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Kislev / Tevet 5776 1
Kisl
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• N
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6 •
Nov
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/ Ja
n 16
Ano
XXII
I • N
º 14
1An
o XX
III •
Nº
141
ESPECIAL ALEPO
ATUALIDADESGuerra Civil
na Síria
DINHEIRO EM XEQUE
Filho Querido
2 Kislev / Tevet 5776
Kislev / Tevet 5776 3
4 Kislev / Tevet 5776
Exija o selo de supervisão rabínica
Kislev / Tevet 5776 5
Nos dias de hoje, a moda, ou a re-
gra, é ser forte, belo, perfeito.
Os valores intelectuais e, principalmente, os
espirituais estão relegados a um segundo
plano pela sociedade laica.
O corpo deve ser perfeito! Milhões de
jovens sustentam as academias de ginástica.
Muitos procuram cirurgiões plásticos. Ser
velho não é aconselhável; por isso, cirurgias
eliminam vestígios de rugas.
Como ser gordo é proibido, a indústria
de produtos dietéticos nunca faturou tanto.
E os especialistas em cirurgias de estômago
estão cada vez mais ocupados.
Todo esse sistema é o resultado de anos
e anos de uma sociedade exclusivamente
materialista. Cinema e televisão forjam mi-
tos e incutem no povo um modelo estético de
beleza e perfeição física.
A visão do judaísmo é contrária a tudo
isso. A Torá recomenda claramente que cui-
demos muito bem dos nossos corpos, mas
para que possamos trabalhar melhor nos-
sas almas. O corpo é apenas temporário e
a alma é eterna. Assim, é um contra-senso
trabalhar o corpo e relegar o espírito.
A Torá é clara quanto à primazia do es-
pírito sobre a força física. Sobre quem deve-
ria ir para a guerra, consta (Devarim 20:8):
“E continuarão os policiais a falar ao povo
e dirão: ‘Que o homem que teme e é mole
de coração ande e volte para sua casa e não
derreta o coração de seus irmãos como o seu
coração’”. Segundo a Guemará, “aquele que
teme” é uma referência às pessoas que pos-
suíam pecados e, por isso, temiam a morte
na guerra. Daqui vemos que a elite das guer-
ras não eram os fortes, mas sim os justos.
Em um nível mais profundo, o Rabino
Aryeh Kaplan zt”l explica o que os mecuba-
lim denominam de chibut hakêver – o cas-
tigo da sepultura. Após a morte, pode acon-
tecer uma grande “angústia psicológica” da
alma ao ver sua “habitação terrena” em um
estado de deterioração. Isto varia de um in-
divíduo para outro. Quanto mais a pessoa se
preocupar com o corpo e o mundo material
durante a vida, mais ela se manterá presa
a eles após a morte. Assim, esta deteriora-
ção do corpo pode resultar extremamente
dolorosa. No caso de uma pessoa que esta-
va imersa no espiritual, é capaz de não se
importar com o destino de seu corpo. Se ela
se sente à vontade no reino espiritual, logo
esquece por completo de seu corpo. Assim,
os tsadikim não são afetados pelo chibut
hakêver, pois nunca atribuem importância
excessiva ao seu corpo material.
A busca pela perfeição e beleza física
não é uma novidade do mundo contemporâ-
neo. A festa de Chanucá vem nos lembrar o
quanto esta filosofia prejudicou nosso povo e
como conseguimos fazer prevalecer os valo-
res espirituais. Muito mais que uma guerra
física, a guerra entre judeus e gregos foi de
conceitos, de pensamentos. Chanucá vem
nos mostrar que a força e a beleza espiri-
tuais são muito mais poderosas e formosas
que a força e a beleza física – idealizadas
pelos gregos.
Dentro do espírito de Chanucá, de-
vemos tomar o exemplo dos macabim, de
determinação e fé nos ideais judaicos. Da
mesma forma que há mais de dois mil anos
os poucos venceram os muitos, hoje nós
podemos fazer prevalecer em nós, em nossa
família e em nossa comunidade, os valores
espirituais.
Editorial
6 Kislev / Tevet 5776
Nesta EdiçãoNº 141
Capa:
Alepo – Uma
Glória no Coração
Especial, pág. 8.
A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da
Congregação Mekor Haim.
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supervisão: Rabino Isaac Dichi
diretor de redação: Saul Menaged
colaboraram nesta edição: Ivo e Geni Koschland
e Silvia Boklis
projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente
editora: Maguen Avraham
tiragem: 11.000 exemplares
O conteúdo dos anúncios e os conceitos emitidos nos artigos
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necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou
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Os produtos e estabelecimentos casher anunciados não são de responsabilidade da Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar
sobre a supervisão rabínica.
a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.
Expediente
55De Criança para Criança“Um Presente Como Aquele!...”. Chayim Walder
45Comemorando “O Acendimento da Chanukiyá”.
8Especial“Alepo – Uma Glória no Coração”.
Kislev / Tevet 5776 7
Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.
30
41Dinheiro em Xeque “Filho Querido”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.
5148Aconteceu “Kislev / Tevet”.
20Livros doPovo do Livro “Iluminando o Retorno”.Rabino I. Dichi
Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de kislev e tevet.
37Variedades“Maravilhoso Mundo Animal”.
24Atualidades“Guerra Civil na Síria”.
8 Kislev / Tevet 5776
Especial
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AlepO
Os portões de entrada da “Cidadela de Alepo”
UMA GlÓRIA NO CORAÇÃO
Alepo é um nome de orgulho no rol judaico de grandes cidades. Na história sefaradi, ela é uma das mais reverenciadas capitais do estudo da Torá e lealdade às majestosas tradições judaicas orientais.
Especial
10 Kislev / Tevet 5776
“Aram Sobá”
é o nome bíblico de Alepo – “Halab” em
árabe. É a segunda maior cidade na Sí-
ria e o centro do norte do país. A ilustre
comunidade judaica de Aram Sobá tinha
raízes profundas, que se estendiam des-
de os tempos antigos. A presença judaica
na cidade durou até o final do século XX,
quando praticamente todos os judeus re-
manescentes deixaram a cidade.
Através de sua longa história, Alepo re-
presentou um dos centros urbanos mais im-
portantes da Ásia Ocidental, em grande parte
devido à sua localização estratégica em um
ponto comercial vital. Em seu auge, entre os
séculos XV e XIX, a população de Alepo co-
locou-a entre as maiores cidades do mundo.
Em 1517 eram 70.000 habitantes – Londres,
em comparação, tinha 80.000 habitantes em
1545.
Alepo foi um vibrante centro da Torá,
com a sua comunidade única de rabinos, es-
tudiosos e interessados em estudá-la, viven-
do uma vida de devoção, amor, dinamismo e
alegria. Almas que despertavam a cada noi-
te, enchendo as salas de estudo e sinagogas
para recitar Tehilim e continuar com o estu-
Hoje, Alepo é apenas uma memória – uma gloriosa memória! Uma memória que deve permanecer documentada e forte não apenas para os descendentes de Alepo, mas também nos corações de todos os judeus que valorizam a grandeza de nossas tradições.
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do da Torá até o amanhecer.
Aram Sobá não existe mais como
um centro físico para a vida judaica,
porque os judeus que a constituíam
dispersaram-se. Contudo, a Aram Sobá
espiritual continua florescendo em to-
das as comunidades judaicas de Aram
Sobá de todo o mundo, onde seus livros
sagrados, escritos por seus sábios, são
estudados – e sua piedade é lembrada
e repercutida. Estas comunidades ju-
daicas são bastante dinâmicas e parti-
lham de uma herança comum com os
costumes praticados e as melodias das
orações.
É realmente trágico que a era de
ouro de Alepo tenha terminado há
mais de 50 anos, com a emigração
da população judaica para terras com
melhores oportunidades de obser-
vância religiosa e econômica. O início
do declínio vertiginoso começou em
1948, quando o ódio e a perseguição
tornaram-se comuns contra os judeus
das terras árabes.
A origem do nome “Aram Sobá”
A mais antiga referência ao nome
Aram Sobá data dos tempos do nosso
patriarca Avraham. Fontes rabínicas
contam que na sua velhice, Têrach, pai
de Avraham, tomou outra esposa cha-
mada de Pelilá. Segundo o Sêder Ha-
dorot, isso aconteceu no ano de 2083
após a Criação, o que vem a ser 1677
anos antes da Era Comum. Pelilá teve
um filho, a quem chamou de Sobá.
Sobá era, portanto, irmão paterno de
Avraham. Quando Sobá completou 30
anos, ele teve três filhos, a quem cha-
mou de Aram, Achlin e Marich. A famí-
lia se expandiu rapidamente. Aram ben
Sobá teve três esposas, que lhe deram
12 filhos e 3 filhas.
Hashem abençoou Aram e seus
irmãos com grande riqueza. Em sua
busca por pasto para o rebanho em
expansão, eles chegaram a um vale
distante, que consideraram adequado
para as suas necessidades. O povoado
que eles estabeleceram por lá recebeu
o nome de Aram, que se tornou o pre-
cursor da atual cidade de Aram Sobá
(Alepo).
Posteriormente, o nome “Aram”
veio a se referir a toda aquela região
– que hoje compreenderia a Síria e o
Líbano – enquanto “Sobá” foi a desig-
nação para uma determinada cidade
daquela região – Alepo.
Damasco é outra cidade da região
de Aram, que por vezes foi referida
como “Aram Damêssec” (Shemuel II,
8:6): “Vayássem David netsivim Bea-
ram Damêssec – E David colocou go-
vernadores em Aram de Damasco”.
Vista da cidade antiga de Alepo a partir do alto da “Cidadela de Alepo”
CIdAdelA de AlepO
Em documentos legais, como cer-
tidões de casamento e divórcio, é co-
mum encontrar Aram Sobá sendo cha-
mada apenas de Sobá, uma vez que
este é o seu nome original.
A origem do nome “Alepo”
Cerca de 800 anos atrás, Rav Pe-
tachyá de Regensburg viajou pelas
antigas terras bíblicas e manteve um
diário de tudo o que viu e aprendeu.
Ele descreve sua passagem por Nine-
vê (atual Iraque) e de lá para Netsivin,
uma cidade com população judaica de
cerca de 800 habitantes.
Em Netsivin, Rav Petachyá en-
controu uma sinagoga construída
por Ezrá Hassofer (Ezra, o Escriba),
contendo uma pedra com o nome de
Ezrá gravada. De lá, ele continuou até
“Halab”, que identificou como sendo o
novo nome da antiga Aram Sobá. Em
seu diário, o sábio explica a origem
do novo nome “Halab”: “Sobre esta
montanha, Avraham cuidava de seu
rebanho. Havia degraus pela encosta
que levavam até o pé da montanha.
Por estes degraus ele descia para dis-
tribuir leite – “halab” – aos pobres. O
equivalente em árabe moderno para
“halab” é “haleb”, que se escreve
“alep” em francês e “alepo” em italia-
no. Este foi o nome adotado em inglês
também.
A Sinagoga de Têdef
Uma tradição antiga conta sobre
a permanência temporária, na aldeia
vizinha de Têdef, de Ezrá Hassofer e
os judeus que retornaram do exílio na
Babilônia. Enquanto eles estavam lá,
houve uma disputa rabínica sobre a
formulação da Torá. Ezrá fora con-
frontado a persuadir o povo a aceitar
sua inspiração Divina sobre a Torá.
Especial
CIdAdelA de AlepOA “Cidadela de Alepo” é um
grande palácio medieval fortificado
no centro da cidade velha de Alepo.
Ele é considerado um dos maiores
e mais antigos castelos do mundo e
é Património Mundial da UNESCO
desde 1986.
Conforme historiadores e ar-
queologistas, o uso da colina onde
está a Cidadela remonta a 5.500
anos atrás, posteriormente ocupa-
da por muitas civilizações, incluin-
do os gregos, bizantinos, ayubids
e mamelucos. Acredita-se que a
maioria da construção tal como
está hoje é do período Ayubid, uma
dinastia de origem turca fundada
por Saladino no século XII – um
chefe militar curdo muçulmano
que se tornou sultão do Egito e da
Síria e liderou a oposição islâmica
aos cruzados europeus no Oriente
Médio.
A Cidadela de Alepo passou por
um trabalho de conservação na dé-
cada de 2000, mas recebeu danos
significativos na atual guerra civil
síria.
À esquerda: Vista aérea da cidade antiga de Alepo, incluindo a “Cidadela de Alepo”; À direita: A encosta sobre a qual está a “Cidadela de Alepo”
Para tal, ele preparou um rolo da
Torá onde não constava o Nome de
Hashem, e anunciou que deixaria o
rolo em uma caverna durante toda a
noite. Na manhã seguinte o rolo seria
examinado e, se o nome de Hashem
aparecesse escrito nos espaços a ele
dedicados, estaria demonstrada a per-
feição da sua interpretação da Torá.
