico.
25
São estabelecidas metas anualmente e definidas estratégias para serem
executadas nas filiais da empresa, tendo como objetivo aderir ao momento e
contexto atual da organização. O escopo do Programa abrange vários tipos de
atividades voltadas tanto aos colaboradores da empresa quanto a estudantes de
instituições de ensino (escolas e academia), clientes, comunidades e fornecedores.
A empresa dispõe de vários métodos com seus colaboradores, e sociedade
incluindo universitários e crianças.
Aos colaboradores, são ministradas palestras e orientações referentes ao uso
consciente fora do ambiente de trabalho, além de apontar a importância da mesma,
como por exemplo, a implantação do sistema de água de reuso, na intenção de
aproveitar o efluente tratado para utilizar nas obras realizadas pela empresa.
Destinada à sociedade, a empresa dispõe um setor específico, onde
profissionais especializados dirigem-se até comunidades no Rio de Janeiro,
encontrando-se muita dificuldade para implantação de um saneamento básico
propício aos moradores daquela região. Estes profissionais vão até estas
comunidades no intuito de conversar com os moradores, e até mesmo pessoas
ligadas ao tráfico de drogas, onde existe muita resistência às obras para
encanamento do esgoto. A empresa dispõe também de visitas as estações de
tratamento de esgoto destinadas as crianças de escolas públicas, no intuito de
alertar a importância do esgoto e seu tratamento, da água como um todo.
3.1. Ações socioambientais e projetos de educação ambiental
Programas de Reflorestamento
Uma das concessões desta empresa, localizada na região serrana do Rio de
Janeiro, proporciona desde 2002 um projeto de reflorestamento, pelo qual já plantou
mais de 30 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica em mais de cinco
regiões. Projeto este tem parceria com a Secretaria do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável desta cidade e tem como meta manter o patrimônio
genético e conservar os mananciais da cidade, assim garantindo água em
quantidade e qualidade para a população e visitantes daquela região.
Aproximadamente quarenta espécies de árvores já foram plantadas, entre
elas as espécies: Paineira, Guapuvuru, Umbaúba, Ipê, Jequitibá, Quaresmeira.
26
A concessão local dispõe de uma estufa para produzir as mudas e sementes
em uma das estações de tratamento de esgoto (ETE) contando também com outra
estufa e um viveiro em outra ETE.
Algumas dessas árvores são escolhidas de forma especial por
disponibilizarem resistência ao fogo, como por exemplo, o ipê amarelo, que tem
grande mestria em recuperar-se e ótima e linda floração.
Este projeto já auxiliou no controle das chamas, em um incêndio que
aconteceu em agosto de 2011, dificultando que o fogo avançasse em direção a área
reflorestada, incluindo um monumento natural da região, que tem grande
importância cultural e turística.
No Leste Fluminense, conveniada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a
empresa realiza o reflorestamento de um rio local, sendo este a principal fonte do
sistema de abastecimento que fornece água a cidade. Integrando o projeto, a
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro inclui o reflorestamento das margens
deste rio, tendo hoje o total de 0,5 milhão de mudas plantadas.
Esta ação proporciona muitos benefícios para o meio ambiente, turismo local
e para a sociedade. Tais como: preservação e recuperação de ecossistemas
degradados, recuperação das nascentes, embelezamento da paisagem, amenização
do clima, reduzindo a temperatura média, fornecimento de abrigo e alimentação para
a fauna, estímulo ao ecoturismo, controle da erosão do solo e prevenção de
deslizamentos de terra, prevenção do assoreamento de rios e açudes, valorização
de imóveis locais, retenção de poluentes atmosféricos, assim diminuindo os gases
que colaboram para o aquecimento global.
Corrida pelo Meio Ambiente
Comemorando o dia do meio ambiente, a concessionária localizada na região
serrana do Rio de Janeiro promove uma corrida que tem como meta incentivar o
esporte atraindo corredores profissionais a cidade e alertar a população local sobre
os cuidados com o bem-estar, saúde e a importância da preservação ambiental. O
percurso é de cinco quilômetros e a inscrição é de livre acesso a população.
Águas de reuso
A água de reuso industrial é produzida a partir do esgoto tratado. Esse
efluente, que seria devolvido à natureza dentro das condições exigidas pela
27
legislação, passa por um novo tratamento, complementar, com tecnologia de ponta,
que inclui membranas de ultrafiltração e osmose reversa.
