Post on 26-Mar-2016
description
Pág
ina1
Projecto de Literacia Familiar
“A Escrita Como Mensageira entre a Escola
e a Comunidade Escolar”
Ano Lectivo
2008/09
Pág
ina2
Projecto de Literacia Familiar “A Escrita Como Mensageira
entre a Escola e a Comunidade Escolar”
Ano Lectivo
2008/09
Pág
ina3
ÍNDICE
. Agradecimentos Pag.3
- Introdução …………………………………………..........
Pag.4
- Um reino sem rei ………………………………………………………
Pag.5
- Era uma vez um relógio que falav ………………………
Pag.8
- Susana jasmin ……………………………………………………………
- ....
Pag.15
Pag.
- … Pag.
- Romina ………………………………………………………………………….
Pag.18
- Uma lição de vida ……………………………
Pag.21
- O jogo da vida ………………………………………………………….
Pag.24
- Aventuras de um pónei curioso………………………………
Pag.26
- Uma grande confusão …………………………………………..
Pag.30
- a árvore dos livros Pag.32
- Participantes no projecto”Escrita Mensageira” Pag.34
Pág
ina4
Para todos e a cada um vós
um agradecimento especial
pela participação neste projecto de escrita familiar
Três simples dicas de escrita de três escritores consagrados
Aprende-se a escrever, lendo.
António Lobo Antunes
É a escrever mal que se aprende a escrever bem
Samuel Johnson
Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão
absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o
simples coração de uma criança
Ernest Hemingway
Pág
ina5
INTRODUÇÃO
“A Escrita Como Mensageira entre a Escola e a Comunidade Escolar” Histórias Escritas de casa em casa
Hoje, a leitura e a escrita não são mais um assunto exclusivo da escola. As práticas de leitura e escrita em casa, em família, são condições primordiais, na
criação de comportamentos e hábitos fundamentais para o desenvolvimento das competências literácitas que promovem o sucesso escolar, pessoal e social, das nossas crianças.
Foi esta a razão principal que nos levou a apresentar este desafio a todas as famílias convidando-as a construírem connosco um conjunto de “histórias escritas de casa em casa.”
Foi sem dúvida um projecto ousado. Mas, que sem dúvida, valeu muito a pena. Pois, pudemos contar com o apoio e a participação incondicional de todas as famílias, das turmas, das escolas envolvidas que de casa em casa, de família em família e de parágrafo em parágrafo foram dando corpo aos textos que agora aqui apresentamos.
Só por esta razão, agora nos podemos congratular com a apresentação desta pequena brochura que reúne todas as histórias construídas, ao longo do ano lectivo. Temos a certeza que na memória de todos, os envolvidos, ficaram os momentos de leitura e escrita partilhados, em família, na tentativa de acrescentarem o vosso contributo à história em construção.
Por uma questão de respeito pelo trabalho de cada uma das famílias, a nossa intervenção nos textos aqui apresentados, limitou-se apenas à correcção ortográfica sem que tivéssemos provocado qualquer alteração à estrutura e ao sentido do texto original. Pois, o objectivo não era conseguirmos textos de qualidade literária, mas, sim realizar um trabalho de escrita familiar comum à nossa comunidade escolar que permitisse, no final uma reflexão conjunta e a tomada de consciência que a partilha e a cooperação entre a escola e a família é a chave para ajudar as nossas crianças a desenvolverem as suas competências de Leitura e de Escrita descobrindo na Escola e em Família o Prazer de Ler e de Escrever.
OBRIGADO!
Pág
ina6
EB1 de Anobra
Família da Turma – B (3ºe 4º ano)
UM REINO SEM REI
Há muito, muito, tempo dois guerreiros enfrentaram um dragão de três
cabeças. Um destes guerreiros seria S. Jorge, um tribuno romano que numa das
suas viagens ao passar pela actual Líbia, soube da existência de um terrível
dragão, que aterrorizava os habitantes daquele lugar que para apaziguarem a sua
enorme fúria, alimentavam-no com os animais dos seus rebanhos.
Um dia chegou a vez de sacrificar a filha do Rei. Quis a sorte que nesse
preciso dia S. Jorge enfrentasse corajosamente a fera montado no seu belo cavalo
branco matando-a com a sua lança.
Do sangue derramado do dragão nasceu um roseiral vermelho, símbolo do
amor e da paixão. Deste roseiral vermelho nasceram lindas rosas que S. Jorge
apanhou e foi oferecer à filha do rei. Este, ao ver tão lindo ramo, recebeu-o com
muita alegria. S. Jorge foi convidado a passar alguns dias no palácio real. Durante
a sua estadia, no palácio, S. Jorge foi fazendo diversas cortesias à filha do rei,
que resultou num enorme romance que deu em casamento.
Desse casamento surgiu um reinado como antes não havia existido.
Não havia servos nem criados, nem superioridades. Todos trabalhavam e
todos se divertiam quando chegavam as horas de lazer. Assim, como as festas se
tornaram ainda mais animadas, também os campos mais produtivos, os jardins mais
floridos e até a s aves do céu passaram a cantar as mais belas melodias. Mas, será
que este reinado durou para sempre? …
Sim. Desse casamento maravilhoso nasceram dois meninos, o Carlos e o
Miguel. Eram meninos muito bonitos. Mas, à medida que iam crescendo crescia
também a sua rebeldia.
Certo dia, S. Jorge e sua esposa resolveram chamar Carlos e Miguel, para
lhes contarem a sua linda história de amor.
Carlos, que era o seu filho mais velho e, também, mais rebelde, ao ouvir a
história de seus pais, resolveu partir em busca da sua própria história.
Assim, começou uma nova aventura.
Carlos sempre sonhara vir a ser muito, muito rico. Por isso, decidiu partir
para um lugar muito distante à procura de um tesouro assinalado num mapa muito
antigo do seu avô. Como não sabia bem o caminho que o levaria até ao tesouro
desejado, comprou um GPS. Porém, sempre que introduzia nele a palavra “ tesouro
perdido”, a máquina indicava-lhe o caminho que o levava de novo para sua casa.
Pág
ina7
Pensou que o GPS estava estragado. Deitou-o fora e continuou o seu caminho
seguindo a direcção indicada, no mapa.
Certo dia, chegou ao sítio onde supostamente se encontrava o tesouro.
Carlos ficou muito contente, finalmente ia tornar-se um homem muito, muito, rico.
No entanto, no sítio dos tesouros, Carlos apenas encontrou uma pequena
criança, sozinha e muito triste. Ao principio, ficou muito aborrecido! Mas, como
estava muito cansado sentou-se ao pé do menino e contou-lhe o que tinha andado a
fazer para chegar de tão longe até ali.
O menino disse-lhe, então, que ele é que tinha a chave do tesouro e começou
a contar-lhe uma história, a história da sua vida. Contou-lhe, com os olhos rasos de
água, que certo dia tinha havido um ataque terrorista contra a sua cidade e que,
de toda a sua família, só ele tinha conseguido sobreviver.
Nesse momento, Carlos percebeu qual era o tesouro a que se referia o seu
avô! Agora, sabia perfeitamente para onde tinha de ir para encontrar o verdadeiro
amor e carinho… Essa tamanha riqueza de poder amar o seu amado.
Nesse mesmo dia, Carlos convidou o tal menino para fazer parte da sua
família e ambos regressaram para casa de Carlos, junto dos seus pais.
Durante o caminho de regresso algo de terrível aconteceu …
Ao atravessar um ribeiro, Carlos escorregou nas pedras húmidas e caiu,
naquelas águas gélidas. Pensou que tinha fracturado um pé. Mas, afinal, Carlos não
tinha fracturado o pé, mas, apenas tinha torcido o tornozelo. Pediu ajuda ao
menino, de seu nome Noé, que o agarrou e o levou para junto do seu cavalo.
Juntos seguiram para a sua terra natal levando consigo aquele grande
tesouro que os unia - a humildade e a amizade.
O caminho era muito longo. Apanharam dias de chuva e de sol, passaram por
vales, montanhas, rios… …Até que finalmente chegaram.
Numa noite de muito nevoeiro apareceu D. Sebastião…
D. Sebastião era irmão de S. Jorge. Ao aparecer nessa noite de nevoeiro, D.
Sebastião veio a saber que o seu irmão tinha casado e que a sua esposa tinha tido
dois filhos, chamados Carlos e Miguel.
Por mero acaso D. Sebastião encontrou o Noé que sozinho vagueava pelas
ruas. O menino que entretanto se tinha perdido sentia-se muito sozinho e
imediatamente lhe começou a falar de um senhor chamado Carlos e das suas
aventuras sobre o tesouro.