Feito isso, Ezrá conseguiu provar-se
como correto, graças ao miraculoso
aparecimento do Nome de Hashem
em todos os espaços que antes esta-
vam em branco. Para comemorar este
evento maravilhoso, uma bela sinago-
ga foi construída em Têdef, próxima
à caverna.
A comunidade judaica em Alepo
Os judeus viveram em Alepo por
milhares de anos. Durante a época
do Segundo Templo, as comunida-
des judaicas na Síria formaram um
elo central na cadeia ininterrupta de
assentamentos judaicos em todo o
Crescente Fértil, que se estendia do
Egito através de Êrets Yisrael e da Sí-
ria para a Babilônia (atual Iraque). A
comunidade judaica em Alepo persis-
tiu mesmo após a dizimação da po-
pulação judaica de Êrets Yisrael no
encerramento do período talmúdico
no final do século VI.
No início do século XVI, os exila-
dos da Espanha começaram a chegar
em Alepo. Entre eles, proeminentes
rabinos e estudiosos. Uma vez que a
palavra hebraica para a Espanha é
“Sefarad”, os exilados espanhóis eram
conhecidos como os “sefaradim”. Eles
foram chegando na Síria gradualmente.
Em contraste com os sefaradim,
os judeus nativos eram denominados
de mustarabim (a palavra hebraica
para “árabes”), porque eles falavam
Especial
14 Kislev / Tevet 5776
árabe – e falavam hebraico com so-
taque árabe.
Com a chegada em Aram Sobá
dos sefaradim, o desenvolvimento es-
piritual e econômico da comunidade
atingiu novas alturas. Esta prosperida-
de continuou ao longo do século XVI,
período em que a Síria fazia parte do
Império Otomano (desde 1516). Várias
vezes rabinos da família “Dayan” ser-
viram como líderes dos mustarabim e
rabinos da família “Laniado” lidera-
vam a comunidade de sefaradim. No
decorrer do tempo, a Espanha e a co-
munidade foi se reorganizando. Levou
vários séculos, mas finalmente as duas
comunidades convergiram para uma
única.
As colônias de mercantes euro-
peus que se estabaleciam em Alepo
em meados do século XVIII, de certa
forma auxiliaram a livrar os judeus de
algumas das piores pressões da vida
no Império Otomano. Os judeus de
Alepo cooperaram por completo com
os estrangeiros, muitas vezes atuando
como fatores ou agentes para o co-
mércio lucrativo entre a Europa e o
Extremo Oriente. Eles também traba-
lhavam para os europeus como intér-
pretes e em outros papéis coadjuvan-
tes. Certamente, mercadores judeus
também negociavam por sua própria
A “Grande Sinagoga de Alepo” era um grande edifício
que possuía uma aura de santidade e tradição impregnan-
do toda sua estrutura. Ela foi supostamente construída bem
antes do Primeiro Templo de Jerusalém e era famosa nos
tempos do rishonim (séc. X–XVI).
Segundo a tradição, quando o Rei David começou a cons-
truir as fundações dos muros ocidentais de Jerusalém que
circundariam o Templo Sagrado, ele tinha o hábito de sair
e assistir entusiasmado os trabalhadores ao longo do dia. O
general de seu exército, Yoav ben Seruyá, admirava sua de-
dicação e, um dia, pensou consigo mesmo: “Ah, se e eu fosse
um rei, eu também construiria uma casa para Hashem!”
Naquela noite, o Rei David teve um sonho no qual foi
informado que não era para ele construir o Templo, por
conta de todo o sangue que havia derramado em decor-
rência de suas batalhas. Em vez disso, o Templo deveria
ser erguido futuramente por seu filho Shelomô – mas ele
certamente deveria continuar a seguir empreendendo as
guerras contra os inimigos de Hashem.
A cidade de Aram Sobá estava ocupada pelo povo de Ama-
lec, um antigo inimigo do Povo Judeu. E foi assim que o Rei
David conquistou Aram Sobá, com Yoav ben Seruyá liderando
o exército. Yoav então construiu uma torre e uma fortaleza,
que formam as bases das antigas fortificações que ainda po-
A “GRANde SINA GOGA” de AlepO
Kislev / Tevet 5776 15
dem ser vistas na Alepo de hoje. Segundo as tradições, Yoav
escreveu o seguinte em uma rocha na muralha da fortaleza:
“Eu sou Yoav ben Seruyá e conquistei esta fortaleza e cidade”.
Como uma recompensa pela sua lealdade, o Rei David
deu aquela cidade para Yoav. O General percebeu que, fi-
nalmente ele tinha a oportunidade de realizar seu desejo
de construir uma casa para Hashem – e edificou aquela que
seria a “Grande Sinagoga de Aram Sobá”.
Yoav sistematizou equipes de trabalho bem organiza-
das. No entanto, ele não deixou o trabalho apenas para os
empregados. Ele pegou grandes pedras em seus ombros e
levou-as escada acima, colocando-as nas novas paredes.
Um dia, emocionado, Yoav chorou, dizendo: “Será pos-
sível que Hashem deixe o grande templo que Shelomô cons-
truirá e habite nesta casa que estou construindo?” Então
uma voz celestial foi ouvida, dizendo: “Yoav, Yoav! Dois
Templos estão destinados a serem destruídos, mas a sua
casa permanecerá!”
No final do século XIX havia 18 sinagogas em Aram
Sobá. No entanto, foi na Grande Sinagoga, também conhe-
cida como “al-Safra” – a amarela – que o tesouro espiritual
mais precioso de Aram Sobá foi mantido – o “Kêter de Aram
Sobá” (o Codex de Alepo – o mais antigo e completo manus-
crito da Bíblia Hebraica).
À esquerda: Modelo do pátio de verão da Grande Sinagoga de Alepo no museu Beth Hatefusoth em Tel Aviv; À direita: Vista interior da velha ala ocidental da Grande Sinagoga (Beth Hatefusoth)
A “GRANde SINA GOGA” de AlepO
conta a compra de seda, corantes e
especiarias da Pérsia e da Índia com
destino à Europa.
Os sefaradim da Itália, França e
Áustria, que se estabeleceram em Ale-
po no século XVIII na esteira dos co-
merciantes europeus, contavam com
os cônsules de seus países de origem
como protetores. O mesmo acontecia
com os judeus da Índia, que obtinham
proteção britânica. Havia judeus “nati-
vos” que também conseguiam adquirir
uma nacionalidade estrangeira de uma
forma ou de outra.
Por esses meios, muitas das proe-
minentes famílias judias de Alepo be-
neficiaram-se do status de cidadãos
estrangeiros. Desta forma, livraram-se
dos caprichos e exigências dos gover-
nadores turcos locais, que periodi-
camente tornavam a vida impossível
para seus irmãos em outras cidades do
império. Nesta época, Alepo tornou-se
o centro mais próspero e importante
da vida judaica na Síria.
Vislumbres fascinantes da vida ju-
daica na Alepo do século XVIII foram
fornecidos por Alexander Russell, mé-
dico da colônia inglesa, em seu livro
sobre a cidade. Os judeus viviam to-
dos perto de sua sinagoga, sob o olhar
de seu chacham (rabino). Eles eram
observantes da religião, muito bem
16 Kislev / Tevet 5776
comportados. A comunidade incluía
pessoas pobres, bem como banquei-
ros prósperos, comerciantes e lojistas.
Russell explica que a carne casher não
era frequentemente disponíveis; mas
que, quando havia carne, os membros
mais ricos subsidiavam-na em bene-
fício dos pobres. Quando não havia
carne, todos se mantinham com aves,
cereais, verduras, legumes e frutas.
Tal era a influência dos comercian-
tes judeus e banqueiros sobre a ativida-
de comercial da cidade, que o comér-
cio cessava por completo nos feriados
judaicos. Até mesmo os paxás e outros
magnatas eram muitas vezes obrigados
a adiar seus assuntos comerciais quando
coincidiam com os feriados judaicos. As
saídas de importantes caravanas trans-
deserto também eram adiadas.
A comemoração de Sucot fez o
maior marco na memória do médico
inglês. Cada família, mesmo as pobres,
tinha a sua própria sucá. Muitos cida-
dão não judeus dedicavam-se a pas-
seios para conhecer as sucot de seus
conterrâneos judeus. Esta era uma
época muito alegre: confraternizações
familiares, banquetes, visitas para um
café, doces e sorvetes – nem pensar em
negócios!
Todos os casamentos eram, natu-
ralmente, arranjados pelos pais – mas
nunca de forma forçada. Após a ce-
rimônia de noivado formal, o jovem
casal se encontrava para conversar
sempre acompanhado por mais algum
adulto – até o dia do casamento.
O período alepino de grande rique-
za foi afetado pelo desenvolvimento da
rota do Cabo para a Índia no início do
século XIX, e depois, por via terrestre
para a Índia atravessando o Egito até o
Mar Vermelho. Finalmente, foi arruina-
do pela abertura do Canal de Suez em
1869. Grande parte do comércio orien-
tal altamente rentável foi então desviada
para a rota marítima mais barata.
Em 1904, Henry Barnham, cônsul
britânico em Alepo, estimou a popula-
ção local em 116.000 habitantes, sen-
do 80.000 muçulmanos, 27.000 cris-
tãos e 9.000 judeus.
Um relato da jovem Victoria
Shammah, sobre a vida judaica na
Alepo do início dos anos 1930, trata de
uma época passada em que judeus e
muçulmanos levavam-se em bons ter-
mos na Síria:
“As pessoas de Alepo não viajavam
muito antes da Segunda Guerra Mun-
dial. Éramos felizes em nosso próprio
mundo autossuficiente. Não nos preo-
cupávamos muito com o que acontecia
lá fora.
“Os ricos cuidavam dos pobres.
“Alguns jovens emigravam para
Nova Iorque, onde prosperavam. Assim
que eles estavam bem estabelecidos lá,
pediam para um de seus parentes em
Alepo escolher uma noiva para eles...
Por incrível que pareça, a maioria dos
casamentos resultava muito bem.
“Em Alepo guardávamos o Shabat
ao pé da letra – não cozinhávamos, não
escrevíamos, etc. Mas líamos muito.
Um rabino era chamado regularmente
para ensinar meus irmãos em casa...
“A mais deliciosa comida era ser-
vida no almoço de Shabat, após os
homens retornaram da sinagoga. Tí-
nhamos nossos próprios ‘carentes de
estimação’, que vinham ser alimenta-
dos todos os sábados...
“Comemorávamos todos os feriados
judaicos meticulosamente. Em Purim
recebíamos muitos presentes e pas-
sávamos um bom tempo andando em
carruagens puxadas por cavalos e can-
tando.
“Judeus e muçulmanos eram nor-
malmente bons amigos em Alepo. Mui-
tos se tornavam parceiros no negócio.
Gozem era um sócio muçulmano na
empresa do meu pai.
“Aqueles eram dias felizes!”
Apesar da emigração continuada
do século XX, a comunidade judaica
de Aram Sobá ainda tinha cerca de
10.000 pessoas em 1947, por causa de
seu crescimento natural. A resolução
das Nações Unidas – em 29 de novem-
bro daquele ano que recomendou a
aplicação do plano de participação da
Palestina, propondo a divisão do país
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em dois estados, uma árebe e um judeu
– despertou profundo ressentimento
entre os árabes em todo o Oriente Mé-
dio. Em um surto de violência contra
os judeus em dezembro de 1947, a
maioria das sinagogas foram destruí-
das. Ao todo, mais de 1.500 rolos da
Torá, inúmeros livros e manuscritos fo-
ram destruídos pelas chamas. O gran-
de tesouro da comunidade, o “Aram
Sobá Codex”, foi danificado e parte
dele desapareceu. Cerca de metade dos
judeus fugiram da cidade, muitos deles
atravessando secretamente a fronteira
para a Turquia e para o Líbano, onde
se estabeleceram, ou continuaram se-
guindo até Israel, Europa ou América.
Com a declaração do Estado de
Israel em 1948, os judeus de Aram
Sobá tornaram-se reféns nas mãos das
autoridades sírias. Eles foram objetos
de abusos por parte do governo e por
parte da população, que procurou ex-
pressar seu ódio pelo novo estado, ata-
cando os judeus locais.
O governo emitiu uma série de leis
antijudaicas, incluindo a proibição de
venda de propriedades judaicas (1948)
e o congelamento de contas bancárias
judaicas (1953). Muitos tinham sua pro-
priedade confiscada pelas autoridades.
