Enterobactérias

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

Microbiologia

ENTEROBACTÉRIAS

Maria Cecília

Palloma Araújo

Renata Carvalho

Wanessa Rocha

o Filo: Proteobacteria

o Classe: γ- Proteobacteria

o Ordem: Enterobacteriales

o Família: Enterobacteriaceae

o Aproximadamente 30

gêneros e mais de 100

espécies.

o 10 gêneros tem importância

clínica ~25 espécies.

Gênero e Espécie

Encontradas amplamente na natureza;

A maioria habita os intestinos do homem e dos

animais;

Constituem a principal causa de infecção intestinal.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Bacilos Gram- negativos;

0,3 a 1 x 1 a 6 μm;

Anaeróbios facultativos;

Não esporulados;

Não resistem a luz solar, dessecação,pasteurização e desinfetantes comuns;

Podem ser cultivadas em diversos meios decultura, como ágar MacConkey ou ágar sangue.

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS

ASPECTOS FISIOLÓGICOS

Reduzem nitrato a nitrito;

Fermentam a glicose;

São oxidase- negativas;

Capazes de metabolizar uma ampla variedade de

substâncias como os carboidratos;

Produzem catalase;

Utilizam glicose e amônia como fontes únicas de

carbono e nitrogênio.

ASPECTOS GENÉTICOS

Apresentam sequenciamento do cromossomo e de

vários plasmídeos de enterobactérias;

O genoma de enterobactéria é constituído por: Um

cerne comum a todas as espécies o qual é marcado

por ISs (sequência de inserção),

Fagos,

Ilhas de patogenicidade,

Pseudogenes,

Sequências repetidas,

Mutações e deleções Diferenças entre as

espécies

ESTRUTURAS ANTIGÊNICAS

Entre elas estão:

Os flagelos chamados de antígenos H;

As cápsulas chamadas de antígenos K;

LPS contém o antígeno O.

IDENTIFICANDO ENTEROBACTÉRIAS

Coloração de Gram;

Verifica- se se realizam fermentação de glicose;

Caso seja positiva isso restringe essas bactérias a

três possíveis grupos Enterobacteriacea,

Vibronacea, Pasteurellacea;

Teste de oxidase;

PRINCIPAIS GÊNEROS DA FAMÍLIA

ENTEROBACTERIACEAS:

Escherichia;

Shigella;

Edwardsiella;

Salmonella;

Citrobacte;

Klebsiella;

Enterobacter;

Hafnia;

Serratia;

Proteus;

Morganella;

Providencia;

Yersinia;

Erwinia.

A diferenciação dos gêneros e espécies é

realizada por meio de uma série de provas

bioquímicas;

Algumas espécies, em um mesmo gênero, são

muito semelhantes, sendo necessário grande

número de provas para diferencia-las;

DIFERENCIAÇÃO BIOQUÍMICA DE ENTEROBACTÉRIAS

PATOGÊNESE E IMUNIDADE

Numerosos fatores de virulência foram identificados nos

membros da família Enterobacteriaceae. Alguns são

comuns para todos os gêneros e outros específicos

para cepas virulentas;

A maioria desses fatores são expressos pelas

variedades patogênicas de E. coli, Shigella, Salmonella

e Yersinia;

Os patógenos que causam bacteremias e septicemias

de maior importância são os antígenos K que

compreende as cápsulas.

PATOGÊNESE E IMUNIDADE

Os fatores de virulência comprovados são:

EAST e

CDT.

A toxina EAST (Enteroagregative E. coli Stable

Toxin) é um pequeno peptídeo da família ST.

A toxina CDT é uma proteína que apresenta ação

distensora.

São produzidas por diferentes amostras de E. coli;

O lipídeo A e o peptideoglicano os membros

desta família estimulam a produção de citocinas.

Lipopolissacarídeo (LPS) Responsável pela

produção de febre (resposta pirogênica) e

alterações vasculares e ação direta sobre os

mecanismo das reações de hipersensibilidade não

específica.

