Post on 17-Apr-2015
Ensino Superior
3 – Transformada de Laplace
Amintas Paiva Afonso
Introdução aos Sistemas Dinâmicos
Sumário
3.1 Introdução
3.2 Revisão das variáveis complexas e das funções complexas.
3.3 Transformada de Laplace.
3.4 Teoremas da Transformada de Laplace.
3.5 Transformada inversa de Laplace.
3.1 Introdução
3.2 Definição da Transformada de Laplace
3.2 Definição da Transformada de Laplace
3.2 Definição da Transformada de Laplace
0dte st
f(t) = uma função de tempo t em que f(t) = 0 para t < 0
s = uma variável complexa
F(s) = transformada de Laplace de f(t)
L = Operador de Laplace - um símbolo operacional que indica que a grandeza que ele antecede vai ser tranformada por meio da integral de Laplace
Então, a transformada de Laplace de f(t) é dada por:
0
dttfesF st )()(L [f(t)]= Desde que a integral convirja
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Portanto, o método consiste em resolver equações diferenciais como se fossem equações algébricas.
Definição: Dada uma função f(t) definida no intervalo [0, ) definimos a sua transformada de Laplace, F(s), por
0
))((L)()( tfdttfesF st
Supondo que a integral convirja pelo menos para algum valor de s.
3.2 Definição da Transformada de Laplace
• Por meio de sua utilização, podemos converter muitas funções comuns, como funções senoidais, amortecidas e funções exponenciais, em funções algébricas de uma variável
complexa s.
• A transformada de Laplace é um método operacional que pode ser usado de maneira proveitosa para solucionar equações diferenciais lineares.
• Operações como diferenciação e integração podem ser substituídas por operações algébricas no plano complexo.
• Assim, a equação diferencial linear pode ser transformada em
uma equação algébrica em uma variável complexa s.
3.2 Definição da Transformada de Laplace
• Se a equação algébrica em s for solucionada em termos da variável dependente, então a solução da equação diferencial (a transformada de Laplace inversa da variável dependente) poderá ser obtida por meio da tabela das transformadas de Laplace.
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Vantagens da Transformada de Laplace
• Converte uma equação diferencial linear em uma equação algébrica, facilitando a sua solução. Obtém-se tanto a solução transitória quanto a permanente;
• Conversão de vários tipos de função em funcões algébricas;
• Permite o uso de técnicas gráficas para a previsão do desempenho do sistema, sem necessitar resolver suas equações diferenciais.
3.2 Definição da Transformada de Laplace
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Aplicando a Definição
Exemplo 1:
3.2 Definição da Transformada de Laplace
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Exemplo 2:
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Exemplo 3:
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Exemplo 4:
3.2 Definição da Transformada de Laplace
3.2 Definição da Transformada de Laplace
Transformação Linear
Transformamos através do operador L funções f(t), na variável t, em funções F(s), na variável s.
Sabe-se que uma integral definida em um intervalo ilimitado é chamada de integral imprópria e é definida como um limite de integrais definidas em intervalos finitos; Assim:
a
A
aAdttfdttf )(lim)(
Onde A é um real positivo. Se a integral de a até A existe para todo A > a e se o limite quando A existir, então dizemos que a integral imprópria converge para aquele valor limite. Caso contrário, diverge.
Exemplo 1: Seja f(t) = 1/t , t 1, então
1)/1( dtt
Converge?
Adttdttdttf
A
AAlnlim)/1(lim)/1()(
11 1
Logo, a integral imprópria diverge.
2?)( divergedttf
Exemplo 2: Seja f(t) = 1/t 2, t 2, então a integral
Temos que:
2/1)/1(lim)/1(lim)/1( |22
2
2
2
A
A
A
Atdttdtt
Logo a integral dada converge para o valor 1/2.
Teorema: Se f é seccionalmente contínua em t a, se |f(t)| g(t) quando t M para alguma constante positiva M e se
aMdttfentãoconvergedttg )(,)(
também converge. Por outro lado, se f(t) g(t) 0 para t M e se
aMdttfentãodivergedttg )(,)(
também diverge.
Teorema: (Existência da transformada de Laplace).
Suponha que:
1) f seja seccionalmente contínua no intervalo 0 t A para qualquer A positivo;
2) |f(t)| Keat quando t M, onde K, a e M são constantes reais com K e M necessariamente positivas. Então, a transformada de Laplace L [f(t)] = F(s), definida pela equação
L [f(t)] = F(s) = ,)(0
dttfe st
Existe para s > a.
Exemplo 3: Seja f(t) = 1, t 0. Então
01
1100
ss
dtedteLA
st
A
st .lim)(
Exemplo 4: Seja f(t) = sen(at), t 0. Então
00
sdtatsenesFatsenL st ,)()())((
Temos integrando por partes
])cos()cos(
[lim)(00
| dtatea
s
a
atesF
A stAst
A
Finalmente, F(s) = a / (s 2 + a 2), s > 0
Exemplo 5: Seja f(t) = eat, t 0, então
dtedteesFeL tasatstat
0
)(
0)()(
L
F(s)
aF(s) + bF(s)
sF(s) – f(0)
s 2F(s) - sf(0) - f’(0)
f(t)
af(t) + bf(t)
f ’(t)
f ”(t)
Transformada de Laplace
Teorema: Suponha que f seja contínua e que f’ seja seccionalmente contínua em qualquer intervalo 0 t A.
Suponha, além disso, que existam constantes k, a e M tais que |f(t)| ke at para t M. Então L[f’(t)] existe para s > a e, além disso, L[f’(t)] = sL[f(t)] = sL[f(t)] – f(0).