Os refugiados palestinos passaram a ser
alojados em habitações desocupadas
nos bairros judaicos de Damasco e Ale-
po. Muitos judeus foram levados a julga-
mento porque algum de seus parentes
conseguira escapar da Síria. Outros fo-
ram obrigados a visitar o posto policial
diariamente. E muitos foram presos sem
julgamento. Além disso, várias limitações
foram impostas sobre eles, em particular,
uma proibindo-os de deixar o país.
Após o julgamento do agente da
inteligência de Israel Eli Cohen – e na
época de seu enforcamento público em
Damasco (1965) – os ataques contra ju-
deus aumentaram. Eles sofreram mais
ainda durante e após a Guerra dos Seis
Dias (1967), quando muitos foram pre-
sos ou agredidos pela população mu-
çulmana. Judeus foram assassinados
em Damasco, Alepo e em Camishli,
perto da fronteira com a Turquia. Ape-
sar dos riscos da fuga, entre 1948 e
1961 cerca de 5.000 judeus sírios che-
garam a Israel.
Os 1.000 judeus que ainda viviam
em Alepo em 1968 residiam em duas re-
giões: Bahsita, o bairro antigo, também
conhecido como “o bairro judeu”, e Ja-
miliye, fundado após a Primeira Guerra
Mundial. Muçulmanos que se mudavam
para esses bairros ocasionalmente assal-
tavam seus vizinhos judeus e até foram
registrados casos de homicídios.
Nunca esquecendo seus irmãos na
Síria, membros da comunidade alepi-
na no Brooklyn, em Nova Iorque, fre-
quentemente subornavam funcioná-
rios do governo sírio para ajudar seus
parentes a sair do país. No início dos
anos 90, as negociações entre o pre-
sidente George H. Bush dos Estados
Unidos e o presidente Hafez al-Assad
da Síria, com forte pressão da comu-
nidade judaica síria do Brooklyn, re-
sultaram na autorização de emissão
de vistos de saída para a América
como turistas para as famílias judias
que restavam na Síria. Assim, pela
primeira vez em mais de dois milê-
nios, Aram Sobá ficou praticamente
sem nenhuma população judaica.
Hoje não há mais judeus em Ale-
po. Mas a herança judaica desta cidade
ilustre continua a destacar-se em mui-
tas comunidades judaicas do mundo,
transmitida pelas famílias judias que
emigraram ao longo dos anos e con-
tinuaram a manter um forte vínculo
espiritual com suas raízes.
Uma noite fatídica
Em um surto de violência contra os
judeus de Aram Sobá em dezembro de
1947, a maioria das sinagogas foram
destruídas. Embora a Grande Sinago-
ga ficou de pé, foi vandalizada, profa-
nada e incendiada.
O “Plano de Partilha da Palestina”
foi aprovado num sábado, dia 29 de
Novembro de 1947, pela Assembleia
Geral das Nações Unidas. Na segunda-
feira uma multidão enfurecida de ára-
bes amontoou-se nas imediações da
Especial
18 Kislev / Tevet 5776
Grande Sinagoga, gritando, “Palestina
é nossa terra e os judeus são nossos
cães”. A polícia militar, presente no lo-
cal, não esboçou nenhuma reação. No
final da tarde e à noite, uma multidão
em fúria atacou e incendiou a sinago-
ga. Quanto aos soldados, além de não
impedirem a devastação, ativamente
ajudaram a horda de criminosos em
seu objetivo. Isto ocorreu no dia 19
de kislev de 5708 (1º de dezembro de
1947), que se tornou um dia de jejum
em Alepo naquela época.
Os delinquentes retiraram e ras-
garam os pergaminhos dos rolos das
Torot. Depois disso, os bombeiros che-
garam. Mas eles jogaram óleo diesel
e querosene sobre os livros sagrados
em vez de utilizar água para extinguir
o fogo.
Em apenas 30 minutos, os perver-
sos saqueadores retiraram 40 rolos da
Torá e queimaram-nos no pátio. De-
pois passaram a queimar uma gran-
de coleção de pelo menos 2.000 pares
de tefilin. Enquanto tudo isso estava
acontecendo, os judeus tinham medo
de sair de suas casas, porque os árabes
ameaçavam matar qualquer judeu que
estivesse em seu caminho. A polícia
desencorajou os manifestantes de ata-
carem os judeus, mas deu passagem
livre para destruirem as propriedades
judaicas. Naquela noite, eles atearam
fogo em todas as sinagogas e salas de
estudo de Alepo.
Foi assim que, em uma noite, Ale-
po perdeu grande parte de sua popula-
ção judaica. Aqueles que tinham meios
para abandonar o país, fugiram ime-
diatamente. Com a falta de segurança
e a remoção das restrições contra dei-
xar o país, eles se apressaram em sair
antes que novas leis antissemitas fos-
sem aprovadas. O destino mais acessí-
vel naquele momento era Beirute, onde
a maioria dos fugitivos passou a viver
com recursos limitados.
Apesar de severamente danificada
pelo fogo em 1947, a Grande Sinagoga
foi parcialmente reconstruída.
Apesar da tragédia, a reduzida co-
munidade judaica continuou a funcio-
nar com vibração e as atividades esco-
lares foram reiniciadas.
O Codex de Alepo
O Codex (códice; manuscrito em
páginas de pergaminho) de Alepo é o
mais antigo manuscrito conhecido, que
contém todo o texto do Tanach – de-
pois dos “Manuscritos do Mar Morto”
– e provavelmente o mais correto. O
Codex alcançou uma posição de pree-
minência entre os manuscritos judai-
cos e é amplamente considerado como
um documento fonte autoritário para
o texto e pontuação do Tanach. Além
de mostrar a pontuação, o manuscrito
inclui anotações adicionais. Por causa
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Kislev / Tevet 5776 19
de sua singular fidelidade e santidade,
é referido como o “Kêter Aram Sobá” –
a coroa de Alepo. Ele não foi escrito em
Alepo, mas permaneceu lá por mais de
500 anos.
De acordo com o cólofon (registro
dos detalhes de produção do manuscri-
to) anexado ao Kêter, o texto foi escrito
pelo perito escriba Rabi Shelomô ben
Buya’a há mais de 1000 anos na vizi-
nhança de Tiberíades. Este é o lugar
onde estudiosos judeus desenvolveram
o sistema de pontuação das vogais do
Lashon Hacôdesh (camats, patach,
etc.). Depois disso, o Kêter foi cuidado-
samente inspecionado e validado por
Rabi Aharon ben Asher, um famoso
sábio gramático e escriba do século
X. Este foi o manuscrito consultado
pelo Rambam (Maimônides) quando
ele fixou as regras exatas da Halachá
para pontuar, determinar os inícios de
parashiyot e a formatação do texto da
Torá em “Hilchot Sêfer Torá” na famo-
sa obra “Mishnê Torá”.
No século XI, o Kêter foi roubado
pelos Seljuks (uma tribo guerreira tur-
ca). Foi levado de Êrets Yisrael para o
Egito, resgatado pelos judeus do Cai-
ro e guardado em sua sinagoga, onde
permaneceu por cerca de três séculos.
Foi lá que o Kêter foi consultado pelo
Rambam.
No século XIV o Kêter foi levado
para Aram Sobá por um descendente
direto do Rambam, que depositou-o
em confiança da antiga comunidade
judaica da cidade. Lá, ficou conhecido
como o Kêter de Aram Sobá e foi man-
tido em um cofre na Grande Sinagoga.
Os rabinos de Aram Sobá referem-se
tradicionalmente a ele como o “Kêter
de Ezrá Hassofer”, aparentemente
com base em sua convicção de que o
Kêter está ligado, por uma sequência
de cópias validadas, à Torá escrita por
Ezrá durante sua estada em Têdef,
próxima a Aram Sobá.
No ano de 1559, Rabi Yossef Caro
enviou uma cópia autenticada do Kêter
de Safed para Rabi Moshê Isserles (o
Remá) em Cracóvia, que usou-a como
modelo para escrever o seu próprio
Sêfer Torá. Esta cópia foi mantida na
sinagoga do Remá até a época do Ho-
locausto, quando desapareceu.
O Kêter permaneceu seguro em Ale-
po até 1947 quando, durante o incêndio
da Grande Sinagoga, foi danificado. Mas
os membros da comunidade salvaram a
maior parte dele por meio de uma série
de eventos quase milagrosa e contraban-
dearam-no para Êrets Yisrael. Assim,
o círculo foi concluído e o Kêter voltou
para a terra de sua origem.
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20 Kislev / Tevet 5776
Iluminando o Retorno“Iluminando o Retorno” é o mais recente livro do Rabino Isaac dichi Shelita sobre as leis de teshuvá de um dos maiores sábios de toda a história judaica, Rav Moshê ben Maymon, o “Rambam” – Maimônides. As páginas contêm o texto integral da obra do Rambam em lashon hacôdesh, sua tradução para o português e belíssimos comentários sobre cada trecho da obra original.
Nesta obra, o Rambam zt”l
não se limita a tratar
exclusivamente da teshuvá. Ele aborda
inúmeros conceitos básicos do judaísmo,
como: a importância das mitsvot, o peso
de cada uma, o Olam Habá, a recompen-
sa dos tsadikim, a finalidade do toque do
shofar em Rosh Hashaná, a importância
das mitsvot entre nós e o Criador e entre
nós e o próximo, a importância de Assê-
ret Yemê Teshuvá e como servir Hashem
sem nenhum interesse.
O Rambam também trata do impor-
tante tema dos elementos que constituem
um obstáculo perante a teshuvá. Como
devemos nos afastar destes empecilhos
que dificultam, ou por vezes até impe-
dem, nossa aproximação ao Criador.
São assuntos que podem enrique-
cer em muito nossos conhecimentos e
fortalecer nosso amor e temor a Ha-
shem. Certamente podem constituir
um grande incentivo para trilharmos
um caminho elevado de Torá e mitsvot
e proporcionar um impulso grandioso
para que possamos transmitir aos nos-
sos descendentes os critérios autênticos
e eternos de nossa sagrada Torá.
O que é a teshuvá?
A teshuvá é um assunto primordial
no judaísmo. Ela abre perante cada um
de nós um novo horizonte de vida. Quan-
do meditamos e aprofundamo-nos em
seus conceitos, adquirimos possibilidades
maravilhosas de alcançar níveis eleva-
díssimos de aproximação ao Criador do
Universo, de cumprimento das mitsvot e
estudo da sagrada Torá. Com a teshuvá
em mente, todos os minutos de nossas vi-
das passam a ter uma conotação diferen-
te, elevada, tornando-nos servidores fiéis
de Hashem. Após este aprofundamento,
uma verdadeira elevação espiritual nos
conceitos da teshuvá, atingimos o nível
necessário para encontrarmos o caminho
correto no cumprimento da halachá de
forma primorosa “leshem shamáyim”.
Antes de criar o mundo, Hashem
concebeu sete elementos, a saber: Torá,
teshuvá, Gan Êden, Guehinam, Kissê
Hacavod, Bêt Hamicdash e o nome do
Mashiach (Talmud, Massêchet Pessa-
chim 54, 1). A teshuvá, portanto, foi
criada antes do Mundo.
No Talmud Yerushalmi (Macot 2,
6) há uma passagem na qual se conta
que quatro diferentes personalidades
foram consultadas sobre qual deveria
ser a ação aplicada à pessoa que pecou.
Foram elas: a chochmá (a sabedoria), a
nevuá (a profecia), a Torá e, por último,
Hacadosh Baruch Hu.
As respostas foram diversificadas.
Para uma, a pessoa que pecou deveria
morrer imediatamente; afinal, quem
transgride algo age contra a vontade do
Rei (Hashem). Outra respondeu: “O mal
deve perseguir constantemente aque-
le que pecou”. A Torá afirmou: “Que
ofereça um corban e será perdoado”.
Hashem disse: “Não. Que faça teshuvá
Livros do Povo do Livro
Kislev / Tevet 5776 21
e será perdoado”.
A chochmá, a nevuá e a Torá não
estavam sendo “cruéis” em demasia
com o ser humano. Mas é como se
dissessem: “Vocês não pecaram con-
tra mim!”. Um exemplo ilustra este
impasse: Moshê procura Reuven e diz
a ele que está devendo dinheiro para
Shim’on, mas quer que ele (Reuven)
o perdoe. Reuven responde surpreso:
“Mas, como?! Você não está me deven-
do! Pelo que tenho de perdoar-lhe? Você
deve a Shim’on. Sendo assim, vá falar
com ele!”.
Da mesma forma, a sabedoria não
pode responder, em nome de Hashem,
que o indivíduo está perdoado. A ló-
gica diria que, de fato, a pessoa que
pecou deveria ser punida. Entretanto,
Hashem, em Sua misericórdia infinita,
instituiu o conceito de teshuvá antes
mesmo da Criação do Mundo.
