Empresas brasileiras descobrem o Twitter

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Produto: ESTADO - BR - 8 - 23/02/09 B8 - CYANMAGENTAAMARELOPRETO

NOVAONDA

NEGÓCIOS

EmpresasbrasileirasdescobremoTwitter

MÍDIA&PUBLICIDADE

● Oqueé:OTwitter é umserviçodemicroblogs, emque os textossão enviados exclusivamente paraquemse cadastra para recebê-los.Os textos são limitados a 140 ca-racteres, para viabilizar a integra-ção comos serviços demensa-gemvia celular (SMS). Os textostambémpodemser acessadospor e-mail,mensagens instantâ-neas ou por sites

●Origem:A rede foi fundada emmarço de 2006nos EUApelossócios JackDorsey, NoahGlass,Biz Stone e EvanWilliams

● Crescimento:A rede conta atual-mente comcerca de 7milhões deusuários em todo omundo. Pelasestimativas da própria empresa, otráfego cresceu 900%nos últimosdozemeses. Nos EstadosUnidos,pelomenos 36 das 100maioresempresas do país, segundo o ran-king da revista Fortune, já usamoserviço emsuas estratégias demarketing

●Investimento:Osucesso do ser-viço atraimais investidores. Háduas semanas, foi feito umaporteestimadoemUS$35milhões

Serviço demicroblogs começa a serusado como ferramenta demarketing

TECNOLOGIA

Áreaderelaçõespúblicassemoderniza

Marianna Aragão

Mais uma onda surgida entreaficionadosporinternetetecno-logiacomeçaadespertaraaten-ção e os investimentos domun-docorporativo.Comcrescimen-to de 900% em tráfego nos últi-mos 12 meses, a rede de micro-blogs Twitter tornou-se tam-bém assunto de empresários,publicitários e empreendedo-res – atémesmonoBrasil.A plataforma que permite a

um usuário publicar mensa-gens curtas (até 140 caracte-res)eformarumarededesegui-doresnasceuhátrêsanose temhojecercade7milhõesdeadep-tos,queacessamourecebemasmensagens por e-mail, celularou sites específicos.São Paulo já é a quarta cida-

de que mais usa o Twitter, de-pois de Londres, Nova York eSanFrancisco, informourecen-tementeBiz Stone, umdos fun-dadores da rede.A ferramenta tornou-se tão

popular que atrai investimen-tosmesmonestestemposdecri-se. Há duas semanas, os funda-doresdarededivulgaramterre-cebido umnovo aporte das em-presasBenchmarke Institutio-nal Venture Partners – o valornãofoirevelado,masasestima-tivas eram de que chegaria aUS$ 35milhões.Nosnegócios, ousoda ferra-

menta vem se disseminando. Arápida troca de informações

queaplataformapermite inspi-rou empresas comoDell,Moto-rola, Panasonic e Jet Blue nosEstados Unidos. Ao menos 36das 100 maiores empresas dopaís, pelo ranking da revistaFortune,usamoTwitter.Asapli-caçõesvariam:vãodesdedivul-gação de promoções até supor-te técnico a consumidores.Pioneira, a fabricante de

computadores Dell começouem 2007. No Brasil, a empresalançou seu microblog na sema-na passada. A companhia es-treou anunciando uma promo-

ção de notebooks especial parao carnaval. Além de ofertas, ocanal deverá ter informaçõessobre lançamentos.Atualmente, a Dell está co-

nectada com 60mil pessoas nomundo, em diferentes contasdo Twitter. “Acreditamos queessenúmerovaiparecerpeque-no no futuro”, afirmou aoEsta-doovice-presidentedeComuni-dade e Conversações da Dellmundial, BobPearson.Com 30 mil “seguidores”,

umadas contasmais popularesda Dell no Twitter informa so-bre promoções na loja de ponta

de estoque da empresa. Em ou-trapágina,umfuncionáriodádi-cas técnicassobreos laptopsdamarca. A estratégia já rendeuUS$ 1milhão em vendas para acompanhia, afirmaoexecutivo.