Juntamente com uma prefeitura, a concessão reutiliza a água retirada das
estações de tratamento de esgoto para regar as plantas e parques da cidade. A
água e os insumos oriundos do tratamento do lodo são utilizados na restauração de
ruas como base e sub-base para recapeamento do asfalto. Já em uma das estações
de tratamento de esgoto localizadas na zona oeste do Rio de Janeiro, o projeto água
de reuso foi implantado na finalidade de abastecer caminhões pipas para ser
utilizado nas obras locais.
Biodigestores
Os biodigestores são equipamentos completamente fechados servindo para
tratar biologicamente resíduos orgânicos, reaproveitando nutrientes, gerando biogás
e limitando em até 70% a matéria orgânica. Interligados a biofiltros e a zonas de
raízes, aumenta-se capacidade de retirada da carga orgânica, podendo alcançar
90% de eficiência.
O tratamento de esgotos realizado por biodigestores na região serrana do Rio
de Janeiro é referência nacional. O processo constitui o único recurso para
tratamento de esgoto em regiões topograficamente acidentadas e com ocupações
desordenadas.
O processo com biodigestores é uma solução prática e tem grande mérito em
relação às questões socioambientais, pois antes da idealização do projeto realiza-se
na comunidade um trabalho de educação ambiental, gera mão de obra local, o gás
que é gerado é usufruído na própria comunidade, e o tratamento não gera cobrança
financeira. Há também a reciclagem, pois para a estruturação dos biodigestores são
utilizados milhares de pneus, garrafas pets, entre outras matérias poluentes que são
despoluídos ao ganhar uma função sustentável.
Os benefícios desta ação são presentes na saúde humana, a fauna e flora
local, e a economia. São estes alguns benefícios: diminuição da exclusão energética
pela geração do biogás, diminuição na emissão dos gases de efeito estufa,
capacitação dos agricultores (geração de mão de obra local), redução da
mortalidade animal, aumento de forragem, redução nos custos energéticos,
preservação da vegetação local, melhoria na qualidade do solo e ar, melhores
condições sanitárias para a fauna local.
28
Atualmente cinco bairros têm biodigestores, tratando o esgoto de
aproximadamente seis mil habitantes.
A Figura 3 abaixo demonstra como funciona o processo de um biodigestor:
Figura 3 − Biogestor (extraído de NOVUS, 2011, p.1)
Programa de Gestão de Resíduos
A empresa dispõe de um programa corporativo em ação agrupada aos
colaboradores que compõe algumas ações que tem como objetivo minimizar os
impactos negativos que os resíduos sólidos podem ocasionar ao meio ambiente e
em suas atividades. A ação difunde na empresa o desenvolvimento dos 3 R’s:
reduzir, reutilizar e reciclar. Incluindo práticas como a atenuação da utilização de
copos descartáveis, e coleta seletiva.
Coleta de Óleo
A empresa atua com o projeto de coleta de óleo em duas de suas
concessões. A iniciativa tem como objetivo coletar óleo de cozinha residencial e
estabelecimentos comerciais, fazendo com que diminua a inserção desses óleos
diretamente nos corpos d’água.
Em uma concessão no leste fluminense, o projeto tem como parceiro a
secretaria municipal do meio ambiente, recursos hídricos e sustentabilidade e o
sindicato dos postos de combustíveis, atuando com postos de coleta pela cidade.
Esta ação traz muitos benefícios para o meio ambiente, pois diminui a
poluição de rios, mares e aterros, diminui a possibilidade de entupimento nas redes
de esgoto, assim, reduzindo o custo do tratamento. Além destes benefícios, o óleo
coletado pode ter vários destinos como a produção de resinas para tintas, produção
de sabão, detergentes e glicerina, produção de ração para animais e pode ser
29
utilizado para produção de biodiesel, que consiste em um combustível
consideravelmente menos danoso ao meio ambiente.
Reaproveitamento do lodo para agricultura de feijões
Em uma de suas concessões no Sul do estado do Rio de Janeiro, o lodo que
vai para compostagem (processo biológico de decomposição e reciclagem) é
reutilizado na agricultura de feijões em uma das cidades vizinhas.
Em suma, mesmo não possuindo um sistema formal de gestão ambiental, a
empresa possui diversos programas internos e externos de conscientização e
educação ambiental, o que pode ser considerado o primeiro passo para facilitar a
implantação de um SGA. As ações da empresa buscam minimizar os impactos
ambientais negativos na sociedade através da educação ambiental.
