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2009/2010

Éumaciênciaautónomadaáreasocialehumana,queestudaocomportamentodosagentes

económicos.

Asciênciassociaisestudamarealidadesocial,i.e.,oconjuntodefenómenosqueresultamdas

relaçõesqueoHomemestabeleceentresiecomanatureza,cadauma,deumpontodevista

específico.

Nãoháfenómenoseconómicos.fenómenossãofenómenos‐arealidadeéuna,podendoser

analisadadeváriospontosdevista.Falamos,então,dainterpretaçãoeconómicadosfenómenos

sociais.

Economia‐éaciênciaqueestudaaformacomoaspessoaseasociedadeescolhem

(comportamento)oempregodosseusrecursosescassos,quepodemterusosalternaKvos,para

saKsfazerassuasnecessidadesquesãoilimitadas.

Éaciênciaquetentamaximizaraproduçãodebenseserviçosfeitacomrecursosquesão

escassos(limitados)equetêmuKlizaçõesalternaKvas,parasaKsfazernecessidadesdasociedade

quesãoilimitadas.

Bem‐éalgoquesaKsfazumanecessidadehumana.

Recursos‐aquiloquenãosaKsfazdirectamenteumanecessidadehumanamasqueserveparaa

produçãodebens(ex.Terra,máquina,trabalho)

Consumo‐éauKlizaçãodebensparaasaKsfaçãodasnecessidades.

Sóexisteproblemaeconómicoquandoexisteanecessidadedetomarumadecisãoeestásó

aparecequandoexisteescassezeescolha.

Escassez‐consistenaimpossibilidadedeosbensdisponíveissaKsfazeremasnecessidades

presentes.Sãoasnecessidadeshumanasquedeterminamaescassez,poisestãosempreasurgir

BemEconómico

Escasso

Temcustodeoportunidade

Bemlivre

Nãoéescasso

Nãotemcustodeoportunidade

ECONOMIA

novasnecessidades‐depoisdesaKsfeitasasnecessidadesbásicas,ohomemencontrasempre

maiscoisasdequenecessita.

Éaescassezquecausaanecessidadedeescolhasedecisões,quegeraalternaKvas,eporisso,a

necessidadedegerirosrecursos.SenãohouvesseescassezerapossíveltertodasasalternaKvas

disponíveisenãoteriadehaverumaescolha.Arazãodehaverescolharesidenaescassez.

Oproblemaeconómicotrata‐seentãodeumaescolha,deumdecisão,numambientede

escassez.

Defacto,associedadestêmquetomarmuitaseimportantesdecisões:

• Oqueproduzir?(queprodutos,emquequanKdade,quando?)

• Comoproduzir?(porquem,dequeforma,comquerecursos?)

• Paraquemproduzir?(quembeneficiacomaprodução,comosedivideaproduçãonacional

entreasváriasfamílias?)

Assim,oseconomistasestudamaformacomoaspessoastomamdecisões,comoelasinteragem

umascomasoutras,eanalisamasforçasetendênciasqueafectamaeconomiacomoumtodo.

TodooestudodaEconomiapartededoispostuladosessenciais:

• Opostuladodaracionalidade;

• Opostuladodoequilíbrio;

ouseja,osagentessãoracionaiseosmercadosequilibram.

Aracionalidadesignificaquecadaagente,nocasogeral,vaitentarminimizaroesforçoeotempo

dispendidoparaobteroseufim.

Oprincípiodaracionalidadeimplicaop@mizaçãoecoerência.Osagentesprocuramoquemelhor

saKsfazosseusobjecKvose,nasmesmascircunstâncias,tomamasmesmasdecisões.

• OpKmização

Parasaberseumasituaçãoéounãoracionaléprecisoteracertezade2coisas:

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1. Disponibilidade‐asoportunidadestêmdeestarmesmodisponíveisetodasigualmente

disponíveis(disponibilidade\sica,moral,social,etc.).Deoutromodo,oagentepode

escolherumaqueparecepior,masmaisacessível.ParaavaliararacionalidadedaaKtude

deumapessoaénecessárioteremcontaasubjecKvidadeparKculardessapessoa,

essencialparadeterminaradisponibilidadedecertasacções.

2. Definiçãodeoqueémelhor‐oqueémelhorparaunspodenãoserparaoutros.As

preferênciaspessoaisdecadaumtêmdeentraranaavaliaçãodasuaracionalidade.

• Coerência

Se,entre2alternaKvas,umapessoaescolheuma,todasasvezesqueesKvernasmesmas

circunstâncias,devemanteraescolha.

Nofundo,ahipótesedaracionalidadeéumasimplificaçãoteóricaqueéfeitapelaEconomiapara

facilitaraobtençãoderesultados.

Cadapessoaactuadeformaracional,masdefrontaoutras,quetambémqueremomesmo.Ao

encontrarosoutros,adaptaoseucomportamentoàssuasacções.Assim,osistemaeconómico

encontraumequilíbrio.

Éimportanterealçarqueaaplicaçãodoprincípiodaracionalidade,nãocompromete

comportamentoséKcos.

Existemalgumasideiascentraisdaeconomiaquevãoestarnabasedasatémaiscomplexas

teoriaseconómicas.

10PrincípiosdaEconomia

ComoasPessoasFazemEscolhas

1. Princípio1‐“AsPessoasEnfrentamTrade‐offs”

Trade‐off‐Peranteopçõesdiferentes,aoescolheruma,alémdeabdicardaoutravouestara

prejudicá‐la‐“euqueroAeB,seescolherA,voupiorarBevice‐versa”.

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Éumaexpressãoquedefineumasituaçãodeescolhaconflituosa,ouseja,quandoumaacção

económicaquevisaaresoluçãodeproblemaseconómicosacarreta,inevitavelmente,outros.

Sãotrade‐offs:

• Inflaçãovs.Desemprego

Umadasconsequênciasdoaumentodamoedaemcirculaçãoéainflação,outra,pelomenosa

curtoprazo,éadiminuiçãododesemprego.Assim,seoGovernodecidirbaixarainflaçãoo

custovaiser,acurtoprazo,oaumentododesemprego.(preçosdiminuem,asempresas

ganhammenosedespedempessoal).Também,areduçãododesempregovaiimplicarum

aumentodainflação(aspessoastêmmaiorpoderdecompra,aprocurasobeeopreçodos

benstambém)

Acurvaqueilustraotrade‐offexistenteentreainflaçãoeodesempregoéaCurvadePhillips.

• Equidadevs.Eficiência

Eficiênciaconsisteemproduziromáximopossível(maximizaraprodução)comosrecursos

escassosdequedisponho;significaqueestouauKlizaraomáximoosrecursosdequedisponho

e,porisso,sequiserproduzirmaisdeumacoisavouterquesacrificaroutra.

Equidadeconsistenadistribuição“justa”dosbene\cioseconómica,pelosdiferentesagentes,

geradospelaprodução.

Principalmenteatravésdosimpostos,oEstadotentaredistribuirosrendimentosdeformaa

garanKrumamaiorequidadeentreosmembrosdasociedade.Nosimpostosdetaxa

progressiva,astaxasaumentamconformeaumentamosrendimentossujeitosaimposto.Por

issomesmo,quantomaisseaumentamosimpostos,maissedesincenKvaotrabalho,

especialmentedosquesãomuitobonsnoquefazemeporissoganhammais,prejudicandoa

eficiência(seKveremmaisrendimentos,vãoterquepagarmaisimpostos,nãofazemoseu

melhorporqueseganharemmais,oquevãoperdernosimpostospodenãocompensar).

Pelocontrário,seoobjecKvodopaíségaranKraeficiênciadasociedade,grandepartedo

rendimentoédesKnadoàquelesqueconseguemcumpriresserequisito,oqueimplicauma

desigualdadenareparKçãodosrendimentos.

“QuandosetentacortaroboloemváriasfaKasmaisiguais,obolodiminui”

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2. Princípio2‐“OCustodeAlgoéAquilodeQueseAbdicaParaoConseguir”

Seéprecisoescolher,significaqueparasaKsfazerumanecessidadeéprecisosacrificaroutra,i.e.,

existeumcusto.

CustodeOportunidade‐ovalordoquedemelhordeixámosdefazerparafazeroquefizemos.

“NãoháalmoçosgráKs”

Umacoisaescassanuncaédegraça,emborapossaparecer‐oualgumaoutrapessoapagouou

pagou‐sesemdarporisso(foijápagopornósanteriormente,ouvirádepois).

OcustoeconómicoésempremaiorqueocustocontabilísKco.

Assim,olucroeconómicoésempremenorqueolucrocontabilísKco,vistoqueareceitase

mantémconstante.

3. Princípio3‐“OsAgentesRacionaisPensamNaMargem”

Necessidadesilimitadas+Escassez

Escolha

Renúncia

CustoEconómico

custoexplícito+custoimplícito

CustoContabilís@co

custoexplícito

Lucro(Π)=receitatotal+custostotais

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Ajustesmarginais/namargem‐pequenasalterações/ajustamentosaumplanodeacção.

BeneVciosmarginais‐aumentodosbene\ciosquetenho,faceàsituaçãoemquejáestava.

Geralmente,osagentesconseguemtomarmelhoresdecisõessepensaremnamargem.Ouseja,

comparamoscustosmarginaiseosbene\ciosdeumadeterminadaopçãoeescolhem‐naseesó

seosbeneVciosmarginaisforemmaioresqueoscustosmarginais.

SunkCost‐custoquejáfoi“compromeKdo”/gastoequejánãoserecupera.Éumcustoque,

independentementedanossaescolha,nãopodeserevitado.

SeoBMg=CMg,outenhooutrasvariáveisqueinfluenciamaminhaescolha,ouentão,é

diferenteseescolhoseguircomessaacçãoounão.

Éaquiqueentraoconceitodederivada(quandoolimitetendeparazero),poisaorepresentara

taxadevariaçãodeumafunção,permiteanalisaralteraçõespequenas.

4. Princípio4‐“OsAgentesEconómicosReagemaIncenKvos”

Pelofactodaspessoastomaremdecisõescomparandoosbene\cioseoscustosmarginais,oseu

comportamentopode‐sealterarquandooscustosoubene\ciossealteram.Ouseja,aspessoas

reagemaincenKvos.

ExpectaKvas

OsagenteseconómicosreagemaincenKvosque,emEconomiacorrespondeaoSistemade

Preços,aqueAdamSmithchamoude“mãoinvisível”.

Qualquerdecisãotemcustosdirectosecustosindirectos.

Porisso,aocriarem‐sepolíKcas,nuncasedeveesquecerdestefacto,poismuitasdelasalteramos

custosoubene\ciosqueaspessoasenfrentame,porisso,alteramocomportamentodessas.

NemtodososefeitosdecadapolíKcasãoóbvias,porisso,aoanalisá‐laséessencialconsiderar

nãosóosefeitosdirectos,comotambémosefeitosindirectos,quefuncionamatravésdos

incenKvos.SenãoconsideraraformacomoessaspolíKcasvãoinfluenciarosincenKvos,é

possívelacabar‐secomresultadosquenãoeramesperados.PolíKcasquealteramincenKvos,

alteramcomportamentos.

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ComoAsPessoasInteragem

5. Princípio5‐“TodosPodemBeneficiardaTroca”

Aracionalidadelevaàespecialização.i.e.,cadaumproduzoquesabefazermelhor(aquiloem

quetemmaiorvantagemrelaKvaouabsoluta),econsumeoquegostamais,eassimmelhoraa

suasituação.IstoépossívelporexisKremtrocas.QuantomaistrocasexisKrem,melhor,porque

quantomaistrocasforempossíveismaisracionaléaafectação,menosseéobrigadoaconsumir

oqueseproduzeaproduziroqueseconsome.Aespecializaçãogarantetambémmaiseficiência,

ouseja,produzirmaisemmenostempoecommaiorqualidade(quandonosespecializamos,com

aexperiênciaquevamosganhandosomoscapazesdefazermelhoremmenostempo).

Cadafamíliaproduzoqueconsome.Narealidade,nãoproduztudoaquiloqueuKliza.Por

interessepróprio,produzumacoisaquetrocaporoutras.

Assim,natroca,asduaspartesganham,umavezqueestaévoluntáriae,porisso,ambasas

partesconseguemumamelhoriadasuasituação.

Éestaideiaqueestánabasedadivisãointernacionaldotrabalho,queconsisteemcadapaísse

especializarnaproduçãodealgunsbensouprestaçãodedeterminadosserviçoseobteroutros

nomercadoexterno.

Astrocasfazemcomqueasváriasdecisõesdeumagentevãoterimpactesesofremefeitosdas

decisõesdeoutros,queporsuavezinfluenciamterceiros,eassimpordiante‐emeconomia,

tudotemavercomtudo.Ainterdependênciaéumarealidadeessencialdoproblemaeconómico.

Cadapessoadependedosoutros,dependedofuncionamentodaeconomiaparaasaKsfaçãoda

maiorpartedassuasnecessidades.

ÉatravésdatrocaqueseaKngeaharmoniadosistemaeconómico.

6. Princípio6‐“OsMercadosSãoNormalmenteUmaBoaFormadeOrganizaraAcKvidade

Económica”

Isto,assumindoqueomercadoédeconcorrênciaperfeita.

EconomiadeMercado‐éumaeconomiaemqueosrecursossãodistribuídosatravésdas

decisõesdescentralizadasdasváriasempresasefamíliasqueinteragemnosmercadosdebense

serviços.

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Mascomoserápossívelqueumaeconomiademercadotenhasucesso,quandonãoháninguém

azelarpelobem‐estardasociedadeemgeralequandocadaagenteactuaemfunçãodosseus

interessespróprios?ArespostaqueAdamSmithdeufoique,nosistemaeconómico,aspessoas

sãoguiadasporumamãoinvisívelquelevaaobem‐estareconómicogeral.

Oconceitoda“mãoinvisível”afirmaque,secadaumprosseguirosseusobjecKvospróprios,no

fim,consegue‐seomáximobemestarparatodos.Ouseja,sedeixarmosomercadofuncionar,

vamosconseguiraKngirumasituaçãodeeficiência.(Aideiade“mãoinvisível”refere‐seapenasa

preocupaçõescomalutacontraoprincipalinimigodaEconomia‐odesperdício).

ÉatravésdosistemadepreçosqueamãodirigeaacKvidadeeconómica.

Ospreçosreflectemtantoovalordobemparaasociedadecomoocustoparaasociedade

associadoàsuaprodução.Umavezqueosagenteseconómicostêmemconsideraçãoopreço,

quandotomamdecisões,semosaberestãoaconsideraroscustosebene\ciossociaisdasua

acção.Éporissoquenofinalseconsegueomáximobem‐estarparaasociedadecomoumtodo.

7. Princípio7‐“PorVezes,AIntervençãodoEstadoConsegueMelhorarosResultadosObKdos

PeloMercado”

Normalmente,asociedadefuncionasemqueninguémsepreocupecomisso.Masquandoisso

nãoépossíveleomercado,deixadoasipróprio,nãoconsegueresolveroproblemadeforma

saKsfatória,recorre‐seàintervençãodoagenteregulador‐oEstado.Esteéoúnicoagentequese

preocupacomoproblemaglobal.

EmboraosmercadossejamnormalmenteumaboaformadeorganizaraacKvidadeeconómica,

existemexcepçõesaestaregra.OEstadointervémparagaranKr,aeficiência,aequidadeea

estabilidade.

FalhadeMercado‐situaçãoemqueomercado,porsisó,nãoconsegueumadistribuição

eficientedosrecursos,i.e.,nãoconseguiuconduziraeconomiaàsituaçãomaiseficiente.As

falhasdemercadodequetratamossão3:

1. Externalidade‐éumimpacto(nãocompensado),queaacçãodeumagenteeconómicotem

sobreobem‐estardeterceirosquenãoparKciparamnaacção,noqualnenhumdelespaga

nemrecebenenhumacompensaçãoporesseefeito.PodeserposiKva,seoimpactoé

benéficoounegaKvaquandoéoimpactoéadverso.

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Nummercadoeficiente,sóseproduzaquiloqueasociedadequer;numaexternalidadeisso

nãoseverifica,poisaproduçãoprivadaémaiordoqueasocialmentedesejada(asociedade

associa‐lheumcustoqueosprodutoresnãocontam).Assim:

Quandoomercadofuncionabem,ocustosocialéigualaocustoprivado;

QuandosetratadeumaexternalidadeposiKvaocustosocialémenorqueocustoprivado;

QuandosetratadeumaexternalidadenegaKvaocustosocialémaiorqueocustoprivado.

Nestescasos,oEstadointervém,obrigandoainternalizaraexternalidade.

2. BensPúblicos‐sãobensouserviçosdosquaisninguémpodeserimpedidodeusufruireque

aoseruKlizadoporum,auKlidadequetemparaoutronãodiminui.EmboranãosejamgráKs,

numsistemademercadotodospodemgozarsempagar,poisnãoexistemododeomercado

pagaroseucusto.

Exemplos:adefesanacional,osjardins,estradas,televisãosãobensquetodospodemos

usufruirsempagar.

BenscomestascaracterísKcasnãosãoatracKvosparaainiciaKvaprivada,havendoumafalha

demercadorelaKvamenteàsuaoferta.Porisso,oEstadotemqueintervirassegurandoasua

ofertaàpopulação.

OsbenssãoclassificadossegundoduascaracterísKcas:

• Rivalidadenoconsumo(rivalry)‐ofactodeserusadoporumapessoa,diminuiasua

uKlidadeparaoutraspessoas;

• Capacidadedeexcluirconsumidores(excludability)‐épossívelprevenirqueumapessoao

uKlize.

RivalidadenoConsumo

Capacidadede

RivalidadenoConsumoRivalidadenoConsumo

SIM NÃO

Excluir SIM

Consumidores NÃO

BemprivadoMonopólios

naturais

Recursos

comunsBenspúblicos

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3. MonopóliosNaturais‐surgequandoumaúnicaempresaconseguefornecerum

determinadobemouserviço,aomercado,aumcustomenordoqueconseguiriamduasou

três.Nummercadoafuncionarlivremente,a“mãoinvisível”vaiconduziràformaçãodeum

monopólionatural.

ComoaparecimentodeMonopóliosNaturais,oEstadotemdeintervirdeformaacontrolar

essemonopolista,paraqueestenãoabusedoseupoder,essencialparaqueummercado

funcionedeformaeficiente.

Poderdemercado‐capacidadequeumsóagenteeconómico(ouumpequenogrupode

agentes)temparainfluenciardeformasubstancialopreçodemercado.

SeesKvermosperanteummonopóliodaeconomia‐falhademercado‐osistemadepreços

nãovaifuncionarpois,aofertavaipraKcaropreçomaisaltoqueaprocuraestádispostaa

pagarouentão,fazdiscriminaçãodepreços,combasenacurvadaprocuraindividual.

Omercadopodetambémnãoconseguirassegurarqueaprosperidadeeconómicasejadistribuída

equitaKvamente.EaíoEstado,atravésdeváriaspolíKcas,comoosimpostos,tentaconseguir

umadistribuiçãomaisequitaKvadobem‐estareconómico.

ComoaEconomiaFuncionaComoUmTodo

8. Princípio8‐“ONíveldeVidadeUmaSociedadeDependedaSuaCapacidadedeProduzir

BenseServiços”

Quasetodaavariaçãodoníveldevidaentrepaísesdeve‐seàsuacapacidadeproduKva‐

produKvidade.

ProduKvidade:

• Total;

• Porfactordeprodução;

• Média

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Produ@vidadeMédiadoTrabalho‐aquanKdadedebenseserviçosproduzidosporum

trabalhador,porunidadedetempo(normalmente,umahora).

ProduçãodegrandesquanKdadesdebenseserviçosporunidadedetempo→melhornívelde

vida.(Imaginandoquetodasasreceitasgeradassãoparapagarsalários,quantomaisuma

empresaconseguirproduzir,maioresserãoossalários,levandoaumaaumentodoníveldevida)

Quantomaisasociedadeproduzircomosrecursosquetem,maiorobolo(quedepoispoderá

distribuir).

AtaxadecrescimentodaproduKvidadedeumpaísdeterminaataxadecrescimentodo

rendimentomédiodessepaís.

AopensarcomoéqueumapolíKcavaiinfluenciaroníveldevidadopaís,éprecisoperguntar

comoéquevaiinfluenciaracapacidadedeproduzirbenseserviços.Paramelhoraronívelde

vida,énecessárioassegurarqueostrabalhadoressãobemformadoseeducados,quetêmas

ferramentasnecessáriasparaaproduçãodebenseserviçosequetêmacessoàmelhor

tecnologiadisponível.

Assim,parahaveraumentodaproduKvidadenofuturoe,consequentemente,melhoriadonível

devida,énecessárioquehajainvesKmento.