EXPERIÊNCIANo mercado brasileiro, o usocorporativo do Twitter aindasegue a linha experimental.Fiat, Telefônica (por meio doportal Terra) e Brastemp utili-zaram microblogs em campa-nhasespecíficas.Aredevarejis-ta Wal-Mart criou uma contacomo parte de sua estratégiade vendas online. Poucas em-presas, como a construtoraTecnisa, adotaram a novidadecomo uma ferramenta perma-nente demarketing.“Usamos para comunicarlançamentos e novidades”, dizo diretor demarketing da Tec-nisa,RomeoBusarello.Oexecu-tivoadmite,porém,queopúbli-co que acompanha a empresanoTwitter,de300pessoas,nãoéomesmoquevisitaseusestan-desdevenda.“Tenhoconsciên-ciadequenãovouvenderapar-tamento pelo Twitter.”Muitos dos “seguidores” daTecnisasãoblogueiros,publici-tárioseprofissionaisdomerca-

do imobiliário, afirma Busa-rello.“OTwitternosajudaafor-mar opinião no mercado. So-moscomentadosjuntoaumpú-blico antenado.” A empresa foiuma das primeiras a entrar nomundo virtual do Second Life,hádoisanos.Aexperiência,po-rém, não rendeu frutos. Mesesdepois, a Tecnisa abandonou oSecond Life – assim como vá-rias outras empresas.Para David Reck, diretor daagência especializada em mí-diadigitalEnken,agrandedife-rença do Twitter para o Se-

condLife équeaplataformademicroblogs não exige grandesinvestimentosdasempresas.Alinguagem de programação domundovirtualobrigavaascom-panhias a contratar técnicosde computação.Segundo o especialista, oTwitter tambémtrazumbene-fício imediato – e um dos pou-cos mensuráveis – para a em-presa: a melhora no posiciona-mento em sites de busca comooGoogle. “OTwitteraumentounossotráfegonainternet,acus-to zero”, diz Busarello.

No entanto, também há ris-cos na estratégia. SegundoDa-vid Reck, as empresas não po-dem perder de vista uma daspremissas do Twitter – a dequeumusuário só recebemen-sagens das contas que autori-za. “Não convém seguir e serseguido por pessoas sem umaconexão com o assunto ou se-tor abordados. Isso pode atéprejudicar amarca.”A jornalista Bia Granja, de28 anos, usuária há dois anos,temumadascontasmaispopu-laresdoTwitternoBrasil:maisde 1.900 pessoas a seguem.Mas poucas empresas conse-guiram despertar seu interes-se.“Muitasaindanãosabemco-mo usar, publicam coisas queinteressamaelas,enãoaousuá-rio”, comenta.A única experiência positivacom um Twitter corporativo,segundo Bia, foi no ano passa-do.Apaulistanaacompanhouaconta do portal Terra, do gru-po Telefônica, que promoviaum evento em São Paulo. Pormeiodeummicroblog,aempre-sa informava sobre as condi-çõesdetrânsitoedisponibilida-de de ingressos. “A prestaçãode serviço é uma boa alternati-va às companhias”, diz Bia. ●

Atividade cresce em importância nas empresas e recebe o reconhecimento dos maiores festivais de publicidade

Marili Ribeiro

Duas das principais premia-ções da propagandamundial, oFestival de Cannes e o ClioAwards,resolveramabrirespa-ço para a atividade de relaçõespúblicas – que vemganhando acada dia mais importância nacomunicaçãodasempresas.Es-sa atividade, que há até bempouco tempo andava relegadaaumsegundoplano,voltoumo-dernizada, comcaracterísticasmais sintonizadas com asatuais demandas de comunica-ção das empresas.Em junho, estreia a disputapelo troféu de relações públi-cas, o PR Lions, na 56ª ediçãodoFestivalInternacionaldePu-blicidade de Cannes, na costafrancesa.Antesdisso, emmaio,será a vez da 50ª edição doClioAwards, nos Estados Unidos,julgar os casos de comunicaçãoestratégicaquesepautarampe-la inovaçãoequeserviramparafortalecer a credibilidade, o re-conhecimentoeareputaçãoen-tre empresas e consumidores.