Além da consciência ambiental e dos programas e ações já praticados, é
necessário o comprometimento do topo da hierarquia organizacional da empresa,
realizar parceria com a área de gestão de pessoas, implantar a preocupação
ambiental na cultura organizacional da empresa para minimizar assim resistências
às mudanças.
3.2 Implantação de um SGA
A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), adotado em
escala mundial baseando-se na norma ISO 140011, pode ser usada como estratégia
das organizações para aprimorarem seus processos, reduzindo os impactos
negativos das atividades da organização em relação ao meio ambiente, melhorando,
como já dito antes, tanto a imagem da empresa quanto a possibilidade de lucros
financeiros.
A Figura 4 a seguir, apresenta as etapas a serem contempladas na
implantação e execução de um Sistema de Gestão Ambiental.
1 “A Conformidade do sistema de gestão da empresa com a norma ABNT NBR ISO 14001 garante a redução da carga de poluição gerada [pelas] organizações porque envolve a revisão de um processo produtivo visando à melhoria continua do desempenho ambiental, controlando insumos e matérias-primas que representem desperdícios de recursos naturais. Certificar um Sistema de Gestão Ambiental significa comprovar junto ao mercado e a sociedade que a organização adota um conjunto de práticas destinadas a minimizar impactos que imponham riscos à preservação da biodiversidade.” (ABNT, ®2014)
30
Figura 4 − Etapas de execução e implantação de SGA (elaborada pela autora)
De acordo com Braga (2005), a implantação de uma SGA segue cinco
princípios básicos:
Princípio 1: Conhecer o que deve ser feito; assegurar comprometimento com o SGA e definir Política Ambiental. Princípio 2: Elaborar um Plano de Ação para atender aos requisitos da política ambiental. Princípio 3: Assegurar condições para o cumprimento dos Objetivos e Metas Ambientais e implementar as ferramentas de sustentação necessárias. Princípio 4: Realizar avaliações quali-quantitativas periódicas da conformidade ambiental da empresa. Princípio 5: Revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos e metas e as ações implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa.
POLÍTICA
AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO E
AÇÕES
CORRETIVAS
ANÁLISE CRÍTICA
PELA
ADMINISTRAÇÃO
IMPLANTAÇÃO E
OPERAÇÃO
PLANEJAMENTO
31
De acordo com a ABNT (2004), concatenando com o explicitado por
BUTARELO et al. (2013) quanto à definição de política ambiental, a Alta
Administração da organização deve assegurar que:
a) Seja apropriada à sua natureza e aos impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços; b) Inclua compromisso com a melhoria contínua e a prevenção de poluição; c) Inclua compromisso com o atendimento da legislação ambiental e outros requisitos; d) Forneça estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas ambientais; e) Seja documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os seus funcionários e aos terceiros; f) Esteja disponível ao público. Nada mais é do que a declaração da organização, expondo suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para a ação e definição dos seus objetivos e metas ambientais.
Ainda segundo a ABNT (2004), os requisitos abordados na fase de
planejamento do Sistema de Gestão Ambiental da ISO 14001são os seguintes:
a) Aspectos Ambientais: Identificar e documentar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços, levando em consideração os desenvolvimentos novos ou planejados; b) Obrigações Legais e Outros Requisitos: Identificar, ter acesso e definir procedimentos de atualização da legislação e outros requisitos que se aplicam; c) Objetivos, Metas e Programas Ambientais: Estabelecer e manter objetivos e metas ambientais, todos documentados para cada função e nível relevante dentro da organização.
Na fase de implantação do Sistema de Gestão Ambiental, a ABNT (2004)
dispões que seguintes requisitos devem ser contemplados:
a) Estrutura Organizacional e Responsabilidade; b) Treinamento, Conscientização e Competência; c) Comunicação; d) Documentação do Sistema de Gestão Ambiental; e) Controle de Documentos; f) Controle Operacional; g) Preparação e atendimento a emergências.