A palavra teshuvá significa “retor-
no”. Mas retorno para onde?
Para responder a esta questão,
recorremos a Shelomô Hamêlech em
Cohêlet (7:29): “Levad reê zê matsá-
ti asher assá Haelokim et haadam
yashar vehema vikshu chishevonot
rabim” – Hashem fez o homem reto.
O homem é que encontra vários outros
caminhos. Ele (o homem) acha que é
mais inteligente que Hashem! Quantas
vezes diz: “Ah, agora não vou fazer isso.
Deixarei para amanhã”, ou “Não acho
que isso deva ser feito”.
Com atitudes como estas, o homem
acaba saindo do caminho, para o qual
precisa, em algum momento, voltar. Por
isso o conceito se chama teshuvá, re-
torno. Mas retorno a quê? A seu status
original, de indivíduo reto, como Ha-
shem o criou.
A teshuvá de Adam Harishon
A primeira vez em que encontra-
mos o conceito de teshuvá na Torá é em
relação a Adam Harishon, depois de ele
ter comido do fruto proibido.
Mas não devemos classificar Adam
Harishon como um homem pecador. Ele
foi a única pessoa criada exclusivamente
por Hashem. Sua amplitude era extraor-
dinária! Ele falhou no teste de não comer
do fruto proibido, mas nós não consegui-
mos ter nem um pequeno entendimento
de sua grandeza espiritual. Além disso,
sua intenção ao comer do fruto proibi-
do era das melhores (vide Michtav Me-
eliyáhu vol. II, págs. 137 a 145).
O Arizal nos diz que estavam vincu-
ladas a Adam Harishon todas as nesha-
mot (almas) das próximas gerações –
incluindo, entre elas, tanto tsadikim
(justos) quanto reshaim (maus). E, de
fato, quem motivou Adam Harishon a
comer do fruto proibido não foi só sua
esposa, Chavá, mas também todas es-
sas almas que estavam ligadas a ele.
Isso inclui não só seus descendentes
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Há uma passagem no Midrash, que se
refere ao Livro de Iyov (38:4). Nela, conta-
-se que, quando Hashem estava mandan-
do todo o sofrimento sobre Iyov, ele inter-
pelou Hacadosh Baruch Hu sobre a ra-
zão de estar passando por tantas provas.
Hashem respondeu: “Efô hayita beyosdi
árets” (Você, por acaso, sabe a que parte
do corpo de Adam Harishon estava vincu-
lado?). Iyov disse: “Não, não sei”. Hashem
disse a Iyov que somente se ele soubesse
a raiz de sua missão, entenderia o motivo
de tudo o que estava ocorrendo com ele.
Essa é uma das explicações de por que
dizemos no Viduy (a confissão verbal dos
nossos pecados): “Chatánu anáchnu va-
avotênu veanshê vetênu – pecamos nós,
nossos pais e nossa família”. Precisamos
citar pecados que nossos antepassados co-
meteram no passado devido à influência
de nossas próprias almas.
Todas essas almas ligadas a Adam
Harishon – ele foi o primeiro homem,
aquele que deu origem a toda a huma-
nidade – com suas tendências, acaba-
ram impulsionando-o a comer do fruto
proibido.
A teshuvá de Cáyin
A segunda vez em que encontramos
o conceito de teshuvá na Torá é depois
que Cáyin matou seu irmão, Hêvel. O Mi-
drash nos relata que Adam Harishon, o
pai, viu Cáyin depois de ele ter sido julga-
do por Hashem. Ele perguntou ao filho:
“Qual foi o veredito?”. Cáyin respondeu:
“Fiz teshuvá e Hashem a aceitou”. O Mi-
drash (Bereshit Rabá 22, 13) nos conta
que, naquele momento, Adam Harishon
começou a bater na própria cabeça com
as mãos, dizendo: “Eu não sabia quão
grande era a teshuvá!”. Em seguida, co-
meçou a dizer o capítulo 92 do Tehilim:
“Mizmor Shir Leyom Hashabat”.
A teshuvá de Reuven
O outro episódio em que encontra-
mos o conceito de teshuvá na Torá é na
trajetória de Reuven. Ele era filho de Leá
Imênu (uma de nossas matriarcas) e de
Yaacov Avínu. Quando Rachel Imênu, a
irmã de sua mãe, faleceu, seu pai colo-
cou sua cama na tenda de Bil’há, a ama
de Rachel. Ao ver isso, Reuven achou
que o pai estava equivocado e transferiu
o leito dele para a tenda de sua mãe,
Leá. A Torá nos conta que Reuven in-
terferiu na vida particular do pai, come-
tendo um erro (Bereshit 35:22).
O fato é que Yaacov Avínu sabia o
que estava fazendo. Ele não tinha quatro
mulheres por ser movido à paixão. Ele
sabia que tinha a missão de construir,
com elas, as doze tribos de Am Yisrael.
Ele tinha seus próprios cálculos e não
caberia a Reuven, como a nenhum outro
filho, interferir na sua vida pessoal.
Depois disso, houve um momento
em que Reuven percebeu seu erro e fez
teshuvá. Hashem disse a ele (Bereshit
Rabá 84, 19): “Nunca ninguém fez
teshuvá perante Mim como você. Sendo
assim, Eu lhe prometo que um dos seus
descendentes também será o pioneiro a
clamar por teshuvá na sua época”.
Hoshea ben Beeri era descenden-
te de Reuven e viveu na época final do
Primeiro Templo. Ele foi o primeiro
dos profetas desta época a clamar pela
teshuvá do Povo de Israel, e iniciou sua
profecia com as palavras (Hoshea 14:2):
“Shuva Yisrael ad Hashem Elokecha –
Retorna, Israel, até Hashem teu D’us”.
E o que significam essas palavras? Elas
querem dizer que a teshuvá pode che-
gar até o trono de Hacadosh Baruch
Hu, de modo que quando Reuven fez
teshuvá, os anjos disseram a berachá
de “Harotsê Bitshuvá”.
Mas por que a teshuvá de Reuven foi
tão apreciada pelo Criador? O que signi-
fica “nunca ninguém fez teshuvá peran-
te Mim como você”? Afinal, Adam Ha-
rishon fez teshuvá, assim como Cáyin!
A resposta é que todos os que fize-
Kislev / Tevet 5776 23
ram teshuvá antes dele, reconheceram
seus pecados (Adam Harishon comendo
do fruto proibido; Cáyin assassinando o
irmão). Mas Reuven achava que estava
fazendo uma mitsvá ao transferir o leito
do pai para a tenda da mãe. Somente
depois foi que ele percebeu que não era
de fato uma mitsvá, mas sim um erro.
Vemos que, às vezes, a pessoa pode
achar que está fazendo uma mitsvá, mas
na verdade está errando. E é muito mais
difícil fazer teshuvá sobre o que se pen-
sa estar certo do que sobre um pecado
claramente revelado. De fato, esse tipo
de teshuvá é algo maravilhoso. Por isso
Hashem louvou a teshuvá de Reuven.
Há também algo a mais: Reuven
iniciou sua teshuvá antes de ser cobra-
do ou punido por Hashem, agindo por
amor a Hashem.
Até quando se pode fazer teshuvá?
David Hamêlech afirma no Tehilim
(90:3): “Tashev enosh ad dacá, vatô-
mer shúvu venê adam – Fazes o homem
tornar ao pó e dizes: ‘Arrependei- vos,
ó filhos do homem!’”. Os chachamim in-
feriram deste passuc que o ser humano
pode fazer teshuvá até o último momento
de sua vida – “Dacá: ad dichduchá de-
nêfesh” – até a agonia da alma. A palavra
“dacá” é composta por três letras (dálet,
caf e álef). O Chidá (Rabi Chayim Yossef
David Azulay zt”l), um dos grandes ra-
banim das gerações anteriores, diz que
“dacá” contém as iniciais de “dam” (san-
gue), que alude a assassinato; “cochavim”
(estrelas), que remete a idolatria, pessoas
que adoram qualquer tipo de imagens,
seres ou objetos, e “ishá” (mulher), que
se refere a adultério, relações proibidas.
Isso significa que, mesmo sobre essas três
averot (assassinato, idolatria e adultério),
consideradas as mais graves da Torá,
também é possível fazer teshuvá.
Prova disso é o exemplo específico
de Cáyin. Ele cometeu um ato terrível
ao matar seu irmão, levando Hashem
a dizer: “O sangue do seu irmão e dos
descendentes dele estão suplicando a
Mim da terra, pois você não os deixou
vir ao mundo”. Mesmo assim, Cáyin fez
teshuvá e Hashem a aceitou.
É interessante e importante salien-
tar que, às vezes, nós não perdoamos
os outros. Trata-se de um grande equí-
voco. Afinal, se Hashem perdoa, nós
também temos de perdoar. E Hashem
perdoa até mesmo o assassinato, que é
um dos pecados mais graves.
A proibição do assassinato é o sexto
mandamento do Decálogo. Esse manda-
mento tem seis letras e o homem foi cria-
do no sexto dia da Criação (Báal Haturim,
Parashat Yitrô). Nas Tábuas da Lei ele se
encontra paralelo ao primeiro manda-
mento – Eu Sou Hashem que te tirou do
Egito. A relação entre esses dois manda-
mentos é a seguinte: quando alguém mata
outro ser humano, é como se estivesse
afetando a própria imagem Divina.
Ainda assim, se a pessoa cometeu
assassinato, ela pode fazer teshuvá. Da
mesma forma, também são passíveis de
teshuvá avodá zará e arayot, respecti-
vamente, idolatria e todas as relações
proibidas pela Torá.
Nós, por nossa vez, muitas vezes
não aceitamos a teshuvá do outro. Mas
temos de aprender a seguir os cami-
nhos de Hashem. Se Ele perdoa, tam-
bém devemos perdoar!
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24 Kislev / Tevet 5776
Atualidades
Bashar al-Assad é o atual pre-
sidente da Síria e secre-
tário geral do partido Baath – único partido do
país – desde 17 de julho de 2000. Sucedeu a
seu pai, Hafez al-Assad, que governou a Síria
por 30 anos até sua morte no comando do país.
Bashar al-Assad foi reeleito em um referendo
convocado em maio de 2007 com 97% de apro-
vação – mas concorreu sozinho.
O levante contra o regime de Bashar al-As-
sad teve início em 15 de março de 2011, durante
a insurreição da “Primavera Árabe”, período
em que as populações de países árabes, como
Tunísia, Líbia e Egito se revoltaram contra os
governos de seus países. O levante começou pa-
cífico nos primeiros meses, com a maioria sunita
– que se considera prejudicada pelo governo – e
a população em geral reivindicando mais demo-
cracia e liberdades individuais. Mas, a partir de
agosto do mesmo ano, manifestantes fortemente
reprimidos passaram a recorrer à luta armada.
Os principais opositores do governo são: os
perseguidos sunitas – uma divisão do islamismo
que abrange cerca de 85% dos islâmicos do mun-
do – o Comitê de Coordenação Nacional formado
por dissidentes do regime e o Exército Livre da
Síria formado por soldados desertores e civis
armados – além do novo “Estado Islâmico” que,
por incrível que pareça, enfrenta tanto o governo
sírio quanto os rebeldes, sejam eles jihadistas ou
GUeRRA CIVIl NA SÍRIAentenda os confrontos na Síria que tiveram início em março de 2011, transformaram-se em guerra civil em 2012, já fizeram 250 mil mortos e milhões de refugiados.
Kislev / Tevet 5776 25
Atualidades
Homens andam sobre escombros em um local atingido por forças leais ao presidente da Síria,
Bashar al-Assad, no distrito al-Shaar de Alepo
moderados.
Enquanto os rebeldes tentam de
toda forma acabar com a ditadura de
Assad, o regime alega estar combaten-
do terroristas que tentam desestabili-
zar o país.
A oposição comanda mais territó-
rios, mas o regime controla as regiões
mais populosas. O governo sírio contro-
la as grandes cidades, as estradas mais
importantes, conta com o apoio de mi-
lhares de combatentes xiitas libaneses
do Hezbolá e de centenas de guardas
revolucionários iranianos.
Segundo especialistas, os rebeldes
– uma infinidade de grupos rebeldes –
somam atualmente 100 a 150 mil com-
batentes. Antes da crise, o regime sírio
contava com 300 mil soldados.
Oposição Dividida
A oposição, por estar dividida em
inúmeros grupos rivais, encontra cada
vez mais dificuldades em atingir seu
objetivo.
Os rebeldes, em sua maioria islami-
tas, e a Frente Al-Nosra – braço oficial
da Al-Qaeda na Síria – também enfren-
tam desde 2014 os jihadistas do Estado
Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS), a
quem acusam de brutalidade e “notória
intratabilidade”.