Corolário: Suponha que as funções f, f’, f”, ..., f(n-1) sejam contínuas e que f(n) seja seccionalmente contínua em qualquer intervalo 0 t A. Suponha, além disso, que existam constantes k, a e M tais que |f(t)| ke at , |f’(t)| ke at ...|f(n-1)(t)| ke at para t M. Então L[f(n)(t)] existe para s > a e é dado por
L[f(n)(t)] = snL[[f(t)] – sn-1f(0) - ... - sf(n-2)(0) – f(n-1)(0).
Exemplo 6: Determine F(s) se f(x) = 3 + 2x2.
Por definição e tabela de transformada, temos:
F(s) = L(3 + 2x2) = 3L(1) + 2L(x2) = 3(1/s) + 2(2/s3) = 3/s + 4/s 3.
Exemplo 7: Resolva a equação diferencial y”– y’– 2y = 0 com y(0) = 1, y’(0) = 0.
Facilmente pode-se encontrar a solução y = 2/3e-t + 1/3e2t usando equação característica.
Usando transformada de Laplace, temos:
L[y”] – L[y’] – 2L[y] = 0,
s2L[y] – sy(0) – y’(0) – [sL[y] – y(0)] – 2L(y) = 0
ou (s2 – s – 2)Y(s) + (1 - s)y(0) – y’(0) = 0
Y(s) = (s – 1) / (s2 – s – 2) = (s – 1) / [(s – 2) (s + 1)]
que acaba chegando à mesma solução.
Exemplo 8: Usando a transformada de Laplace, resolva a equação y” – y’ - 6 = 0, y(0) = 1, y’(0) = -1.
Solução: L[y”] – L[y’] – 6L[y] = 0
s2L[y] – sy(0) – y’(0) – {sL[y] – y(0)} – 6L[y] = 0.
Como L[y] = Y(s), temos:
s2Y(s) – sy(0) – y’(0) – sY(s) + y(0) – 6Y(s) = 0
Y(s)(s2 – s – 6) + 1 – s + 1 = 0
Y(s) = (s –2) / (s2 – s – 6) = (s –2) / (s – 3)(s –+2)
Separando em frações, temos: Y(s) = (1/5)/(s - 3) + (4/5)/(s + 2)
Consultando a tabela de Laplace, temos
Y(s) = (1/5)e3t + (4/5)e-2t = (1/5)(e3t + 4e -2t)
Exemplo 9: Resolva por Laplace a equação: y’ + y = senx, y(0) = 1.
Solução: sY(s) – y(0) + Y(s) = 1 / (s2 +1)
sY(s) – 1 + Y(s) = 1 / (s2 + 1), Y(s)(s + 1) = 1 + 1 / (s2 + 1)
Y(s) = 1/(s + 1) + 1 / (s + 1)(s2 + 1)
Separando em frações, temos:
1/(s + 1)(s2 + 1) = A/(s + 1) + (Bs + C) / (s2 + 1)
Donde A = ½, B = - ½ e C = ½. Então
Y(s) = 1/(s + 1) + (1/2)/(s + 1) – (½)[s/(s2 + 1)] + ½ [1/(s2 + 1)]
Logo:
y = (3/2)e–x – (1/2)cos(x) + (1/2)sen(x) = ½ (3e–x – cos(x) + sen(x))
Função Degrau: A função Degrau unitário, denotado por c, é definida por
ct
ctc
,
,
0
1
A função de Laplace de c é determinada por
0,)()({0
ss
edtedttetL
cs
c
stc
stc
y
t
1
c
y = 1 - c
t
y
c
1
y = c (t)
Teorema: Se F(s) = L[f(t)] existe para s > a 0 e se c é uma constante positiva, então
L[µc(t) f(t - c)] = e – cs L[f(t)] = e – cs F(s), s > a
Reciprocamente, se f(t) = L –1[F(s)], então
µc(t) f(t - c) = L –1[e – cs F(s)]
Teorema: Se F(s) = L[f(t)] existe para s > a 0 e se c é uma constante positiva, então L[ectf(t)] = F(s - c), s > a + c
Reciprocamente, se f(t) = L –1 {f(t)}, então ect = L –1 {f(s-c)}.
Exemplo 10: Usando a função atseoaatsec
,0
,,1
Reescreva a função atseatseattf
,0,),sen()(
Assim podemos escrever f(t) = a(t) sen(t - a)
ou
atseatseatga atgttf
,0,),()()()(
Teorema: Se f é de ordem exponencial e é de período p, então
sp
p st
e
dttfetfL
10
)()]([
Exemplo 11: Ache a transformada de Laplace da função cujo gráfico é
1
1 2 3 4t
f(t)
Neste caso, f é periódica com período 2, donde
)(
)(
)()]([
s
ss
st
s
st
es
ese
e
dte
e
dttfetfL
11
11
11 2
1
2
1
02
2
0
Exemplo 12: Encontre a transformada de Laplace da função f(t) = t, 0 t < 1, f(t +1) = f(t).
s
st
e
tdtetfL
1
1
0)]([
Integrando por partes, temos
[1 – (1 + s)e –s] / [s2 (1 – e-s)]
Definição de convolução: Sejam f(x) e g(x) E.
A convolução de f(x) e g(x) é dada por
.)()()().(0 x
dttxgtfxgxf
Exemplo: Se f(x) = e 3x e g(x) = e 2x, então f(t) = e 3t e g(t) = e 2(x - t) e
xxx txtxx t eedteedteexgxf 23
0
2)(2
0
3)().(
Teorema: Se L[f(x)] = F(s) e L[g(x)] = G(s), então
L[f(x) . g(x)] = L[f(x)] . L[g(x)] = F(s) . G(s) podem ser escrita na forma L –1[F(s) . G(s)] = f(x) . g(x)