D. Sebastião percebeu que Carlos era o seu sobrinho e logo o foi procurar
levando consigo aquele menino. Finalmente, encontraram-se numa das ruas daquela
aldeia e passaram horas a conversar. Até que D. Sebastião perguntou a Carlos pelo
seu irmão Miguel.
- E o teu irmão Miguel?
- A última vez que vi o meu irmão Miguel ele estava a pensar candidatar-se
às eleições para rei. Mas como estive numa viagem não sei mais nada para além
disso, mas se quiseres saber mais alguma coisa vem connosco.
- Está bem, visto que eu também já estava com algumas saudades do teu pai.
Pág
ina8
- Então, olhos nos caminhos e vamos lá!
Chegaram ao seu destino, no momento em que estava a decorrer um funeral.
Ao interrogarem um dos aldeões, este disse-lhes que o funeral era o de S. Jorge,
que tinha sido envenenado. Porém, não era esta a verdade. Não tinha sido veneno,
mas, sim um fruto que S. Jorge apanhara na floresta para matar a sua sede. Como
bebeu muito sumo do fruto, ficou em estado de coma profundo. Por isso, ao
abrirem o caixão, para espanto de toda a multidão, S. Jorge abriu os olhos, uns
fugiram, outros choraram… Foi a loucura total!
Mais algum tempo passou sem nada mais se saber de Miguel.
Mas, Carlos foi ficando pela sua terra natal. Com o passar do tempo o peso
da idade e da responsabilidade foi crescendo. Ele percebeu que o caminho para a
aventura que tinha traçado para si ficava cada vez mais distante. Começou a
perceber-se que já não tinha capacidades em cumprir tal desejo. E, ainda mais,
com o avançar da idade, com menos defesas mentais e físicas, já não conseguiu
realizar aquela aventura tão desejada.
O Reino começou a ficar então completamente desorganizado e perdido.
Até que um dia apareceu um lindo rapaz chamado António, que a população
toda dizia que era filho de uma antiga paixão de Carlos. O menino foi crescendo e
conquistando todo o reino até ser proclamado rei.
O Rei era tão bom e forte que conseguiu derrotar todo o mal que os tinha
invadido. Todo o reino agradeceu ao seu grandioso Rei António, por este ter
salvado as suas vidas.
Assim, com a derrota do mal, todo o reinado viveu feliz para sempre.
Fim
Pág
ina9
EB1 de Avenal
Turma – A (1º e 3º ano)
ERA UMA VEZ UM RELÓGIO QUE FALAVA…
Há muito, muito tempo, quando os teus trisavós ainda eram vivos e, em algum
lugar, havia um relógio que falava.
Ele vivia numa casa muito velha e era bem bonito e engraçado. A sua dona,
que vendia tremoços, chamava-se Deolinda.
Era um relógio especial. Ao contrário dos outros daquela época, era colorido,
tinha olhos grandes e uma boca muito faladora, que passava o dia a contar
histórias, que encantavam a Deolinda.
Um dia, pela manhã, a Deolinda acordou e reparou que o relógio não
trabalhava. Desesperada, sem saber o que fazer, pôs-se a chorar, na esperança
que alguém a ajudasse.
Enquanto chorava alguma coisa lhe despertou a atenção, olhou para a janela
do quarto e viu um bonito pássaro de penas coloridas que cantava tão suave e
melodiosamente que a fez aproximar.
Deolinda, ao ouvir o pássaro a cantar, lembrou-se do seu amigo Manuel que
tinha jeito para arranjar coisas e que podia ajudá-la.
Mandou, então, recado por uma vizinha para que ele viesse vê-la sem
demora. O “ti Manel” não a fez esperar. Ele adorava aquele relógio e teve muito
gosto em o arranjar. Contudo, sem saber bem como, o Jacob - assim se chamava o
relógio falante – não só voltou a falar como começou a cantar, a assobiar e até a
dançar.
O Jacob voltou a contar histórias, histórias de piratas e ladrões, de
gigantes e anões, de sábios e sabichões… Eram histórias antigas que ele fazia
acompanhar com belas melodias e que transportavam a Deolinda para lugares
mágicos.
Lugares esses que faziam Deolinda sonhar!...
Sonhava com viagens que gostaria de um dia fazer.
Certo dia, Deolinda falava com o seu amigo Jacob sobre essas viagens
imaginárias e confessou-lhe que também gostaria muito de conhecer alguém que a
fizesse feliz. Falou-lhe, então, sobre um príncipe encantado com quem sonhava
todas as noites.
Pág
ina1
0
É que…Deolinda tinha perdido o amor da sua vida por quem se apaixonara aos
quinze anos de idade e, por isso, transportava para os seus sonhos a imagem do seu
príncipe encantado tal e qual ele era há vinte anos atrás: bonito, cabelo alourado,
olhos claros e sorriso doce… Tão doce que nunca o esquecera!
Num lindo dia de sol, estava Deolinda a estender roupa, quando apareceu um
senhor que lhe perguntou:
-Quer comprar laranjas, minha senhora?
Deolinda respondeu:
-Não, meu senhor. Tenho muitas aqui, no meu quintal.
Deolinda, ao responder, olhou bem para o senhor e o seu coração palpitou
fortemente. Parecia-lhe ver o seu príncipe encantado. Mas, não. Não era o seu
príncipe…
Então, Deolinda voltou para dentro de casa. Ficou muito triste e foi ter com
o seu amigo Jacob contar-lhe o sucedido.
Ao vê-la assim, Jacob, para a alegrar, mais uma vez, começou a contar
histórias, a dançar e a cantar. Mas, Deolinda só pensava no seu príncipe e não lhe
dava atenção, o que deixou Jacob bastante triste.
Jacob gostava de ajudar a sua amiga. Mas como?... Estava tão triste que
soltou uma bela melodia de pedido de auxílio que se fez ouvir, até, na aldeia
vizinha. Por fim calou-se e assim permaneceram o resto do tempo. No meio do
silêncio, surgiu o barulho do sorriso de duas crianças que diziam:
-Tia Deolinda, Tia Deolinda…
Ela abriu os olhos e sorriu de felicidade.
Eram os seus sobrinhos, Ricardo e Joana, que a vinham visitar.
-Tia, que música era aquela que se ouvia lá fora? – perguntaram os
sobrinhos.
-Era o Jacob, o meu fiel amigo relógio. – respondeu a tia Deolinda.
-Tocava uma melodia tão bonita! – suspirou a Joana. E ficou encantada a
olhar para o relógio.
Por sua vez, também ele encantado, o Ricardo disse à sua tia que gostava
imenso de ter um relógio igual e perguntou-lhe se o podia levar para casa, pelo
menos por algum tempo. Mas, a tia disse-lhe que não se podia separar do seu amigo
relógio porque ele era a sua companhia há muito, muito tempo. Com ele a sua vida
tinha mais sentido. Nos momentos bons e menos bons, lá estava o seu amigo para a
animar e encorajar com as suas belas melodias e histórias de encantar.
Então, a tia Deolinda lembrou-se da loja onde tinha comprado o Jacob e foi até lá
com os seus sobrinhos para ver se havia mais algum relógio igual ao seu.
Quando lá chegaram, as crianças abriram os olhos com grande admiração e
miraram tudo o que havia na tal loja.
De repente, a Joana avistou uma luz brilhante no canto da loja… não era
igual ao da tia Deolinda, mas também era um relógio especial. Era um despertador
que tocava e dava luz com cores variadas enquanto despertava. Chamaram-lhe Dick
Luminoso.
Pág
ina1
1
A Joana gostou tanto do despertador que decidiu comprá-lo. Levou-o para
casa da tia Deolinda e perguntou-lhe onde o poderia pôr. A tia Deolinda disse que o
melhor sítio era ao pé do Jacob. Ficavam tão bem juntos! Sempre que tocavam era
uma sinfonia lindíssima! Todos, lá em casa, ficavam maravilhados com o tocar dos
relógios.
Uma bela manhã, ao acordar, o Dick Luminoso ficou um pouco assustado ao
verificar que havia algo estranho. Quem seria aquele novo amigo?
Foi então que apareceu a Deolinda toda satisfeita por ter mais um elemento
da família das horas, que explicou ao despertador quem era o objecto estranho
que estava junto dele. Era então o “Cuquinho”! - um senhor alto relógio que faz
parte da vida de muitas famílias portuguesas que nas suas casas ainda têm um
objecto antigo destes. - Dick sorriu e foi logo cumprimentá-lo.
Mas, passados alguns dias, instalou-se a confusão. O Cuquinho e o Dick
entraram em disputa para conquistar um lugar especial no coração de Deolinda.