9. Princípio9‐“OsPreçosSobemQuandooGoverno✻ImprimeDemasiadaMoeda”

✻Aautoridademonetária,quenocasodaEuropaéindependentedogovernodequalquerpaís.

Inflação‐subidasustentadaegeneralizadadospreçosnumaeconomia.

Aprincipalcausadainflaçãoéoaumentodamoedaemcirculação.Quandoissoacontece,ovalor

damoedacai→ospreçossobemparacompensaressadesvalorização‐éprecisopagarmais

unidadesdemoedaparateromesmovalorqueanteriormente,porissoospreçossobem.

10. Princípio10‐“ASociedadeEnfrentaumTrade‐Off,aCurtoPrazo,EntreDesempregoe

Inflação”

Estetrade‐offacurto‐prazoexisteporquealgunspreçosdemoramaajustar‐se.

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Porexemplo,seaquanKdadedemoedaemcirculaçãodiminuir,aconsequênciaalongoprazo,

seráadescidageneralizadadospreços(deflação).Contudo,nemtodosospreçossemajustamde

imediato.Acurto‐prazo,aoreduziramoedaemcirculação,aspessoasgastammenos.Gastos

menoresassociadosapreçosqueaindasemantêmmuitoelevados,reduzaquanKdadedebens

eserviçosqueasempresasvendem,oquelevaadespedimentos.

Ouseja,areduçãodaquanKdadedemoedaemcirculação,elevatemporariamenteo

desemprego,atéospreçosseteremajustadocompletamenteàmudança.

Emboratemporário,estetrade‐offpodedurarváriosanos.

AEconomiaEnquantoCiência

Oeconomista,comoqualqueroutrocienKstatentatrataroseuobjectodeestudocoma

objecKvidadecaracterísKcadocienKsta.Elescriamteorias,colhemdados/informação,edepois

analisamessainformaçãonatentaKvadeverificarourefutarassuasteorias.

Sendoumaciência,uKlizacomoinstrumentoométodocien{fico(desenvolvimentoeotestarde

teoriasacercadomododefuncionamentodomundo)queinclui3componentesfundamentais:

• Experimentação‐atravésdorecursoàHistória;

• Observaçãodirectadosfenómenos;

• Análisecien{fica‐formulaçãoetestedeteoriaseconómicas,atravésdaMatemáKcae

Esta{sKca.

Umeconomista,aoobservarumfenómenoquecaptaasuaatenção,formulaumateoriapara

tentarexplicaressefenómeno.Paratestaressateoria,oeconomista,recolheeanalisa

informaçãoparaverseasuateoriaéválida.Contudo,oseconomistastêmumobstáculono

processodeanálisecien{fica‐aexperimentação,poisnãopodemmanipularaeconomiadeum

paísparafazerexperiências.ParasubsKtuirasexperiênciaslaboratoriais,oseconomistasservem‐

sedasexperiênciasnaturais,fornecidaspelaHistória.

Paratentardominaracomplexidadedarealidadequeestuda,aEconomiaserve‐sede

suposições,dehipóteses,eusadiferentessuposiçõespararesponderadiferentesproblemas.Por

exemplo,ahipótesecoeterisparibus‐“orestoficaigual”‐,quepermiteisolarumapartedo

problema,reduzindo‐oadimensõestratáveisepermiKndoobterconclusõesclaras.

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Oseconomistasservem‐setambémdemodelos,geralmentecompostospordiagramase

equações.estesmodelospodemomiKrmuitospormenores,paraquepossamosveroqueé

realmenteimportante.Estesmodelosnãoconsideramounãoincluemtodosispormenoresduma

economia.SãocriadoscombaseemdeterminadassuposiçõesetêmcomoobjecKvosimplificara

realidadeparaquenossejamaisfácilcompreendê‐la.

Diagramadofluxocircularoudocircuitoeconómico

ConsistenumarepresentaçãoesquemáKcadaorganizaçãodaeconomia,emquesupomos

implicitamenteque:

• NãoexisteEstado;

• Nãoexisterestodomundo(relaçõescomoexterior);

• Nãoexisteintermediaçãofinanceira.

FactoresdeProdução‐aquiloqueéuKlizadonoprocessoproduKvo,masquenãoéincorporado

noprodutofinal,masquesevaidesgastandocomouso.Sãoeles:

• Capital(K)‐capital\sico

• Trabalho(L)

‐ Qualificado(capitalhumano)‐asociedadeinvestenasuaformação

E_`abcdc

• produzemevendem

benseserviços

Fd_efgdc

• comprameconsomem

benseserviços

Mbahdijc

ibBbkcbSbalgmjc

•Empresas

Mbahdijc

ibFdhnjabc

•Empresas

Vendade

bense

Compra

debense

Inputs

para

Trabalho,

terrae

Receitas Gastos

RendimentoSalários,renda

=circuitomonetário

=circuito\sico

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‐ Nãoqualificado,indiferenciadoouapenastrabalho

• Terra

Estemodeloexplica,emtermosgerais,omodocomoaeconomiaestáorganizadaecomoos

parKcipantesdeumaeconomiainteragemunscomosoutros.

AsempresasproduzembenseserviçosuKlizandofactoresproduKvos(comootrabalho,terrae

capital).Sãoasfamíliasquepossuemosfactoresdeproduçãoeconsomemtodososbense

serviçosqueasempresasproduzem.

AsfamíliaseempresasinteragememdoisKposdemercados‐mercadodebenseserviçose

mercadodefactoresprodu@vos.Noprimeiro,asfamíliassãooscompradoreseasempresasos

vendedores,nosegundo,asempresassãooscompradoreseasfamíliasosvendedores.

Assetasinterioresrepresentamofluxodebenseserviços,ousejaocircuito\sico.Assim,as

famíliasvendemousodoseutrabalho,dassuasterrasedocapitalàsempresas.EstasúlKmas

uKlizamessesfactoresdeproduçãonaproduçãodebenseserviços,queporsuavez,são

vendidosásfamíliasnomercadodebenseserviços.Assim,osfactoresdeproduçãofluemdas

famíliasparaasempresaseosbenseserviços,dasempresasparaasfamílias.

Assetasexternasrepresentamofluxodedinheiro,ousejaocircuitomonetário.Asfamílias

gastamdinheironacompradebenseserviçosàsempresas.EstasúlKmasvãousarpartedessas

receitasdavendaparapagarpelosfactoresdeprodução,comoossaláriosdosseus

trabalhadores.Oquesobreéolucrodosdonosdaempresaquesão,porsuavez,famíliasAssim,

asfamíliasgastamdinheiroembenseserviços,quefluidelasparaasempresasefluidenovo

dessasparaasfamíliassobaformadesalários,rendasoulucro.

Baseando‐meapenasnestediagrama,jápossoolharparaaeconomiacomdiferentesobjecKvos:

• Despesa(ex.Saberquemestáagastar);

• Rendimento(ex.SabercomoéfeitaareparKçãodorendimento);

• Produção(ex.Saberoqueéqueseestáaproduzirequanto).

OutromodelouKlizadoéodaFronteiradePossibilidadedeProdução(FPP).Estemodelo,como

amaioriadeles,éconstruídocombasenamatemáKca.

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Nestecaso,considera‐sequeaeconomiaproduzapenas2bensequeasindústriasprodutoras

dessesbensuKlizamtodososfactoresproduKvosdessaeconomia,ouseja,elaéeficiente.

Afronteiradepossibilidadedeproduçãoéográficoquerepresentaasváriascombinaçõesde

produçãomáximapossíveis(de2bens)paraumaeconomia,dadososfactoresproduKvos/

recursoseatecnologiadisponíveis(emdadomomento).

Nesteexemplo,setodososrecursosfossemusadosnaindústriaautomóvel,aeconomia

produziria1000carrosenenhumcomputador,poroutrolado,setodososrecursosfossem

usadosnaproduçãodecomputadores,seriamproduzidos3000computadoresenenhum

automóvel‐asduashipótesesextremas.Sedividisseosrecursospelas2indústriasproduzir‐se‐

iam700carrose2000computadores(pontoA).

Aeconomiapodeproduziraqualquerpontodentro(pontoB)ounalinha(pontosAeC)de

fronteiradepossibilidadedeprodução,masnãopodeproduziraqualquerpontoparaforadessa

linha(pontoD),poisosrecursossãoescassosecomotalnãodispõedefactoresproduKvosnem

datecnologiasuficientesquesuportemesseníveldeprodução.→ospontosforadaFPPdizem‐se

pontosimpossíveisouina@ngíveis.

DentrodaFPP,ospontosdizem‐seineficientesoudesub‐emprego,poisnãoestáausartodosos

recursosdisponíveis,nãosendo,porisso,suficiente.

Aproduçãodiz‐seeficienteseaeconomiaesKverauKlizartodososseusrecursosescassos.

Assim,ospontosqueestãoemcimadalinharepresentamníveiseficientesdeprodução.Neste

ponto,nãoépossívelproduzirmaisdeumdosbenssemproduzirmenosdooutro(pontoB‐

ineficiente)‐temumcustodeoportunidadeassociado.

Afronteiradepossibilidadedeproduçãomostratambémqueocustodeoportunidadedeum

bemémedidoemtermosdooutrobem‐principio2.Assim,quandosepassadopontode

produçãoCparaA,ocustodeoportunidadede200computadoresé100carros.

15

Édenotarqueafronteiradepossibilidadedeproduçãoébastanteinclinadaquandoaeconomia

estáausaramaioriadosrecursosnaproduçãodecarros.Istoporqueatéosrecursosmais

apropriadosparaaproduçãodecomputadoresestãoaseruKlizadosnessaindústria.Assim,por

cadacarroquedeixadeproduzir,háumaumentosubstancialdonúmerodecomputadores

produzidoseumadiminuiçãopoucosignificaKvadonºdecarrosproduzidos‐custode

oportunidadebaixo.Pelocontrário,quandoamaioriadosrecursossãouKlizadosnaproduçãode

computadores,alinhaépoucoinclinada,poisosrecursosmaisvocacionadosaestaproduçãojá

estãoaserbemuKlizadose,porisso,porcadacarrodequeseabdica,onúmerode

computadoresqueseproduzamaisépequeno.

Assim,podemosconcluirque,aoKrarmossucessivamenteunidadesdecarroproduzidaspara

produzirmaiscomputadores,noinícioocustodeoportunidadenãovaisermuitogrande,porque

estamosaafectarfactoresproduKvosqueatéestavammaisvocacionadosàproduçãode

computadores.Contudo,vaichegaraumpontoemqueparaproduzirmaiscomputadoresvamos

começaradestacarparaessaproduçãofactoresdeproduçãomaisvocacionadosparaaprodução

decomputadores,passandoaterumelevadocustodeoportunidadeassociado.Assim,chegaa

umacertaalturaemquedecidonãoaumentarmaisaproduçãodecomputadores,poisocusto

deoportunidadeéjámuitoelevado.

Podemos,porisso,dizerqueoscustosdeoportunidadesãocrescentes→LeidosCustos

RelaKvosCrescentes.Eéporissoqueospontosdeproduçãonuncasãonosextremosporqueos

custosdeoportunidadesãomuitograndes.

OspontosinaKngíveisnãotêmdesersempreimpossíveisdeproduzir.Sehouvercrescimento

económico,potenciadoporumaevoluçãonastecnologiasexistentesouumaumentodos

recursosdisponíveispossopassaratercapacidadeparaaKngirosníveisdeproduçãorelaKvosa

esseponto.

Odeslocamentodacurvaparadireita,representacrescimentoeconómico(oPIBémedidoem

termosdequanKdadeproduzida).

PodetambémhaverumaumentomaissignificaKvodeumbemdoquedooutro→ocrescimento

nãofoineutro.Porexemplo,sehouveravançostecnológicosnaáreadoscomputadores,isso

podeaumentaronºdecomputadoresqueumtrabalhadorécapazdeproduzirporsemanae,por

isso,aeconomiapassaasercapazdeproduzirmaiscomputadoresparacadanúmerodecarros

produzidos.

Seumdeterminadobeméumbemcapitalintensivoemrelaçãoaoutro,significaqueprecisade

maiscapitalqueooutro.Assim,seaproduKvidadedofactorcapitalaumentarestebemvai

16

beneficiarmaisdesseaumento(tecnologiaqueaumentaaproduKvidadedocapitaldiz‐se

poupadoradetrabalho).Pelocontrário,seumbemforumbemtrabalhointensivoemrelaçãoa

outro,vainecessitardemaistrabalho(poupadordecapital).UmaumentonaproduKvidadeno

factortrabalhovaibeneficiarmaisestebemqueooutro.

Comomediroscustosdeoportunidade‐tangentenoponto

SeaFPPforumarecta,ocustodeoportunidadeéconstante→levaàespecializaçãocompleta

(nãochegaaquelepontoemquedigoquedevopararporqueoscustosdeoportunidadesão

muitograndes).Ouseja,opaísiráespecializar‐senaproduçãodeapenas1beme,sequeroos

dois,recorroaocomérciointernacional(exportooquenãoqueroeimportooquepreciso).

LeidosRendimentosMarginaisDecrescentes‐Àmedidaqueforadicionandounidades

sucessivasdeumfactorvariávelaumfactorfixo,aparKrdedeterminadaaltura,osacréscimosde

produçãocomeçamasermenores(emboraaproduçãototalpossaconKnuaraaumentar).‐ex.

daquinta

Microeconomia e Macroeconomia

AáreadaEconomiaénormalmentedivididaem2grandessub‐áreas:

Microeconomia‐estudaaformacomoasfamíliaseasempresastomamdecisõesecomo

interagemnosmercados.

Macroeconomia‐estudafenómenosdaeconomiacomoumtodo,incluindoainflação,

desempregoecrescimentoeconómico.Estudaasforçasetendênciasqueafectamaeconomia

comoumtodo.

17

EstasduasestãoinKmamenteligadas,umavezqueasmudançasnaeconomiageralsão

consequênciadasdecisõesdemilhõesdeindivíduos.Assim,éimpossívelentender

desenvolvimentosmacroeconómicossemconsiderarasdecisõesmicroeconómicasassociadas.

AnálisePosi@vaversusAnáliseNorma@va

Emgeral,asafirmaçõessobreomundosãodedoisKpos:

DeclaraçõesposiKvas‐afirmaçõesquepretendemdescreveromundocomoeleé‐descriKvas.

DeclaraçõesnormaKvas‐tentamdizercomoéqueomundodeveriaser‐prescriKvas.

Emprincípio,épossívelconfirmarourefutardeclaraçõesposiKvas,examinandoprovas.Pelo

contrário,paraavaliardeclaraçõesnormaKvaséprecisoconsiderar,paraalémdosfactos,valores

(opiniõeséKcas,religiosasefilosofiaspolíKcas).AsconclusõesnormaKvasrequeremaanálise

posiKvaejuízosdevalor.

EconomianormaKvaémaissubjecKva‐dependedabasecien{ficaemquenosbaseamos.Faz

juízosdevalor.QuandooseconomistasfazemdeclaraçõesnormaKvasestãoaterumpapelmais

deconsultores(depolíKcas)doquedecienKstas.

Porexemplo,

“ataxadedesempregoéde10%”‐economiaposiKva;

“ataxadedesempregode10%édemasiadoelevada”‐economianormaKva.

Osconselhosdeumeconomistanãosãosempredirectos.Istoporqueoseconomistasestão

conscientesqueoscustosdeoportunidadeestãoenvolvidosnamaioriadasdecisõesacercade

políKcasatomar.Porexemplo,umapolíKcapodeaumentaraeficiênciaacustodaequidade

Oseconomistasmuitasnãoconcordamunscomosoutrospor2razõesbásicas:

• PodemdiscordarsobreavalidadedeteoriasposiKvasalternaKvasacercadecomoomundo

funciona;

EconomiaPosiKva

Oqueé

EconomiaNormaKva

Oquedeviaser

18

• Podemtervaloresdiferentese,porisso,visõesnormaKvasdiferentessobrequepolíKcadeve

serconseguida.

Capítulo3‐ComércioInternacional

Umdosprincípiosdaeconomiaéquetodospodembeneficiardatroca.

Grandesquestões:

• Porqueéqueospaísesentramemcomérciointernacional?

• QuaissãoospreçosrelaKvosquesevãoestabelecer?

• Oqueéqueseganhacomisso?

Secadapaísseespecializarnaproduçãodosbenseserviçosquemelhorsabemfazer(naqualsão

maiseficientes)eentrarememcomérciointernacional,todostêmpotencialidadeparaficara

ganhar→podemgozarumamaiorquanKdadeevariedadedebenseserviços.

Autoresclássicos‐2teorias:

1. TeoriadasVantagensAbsolutas‐AdamSmith

2. TeoriadasVantagensRelaKvas‐DavidRicardo

Existem2maneirasdecompararacapacidadede2pessoasnaproduçãodeumbem‐apessoa

queconsegueproduzirobemcomamenorquanKdadedefactoresproduKvos,diz‐seter

vantagemabsolutanaproduçãodessebem.Apessoaquetemosmenorescustosde

oportunidadenaproduçãodobem,diz‐seterumavantagemcompara@va.

AstesesmercanKlistasdefendiamqueumpaísdeviaexportartantoquantopossíveleimportaro

menospossível‐istotrazumproblema,porquesetodosagiremdestaforma,nãovaihaverpara

ondeescoaraexportação.

AdamSmithvemcontestarestateoriaaodizerquetodosospaísespodemsairbeneficiadosse

entrarememcomérciointernacional,sembarreiras→DivisãoInternacionaldoTrabalho.

19

Ateoriaclássicaassumeumconjuntodehipóteses:

• 2países,2bense1factordeprodução(trabalho);

• Assume‐sequeosbenssãohomogéneos,quesãoproduzidospelosdoispaísesemautarciae

quesãodivisíveis;

• Ofactortrabalho(L)éhomogéneo;temimobilidadeexternatotalemobilidadeinternatotal→

ossaláriossãoiguaisparatodosostrabalhadoreseemtodosossectores,dentrodeumpaís;

• Todososmercadossãomercadosdeconcorrênciaperfeita;

• ABalançaComercialestásempreequilibrada(SaldodaB.C.=valorexportações‐valor

importações);

• Nãohámoedaenvolvida;

• Nãoexistemcustosdetransportenemqualqueroutrasbarreirasaocomércio;

• Oscustosdeoportunidadesãoconstantes.

TeoriadasVantagensAbsolutas‐AdamSmith

SeumpaísKvervantagemabsoluta,relaKvamenteaoutro,naproduçãodeumbemeooutro

paísKvervantagemabsolutanaproduçãodooutrobem,cadaumdessespaísesdeve

especializar‐senaproduçãodobemnoqualtemmaisvantagemeimportarooutro,atravésdo

comérciointernacional.

Otermovantagemabsolutausa‐sequandoacomparaçãoentreprodutoresdeumdeterminado

beméfeitadeacordocomasuaproduKvidade.Oprodutorquenecessitardemenosrecursos

paraproduzirumbem,diz‐seterumavantagemabsolutanaproduçãodessebem.

Umpaístemvantagemabsolutanaproduçãodeumbemseformaiseficientedoqueooutro

paísnessaprodução.Ouseja,consegueproduzirmaiscomosmesmosrecursos,ouproduziro

mesmo,mascommenosrecursos→temmaiorproduKvidade.

20

MatrizdeCustos

País A País B

Bem X

Bem Y

10 30

20 15

Ovalor10lê‐se‐sãonecessários10trabalhadoresparaproduzir1unidadedobemX,por

unidadedetempo.

Nestecaso,opaísAémaiseficientenaproduçãodobemX,ouseja,temvantagemabsolutano

bemX.Pelocontrário,opaísBémaiseficientenaproduçãodobemY,ouseja,temvantagem

absolutanessebem.

Assim,opaisAespecializa‐senaproduçãodobemXeopaísB,naproduçãodobemY.

MatrizdeProdução

País A País B

Bem X

Bem Y

10 30

20 15

Ovalor10lê‐se‐nopaísAcadatrabalhadorproduz10unidadesdobemX,porunidadede

tempo.

Nestecaso,opaísAémaiseficientenaproduçãodobemY,ouseja,temvantagemabsolutano

bemY,peloqueseespecializanaproduçãodestebem.Poroutrolado,opaísBémaiseficiente

naproduçãodobemX,ouseja,temvantagemabsolutanessebem,peloquesevaiespecializar

nasuaprodução.