A ABNT (2004) também determina, em relação à verificação e ação corretiva,
os seguintes tópicos:
a) Monitoramento e Medição: O sistema deve prever ações de monitoramento e controle para verificação da existência de problemas e apresentar formas de corrigi-los; b) Não conformidade e Ações Corretivas e Preventivas: Não conformidade significa qualquer evidência que foge dos padrões estabelecidos com base nos aspectos legais. Ações Corretivas são
32
procedimentos que possibilitem a eliminação da não conformidade e sua não reincidência; c) Registros: A empresa deve estabelecer procedimentos para registro de atividades do Sistema de Gestão Ambiental, incluindo informações de treinamentos realizados, registros devem ser claros, mantidos em ambientes seguros, prontos para consulta; d) Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental: Entende-se por auditoria o procedimento de verificação dos cumprimentos das etapas de implementação e manutenção do Sistema de Gestão Ambiental, devendo ser periódicas.
Um dos principais fatores que dificultam a implantação de um SGA é
precisamente a resistência à mudança e a necessidade de controle e monitoramento
excessivo devido à falta de interesse dos colaboradores. De fato, o indivíduo não
recebe quase nenhuma formação ambiental durante sua vida e, até mesmo se a
organização possuir a sustentabilidade como pilar de sua cultura, não significa que
seus colaboradores estejam alinhados a mesma. Por isso, um dos fatores que mais
facilitam a implantação e a resistência ao novo, é a educação ambiental. Programas
como os citados no tópico anterior causam o envolvimento de vários atores da
sociedade, inclusive dentro da empresa, levando as preocupações ambientais a um
patamar maior do que apenas a cultura organizacional da empresa, e sim, uma nova
forma de existir e se relacionar com a sociedade a qual faz parte (SILVEIRA;
ALVES, 2012).
Relacionando tais princípios com uma educação ambiental prévia, promovida
pelas organizações, o nível de resistência às mudanças causadas durante a
implantação seria ínfimo. A assimilação, tanto dos objetivos quanto da importância
de um SGA, por pessoas ambientalmente educadas, seria extremamente mais fácil,
além de fazer parte da cultura organizacional de forma mais intensa.
3.2.1 Auditoria de SGA
Uma das maneiras de garantir a excelência em um sistema de gestão
ambiental é através de auditorias ambientais, que garante a evolução do processo
de implantação, assegurando também que o sistema mantenha-se competente.
A auditoria ambiental consiste em um processo de inspeção, análise e
avaliação das condições gerais ou especificas de uma empresa visando preservar o
meio ambiente.
As auditorias ambientais são definidas como
33
[...] o processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente (ABNT, 1996).
Na atualidade, a auditoria ambiental destaca-se por ser uma ótima ferramenta
para a gestão ambiental. Através deste método é verificado se as empresas estão
atendendo padrões ambientais estabelecidos pela legislação ambiental, a fim de
controlar os parâmetros estipulados, com o objetivo de evitar degradações
ambientais que geralmente são ocasionados pela ausência ou minimização de
controle de impactos ambientais nos processos.
A auditoria ambiental tem como objetivo qualificar a empresa, apontando
áreas de riscos, onde possa impactar basicamente solo, ar e água, e identificar
desvios no cumprimento das normas padronizadas.
Para garantir sucesso é necessário acompanhamento deste processo através
de análises, inspeções e avaliações, fornecendo diagnóstico para a empresa para
que as não conformidades sejam resolvidas através de ações de curto, médio ou
longo prazo, (a depender do caso específico) para que tenha um desempenho
ambiental assegurado a uma melhoria contínua.
A auditoria de sistema de gestão ambiental tem por objetivo analisar a
conformidade do sistema de gestão ambiental da organização aos requisitos pré-
estabelecidos, por exemplo, os princípios da norma ISO 14001. As auditorias de
sistema de gestão ambiental são realizadas para verificação da concordância dos
resultados reais da empresa com os requisitos da norma de gestão ambiental
adotada, da política ambiental, de padrões internos e dos objetivos e metas da
organização, para verificar o comprometimento e responsabilidades dos
administradores, para avaliar as práticas operacionais relacionadas à redução de
riscos, limites de emissões, redução de custos, eficiência de operação, dentre
outros, conforme definido em seu escopo (LOPES, 2015).
Também são finalidades da auditoria em um SGA, as seguintes: analisar o
desempenho relacionado aos cuidados com o meio ambiente; identificar problemas;
elaborar ações corretivas para se atingir os objetivos e políticas definidos pela
organização; preservar a imagem da empresa perante seus stakeholders; realizar a
promoção de medidas de segurança e proteção ambiental. Assim sendo, observa-se
34
que a auditoria em um SGA tem a função de atestar se o mesmo foi elaborado a
partir de princípios bem definidos ou seguindo normas já definidas e, também, se
documenta todas suas ações de forma correta, fazendo assim ser possível realizar a
auditoria (UHLMANN; CRUZ; RESKE FILHO, 2007).