Os dois queriam ter o privilégio de ser o responsável pelo acordar da sua
dona. Assim sendo, começaram a “cantar” todos os dias cinco minutos mais cedo.
Passada uma semana, a Deolinda já acordava duas horas antes da hora prevista.
Andava tão aturdida e cansada com toda a barulheira que faziam de manhã, que
nem as histórias do Jacob já a animavam.
Com o decorrer do tempo, Dick e o Cuquinho verificaram que a tia Deolinda
andava triste e deprimida. Então, decidiram entrar em acordo para ajudar a sua
dona a ficar novamente bem disposta e alegre como sempre fora.
Ora, o tal acordo previa que, nos dias pares, fosse o Cuquinho a despertar a
Deolinda e nos dias ímpares, fosse o Dick Luminoso. Desta forma, amenizou-se a
situação e a harmonia voltou a reinar naquela casa. Isto, porque todos perceberam
que o respeito, a amizade e a entreajuda são muitíssimo mais importantes do que
qualquer disputa.
Um dia, os sobrinhos da tia Deolinda decidiram levar o Dick Luminoso para
sua casa. Ela ficou um pouco triste mas, se os sobrinhos estavam felizes, ela
também estaria feliz e poderia, agora como nos velhos tempos, ouvir com mais
calma as histórias do seu velho amigo e inseparável Jacob.
E assim foi a história do nosso amigo Jacob, o relógio que falava.
Fim
Pág
ina1
2
EB1 de EGA
Família da Turma – B(3º e 4º - Ano)
AS FÉRIAS DA PÁSCOA DA RITINHA
Numa bela manhã, a Ritinha acordou com uma sensação estranha.
Ao deparar-se com o que acontecia na rua, pela janela do seu quarto,
percebeu que tinha estado a sonhar porque estava a chover. Foi então que
percebeu que tinha estado a sonhar com um lindo dia de sol.
Apesar de estar a chover a Ritinha tinha de ir para a escola. Foi a correr
buscar o chapéu-de-chuva e correu para o carro do pai que já estava à espera para
a levar à escola.
Ela ia ter teste de língua Portuguesa e o seu pai já lhe andava a perguntar
se já sabia bem toda a matéria. Ela respondia sempre:
- Tudo bem!
Agora só falta esperar para saberem das suas notas.
Uma semana passou. O pai da Rita estava ansioso para saber as notas da
filha. No dia em que a Rita recebeu o teste chegou a casa com uma expressão que
parecia ser de tristeza. Assim que o pai olhou para ela, quase adivinhou as suas
notas. Mas, de repente, a Ritinha deixou soltar um grande sorriso e disse:
- Tive 99%!
Que alívio e que alegria!
Era chegada a Sexta – feira, o último dia de aulas, antes das férias da
Páscoa. Como já era habitual a Ritinha ir passar as férias na aldeia com os avós, a
avó já a esperava à saída da escola. A menina correu para a avó e disse:
- Avó, avó, começaram as férias!
Pág
ina1
3
Foram logo para casa da avó onde já esperava por ela um delicioso lanche
deixado já preparado pela sua avó. Depois de lanchar a Ritinha foi brincar para o
jardim. Ela adorava ficar deitada na relva verdinha a ouvir maravilhada as belas
melodias que os passarinhos cantavam, enquanto pensava:
- Como vão ser divertidas as minhas férias!
E ficava ali deliciada a cantar com os pássaros.
Quando a avó a chamava para irem às compras, ela exclamou de alegria:
- Vamos minha avó!
Então, a avó preparou-lhe uma surpresa, comprando-lhe um ovo da Páscoa. A
Ritinha sorriu de alegria e disse:
- Que fantásticas estão a ser as minhas férias.
No dia seguinte, a Ritinha foi passear à montanha. Havia raposas bebés e ela
deu-lhes uma boa parte do seu lanche. Neste, entretanto apareceu um lobo que a
fez fugir dali a correr até chegar a casa da sua avó.
Mas, o tempo passou e as férias da Páscoa terminaram. Voltou de novo o
tempo de regressar à escola.
O primeiro dia de aulas, a seguir às férias é sempre bem empolgante. Pois,
tal como a Ritinha todos os seus colegas querem contar como foram divertidas as
suas férias. Na Páscoa todos tinham sido muito felizes. Passaram dias inteirinhos
com os pais, os avós e o irmão …comeram muitos ovos da Páscoa e amêndoas…Foi
tudo uma delícia.
Agora era preciso recomeçar a estudar para poder boas notas aos seus pais
apresentar.
Logo que chegava a casa, depois da escola, os seus pais lhe diziam:
- Ritinha, vai fazer os trabalhos de casa.
- Hoje…Mas, hoje foi o primeiro dia de aulas… Por isso, não tenho trabalhos
de casa. Vou para o Magalhães!
Pág
ina1
4
Mas, depressa chegou a noite… São horas de jantar e lavar os dentes para ir
dormir porque amanhã, como sempre, tem de se levantar cedo, para um novo dia de
escola cheio de coisas para aprender e brincar.
Neste dia, a Ritinha tinha consigo uma surpresa para levar aos meninos da
sua turma. Todos ficaram muito curiosos e queriam saber o que seria. Então ela,
tirou da mochila uma caixa, abriu-a e mostrou-lhes os seus bichinhos da seda…
Ela adorava fazer criação de bichinhos da seda e sabia tudo sobre eles. Assim
aproveitou para passar aos seus colegas tudo o que sabia sobre eles.
- Sabiam que eles comem somente folhas de amoreira e fazem seda para as
roupas!? – comentava ela.
Os amiguinhos da Ritinha ficaram espantados com as coisas que ela sabia
sobre bichos-da-seda. Ela explicou-lhes que tinha sido os avós que lhe tinham
ensinado tudo isso e que tinha trazido os bichos-da-seda da montanha.
Todos ficaram encantados com as histórias da Ritinha e quiseram saber
todos os pormenores das suas férias pois tinham sido mais divertidas do que a
maioria dos colegas que passaram as férias em casa.
Entretanto, mais um dia de escola chegou ao fim. Chegou a casa e,
imediatamente, começou a fazer os trabalhos de casa. Depois, disso foram
brincar para o jardim de sua casa, onde, entusiasmada começou a apanhar flores
que tanto ela gostava – rosas, cravos, papoilas e também violetas. Assim fez um
bonito ramo de flores que, logo que o acabou, foi a correr oferecê-lo à mãe. Ela
ficou muito feliz.
Foram passando os dias, os meses e os anos. Muitas férias da Páscoa se
passaram também. Mas, da memória da Ritinha nunca se apagaram aquelas férias
tão especiais e inesquecíveis.
Fim
Pág
ina1
5
EB1 de Condeixa-a-Nova
Família da Turma – 1ºA
SUSANA JASMIN
Era uma vez uma menina que se sentia muito sozinha. As suas colegas da
escola não queriam estar com ela, porque a achavam muito estranha.
Na verdade, ela era simplesmente uma menina, tal as outras, muito simpática e e
muito querida. Só que guardava um segredo muito pessoal. Infelizmente, ela era
doente. Na escola, ainda ninguém sabia e ela também, ainda, não tinha dito a
ninguém.
Jasmin tinha uma aparência muito frágil, usava o cabelo muito curto e as
outras meninas não brincavam com ela. Por isso, sentia-se só e muito triste.
Um dia, ganhou coragem e contou à mãe o que se passava na escola e como
ela se sentia triste com essa situação.
A mãe, finalmente, decidiu ir falar com a professora e contar-lhe a verdade
sobre a doença da menina para que juntas pudessem tentar mudar o
comportamento das suas colegas.
Logo que a mãe se foi embora, a professora falou com a turma.
No dia seguinte, a professora chamou a Jasmin, sentou-a ao seu colo e
ambas falaram às colegas da razão pela qual a menina tinha de usar o cabelo tão
curto.
As colegas compreenderam, sentiram-se tristes por ela e, desde logo, nunca
mais a deixaram sozinha. A partir daí toda a gente começou a acarinhá-la, como se
quisessem pedir-lhe desculpa pela injustiça que lhe tinham feito. Por sua vez,
Jasmin ganhou outra alegria e até parecia outra menina.
Um dia… não foi à escola. Toda a turma se mostrou preocupada e todos
quiseram saber o que é que tinha acontecido a Jasmin.
A professora explicou que tinha sofrido uma recaída e que, por isso, ela
teve que ser hospitalizada, para fazer alguns tratamentos.