21

Supondoqueexisteapenas1trabalhadoremcadapaís,se,nopaísA,omobilizarmosparaa

produçãodobemYese,nopaísB,oafectarmosparaaproduçãodobemX,temos:

BemX BemY

PaísA ‐10 20

PaísB 30 ‐15

Total +20✻ +5

✻estevalorrepresentaoacréscimodeproduçãodobemX,obKdopelaespecializaçãoeentrada

emcomércioeminternacional.VemosquepassaaestardisponívelmaiorquanKdadedeambos

osbensparaosdoispaíses→+20Xe+5Yportrabalhador.

SeumpaísKvessevantagemabsolutanaproduçãodos2bens,eradeesperarquenãoteria

interesseementraremcomérciocomooutropaís.MasDavidRicardoveiocontestaresteponto

devistacoma:

TeoriadasVantagensCompara@vas(ourelaKvasoucomparáveis)

Existeoutraformadeconsideraroscustosdeprodução.Nestecaso,nãoseconsideraaeficiência

naproduçãodobem,ouseja,osrecursosnecessários(nestecasootrabalhoeoúnicofactorde

produção),masoscustosdeoportunidadeinerentesaessaprodução(custorelaKvodobemem

isolamento‐ovalorqueessebemtemdentrodopaís).

Assim,usa‐seotermovantagemcompara@vaquandosecomparamprodutoresdeum

determinadobem,deacordocomosseuscustosdeoportunidade.Oprodutorcommenorcusto

deoportunidadeaoproduzirumbem‐temdeabdicarmenosdeoutrobemparaproduziraquele

‐diz‐setervantagemcomparaKvanaproduçãodessebem.

SegundoateoriadasvantagenscomparaKvas,seumpaísKvervantagemcomparaKva,

relaKvamenteaoutro,naproduçãodeumbemeooutropaísKvervantagemcomparaKvana

produçãodooutrobem,cadaumdessespaísesdeveespecializar‐senaproduçãodobemnoqual

temmaisvantagemeimportarooutro,atravésdocomérciointernacional.

22

MatrizdeCustos

Bem X Bem Y

País A

País B

10 20

15 45

OpaísAtemvantagemabsoluta,relaKvamenteaoB,naproduçãodeambososbens.Assim,para

verquemtemmaiorvantagemcomparaKvaemquebem,temosdecompararoscustosrelaKvos

decadabem,emisolamento(verataxadetrocados2bensantesdeentraremcomércio

internacional).

Emisolamento:

PaísA

Ax:

Custo de produção de 1 uni. do bem XCusto de produção de 1 uni. do bem Y

= Custo relativo do bem X no país A

Ay:

Custo de produção de 1 uni. do bem YCusto de produção de 1 uni. do bem X

= Custo relativo do bem Y no país A

PaísB

Bx:

Custo de produção de 1 uni. do bem XCusto de produção de 1 uni. do bem Y

= Custo relativo do bem X no país B

By:

Custo de produção de 1 uni. do bem YCusto de produção de 1 uni. do bem X

= Custo relativo do bem Y no país B

CustoRela@voemIsolamento=PreçoRela@voemIsolamento=CustodeOportunidade

23

CustosdeOportunidade:

Bem X Bem Y

País A

País B

½Y 2X

⅓Y 3X

Agora,comparamosAxcomBxeAycomByetemosqueAx=½yeBx=⅓y;Ay=2xeBy=3x

(porexemplo,ovalor2xsignificaque,emisolamento,nopaísA,troco1unidadedobemYpor2

unidadesdobemX‐paraproduzir1bemYtenhoquedeixardeproduzir2bensX.

AssimtemosqueopaísBtemumPRImenornobemX(temvantagemcomparaKvanobemX,

porqueocustodeoportunidadeemenor)eopaísAtemumPRImenornobemY,logotem

vantagemcomparaKvanobemY(custodeoportunidademenor).

Nãosabemosqualéopreçoacobrarporcadabem,ouseja,opreçorela@vointernacionalde

equilíbrio(porquenãotemosoladodoconsumidor)massabemosqueparaXdeveestarno

intervalo]⅓;½[YeparaobemY,nointervalo]2;3[X(ouseja,entreopreçomínimoquequem

exportaestádispostoavendereopreçomáximoquequemimportaestádispostoapagar).

Assim,quantomaisopreçorelaKvointernacionaldeequilíbrioseafastardomeuCRI(custo

relaKvoemisolamento),maiseuganhocomocomérciointernacional.

AsdiferençasnocustodeoportunidadeevantagemcomparaKvadãoorigemaosganhosda

troca/comércio.Quandocadapaísdeespecializanaproduçãodobemnoqualtemvantagem

comparaKva,aproduçãototaldaeconomiaaumenta,eesteaumentopodeserdistribuídopor

todos,contribuindoparaobem‐estardageneralidade.Ouseja,desdeque2paísestenham

custosdeoportunidadediferentes,cadaumpodebeneficiardocomércio,obtendoumbemaum

preçomaisbaixoqueoseucustodeoportunidadeparaaquelebem.

Emsuma,todospodem(emprincípio)beneficiardatroca,poispermitequecadaumse

especializenaacKvidadenoqualtemvantagemcomparaKva,exportaressebemeimportar

outro,gozandonofinaldeumamaiorquanKdadedeambososbens.

24

Nota‐Seamatrizapresentadafordeprodução,nãopossocompararcustosrelaKvosem

isolamento(anãoserqueainvertanumamatrizdecustos),apenasaproduKvidade,queéo

inversodoscustos.Porisso,emvezdoCRI,calculoosCustosdeOportunidadedosbens(para

simplificarC.O.x=quanKdadeproduzidadey/quanKdadeproduzidadex)

QP1

QP2

10000

2000

QP1

QP2

18000

22500

Nestecaso,acimarepresentado,opaísAtemvantagemcomparaKvanaproduçãodobem1eo

paisBtemvantagemcomparaKvanaproduçãodobem2.Assim,cadapaísseespecializanobem

emquetemvantagem,peloqueopontodeproduçãodecadapaísvaiparaosextremo

correspondentedaFPP(pontodeproduçãoapósentradaemcomérciointernacional).

Quantoaopontodeconsumo,antesdaentradaemcomérciointernacional,esteencontrava‐se

emqualquerpontodarectaFPP.Apósentradaemcomérciointernacional,opontodeconsumo

vai‐sedeslocarparaforadaFPP,umavezque,emconsequênciadaespecializaçãoedocomércio

internacional,vaihaverumaumentodosquanKdadedebensdisponíveis,quevãoser

distribuídospelos2países,podendoosconsumidoresdecadapaísgozardeummaiornúmerode

bens,quenãoerapossívelquandoseproduziamos2bens.

TeoriadoConsumidor

Aprincipalquestãodoestudodoproblemadoconsumoconsisteemsaberoquedáovaloràs

coisas.Porqueéqueumascoisasvalemmaisdoqueoutrasecomosesabequanto?→teoriado

valor.

Vejamosocasodaáguaedodiamante.NadaémaisúKldoqueaágua:mascomela

praKcamentenadasepodecomprar;praKcamentenadapodeobter‐seemtrocadela.Pelo

contrário,umdiamantenãotempraKcamentequalquervalordeuso;noentanto,pode

normalmenteobter‐segrandequanKdadedeoutrosbensemtrocadele.Paradoxodovaloréa

25

aparentecontradiçãoque,emboraaáguasejaumbemmuitomaisúKlemtermosde

sobrevivênciadoqueosdiamantes,estesúlKmostêmumpreçomuitomaiornomercado.

OsconsumidorestêmnecessidadesilimitadasquetêmdesersaKsfeitascomrecursosquesão

escassosequetêmuKlizaçõesalternaKvas.

Necessidadeéumestadodecarência;quesevêsaKsfeitocomoconsumodeumdeterminado

bem→reKroumauKlidadedoconsumodeumbem(uKlidaderelacionadacomsaKsfação).

U@lidade‐éograucomqueosbensdãosaKsfaçãoàsnecessidadeshumanas.Éporisso,aforma

demediro“bem‐estar”obKdopelosbens,materiaisounão(nãotemavercomfelicidade).

ÉasaKsfaçãoquecadaserhumanoKradousodeumbemquedávaloràscoisas.Édevidoao

gosto,subjecKvo,pessoal,variáveldecadapessoaquesedáoconsumodosbensequeelessão

avaliados.Assim,ovalordascoisasnãoestánelas,massimnoconsumidor.Oagenteeconómico,

comassuaspreferênciasedesejoséquedávaloràscoisas.

AnoçãodeuKlidadedeuorigemaduasteorias:

Teoriacardinalistadau@lidade‐pretendemedirauKlidade(emtermosquanKtaKvos)‐unidade

demedida‐úteis)

Teoriaordinalistadau@lidade‐nestecasooqueinteressaéordenaraspreferências‐comoé

queseordenaoscabazes.Quandohá2alternaKvas,nãointeressasaber“quantovale”cada,mas

“qualéamelhor”.→avaliaçãorelaKva

AuKlidadetotaldeumdadonºdeunidadesconsumidasdeumbem,éasomadetodasas

uKlidadesmarginaisdetodasaunidadesconsumidas.

UKlidadeTotal

ÉauKlidadequeoindivíduo

obtémdoconsumodeumdado

UKlidadeMarginal

ÉoacréscimodeuKlidadequea

úlKmaunidadeconsumidatrouxe

26

Leidau@lidademarginaldecrescente‐àmedidaqueseconsomemaisdobem,auKlidadede

cadaunidadeconsumidadesce.OacréscimodesaKsfaçãoqueoconsumovaidandodesce

quandooconsumosobe.

Assim,aregradeourodadecisãodoconsumidoré:“AuKlidademarginaldoúlKmoeurogasto

emcadabemdevedaraoconsumidoramesmauKlidademarginal”ou,representandoauKlidade

marginaldobemporUm,eoseupreçoporP,temosque:

OquedávaloràscoisaséauKlidademarginal.(Oquepassoujánãointeressa,sóinteressaa

úlKmaunidade).

AsduasleisdeGossen:

PrimeiraleideGossen—Àmedidaqueseconsomemaisdobem,auKlidadedecadaunidade

adicionalconsumidadesce.(oacréscimodeuKlidadeporcadaunidadeconsumidadesce)

SegundaleideGossen—Oconsumidor,paraobteromáximodesaKsfação,deveconsumiraté

queauKlidademarginaldoúlKmoeurogastoemcadabemsejaigualemtodososbens.(a

melhorformadedistribuirorendimentoéatalqueauKlidademarginaldaúlKmaunidade

consumidadessebememrelaçãoaopreçodessebeméigualparatodososbens)

Assim,Perantedoisbens,oqueéprecisosaberéqualaavaliaçãorelaKvadosvários«cabazes»

dosdoisbens.Dado2cabazesdiferentes,oconsumidorvaiescolherconsumiraquelequemelhor

seadequaàssuaspreferências/necessidades.Seos2cabazesosaKsfazemigualmente,dizemos

queoconsumidoréindiferenteentreos2cabazes.

ConseguimosrepresentaraspreferênciasdoconsumidoratravésdeumaCurvadaIndiferençaou

daIso‐uKlidade.

Um1

P1

=Um

2

P2

= ...=Um

n

Pn

27

AEstacurvachama‐seCurvada

IndiferençaoudaIso‐uKlidade‐pois

representatodososdiferentescabazes,

comdiferentescombinaçõesde2bens,

quetêmamesmauKlidadeparao

consumidor,i.e.,quelhedãoomesmo

níveldesaKsfação.

AtaxaàqualoconsumidorestádispostoasubsKtuirumbempelooutro,mantendoaminha

saKsfação,chama‐setaxamarginaldesubs@tuição(TMS).Representaquantodeumbemexijo

parasercompensadapelareduçãonoconsumodooutrobem.AtaxamarginaldesubsKtuiçãoé

dadapelodeclivedarectatangenteaoponto(derivada).ATMSéigualaoráciodasuKlidades

marginaisdos2bens→ representaauKlidaderelaKvadopãoedoslivros.

AlinhanãoéumarectaporqueaTMSnãoéconstante.Ataxaaqueoconsumidorestádisposto

atrocarumbempelooutrodependedaquanKdadedecadabemquejáestáaconsumir.Defacto

aTMSécrescente,pois,seKvermuitodobem1epoucodobem2,parareKrarmaisuma

unidadedobem2,vãosernecessáriosváriasunidadesdobem1paramanteromeunívelde

saKsfação(paraabdicardeumbemvouexigircadavezmaisdeoutro)→leidasubs@tuição,a

qualresultadofactode,quantomenoslivrossetem,maiorserauKlidademarginaldolivro,pela

leideGossen.

OconsumidorestáigualmentesaKsfeitoemtodosospontosdeumadadacurvadeindiferença,

masprefereumascurvasaoutras.ComoprefereconsumirmaisquanKdadedebens,sepuder,

preferecurvasmaisaltas(I2)acurvasmaisbaixas(I1).

Assim,podemosusarummapadecurvasdeindiferençaparaordenar,porpreferência,as

diferentescombinaçõesdosdoisbens.

NumMapadeCurvasdeIndiferença,acadacurvaestáassociadaumníveldeuKlidadediferente

→quantomaisafastadadaorigemdoseixos,maioréauKlidade(aI2estãoassociadoscabazes

commaisquanKdadedebensdoqueaI1).Umavezqueoconsumidorpreferetermais

quanKdadedeumbem,oconsumidorpreferepontosnumacurvadeindiferençamaisacima(I2)

28

apontosnacurvadeindiferençamaisbaixa(I1).Normalmente,oconsumidorsónãocompraos

cabazesnumacurvamaisalta,porquenãotemorendimentonecessárioparaofazer.

PropriedadesdasCurvasdeIndiferença:

• Curvasdeindiferençamaisaltassãopreferidasacurvasdeindiferençamaisbaixas‐devidoà

preferênciapormaioresquanKdadesdebens.

• Ascurvasdeindiferençasãodescendentes‐odeclivedacurvareflecteataxaaqueo

consumidorestádispostoatrocarumbempelooutro.Comooconsumidorquerosdoisbens,

seaquanKdadedeumdiminui,aquanKdadedooutrotemqueaumentarparamantera

mesmasaKsfação.

• Ascurvasdeindiferençanãosecruzam‐têmqueserparalelas,casocontrárionãorespeitama

regradatransiKvidade.istoporqueseospontosnumarectasaKsfazemigualmenteo

consumidor,seháumpontoemqueasrectasdecruzam,essepontopertenceàs2rectas,logo

ospontosdarectamaisacimasaKsfaziamoconsumidordamesmaformaqueasdarectamais

baixa,oquenarealidadenãoacontece.

• Ascurvasdeindiferençatêmdeserconvexasparaaorigem‐odeclivedacurvaconsKtuia

TMS.PorqueaspessoasestãomaisdispostasatrocarumbemdoqualtêmmuitaquanKdade

doqueaabdicardeumdoqualtêmpoucaquanKdade,ascurvassãoconvexasparaaorigem‐

ataxamarginaldesubsKtuiçãoécrescente→quantomenosdeumbemsetem,mais

quanKdadedooutrobeméprecisoterparateramesmasaKsfação(o1ºpassouavalermaise

o2ºavalermenos).

ParKndodauKlidadequeatribuiaosdiferentesbens,oagente,queéracional,vaiescolhera

combinaçãoquelhedámaiorsaKsfação,dadasaslimitações.Limitaçõesessasqueprovêmda

escassez,quelimitaapossibilidadedeescolhas.

Oconsumidorestálimitadoporumcertonívelderendimentomonetário(M)‐existeuma

restriçãoorçamental.

Comoorendimentomonetárioélimitado,nãosepodecomprartudooquesequer.Porisso,ao

escolhermosoqueconsumir,consideramosospreçosdosváriosbensecompramosocabazde

bensque,dadoosnossosrecursos,melhorsaKsfazasnossasnecessidades/preferências.

29

Assim,oproblemadoconsumidoraparececomoaafectaçãodecertosrecursos(ex.Rendimento)

paraváriasfinalidades(bens),quecustamquanKdadesdiferentesdorecurso(ex.Preço)eque

têmuKlidadesdiferentes.

Quandoumconsumidorcompramaisdeumbem,ficarácommenosrendimentodisponívelpara

compraroutrosbens.Assim,dadoumcertorendimento,oconsumidortemalgumas

possibilidadesdeconsumirestesdoisbens.Assumindoqueapenasexistem2bens,consigo

representarumarecta‐arectadarestriçãoorçamental‐quemedáosdiferentescabazes,com

diferentescombinaçõesmáximasdos2bens,quepossoadquirir,sendodadosospreçosdesses

bens,dadoomeurendimentoeadmiKndoquenãohánempoupança,nemcapacidadede

endividamento.Temosentãoque:

EmqueM‐rendimentomonetário,P‐preçoeQ‐quanKdadeconsumida.Assim,asomada

despesaquefaçonumbemedadespesaquefaçonooutrotemqueserexactamenteigualao

meurendimentomonetário.

Oconsumidorpodegastarorendimentotodonoconsumodeapenasumdosbens,oupode

gastá‐loparcialmenteemcadaumdosbens.

Arectadarestriçãoorçamentaldivideoespaçoem2zonas‐azonaacimaqueincluiospontosde

consumoquesãoimpossíveis,pornãoterdinheiroparaoscomprareazonaabaixoqueincluios

pontosquecustammenosdinheirodoqueorendimentodisponível,masquenãomaximizama

suauKlidade/saKsfação.

Todosospontosnalinhasãopossíveis.

Odeclivedarectamedeataxaaqueoconsumidorpodetrocarumbemporoutro.Ouseja,

equivaleaospreçosrelaKvosdosdoisbens.Assim,reflecteataxaàqualomercadopermite

trocarumbempelooutro→ráciodospreços.

RestriçãoOrçamental↙

M=P1Q1+P2Q2

QC1

QC2M/P2

M/P1

30

Se considerarmos todos os diferentes cabazes, com

diferentes combinações dos dois bens que se pode

adquirir, dado o rendimento e os preços dos bens,

gastandoatotalidadeouparcialmenteesserendimentoe

não havendo capacidade de endividamento, temos o

ConjuntodePossibilidadesdeConsumodoconsumidor.

Aequaçãodestaáreaérepresentadapelaequação

Y≤mx+b

Então,comoéquesepodemaximizarauKlidade?

Oconsumidorvaiquereracabarcomamelhorcombinaçãodos2benspossível,i.e.,comum

cabaznacurvadeindiferençamaisaltapossível.Contudo,oconsumidornãopoderáexcedera

suarestriçãoorçamental(quemedeototalderecursosdisponíveisparaesseconsumidor).

Tendoarectadarestriçãoorçamental,parasabermosqualdospontosdeconsumoéomelhor,

temosdesobreporomapadecurvasdeindiferençaàrecta(AdmiKmosqueconhecemosomapa

decurvasdeindiferençadoconsumidor).Opontodepossibilidadesdeconsumoquetemmais

uKlidade,ouseja,acurvadeindiferençamaisaltaqueoconsumidorconsegueaKngiréaquela

tangenteàrectadorendimento.Aopontodetangênciaentreasduasrectaschama‐seponto

óp@mo→ocabazassociadoaessepontomaximizaauKlidadedoconsumidor.Aí,aTMS,ou

seja,ataxaaqueoconsumidorestádispostoatrocarumbempelooutro,igualaoráciodos

preços(ospreçosrelaKvosdosbens),ouseja,ataxaàqualomercadoestádispostoatrocarum

bempelooutroe,porisso,nãoépossívelencontrarumasituaçãomelhorqueessa.Ovalor

atribuídoaosbenspeloconsumidorequivaleaovaloratribuídopelomercado.Assim,o

consumidorestáatrocardamesmaformaqueasociedade.

Aplicandoa2ªleideGossen:

QC1

QC2M/P2

M/P1

TMS=

P2

P1

Umg1P1

=Umg2P2

⇔Umg1Umg2

=P1P2

31

Doiscasosextremosdecurvasdeindiferença

QuandoosbenssãofacilmentesubsKtuíveisumpelooutro,ascurvasdeindiferençasãomenos

convexas.Pelocontrário,quandosãodi\ceisdesubsKtuirumpeloooutro,ascurvassãomuito

convexas.Assim,oformatodeumacurvadeindiferençareflecteadisposiçãodeumconsumidor

emtrocarumbempelooutro.

Embora,navidareal,amaioriadosbensnãoseenquadreemnenhumadassituaçõesabaixo

descritas,estesdoiscasosextremosajudam‐nosademonstrarestapropriedadedascurvasde

indiferença.

Subs@tutosperfeitossãoaquelesbensparaosquaisastaxasmarginaisdesubsKtuição,ousejaa

taxaaqueoconsumidorestádispostoatrocarumpelooutro,semantémconstante

independentementedonúmerodebensqueconsKtuemocabaz.Devidoaestefacto,ascurvas

deindiferençasãolinhasrectas.

