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Empreendedorismo e Competividade
Bernardo Corrêa de Barros
Fernando Ferreira Marques
Pedro Correia de Sousa
Lisboa, 23 abril 2012
EMPREENDEDORISMO
Após várias décadas de estudo e investigação, não foi ainda possível desenvolver uma definição simples e objetiva, que seja consensual a nível mundial.De um modo sucinto, poderíamos descrever Empreendedorismo como a capacidade de um indivíduo transformar uma IDEIA INOVADORA IDEIA INOVADORA numa REALIDADE LUCRATIVA.
No entanto não devemos confundir inovação com empreendedorismo, pois INOVAÇÃO é colocar em prática ideias novas. EMPREENDEDORISMO é ter ideias novas mas geradoras de valor, coloca-las em prática, aproveitar oportunidades e obter resultados.
EMPREENDEDORISMO
EMPREENDEDOR GESTOR
Constrói, propõe Gere
Inova Administra
Cria Mantém
Centra-se no negócio Centra-se no sistema, na forma
Identifica Oportunidades Identifica problemas
Faz as coisas certas Faz correctamente as coisas
Diferença entre empreendedor e empresário
O empreendedor além de criatividade precisa aceitar os riscos confiar na própria capacidade de tomar decisões,
ter iniciativa e persistência.
Ser otimista e não desistir no primeiro não.
EMPREENDEDORISMO
Características chave de um Empreendedor
Capacidade de iniciativa
Capacidade de inovação
Apetência para assumir riscos
Aproveitamento de oportunidades (mercado)
Agressividade competitiva e autonomia
Condições determinantes de emprendedorismo
RECURSOSFINANCEIROS
EDUCAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO
POLÍTICAS DO GOVERNO
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
INFRA-ESTRETURAS FÍSICAS
PROGRAMAS DE APOIO AO
EMPREENDEDORISMO
NORMAS SOCIAIS E CULTURAIS
Disponibilidade de recursos financeiros
para a criação de negócio ou a sua
sobrevivência
Investigação e desenvolvimento das Universidades para as empresas
Existência de programas de apoio de apoio á formação de novos negócios
Estímulo de novas actividades e na
forma como estas são geridas (atitude
perante o erro, o risco, a perda, a
inovação)
Incorporação no sistema educativo de
programas de desenvolvimento de
capacidades empreendedoras
Encorajamento ou neutralidade das
políticas governamentais programa +e+i
Incubadoras necessárias à
realização de novos negócios
TIPOLOGIA DE EMPREENDEDORISMO
SOCIAL EMPRESARIAL
MOTIVAÇÃO
Tipo de neg ócio
NATUREZA
Induzido por necessidade
Negócio tradicional /simples
Induzido por oportunidade
Elevado usode tecnologia/ inovação
Resolução de problemas de populações ou grupos
Gerar riqueza para si ou para a organização
Situação de desemprego, vontade de independência, ou forma de aumentar o seu rendimento
Aumento de riqueza provoca ambição de crescimento, inovação e internacionalização
Associado a empreendedorismo de
necessidade
Associado a empreendedorismo de
oportunidade
EMPREENDEDORISMO Dicas para uma boa ideia de negócio
Qual o conhecimento que tem sobre os clientes para a ideia deNegócio.
Qual o âmbito do mercado para aIdeia de negócio.
Qual o grau de inovação da ideiade negócio.
Qual o grau de proteção da propriedade da ideia.
Qual o conhecimento que temsobre os concorrentes para a ideia de negócio.
Quantos concorrentes é que existem para o produto ou serviço.
Qual é o grau de utilização da internet como forma de comercialização da ideia de negócio.
Qual o tipo de receitas associado à ideia de negócio.
Quanto tempo é que a ideia de negócio necessita para que as receitas sejam superiores aos custos de operação
Quanto dinheiro necessita para arrancar com a ideia de negócio.
COMPETIVIDADE
Competição Empresarial
É a disputa por vários competidores (concorrentes) de um posicionamento estratégico no mercado.
Competição estratégica
Tem por objectivo conquistar uma posição competitiva no mercado e/ou uma posição estratégica no sector.
Para se obter uma posição competitiva é necessário adaptar as formas de organização, processos de trabalho, criar novos produtos e/ou serviços de qualidade superior e diferenciadores que permite uma melhor aceitação no mercado que os da concorrência.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS
Elementos fundamentais da competição
Capacidade de compreender a interacção dos concorrentes com os restantes interessados no negócio e os correspondentes recursos como fazendo parte dum
sistema dinâmico.
Capacidade de usar este conhecimento para prever os efeitos de uma intervenção nesse sistema e os novos estados da natureza daí resultantes.