O Mundo
Além da Liga Árabe, a ONU, a
União Europeia e os Estados Unidos
condenam a violência e a repressão im-
postas pelo regime sírio. A União Eu-
ropeia e os Estados Unidos impuseram
fortes sanções econômicas unilaterais
contra a Síria.
A Rússia, o Irã, o Iraque e a Chi-
na são aliados declarados do regime
de Bashar al-Assad e se manifestaram
contra qualquer tipo de imposição de
sanção internacional ao país.
O principal interesse da Rússia na
Síria é a manutenção de sua única base
naval militar fora do seu território, que
fica na cidade de Tartus – uma chave
para a manutenção da influência do
país na região do mediterrâneo.
A Rússia condenou o uso da vio-
lência pelos opositores ao regime, aos
quais chamou de “terroristas”, e vem
oferecendo importantes ofensivas aé-
reas contra as forças rebeldes – o que
tem ajudado o governo a recuperar lo-
calidades estratégicas. Além disso, as-
sessores militares russos se integraram
às fileiras do Exército de Assad para
manejar os novos mísseis terra-terra
que foram fornecidos a Damasco. O
Kremlin também realizou uma recen-
te demonstração de força ao atacar
posições da insurgência na Síria com
mísseis disparados de navios de sua
frota no mar Cáspio, a mais de 1.500
quilômetros do campo de batalha.
Washington X Moscou
Os quatro principais pontos de dis-
córdia entre Washington e Moscou so-
bre o conflito sírio são:
1. O papel de Assad: Assad é um
aliado histórico de Moscou, a quem a
Rússia vê como parte da solução para
o conflito sírio, mas que os Estados Uni-
dos veem como parte do problema.
A Casa Branca está convencida de
que o autoritarismo do presidente sírio
é uma das principais fontes de instabi-
lidade do país, ao proporcionar terre-
no fértil aos extremistas islâmicos. Já
o presidente russo sempre defendeu a
legitimidade do governo de Assad.
Para Putin, Assad é parte da solu-
ção. Para Obama, parte do problema.
2. Quem apoiar militarmente: Pu-
tin apoia diretamente o governo sírio.
Obama apoia opositores mais modera-
dos ao governo de Damasco, estraté-
gia ridicularizada por Putin, segundo
o qual, “apoiar militarmente organiza-
ções ilegítimas contradiz os princípios
do direito internacional e a Carta das
Nações Unidas”.
3. Aliados regionais: Os EUA con-
tam desde o início com apoio da Arábia
Saudita, que compartilha com a Casa
Branca o objetivo de derrotar Assad. A
Rússia surpreendeu a todos ao anun-
ciar acordos com o Iraque e o Irã, am-
bos aliados do governo de Damasco.
4. Como encarar seu protagonis-
mo incômodo: Os Estados Unidos pare-
cem ter sigo arrastados para o conflito
contra sua vontade. Obama sabe que
um maior envolvimento na guerra da
Síria pode terminar enfraquecendo-o
internamente. Já Putin não tem esse
26 Kislev / Tevet 5776
problema: a situação fortalece sua ima-
gem de líder capaz de devolver à Rússia
o protagonismo internacional perdido
após a queda da União Soviética.
Acordo Israel–Rússia
A Rússia é aliada do regime sírio. Is-
rael, inimigo dos aliados sírios. A Rússia
utiliza o espaço aéreo sírio para atacar
alguns inimigos sírios. Israel utiliza o es-
paço aéreo sírio para atacar alguns alia-
dos sírios. Deixando estes detalhes de
lado, Israel e Rússia estabeleceram um
acordo para coordenar as respectivas
ações militares na Síria a fim de preve-
nir a troca acidental de “fogo amigo”. “O
meu objetivo foi evitar mal-entendidos
entre as unidades das Forças de Defesa
de Israel e as forças russas”, afirmou
Netanyáhu após reuniões em Moscou
com o Presidente russo Vladimir Putin.
Israel tem bombardeado diversos alvos
na Síria ligados à guerrilha libanesa do
Hezbolá e aos abastecimentos do Irã,
ambos defensores do presidente sírio,
a quem prestam auxílio militar.
Refugiados
Países vizinhos da Síria, como Tur-
quia, Líbano e Jordânia, receberam a
grande maioria dos 4,6 milhões de re-
fugiados que escaparam da guerra que
envolve o grupo do presidente Bashar
Assad, rebeldes aliados e a ameaça do
grupo Estado Islâmico.
Enquanto a União Europeia discu-
te e analisa onde colocar os 120 mil
beneficiários de solicitações de refúgio
que planeja receber nos próximos dois
anos, os três países mencionados acima
já receberam em conjunto 3,6 milhões
de sírios – 30 vezes a cifra europeia.
O Brasil concedeu status de refu-
giados a mais de dois mil sírios desde
Atualidades
2011 até agosto deste ano, segundo da-
dos do Conare (Comitê Nacional para
os Refugiados). O número é maior do
que o de alguns dos principais portos
de destino na Europa. Também é o
maior de todos os países do continen-
te americano – exceto o Canadá, que
recebeu aproximadamente 2.500 no
mesmo período. Em janeiro deste ano,
o Brasil anunciou planos de receber
cerca de 10 mil refugiados sírios nos
próximos três anos.
De acordo com um relatório da
Acnur (Alto Comissariado das Nações
Unidas Para Refugiados), cerca de 7,6
milhões de pessoas tiveram que se des-
locar dentro da própria Síria para ten-
tar escapar da violência.
Guerra Paralela – Coalizão
Contra o EI
O Estado Islâmico do Iraque e da
Mapa da Síria e do Iraque (e região) no contexto da guerra civil síria e da guerra civil iraquiana (atualmente)
Kislev / Tevet 5776 27
Atualidades
Síria (ISIS) é um grupo jihadista extre-
mista Wahhabi/Salafi – autoproclama-
do estado e califado islâmico – liderado
e composto principalmente por árabes
fundamentalistas sunitas do Iraque e
Síria. Desde março de 2015 ele tem
o controle de um território ocupado
por dez milhões de pessoas no Iraque
e na Síria, e mais o controle nominal
sobre pequenas áreas de Líbia, Nigéria
e Afeganistão. O grupo também ope-
ra ou tem filiais em outras partes do
mundo, incluindo a África do Norte e
o sul da Ásia. A organização é mun-
dialmente considerada uma ameaça
não só ao Oriente Médio, mas a todo
o planeta.
O Estado Islâmico tem origem na
Al-Qaeda do Iraque (AQI). O grupo fi-
cou enfraquecido e sem recursos depois
que os Estados Unidos derrubaram o
ditador Sadam Hussein e declararam
seu partido ilegal em 2003, margina-
lizando como um todo os sunitas. Em
2011, a AQI recebeu apoio financeiro
para entrar na guerra civil síria ao lado
dos rebeldes – apoiados pelo Ocidente.
No mesmo ano, os EUA retiraram suas
tropas do Iraque, abrindo espaço para
a criação do grupo, que adotou o nome
“Estado Islâmico do Iraque e Levante”
em 2013.
Atualmente, com o controle de um
grande território entre o Iraque e a Sí-
ria, o grupo tornou-se autossuficiente.
As principais fontes dos recursos do EI
são a cobrança de impostos nas áreas
que domina, o roubo de bancos quan-
do toma uma cidade (o grupo roubou
US$ 429 milhões do banco central da
cidade de Mossul, por exemplo), con-
trabando de petróleo e a cobrança de
resgates por cidadãos de outros países.
Atualmente o grupo recebe pouco fi-
nanciamento externo, incluindo valores
recebido de algumas famílias do Golfo,
o que representa apenas 5% dos seus
recursos.
O Estado Islâmico chama a atenção
por dois principais motivos: seu poder
financeiro e sua crueldade. O grupo
comanda um grande território e tem
ricas fontes de recursos, como petróleo.
Em relação à extrema violência, é uma
maneira de mostrar força e desestimu-
lar respostas ao seu avanço, além de
conquistar novos adeptos.
O Observatório Sírio dos Direitos
Humanos (OSDH) avalia que há mais de
50 mil combatentes do grupo na Síria.
No Iraque, há cerca de 10 mil comba-
tentes. O EI está presente em cerca de
25% da Síria (45 mil km²) e em apro-
ximadamente 40% do Iraque (170 mil
km²), mas controla apenas uma parte
desses territórios.
Desde agosto de 2014, uma coali-
zão, formada por 22 países liderados
pelos EUA, vem realizando ataques
28 Kislev / Tevet 5776
aéreos contra posições do Estado Is-
lâmico na Síria e no Iraque. Os países
que formam a coalizão são: Alemanha,
Arábia Saudita, Austrália, Bahrein, Bél-
gica, Canadá, Catar, Dinamarca, Egito,
Emirados Árabes, Espanha, Estados
Unidos, França, Holanda, Iraque, Itália,
Jordânia, Kuwait, Líbano, Nova Zelân-
dia, Reino Unido e Turquia.
Até o momento, a coalizão reali-
zou mais de 7.200 bombardeios contra
agrupamentos do EI. Além disso, passou
a lançar armas, munições e ajuda por
via aérea a forças rebeldes que comba-
tem o grupo jihadista no norte da Síria.
A Rússia, por sua vez, recentemen-
te começou a empreender ataques ae-
ronavais com armamento de grande
alcance e precisão contra alvos do EI
em solo sírio, atendendo a uma solici-
tação do presidente Bashar al-Assad no
final de setembro deste ano.
Segundo o jornal “The New York Ti-
mes”, a melhor opção dos Estados Uni-
dos para derrotar esse grupo terrorista
é estabelecer uma coalizão com a Rús-
sia também. As operações militares de
Moscou, conforme o jornal, são o pri-
meiro sinal de esperança para pôr fim
ao pesadelo que significa esta guerra. O
Times destaca que a Rússia tem vanta-
gens que Washington não possui: uma
presença militar no terreno, vínculos
com o governo de Damasco, contatos
de trabalho com as autoridades do Irã
e do Iraque e acordos de intercâmbio
de informação de inteligência com as
ditas nações.
Um ímã de terroristas
Sempre é muito difícil enxergar
qualquer ponto positivo nas guerras
– principalmente em um conflito que
afeta diretamente milhões de civis, for-
çados a abandonar seus lares e per-
tences em busca de abrigo em terras
estranhas.
No entanto, começam a surgir
comentários que a Síria tornou-se o
“grande ímã de terroristas do plane-
ta”. Praticamente todos os grupos ter-
roristas vêm tomando partido – de um
ou outro lado – no conflito sírio. São
uma infinidade de grupos que estão se
enfraquecendo, seja pela diminuição de
seus combatentes, seja pelo enfraque-
cimento bélico de seus arsenais. “Os
terroristas estão passando por uma
grave penúria de munições, armas e
carburantes”, afirmou recentemente o
coronel-general Andrei Kartapolov, que
lidera a ofensiva russa na Síria.
Milhares de terroristas de todas
as partes do mundo dirigem-se à Síria
– muitos deles para tombarem lá. Até
mesmo o temidíssimo Estado Islâmico
vem sofrendo fortes baixas com os
ataques da coalizão e da Rússia. O
Estado-Maior da Rússia afirmou que,
possivelmente, 40% da infraestrutura
dos jihadistas já não existe mais. Hoje
comenta-se que a formação do califado
do EI – considerada uma tragédia pelo
mundo no início do ano – pode virar
seu próprio “cemitério”.
Atualidades
Vista aérea do campo de refugiados sírios de Zaatari, perto da cidade jordana de Mafraq
Kislev / Tevet 5776 29
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Fotos e vídeos dos eventos da comunidade judaica
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Nossa GenteNascimentos
No berit milá do filho de Alberto Hallak
Veja 27 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Alberto Hallak, Ariel Kayeri, Dany Moas, Eli Mizrahi, Felipe Harari, Gabriel Gedanken, Isaac Sitrik, Jonathan Chreim, Leão Serruya, Meir Koschland, Milan Chammah, Morris Moas, Raymond Aboulafia, Uri Baroukh e Victor Metta.• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: Fábio Isac, Leandro Cohen, Moises Alves, Netanel Faour, Salomão Mendes e Shlomo Chammah.
Nossa Gente
No berit milá do filho de Dany Moas
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32 Kislev / Tevet 5776
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No berit milá do filho de Leão Serruya
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Bar Mitsvá
No bar mitsvá de Moshê Soffer
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Nossa Gente
• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Akiva Apfelbaum, Ariel Sued, Edmond Khafif, Efraim Ishai Laniado, Efraim Yossef Laniado, Efraim Sutton, Ezra Chaim Safra, Gabriel Guindi, Ilan Salo Zumerkorn, Jonathan Sutton, Marcelo Joseph Berakha, Mordechai Iossef Vital, Moshe Picciotto, Moshe Soffer, Rafael Carasso, Shloimy Turnheim e Yossef Michanie.