UmexemplodesteKpodebenssãoasmoedasde50cênKmose1euro.Independentementedo

númerodemoedasqueconsKtuemumcabaz,estousempredispostoatrocarduasmoedasde50

cênKmosporumade1€,ousejaataxamarginaldesubsKtuiçãoésempre2.

Osbensdizem‐secomplementaresperfeitosquandodoisbenssãoconsumidosemconjunto.

Logo,queroconsumi‐lossemprenamesmaproporção.UmexemplodesseKpodebenssãoos

sapatosdireitoeesquerdo.Nestecaso,nãonosinteressatermaisdeumsapatodecadalado.Se

aumentarmosonúmerodesapatosdireitos,paraaumentarmosanossasaKsfação,vamoster

queaumentarigualmenteonúmerodesapatosesquerdos.Porissonãoavaliamososcabazes

combasenonúmerodesapatostotaisqueoconsKtuem,masnonúmerodeparespossíveisde

formaraparKrdeles.Assim,umcabazcom5sapatosdecada,dá‐nosomesmonívelde

saKsfaçãoqueumcabazcom5sapatosdireitose7esquerdosouvice‐versa,pois,emqualquer

umdeles,onúmerodeparesquepodemosformaré5.Poressarazãoascurvasdeindiferença

formamângulosrectos.Nestecaso,temosacertezaqualopontoqueoconsumidorvaiescolher,

i.e,conhecemosospontosópKmos→vérKcesdoângulo.

32

ComoaVariaçãodoRendimentoAfectaasDecisõesdoConsumidor

Vamosexaminarcomooconsumoreageavariaçõesdorendimento.

Vimosque,seorendimentovariar,coeterisparibus,aquanKdadequeoconsumidortem

capacidadeparacompraraltera‐se.Seporexemplo,orendimentoaumentar,oconsumidorpassa

apoderadquirirmaisdeambososbense,porisso,arestriçãoorçamentaldesloca‐separafora,

paralelamente.Istoporque,comoopreçodosdoisbensnãosealtera,oráciodospreços

mantém‐see,porisso,odeclivedarestriçãoorçamentaltambém.

Estanovarestriçãoorçamentalmaisalargado,permiteaoconsumidorescolherumamelhor

combinaçãodosdoisbens.Ouseja,agoraoconsumidorconsegueaKngirumacurvade

indiferençamaiselevada.

Seaestanovarestriçãoorçamentalsobrepusermosomapadecurvasdeindiferençado

consumidor,vamosencontrarumnovopontoópKmo,aoqualestáassociadoumamaior

quanKdadedebenseaumamaiorsaKsfação,umavezqueacurvadeindiferençatangenteà

restriçãoorçamentalestánumnívelsuperiorqueaanterior(permite‐nosaKngirpontosque

anteseramimpossíveisouinaKngíveis).

Assim,umavariaçãodorendimentoprovocaumadeslocaçãoparaleladarestriçãoorçamental,

paradentro/esquerdaquandodiminui,ouparaadireita/foraquandoaumentaeainda,a

definiçãodeumnovopontoópKmo.

33

Oaumentodorendimentonãoimplicanecessariamenteoaumentodoconsumodeambosos

bens,emboraseja,defacto,omaiscomum.

Se,aprocuradeumbemsobequandoorendimentoaumentaediminuiquandoorendimento

diminui,coeterisparibus,masmenosdoqueproporcionalmente,diz‐sequeessebeméumbem

normal.Nográficoacima,ambososbenssãobensnormaispoisoconsumodosdoisbens

aumentaquandoorendimentoaumenta.

Contudo,háoutrassituaçõesemqueoaumentoderendimentoprovocaumadiminuiçãodo

consumodeumdeterminadobemevice‐versa.BenscomessacaracterísKcadizem‐sebens

inferiores.

Nestegráfico,umdosbens‐pizza‐éumbemnormal,poisaquanKdadeconsumidaaumenta

comoaumentodorendimento,enquantoooutro‐aPepsi‐éumbeminferiorpoisaquanKdade

consumidadiminuicomoaumentodorendimento.

Benssuperiores‐aquelesparaosquaisumaumentodorendimentoimplicaumaumentomais

doqueproporcionaldoconsumo.Normalmentesãobensdeluxo.

34

Assim,combasenaseucomportamentoquandohávariaçãodorendimento,podemosclassificar

osbensem:

• benssuperiores

• bensnormais

• bensinferiores

ComoaVariaçãodoPreçoAfectaasDecisõesdosConsumidores

Vamosconsideraraformacomovariaçõesdepreçoafectamasescolhasdoconsumidor.

Seopreçovariartambémvaihaverumadeslocaçãodarestriçãoorçamental.Porexemplo,a

diminuiçãodopreçodeumouambososbensvaifazercomquearectasedesloqueparafora.

Imaginandoqueopreçodeapenasumdosbensdiminui.Comoorendimentosemantém,seo

consumidorogastarapenasnoconsumodobemcujopreçosemanteve‐pizza,porexemplo‐a

quanKdadeconsumidanãosealteraeporissoopontomantém‐se.Contudo,segastara

totalidadedorendimentonobemquecujopreçodiminuiu‐Pepsi,porexemplo‐vaipodergozar

deumamaiorquanKdadedebensqueanteriormente.

UmavezquearestriçãoorçamentalrepresentaopreçorelaKvodospreços,havendouma

variaçãodopreçodeumdosbens,oráciodospreçosnãosemantém,eporisso,odecliveda

restriçãoorçamentalmuda.VistoqueopreçodaPepsidiminuienquantoodaPizzasemanteve,

vaipodertrocar,porcadapizza,maisPepsi(10pintsemvezde5)e,porisso,anovarestrição

orçamentalémaisinclinada.

Aformacomoessaalteraçãodarestriçãoorçamentalafectaoconsumodosbens,dependedas

preferênciasprópriasdoconsumidor.Nocasoilustrado,oconsumidoradquiremaisPepsie

menospizza.Maspoderianãoserassim.

35

QuandoháalteraçãodopreçorelaKvodosbens,altera‐seopreçodeumdosbens,mantendo‐se

ooutro.Oefeitoqueavariaçãodepreçotemsobreoconsumodeumbem,podeser

decompostoemdoisefeitos:

• Efeitorendimento‐consistenavariaçãodoconsumoresultantedeumamudançadepreçoque

provocaodeslocamentodoconsumidorparaumacurvadeindiferençamaiselevadaoumais

baixa.“Comoopreçodeumdosbensdiminuiu,comomesmorendimentotenhomaiorpoder

decompra,porissovoupodercomprarmaisdeambososbens”.→Acontecequandoambosos

benssãobensnormais.

• Efeitosubs@tuição‐consistenavariaçãodoconsumoresultantedeumamudançadepreço

queprovocaodeslocamentodoconsumidor,aolongodeumadadacurvadeindiferença,para

umpontocomumanovataxamarginaldesubsKtuição.“ComoopreçodePepsidiminuiu,

possoadquirirmaisquanKdadedePepsiporcadaunidadedepizzadequeabdico,i.e.,apizza

estámaiscara,relaKvamenteèPepsi,peloquedeviapassaraconsumirmaisPepsiemenos

pizza”.→Umdosbenséumbeminferior.

(Atenção‐relaKvamentemaisbaratonãoésinónimodemaisbarato)

Parasabermosqualoefeitofinal,temosqueanalisarasforçaseossenKdosdosdoisefeitos,pois

osefeitossubsKtuiçãoerendimentooperamemdirecçõesopostas.

36

Bem EfeitoRendimento EfeitoSubs@tuição EfeitoTotal

Pepsi

Oconsumidortemmaior

poderdecompraporisso

compramaisPepsi.

APepsiestámaisbarata,em

relaçãoàPizza,porisso

compramaisPepsi.

Osefeitosrendimentoe

subsKtuiçãoactuamno

mesmosenKdoporissoo

consumidorcompramais

Pepsi.

Pizza

Oconsumidortemmaior

poderdecompraporisso

compramaisPizza.

APizzaestámaiscara,em

relaçãoàPepsi,porisso

compramenosPizza.

Osefeitosrendae

subsKtuiçãoagemem

senKdosopostosporissooo

efeitototalsobreoconsumo

depizzaéincerto‐depende

daimportânciadosbens.

QuandoopreçodaPepsicai,oconsumidormovedopontoópKmoinicialAparaonovoponto

ópKmoC.Estamudançapodeseranalisadaemfases.Primeiro,oconsumidordesloca‐seao

longodacurvadeindiferençainicialI1dopontoAparaopontoB(efeitosubsKtuição‐mudança

naTMSapenas).OconsumidorestáigualmentesaKsfeitonestedoispontos,masnopontoB,a

TMSreflecteonovopreçorelaKvo(arectatracejadareflecteonovopreçorelaKvo,sendo

paralelaànovarestriçãoorçamental).

Depois,oconsumidordesloca‐separaumacurvadeindiferençamaiselevadaI2,deslocando‐se

dopontoBparaopontoC(efeitorendimento‐apenasmudançanasaKsfação).Emboraestes

pontosseencontrememcurvasdeindiferençadiferentes,têmamesmaTMS,ouseja,odeclive

dacurvadeindiferençaI1,nopontoB,éigualaodeclivedacurvaI2,nopontoC.

37

EmboraoconsumidornuncaescolharealmenteopontoB,estepontohipotéKcoajudaa

demostrarquesãoestesdoisefeitosquedeterminamadecisãodoconsumidor.

BemdeGiffen‐aquelesbensque“violamaleidaprocura”equeporisso,oaumentodopreço

dessebemaumentaasuaquanKdadeprocurada.BensdeGiffen,sãobensinferiores,cujoefeito

rendimentodominaoefeitosubsKtuiçãoe,porisso,assuascurvasdaprocurasãoascendentes.

Normalmente,esegundoaleidaprocura,quandoopreçodeumbemaumenta,aquanKdade

procuradadessebemdiminui.Estaleireflecte‐senodeclivenegaKvodacurvadaprocura.

Noentanto,hácasosemqueacurvadaprocurapodesercrescente.Ouseja,hácasosemquea

leidaprocuranãoseaplicaequeaspessoasconsomemmaisdeumbemquandoopreço

aumenta.

Porexemplo,suponhamosqueumconsumidorconsome2bens‐batatasecarne.Inicialmentea

restriçãoorçamentaldoconsumidoréaquelaentreopontoBopontoAeopontoópKmoéoC.

Quandoopreçodasbatatassobe,arestriçãoorçamentaldesloca‐separadentroecorresponde

agoraàrectaentreospontosDeA.OpontoópKmo,agora,éopontoE.Nesteexemplo,o

aumentodopreçodasbatataslevouoconsumidoraconsumirmaisbatatas.Istoaconteceporque

asbatatas,nestecaso,sãoumbeminferiorforte.Quandoopreçodasbatatassobe,opoderde

compradoconsumidordiminui.Oefeitorendimentofazoconsumidorquerercomprarmenos

carneemaisbatatas.Aomesmotempo,umavezqueasbatatassetornarammaiscaras,

relaKvamenteàcarne,oefeitosubsKtuiçãofazcomqueoconsumidorqueiraconsumirmenos

batatasemaiscarne.Contudo,nestecasoespecífico,oefeitorendimentoétãointensoque

excedeoefeitosubsKtuição.Nofinal,oconsumidorrespondeàsubidadopreçodabatata,

comprandomenoscarneemaisbatata.

38

ObtendoaCurvadaProcura

AcurvadaprocuraéarepresentaçãográficadaquanKdadeprocuradadeumdeterminadobem,

paracadaníveldepreço.Representaquantooconsumidorestádispostoecapazacomprarde

umbemdadooseupreço.

Jávimoscomoasvariaçõesdopreçodeumbeminfluenciamarestriçãoorçamentaldo

consumidore,consequentemente,asquanKdadesdeambososbensqueeledecideconsumir.A

curvadaprocuradequalquerbemrepresentaessasdecisões.Podemosconsideraracurvada

procuracomoumsumáriodasdecisõesópKmasdoconsumidor,queresultamdasuarestrição

orçamentalecurvasdeindiferença.Assim,ateoriadoconsumidorconsistenaexplicaçãoteórica

dacurvadaprocura.

Porexemplo,ográfico,consideraaprocuraporPepsi.opainel(a)mostraquequandoopreçode

umpintcaide$2to$1,arestriçãoorçamentaldoconsumidordesloca‐separafora.Devidotanto

oefeitorendimentocomooefeitosubsKtuição,oconsumidoraumentaoconsumodePepside

50para150pints.Opainel(b)mostraacurvadaprocuraqueresultadasdecisõesdoconsumidor.

ParacadapreçoestárelacionadaumaquanKdadeprocurada(quesereKroudográfico(a)).

39

Assim,aparKrdospontosópKmosdoconsumidorconseguimosderivargraficamenteaprocura.

(veraplicações)

Leidaprocura‐àmedidaqueopreçodeumbemaumenta,aquanKdadeprocuradadiminui.

Aprocuradependede:

• preço‐segundoaleidaprocura,quandoopreçodeumbemaumenta,coeterisparibus,a

quanKdadeprocuradadobemdiminui‐aquanKdadeprocuradaestánegaKvamente

relacionadacomopreço.

• gostos

• rendimento

• preçodosoutrosbens

• expectaKvas

40

Seopreçovariar,háumdeslocamentoaolongodacurvadaprocura(D).Sequalquerumdos

outrosfactoresvariarvaihaverumdeslocamentodaprópriacurvadaprocura.

Sobreaprocura,podemoster:

• Representaçãográfica‐gráficoquerepresentaarelaçãoentreopreçodeumbemea

quanKdadeprocurada.

• Escaladaprocura‐tabelaquerelacionaopreçodeumbemeaquanKdadeprocurada.

• Expressãoanalí@cadaprocura‐QD=40‐4P

ProcuraGlobal‐éasomadasquanKdadesprocuradas,paracadaníveldepreço,detodosos

segmentosdomercado.

Paraanalisarcomofuncionamosmercados,temosdedeterminaraprocuraglobal,queéasoma

detodasasprocurasindividuaisdeumdeterminadobemouserviço.

41

Assumindoqueestesindivíduos,sãorepresentaKvosdeumadeterminadaclasse/segmento,

possoassumirque12éaquanKdadeprocuradaglobaldosegmentorepresentandopela

Catherine,quandoopreçoé0.Aescaladaprocuraglobaldomercadorepresentaoqueacontece

àquanKdadeprocuradaquandoopreçovaria,enquantoasoutrasvariáveisquedeterminama

procurasemantêmconstantes.

Umavezqueaprocuraglobaldomercadoéderivadadasprocurasindividuais,dependedos

factoresquedeterminamaprocuraindividualdosconsumidores.Porisso,aprocuraglobaldo

mercadotambémdependedorendimentomonetário,dosgostos,dasexpectaKvas,dospreços

deoutrosbensedopreço.Etambémdependedonúmerodeconsumidores.

42

Note‐sequesesomamascurvasdaprocuraindividuais,horizontalmente,paraobteracurvada

procuraglobaldomercado.Istoé,paradeterminaraquanKdadeprocuradatotal,paracada

preço,temosqueadicionarasquanKdadesindividuais,queseencontramnoeixodasabcissas

dosgráficosdascurvasdaprocuraindividuais.

DeterminantesdaProcura

Semprequeumdosdeterminantesdaprocura,paraalémdopreço,varia,vaihaverum

deslocamentodacurvadaprocura.QualqueralteraçãoqueprovoqueoaumentodaquanKdade

procuradaparacadapreço,deslocaacurvadaprocuraparaadireita.Pelocontrário,qualquer

alteraçãoqueprovoqueadiminuiçãodaquanKdadeprocuradaparacadapreço,deslocaacurva

daprocuraparaaesquerda.

Umavezqueopreçoestárepresentadonoeixodasordenadas,umavariaçãodopreçoprovoca

umadeslocaçãoaolongodacurvaenãoumdeslocamentodacurva.Pelocontrárioquandohá

umavariaçãonorendimento,nopreçodeoutrosbens,nosgostos,nasexpectaKvas,ouno

númerodeconsumidores(quandosetratadacurvadaprocuraglobal),hádeslocamentoda

própriacurva.

Emsuma,acurvadaprocuramostraoqueaconteceàquanKdadeprocuradadeumdeterminado

bemquandoopreçovaria,coeterisparibus,ouseja,mantendoconstantestodasosoutros

determinantesdaquanKdadeprocurada.Quandoumdestesoutrosdeterminantesvaria,há

deslocamentodcurva.

Quandovariaorendimento,coeterisparibus,eesteaumenta,acurvadaprocuradesloca‐separa

fora,seobememcausaforumbemnormal.Seforumbeminferior,aquanKdadeprocurada

diminuieacurvadaprocuradesloca‐separadentro.

43

Seopreçodeoutrobemaumentareosbensforemcomplementares,aquanKdadeprocuradavai

diminuir,peloqueacurvadesloca‐separadentro.SeosbensforemsubsKtutos,acurvadesloca‐

separafora,poisaquanKdadeprocuradaparacadaníveldepreçoaumenta.

Umexemplosobrecigarros:

Elas@cidade‐medeareacçãodaquanKdadeprocuradaemrelaçãoaumdosseus

determinantes.Medeareacção,emtermospercentuais,deumavariávelemrelaçãoauma

variaçãounitáriapercentualdeoutravariável.

Elas@cidadepreçodaprocuraouelas@cidadeprocurapreço‐éavariaçãopercentualda

quanKdadeprocurada,quandoopreçovaria1%.MedequantoaquanKdadeprocuradadeum

bemrespondeaumavariaçãonopreçodessebem,calculadacomoarelaçãoentreavariação

percentualnaquanKdadeprocuradaeavariaçãopercentualnopreço.

ElasKcidade(ε)=∣variaçãopercentualnaquanKdadeprocurada/variaçãopercentualnopreço∣

=∣(ΔQ/Q)/(ΔP/P)∣

44

(temqueseusarovalorabsolutopoisopreçoeaquanKdadeprocuradavariamemsenKdos

opostos)

• Seε=0,acurvaérígida(opreçopodeaumentaroudiminuir,masaquanKdadeprocurada

mantém‐seconstante);

• Se0<ε<1,acurvaéinelás@ca(opreçovaivariamaisdoqueproporcionalmentequea

quanKdadeprocurada‐seopreçoébaixoeesteaumentaumbocado,aquanKdadeprocurada

nãovaisofrerumagrandevariação);

• Seε=1,acurvaéunitária(preçoequanKdadevariamnamesmaproporção);

• Se1<ε<+∞,acurvaéelás@ca(aquanKdadeprocuradavariamaisqueproporcionalmente

queopreço‐seopreçoéelevadoeaindasobemaisumbocado,aminhareacçãovaisermais

drásKca,deixandodeconsumirmaisunidades);

45

• Seε=+∞,acurvaéperfeitamenteelás@ca(sejaqualforaquanKdadeconsumida,só

consomemàquelepreço)

UmavezqueaelasKcidadepreçodaprocuramedequantoaquanKdadeprocuradarespondea

variaçõesnopreço,estaestárelacionadacomainclinaçãodacurvadaprocura.Quantomenos

inclinadaforacurvadaprocuraquepassaporumdadoponto,maioréaelasKcidadepreçoda

procura.Quantomaisinclinadadoracurvadaprocuraquepassaporumdadoponto,menoréa

elasKcidadepreçodaprocura.

Receitatotaleaelas@cidadepreçodaprocura

Receitatotal‐valorpagopelosconsumidoreserecebidopelosprodutoresdeumbemouserviço

(PreçodobemxQuanKdadevendida)‐PxQ=áreadorectângulo

Aformacomoareceitatotalvariaquandonosdeslocamosaolongodacurvadependeda

elasKcidadepreçodaprocura.

Seaprocuraforinelás@ca,entãoumaumentodopreçovaiprovocarumaumentodareceita

total.Umaumentodopreçoaumentaareceitatotal(PxQ),poisadiminuiçãodaQé

proporcionalmentemenordoqueoaumentodeP.

46

Se,pelocontrário,aprocuraforelás@ca,umaumentodopreçovaiprovocarumadiminuiçãoda

receitatotal.ComoaprocuraéelásKca,adiminuiçãodaquanKdadeétãoacentuadaque

ultrapassaoaumentodopreço.Ouseja,umaumentodopreçodiminuiareceitatotal(PxQ),

poisadiminuiçãodeQéproporcionalmentemaiorqueoaumentodeP.

Emsuma:

• QuandoacurvadaprocuraéinelásKca(elasKcidadepreço<1),umaumentodopreçoaumenta

areceitatotaleumadiminuiçãodopreçoreduzareceitatotal;

• QuandoacurvadaprocuraéelásKca(elasKcidadepreço>1),umaumentodopreçodiminuia

receitatotaleumadiminuiçãodopreçoaumentaareceitatotal;

• QuandoaelasKcidadepreçodaprocuraéunitária(elasKcidadepreço=1),umavariaçãono

preçonãoafectaareceitatotal.