Disponibilidade de recursos não comprometidos que possam afectar-se a diferentes usos e finalidades mesmo que tal seja permanente e atrase a obtenção
de proveitos.
Capacidade de determinar o risco e a rentabilidade com suficiente rigor e confiança para justificar a aplicação daqueles recursos
Capacidade para agir determinadamente e comprometer esses recursos
ESTRATÉGIA COMPETITIVA
Estratégia Competitiva preocupa-se em combinar a excelência nas actividades ou funções. No fundo consiste em ser-se diferente.
Segundo PORTER a estratégia competitiva assenta em duas questões:
A atractividade da indústria em termos de rentabilidade a longo prazo e dos factores dessa rentabilidade
Determinantes da posição competitiva numa indústria
Para se obter vantagem competitiva sobre os outros concorrentes é necessário:
conseguir melhores resultados
conseguir uma posição competitiva no mercado
conquistar uma posição estratégica no sector
CINCO FACTORES DE COMPETIVIDADE
Intensidade da rivalidade no sector entre os concorrentes actuais
A intensidade da rivalidade deve ser avaliada:
Para a maioria das empresas, este é o principal determinante da competividade do mercado.
Número de concorrentes e repartição de quotas de mercado
Diversidade de concorrentes
Diferenciação dos produtos
Taxa de crescimento do sector
Barreiras à saída
CINCO FACTORES DE COMPETIVIDADE
Ameaça de entrada de novos concorrentes
Barreiras à entrada:
Os novos entrantes procuram obter quotas de mercado à custa do crescimento de mercado e dos concorrentes.
Diferenciação do produto ( marcas próprias conceituadas e clientes fidelizados)
Exigências de capital ( tem mais necessidade para entrar no mercado)
Desvantagens de custo independentes da dimensão
(dificuldade) no acesso aos canais de distribuição
Política do Governo ( medidas protecionistas)
Retaliação esperada (dos concorrentes)
CINCO FACTORES DE COMPETIVIDADE
Poder negocial dos clientes
Os clientes exigem mais qualidade por um preço mais baixo de bens/serviços.
Concentração da clientela (dependência em relação a um nº de clientes)
Peso relativo do cliente nas vendas
Sensibilidade ao preço (preço da compra total)
Custos de mudança do comprador (exigência de produtos especiais, ou muitos específicos)
Produtos sucedâneos (existência de produtos substitutos)
CINCO FACTORES DE COMPETIVIDADE
Ameaça de entrada de produtos sucedâneos
Para que o produto comercializado/produzido por uma empresa não se torne obsoleto com o tempo, é preciso investir em avanços tecnológicos, produzir um derivado ou mesmo um novo produto. A organização deve ficar atenta as novas mudanças/tendências do mercado/produto. Caso não seja feito nada, a concorrência pode adquirir parte da quota de mercado da empresa.
Qualidade do produto
Relação preço/rendimento
Produtos substitutos
Produtos e serviços complementares (assistência técnica, instalação, transporte…)
CINCO FACTORES DE COMPETIVIDADE
Poder negocial dos fornecedores
Fornecedores podem recusar-se a trabalhar com a empresa, ou por exemplo, cobrar preços excessivamente elevados para recursos únicos.
Diferenciação das características do produto adquirido
Condições de preço, entrega e pagamento
Custos dos factores de produção em relação ao preço de venda do produto
Peso dos fornecedores no volume de compras(ter somente um fornecedor para a empresa pode ser um
ponto fraco, caso o fornecedor venha a falir ou mesmo a elevar os preços de matérias-primas muito maior em
relação a concorrência)
VANTAGEM COMPETITIVA
Num determinado momento, uma ou algumas dessas forças são mais importantes para um determinado sector industrial, assumindo maior influência na determinação do seu lucro. A fim de se elaborar uma boa estratégia, é necessário conhecer-se bem o sector e as características que governam as suas forças competitivas.
Uma empresa não pode contar com a fraqueza dos concorrentes, pois esta deve assegurar a obtenção de vantagens competitivas pelas suas próprias competências estratégicas.
Vantagens Competitivas através de sistemas e tecnologias de informação
Aproveitar as oportunidades que a revolução da informação proporciona, de modo a tornar-se competitiva.
Impacto das TI/SI no mercado
Alteram a estrutura sectorial Criam vantagem competitiva Geram um número de sectores e áreas de negócio
possibilitando produzir novos elementos relativos aos produtos existentes.
Vantagens Competitivas através de sistemas e tecnologias de informação
Tratamento da informação para a criação de um novo negócio. (ex: autosport jornal on-line com edições especiais)
Vantagens Competitivas através de sistemas e tecnologias de informação
PODER DO MERCADO - POSICIONAMENTO DA EMPRESA
Num mercado diz-se que a competição é eficiente quando:
Numerosos competidores; Idêntica força de mercado, por parte destes.