PATOGÊNESE E IMUNIDADE

Sistema de secreção do tipo III proteínas

efetoras bacterianas são transladadas para dentro

do citoplasma das células do hospedeiro, onde

modulam diversas funções biológicas;

Resistência aos antimicrobianos: os

microrganismos podem se desenvolver resistentes

aos(Trabulsi,L.R. Microbiologia) antibióticos. Essa

resistência pode ser codificada por plasmídeos

transferíveis e trocar entre as espécies, gêneros e

famílias de bactérias.

ENTEROBACTERIACEAE DE IMPORTÂNCIA

MÉDICA

o Citrobacter freundii

o Citrobacter koseri

o Enterobacter aerogenes

o Enterobacter cloaca

o Escherichia coli

o Klebsiella pneumoniae

o Klebsiella oxytoca

o Morganella morganii

o Shigella flexneri

o Shigella sonnei

o Yersinia pestis

o Yersinia enterocolitica

o Yersinia pseudotuberculosis

o Serratia marcescens

o Salmonella enterica

o Proteus mirabilis

SÍTIOS DE

INFECÇÕES

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das infecções por enterobactérias é

normalmente realizado através do isolamento e

identificação;

Para o diagnóstico de algumas doenças como por

exemplo febre tifóide, recorre-se também à

pesquisa de anticorpos anti- O e anti- H.

ESCHERICHIA COLI

Do ponto de vista de suas relações com o homem,

podem- se distinguir três grupos de E. coli:

Cepas comensais habitam os intestinos;

Cepas enteropatogênicas constituídos de vários

patótipos;

Cepas patogênicas extra intestinais capazes de

causar diferentes tipos de infecção;

A E. coli é um importante causador de infecções

intestinais, com diarreia intensa e disenteria;

Pode causar também, infecções extra- intestinais

como infecção urinária, meningite e bacteremia.

Trasmissão: ocorre pela ingestão de alimentos e

água contaminados com fezes;

Diagnóstico: são geralmente diagnosticadas por

teste laboratorial de fezes. Identificar a variedade

específica de Escherichia coli é muito importante

para propósitos de saúde pública.

Tratamento: geralmente a única medida a ser

adotada é a reposição de líquidos. No entanto,

tratando-se de outras regiões que não pertencem

ao trato digestório, outros procedimentos podem

ser requeridos.

CURIOSIDADES

A Diarreia é o aumento do número de evacuações,normalmente (mas não sempre) acompanhadaspor fezes amolecidas (pastosas ou líquidas);

Já a Disenteria é uma doença inflamatóriaintestinal que provoca diarreia, mas sempreacompanhada por muco e sangue;

Pessoas com disenteria em geral apresentamfebre, tosse, cólicas intestinais e diminuição doapetite, podendo levar rapidamente à perda depeso e até à desnutrição.

E. COLI CAUSADORAS DE DIARRÉIA

E. coli enterotoxigênica (ETEC)

E. coli enteropatogênica (EPEC)

E. coli enteroagregativa (EAEC)

E. coli enteroinvasiva (EIEC)

E. coli enterohemorrágica (EHEC)

ESCHERICHIA COLI ENTEROTOXIGÊNICA ETEC

As infecções são transmitidas principalmente pela

ingestão de água e alimentos contaminados;

Sítio de ação: intestino delgado;

Doença: diarreia dos viajantes (uma gastroenterite,

apresenta como quadro clínico diarreia líquida, dor

abdominal, febre baixa, náusea e mal-estar), diarreia

infantil (diarreia líquida com muco, febre e

desidratação), diarreia aquosa, vômito, cólicas,

náuseas, febre baixa;

Patogênese: mediada por plasmídeo, enterotoxina

termoestável e/ou termolábio que estimulam a

hipersecreção de fluidos e eletrólitos.