Kislev / Tevet 5776
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No bar mitsvá de Efraim Yossef Laniado
No bar mitsvá de Efraim Ishai Laniado
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35
• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Saal e Tawil (David Uriel e Tzipora), Pluznik e Linker (Richard e Amanda), Dabaah e Szajnbok (Eliel e Yentel), Muhafra e Tawil (David e Sara Yael), Sisro e Michanie (Mike e Shira).• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Iliovits e Dazenberger (Elazar e Shlamtsi Malca), Horowitz e Koidinover (Yoel e Chana Shlomtzi), Rolnik e Wassermann (Ariel e Thalita), Lapidus e Kamnitzer (Yossi e Miriam), Rubinsztajn e Saul (Moishe Aron e Nechama).
No Pidyon Haben do filho de Alberto Hallak
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Nossa GenteCasamentos
No Darkênu
Nossa Gente
Variedades
MUNDOANIMAL
A intervenção diretA de um Autor do universo pode ser constAtAdA nA imensidão dAs gAláxiAs, nA perfeição do corpo humAno, nA mArAvilhosA
diversidAde dA botânicA e nA observAção do extrAordinário e impressionAnte
O B
OTE O fotógrafo
colombiano Nicolas Reusens levou um susto enquanto clicava a rã da foto ao lado. Sim, apenas a rã! A cobra é uma intrusa que se aproximou, armou um bote muito veloz e abocanhou o pequeno anfíbio.Nicolas sentiu-se culpado pela morte da rã indefesa, mesmo entendendo que aquilo era algo muito natural.
Encontro
ines
quecív
el Parece perigoso?
Dizem que não é mas, por via das dúvidas, não esqueça de levar coletes salva-vidas!A Península Valdés, patrimônio da humanidade na Patagônia argentina, é o lugar ideal para um encontro com uma colossal Baleia Franca. Este é o local escolhido por estes mamíferos gigantescos para se reproduzirem e oferecerem um maravilhoso espetáculo natural.
dia
de
rodeio
Despreocupados com as ameaças predatórias, esses simpáticos sapinhos parecem estar muito tranquilos, seja divertindo-se muito em um dia de “rodeio a besouro”, ou apenas se protegendo da chuva embaixo de um “guarda-chuva natural”.O ilustre cavaleiro, digo, besoureiro, é um Sapo Voador de Reinwardt – uma espécie em extinção. Foi fotografado na Indonésia pelo talentoso fotógrafo Hendy Mp e sua montaria é um besouro gigante furador de madeira com chifres.
Kislev / Tevet 5776
ataq
ue
velo
z O fotógrafo Paul Donahue registrou bem de perto um ataque mortal de uma onça-pintada a um jacaré, no Brasil.O paciente felino levou cerca de 40 minutos para se aproximar e armar o bote, que durou poucos segundos e foi resolvido com uma dentada certeira na parte de trás da cabeça do jacaré. Esse é o padrão de ataque das onças-pintadas, os maiores felinos da América do Sul.
Kislev / Tevet 5776 41
Aconteceu com um lin-do menino
chamado Reuven.Certo dia o garotinho passou muito mal e
foi levado às pressas para o hospital. Quando
chegou no pronto socorro, fez alguns exames e
logo os médicos decidiram que ele precisava ser
operado com urgência.
Sará, a mãe do menino, ficou apavorada com a
notícia tão repentina. Ela se aproximou dos médicos
chorando e, muito emocionada, pediu a eles para
que cuidassem do Rubinho com muita atenção e
cuidado. Ela explicou, entre prantos e soluços, que
aquele garotinho era muito precioso para ela, pois
havia nascido após quinze anos de casamento...
O pedido de Sará penetrou no coração dos
médicos comovidos que, imediatamente, con-
tactaram o maior especialista do hospital para
Filho QueridoTodas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias podem ser encontradas em nossos livros sagrados!
Dinheiro em Xeque
42 Kislev / Tevet 5776
Dinheiro em Xeque
operar o pequeno Reuven.
A operação foi realizada com aten-
ção redobrada e, Baruch Hashem, foi
muito bem sucedida.
Durante os dias de convalescência
no hospital, os médicos perceberam
que dez crianças vinham visitar o me-
nino diariamente.
Curiosos, os médicos perguntaram
a Sará quem eram aquelas crianças.
Ela respondeu que eram os filhos que
Hashem lhe havia concedido.
Os profissionais ficaram indignados
e perguntaram à senhora por que ela
os havia enganado. Eles estavam cer-
tos que Reuven era filho único e tinha
nascido após quinze anos de um casa-
mento sem filhos.
Sará respondeu que não havia en-
ganado ninguém. Que Reuven de fato
só havia nascido após quinze anos de
casamento, conforme ela dissera ao
chegar no hospital... E acrescentou
que ninguém perguntara se ela tivera
outros filhos anteriormente...
Sará enganou os médicos? O que
ela fez foi correto?
O Veredicto
Sará, de fato, enganou os médicos.
Obviamente suas palavras deram a en-
tender que Reuven era seu filho único
querido, nascido após quinze anos de
um casamento sem filhos.
Apesar de tratar-se de um caso en-
volvendo perigo de vida, de todos os
modos parece que, em princípio, não
se deve agir assim.
Não se deve enganar o próximo.
Hashem representa a verdade. E para
que os médicos tenham sucesso na ope-
ração, necessitam de Ajuda Divina. A
ajuda Divina é concedida a quem segue
os caminhos de Hashem. Sendo assim,
não é necessário enganar ninguém ou
mentir para ser bem sucedido!
Sobre este caso, o Rav Yossef Sha-
lom Elyashiv zt”l disse ao Rav Zilbers-
tein que, se a mãe suspeitasse que seu
filho não seria bem tratado, ela estaria
permitida a agir desta forma, para que
fosse providenciado um tratamento
adequado a ele. Porém, se o paciente
já estava sendo bem assistido e, mes-
mo assim, ela estava querendo obter
um tratamento especial, então estaria
proibida de agir da forma como agiu.
Do semanário “Guefilte-mail” (guefiltemail@gmail.com).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facil-
mente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sen-tença para o outro extremo. Estas respostas
não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande
experiência no assunto.
Chanucá Samêach!deseja a toda comunidade
Kislev / Tevet 5776 43
Talentos Maguen Avraham
Maguen Avraham
Alguns educadores muitas
vezes ainda incor-
rem no equívoco de pensar que o desempenho
de nossos alunos é pautado pelas notas. Sim, as
notas são importantes, pois representam esfor-
ço, empenho e, consequentemente, desempe-
nho do aluno nas várias áreas do conhecimento.
Mas todos os alunos aprendem no mesmo
ritmo? Todos têm as mesmas habilidades desen-
volvidas em todas as áreas do conhecimento?
A Escola precisa ter a sensibilidade e res-
ponsabilidade de enxergar cada aluno com
suas particularidades. Cabe a ela a missão de
ser a mola propulsora que alavanca e estimula
seus alunos a superar desafios e ultrapassar
barreiras.
Temos a convicção que o aluno precisa do-
minar as diversas ferramentas que o auxiliam
na construção do conhecimento. Esse papel de
grande relevância cabe aos professores. Por
meio do incentivo dos professores e com aulas
que provoquem o senso crítico, a interpretação
das informações, o respeito mútuo e o estímulo
a buscar e ampliar o conhecimento, desejamos
que os alunos identifiquem e desenvolvam suas
habilidades para que possam aplicá-las em sua
vida escolar bem como em sua vida futura.
Diante dessas premissas, a Escola realizou
sua primeira edição do Projeto “Talentos Maguen
Avraham”. Trata-se de um projeto que engloba
todas as disciplinas da área laica, tendo como
essência reconhecer o empenho, dedicação e
talento de nossos alunos. Incentivamos os alunos
a explorar outras formas de aprendizado, sejam
elas relacionadas ao conhecimento das diver-
sas áreas ou ao desenvolvimento de habilidades
musicais, artísticas, intelectuais, dentre outras.
Com um café de boas-vindas aos pais, alunos,
Fernando Bassoli e Evely Roll
44 Kislev / Tevet 5776
professores e funcionários, a Maguen
Avraham recebeu sua comunidade no
dia 25 de outubro para homenagear e
prestigiar aqueles que são a essência de
nosso trabalho: nossos alunos.
A emoção tomou conta de todos os
presentes quando cada aluno subiu ao
palco para receber seu certificado de
participação. Traduzia-se, ali, todo o
esforço e dedicação de nossos alunos
durante o ano letivo.
Os alunos do 6º ano do Ensino Fun-
damental à 3ª série do Ensino Médio
foram homenageados em várias cate-
gorias: “Mérito Acadêmico” – melhor
aluno de cada sala no quesito média
anual; “Desempenho Acadêmico” – me-
lhor aluno de cada sala em desempe-
nho nos simulados de conhecimento;
“Múltiplas Habilidades” – homenagem
aos alunos que desenvolveram habili-
dades específicas como pintura, dese-
nho, música, dentre outras; “Destaque”
– aluno de cada sala que se destacou
pelo seu empenho, superação e atitude
exemplares.
Acreditamos que cabe à Escola a
maior responsabilidade em motivar e
instigar em nossas crianças e jovens o
interesse pelo conhecimento. O apoio
das famílias nos incentivam a fazer da
Maguen Avraham uma Escola cada vez
melhor.
Maguen Avraham
Kislev / Tevet 5776 45
O Acendimento da ChanukiyáA fim
de recordar e de fazer saber o gran-
de milagre de Chanucá, nossos sá-
bios determinaram que acendêssemos as chamas de
Chanucá durante as oito noites da festa. Geralmente,
coloca-se a chanukiyá sobre uma mesinha, ao lado
esquerdo da porta de entrada, frente à mezuzá – que
está do lado direito – para envolver a entrada da casa
com mitsvot. Há ainda aqueles que costumam colocar
a chanukiyá na janela que dá para a via pública, de
maneira tal que seja visível aos transeuntes. Contudo,
não se deve colocá-la acima de 9,3 metros do solo.
A luz da chanukiyá é sagrada pelo fato de que é
com ela que recordamos o acendimento da Menorá do
Bêt Hamicdash. Ela não pode ser utilizada para outro
fim, como para fazer algum trabalho ou para ler. Por
isso, acrescentamos uma vela extra chamada shamash,
cuja luz pode ser utilizada em caso de necessidade.
As luzes da chanukiyá devem estar alinhadas
numa mesma fileira e todas devem ficar na mesma
altura. As luzes devem estar distantes o suficiente para
que as chamas não se toquem. No caso de usar velas
de cera, deve-se aumentar a distância entre elas, para
que uma não derreta a outra.
Na primeira noite de Chanucá (25 de kislev),
acende-se uma vela; na seguinte, duas, na terceira,
três e assim sucessivamente até a oitava noite, na qual
acendem-se as oito velas (mais a vela piloto – shamash
– que é acesa todas as noites). Assim decidiu Bêt Hilel,
para que os transeuntes pudessem reconhecer – con-
forme o número de luzes – qual era o dia da festa. Não
obstante, aquele que, por algum motivo, acende uma
só vela todas as noites, pode acendê-la com as bênçãos
correspondentes.
As luzes de Chanucá devem permanecer acesas
pelo menos durante meia hora após o aparecimento
das estrelas. Antes de acendê-las, devemos nos certi-
ficar de que temos a quantidade suficiente de azeite,
ou no caso de usarmos velas, que estas sejam bastante
grandes para que permaneçam acesas durante o tem-
po necessário. É preferível acender a chanukiyá com
azeite a acendê-la com velas.
De preferência, acende-se a chanukiyá imediata-
mente após o aparecimento das estrelas. Porém, se não
puder acender imediatamente após a saída das estre-
las, poderá acender mais tarde, mas não muito tarde a
ponto de não haver mais transeuntes nas ruas ou mem-
bros da família acordados em casa, para cumprir com
a obrigação de divulgar o milagre de Chanucá. Durante
a primeira meia hora, por respeito ao acendimento das
velas, devemos tratar de não realizar nenhum trabalho
– especialmente as mulheres, que tiveram participação
decisiva relacionada com os acontecimentos da história
de Chanucá.
Os sefaradim costumam acender uma chanukiyá
por casa, devendo, de preferência, ser acesa pelo chefe
da família com a presença de todos.
As mulheres têm a mesma obrigação que os ho-
mens de acender as velas. Portanto, num lugar onde só
moram mulheres, uma delas deve acender a chanukiyá
e recitar as respectivas bênçãos.