47

Elas@cidadeeReceitatotalaolongodacurvadaprocuralinear

EmboraalgumascurvasdaprocuratenhamumaelasKcidadeconstanteaolongodetodaacurva,

issonemsempreacontece.Umexemplodisso,équandoacurvaéumalinharecta.Umacurvada

procuralineartemumdeclive(rácioentreavariaçãodopreçoeavariaçãodaquanKdade)

constante.Enquantoodecliveéoráciodasvariaçõesdas2variáveis,aelasKcidadeéoráciodas

variaçõespercentuaisdas2variáveis

EmpontoscompreçobaixoeelevadaquanKdade,acurvaéinelásKca.

EmpontoscompreçoelevadoebaixaquanKdade,acurvaéelásKca.

Elas@cidadeprocurarendimentoourendimentodaprocura‐éavariaçãopercentualda

quanKdadeprocuradaseorendimentovariar1%.MedequantovariaaquanKdadeprocuradase

variarorendimento

ε=variaçãopercentualnaquanKdadeprocurada/variaçãopercentualnorendimento=

(ΔQ/Q)/(ΔM/M)

• SeεDM<0,(variamemsenKdosopostos)‐obememcausaéumbeminferior(oaumentodo

rendimentoprovocaumadiminuiçãodaprocura);

• Se0<εDM<1,(aquanKdadevariamenosdoqueproporcionalmente)‐obememcausaéum

bemnormal;

48

• SeεDM=1,quanKdadeerendimentovariamnamesmaproporção;

• SeεDM>1(quanKdadevariamaisdoqueproporcionalmente)‐obeméumbemsuperior.

OsbensessenciaistendematerelasKcidadesrendimentodaprocuramaispequenos,enquanto

bensdeluxotemelasicidadesrendimentodaprocuramaiores.

Elas@cidadecruzadadaprocura‐éavariaçãopercentualdoconsumodeumbem,quandovaria

opreçodooutrobemem1%.Medeoqueaconteceàprocuradeumbemquandovariaopreço

deoutro.

ε=variaçãopercentualnaquanKdadeprocuradadobem1/variaçãopercentualnaquanKdade

procuradadobem2=(ΔPbem1/Pbem1)/(ΔQbem2/Qbem2)

• SeεCP=0,osbenssãoindependentes(opreçodeumbempodevariar,mantendo‐sea

quanKdadeprocuradadooutrobemconstante);

• SeεCP>0,osbenssãosubs@tuíveis(comosãosubsKtuíveis,seopreçodeumaumentoeado

outrosemanKver,passoaconsumirooutro);

• SeεCP<0,osbenssãocomplementares(comoconsumoosbensemconjunto,seopreçode

umaumenta,aquanKdadeprocuradadooutrovaidiminuir).

Excedentedoconsumidor(teoriadobem‐estar)‐éadiferençaentreovalorqueoconsumidor

dáaobem,queestádispostoapagar,eopreçopagopelobem,opreçodemercado.

Quantomaioroexcedente,maiorobem‐estar.

Damesmaformasepodecalcularoexcedentetotaldosconsumidoresdumaeconomia.

(gráfico)

Produção‐TeoriadeCustos

Regrageral,oobjecKvodeumaempresaéamaximizaçãodoslucros.

Receitatotal‐Omontantequeaempresarecebe/obtémpelavendadoseuproduto/output.

49

RT=QuanKdadeproduzidaxPreçoaquesevendeobem/serviço)

Custototal‐Omontantequeaempresapaga/gastaparaadquirirosseusinputs.

Lucro‐correspondeàdiferençaentreareceitatotaleocustototal.Éapartedareceitatotalque

nãoénecessáriaparacobriroscustos.Éodonodaempresaqueficacomoque“sobra”.

Lucro=Receitatotal‐Custototal

Custoscomocustosdeoportunidade

Ocustodealgoéovalordaquiloquedemelhordeixámosdefazerparafazeroquefizemos‐

custodeoportunidade.

Oscustosdeproduçãodeumaempresa,incluemtodososcustosdeoportunidadeassociadosà

produçãodosseusbenseserviços.

Oscustosdeproduçãodeumaempresaincluemtantooscustosexplícitoscomoosimplícitos:

• custosexplícitossãooscustosdosinputs,queexigemopagamentoporpartedaempresa,que

requeremdespesaporpartedaempresa.

• custosimplícitossãoosquenãoimplicamumgastodirectodedinheiro‐correspondemaos

custosdeoportunidade.

Oseconomistas,quandomedemoscustosdeumaempresa,incluemtantooscustosexplícitos

comoosimplícitos.Pelocontrário,oscontabilistas,normalmenteapenasconsideramoscustos

explícitos.

Ocustodocapitalcomocustodeoportunidade

Umimportantecustoimplícito,namaioriadosnegócios,éocustodeoportunidadedocapital

financeiroqueéinvesKdononegócio.

Quandoasempresasinvestem,abdicamdosrendimentosdosjuros

Umavezqueeconomistasecontabilistasmedemoscustosdeformadiferente,medemtambém

deformadiferenteoslucros:

50

• Oseconomistasmedemolucroeconómicodeumaempresa,comosendoadiferençaentrea

receitatotaletodoscustosdeoportunidadedaproduçãodebenseserviços(incluindoos

custosexplícitoseimplícitos)

LucroEconómico=Receitatotal‐Custototal(incluindocustosexplícitoseimplícitos)

• Oscontabilistasmedemolucrocontabilís@cocomosendoadiferençaentreareceitatotalda

empresaeosseuscustosexplícitos.Destemodo,ignoramoscustosimplícitos.

LucroContabilísKco=Receitatotal‐Custosexplícitos

Umavezqueocontabilistaignoraoscustosimplícitos,ocustototalparaocontabilistaémenor

queparaoeconomista,peloqueolucrocontabilísKcoémaiorqueolucroeconómico.

Quandoareceitatotalexcedeatotalidadedoscustosdeoportunidade(custosexplícitos+custos

implícitos),aempresafazlucroeconómico.

ProduçãoeCustos

(Paraesteestudoassume‐sequeotamanhodaempresaéfixoequeaquanKdadedebens

produzidaapenassealteravariandoonúmerodetrabalhadores.Istosóseaplicanocurtoprazo.)

Funçãoprodução‐relacionaaquanKdadedeinputsuKlizadosnaproduçãodeumbem(oque

uKlizoparaproduzir)comaquanKdadedeoutputdessebem(quanKdadeproduzida).

51

Oprodu@vidadeouprodutomarginaldequalquerdequalquerfactordeprodução,noprocesso

produKvo,correspondeaoaumentodaprodução,queresultadeumaunidadeadicionaldesse

factorproduKvo.Oprodutomarginaldeumfactordeproduçãoéoprodutoadicionalgeradopor

umaunidadeadicionaldessefactor,mantendoosrestantesfactoresconstantes.Assim,a

produKvidademarginaldotrabalhocorrespondeaoaumentonaquanKdadeproduzidaobKdo

comumtrabalhadoradicional.

Aleidosrendimentosdecrescentesafirmaqueàmedidaqueformosadicionandounidades

sucessivasdeumfactorvariávelaumfactorfixo,aparKrdecertoponto,osaumentosde

produção,sãocadavezmenores(emboraaproduçãototalpossaconKnuaraaumentar).Istoé,a

produKvidademarginaldeumfactorproduKvo,aparKrdedeterminadaaltura,vaidiminuindoà

medidaqueaquanKdadedessefactorproduKvoaumenta.

(exemplodostrabalhadoresnumafábrica,ondeoequipamentosemantém.Acertaaltura

começaaatrapalhar‐seunsaosoutros.)

Afunçãodaproduçãoreflecteestarealidade.Odeclivedafunçãodeproduçãomedea

produKvidademarginaldeumdadofactorproduKvo,comosejaotrabalho.Assim,aparKrde

certaaltura,àmedidaqueaquanKdadedeuminputaumenta,oacréscimodaquanKdade

produzidaécadavezmenor(orendimentomarginaldiminui)e,porisso,odeclivedacurvaé

cadavezmenoreafunçãoproduçãoficamaishorizontal(menosinclinada).

ProduKvidadeAcréscimonaquanKdadeproduzida

FactoresproduKvosadicionais

=

52

DaFunçãoProduçãoàCurvadoCustoTotal

ArelaçãoqueexisteentreaquanKdadeproduzida,porumaempresa,eoseucustototalpode

serrepresentadagraficamenteatravésdacurvadocustototal.

Curvadocustototal‐relacionaoscustostotaiscomaquanKdadeproduzida.Estacurvaé

crescente,pois,àmedidaquesãoproduzidasmaisunidades,oscustostotaisaumentam.

AinclinaçãodacurvadecustototalaumentacomaquanKdadeproduzida,enquantoquea

inclinaçãodafunçãodeproduçãodiminui.Istoaconteceporque,quandojáseestáaproduzir

grandesquanKdades,jáestãoempregadosmuitostrabalhadores.Comooespaço\sicojáestá

muitoocupado,cadatrabalhadoradicionalacrescentamenosàprodução‐leidosrendimentos

marginaisdecrescentes(afunçãodeproduçãoficamaisachatada)‐eocustodeproduziruma

unidadeadicionaljáémuitoelevado(acurvadecustototalficamaisinclinada).

AsDiferentesMedidasdeCusto

Ocustototalpodeserdecompostoem:

• custofixo‐custosquenãovariamcomaquanKdadeproduzidaequeexistemmesmoquenão

existaproduçãoequetêmdesersuportadosqualquerquesejaaquanKdadeproduzida

(exemplo:renda);

• custovariável‐custosquevariamcomaquanKdadeproduzida.

Assimocustototaléasomadoscustosfixoscomosvariáveis

CT=CF+CV(Q)

53

Customédio‐correspondeaocustounitáriodeprodução.Trata‐sedocustoque,emmédia,se

podeatribuiracadaunidadeproduzida‐dá‐nosocustomédiodeumaunidade{picadeum

produto,dividindoocustototalpelaquanKdadedeunidadesproduzidas(édefinidopelamédia

aritméKcadoscustostotais).Respondeàquestão“Quantocustaproduzirumaunidade{picade

produto?”.

CMe=CT/Q

Ocustototalmédiopodeserdecompostoem:

• custofixomédio‐CFM=CF/Q

• custovariávelmédio‐CVM=CV/Q

Customarginal‐éocustodaúlKmaunidadeproduzida;diz‐nos/medeemquantoaumentao

custototalemdecorrênciadaproduçãodeumaunidadeadicionaldeproduto.Ocustomarginal

ajudaaresponderàquestão“Quantocustaproduzirumaunidadeadicionaldeproduto?”.

CMg=∆CT/∆Q

Curvasdecustoeassuasformas

• Curvadocustomarginal‐noinícioacurvadoCMgédescendente,tornando‐sedepois

ascendente(CMgaumentacomaquanKdadeproduzida).Estacurvareflectealeidos

54

rendimentosdecrescentes.QuandoaquanKdadeproduzidaereduzida,tambémonúmerode

trabalhadoreséreduzido,peloqueaproduKvidademarginaldeumtrabalhadoradicionalé

elevadoeocustomarginaldeumaunidadeadicionaldeprodutoébaixo.Pelocontrário,

quandoaquanKdadeproduzidajáéelevada,oprodutomarginaldetrabalhadoradicionalé

baixo,eocustomarginaldeumaunidadeadicionaldeprodutoéelevado.

• Curvadocustomédiototal(CFM+CVM)emformadeU‐Oscustosfixossãosempre

decrescentes.Quandoaproduçãoémuitobaixaocustomédiototaléelevadopoisoscustos

fixossãodivididosporumnúmeroreduzidodeunidades;umaumentodessaproduçãopode

fazerdescerocustoatribuídoacadaunidade,ouseja,ocustofixoédivididoporummaior

númerodeunidades.

Oscustosvariáveissão,inicialmentedecrescentes,tornando‐sedepoiscrescentes.azonada

curvaqueédecrescente,correspondeaumafasederendimentosmarginaiscrescentes.

Contudo,aparKrdecertoponto,produzirmaiscomeçaasaircadavezmaiscaro(devidoa

situaçõesdesaturação,engarrafamento,etc.),fazendocomqueacurvasejacrescente‐fase

dosrendimentosmarginaisdecrescentes.

Acurvadocustototalmédioreflectetantoocomportamentodoscustosfixoscomodoscustos

variáveis.Paraníveisdeproduçãobaixos,ocustomédioéelevado,poisocustofixoédividido

porpoucasunidades.OcustomédiomédiodiminuiàmedidaqueaquanKdadeproduzida

aumenta,atéchegaraummínimo.AparKrdessepontoocustomédiocomeçaaaumentar

poisocustovariávelmédioaumentasubstancialmente,devidoaosrendimentosmarginais

decrescentes.

ÀquanKdadeproduzidaqueminimizaocustomédiototal,chama‐seescalaeficiente.Oponto

mínimodacurvadocustomédioacontecenaescalaeficiente.Seaempresaproduzirmaisou

menosqueaquelaquanKdade,oseucustototalmédioaumenta.

• RelaçãoentreCMgeCMT‐Semprequeocustomarginalformenorqueocustomédiototal,o

customédiototalestaráadiminuir.Semprequeocustomarginalformaiorqueocustomédio

total,ocustomédiototalestaráaaumentar.Acurvadocustomarginalcruzaacurvadocusto

médiototalnomínimodesta‐nopontocorrespondenteàescalaeficiente.Ouseja,ocusto

médioédecrescenteenquantoocustomarginalesKverabaixodocustomédioevice‐versa⟶

Atéàescalaeficiente,CMg<CMe,eCMeédecrescentepois,umaunidadeadicionalcomum

customaisbaixoqueamédia,vaifazerbaixaramédia.AparKrdesseponto,CMg>CMeeCMe

55

écrescentepoisadicionarumaunidadecomumcustomaiorqueomédio,fazaumentara

média.

RelaçãoentreCustoMédioTotalemCurtoeemLongoprazo

Adivisãoentrecustosfixosevariáveisdependedohorizontetemporalconsiderado.

Oscustosfixos,nolongoprazo,tornam‐sevariáveis(nolongoprazoépossívelfazervariartudo).

Umavezmuitasdecisõessãofixasnocurto‐prazomasvariáveisnolongoprazo,ascurvasdos

custosalongoprazodeumaempresadiferemdasduascurvasdoscustosacurtoprazo.

Afigurarepresenta3curvasdocustototaldecurtoprazo‐paraumaempresamédia,médiae

grande.Estátambémrepresentadaacurvadocustototaldelongoprazo.Àmedidaquea

empresasedeslocaaolongodacurva,estáaajustarotamanhoaempresaàquanKdade

produzida.Ográficomostracomooscustodecurtoelongoprazosestãorelacionados.Acurvado

custototaldelongo‐prazotemaformadeUmaisachatadaqueadecurtoprazo.Alémdisso,

todasascurvasdecurtoprazosituam‐seemcimaouacimadacurvadelongoprazo.

Nofundi,nolongo‐prazo,aempresapodeescolherqualcurvadecurtoprazoquerusar.Contudo,

nocurtoprazotemqueusaraquelacurvaqueescolheunopassado.

Nolongoprazo,asempresaspodemescolheroseutamanho,masnãoopodemnocurtoprazo.

Assim,nocurto‐prazo,paraaumentaraquanKdadeproduzida,aempresaapenasoconsegue,

aumentandoonúmerodetrabalhadores,oquevaiaumentarosseuscustosmédios,devidoà

propriedadedosrendimentosmarginaisdecrescentes.Pelocontrário,nolongoprazo,comoa

empresapodeaumentaroseutamanhoproporcionalmenteaoaumentodetrabalhadores,os

custosmédiosmantêm‐se.

56

Economiasdeescala‐apropriedadepelaqualocustomédiodelongoprazodiminuicomo

aumentodaquanKdadeproduzida.Aseconomiasdeescalasóexistemnomédio/longoprazo.

Aseconomiasdeescalasurgemnormalmenteporqueelevadosníveisdeproduçãopermitemque

hajaespecializaçãoentreostrabalhadores,oquepermitequecadaumsetornemelhornatarefa

quelheficoudesKnada.

Deseconomiasdeescala‐propriedadepelaqualocustomédiodelongoprazoaumentaà

medidaqueaumentaaquanKdadeproduzida.(aumentonaproduçãototalémenorqueo

aumentodosfactoresproduKvos).

Normalmente,asdeseconomiasdeescalasurgemdevidoaproblemasdecoordenaçãoquesão

inerentesemqualquerorganizaçãodegrandesdimensões.

Rendimentosconstantesàescala‐propriedadepelaqualocustomédiodelongo‐prazose

mantémàmedidaqueaquanKdadeproduzidavaria.

IstoexplicaaformaemUachatadodascurvasdecustomédionolongoprazo‐abaixosníveisde

produção,aempresabeneficiaemaumentarasuadimensão,poispodeaproveitaroaumentoda

especialização.Chegaaumpontoemqueessebene\ciojánãoseregista,mastambémnãohá

aumentodoscustosmédios.Jáemníveisdeproduçãoelevados,osproblemasdecoordenação

tornam‐semaisevidentes.

57

EstruturasdeMercado

• concorrênciaperfeita

• concorrênciaimperfeita

‐ monopólio/monopsónio

‐ oligopólio/duopólio

‐ concorrênciamonopolísKca

‐ mercadosincontestáveis

MercadoMonopolista‐estruturanãoconcorrencial,emqueapenasháumprodutorparaum

determinadobem.

Monopsónio‐estruturaemqueapenasexisteumconsumidorparadeterminadobem.

Nomonopólioopreçovaisermaiselevadodoquenaconcorrênciaperfeita,poisovendedorvai

praKcaropreçomaisaltoqueaprocuraestádispostaapagar(omonopolistanãotemcurvada

procura)‐mastambémnãopodepraKcarqualquerpreçoquequeira.

Nomonopólio,oexcedentedoconsumidorvaidiminuirenquantoqueoexcedentedoprodutor

vaiaumentar.Seaperdadoexcedentedoconsumidorforigualaoganhodoexcedentedo

produtor,obem‐estargeraldaeconomiamantém‐se.Contudo,omonopolistanãovaiconseguir

ficarcomtodooexcedentequeoconsumidorperde,poisháperdadeeficiêncianaafectaçãodos

recursos.Destemodooexcedenteglobaldaeconomiadiminua.

Nummonopóliocomdiscriminaçãoperfeitadepreços,oprodutorconseguesaberexactamentea

uKlidademarginaldaúlKmaunidadeconsumidaparacadasegmentodeconsumidores,peloque

praKcapreçosdiferentesparaosdiferentessegmentos(vendeaopreçomáximoquecada

segmentoestádispostoapagar).

Umprodutoremconcorrênciaperfeitaéum“pricetaker”;nummonopólio,éum“pricemaker”.

Porisso,oEstadodeveintervirparaevitarqueomonopolistanãoabusedeseupoderde

mercado.

Monopóliosnaturais‐surgequandoumaúnicaempresaconseguefornecerumdeterminado

bemouserviço,aomercado,aumcustomenordoqueconseguiriamduasoutrês.Nummercado

afuncionarlivremente,a“mãoinvisível”vaiconduziràformaçãodeummonopólionatural.

58

Oligopólios‐estruturaemqueexistemalgumaspoucasempresasdoladodaoferta,queem

conjuntotêmpoderdemercado.Oseunúmerodependedadimensãodomercadoemque

operamedadimensãodasempresas.

Nestecaso,asempresastambémnãosão“pricetakers”.

Duopólio‐éolimitemenordooligopólio.Existemapenas2empresas.

Nosoligopólios,quandonãosãoduopólios,levamàformaçãodecartéis.

Concorrênciamonopolís@ca‐nesteKpodemercado,osprodutosdeixamdeserhomogéneos.

Háumelementodeconcorrênciaperfeitaeumelementodemonopólio.Ocliente,subjecKvaou

objecKvamentevaipreferirumbemaooutro,masvãoexisKrempresasaconcorrerentresi

(algumasempresastêmomonopóliodamarca,mastêmconcorrência‐seadiferençadepreço

formuitograndeoconsumidormuda)

Mercadoscontestáveis‐oprimeiroaentrarganha‐entrarimplicainvesKmentosmuitoelevados

‐custoselevados‐peloqueénecessáriooestadogaranKrquevaihaverretorno.