ETEC

Diagnóstico: a partir do isolamento e identificação

bioquímica de E. coli das fezes do infectado. Os

métodos utilizados se baseia na detecção das

enterotoxinas LT e/ou ST por ensaios imunológicos

ou pela pesquisa de sequências genéticas por

sondas genéticas ou PCR;

Tratamento: reposição de água e eletrólitos.

ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA EPEC

Transmissão: ingestão de água e alimentoscontaminados . É possível também emhospitais a infecção seja adquirida por viaaérea;

Sítio de ação: intestino delgado;

Doença: diarreia infantil, diarreia aquosa evômito;

Patogênese: mediada por plasmídeo,destruição das estruturas normais dasmicrovilosidades, causando má absorção ediarreia;

EPEC

Diagnóstico: isolamento da bactéria das fezes e

sua identificação. O meio de cultura mais utilizado

para o isolamento é o MacConkey;

Tratamento: a medida mais eficaz é a hidratação.

ESCHERICHIA COLI ENTEROAGREGATIVA (EAEC)

O padrão AA permite que se diferencie EAEC de duasoutras categorias diarreiogênicas de E. coli (EPEC e DAEC);

Sítio de ação: intestino delgado;

Doença: diarreia infantil, diarreia dos viajantes, diarreiaaquosa persistente com vômito, desidratação e febre baixa.

Patogênese: aderência agregativa mediada por plasmídeocom encurtamento das microvilosidades, infiltração demononucleares e hemorragia, diminuição do fluido.Possivelmente, a formação de biofilme esteja envolvida nacapacidade de a bactéria colonizar e causar doençapersistente e má absorção de nutrientes.

EAEC

Diagnóstico: amostra de E. coli isoladas das fezes

submetidas a ensaios de adesão em células Hep- 2

ou HeLa, para a pesquisa do padrão AA.

Tratamento: antibioticoterapia, para diarreias

agudas a reidratação é recomendada.

ESCHERICHIA COLI ENTEROINVASORA EIEC

Transmissão: ingestão de água e alimentos

contaminados ;

Sítio de ação: intestino grosso;

Doença: febre, mal- estar, cólicas e diarreia aquosa que

pode progredir para disenteria, fezes sanguinolentas;

Patogênese: invasão mediada por plasmídeo e

destruição das células epiteliais que revestem o cólon;

EIEC

Diagnóstico: provas bioquímicas. A característica

marcante é a perda da capacidade de

descarboxilar a lisina.

E.COLI ENTERO-HEMORRÁGICA (EHEC)

Vivem nos intestino de animais ruminantes;

A principal fonte da doença em humanos é o

gado;

Outros tipos de animais, incluindo porcos e

pássaros, algumas vezes pegam Escherichia

coli no ambiente e podem espalhá-la;

Responsável por liberar toxinas que entram em

contato com a corrente sanguínea e destroem

os eritrócitos sanguíneos;

Sítio de ação: intestino grosso;

Doença: diarreia aquosa seguida de diarreia

sanguinolenta com cólicas abdominais, pouca ou

nenhuma febre, pode progredir para a síndrome

urêmica hemolítica (HUS- caracteriza-se por anemia

hemolítica microangiopática, insuficiência renal

aguda e trombocitopenia- baixo número

de plaquetas);

Patogênese: mediadas pelas toxinas Shiga

citotóxicas que inibem a síntese de proteínas;

EHEC

ESCHERICHIA COLI QUE CAUSA

INFECÇÕES EXTRA- INTESTINAIS

E. coli que causa infecção urinária: as infecções são

conhecidas pela sigla UTI, podem atingir a uretra, a

bexiga e os rins, e tem como agente etiológico

principal a E. coli uropatogência ou UPEC;

Patogênese: As UPECs tem origem intestinal e

podem migrar e colonizar as regiões periuretrais.