Os ashkenazim têm o costume de que cada mem-
bro da família acende sua própria chanukiyá, exceto as
mulheres. As esposas devem acender somente quando
o marido está ausente.
Na sexta-feira, véspera do Shabat, as velas de Cha-
nucá são acesas antes daquelas que correspondem ao
Shabat. Deve-se preparar uma maior quantidade de
azeite ou velas de tamanho maior, a fim de assegurar
que ardam até meia hora após o nascer das estrelas.
Sábado à noite, motsaê Shabat, acendem-se as luzes
depois do término do Shabat – após a Havdalá.
Neste ano, a primeira vela de Chanucá deve ser
acendida na noite de Domingo, dia 6 de dezembro. A
vela deve ser posicionada no lado direito da chanukiyá.
A partir da segunda noite, acrescenta-se, a cada
noite, uma nova vela à esquerda das primeiras. Costu-
ma-se colocar as velas na chanukiyá da direita para a
esquerda, mas devem ser acendidas da esquerda para
a direita (veja ilustração). Ou seja, acende-se primeiro a
vela correspondente àquela noite e, em seguida, a que
Comemorando
46 Kislev / Tevet 5776
foi acesa na noite anterior.
Deve-se sempre acender as velas da
esquerda para a direita. Quando pronun-
ciar a berachá, a vela mais próxima de
quem recita a berachá deverá ser a vela
daquela noite – a da esquerda.
Todas as noites recita-se as seguintes
berachot (pronunciar os hífens nos no-
mes de D’us como a letra “o”).
Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech
haolam asher kideshánu bemitsvotav
vetsivánu lehadlic ner Chanucá (os
ashkenazim terminam com: ner shel
Chanucá).
Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech
haolam sheassá nissim laavotênu
bayamim hahem bazeman hazê.
Que significam:
A fonte das bênçãos és Tu, Hashem
nosso D’us, Rei do Universo, Que nos
santificou com Seus preceitos e nos or-
denou acender a vela de Chanucá.
A fonte das bênçãos és Tu, Hashem
nosso D’us, Rei do Universo, Que fez
milagres para os nossos antepassados
naqueles dias nesta época.
Na primeira noite acrescenta-se uma
terceira berachá antes de acender. Aque-
les que, por algum motivo, deixaram de
acender na primeira noite, quando acen-
derem pela primeira vez, também devem
recitar a terceira berachá:
Baruch atá Ad-nay El-hênu Mêlech
haolam shehecheyánu vekiyemánu
vehiguiyánu lazeman hazê.
Que significa:
A fonte das bênçãos és Tu, Hashem
nosso D’us, Rei do Universo, Que nos deu
vida e nos fez existir e nos fez alcançar
esta época.
Há quem costuma acender as velas
com o auxílio do shamash e há os que
utilizam uma outra vela. De qualquer
forma, as bênçãos devem ser proferi-
das imediatamente antes do acendi-
mento da vela da noite (e não antes do
shamash).
Se uma vela se apagar durante o
período da meia hora desde o apareci-
mento das estrelas, exceto no Shabat,
costuma-se reacendê-la sem recitar
novamente as bênçãos. É permitido
apagar as velas ou mudá-las de lugar
depois que arderam o tempo mínimo
necessário de 30 minutos, exceto na
sexta-feira à noite.
Se, por qualquer motivo, alguém não
pôde acender as velas de Chanucá em
uma das noites, deverá continuar a acen-
der na noite seguinte conforme o núme-
ro correspondente. Por exemplo: se não
acender na quarta noite, deverá acender
cinco velas na quinta noite.
Também na sinagoga deve-se acender as velas de Chanucá, pro-clamando assim o milagre ocorrido; porém, nenhum dos presentes, nem mesmo o encarregado de acendê--las, fica por isso isento de acender as velas em sua casa.
Comemorando
47
Baruch Atá Ad-nai El-hênu Mêlech haolam asher kideshánu bemitsvotav vetsivánu lehadlic ner Chanucá.
Baruch Atá Ad-nai El-hênu Mêlech haolam sheassá nissim laavotênu bayamim hahem bazeman hazê.
Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech haolam shehecheyánu vekiyemánu vehiguiyánu lazeman hazê.
Os ashkenazim terminam com:ner shel Chanucá.
Na primeira noite acrescenta-se uma terceira berachá antes de acender:
Todas as noites, acende-se o Shamash (ou uma outra vela auxiliar) e depois recita-se as seguintes berachot:(Pronunciar os hífens nos nomes de D’us como a letra “o”.)
GUIA PRÁTICO DO ACENTIMENTOCom horários exclusivos para a cidade de São Paulo
ACRESCENTAR UMA VELA A CADA NOITE E ACENDER DA ESQUERDA PARA A DIREITA
1ª Noite
2ª Noite
3ª Noite
4ª Noite
5ª Noite
6ª Noite
7ª Noite
8ª Noite
ACENDENDO A CHANUKIYÁ NA 3ª NOITE
Na terceira noite, por exemplo, deve-se recitar as duas berachot e proceder da seguinte forma:
1º - Acender a vela nova, a da esquerda;
2º - Acender a vela logo à direita;
3º - Por fim, acender a seguinte à direita.
1ª Noite
25kislev
DOMINGO, 6/DEZa partir das 20h13m
2ª Noite
26kislev
SEGUNDA-FEIRA, 7/DEZa partir das 20h14m
3ª Noite
27kislev
TERÇA-FEIRA, 8/DEZa partir das 20h15m
4ª Noite
28kislev
QUARTA-FEIRA, 09/DEZa partir das 20h15m
5ª Noite
29kislev
QUINTA-FEIRA, 10/DEZa partir das 20h16m
7ª Noite
1Tevet
SÁBADO, 12/DEZ após a havdalá, a partir de 20h27m
8ª Noite
2Tevet
DOMINGO, 13/DEZa partir das 20h18m
6ª Noite
30kislev
SEXTA-FEIRA, 11/DEZantes do acendimento das velasde Shabat, que é às 19h27m. Deve haver azeite suficiente para as chamas arderem até as 20h47m.
48 Kislev / Tevet 5776
Aconteceu
KislevDia 25Yortsait do Rav
Yaacov Etlinger, autor do livro Aruch Laner (5632/1871).
Dia 2Yortsait do Rav
Aharon Kotler, rosh Yeshivat Lakewood Êts Chayim (5723/1962).
Dia 1 .................................• Yortsait do Rav Yossef She
muel de Cracóvia, autor da Messorat Hashás.
Dia 2 .................................• Yortsait do Rav Natan Meir
Wachtfoigel, mashguía-ch de Yeshivat Lakewood (5759/1998).
• Yortsait do Rav Aharon Kotler, rosh Yeshivat Lake-wood Êts Chayim (5723/1962).
Dia 4 .................................• Yortsait do Rav Eliyáhu Kovo,
autor do livro Shut Adêret Eliyáhu.
Dia 5 .................................• Yortsait do Maharshá, Rav
Shemuel Eliêzer Halevi Eidels, considerado ga-dol hador de sua geração (5391/1630).
Dia 6 .................................• Yortsait do Rav Chayim
Shemuel Lopian, autor de Recha Shmaitsa, filho do Rav Eliyáhu Lopian (5760/1999).
Dia 7 .................................• Falecimento do Rei Hero-
des, dia comemorado como yom tov em Meguilat Taanit (3758/3 a.e.c).
Dia 9 .................................• A nona hora do nono dia do
nono mês é um “canal de toda abundância” (Chêssed Leavraham de Slonim em nome do Berit Menuchá).
Dia 10 ...............................
• Yortsait do Rav Moshê Mor-
dechay Epstein, o Levush Mordechay, rosh yeshi-vá de Slobodka-Chevron (5694/1933).
• Yortsait do Rav Isser Zalman Meltser, autor do livro Êven Haêzel (5714/1953).
Dia 12 ...............................• Yortsait do Maharshal, Rav
Shelomô Luria, autor de Yam Shel Shelomô (5334/1573).
Dia 13 ...............................• Yortsait de Ravina berê Derav
Huna, corredator do Talmud Bavli. Ele foi o último amorá vivo (4260/499).
Dia 14 ...............................• Yortsait do Rav Avraham
Sitehon de Alepo, autor do livro Milel Leavraham (5577/1816).
• Yortsait do Rav David Abuchatsira, irmão do Baba Sali, morto al kidush Hashem (5680/1919).
• Yortsait do Rav Mordechay Yaacov Breisch de Zurich, autor de Chelcat Yaakov (5737/1976).
Dia 15 ...............................• Yortsait do Rabênu Haca-
dosh, Rabi Yehudá Ha-nassi, redator da Mishná (3978/~217).
• O Chayê Adam, Rav Avraham Danzig, estabele-ceu o Pulver Purim, comemo-rando uma salvação milagro-sa (5565/1804).
Dia 17 ...............................• Yortsait do Saba de No-
vardok, o Rav Yossef Yozel Horowitz (5680/1919).
Dia 18 ...............................• Yortsait do Rav Avraham
Hachassid ben Harambam, autor de Hamaspic Leovdê Hashem.
• Judeus de Strasburgo foram proibidos de praticar a circuncisão, usar barbas e possuir livros judaicos (5554/1793).
• Yortsait do Rav Baruch de Mezibush, neto do Báal Shem Tov (5572/1811).
Dia 19 ...............................• Yortsait do Maguid de
Mezritch, Rav Dov Ber, sucessor do Báal Shem Tov (5533/1772).
Dia 20 ...............................• O profeta Ezrá (Ezrá 10:9-
13) obrigou os judeus de Jerusalém a desfazerem seus casamentos mistos (3414/348 a.e.c.).
• Yortsait do Rav Yitschac Hutner, rosh Yeshivat Páchad Yitschac, Chayim Berlin e autor da famo-sa obra Páchad Yitschac (5741/1980).
Dia 21 ...............................• Yortsait do Rav Tsevi Pêssach
Frank, Rav de Yerushaláyim (5721/1960).
Dia 22 ...............................• Yortsait do Rav Avraham
Abuchatsira (5734/1973).
• Yortsait dos dois maguidim de Yerushaláyim, o Rav
Shabetay Binyamin Yuda-levitch (5757/1996) e o Rav Shalom Mordechay Shwa-dron, neto do Maharsham (5758/1997).
Dia 24 ...............................• Yortsait do Rav Chayim
Chizkiyáhu Medini, o Sedê Chêmed (5665/1904).
Dia 25 ...............................• Yortsait do Raavad III, Rabi
Avraham ben David, Báal Hassagot, contemporâneo do Rambam, o Maimônides (4958/1198).
• Yortsait do Rabi Avraham, filho do Gaon de Vilna (5569/1808).
• Yortsait do Rav Yaacov Etlinger, autor do livro Aruch Laner (5632/1871).
• Primeiro dia de Chanucá, a Festa das Luzes.
Dia 27 ...............................• Final dos quarenta dias do
Dilúvio.• Yortsait do Rav Chayim Mi-
tchernobil, autor do li-vro Beer Máyim Chayim (5573/1812).
• Yortsait do Rav Avraham Yitschac Hacohen Kahan, autor do livro Toledot Aharon (5747/1986).
Dia 28 ...............................• Yortsait do Rav Ezrá Hamoui,
rosh av bêt din em Alepo (5706/1945).
Dia 29 ...............................• Yortsait do Peri Chadash, Rav
Chizkiyá ben David di Silva (5458/1697).
Dia 25Primeiro
dia de Chanucá.
Kislev / Tevet 5776 49
Dia 9Cerimônia de
difamação do capitão francês Albert Dreyfus falsamente acu-sado de traição (5655/1895).
TevetDia 20Yortsait do
Rabi Moshê ben Maymon, o Rambam (4965/1204).
Dia 24Yortsait do
Rav Eliyáhu Eliêzer Des-ler, autor da obra Michtav Meeliyáhu (5714/1953).
Dia 1 .................................• Yortsait de Avraham Avínu
(Bavá Batrá 91a). Conforme outras fontes, 1 de tishri ou 1 de nissan (Moed Catan 28a). Início da praga de granizo no Egito (2448/1313 a.e.c.).
• Yortsait do Chavot Yair, Rav Yair Chayim Bachrach (5462/1701).
• O general norte-americano Joseph T. MacNarney garan-tiu anistia a 800.000 “peque-nos nazistas” após a Segunda Guerra Mundial em vez de processá-los (5707/1946).
Dia 2 .................................• A cidade judaica de Rosh
Piná foi fundada na Galileia por 130 judeus romanos que chegaram em Beirute (5643/1882).
Dia 3 .................................
• Yortsait do Rav Chayim Leib Shmulevits, rosh Yeshivat Mir, Jerusalém (5739/1979).