ConcorrênciaPerfeita

CaracterísKcasdeummercadodeconcorrênciaperfeita:

• atomicidade‐existemmuitasunidadestantodoladodaprocura(compradores)comodolado

daoferta(vendedores)

• produtoshomogéneos‐produtoscomasmesmascaracterísKcas(oúnicofactordedecisãoéo

preço)

• nãoexistembarreirasàentradae/ousaídadomercado‐livremobilidade.Nopreçojáestá

determinadoamargemdelucro.SeopreçodesceabaixodoesKpuladovãohaverlucros

anormais.Seopreçoaumentar,maisempresasvãoentrarnomercado.Istofazaumentara

quanKdadeproduzida,fazendodiminuiropreço,peloqueoslucrosestabilizamoutravez.O

mercadoafuncionarsozinhoehavendolivremobilidade,sópermitehaverlucrosanormais

muitotemporariamente.

• informaçãoperfeita‐paraqueopreçosejaúnicoénecessáriohaverinformaçãoperfeita(quer

doladodequemcompra‐nãovaicomprarumprodutomaiscarosesabequeoconsegue

59

comprarmaisbarato‐querdoladodequemvende‐seumaempresaadoptaumatecnologia

quepermiteaumentaraproduKvidadeediminuiropreço,essatecnologiavaiseradoptadapor

todasasempresas)

Umavezqueexistemmuitoscompradoresevendedoresnomercadoequeosbensoferecidos

pelosváriosvendedoressãoessencialmenteiguais,aacçãodeumúnicoconsumidorouprodutor

temumimpactoinsignificantesobreopreçodemercado.Cadaprodutorecadaconsumidor

tomamopreçodemercadocomodado➞depoisdedeterminadoopreçodeequilíbrio,os

consumidoreseosprodutores,nummercadodeconcorrênciaperfeita,têmqueaceitaropreço

queomercadodeterminaesão,porisso,chamadosde“pricetakers”.Istosignificaqueseuma

empresatentarvenderacimadopreçovigentenomercado,ninguémlhecompra,poisháoutros

concorrentesavendermaisbarato.poroutrolado,venderabaixodessepreço,nãolhetraz

bene\cios,poisperdedinheiroporcadaunidadevendida,eadescidadepreçonãolhetraz

ganhoporclientesadicionaisquecompenseaperdadereceitas,vistoserumprodutormuito

pequeno.

ObjecKvodaempresaé,regrageral,maximizarolucro.

Nummercadodeconcorrênciaperfeita,areceitatotaldeumaempresaéigualaoprodutoentre

aquanKdadeproduzidaeopreçoaqueessebemouserviçoévendidonomercado

Receitatotal(RT)=PxQ

Umavezque,nummercadodeconcorrênciaperfeita,opreçodoprodutonãodependeda

quanKdadeproduzida,areceitatotaléproporcionalaovolumedaprodução.

AreceitamédiaconsistenarelaçãoentreareceitatotalequanKdadeproduzida/vendida.Diz‐nos

quantoéqueaempresarecebe,emmédia,porcadaunidadede{picavendida.Temosentão

que,paratodasasempresas,areceitamédiaésempreigualaopreçodobem.

Areceitamarginalrepresentaavariaçãonareceitatotaldecorrentedavendadeumaunidade

adicionaldeproduto.Nummercadodeconcorrêncaperfeita,umavezqueareceitatotaléPxQ

60

equeoPéfixo,quandoQaumenta1unidade,areceitatotalaumentaemP,logo,areceita

marginaléigualaopreço.Assim,vendermaisumaunidadeadicionaltemcombene\cioopreço.

RMg=

ΔRTΔQ

=PxΔQΔQ

=P

Paraasempresasnummercadodeconcorrênciaperfeita,areceitamarginaléigualaopreçodo

bem.

Emsuma,nummercadodeconcorrênciaperfeita:

P=RMe=RMg

Comomaximizarolucro?

Paramaximizarolucro,umaempresadecideproduziraquanKdadeparaaqualolucroéomaior

possível.

UmaempresapodedeterminaraquanKdadequemaximizaolucrocomparandoareceita

marginaleocustomarginaldecadaunidadeproduzida.Destemodo,estãoaanalisaravariação

dolucro,causadaporcadaunidadeadicionalproduzida.Enquantoareceitamarginalexcedero

customarginal,aumentaraquanKdadeproduzidavaifazeraumentarolucro.Contudo,chega‐se

aumpontoemqueocustomarginalpassaasermaiorqueareceitamarginal,peloqueo

aumentodaproduçãoiriafazerreduzirolucro.

Comovimos,obene\ciodavendadeumaunidadeadicionaléopreço.Poroutrolado,ocusto

dessaunidadeadicionaléocustomarginal.Destemodoaocompararemosbene\cios(RMg)e

custos(CMg)marginais,osagentesestãoaserracionais,poisestãoapensarnamargem.Assim,

seareceitamarginalforsuperioraocustomarginal,aempresavaiaumentarasuaprodução.Se,

pelocontrário,acustomarginalformaiorqueareceitamarginal,aempresavaidiminuirasua

produção.Logooprodutorproduzatéquepreço(RMg)=customarginal‐regradolucro

máximo.

SeRMg>CMg➞aumentaraprodução

SeRMg<CMg ➞diminuiraprodução

QuandoRMg=CMg➞ Lucromaximizado

Seasempresaspensaremnamargemefizeremajustamentosincrementaisnoníveldeprodução,

serãolevadosnaturalmenteaproduziraquanKdadequemaximizaolucro.

61

AscurvasrepresentadasapresentamcaracterísKcasquesãocomunsàsdamaiorpartedas

empresas:

• Acurvadecustomarginalé,noiníciodescendente,passandodepoisaserascendente.

• AcurvadecustototalmédiotemaformadeU.

• Acurvadecustomarginalcruzacomacurvadocustototalmédionopontoemqueocusto

totalmédioémínimo.

Afigurarepresentaaindaumaoutrarectahorizontalqueequivaleaodopreçodemercado(P).A

linhaéhorizontalporqueaempresatomaopreçocomoumdado,i.e.,opreçodoprodutode

umaempresaésempreomesmo,independentementedaquanKdadequeeladecidirproduzir.A

empresaéum“pricetaker”.

Combasenestegráfico,podemosdeterminaraquanKdadedeprodutoquemaximizaolucro.

Comoumaempresanummercadodeconcorrênciaperfeitatomaopreçocomoumdado,asua

receitamarginaléigualaopreçodemercado.Paraqualquerpreçodado,aquanKdadede

produtoquemaximizaolucrodeumaempresanummercadodeconcorrênciaperfeita,estána

intersecçãodopreçocomacurvadecustomarginal(Qmáx).Opontoemquearectadocusto

marginalcruzaarectadopreçodemercado(=RMg),estáassociadoàquanKdadequepermite,à

empresa,maximizaroseulucro(Regradolucromáximo:noníveldeproduçãoquemaximizao

lucro,areceitamarginaleocustomarginalsãoexactamenteiguais).

62

SeumaempresaesKveraproduziremQ1,ocustomarginaléinferioràreceitamarginal,pelo

que,seaempresaaumentasseaproduçãoem1unidade,areceitaadicional(MR1)seriamaior

queoscustosadicionais(MC1).Assim,olucroaumentaria.Assim:

SeRMg>CMg,seseproduzirumaunidadeadicional,areceitavaisubirmaisdoqueoscustos,

aumentandoassimolucro,peloqueaempresadecideaumentaraquanKdadeproduzida.

SeCMg>RMg,seaempresadiminuiraproduçãoem1unidade,oscustospoupadosseriam

maioresqueareceitaperdida,peloqueaempresapodeaumentarolucrodiminuindoa

produção.

Seaempresaforfazendoestesajustes,aempresaacabaráporajustaraproduçãoatéa

quanKdadeproduzidaaKngiroQMÁX.Noníveldeoutput/produçãoquemaximizaolucro,areceita

marginaléexactamenteigualaoscustosmarginais.Assim,maximiza‐seolucroquandoRMg=

CMg.

Nesseponto:P=RMe=RMg=CMg

QuandoopreçoéP1,aempresaproduzaquanKdadeQ1,queéaquanKdadeemqueoscustos

marginaisigualamopreçodemercado.QuandoopreçosobreparaP2,aempresapercebequea

receitamarginalficoumaiorqueocustomarginalnoníveldeproduçãoanteriore,porisso,

aumentaaquanKdadeproduzida.AnovaquanKdadequemaximizaolucroéQ2,emqueocusto

marginaléigualaonovopreço,queémaiselevado.

Adecisãodaempresadeencerrartemporariamente

Emalgunscasos,umaempresavaioptarporparalisarasacKvidadesenadaproduzir.

63

Umencerramentorefere‐seaumadecisãodecurtoprazodenadaproduzir,duranteum

determinadointervalodetempo,devidoàscondiçõesactuaisdomercado.Umaempresaque

encerretemporariamentetemquesuportar,namesma,osseuscustosfixos.

Umasaída(fechar)refere‐seaumadecisãodelongoprazodedeixaromercado.Umaempresa

quefeche,poupatantoosseuscustosvariáveiscomoosfixos.

Nocurtoprazo,aodecidirseumaempresadeveounãoencerrartemporariamente,oscustos

fixossãosunkcosts,poistenhoqueossuportarindependentementedaminhadecisão.Porisso,

nãoosconsideronaminhaavaliação.Pelocontrárioaodecidirse,nolongoprazo,deveounão

sairdomercado,oscustosfixostornam‐sevariáveispeloquedeixamdesersunkcosts.

Seumaempresaencerrartemporariamente,perdeatotalidadedareceitadavendadoseu

produto,masaomesmotempo,economizaoscustosvariáveisdeprodução,tendoquesuportar,

namesma,osseuscustosfixos.Assim,umaempresadecideencerrartemporariamentesea

receitaqueconseguiriaobterseproduzisseformenorqueoscustosvariáveisdeprodução.Ou

seja,seareceitatotal(RT)conseguircobriroscustosvariáveis(CV),aempresaconKnuaa

produzir,casocontrário,decideencerrartemporariamente.

SeRT<CV➞encerrartemporariamente

DividindoambososladospelaquanKdadeQ:

SeRT/Q<CV/Q➞encerrartemporariamente

AodividirmosareceitatotalpelaquanKdadeobtemosareceitamédica.Paraqualquerempresa,

areceitamédiaéigualaopreçodobemP.DividindooscustosvariáveispelaquanKdade,

obtemososcustosvariáveismédios.Assim,ocritérioparaumaempresaencerrar

temporariamenteé:

SeP<CVM➞encerrartemporariamente

IstosignificaqueumaempresaoptaporsuspenderasacKvidadesseopreçodobemformenor

queocustovariávelmédiodeprodução.Aodecidirproduzir,aempresacomparaopreçoque

recebepelaunidade{picacomocustovariávelmédioemqueiráincorrerseproduziressa

unidade{pica.Seopreçonãocobrirocustovariávelmédio,aempresaficaránumasituação

melhorsesuspenderaprodução.Elapoderáreabrirnofuturoseascondiçõesdomercado

mudaremdetalformaqueopreçoexcedaocustovariávelmédio.

Estratégiaparamaximizarolucrodeumaempresanocurtoprazo:

64

• Seaempresaproduziralgumacoisa,vaiproduziraquanKdadeparaaqualocustomarginal

igualaopreçodobem(CMg=P);

• Contudo,senessaquanKdade,opreçodobemforinferioraocustovariávelmédio,aempresa

beneficiadeencerrartemporariamenteenadaproduzir.

Assim,nummercadodeconcorrênciaperfeita,acurvadaofertadecurtoprazodeumaempresa

correspondeàporçãodacurvadoscustosmarginaisqueseencontraacimadoscustosvariáveis

médios.

Adecisãodaempresadeentrarousairdeummercadonolongoprazo

Seumaempresasairdomercadonolongoprazo,perderáatotalidadedareceitadavendadoseu

produto,maspoderáeconomizaroscustosdeprodução,tantoosfixoscomoosvariáveis.

Porisso,umaempresasaidomercadoseareceitatotalqueconseguiriaobtercomaprodução

formenorqueosseuscustostotais(nolongoprazo,CT=CV).

SeRT<CT➞fechar

DividindoambososladospelaquanKdadeQ:

SeRT/Q<CT/Q➞fechar

RT/Qdá‐nosareceitamédiaqueéigualaopreçoP.CT/Qdá‐nososcustostotaismédioCTM.

Assim,ocritérioparadecidirseaempresasaiounãodomercadoé:

SeP<CTM➞fechar

Istoé,aempresadecidesairdomercadoquandoopreçodobeméinferioraocustototalmédio

daprodução.

65

Seguindoalógicacontrária,umaempresaapenasentraránomercadoseissoforlucraKvo,ou

seja,seopreçodobemforsuperioraocustototalmédiodeprodução.Assim,ocritériode

entradaéexactamenteoopostododesaída:

EntradaseP>CTM

Estratégiaparamaximizarolucrodeumaempresanolongoprazo:

• Seaempresaestánomercado,vaiproduziraquanKdadeparaaqualocustomarginaligualao

preçodobem(CMg=P);

• Contudo,separaessaquanKdade,opreçodobemforinferioraocustototalmédio,aempresa

beneficiaemfecharesairdomercado(ounãoentrar).

Nummercadodeconcorrênciaperfeita,acurvadaofertadelongoprazodeumaempresa

correspondeàporçãodacurvadoscustosmarginaisqueseencontraacimadacurvadocusto

totalmédio.

Medirolucro

Lucro=ReceitaTotal‐CustoTotal

DividindoambososladospelaquanKdadeemulKplicandooladodireitopelaquanKdadeQ:

Lucro=

RT

Q‐CT

Q

⎝⎜⎞

⎠⎟xQ

RT/Q=RMe=PeCT/Q=CTM,peloque:

Lucro=(P‐CTM)xQ

66

Nográfico(a)estárepresentadoumaempresacomlucroposiKvo.Aalturadorectângulo

sombreadaéigualaP‐CTM,enquantoquealarguraéigualaQ.Assim,aáreadorectânguloé‐

nosdadapelaexpressão(P‐CTM)xQ,queequivaleaolucrodaempresa.

Nográfico(b)estarepresentadaumaempresacomprejuízo(lucronegaKvo).NesteúlKmocaso,

maximizaroslucrossignificaminimizaroprejuízo(consegue‐senamesmaproduzindoa

quanKdadeparaaqualoP=CMg).Aalturadorectânguloé‐nosdadaporATC‐P.Assimaáreado

rectângulo=(ATC‐P)xQ,queequivaleaoprejuízodaempresa.Umaempresanestasituaçãonão

estáaconseguiraumentarasuareceitaosuficientedeformaquecubraoseucustototalmédio,

peloquedecidiriasairdomercado.

(Aquestãolucro/prejuízoéapenastemporário,poisnessassituaçõesasempresasvãosaire

entraratévoltaraestabilizar)

Assim,seopreço(paracertaquanKdade)foracimadacurvadocustototalmédio,hálucro.Se

forabaixoháprejuízo.Assim,opontodacurvaCMg(=curvadaoferta)quetocaacurvadosCTM

(quesabemosseroseumínimo),dá‐nospreçomínimoemqueaempresanãotemprejuízo.

Chama‐seaessepontoolimiarderentabilidade.

AaKtudequeaempresadevetomarseKverprejuízo,dependedotempoqueessesprejuízosvão

durar.Éprecisoconsiderarseessesprejuízossãotemporáriosoupermanentes.Deve‐sefazera

disKnçãoentrecurtoelongoprazos.

Nocurtoprazo,ouseja,aprimeirareacçãofaceaosprejuízosouseestesforemdecurtaduração,

aaKtudecorrectanãoénecessariamentefecharaempresa,atéporqueconKnuaapagaros

custosfixos.Logo,enquantoasreceitascobriremoscustosvariáveisepartedoscustosfixos,é

melhorfuncionar,mesmocomprejuízo.Sóseaempresanãopudercobrir,oscustosvariáveis

comasreceitaséquevaleapenaencerrartemporariamente.Opontodeintersecçãodacurva

dosCMgcomacurvadosCVMdá‐nosolimiardeencerramento.

67

Nolongoprazo,comooscustosfixossetornamvariáveis,todososcustossãovariáveis,porisso

oslimiaresderentabilidadeedeencerramentoficamiguais.Dadoqueaempresanãotemcustos

fixos,aempresafechaassimquedetectaprejuízos.

Acurvadaofertanummercadodeconcorrênciaperfeita

ComonumintervalodetemporelaKvamentecurtoédi\cilasempresassaíremeentraremdo

mercado,considera‐sehaverumnúmerofixodeempresas.

Aqualquerpreçodado,cadaempresaforneceaquanKdadedeprodutoparaaqualoseucusto

marginaléigualaopreço.EnquantoopreçoesKveracimadocustovariávelmédio,acurvado

customarginaldecadaempresaseráasuacurvadaoferta.

.AquanKdadedeprodutooferecidaaomercadoéigualàsomadasquanKdadesquecadauma

dasempresasqueconsKtuemomercadooferecem.Porisso,paraobtermosacurvadaofertado

mercado,somamosaquanKdadequecadaempresanomercadooferece.Comoasempresassão

idênKcas,aquanKdadeoferecidaaomercadoéigualàquanKdadeoferecidaporumaempresa

vezesonúmerodeempresas.

Nolongoprazo–ofertadomercadocomentradaesaídadeempresas

Numintervalodetempomaislongo,asempresasjásãocapazesdeentraresairdomercado.

Assume‐sequetodasasempresastêmacessoàmesmatecnologiaeaosmesmosmercadospara

comprarosinputsdequenecessitam.Destemodo,todasasempresasexistenteseaspotenciais

empresastêmasmesmascurvasdecustos.

68

NesteKpodemercado,asdecisõesdeentrarousairdomercadodependemdosincenKvos

existentesparaosproprietáriosdasempresaseparaosempreendedoresquepretendemformar

novasempresas:

SeasempresasquejáestãonomercadoforemlucraKvas,haveráumincenKvoparaquenovas

empresastambémentremnomercado.Estaentradavaifazeraumentaronúmerodoempresas,

aumentandoaquanKdadeoferecidadobeme,consequentemente,diminuindoopreçoeolucro.

Pelocontrário,seasempresasnomercadoesKverematerprejuízos,algumasdasempresas

existentesvãooptarporsairdomercado.Aosaírem,onúmerodeempresasdiminui,assimcomo

aquanKdadeoferecidadoproduto,aumentandoopreçoeolucro.Nofinaldesseprocessode

entradaesaídadomercado,asempresasqueficaremnomercadodeverãoterumlucro

económicoigualazero.

Lucro=(P‐CTM)xQ

Assim,umaempresaemacKvidadetemlucrozero,seesóseopreçodobemforigualaocusto

totalmédiodaproduçãodobem.

• SeP>CTM,olucroseráposiKvo,incenKvandoaentradadenovasempresasnomercado.

• SeP<CTM,olucroseránegaKvo,incenKvandoalgumasempresasasaíremdomercado.

Oprocessodeentradaesaídasóterminaquandoopreçoigualarocustototalmédio.

Comonummercadodeconcorrênciaperfeita,asempresasproduzemdetalformaqueopreço

sejaigualaocustomarginalealivreentradaesaídadeempresasdomercadoobrigaopreçoa

igualar‐seaocustototalmédio,entãoocustomédioeocustomarginaldevemseriguaisentresi.

Contudoestasduasmedidasapenasseigualamquandoaempresaoperanocustototalmédio

mínimo.Oníveldeproduçãoaqueestáassociadoomenorcustomédioéchamadoescala

eficiente.

Assim,oequilíbrio,alongoprazo,deummercadodeconcorrênciaperfeita,comlivreentradae

saídadeempresasdeveterassuasempresasafuncionarnaescalaeficiente.

69

Ográfico(a)representaumaempresaqueseencontranesseequilíbriodelongoprazo.Neste

caso,opreçoPéigualaocustomarginalCMg,demodoqueaempresaestáamaximizarosseus

lucros.OpreçotambéméigualaocustomédioCTM,demodoqueolucroézero.Nestasituação,

nãoexisteincenKvosàentradadenovasempresasnemàsaídadasexistentes.

ParKndodestaanálisedocomportamentodasempresas,conseguimosdeterminaracurvada

ofertadelongoprazodeummercado.Nummercadoemquehálivreentradaesaídade

empresas,sóháumpreçoqueéconsistentecomlucrozero–ocustomédiomínimo.Em

consequência,acurvadaofertadomercadodelongoprazotemqueserumarectahorizontal

nessepreço,talcomoestárepresentadonográfico(b).Qualquerpreçoacimadessenívelgeraria

lucro,provocandoaentradadeempresasnomercadoeumaumentodaquanKdadeoferecida.