No final do dia, todos os colegas decidiram pedirem aos seus pais para a
irem visitar, no fim de semana. Todos lhe queriam desejar rápidas melhoras e
deixar-lhe uma pequena lembrança para que Jasmin se sentisse apoiada. Decidiram
comprar-lhe livros. Talvez, assim, ela não se sentisse tão sozinha. Os livros
faziam-lhe e ajudavam-na a sonhar com dias mais felizes.
Quando entraram no quarto do hospital, onde Jasmin se encontrava, os seus
olhos brilharam de alegria e ela, apesar de tudo, sentiu-se muito feliz.
Passado alguns dias, para espanto de todos, pela porta da sala de aula
entrava a Susana Jasmin. Estava, ainda um pouco debilitada, mas com um enorme
Pág
ina1
6
sorriso e uma grande vontade de brincar e de saber tudo aquilo que os seus
colegas de turma tinham aprendido na sua ausência.
Todos eles se disponibilizaram para a ajudar e explicar-lhe tudo o que se
tinha passado, enquanto ela esteve no hospital.
Ela parecia uma nova menina!
Sabem porquê?!
É que às vezes a amizade, o amor, o carinho e a compreensão pode até
vencer a pior doença e trazer de volta a alegria de viver.
Foi o que aconteceu com a Susana Jasmin!
Venceu a doença com a ajuda e a alegria de todos os seus amigos e com a
sua grande força e vontade de viver.
Hoje, tem longos cabelos que se confundem com os raios do sol e um olhar
alegre e azul profundo, como o mar.
Ao longo de mais algum tempo a menina continuou a fazer tratamentos e
para isso, de vez em quando, tinha de faltar às aulas muitos dias. Mas, no dia em
que voltava, os seus amigos ajudavam-na a rever a matéria que tinham dado
durante a sua ausência.
O Tempo passou. As crianças aprenderam a lidar com esta situação e
perceberam que tinham de fazerem alguma coisa para que estes mal entendidos
não voltassem a acontecer. Então, pediram ajuda aos pais dizendo-lhes que seria
muito bom se pedissem à professora para fazer na escola uma “acção de
informação/sensibilização” sobre a doença da Susana, para que não voltasse a
acontecer o mesmo. Para que todos, na escola, soubessem lidar com “alguém” que
parecesse “diferente” ou até quando outro colega ficasse doente.
Todos aprenderam esta lição. As crianças ficaram amigas da Susana e
sempre prontas a ajudá-la naquilo que ela precisasse.
Susana Jasmin, sorria agora de felicidade por poder contar com todas as
suas colegas.
Para além da escola, também, os pais perceberam que a melhor maneira de
ajudar a Susana era incentivar os seus filhos a serem amigos e solidários.
As doenças podem chegar a qualquer um quando menos se espera. Mas,
podem ser superadas com carinho, ajuda e a força da amizade. E, nisso todos nós
somos iguais!
Agora Susana é uma criança feliz!
Sente-se realizada e a escola era, para ela e para todos os outros, a sua
segunda casa de aprendizagem de amor e de carinho.
Era o início de uma nova vida.
O início de uma nova vida com saúde, alegria e muitos amigos. Até, foi eleita
Delegada de Turma.
Um dia, numa das muitas consultas de rotina ela disse ao médico que se
sentia muito melhor porque tinha o apoio da família e dos colegas da escola.
O médico, muito satisfeito com os resultados da sua observação clínica, ao
saber, pela mãe, que ela era a nova delegada de turma sugeriu-lhe que levasse
Pág
ina1
7
alguma informação para a escola sobre alguns assuntos que poderiam ajudar as
crianças a desenvolverem hábitos saudáveis. A ideia foi aceite com entusiasmo e
logo nesse dia levaram alguns folhetos de informação sobre a Alimentação.
Embora a Susana tivesse dias com altos e baixos, o facto de ela ser
delegada de turma, incentivou-a a seguir o conselho do seu médico.
Na sala de aula, quando a Susana Jasmin apresentou o material que levava,
resolveram fazer um trabalho de grupo e procurar saber mais sobre os cuidados
que se devem ter com alimentação, para que esta seja uma alimentação variada e
equilibrada a que deram o nome: “Alimentação Saudável +Exercício = Saúde”
Em toda a escola todas as turmas resolveram participar no trabalho e o
resultado foi fantástico! Todos os alunos professores e restantes funcionários
aderiram ao trabalho.
No final, todos os grupos apresentaram os seus trabalhos fizeram uma
grande exposição, na escola, e no final já todos sabiam muito bem que era muito
importante beber água, leite, comer mais verduras, frutas, peixe e carnes brancas
e menos doces e gorduras. Mas, não esquecendo nunca, a importância do exercício
físico e da boa disposição.
A Susana estava cada vez mais feliz. Ela sentia que tinha contribuído para
uma escola com meninos mais solidários, informados e tolerantes. Hoje todos
sabiam bem a importância do lema: “Todos diferentes, todos iguais”.
Mas, os dias passaram e a vida continou…
Afinal, a menina Susana até foi uma menina de sorte!... Pois, infelizmente,
hoje em dia, valoriza-se demais a aparência, os bens materiais desvalorizando os
verdadeiros sentimentos e emoções ou sejam os valores que conduzem a vida.
Sendo assim esperamos que se possa aprender com esta lição, de modo a
que ao olharmos para as outras pessoas consigamos ver muito mais do que somente
a sua parte exterior. Respeitando o direito a sermos diferentes e valorizando
muito mais aquilo que somos e podemos dar enquanto pessoas.
Sem dúvida que somos todos iguais. Isso é certo! Mas, também, todos
somos diferentes e temos direito a essa diferença que nos torna únicos.
O mais importante, é que somos válidos pelo que somos e não pelo que
parecemos ser aos olhos dos outros.
Fim
Pág
ina1
8
Escola: EB 1 de Condeixa-a-Nova
Família da Turma: 1º C e 4º D
ROMINA
Hoje chegou à nossa sala de aula uma menina chamada Romina, que vive num
circo.
A vida dela não é, assim tradicional, como a das outras crianças da escola.
Pois, a escolha de vida de seus pais foi viajar de cidade em cidade, propagando
alegria a todas as crianças, através do circo.
A vida das famílias que vivem e fazem o circo, principalmente das crianças,
é alegre e aventureira, pois conhecem muitas vilas e cidades e também diferentes
pessoas. Mas, por outro lado, é difícil! Pois, têm de se adaptar aos sítios por onde
vão passando, às pessoas e às escolas que vão percorrendo. O maior senão é que
não podem fazer grandes amigos, por falta de tempo, com os quais poderiam
partilhar muitas actividades.
A Romina vive com os pais no circo e, em cada terra por onde passam, a
Romina vai às escolas para aprender mais coisas e conhecer outros meninos. Mas,
não fica muito tempo em cada lugar. Pois, as pessoas do circo viajam muito para
fazerem os seus espectáculos fantásticos e coloridos que são o seu ganha-pão…
pois, é assim que alimentam as suas famílias.
Eu acho que ela deve-se sentir feliz! Pois, pode conhecer meninos e adultos
de diferentes culturas, hábitos e costumes. Também, tem a sua casinha que são as
rulotes, tem os pais com ela e toda a sua família. Pode estudar e tentar ser, um
dia, mais do que isso e, ao mesmo tempo, também poderá ser uma artista
fantástica, desse mundo maravilhoso onde as crianças são felizes por umas horas…
Esse mundo colorido que é o circo.
Para todos os meninos que a conhecem, a Romina é muito importante. Pois,
têm consciência que no mundo há crianças que têm outro modo de vida diferente
do de cada um deles.
A Romina é uma menina muito feliz. Tem uma numerosa família à sua volta. E,
acrescentando ainda mais felicidade à sua vida, tem também uma quantidade
enorme e diversificada de lindos animais, que vivem no circo.
Ela foi habituada, desde pequenina a viver “um dia de cada vez”, com enorme
optimismo. Sabendo que, por exemplo, hoje deixa os amiguinhos da escola de
Condeixa, mas, amanhã irá descobrir novos amigos, noutra terra, noutro lugar.
Romina mantém aceso o sonho de um dia voltar a ver todos os seus amigos. Sonha
Pág
ina1
9
com o dia em que todos eles possam apreciar as fantásticas acrobacias da futura
“Rainha do circo Romina”.
Porém, a sua vida é mesmo assim. E, é através da muita luz, brilho e cor do
mundo do espectáculo que fazem parte da vivência do seu dia-a-dia, que a Romina
esquece e acalma a saudade dos laços de amizade que fez ao longo das suas
viagens, de todas as pessoas que fizeram parte da sua vida, aqui e ali, meninos e
meninas, com quem partilhou aventuras e que espera num futuro próximo, voltar a
encontrar, para que possa partilhar tudo o que viveu após ter partido desse lugar.