A seguir, na Figura 5, a representação das etapas presentes em uma
auditoria ambiental:
Figura 5 − Fluxograma do processo de auditoria do SGA (extraído de UHLMANN; CRUZ; RESKE FILHO, 2007, p. 8)
35
CONCLUSÃO
Baseado nas pesquisas referentes à empresa supracitada através de seu site
nota-se que cumpre educar ambientalmente seus steakholders, mesmo que em
suas concessões, eles pudessem fazer mais, a empresa demonstra um elevado
grau de preocupação com o meio ambiente e suas atividades. Em seu site, a
empresa dispõe de materiais educativos esclarecendo o motivo da importância da
não utilização de poços, mostrando os riscos das ligações clandestinas de esgoto e
água, como limpar cisternas e caixas d’água, explicando como funciona a rede de
esgoto doméstica, orientando como utilizar o hidrômetro e como identificar
vazamento afim de não desperdiçar água. Educando todas as partes interessas, há
uma grande probabilidade de o assunto estender-se, a partir do momento que as
pessoas educadas ambientalmente fomentem e alertem o cuidado com o meio
ambiente.
A aplicabilidade da educação ambiental é demonstrada na minimização dos
impactos negativos, mesmo que, tão pequenos perante a sociedade e meio
ambiente, torna-se enorme quando percebemos que a não poluição se faz
necessária, e principalmente, a disseminação da educação ambiental através de
métodos como sites, palestras, visitas orientadas, concursos culturais, oficinas, e
principalmente criando hábitos a seus colaboradores. Tratando de uma empresa que
atua em âmbito nacional, essa difusão possibilita o planejamento e gerenciamento
das ações de educação ambiental conseguindo atingir um público maior. A empresa
visa alertar a importância do uso consciente da água, e do tratamento de esgoto
corretamente, difundindo práticas de conservação ao meio ambiente, e garantindo
segurança no resultado final de seu processo, através da qualidade do esgoto
tratado que é devolvido ao meio ambiente.
O presente trabalho ressalta a eficácia da educação ambiental na implantação
de um sistema de gestão ambiental. A empresa supracitada manteve suas
atividades ambientais, conseguindo semear a importância dessa questão. As ações
ambientais da empresa têm como objetivo minimizar os impactos negativos no solo,
ar e água. A empresa consegue cumprir com eficiência todas as legislações
ambientais, inclusive referentes a licenças e parâmetros requeridos pelos órgãos
competentes.
36
Portanto, conclui-se que a implantação de programas que venham a educar
ambientalmente de forma contínua, visando sensibilizar e esclarecer à sociedade a
responsabilidade de cada indivíduo em relação ao meio ambiente. Em 1981, no ano
que foi implantada a política nacional do meio ambiente, estabeleceu-se a lei
6931/81 que determina a responsabilidade a todos os brasileiros pela manutenção e
proteção do meio ambiente. Sendo a educação ambiental uma estratégia essencial
em todas as ações a serem implantadas, pois através dela poderá transforma-se
verdadeiramente a realidade moderna, para atingir uma mudança eficaz de
comportamento para toda a sociedade.
Por fim, observa-se a importância da educação ambiental, cujo objetivo é
promover um pensamento sustentável no meio organizacional, de modo que resulte
em atitudes e transformações que impliquem em melhorias socioambientais,
buscando qualidade de vida para o presente e as futuras gerações.
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BIBLIOGRAFIA
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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
RESUMO 04
METODOLOGIA 05
SUMÁRIO 06
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I SURGIMENTO DA PREOCUPAÇÃO COM QUESTÕES AMBIENTAIS
10
1.1. Gestão ambiental: conceito, benefícios e dificuldades 11
1.2. Conceituando Educação Ambiental 13
1.3. Política Nacional do Meio Ambiente e Política Nacional de Educação Ambiental
14
1.4. Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
15
CAPÍTULO II DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
17
2.1. Sustentabilidade econômica 19
2.2. Marketing Verde e Logística Reversa
21
CAPÍTULO III AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
24
3.1. Ações socioambientais e projetos de educação ambiental 25
3.2. Educação ambiental como base para implantação de um SGA 29
3.2.1 Auditoria de SGA
32
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 37