Pelocontrário,qualquerpreçoabaixodessenívelgerariaprejuízos,provocandoasaídade

empresasdomercado,reduzindoaquanKdadeoferecida.Assim,onúmerodeempresasacaba

porseajustardetalformaqueopreçosejaigualaocustomédiomínimoehajaonúmero

suficientedeempresasparasaKsfazeremtodaaprocuraaessepreço.

Noequilíbriodelucrozero,emboraolucroeconómicosejazero,olucrocontabilísKcoéposiKvo,

poisocustototaldeumaempresaincluitodososcustosdeoportunidadedaempresa(ex.custo

deoportunidadedotempoedodinheiroqueoproprietáriodedicaàempresa).Noequilíbriode

lucrozero,areceitadaempresatemquecompensarosproprietáriospelotempoepelodinheiro

gastosparamanteraempresaemfuncionamento.

70

Odeslocamentodaprocuranocurtoenolongoprazos

Comoasempresaspodementraresairdomercadonolongoprazomasnãoopodemnocurto,a

respostadomercadoaumavariaçãodaprocuradependedohorizontetemporalconsiderado.

Supondoqueumaempresacomeçaemequilíbrionolongoprazo.Nesseponto,asempresastêm

lucrozero,demodoqueoPéigualaoCTMmínimo.Oequilíbriodelongoprazorepresentadono

gráficoacimacorrespondeaopontoA,aoqualestáassociadoumníveldeproduçãoQ1,eaum

preçoP1.

Imaginemosqueporalgumarazãoacurvadaprocurasedeslocaparafora,deD1paraD2.Deste

modo,oequilíbriodecurtoprazopassadopontoAparaopontoB;consequentemente,a

quanKdadeaumentadeQ1paraQ2eopreçosobedeP1paraP2.Todasasempresasexistentes

respondemaoaumentodopreço,aumentandoaquanKdadeproduzida.Umavezqueacurvada

ofertadecadaempresareflecteasuacurvadecustomarginal,oquantocadaumadelas

aumentaráaproduçãoserádeterminadapelacurvadecustomarginal.Nonovoequilíbriode

curtoprazo,opreçodobemoferecidoémaiorqueoCTM,deformaqueasempresastêmlucro

posiKvo.

IssoincenKva,aolongodotempo,àentradadenovasempresas.Àmedidaqueonúmerode

empresasaumenta,acurvadaofertadecurtoprazodesloca‐separaadireita,deS1paraS2.Esse

deslocamentofazcomqueopreçodiminua.Porfim,opreçovoltaaserigualaoCTMmínimo,os

lucrospassamaseriguaisazeroeasempresasparamdeentrarnomercado.Destemodo,o

mercadoaKngeumnovoequilíbriodelongoprazo,nopontoC.Opreçodoprodutovoltaaser

P1,masaquanKdadeproduzidaaumentaparaQ3.Cadaempresavoltaafuncionarnaescala

eficiente,mascomohámaisempresasnosector,aquanKdadeproduzidaevendidaémaior.

71

Emalgunscasos,ascurvasdelongoprazodasempresaspodemserascendentes.Existem

essencialmenteduasrazões:

1. AlgumdosrecursosuKlizadosnaproduçãopodeestardisponívelapenasemquanKdades

limitadas–nessecaso,oaumentodonúmerodeempresasqueuKlizamesserecursovai

provocarumaumentodopreçodesserecurso,aumentandooscustosdeproduçãopara

todasasempresasnomercado.Assim,umaumentodaprocuradeumbemqueuKlizaum

recursolimitadonãopodeprovocarumaumentonaquanKdadeoferecidasemaumentar

tambémoscustosdeproduçãoe,consequentemente,opreço.Assim,mesmoquehajalivre

entradaesaídadeempresasdomercado,acurvadeofertaalongoprazodomercadoé

ascendente.

72

2. Asempresaspodemtercustosdiferentes–paraqualquerpreçodado,asempresascom

menorescustostêmmaiorprobabilidadedeentrarnomercadodoqueaquelascomcustos

maiselevados.ParaaumentaraquanKdadeoferecidadoproduto,énecessárioincenKvara

entradadenovasempresas.Comoessasestãosujeitasacustosmaiores,opreçotemque

subirparaqueasuaentradanomercadosejalucraKva.Assim,acurvadaofertadomercado

tambéméascendente.Seasempresasestãosujeitasacustosdiferentes,algumasdelastêm

lucro,mesmonolongoprazo.Nestecaso,opreçodemercadoreflecteocustototalmédioda

empresamarginal–aquesairiadomercadoseopreçocaísse.Essaempresatemlucrozero,

masaquelascujoscustossãomenoresobtêmlucroposiKvo.Aentradadenovasempresasno

mercadonãoeliminaesselucropoisasquetêmpotencialidadeparaentrarnomercadotêm

custosmaiselevadosdoqueasempresasquejáestãonomercado.Asempresasdemaior

custoapenasentramnomercadoseopreçoaumentar,tornandoomercadolucraKvopara

elas.

AOferta

Quan@dadeoferecida‐quanKdadedeumbemqueosvendedoresestãodispostosetêm

capacidadeparavender.

AquanKdadeoferecidadependedopreçodoprópriobem,dopreçodeoutrosbens,dopreço

dosinputs,datecnologiaedasexpectaKvas.DeterminantesdaquanKdadeoferecida:

• Preço‐quandoopreçodeumbem/serviçoéelevado,venderesseprodutoélucraKvoe,por

isso,aquanKdadeoferecidaégrande.Pelocontrário,seopreçodeumbemestabaixo,o

negóciotorna‐semenoslucraKvo,peloqueaempresavaiproduzirmenosquanKdade.

UmavezqueaquanKdadeoferecidaaumentaàmedidaqueopreçoaumentaediminuiàmedida

queopreçodiminui,diz‐sequeaquanKdadeoferecidaéposiKvamenterelacionada/

dierctamenterelacionadacomopreçodobem.ArelaçãoentrepreçoequanKdadeoferecida

designa‐seleidaoferta‐coeterisparibus,àmedidaqueopreçoaumenta,aquanKdade

oferecidaaumentatambém.

• PreçodosInputs‐quandoopreçodeumoumaisinputsaumenta,aproduçãotorna‐semenos

lucraKva,peloqueaofertadiminui.Seopreçodosinputssobesubstancialmente,aempresa

podechegaraencerraraempresaedeixardeproduzir.Assim,aofertadeumbemestá

negaKvamenterelacionadacomopreçodosinputsusadosnasuaprodução.

• Tecnologia‐tecnologiasmaisavançadaspermitemreduzircustos,peloqueumavanço

tecnológicovaifazeraumentaraofertadeumbem.

73

• Expecta@vas‐aquanKdadeoferecidahojepodedependerdasexpectaKvasdaempresa.Por

exemplo.Seéesperadoqueopreçodobemaumentenofuturo,vai‐sepouparnaproduçãode

hojeeoferecermenosaomercado.

EscaladaOferta‐tabelaquerelacionaopreçodeumbemcomaquanKdadeoferecida.

CurvadaOferta‐éarepresentaçãográficadaquanKdadeoferecidadeumbem,paracadanível

depreço.RepresentaaquanKdadedeumbemqueovendedorestádispostoacolocarno

mercado,paracadaníveldepreço.Representaarelaçãoentreopreçodeumbemea

quanKdadeoferecida.

OfertadoMercado

Expressãoanalí@ca

Ofertaglobaldomercado‐éasomadasquanKdadesoferecidas,paracadaníveldepreço,de

todosossegmentosdomercado.

Aofertaglobaldependedosmesmosfactoresqueinfluenciamaofertaindividual(preçodo

própriobem,dopreçodeoutrosbens,dopreçodosinputs,datecnologiaedasexpectaKvas)mas

tambémdonúmerodevendedores.

74

Deslocaçõesdacurvadaoferta

Semprequequalquerumdosdeterminantesdaofertavariar,quenãosejaopreço,vaihaveruma

deslocaçãodacurvadaprocura.QualquervariaçãoqueaumenteaquanKdadeoferecidapara

cadaníveldepreço,fazdeslocaracurvadaofertaparaadireita.Contrariamente,qualquer

variaçãoquediminuaaquanKdadeoferecidaparacadaníveldepreço,fazdeslocaracurvada

ofertaparaaesquerda.

ComoopreçoestánoeixoverKcal,umavariaçãonopreçonãofazdeslocaracurva,antes

provocaumadeslocaçãoaolongodacurva.

75

Emsuma,acurvadaofertamostraoqueaconteceàquanKdadeoferecidadeumbemquandoo

preçovaria,mantendotodososoutrosdeterminantesdaofertaconstantes.Quandoumdesses

outrosfactoresvaria,acurvadaprocuradesloca‐se.

Tendo2bens,AeB,eopreçodeumbemaumentareaquanKdadeoferecidadooutrobem

tambémaumentar,osbenssãocomplementares(variamnomesmosenKdo).Pelocontrárioseo

preçodeumbemaumentareaquanKdadeoferecidadooutrobemdiminuir,significaqueos

benssãosubs@tuíveis(variamemsenKdosopostos).

Seopreçodosinputsaumentar,diminuiaquanKdadeevice‐versa.

Sehouverevoluçãotecnológica,aquanKdadeoferecidaaumenta.

Elas@cidadepreçodaoferta‐éavariaçãopercentualdaofertadeumbem,quandoopreçovaria

em1%.MedequantoaquanKdadeoferecidadeumbemreageaumavariaçãodopreçodesse

bem.RelacionaavariaçãopercentualdaquanKdadeoferecidacomavariaçãopercentualdo

preço.

ε=variaçãopercentualnaquanKdadeoferecida/variaçãopercentualnopreço=(ΔQ/Q)/(ΔP/P)

AelasKcidadepreçodaofertadependedaflexibilidadequeoprodutortemparavariara

quanKdadeproduzida.AelasKcidadetambémvariaconsoanteolimitehorizontalconsiderado‐a

ofertaénormalmentemaiselásKcanolongoprazo.Assim,nocurtoprazo,aquanKdadeoferecida

nãoreagesubstancialmenteàvariaçãodopreço.

• Seε=0,acurvaérígida(ouperfeitamenteinelásKca)‐independentementedopreço,a

quanKdadeoferecidamantém‐sesempreconstante);

• Se0<ε<1,acurvaéinelás@ca(aquanKdadevariamenosqueproporcionalmentequeo

preço);

76

• Seε=1,acurvaéunitária(quanKdadeepreçovariamproporcionalmente);

• Se1<ε<+∞,acurvaéelás@ca(aquanKdadeaumentamaisqueproporcionalmentequeo

preço);

• Seε>+∞,acurvaéperfeitamenteelás@ca(paraaquelepreço,osvendedoresfornecem

qualquerquanKdade).

Emalgunsmercados,aelasKcidadepreçodaofertanãoéconstanteevariaaolongodacurvada

oferta.

77

Parabaixosníveisdeprodução,aelasKcidadedaofertaéelevada,poisasempresasrespondem

substancialmenteavariaçõesnopreço.Nestaregião,asempresastemcapacidadeparaproduzir

quanãoestáaserusada.PequenosaumentosnopreçofazemcomquesejalucraKvoparaas

empresascomeçaremausarestacapacidade.ÀmedidaqueaquanKdadeproduzidaaumenta,a

empresacomeçaaaKngiracapacidade.Quandoacapacidadeestáasertotalmenteusada,

aumentaraproduçãosóépossívelaumentandoadimensãodaempresa.Serianecessárioqueo

preçoaumentassemuitoparaqueasempresassuportassemessecustoextra.

Excedentedoprodutor‐éadiferençaentreopreçoaqueoprodutorestariadispostoavender

umbemeopreçoaqueovende,opreçodemercado(preçodeequilíbrio).

Excedenteglobaldaeconomia‐éasomadoexcedentedosconsumidoresedoexcedentedos

produtores.

Equilíbriodemercado

78

Representandoascurvasdaprocuraedaofertaglobaisdomercadojuntas,existeumpontoem

asduascurvasintersectam,designadopontodeequilíbrio.

Pontodeequilíbrio‐pontoemquepreçofazcomqueaquanKdadeprocuradasejaexactamente

igualàquanKdadeoferecida.

Preçodeequilíbrio‐preçoparaoqualaquanKdadeprocuradaeoferecidasãoiguais.Nopreço

deequilíbrio,aquanKdadedobemqueosconsumidoresestãodispostosecapazesdecompraré

exactamenteigualàquanKdadequeosprodutoresestãodispostosecapazesdevender.

Quan@dadedeequilíbrio‐quanKdadeprocuradaequanKdadeoferecidaquandoopreço

ajustou‐sedeformaaequilibraraprocuraeaoferta.

Asacçõesdoscompradoresevendedoresnummercado,fazcomqueopreçodemercadose

aproximedopreçodeeqilíbrio

Excessodeofertaoudéficedeprocura‐situaçãoemqueaquanKdadeoferecidaésuperiorà

quanKdadeprocurada➞diminuemopreçoparapoderemescoaraprodução.Ospreçosdescem

atéomercadoaKngiroequilíbrio.

Excessodeprocuraoudéficedeoferta‐situaçãoemqueaquanKdadeprocuradaésuperiorà

quanKdadeoferecida➞aumentamopreço,poispodemfazê‐losemdiminuirasvendas.Opreço

sobeatéomercadoaKngiroequilíbrio.

Leidaofertaedaprocura‐opreçodequalquerbemajusta‐sedeformaapôraprocuraeaoferta

dessebememequilíbrio.

79

Quandoumfenómenoqualquerfazdeslocarumadascurvas,oequilíbriodomercadomuda.

Ofertamantém‐se Aumentodaoferta DiminuiçãodaOferta

Procuramantém‐se Pmantém‐seQmantém‐se

PdiminuiQaumenta

PaumentaQdiminui

Aumentodaprocura PaumentaQaumenta

PambíguoQaumenta

PaumentaQambígua

Diminuiçãodaprocura

PdiminuiQdiminui

PdiminuiQambígua

PambíguoQdiminui

80

81

Emeconomiasdemercado.ospreçossãoos“sinais”queguiamasdecisõeseconómicasepor

issofazemaalocaçãodosrecursosescassos.Paratodososbensnumaeconomia,opreçogarante

queaofertaeaprocuraestãoemequilíbrio.Opreçodeequilíbriodeterminadepoisquantodo

produtooscompradoresescolhemconsumirequantoosvendedoresescolhemproduzir.

Aeconomiaestádivididaem2ramos:

Microeconomia‐éoestudodecomoasfamíliaseasempresas,individualmente,tomamassuas

decisõesecomoestasinteragemnomercado.

Macroeconomia‐estudafenómenosdaeconomiacomoumtodo,incluindoainflação,o

desempregoeocrescimentoeconómico.Estudaasforçasetendênciasqueafectamaeconomia

comoumtodo.

Aoanalisar/avaliarumaeconomia,énaturalolharmosparaorendimentototalquetodosna

economiaestãoaganhar.Faz‐seatravésdoPIB(ProdutoInternoBruto).

ProdutoInternoBruto(PIB)‐éovalordaproduçãodetodososbenseserviçosfinaisquefora

produzidosduranteumperíododetempo,dentrodeumpaís.Éovalordemercadodetodosos

benseserviçosfinais(quepassampelomercado)produzidosdentrodeumpaís,num

determinadoperíododetempo.

OPIBmedeadespesatotaldaeconomiaemprodutosnovoseorendimentototalganhocoma

produçãodessesbenseserviços.

ComooPIBmedeorendimentototaldeumpaís,considera‐seseramelhormedidaparaavaliaro

bem‐estareconómicodeumasociedade.

ParKcularidadesdoPIB:

• OPIBsomamuitosdiferentesKposdeprodutonumaúnicamedidadevalordaacKvidade

económica.Fá‐lousandoospreçosdemercado.Porqueospreçosdemercadoreflectem

quantoaspessoasestãodispostasapagarpelosdiferentesbens,i.e.,ovalordosbens.Seo

preçodeumbemémaiorqueoutro,entãooprimeirocontribuimaisparaoPIBqueo

segundo.

• OPIBincluitodososprodutosproduzidosnumaeconomiaevendidoslegalmentenomercado.

HáalgunsprodutosqueoPIBexcluipelofactodeseremtãodi\ceisdemedir.OPIBexcluiitens

82

produzidosevendidosilegalmenteeprodutosdesKnadosaoauto‐consumo,quenãochegam

apassarpelomercado

• UmbemintermédioéaquelequevaiseruKlizadoparaproduziroutrobem.Umbemfinalé

aquelequeestáprontoaserconsumidopeloconsumidorfinal.OPIBapenasincluiovalordos

bensfinais,poisovalordosbensintermédiosjáestáincluídonopreçodobemfinal.Seo

contabilizássemosestaríamosacometeroerrodamúlKplacontagem.Aúnicaexcepçãoaesta

regraéquandoumbemintermédioéproduzidoe,emvezdeserusadoéadicionadoàs

existências(stock)deumaempresaparaserusadoouvendidomaistarde.Nestecaso,obem

intermédioéconsideradoumbemfinalnomomentoeoseuvalorécontabilizadonoPIB.Mais

tarde,quandoforusadoouvendido,asexistênciasdaempresaserãonegaKvaseovalordoPIB

ereduzidodeacordo.

• OPIBincluitantobenstangíveis(bensmateriais)comoserviçosintangíveis(bensimateriais).

• OPIBincluitodososbenseserviçosproduzidosnaqueleperíodo.Nãoincluitransacçõesque

envolvamprodutosproduzidosnopassado.Assim,quandosevendeumprodutoem“segunda

mão”,estejánãoentraparaacontagemdoPIB.

• OPIBéumanoçãogeográfica.Medeovalordaproduçãodentrodasfronteirasdeumpaís.

Apenassãoincluídososprodutosproduzidosinternamente,independentementeda

nacionalidadedoprodutor.

• OPIBmedeovalordaproduçãofeitanumintervalodetempoespecífico.Normalmenteé1

anoou3meses.OPIBmedeofluxoderendimentosedespesasdeumaeconomianesse

intervalodetempo.QuandoosdadossãorelaKvosa3mesessãonormalmenteapresentadosà

“taxaanual”(mulKplicadopor4),permiKndoqueosvaloresanuaisetrimestraissejam

facilmentecomparáveis.Estesdadossofremoprocessodeajustamentosazonal,para

compensarofactodaeconomiaproduzirmaisbenseserviçosdurantealgunsperíodosdoano

doquenoutros.

OPIBconseguemedirduascoisasdeumasóvez:

• orendimentototaldetodosnaeconomia;

• despesatotalnooutputdebenseserviçosdessaeconomia.

Conseguefazê‐loporque,nofundo,essasduascoisassãoiguais‐numaeconomiacomoumtodo,

orendimentodeveserigualàdespesa.Istoaconteceporque,qualquertransacçãoimplicaum

compradoreumvendedor,todoodinheirogastopelocompradortransforma‐senorendimento

83

dovendedor.Assimumatransacçãocontribuiigualmenteparaorendimentoeparaadespesade

umaeconomia.Istoévisívelnodiagramadofluxocircular‐nestaeconomiaodinheiroflui

conKnuamentedasfamíliasparaasempresasedenovoparaasfamílias.

Comocadatransacçãotemumcompradoreumvendedor,ecomotodasasdespesasna

economiaacabamporserorendimentodealguém,adespesatotalnaeconomiatemqueser

igualaorendimentototaldessaeconomia.

Comoparaaeconomiacomoumtodoadespesaeorendimentosãoiguaisecomoorendimento

daspessoasépagapelovaloracrescentadodasempresas,oPIBéigualindependentementeda

formacomooanalisamos.

Assim,podemosmediroPIBdeváriasformas:

• ópKcadoproduto

• ópKcadorendimento‐somandoorendimentototal(salários,rendaelucro)pagopelas

empresas;

• ópKcadadespesa‐somandoadespesatotaldasfamílias

Óp@cadoProduto

ProblemadamúlKplacontagem‐consisteemregistarváriasvezesovalordomesmobemou

serviçoaolongodocálculodovalordoPIB.

84

Paraevitaresseproblema,possocalcularoPIB,atravésdaópKcadoproduto,deduasformas:

• métododosprodutosfinais,somandoovalordosprodutosfinais(comoinconvenientedenão

saberaocertooqueéfinalounão).ParaissotenhoqueidenKficarquaissãoosprodutosfinais

(benseserviçosquesaKsfazemdirectamenteasnecessidadesindividuaisecolecKvas).

• métododosvaloresacrescentados(evitaamúlKplacontabilização)

Valoracrescentado‐éadiferençaentreovalordosbenseserviçosproduzidosnumaempresa

eovalordosbenseserviçosconsumidosporessaempresaaolongodoprocessoproduKvo.O

valoracrescentadoservepararemunerarosactoresproduKvos(capital,trabalho,terra)e

traduzacapacidadedecriaçãoderiquezadecadaempresa.