Depois de algumas horas de viagem, Romina e seus companheiros chegaram
finalmente ao destino. Desta vez, uma linda cidade situada junto ao mar.
No dia seguinte, ao amanhecer, ela e a mãe já estavam a treinar os
”Porquinhos amestrados”. Pois, nessa noite, iriam apresentar um outro novo
espectáculo, pela primeira vez.
Mas, naquele dia, os “Os Porquinhos amestrados” não queriam fazer nada.
Estavam muito distraídos, brincalhões e disparatados.
A Romina e a mãe não sabiam o que fazer. Então a Romina disse à mãe:
- E se fossemos até à praia? Descansamos um bocadinho e depois voltamos
ao trabalho.
A mãe achou uma óptima ideia. Pegaram nas toalhas e lá foram elas.
A Romina, assim que chegou à praia, ficou maravilhada. O mar estava calmo e
com uma água bastante clara, onde se podiam ver os peixes. Foram logo tomar
banho e brincaram muito. Com todas aquelas brincadeiras a Romina ficou cheia de
fome. Felizmente, a sua mãe havia preparado um lanche maravilhoso, com leite,
pão, iogurte e os frutos preferidos da Romina. Quando saciou a sua fome, a Romina
exclamou:
- Mãe, tive uma ideia fantástica para que os porquinhos amestrados nos
obedeçam e façam um espectáculo fenomenal logo à noite! Anda, vamos…
E, lá foram elas, todas contentes, de volta à tenda do circo.
Realmente, tal como a Romina disse os porquinhos portaram-se muito bem e
o espectáculo foi, sem dúvida, mais um grande sucesso dessa noite.
O tempo passou depressa e ela mal teve tempo para conhecer outros
meninos e meninas. Mal deu para voltar a ir à praia e logo, logo chegou a hora de
voltarem a partir.
Mais uma vez, deixou e levou saudades. No entanto, desta vez, a turma por
onde tinha passado, resolveu escrever-lhe uma história.
Ora vejamos… Muito embora se fale em muita alegria, muito colorido, muita
música, muita luz e brilho, muita felicidade e muitas gargalhadas, grande
entusiasmo e muito mais… a verdade é que toda a vida do circo é construída à
custa de muito esforço, trabalho e boa vontade, à mistura com muitas e diversas
dificuldades.
O facto, dos artistas de circo e as suas famílias terem de viajar de terra
em terra, isso, também traz muitos aspectos negativos… Lembro-me que há muito
Pág
ina2
0
pouco tempo foi mostrada uma reportagem televisiva acerca do assunto que me
impressionou imenso e percebi que nem tudo é assim tão fácil como parece…
O que é certo é que a nossa Romina só tem de seguir com a sua vida, atrás
daquilo que julga ser o que mais gosta e o melhor para ela.
Ás vezes de tempos em tempos o circo volta aos mesmos lugares, por onde
já houvera passado. Romina quando chega, à escola, chega sempre um pouco
envergonhada. Mas, a vergonha desaparece logo quando ela vê os seus amigos e
amigas, de braços abertos para a receber e brincar com ela.
A chegada a uma escola é sempre muito divertida. Todos os meninos e
meninas ficam contentes por a receberem de novo. Ainda por cima, sempre que
ela regressa tem muitas e outras histórias para contar para ale de já saber fazer
mais uns números novos. É fantástico o reencontro!
Sem dúvida, Romina tem uma vida muito diferente daquela que os meninos
estão habituados.
Romina, a menina que chega sempre para nos encantar e maravilhar com as
suas histórias e aventuras, que mais parecem sair de um conto de fadas.
Chega sempre um pouco ansiosa, com receio da nossa reacção, mas com um
olhar muito terno cheio de vida e de muito amor para dar.
Afinal todos os seus encontros connosco correm às mil maravilhas. Sempre
que ela fala todos nós nos calamos só para a ouvir. Conta histórias passadas com os
seus leões, cobras, pombas e muitos outros animais que desconhecíamos existirem.
Já sabemos que pouco tempo Romina ficará por aqui. Mas, contudo, nunca
será em vão a sua passagem. Para nós será uma amiga que não esqueceremos e para
ela seremos mais uns amiguinhos especiais.
Romina é uma menina muito simpática. A vida dela não é igual à das outras
crianças da escola. A Romina vive com os pais no circo…
Ah! É verdade…o truque dos porquinhos!...
Bem, é segredo!
Se quiserem descobrir como é que a Romina e a mãe conseguiram fazer com
que os porquinhos amestrados lhes obedecessem têm que ir á procura do circo da
família da Romina e terem o prazer de ver este número mágico!
Vão ficar de boca aberta!...
Ah! Já agora, quando a encontrarem, não se esqueçam, mandem-lhe um
beijinho da nossa parte!
Fim
Pág
ina2
1
EB1 de Condeixa-a-Nova
Família da Turma – 4ºC
Uma lição de VIDA
Passaram depressa estes últimos anos, na vida do pequeno Jaime. É o seu último
dia de aulas…
Jaime está muito triste. Os seus pais estão desempregados porque a
fábrica onde trabalhavam fechou. A distância entre a casa e a escola é grande e
os seus pais não têm dinheiro para lhe pagar o passe do autocarro e as outras
despesas escolares. Jaime terá de ajudar os pais na agricultura.
Mas, como todas as crianças, Jaime depressa esqueceu a sua tristeza e o
problema, que tanto apoquentava a sua família; até porque, o último dia de aulas
anunciava dias de descanso e divertimento na sua aldeia.
Na aldeia do Jaime, para a festa de encerramento do ano escolar, foi
convidado um artista local famoso – Toneca Bimba – para dar um concerto de
música, que ao saber da situação deste menino resolveu dar à sua família os lucros
do evento.
Este foi o impulso que faltava na vida do Jaime. Foi com a doação desse
concerto, que o Jaime, passou a ter uma casa decente, um computador, que ele
tanto queria, uma playstation para se divertir com os seus amigos. Assim começava
o realizar de alguns dos seus sonhos.
Um dos sonhos que o Jaime gostava de ver realizado era que os seus Pais
arranjassem um emprego, o que veio a acontecer, porque no concerto da aldeia
estava um senhor que tinha um centro hípico e que precisava de um empregado
para o ajudar nas tarefas do dia-a-dia.
Jaime, começava a saber o que era ser Feliz. Passados uns meses, sua mãe
também arranjou trabalho e as suas vidas melhoravam. Jaime regressou à escola
feliz e contente, pois seus pais já lhe podiam dar tudo o que ele tinha direito.
Apesar de andar muito satisfeito com a sua actual sorte, não esquecia os
tempos difíceis que vivera. Por isso, na escola, tentava aplicar-se ao máximo, estar
com atenção, participar e fazer o seu melhor. Esta atitude não era muito bem
vista por alguns colegas, uma vez que ele, para além se ser “o menino bonito” dos
professores, nunca “alinhava” nas brincadeiras e ainda por cima tinha o
descaramento de lhes dar conselhos: “Sejam responsáveis!”; “Aproveitem a
oportunidade que têm!”; “Estudem!”; “A vida dá muitas voltas…” Quem é que ele
pensava que era?!
Pág
ina2
2
Jaime começava a perceber que as dificuldades por que passara a sua
família fizeram com que deixasse de ser criança. A partir desse dia, prometeu a si
mesmo que nunca mais rejeitaria uma brincadeira, um jogo ou um convívio, desde
que isso não implicasse com o bom andamento das aulas e o seu sucesso escolar. Os
problemas seriam para os adultos porque ele não abdicaria da sua infância.
É verdade que, lá no fundo, o Jaime não esquecia as dificuldades por que
haviam passado; mas essas memórias contribuíam especialmente para que desse
valor a tudo o que no dia-a-dia ia conquistando e experimentando: as brincadeiras
e traquinices próprias da sua idade; a Amizade dos seus amigos e companheiros de
escola; o Amor dos seus pais e de todos aqueles que, de uma ou de outra forma,
iam entrando na sua vida e davam o seu contributo para fazer do Jaime aquilo que,
afinal ele mais desejava ser: um Homem bom e de nobre carácter.
Jaime foi crescendo, tornou-se um adolescente com valores muito próprios,
gostava e sentia mesmo uma enorme necessidade de ajudar as pessoas, talvez por
essa mesma razão começou a construir o seu futuro em torno de uma profissão
que lhe iria proporcionar a realização pessoal, podendo contribuir para o bem-
estar dos outros: decidiu ser médico.