Os grandes conglomeradosde propaganda global já cria-ram áreas específicas de rela-ções públicas. A rede Ogilvy,por exemplo, que oferece o ser-viço também no Brasil, já atéinscreveu três cases nas dispu-tas de Cannes e doClio.Mas a maioria das agênciasqueprestamesses serviços poraqui se definem como empre-sas de comunicação corporati-va.Das cercade 1,1mil emativi-dadeemtodooPaís, 300–de24Estados e que representammaisde70%do faturamentodeR$ 1 bilhão estimado em 2008 –integramaAssociaçãoBrasilei-ra das Agências de Comunica-ção (Abracom).“Nãohádadosoficiais”,expli-caCiroDiasReis,presidentedaentidadeedonodaagênciaIma-gem Corporativa. “O fatura-mento anual médio na maioriadas agências em atuação esta-ria na casa dos R$ 10 milhõespor ano, sendo que já há algu-mas com receitas acima de R$50milhões.”AAbracoménovata–foicria-da há seis anos. Na opinião deReis,édecorrênciadasofistica-ção do mercado brasileiro. “Ashabilidades e necessidades decomunicação se expandiramnos últimos anos, até pelo au-mento de empresas que nego-ciaramações fora do País”, diz.

Não só o universo dos negó-cios ficou global, a pontode exi-girqueasempresasseapresen-tem para diferentes culturas ehábitos, como também a socie-dade civil estámais participati-va. “Uma empresa não podemais ficar restrita aoque sepu-blicasobreelanamídiatradicio-nal,porqueoscanaisdecomuni-cação se multiplicaram”, dizJoão Rodarte, sócio fundadordoGrupoCDN,umdosmaioresnessesegmentoporfaturamen-

to,R$60milhões, funcionários,270, e clientes, 95.“As companhias devem sa-beroque se faladelasnas redessociais. Precisam se relacionarcomONGs,Ministério Público,entidades ambientalistas, semfalarnosinvestidoresefornece-dores. Todos querem informa-ções esãopúblicos relevantes”,diz Rodarte, que será o juradobrasileiro no PRLions.“As empresas não podem selimitar a ser pontuais em mo-mentos de crise. Não dá pararesolver um problema e depois

desaparecer”, diz o sócio daCDN, Andrew Greenlees. Paraele, coma internet, tudo se per-petua e a cobrança é mais fre-quente.Empresaquerelaxaemseuspadrõesvêosestragosres-pingar nas vendas.ParaTomCamargo, sóciodeoutra das grandes agências dosetor–aFSB,comfaturamentodeR$55milhões, 287 funcioná-riose140clientes–,oreconheci-mentodas agências de comuni-caçãocorporativaestáintrinse-camente relacionado com o fa-todeque,naerada informação,o conteúdo ganhou relevânciaestratégica nos negócios.“Hoje, há uma preocupaçãoemseofereceromáximodecon-teúdo. A clareza e precisão de-vem estar presentes em todasas etapas da comunicação” diz.Tanto isso é verdade que, nosúltimosanos, cresceu ademan-da pela formação de redes glo-bais de agência de comunica-ção corporativa.Com toda essa expansão nomeio, Camargo acha mais doque natural que a atividade ga-nhe o reconhecimento.Mais doque isso, ele considera relevan-teosetor terumfóruminterna-cionalparamostraroseutraba-lho. “Isso valoriza as agênciasde comunicação corporativa eseus profissionais, o que é óti-mo para o setor.” ●

APRENDIZADO–ParaBiaGranja, asempresasdoPaísaindaprecisamdescobrir amelhormaneiradeatrair usuáriospara suascontas

AGÊNCIA–Greenlees (E),YaraAmaral eRodarte, sóciosdaCDN

COMUNICAÇÃO

A Dell lançouseu microblogno Brasil nasemana passada

JOSE PATRÍCIO/AE–12/2/2009

Cresce o númerode redes globaisde comunicaçãocorporativa

ANDRE LESSA/AE–11/2/2009

ESCALAPB PB ESCALACOR COR

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B8 SEGUNDA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2009O ESTADO DE S.PAULO