No caso de existir empresas monopolistas, oligopolistas ou dominantes que podem fixar preços acima do custo médio mínimo sem serem incomodadas por outras empresas entrantes consideramos que existe barreiras à entrada.
Podemos concluir que uma empresa ao identificar oportunidades de mercado nunca deve subestimar as barreiras à entrada quer a saída.
SEGMENTAÇÃO COMPETITIVA
Segmentos - são grupos de destinatários de um bem/serviço com uma ou mais características comuns.
Segmentação competitiva – é um processo de decisão e um processo operacional que é orientado a partir do e para o cliente, mas que se desenvolve também em função de um determinado concorrente.
A estratégia de segmentação estabelece-se com a base:
Identificação Produtos Com o objectivo de obter
vantagens competitivas em relação aos concorrentes
Grupo de Clientes
SEGMENTAÇÃO COMPETITIVA
Avaliação
Relação existente Entre o custo e o valor para o cliente, por grupos de:
Produtos Clientes
Custo Em relação ao concorrente mais próximo, por grupos de:
Produtos Clientes
Impactos duma mudança de definição do segmento e da sua dimensão.
Sobre o Custo
Sobre o volume de vendas
QUOTA DE MERCADO
É a posição da oferta de uma empresa no mercado através do peso relativo das suas vendas totais, de um produto/serviço ou de um conjunto de produtos.
Quota de mercado genérica – Em relação às vendas totais no mercado
Quota de mercado relativa – Em relação às vendas do principal concorrente
QUOTA DE MERCADO DIÁRIOS EM PT
Fonte: Associação Portuguesa para Controlo de tiragem e circulação ( APCT)
PREÇO
3º Passos para ter uma noção inicial do preço
Analisar o custo de produção: Lucro = Receita – Custo. Sabendo o custo, saberá quanto precisará cobrar para ter lucro.
Ver quanto é cobrado por produtos/serviços concorrentes ou similares: Mesmo em produtos inovadores, será sempre satisfeita uma necessidade existente. Por exemplo, o telemóvel revolucionou a telefonia, mas desde o início da humanidade as pessoas tem a necessidade de se comunicar com as outras. Descubir o quanto as pessoas pagam para satisfazer essa necessidade e ter uma primeira noção do possível preço.
Descobrir o quanto o cliente está disposto a pagar: Esse é o ponto mais importante, porém mais difícil. Descobrir o quanto o cliente pagará pelo produto.
Pode fazer de 2 formas: perguntar directamente ao cliente (inquéritos);
ou tentar vender por certo preço e ver a reação das pessoas .
AMBIENTE NAS ORGANIZAÇÕES
Meio Envolvente Contextual – pode ser dividido em contexto económico, contexto socio-cultural, contexto político-legal e contexto tecnológico.
Meio Envolvente Transaccional – dividido em clientes, concorrentes, fornecedores e comunidade.
• É um padrão de todas as condições externas e influências relevantes que a afectam a vida da organização/empresa e o seu desenvolvimento:
• Tecnologia• Ecologia
• Economia• Indústria - sector de actividade
• Sociedade• Política
Ambiente é organizado por: Ambiente externo – é o conjunto de factores que
podem afectar directa ou indirectamente a empresa por qualquer forma visível.
São factores que influenciam a organização:Sócio-culturais Valores sociais, estrutura familiar, estilos de vida, aumento de expectativas, atitudes
e hábitos, maior instrução
Político-legais Aspectos constitucionais, Clima político, Políticas sociais, Políticas salariais, Política fiscal, económica, educacional, legislação e regulamentação incentivadora ou controladora
Económicos Salários, distribuição de rendimento, níveis de inflação, alterações de taxa de juro,
Científicos e tecnológicos
Desenvolvimento de processos, produtos, formas de organização e mercado
Ecológicos Preservação e defesa do ambiente – sua utilização pela sociedade, condições de prevenção
Demográficos Desenvolvimento e mobilidade das populações, Crescimento das populações.
Os elementos que compõem o ambiente externo são elementos da natureza e elementos sociais todos eles interagindo em espaços próprios produzindo actividades de interacção.
A interacção é divida em 2:
Influxos – fluxos da organização/empresa. de conhecimento, tempo e recursos de fora para dentro Efluxos – fluxos de conhecimento, tempo e recursos
de dentro para fora da organização/empresa.
AMBIENTE EXTERNO
O ambiente externo sofre varias e rápidas transformações. Os gestores têm de estar atentos e identificar essas transformações de modo a que não possam influenciar a organização no presente ou no futuro.