Esta seria a profissão perfeita para poder pôr em prática os seus desejos e
concretizar as suas ambições. O seu “samaritanismo” era assim mais fácil de
aplicar, a medicina proporcionava-o.
Para conseguir tal objectivo, Jaime teria que estudar cada vez mais. A
medicina implicaria excelentes notas para poder ingressar nesse curso. O nosso
protagonista está determinado a atingir esta meta. Além disso já tem a sua
escolha feita, deseja cuidar e cuidar de crianças. Ambiciona ser pediatra!
Poder vir a ser pediatra fascinava-o. Mas Jaime não queria ser mais um
pediatra que trabalha num hospital todo equipado, ou que tem um consultório
bonito cheio de brinquedos, o seu desejo era bem maior…
Foi então que Jaime decidiu “arregaçar as mangas”…muitos outros
voluntários se juntaram a ele e assim podiam ajudar desde jovens grávidas,
crianças desprotegidas e até mesmo aqueles idosos que estavam tão sozinhos.
Jaime ajudou muitas pessoas ao longo dos anos, como costumava dizer aos amigos
“Somos Todos uma Grande FAMÍLIA!...”
E foi com essa família que o Jaime conseguiu abrir um Centro de Apoio a
Crianças, Jovens grávidas e Idosos. Então a população da Vila decidiu dar o nome
ao Centro de “Fundação Menino Jaime”.
Sempre preocupado em ajudar os outros, Jaime esqueceu-se de si próprio,
de organizar a sua própria vida, de ter a sua própria família, mas, essa situação
iria alterar-se. Na Fundação apareceu uma rapariga, entre as muitas que lá
chegavam, que lhe chamou a atenção; tinha sido abandonada pelo namorado quando
lhe disse que estava grávida e os seus pais, muito conservadores, também não
aceitaram o facto e puseram-na fora de casa sem nada…
Pág
ina2
3
Mas Jaime, com toda a sua bondade decidiu ajudar a rapariga e
acompanhou-a durante a sua gravidez. No momento em que surgiu o rebento,
Jaime abraçou a criança como se fosse seu filho e ajudou a educá-lo.
Jaime estava pela primeira vez apaixonado…
Pois não teria acontecido isso se não fosse essa rapariga que tanto o fez
pensar, e por fim, pensando ainda um pouco mais, decidiu arranjar uma casa, onde
pudesse estar junto da sua nova família, que ele tanto gostava.
A rapariga que se chamava Joana, também ficou apaixonada pelo Jaime e
começaram a namorar e a criar o bebé. Alguns anos depois casaram e tiveram um
filho, o Joel, ficando assim com dois filhos.
E assim a vida continuou… Jaime viveu sempre para além da sua morte. Pois, os seus filhos seguiram os seus passos e continuaram a dar significado à VIDA.
Fim
Pág
ina2
4
EB1 de Eira Pedrinha
Família daTurma – A (1º e 4º ano)
O JOGO DA VIDA
O tempo estava esquisito e o nosso herói sentia-se submerso numa enorme
melancolia. Enquanto, deixava a sua memória vaguear no tempo debruçou-se sobre
a grade da varanda e ficou ali a observar as crianças que brincavam no recreio da
escola.
Agora é tudo muito diferente.
Quando também ele era criança e corria despreocupado pelo recreio, a
escola, as pessoas e o mundo eram muito mais tranquilos.
De repente veio-lhe uma ideia à cabeça e uma vontade extrema de voltar a ser
criança. Então pensou: - “Vou brincar com eles… “ – E, se melhor pensou, assim o
fez, para o espanto de toda as crianças que nunca o tinham visto brincar.
O nosso herói pegou na bola, bateu com ela no chão e direccionou-a
certeiramente no cesto de basquete.
- Uau! – exclamaram as crianças.
Admiradas com a jogada que ele fez, juntaram-se e formaram uma equipa, e
assim passou, a partir daí, a ser o seu treinador.
As crianças adoravam-no. Todos os dias, depois de saírem da escola, corriam
felizes para o treino. Era o melhor treinador que alguma vez tinham tido!
Para ele também era muito gratificante, além de fazer os outros felizes, era
fabuloso estar rodeado de crianças e ensinar-lhes tudo aquilo que tinha aprendido.
Ensinava de tal modo, que ao fim de algumas semanas, as crianças jogavam
maravilhosamente bem.
E eis que surge o inesperado. Um convite para jogar no melhor estádio do país,
com jogadores seus ídolos.
Um jogo amigável para recolher fundos para as crianças desprotegidas.
O jogo iria ser no estádio da Luz. As crianças estavam muito contentes, mas
com o aproximar do dia ficavam um bocadinho nervosas. Os preparativos foram
rápidos. Compraram um equipamento muito bonito, convidaram familiares e amigos
para irem assistir. Durante a viagem combinaram que cada vez que fizessem um
ponto, todos iriam aplaudir. E lá foram os pequenitos a caminho de Lisboa prontos
para brilhar no grande dia.
Infelizmente quando lá chegaram aconteceu o inesperado. O estádio estava
degradado, sujo e sem condições para as criança. Estas ficaram muito tristes e
pensaram logo que não iria haver jogo.
Pág
ina2
5
Então, alguém se lembrou do estádio de Alvalade. As crianças ficaram logo
alegres, o jogo foi um êxito e as crianças angariaram muitos fundos para as
crianças desprotegidas.
Mas, o nosso herói e a sua equipa, no dia da entrega dos fundos às crianças
desprotegidas, fizeram uma grande festa, onde todos tiveram oportunidade de
partilhar da alegria desta equipa.
Na festa havia muita comida, música e muita cor. Todas as crianças estavam
felizes pelo facto de poderem ajudar os outros. Até que a surpresa chegou!
Um homem alto entrou pela sala dentro com um papel na mão. Qual não foi o
espanto, que esse homem tinha sido o melhor guarda – redes de todos os tempos,
Vítor Baía, que em mãos entregou um cheque em nome do futebol clube do Porto,
que ajudaria muito mais todas as crianças que necessitavam.
As crianças quase nem pestanejavam, os seus olhos brilhavam intensamente,
não conseguiam tirar os olhos daquele que para muitos era seu ídolo.
Para muitas daquelas crianças foi um sonho tornado realidade. Como é simples
fazer crianças felizes…
De súbito, sem que ninguém esperasse, um dos miúdos levanta-se, dirige-se ao
“Herói” treinador e diz juntamente com um abraço: – Obrigada!
Sem conseguir conter uma lágrima de felicidade, esta correu-lhe pela face.
Depois de uma grande despedida entre o senhor Vítor Baía e as crianças,
estas interrogavam-se umas às outras. – Que fazemos nós com este cheque, o que
vamos comprar?
Todas as crianças, excepto uma que ficou calada, disseram: - Brinquedos,
Brinquedos…
A que tinha ficado sem dizer nada falou: - Não acham melhor comprar
alimentos?
Todos fizeram silêncio e pensaram que essa era a melhor atitude, pois os
alimentos são essenciais para as crianças crescerem saudáveis e se tornarem bons
jogadores.
Depois desta pequena experiência, cheia de emoções, como serão os nossos
pequenos jogadores no futuro?
Fim
Pág
ina2
6
ESCOLA DE SEBAL
Família da Turma A (1ºA E 2ºANO)
AVENTURAS DE UM PÓNEI CURIOSO…
Era uma vez um pónei branco de olhos brilhantes, bem pestanudos, a cauda
comprida e muito fofa. Ele gostava muito de explorar novos e misteriosos
espaços…
Um dia o pónei descobriu uma caverna que nunca ninguém tinha visitado. A
caverna era escura, muito funda e sombria e o pónei ficou assustado.
Corajoso, o pónei, entrou na caverna e, aí, encontrou um monstro
assustador. Ele era grande, verde e viscoso…Mas, não era feliz.
O pónei, ao ver o monstro, deu um salto de tanto medo e gritou:
- Socorro! Socorro! Socorro! Alguém me ajude a sair daqui!
O monstro, com cautela, aproximou-se do pónei. Surpresas das surpresas,
muito cautelosamente foi ele quem pediu ajuda ao pónei.
O monstro não sabia dos seus pais… O pónei nem queria acreditar!... Ainda
que a medo, lá o ouviu e, percebendo a angústia do “pobre” monstro, resolveu
ajudá-lo:
- Anda. Vamos. Vamos procurar os teus pais aqui pela floresta…
O pónei e o monstro lá foram. A floresta ficava dentro daquela imensa
caverna e era muito densa. Porém, os dois estavam decididos e lá foram à procura
dos pais do infeliz.