Entram na uretra, sobem para a bexiga e aderem ao

epitélio vesical. A partir da bexiga pode ganhar os

ureteres e chegar aos rins;

As infecções mais comuns são:

Cistite dor ao urinar e necessidade iminente de

urinar. Tratamento- associação trimetoprim-

sulfametoxazol;

Pielonefrite dor intensa, náusea, vômito, febre,

sudorese e indisposição. Tratamento-

fluoroquinolona;

Diagnóstico: cultura da urina, seguida do

isolamento e identificação bioquímica da bactéria.

SHIGELLA

Possuem quatro espécies, com vários sorotipos

cada, que são :

S. dysenteriae

S. flexnery

S. boydii

S. sonnei.

A mais comum é a S. flexnery.

A infecção é adquirida pela ingestão de água

contaminada ou de alimentos preparados com

água contaminada;

A doença humana causada por Shigella é

chamada shigelose (que costuma apresentar fezes

com sangue, muco e leucócitos) ou disenteria

bacilar, sendo todos os sorotipos patogênicos.

A shigelose localiza-se no íleo terminal e cólon,

caracterizando-se por invasão e destruição da

camada epitelial da mucosa, com intensa reação

inflamatória. Em consequência disso, o paciente

geralmente apresenta leucócitos, muco e sangue

nas fezes;

Maiores problemas quadros que podem

acompanhar a Shigellose, como a trombocitopenia

purpúrea e a síndrome urêmica hemolítica devido à

liberação de uma poderosa citotoxina por estas

bactérias;

Diagnóstico: fezes do paciente em meios de

cultura, com posterior identificação das colônias

suspeitas por meios de provas bioquímicas e

sorológicas.

YERSINIA

Compreende dez espécies, sendo três patogênicas:Y. enterocolítica, Y. pestis e Y. pseudotuberculosis ;

Tem grande importância histórica por ter causadoepisódios de peste (Y. pestis);

É a Y. enterocolítica, entretanto, que é capaz de gerargastroenterite;

Infecções: adquiridas pela via oral- fecal, por ingestãode água e alimentos, como leite e carne suínacontaminados.

Infecção intestinal: caracterizado por diarreia, febre edor abdominal.

Se conhece pouco sobre o metabolismo que causa adiarreia, mesmo porque os casos relacionados comYersinia são mais raros;

A Y. enterocolítica possui um período de quatro a setedias, surgem ulceração da mucosa do íleo terminal,lesões necróticas nas placas de Peyer e aumento dosnódulos linfáticos mesentéricos.

Quando invade a circulação pode ocorrer lesões supurativas em vários órgão.

Diagnóstico: feito pela coprocultura das fezes em meiosde MacConkey e SS, a 37ºC , com a posterioridentificação bioquímica e sorológica da bactéria.

Tratamento: é feito com antibióticos, em geral a Y.enterocolítica é sensível a maioria dos antibióticos.

SALMONELLA

Salmonella typhi causa infecções sistêmicas e

febre tifóide;

Salmonella typhimurium é um dos agentes

causadores das gastroenterites.

As infecções por Salmonella tem início na mucosa

intestinal;

Fontes de infecção: solo contaminado, vegetação,

água, carne, ovos e fezes de animais infectados;

Patogenia:

Gastroenterite: salmonelose mais frequente, a suasintomatologia surge 6 a 48h após ingestão dealimentos ou água contaminados; os sintomas maiscomuns são: diarreia não sanguinolenta, náuseas,dores abdominais tipo cólica e cefaleias. Éautolimitada, durando de 2 dias até 1 semana;

Septicemia: Todas as espéciesde Salmonella podem causar bacteriemia. Gruposde risco, encontram-se crianças, idosos, e indivíduosseropositivos;

Febre entérica, vulgarmente conhecida por febretifóide, infecção sistémica febril caracterizada porfebre gradual constante 10 a 14 dias após ainfecção.

Diagnóstico: realizado pelo isolamento e

identificação da bactéria;

Tratamento: ciprofloxacina, mas para gestantes e

crianças, é usada a ceftriaxona.