Transformações no ambiente externo:
Mudanças sociais e políticas no mundo Difusão rápida do uso de novas tecnologias Sucessivas e radicais mudanças científicas e
tecnológicas Forte competição no mercado global Abertura e mundialização dos consumidores Novos estilos de vida dos consumidores
AMBIENTE INTERNO
É o conjunto de factores que influenciam imediatamente o modo como o trabalho é realizado e como as metas são atingidas.
Factores internos que influenciam a organização/ empresa:
Accionistas Stakeholders (parceiros de negócio) Administração internos Director Geral Trabalhadores indivíduos integrantes de uma Estruturação organização/empresa Políticas adoptadas (vendas, objectivos, recompensas)
INTERNACIONALIZAÇÃO
Internacionalização – é o processo pelo qual uma organização/empresa aumenta o nível das suas actividades de valor acrescentado fora do país de origem.
Sol – O semanário começou a ser distribuído em Angola a 22 de Maio de 2009, sete meses depois, a 11 de Dezembro chegou a Cabo Verde. A 29 de Janeiro o jornal começou a ser distribuído em Moçambique e o Brasil “é o próximo passo”.
Prisa é um grupo empresarial espanhol e está presente em 22 países
da Europa e da América - Espanha para Pt através da compra do grupo Media Capital. ( TVI, Cidade FM, Star FM, Lux, IOL…)
INTERNACIONALIZAÇÃO
Existem vários factores que levam as organizações /empresas a internacionalizarem-se:
• Existência de oportunidades de mercado• Escassez de fontes de matérias primas e acesso a
determinados recursos• Baixos custos de produção, transacção, impostos• Dimensão excessiva da empresa para o mercado onde
se encontra instalada• Orientação para o mercado em que se encontra
determinados clientes• Diversificação da carteira de clientes( minimização do
risco)• Explorar sinergias no país de destino
INTERNACIONALIZAÇÃO
Mas antes de avançar para a internacionalização as empresas têm de ter em consideração as seguintes variáveis:
Sociais – estilo de vida, preconceitos de inferioridade dos estrangeiros ou nativos
Políticas – estabilidade política, posição do governo em relação ao capital estrangeiro, legislação aduaneira
Económicas – Valor da moeda do país, tx. de câmbio, nível de vida da população (poder de compra)
Tecnológicas – níveis de avanço de tecnologia, clusteres, efeito de mudança provocado pelos entrantes… etc.
INTERNACIONALIZAÇÃO
Formas de internacionalizaçãoInvestimento Estrangeiro
Investimento directoInvestimento em
carteiras
Para estabelecimento ou expansão de uma empresa num país estrangeiro
Para aquisição se activos financeiros relativos a uma empresa estabelecida no estrangeiro
Objectivo Estratégico Rendimento
Prazo de investimentoMédio-longo prazo
Curto, médio e longo prazo
Participação na gestão Sim Não
Posse da totalidade da emp.
Geralmente Não Não
Controlo Sim Sim
FILIAIS
Tipos e papéis das filiais estrangeiras:
Filial receptiva – poucas actividades (produtivas ou extractivas) fazendo marketing e vendas.
Filial activa – muitas actividades (produzem componentes, quer produtos acabados).Normalmente integradas com o resto do grupo.
Filial autónoma – actividades de grande valor acrescentado, independentes de outras subsidiárias (têm liberdade para desenvolver vias de negócio localmente)
FILIAIS
“Papéis” das filiais :
Líder Estratégico – localizada num mercado estrategicamente importante com elevadas competências competitivas.
Contributor – Opera num mercado insignificante, possui uma capacidade distinta com sucesso.
Implementador – actua num mercado estrategicamente pouco importante, têm competência suficiente para assegurar localmente as operações
Buraco Negro – É exigido pela multinacional uma forte presença local por parte da filial, embora a sua quota de mercado seja de principiante (baixa).
GLOBALIZAÇÃO
Globalização – economia global ou economia sem fronteiras iniciou-se com os descobrimentos Portugueses (mercantilismo).
A globalização nasce a partir de vários factores:
Aplicação de activos no estrangeiro especialmente a partir de empresas dos países mais ricos
Desenvolvimento de multinacionais com representações e operações em diferentes países
Da 2º Guerra Mundial - EUA efectuam grandes investimentos na indústria, procurando novas fontes de matérias primas, energia e mão de obra barata.
O quase desaparecimento dos países socialistas que viram as suas fronteiras abertas ao comércio internacional (capitalismo)
Deslocalização de muitas empresas motivadas pela obtenção de recursos mais baratos
Grande “guerra” competitiva entre EUA, CE e Japão e a emergência de novas economias ( China, India e Brasil)