Enquanto caminhavam atravessou-se à frente deles um esquilo. O monstro
imediatamente se foi esconder atrás de um arbusto. Mas, o pónei aproveitou,
chamou-o e perguntou-lhe se tinha visto, por ali, alguns monstros verdes. O
esquilo, nem hesitou:
- Se vi!... Apanhei tal susto!
De facto o esquilo estava muito assustado. Mas, o pónei explicou-lhe que
esses monstros, apesar de monstros, eram bonzinhos e tinham perdido o seu
filhote. Então, o esquilo indicou-lhes o caminho para o do lago onde tinha visto os
pais monstrinhos pela última vez. O pónei e o monstro seguiram-no.
Quando chegaram ao lago o monstro correu para abraçar os pais enquanto o
pónei saltou para o lago e tomou um refrescante banho.
Andava tão destraído que nem reparou que estava a rodopiar bem no meio
de um repuxo que o atirou para fora da caverna. No meio de tantas voltas, ainda
teve tempo de ouvir a família do monstrinho gritar:
- Adeus! Obrigada por tudo!
Pág
ina2
7
Depois daquele episódio o pónei ficou triste e pensador. Não tinha percebido bem
o que lhe tinha acabado de acontecer… Por um lado, sentia-set riste porque tinha
acabado de perder um amigo, o monstrinho. Por outro lado, porque se lembrou dos
seus pais…Foi então que a voz do pequeno esquilo o despertou:
- O que pensas, amigo?
O pónei tentou explicar a confusão que sentia e que tinha saudades dos pais.
- Então, é fácil!...Vamos procurá-los também! - Sugeriu o esquilo.
Assim, começou uma nova aventura! À procura da família perdida do pónei…
Primeiro, sentaram-se e conversaram. O esquilo perguntou-lhe há quanto
tempo não via os seus pais e onde os tinha visto pela última vez.
O pequeno pónei recordou, então, as belas colinas e os verdes prados onde
outrora vivera com seus pais. E, lembrou… lembrou o dia, em que à procura de um
lugar misterioso no meio do bosque, se tinha perdido. Estava tão assustado que
correu, correu e afastou-se tanto que nunca mais conseguiu encontrar o caminho
de volta para casa!
Enquanto recordava, esses momentos, o pónei e o seu amigo esquilo iam
andando. Andaram, andaram e continuaram a andar… Sempre, com esperança, à
procura dos pais do pequeno pónei.
Já estavam tão cansados que resolveram descansar um pouco.
Estava um dia bonito, de muito calor e por perto passava um ribeiro de
águas frescas e cristalinas. Aproveitaram para beber daquela água refrescante e
estenderam-se, ao lado um do outro, para retemperarem forças, enquanto o pónei
continuava a pensar na sua tão saudosa e feliz família.
- Como estarão agora os meus pais? Bem ou mal?... Tenho tantas saudades
deles… dos seus beijos, das carícias!...
Entretanto, passou algum tempo, e com as forças já recuperadas,
resolveram continuar a jornada.
Já era noite quando, ao longe, avistaram uma pequena luz.
- Vamos depressa, está além uma quinta. Talvez saibam alguma coisa dos
teus pais. - Disse o esquilo.
- Vamos!
Ao chegarem à quinta depararam-se com muitas casas e animais. O pónei
dirigiu-se de imediato para os estábulos na esperança de encontrar lá os seus pais.
Chegou, empurrou a porta, entrou teve uma agradável surpresa! Pois, estavam lá
alguns dos seus amigos de infância. Aqueles que como ele tinham sido, outrora,
animais felizes com quem tinha partilhado campos verdejantes… No entanto, a sua
alegria dissipou-se ao pressentir que algo de estranho se passava. Os seus amigos
nem pareciam os mesmos estavam cabisbaixos, sombrios…nem pareciam os
mesmos.
O problema é que os novos donos da quinta não deixavam os animais saírem
do estábulo. Não podiam brincar e saltar, em liberdade, nos verdes prados e, isso
fazia-os sentirem-se muito tristes. Ainda por cima, dos seus pais não havia
Pág
ina2
8
quaisquer sinais… Então, o pequeno pónei resolveu questionar os velhos
amigos sobre os seus pais. Até que um deles lhe disse:
- Os teus pais… foram levados para outra quinta. Não sabemos onde…
Imediatamente o pequeno esquilo lhe sussurrou:
- Não te preocupes, pónei, nós vamos às outras quintas ver se eles lá estão e
havemos de os encontrar… Anda! - dizia o esquilo para o animar.
Assim foi.
Os dois amigos lá continuaram viagem. Andaram, andaram…
- Até que enfim! - disse o esquilo - Estou a avistar uma quinta, lá, ao longe…
Estás a ver?
O pónei, triste, nem respondeu!
- Então, pónei, não estejas assim! Pode ser que os teus pais estejam naquela
quinta ali ao fundo!...
Nisto, o pónei desata a correr até lá.
- Calma, pónei, assim não te consigo acompanhar! Vai mais devagar, por
favor!
Mas, o pónei, tão entusiasmado, nem ouviu o esquilo.
Quando lá chegou foi direitinho ao estábulo dos animais para ver se lá
estariam os seus pais. Qual não foi o seu espanto e satisfação quando deu de caras
com eles!
Como estavam velhotes! Nem o reconheceram!
Ele ficou apreensivo e triste. Nem lhes dizia quem era!
O esquilo chegou, arrasado de tanto correr…
- Então, já encontraste os teus pais?
- Já, mas eles não se lembram de mim.
- Então, diz-lhes quem és! …Eles vão ficar contentes!
O pónei pensou um pouco naquelas palavras e decidiu anunciar-lhes quem era.
Ficaram todos muito felizes e os donos da quinta quando souberam do
acontecido resolveram adoptar os dois novos animais e dar-lhes ali guarida.
A família nem cabia em si de contentamento! Iriam recuperar o tempo
perdido!
Certo dia, o pai do pónei ficou doente, muito doente. Diziam que ele
precisava, para se curar, de uma erva especial que só existia num longínquo bosque.
A mãe do pónei que já era velhinha, não podia ir à procura de tão milagrosa
erva pois já não tinha forças para tal e havia que tratar do marido!
O pónei chamou o esquilo e, os dois, foram em busca da preciosa erva.
Saíram bem cedinho, ao nascer do sol, e ao se deparem com uma gruta,
levados por uma curiosidade incontrolável, entraram e exploraram-na.
Pág
ina2
9
Vivia na gruta um gato
feroz chamado Silvestre,
caçava de noite
e dormia de dia.
Era o vendedor das ervas
Para os póneis doentes
E trazia morcegos
Pendurados nos dentes.
Disse-lhe o esquilo muito assustado:
- Ó Mestre Silvestre
O pai do pónei está adoentado
E o filho coitado, por todo o lado
Procura as ervas milagrosas.
O gato feroz chamado Silvestre
Que é Mestre dos Mestres
Vendeu ao esquilo um ramo de rosas,
Ervas do campo e um cesto de fruta
E disse-lhe:
- Não te esqueças de fechar a luz
Quando saíres da gruta.
Final feliz:
Quem tem póneis doentes
Que lhes veja os dentes.
E quem não os tem
Veja-os também.
Fim
Pág
ina3
0
ESCOLA DE SEBAL
Família da Turma B (3º e 4º ano)
UMA GRANDE CONFUSÃO
Era uma vez dois polícias trapalhões que não sabiam como prender os
ladrões.
Ora prendiam quem tinha sido assaltado, ora prendiam quem chamava a
polícia…Uma vez, enfim!... Até, prenderam o cão e o gato da D. Mimi e da última
vez prenderam – se a eles próprios!...
Certo dia, receberam um telefonema em que estava a ocorrer um assalto na
Câmara Municipal. Quando os polícias lá chegaram, a primeira pessoa que
encontraram foi o Sr. Presidente, e os polícias logo o prenderam, pensando que era
um dos assaltantes.
O Sr. Presidente, atrapalhado e sem saber o que se passava, só dizia:
- Eu não…Eu não fiz nada, eu não fiz nada!
Quando finalmente pararam para pensar ficaram em pânico… Perceberam o
que tinham feito e ao verem de quem se tratava desfizeram-se em mil e muitas
desculpas ao Sr. Presidente prometendo-lhe no futuro estarem mais atentos e
serem mais responsáveis pelos seus actos.
Mesmo assim, o capitão da esquadra ficou muito zangado e envergonhado
com a situação. Para castigar os policias, decidiu que iriam ficar a controlar a
circulação durante a semana das festas municipais.
Certo é que os policias não aprenderam a lição!...
Logo no primeiro dia das festas, ao fim de duas horas já tinham deitado o
trânsito à sua sorte e foram matar a sede num café próximo.