PIB=Σn

i=1VA=P‐Σn

i=1CI

Quandoospaísesqueremcrescerdevemapostarembensdeelevadovaloracrescentadopois

assimconseguepagarmelhorosfactoresdeprodução.(quanto>qualidadeeinovação,>valor

acrescentado).

Seemvezdecontabilizarmosaproduçãoefectuadadentrodeumpaís,quisermoscontabilizaro

queéproduzidopelosnacionais,dentroeforadoterritórionacional,usa‐seoProdutoNacional

Bruto.

ProdutoNacionalBruto(PNB)‐éovalordaproduçãodetodososbenseserviçosfinais

produzidospelosresidentespermanentesdeumpaís(nacionais).DiferedoPIBpoisincluia

produçãofeitapornacionais,noestrangeiroeexcluiaproduçãorealizadadentrodopaís,mas

quesejarealizadaporestrangeiros.Namaioriadasvezes,osresidentesinternossãoresponsáveis

pelamaiorpartedaproduçãointerna,demodoqueoPIBeoPNBestãobastantepróximos.As

diferençassãomaisacentuadasnosPEDondeagrandeproduçãointernaéfeitaporestrangeiros.

ParaobteroPNBaparKrdoPIB,adiciona‐seosaldodosrendimentosdorestodomundo(SRRM)

=rendimentosrecebidosdorestodomundo‐rendimentospagosaorestodomundo

PNB=PIB+SRRM

DuranteoprocessoproduKvo,ocapitalfixodaempresavaisofrendodesgaste.NoProduto

InternoBrutonãosãocontabilizadasasamorKzações/consumodocapitalfixo.Quandotemosem

contaodesgastedocapitalfixo,obtemosoProdutoInternoLíquido.

85

PIL=PIB‐amorKzações/depreciações/CCF

OPIBpodesercalculadoapreçodemercado(PIBpm)ouacustodefactores(PIBcf).Oquevariaéa

intervençãodoEstadonaacKvidadeproduKva,atravésdosimpostosindirectosedossubsídios.

Osimpostoscontribuemparaaumentaropreçodosprodutosenquantoossubsídioscontribuem

paradiminuiospreços.

OPIBacustodefactoresnãoincluinemosimpostosindirectos(Ti)nemossubsídiosàprodução

(Z),enquantoqueapreçodemercadojáinclui.

PIBpm=PIBcf+Ti‐Z

Óp@cadoRendimento

PIB=salários+juros+lucros+rendas

(aremuneraçãodosfactoresdeprodução=valoracrescentado,logoobtemosomesmoresultado

quenaópKcadoproduto)

Óp@cadaDespesa

ExistemváriosKposdedespesa.OPIB(Y)édivididoem4componentesdadespesa:consumo(C),

invesKmento(I),despesasdoEstado(G)eoexportaçõeslíquidas(NX):

Y=C+I+G+EL

Y=C+I+G+E‐M

Y=C+(FBCF+Δexistências)+G+E‐M

Consumo‐despesadasfamíliasembenseserviços,excluindoaaquisiçãodeumanovacasa.

Inves@mento‐despesaemequipamentosdecapital,existências/stockseestruturas,incluindoas

aquisiçõesdenovasmoradiasporpartedasfamílias.

DespesasdoEstado‐despesadasautoridadeslocaisedoEstadoembenseserviços,excluindo

ospagamentosdotransferência.

ExportaçõesLiquidas‐diferençaentreasexportações(despesaporpartedeestrangeirosem

bensproduzidosinternamente)easimportações(despesaporpartedenacionaisembense

serviçosproduzidosnoestrangeiro).Aimportaçãodebenseserviçosjáestáincluídanoutros

86

componentesdadespeseporissoéqueésubtraída.Quandoexportamos,estamosapôrao

dispordoexteriorapoupançaquefizemos(oquenãoconsumimos).Umavezqueparaexportar

tenhoqueproduzir,tenhoqueuKlizarfactoresdeproduçãoerecursosescassosquedessaforma

nãosãousadosparaproduzircoisasquepoderiaviraquererproduzir‐estouaabdicarde

consumo‐mascompensoporquequandoexportorecebodinheiroemtrocaoquemevai

permiKrconsumirmaistarde.Quandoimportamos,estamosaconsumiroquenãoproduzimos.

(SeX>M,estouapôrpoupançaaodispordoestrangeiro).

PIBrealvs.PIBnominal

SeoPIBaumentadeumanoparaooutroestáaacontecerumadasseguintescoisas:

• aeconomiaestáaproduzirmaiorvolumedebenseserviços,ou;

• osbenseserviçosestãoaservendidosapreçosmaselevados.

Comoosaumentosdepreçonãosignificamaumentosnacapacidadedeproduçãodopaís,é

importanteconseguirmosdisKnguirosaumentosdoProdutoresultantesdeagravamentosdos

preçosdaquelesresultantesdoaumentodacapacidadedeproduçãodopaís.AeconomiauKliza

ospreçoscorrenteseospreçosconstantesparaestabeleceressasdiferenças.

AvaliaraevoluçãodoPIBusandopreçosconstantespermite‐noscompararaevoluçãoregistada

naquanKdadeproduzidaouconsumidanopaís,eliminandoavariaçãodospreços(inflação),

duranteoperíodoemanálise.Avaliaraproduçãocorrenteusandoospreçosdeumanobase,o

PIBrealmostracomoaproduçãoglobaldebenseserviçosevoluiuaolongodotempo.

PIBnominal‐medeaproduçãodebenseserviçosdeeconomiaapreçoscorrentes(incluia

variaçãodospreços‐inflação)

ParaobterumamedidadaquanKdadeproduzidaquenãoéafectadapelasvariaçõesnospreços,

usa‐seoPIBreal.Istoé,paramedirmosaevoluçãoreal,ouemvolumedoPIBtemosdeeliminar

oaumentodospreçosconstruindovaloresapreçosconstantes.

PIBreal‐medeaproduçãodebenseserviçosapreçosconstantes,tomandoumaanocomo

base.

AssimparacalcularoPIBreal,emprimeirolugar,éprecisoescolherumanocomobase,que

deverásernormalemtermoseconómicos.OspreçosdoanobaseconsKtuemabasepara

compararquanKdadesemdiferentesanos.

87

QuandousamosoPIBrealsabemosqueoaumentoqueseregistadanoPIBsedeveàquanKdade

produzida,poisospreçosestãoasermanKdosfixos,noníveldoanobase.

Emsuma:

• oPIBnominalusaospreçoscorrentesparavalorizaraproduçãodebenseserviçosnuma

economia;

• oPIBrealusaospreçosconstantesdoanobaseparavalorizaraproduçãodebenseserviços

daeconomia.

• UmavezqueoPIBrealnãoéafectadopelasvariaçõesdospreçoselereflecteapenasas

variaçõesnaquanKdadeproduzida.PorissooPIBrealéumamedidarealistadaproduçãode

benseserviçosdeumaeconomia.

DeflatorouDeflacionadordoPIB

UmavisãomaisrealistadaeconomiarequerqueseajusteoPIBnominalparaPIBrealusandoo

deflatordoPIB.

OdeflatordoPIBmedeoníveldepreçoscorrentesemrelaçãoaoníveldepreçosdoano‐base.

Reflecteospreçosdosbenseserviços,masnãoasquanKdadesproduzidas.Ouseja,diz‐nosqual

apartedoaumentodoPIBnominalquepodeseratribuídaaumaumentonospreços,emvezde

aoaumentonasquanKdadesproduzidas.Consistenavariaçãodospreçosentre2períodos

disKntos;éavariaçãoquedevemosKraràvariaçãototaldoPIBparatermosavariaçãoreal.

DeflatordoPIB=PIBnominal/PIBreal×100

OPIBnominaléconverKdoemPIBrealdaseguinteforma:

PIBreal20xx=(PIBnominal20xx/DeflatordoPIB20xx)x100

ComooPIBnominalerealsãoiguaisnoanobase,odeflatordoPIBnoanobaseésempre100.

OPIBmedetantorendimentototaldaeconomiacomoadespesatotalembenseserviços.

OPIBpercapitadiz‐nosqualéorendimentoeadespesamédiadapessoa{picanaeconomia.

OPIBéumaboaformademedirobem‐estareconómico,poisaspessoaspreferemter

rendimentoselevadosarendimentosmaisbaixos.Contudo,nãoéumindicadorperfeitodebem

estarpoisexclui:

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• Olazer;

• Qualidadedomeioambiente;

• AcKvidadesforadosmercados,comoovoluntariado;

• Distribuiçãodorendimento.

Édi\cilfazercomparaçõesentreosPIBsdediferentespaísespoisvãoestarcalculadasem

moedasdiferentes.Paraissotemosqueconvertertodosàmesmamoeda($ou€normalmente),

atravésdastaxasdecâmbio.

Taxadecâmbio‐valordeumamoedaemtermosdeoutramoeda.Éataxaaquepossotrocar

ummoedaporoutra.

Contudoastaxasdecâmbiotendemavariareovalordamoedanosdiferentespaísesétambém

diferente.

Paracontornaresseproblemausa‐seateoriadaparidadedopoderdecompra(PPC)‐considera

umcabazequantovaleemcadapaís.

Teoriadaparidadedopoderdecompra(PPC)‐dizqueumaunidadedequalquermoedadeveria

conseguircompraramesmaquanKdadedebens(teromesmovalorreal)emtodosospaíses.Ou

seja,umamoedadeveriateromesmopoderdecompraemtodosospaíses.

valordamoeda‐éopoderdecompraquemoedadá.

Assim,segundoateoriadaparidadedopoderdecompra,ataxadecâmbioentremoedasde

diferentespaísesdependedosníveisdepreçonessespaíses.(se1kgdecafécustacusta500$

nosEUAe50€emPortugal,entãoataxadecâmbiodeveriaser10$por€,casocontrárioo

poderdecompradodólarnãoiriaserigualemambosospaíses.

AouKlizarmosaPPCparacompararmososPIBsdosdiferentespaíses,podemosterumanoção

maisrealdopoderdecompradaquelepaís.

Calcularocustodevida

Inflação‐consistenoaumentogeneralizadoesustentadodospreços‐descreveumasituaçãoem

queonívelglobaldospreçosaumentou.

TaxadeInflação‐variaçãopercentualdoníveldepreçosemrelaçãoaumperíododetempo

anterior.

89

Édi\cilcompararocustodevidaentre2épocasdiferentes,devidoàvariaçãodopreço.

Paratransformar“valoresmonetários”emmedidasdepoderdecomprausa‐seoíndicede

preçosnoconsumidor(IPC).

Oíndicedepreçosdoconsumidor(IPC)medeocustoglobaldosbenseserviçoscompradospor

umconsumidor{pico.Éusadoparaobservarvariaçõesnocustodevidaaolongodotempo.

Quandoesteaumenta,afamília“{pica”temquegastarmaisparamanteromesmoníveldevida.

5passosparacalcularoIPC:

1. “Construir”oCabaz‐determinarquaisospreçosmaisimportantesparaoconsumidor{pico.

Écriadoumcabazqueincluiosbenseserviçosqueoconsumidor{picocompra.Seo

consumidorconsomemaisdeumbem,entãopreçodessebemémaisimportanteparaele

ele,peloqueoseupesonamediçãodocustodevidadevesermaior.

2. Levantamentodospreços–fazerolevantamentodospreçosdecadaumdosbenseserviços

quecompõemocabazparacadamomentonotempo.

3. CalcularocustodoCabaz–uKlizarosdadossobreospreçosparacalcularocustodocabaz

debenseserviçosnosdiferentesmomentos.

4. Escolherumanobaseecalcularoíndice‐escolherumanocomobase,comoqualosoutros

anosvãosercomparados.Calcula‐seoíndicedividindoopreçodocabaznumanopelopreço

docabaznoanobaseemulKplicandopor100.OIPCésempre100noanobase.

IPC=preçodocabaznoanox/preçodocabaznoanobaseX100

5. CalcularataxadeInflação.

Taxadeinflação‐éavariaçãopercentualdoíndicedepreçosemrelaçãoaumperíodo

anterior.ÉmedidapelataxadecrescimentodoIPC.

Taxadeinflaçãoanox=(IPCanox‐IPCanobase)/IPCanobasex100

OIPCeataxadeinflaçãosãouKlizadosfrequentementeparadaraconheceraevolução

(aumentooudiminuição)doquecorrentementesedesignaporcustodevida.

Ataxadeinflaçãonãovaiserigualparatodospoisocabaztambémnãoéigualparatodos.

90

TambémépossívelcalcularoÍndicedePreçosaoProdutor‐medeocustodeumcabazdebense

serviçoscompradopelasempresas.Comoasempresasacabamporpassarosseuscustosparaos

consumidoresnaformadepreçosmaiselevados,variaçõesnoíndicedepreçosnoprodutorsão

consideradasumaformadeprevervariaçõesnoIPC.

ProblemasnoCálculodocustodevida

OobjecKvodoíndicedepreçosaoconsumidorémedirasvariaçõesnocustodevida,ouseja,o

índicedepreçosdoconsumidortentadeterminarquantoéqueorendimentodeveaumentar

paramanterconstanteoníveldevida.ContudooIPCnãoéumamedidaperfeitaparamediro

custodevidaeapresentatrêsdi\ceisproblemasderesolver:

• Tendênciaàsubs@tuição‐quandoospreçosvariamdeumanoparaooutronãovariamtodos

namesmaproporção.Existemalgunspreçosqueaumentammaisqueoutros.Nessecaso,os

consumidoresrespondemcomprandomenosdosbenscujopreçoaumentouesubsKtuem‐nos

pelosbensquesetornaramrelaKvamentemenoscaros.OIPCécalculadousandoumcabaz

fixoeporisso,aonãoconsiderarapossibilidadedesubsKtuiçãodeprodutos,oíndice

superesKmaoaumentodepreços/docustodevidadeumanoparaooutro.

• Introduçãodenovosbens.Quandoumnovobemchegaaomercado,osconsumidores

poderãoescolherentreumamaiorvariedadedeprodutos,oquefazcomquecadaeurovalha

maiseporissoosconsumidoresnecessitamdemenoseurosparamanteroníveldevida.

Contudo,comooíndicedepreçosaoconsumidorestáconstruídocombasenumcabazfixo,

nãoreflecteessaalteraçãonopoderdecompradoeuro.

• Variaçãodequalidadenãoquan@ficada.Seaqualidadedeumprodutoaumentardeumano

paraooutro,ovalordoeuroaumenta,mesmoqueopreçosemantenhaevice‐versa.

EstesproblemasfazemcomqueoIPCsobresKmeoverdadeirocustodevida.

OdeflatordoPIBvsíndicedepreçosaoconsumidor

ComooPIBnominaléigualàproduçãocorrenteavaliadaapreçoscorrenteseoPIBrealéigualà

produçãocorrenteavaliadaaospreçosdoanobase,odeflatordoPIBreflectearelaçãoentreo

níveldepreçoscorrenteseoníveldepreçosdoanobase.TantoodeflatordoPIBcomooíndice

depreçosdoconsumidorpermitemconheceroritmodecrescimentodospreços.

Normalmentedizem‐nosamesmacoisa.Todaviaexistemduasdiferençasqueospodemfazer

divergir:

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• odeflatordoPIBreflecteopreçodetodososbenseserviçosproduzidosinternamente,

enquantooíndicedepreçosaoconsumidorconsideraospreçosdetodososbenseserviços

compradospelosconsumidores.Assim,avariaçãodopreçodosbensquesãoproduzidose

transaccionadosmasquenãofazempartedoconsumodeumconsumidor{pico(ex.avião),é

contabilizadapelodeflatordoPIBmasnãonoIPC.Poroutrolado,avariaçãodopreçodeum

bemimportadomasquefazpartedocabazdoconsumidor{picoécontabilizadonoIPCmas

nãonodeflatordoPIB.

• oIPCcomparaopreçodeumcabazdebenseserviçosfixocomopreçodocabaznoanobase

(sóocasionalmenteéqueocabazéalterado),enquantoodeflatordoPIBcomparaopreçodos

benseserviçosproduzidoscorrentescomopreçodosmesmosbenseserviçosnoanobase.

Assim,oconjuntodebensserviçosusadosparacalcularodeflatorvariaautomaKcamenteao

longodotempo.Estadiferençanãoéimportantequandoospreçosvariamproporcionalmente.

Mas,seopreçodediferentesbenseserviçosestãoavariardeformadiferente,aformacomo

valorizamosopesodosváriospreçosimportaparacalcularataxadeinflaçãoglobal.

AfigurarepresentaataxadeinflaçãoanualmedidatantopelodeflatordoPIBquantopeloÍndice

depreçosaoconsumidorparaoperíodode1965a1995.Verifica‐sequeàsvezesastaxas

divergem.Quandoelasdivergemépossívelexplicarasdiferençasrecorrendoaosfactores

mencionadosacima.

Corrigirasvariáveiseconómicaspelosefeitosdainflação

OobjecKvodemedironívelglobaldospreçosnumaeconomiaépermiKracomparaçãoentre

dadosdeperíodosdiferentes.

Osíndicesdepreçosãousadosparacorrigir/compensarosefeitosdainflaçãoquandosecompara

valoresdediferentesmomentosnotempo.

92

Indexação‐acorrecçãoautomáKcadeumaquanKdadedeeurosparacompensarpelosefeitos

dainflação,porleioucontracto.

Taxadejurorealenominal

Acorrecçãopeloefeitodainflaçãoéespecialmenteimportantequandoseanalisainformação

sobreastaxasdejuro

Juro‐representaumpagamentonofuturopelatransferênciadedinheironopassado.Porisso

taxasdejuroenvolvemacomparaçãodequanKdadesdedinheiroemdiferentesmomentosno

tempo.

Taxadejuro‐éapercentagemquequempededinheiroemprestadotemdepagaraquem

empresta,paraalémdedevolverodinheiro.Éopreçodoconsumonotempo,opreçodaliquidez

(éovalordeterliquidez).

Taxadejuronominal‐nãosofrecorrecçãopelosefeitosdainflação.Dá‐nosataxaàqualo

númerodedólaresnumacontabancáriaaumentaaolongodotempo.

Taxadejuroreal‐éataxadejurocorrigida(jácompensada)pelosefeitosdainflação.Éigualà

taxadejuronominalmenosataxadeinflação.Diz‐nosquãorapidamenteopoderdecomprado

dinheironumacontabancáriaaumentaaolongodotempo.

Taxadejuroreal=taxadejuronominal‐taxadeinflação

Astaxasdejuronominaisereaisnemsempresãoequivalentes.Seataxadeinflaçãoaumentar,

aindaqueataxadejuronominalaumente,ataxadejurorealpodepermanecerbaixa.

Aolongodotempoovalorrealdodinheironãosemantém.Ainflaçãofazdiminuiropoderde

compradecadaunidadededinheiro,aolongodotempo.

Quandosecomparamvaloresmonetáriosdeperíodosdiferenteséimportanterelembrarqueo

dinheironãovaleagoraoquevaliaanteriormente.

Balançadepagamentos‐éoregistodetodososfluxoseconómicosquesefazematravésda

fronteira,ouseja,dasrelaçõeseconómicasdasociedadecomoexterior.Osaldodabalançade

pagamentosésempreiguala0.Abalançadepagamentosestádivididaembalanças,daseguinte

forma:

• Balançacorrente

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‐ Mercadorias(+exportações‐importações)

‐ Serviços(ex.turismo,transportes,seguros)(+exportações‐importações)

‐ Rendimentos(ex.juros,rendas,dividendos,salários)(+recebimentos‐pagamentos)

‐ Transferênciascorrentes(ex.remessasdosemigrantes,transferênciasdaUniãoEuropeia,

cooperaçãoentreestados,pensõesdosemigrantesregressados)(+recebimentos‐

pagamentos)

• Balançadecapital

‐ Transferênciasdecapital(sãomudançasdepropriedadesemcontra‐parKda;ex.

transferênciasdaUniãoEuropeiaparafinanciamentodeinfra‐estruturas,transferênciasde

patrimónioresultantesdoregressodeemigrantes,perdãodedívidas)(+entradas‐saídas)

‐ Aquisição/cedênciadeacKvosnãoproduzidosnãofinanciados(ex.patentes,licenças,

marcas,transferênciasdejogadoresdefutebol,aquisiçãodeterrenos)(+entradas‐saídas)

• Balançafinanceira(incluitransacçõesqueimplicamamudançadeKtularidadeentreresidetes

enãoresidentesdeacKvosepassivosfnanceiros,eoutrasvariaçõesnosacKvosepassivos

financeirosdaeconomiasobreoexterior)(+entradas‐saídas)

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