Quando estavam no café adormeceram, sentados a uma mesa. Quando
acordaram, já o comandante andava à procura deles muito chateado pelo que tinha
acontecido. Sem perder mais tempo e sem grandes explicações, desta feita, pô-los
a limpar a esquadra. Talvez, assim, para a próxima, eles percebessem que não
podem abandonar o serviço para irem para o café… Na hora do serviço, NÃO!
O castigo foi tão humilhante para eles, que aprenderam que não se brinca
na hora de serviço, muito menos numa profissão tão importante e com tanta
responsabilidade pública.
Pág
ina3
1
Envergonhados com o castigo, olharam um para o outro e fizeram uma
promessa - A partir desse dia, nunca mais agiriam por impulso. Prometeram, a si
próprios, serem os mais responsáveis e atentos daquela esquadra.
O comandante da esquadra como prova de confiança nos polícias decidiu dar
– lhes uma missão. Caso a cumprissem sem trapalhadas seriam readmitidas nas
suas antigas, mas, se assim não fosse voltariam a fazer a limpeza da esquadra.
Assim, lá foram os dois policias trapalhões gozarem as suas folgas de fim de
semana, para terem tempo de pensar em todas as trapalhadas em que se tinham
metido e, para pensar seriamente nas palavras do comandante, mas, também na
promessa que tinham feito.
Combinaram então, comparecer na segunda-feira as 08:00h em ponto bem
aprumados e devidamente fardados perante o comandante, decididos a se
tornarem o orgulho da sua esquadra.
Mas, foi sol de pouca dura, se cedo prometeram, também, cedo esqueceram a
promessa.
Ora, passado alguns dias, estavam a multar, precisamente, os dois ladrões
que tinham acabado de assaltar o café que ficava ali mesmo, em frente ao sítio em
que se encontravam e nem sequer se aperceberam do que tinham acontecido e
daquilo que estavam a fazer… Só quando o dono do café lhes perguntou:
-Então vocês não viram os ladrões…deixaram-nos fugir?
- Onde, onde? – perguntou um deles.
O dono do café ficou tão admirado quanto furioso com resposta e disse:
- Bem se vê que vocês não sabem o que andam a fazer…São uma vergonha!...
- Mas que confusão é esta?! Onde está a autoridade?! -gritava a população,
mais que enfurecida que se foi juntando.
Foi então que, o padre Almeida, homem astuto e muito sabedor, decidiu
intervir. Mandou tocar o sino e…
Quando o sino da aldeia tocou a rebate e toda a população se reuniu no
menor espaço de tempo, para decidir o que fazer… Era necessário ser prático e
tomar uma decisão…
A população reunida decidiu ser ela a tomar conta da vila.
Fizeram um esquema das tarefas que competiam a cada pessoa e, a partir
daquele dia, aquela vila passou a ser a mais pacata e ordeira daquele país.
Finalmente, podia-se viver tranquilamente sem sobressaltos e as próprias
crianças voltaram a sorrir e a serem felizes.
Fim
Pág
ina3
2
ESCOLA DE VENDA DA LUISA
Família da Turma B (3º e 4º ano
“A Árvore dos Livros”
Era uma vez uma menina que vivia numa casa muito velhinha. Essa menina
chamava-se Daniela, tinha 21 anos, uns bonitos olhos castanhos, cabelos ruivos,
lisos e compridos, era alta e um pouco magra.
Gostava muito de estudar e ainda mais de ler. Lia todos os livros que tinha
em sua casa. Leu tanto… tanto… tanto… que um dia acabaram os livros...não tinha
mais livros para ler.
Então, começou a pensar numa maneira de resolver este problema. Pensou…
pensou… pensou… e lembrou-se de começar a cultivar livros.
Tirou da estante o seu livro preferido, pegou nas ferramentas necessárias e
foi para o jardim.
Abriu um buraco e semeou-o. Todos os dias, a menina regava o livro que
tinha semeado.
Com a chegada da Primavera, começou a nascer da terra uma pequena planta.
Dia após dia, a pequena planta começava a tornar-se numa bela e grande árvore.
Certo dia, como de costume, a menina, pela manhã, foi visitar a sua árvore.
Os seus olhos castanhos brilharam mais do que o Sol, pois a árvore estava cheia de
magníficos livros, que nunca tinha visto.
Sem perder mais tempo, a menina, que estava tão encantada com os livros
que a árvore lhe tinha dado, começou a lê-los.
Ao ler um dos livros, algo a fez pensar que se calhar havia muitos mais
meninos pobres, com interesse na leitura e sem livros para ler. Começou, então, a
plantar mais livros para assim poder distribuí-los pelos meninos de todo o Mundo.
Passado algum tempo, depois de ter colhido todos os livros, a Daniela
resolveu ir pedir à sua melhor amiga, a Rita, que a ajudasse a entregar os livros ao
maior número de meninos que conseguissem encontrar.
Começaram, logo, pelos da sua aldeia. Ao entregar o primeiro livro,
sentiram-se muito contentes. Pois, sentiram que tinham feito com que alguém
ficasse feliz. Apenas com um gesto tão simples, como o de dar, e a felicidade
começava a espalhar-se!
Lá continuaram as duas a entregar livros, até à próxima paragem… Algum
tempo, depois, a Daniela sentou-se numa pedra, cansada de tanto andar e, aí,
acabou por adormecer.
Pág
ina3
3
Quando acordou, correu a contar à Rita, uma ideia que tinha tido. Ela tinha
descoberto que, afinal, os meninos possuíam a maior riqueza do Mundo, o gosto
pela leitura, e elas precisavam continuar a cultivá-lo.
No dia seguinte, a Daniela pensou em fazer algo diferente… E, se pensou,
melhor o fez, formou um Clube de Leitura. Pois, sabia que o clube também iria
ajudar todas as pessoas que não sabiam ler.
As duas amigas, escolhiam, todos os dias, uma pequena história e contavam-
na para as crianças e idosos.
- Os livros dão-nos muita sabedoria - dizia a Daniela.
Noutro dia, a Daniela descobriu um livro muito interessante. Tratava-se de
uma história romântica. Ela pediu à sua amiga Rita que o lesse no Clube de Leitura.
O Clube de Leitura tornou-se num local de encontro de todos os habitantes
da aldeia onde ouviam as histórias e contavam as suas próprias histórias. E foi
através desse clube, e das lindas histórias que a Daniela e a Rita liam, que as
pessoas daquela aldeia, aquelas que nunca tinham andado na escola, tiveram uma
grande ideia: pedir às duas amigas que as ensinassem a ler e a escrever. Sem
pestanejarem, elas aceitaram o desafio. Era maravilhosa, a ideia, e iria dar-lhes
muito prazer. Pediram, então, a todos os que quisessem aprender, e também a
quem o já sabia fazer, que comparecessem junto à árvore dos livros, todos os dias,
depois do almoço. Para espanto delas, logo da primeira vez, toda a aldeia estava
presente!
A aldeia foi crescendo, construíram-se escolas e até universidades. Todos
querem estudar lá. Crê-se que hoje, a aldeia, que entretanto já é uma cidade, é a
mais letrada do país, onde o simples acto de ler tornou as pessoas mais felizes e
melhores cidadãos.
Fim
Pág
ina3
4
“A Escrita Como Mensageira entre a Escola e a Comunidade Escolar”
Este Projecto, integrado na Formação do Plano Nacional do Ensino de Português (PNEP), coordenado pela Formadora Residente, do Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova, Profª Cristina Queiroz Pinto, contou com a participação de todas as famílias dos alunos, das turmas das Escolas do 1º CEB, abrangidas por esta Formação, orientadas pelo(a) respectivo(a) Professor(a), da turma.
Escola Famílias
da Turma Nº alunos da turma
Orientação do Professor(a)
Anobra 3º e 4º ano 12+4=16 Ana Gameiro / Cristina Alves
Avenal 1ºe 3º ano 10+10=20 Manuela Franco
Condeixa 1º A 20 Irene Vinhas
Condeixa 1ºC e 4ºD 12 +8=20 Isabel Santos
Condeixa 4ºC 21 Augusta Ventura
Eira Pedrinha 1º e 4ºano 8+13=21 Balbina Relvas
Ega 1ºe 2ºano 12 +6=18 Melanie Lucas
Ega 3º e 4º ano 8+8=16 Fernanda Jesus
Sebal 1º e 2º ano 9+10=19 Deolinda Simões
Sebal 3º e 4º ano 8+10=19 Teresa Valente
Venda da Luisa 3º e 4º ano 6+3=9 António Loio
Total de Alunos / Famílias 179