Dia 4 .................................• Yortsait do Rav Chayim Shaul
Hacohen Dweck, um dos grande mecubalim sírios alepinos em Yerushaláyim,
rosh Yeshivat Hamecubalim Bêt Kel (5694/1933).
• Yortsait do Rav Yaacov Shaul Kassin, líder da comunidade síria Maguen David em Nova Iorque (5755/1994).
Dia 7 .................................• Yortsait do Rav Tsvi,
f ilho do Báal Shem Tov (5540/1779).
• Yortsait do Rav Refael Shelomô Laniado, autor de Hamaalot Lishlomô e Bêt Dinô Shel Shelomô. A família Laniado, originária do seu progenitor Shemuel Laniado da Espanha, era uma das mais famosas e bem estabe-lecidas famílias em Alepo, na Síria (5554/1793).
Dia 8 .................................• Taanit tsadikim, comemo-
rando a tradução da Torá (a Septuaginta) para uma língua estrangeira (grego) sob ordens do rei Ptolomeu (Shulchan Aruch 580:2) (3515/247 a.e.c.).
• Adolf Eichmann yimach shemô é sentenciado à morte (5722/1961).
Dia 9 .................................• Yortsait de Ezrá Hassofer
ben Sheriyá (3442/320 a.e.c.) e Nechemyá ben Hachalyá (3392/372 a.e.c.).
• Taanit tsadikim por algum “sofrimento não específico” (vide Shulchan Aruch Ôrach Chayim 580:2 com Mishná Berurá).
• Yortsait de Rabi Ezrá de Gerona, um dos Baalê Ha-tossafot e Rav do Ramban na
Cabalá (4987/1227).• Execução de Sadam Hus-
sein por enforcamento (5767/2006).
• Cerimônia de difamação do capitão francês Albert Dreyfus falsamente acusado de traição (5655/1895).
Dia 10 ...............................• Jejum de Assará Betevet.
Benayáhu ben Yehoyadá venceu os dois comandantes de Moav e matou um leão (Targum Rav Yossef em Divrê Hayamim I 11:22).
• Nevuchatnetsar, rei da Babi-lônia, iniciou o cerco de Je-rusalém que durou 30 meses (3338/424 a.e.c.).
• Yortsait de Zecharyá ben Berachyá Hanavi e de Mal’achi Hanavi (3448/313 a.e.c.).
• Os judeus de Varsóvia foram proibidos de cumprimen-tar um alemão em público (5701/1941).
Dia 11 ...............................• Purim de Mezhibush. Os
judeus de Mezhibush foram salvos neste dia (e no dia se-guinte) de pogroms durante as guezerot de Tach Vetat (5408/1647).
• Expulsão dos judeus da Áus-tria (5430/1667).
• Yortsait do Rav Shelomô Ei-ger, filho do Rabi Akiva Eiger e autor do Guilyon Hamahar-shá (5612/1852).
• Escritores judeus e outras figuras cultas judaicas foram executadas na União Sovié-tica na “Noite dos Poetas Assassinados” (5712/1952).
Dia 12 ...............................• Yechezkel profetizou para o
Par’ô (Yechezkel 29:1).• Yortsait do Rav Moshê Mar-
gulies de Amsterdã, o Penê Moshê no Talmud Yerushalmi (5541/1781).
Dia 13 ...............................• Yortsait do Rav Yechiel Mor-
dechay Gordon, rosh Yeshivat Lomja (5725/1965).
Dia 14 ...............................• Purim Chevron, que comemora
a descoberta milagrosa de um saco com 50.000 moedas de ouro em um peitoril da janela da sinagoga – a quantidade exa-ta que o Pashá exigira em troca da revogação de sua ordem de expulsão (5501/1741).
Dia 15 ...............................• Rachel Imênu ficou grávida.
Dia 16 ...............................• Purim Bagdá, que comemora a
conquista de Bagdá pelo líder turco Sultão Morad IV com a ajuda dos judeus. Em geral, a vida dos judeus era melhor quando os otomanos governa-vam a cidade. Quando os xiitas persas governavam, a situação era muito difícil, para dizer o mínimo. (5399/1639).
Dia 17 ...............................• Yortsait do Rav Yaacov
Kranz, o Maguid Midubna (5564/1804).
• O Xá fugiu do Irã, para nunca mais voltar. Em seguida, os simpatizantes do Ayatolá Khomeini derrubaram o go-verno Bahktiar (5739/1979).
Aconteceu
50 Kislev / Tevet 5776
Dia 18 ...............................• Rav Huna bar Mar Zutra,
líder (resh galuta) dos judeus da Babilônia e Rav Me-sharshyá bar Pecod foram mortos al kidush Hashem pelas autoridades persas em Pumbedita. Rav Amemar bar Mar Yenuka também foi pre-so com eles e foi morto dois meses depois (4229/469).
• Bogdan Chmielnicki entrou em Kiev triunfante. A maio-ria dos judeus foram sucum-biram nos massacres de Tach Vetat (1648-1649). Os mais afortunados foram pegos como cativos pelos tártaros e resgatados em Constantino-pla (5409/1649).
• O último auto de fé no Novo Mundo teve lugar no Peru. Dona Ana de Castro foi acusado de judaização e queimada na fogueira, Hy”d (5496/1736).
• Yortsait do Rav Alexander Ziskind de Horodna, autor da obra Yessod Veshôresh Haavodá (5554/1794).
Dia 19 ...............................
• A Igreja Católica fechou as duas sinagogas existentes no Recife, entre elas, a Kahal Zur Israel, primeira sinagoga das Américas (5398/1637).
• Yortsait do Rav Avraham Shemuel Binyamin Sofer, o Ketav Sofer (5632/1871).
• Israel capturou o “Karine-A”, um barco com 50 toneladas de armamentos provindos do Irã com destino à Autoridade Palestina (5762/2002).
• Yortsait do Rav Ariyê Leib Hacohen, autor do Ketsot Hachôshen (5673/1812).
Dia 20 ...............................• A primeira massêchet do
Talmud Bavli, Berachot, foi impressa por Yehoshua Soncino, na Itália. Ela incluía os comentários de Rashi, Tossefot, Piskê Tossefot e os meforashim do Rambam e de Mordechay ben Hilel (5243/1483).
• Yortsait do Rav Yaacov Abu-chatsira, neto do fundador da família Abuchatsira, Rav Shemuel, e filho do Rav Mas-sud (5640/1880).
• Os nazistas proibiram os judeus de se congregarem em sinagogas ou casas para rezarem (5700/1940).
• Yortsait do Rabi Moshê ben Maymon, o Rambam (4965/1204).
Dia 21 ...............................• Nascimento e yortsait de
Shim’on, filho de Yaacov Avínu (2194/1567 a.e.c.). Conforme outras fontes, 28 de tevet.
Dia 23 ...............................
• Yortsait do Rav Mordechay Gifter, rosh Yeshivat Telshe,
Cleveland (5761/2001).• Alexandre I da Rússia expul-
sou todos os judeus de Mohi-lev e Vitebsk (5585/1825).
Dia 24 ...............................• Yortsait do Báal Hatanya,
Rav Shneur Zalman de Liadi (5573/1812).
• Yortsait do Rav Meir Ei-senstadt, o Panim Meirot (5612/1852).
• Israel e Egito assinam acordo após Guerra do Yom Kipur (6734/1974).
• Yortsait do Rav Eliyáhu Eliêzer Desler, autor da obra Michtav Meeliyáhu (5714/1953).
Dia 25 ...............................• Encontro histórico entre
Shim’on Hatsadic e Alexan-dre, o Grande (3442/320 a.e.c.).
• Primeira publicação do livro Chovot Halevavot do Rabênu Bachyê ben Yossef Ibn Pacu-da (5319/1559).
• Yortsait do Rav Moshê Tocatinski, mashguiach de Yeshivat Slabodka.
Dia 26 ...............................• Yortsait do Rav Moshê
Chay de Picciotto de Alepo (5576/1816).
• Yortsait do Rav Shalom Yits-chac Mizrahi, autor da obra Divrê Shalom (5755/1995).
Dia 27 ...............................• Yortsait do Rav Maimon ben
Attar de Alexandria, autor do livro Taamê Hamicrá (5718/1958).
• Yortsait do Rav Shimshon Refael Hirsch de Frankfurt.
Dia 28 ...............................• Judeus do Cairo escaparam
de um massacre e come-moram um dia de “Purim” (5284/1524).
• Yortsait do Rav Avraham An-tebi de Alepo, autor do livro Yoshev Ohalim (5618/1858).
Dia 29 ...............................• Napoleão capturou a cidade
de Yafo (5559/1799).
• Yortsait do Rav Moshê Yehoshua Yehudá Leib Diskin, o Maharil Diskin (5658/1898).
• Yortsait do Rav Meir Chadash, mashguiach de Yeshivat Che-vron (5749/1989).
• A cidade de Recife é conquis-tado por Portugal, dando fim à florescente comunidade judaica local. Fugindo de Recife para a Holanda, 23 so-breviventes de um naufrágio chegaram a Nova Amsterdã em 12 de setembro de 1654. Fundaram a Congregação Sheerit Yisrael, dando início ao primeiro assentamento permanente na cidade, que até então servia apenas de entreposto comercial e abrigava temporariamente comerciantes e navegadores. Em 8 de setembro de 1664, o nome da cidade foi mudado para Nova Iorque (5414/1654).
• Yortsait do Rav Yitschac Ka-duri, “Ancião dos Mecubalim” (5766/2006).
Aconteceu
Kislev / Tevet 5776 51
Kislev 13 de Novembro de 2015 a 12 de Dezembro de 2015
5776
CHANUCÁDe 7 a 14 de dezembro de 2015.
Primeira vela - Domingo, dia 6 de dezembro à noite.Oitava vela - Domingo, dia 13 de dezembro à noite.
Em Chanucá é proibido jejuar.Durante os dias de Chanucá não se diz Tachanun, recita-se o Halel completo
e faz-se as leituras especiais na Torá. Nesta festa, instituída por nossos sábios, celebramos a grande salvação que D’us proporcionou aos macabeus,
que apesar de serem poucos, se comparados com as forças helenísticas, derrotaram-nas. Comemoramos também o milagre da ânfora de azeite, cujo conteúdo bastava para um único dia, mas que durou oito – o tempo
necessário para a produção de novo azeite puro.Chanucá quer dizer inauguração (ou consagração) e refere-se à
reconsagração do Templo ao serviço Divino, após ter sido profanado com imagens e práticas pagãs durante o domínio greco-assírio.
Chanucá é observada durante oito dias, a partir do dia 25 de kislev, com o acendimento da chanukiyá ao anoitecer.
De preferência, acende-se a chanukiyá imediatamente após o aparecimento das estrelas e não muito tarde a ponto de não haver mais transeuntes nas
ruas ou membros da família acordados em casa, para cumprir a obrigação de divulgar o milagre. Durante meia hora após o acendimento, em honra às luzes de Chanucá, evitamos realizar qualquer trabalho – especialmente
as mulheres, pois elas tiveram participação decisiva no desfecho dos acontecimentos da história de Chanucá. Tanto os homens quanto as mulheres
têm obrigação de acender as luzes de Chanucá. Porém, mulheres casadas somente devem acender quando o marido está ausente. Os sefaradim
costumam acender uma chanukiyá por casa, devendo, de preferência, ser acesa pelo chefe da família com a presença de todos. Os ashkenazim têm o
costume de cada membro da família acender a sua própria chanukiyá, exceto as mulheres. Costuma-se colocar as velas na chanukiyá da direita para
a esquerda, mas devem ser acesas da esquerda para a direita. Há quem costuma acender as velas com o auxílio do shamash e há os que utilizam
uma outra vela. De qualquer forma, as bênçãos devem ser proferidas antes do acendimento da vela do dia – e não antes do acendimento do shamash.
ROSH CHÔDESHQuinta e sexta-feira, dias 12 e 13 de novembro.Não se fala Tachanun no dia.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.
BIRCAT HALEVANÁPERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi): Quarta-feira, dia 18 de novembro, às 20h01m (em São Paulo, no horário de verão).
Final: Madrugada de quinta-feira, 26 novembro,até às 06h11m (em São Paulo, no horário de verão).
BARECH ALÊNUComeça-se a recitar o trecho de Barech Alênu (veten tal umatar) nas amidot a partir do Arvit de motsaê Shabat, dia 5 de dezembro.
Datas & Dados
Chanucá Sameach34940000
www.viababush.com.br
Sob rigorosa supervisão:Rav. Y. D. Horowitz Shlita
52 Kislev / Tevet 5776
Tevet 13 de Dezembro de 2015 a 10 de Janeiro de 2016
5776
ROSH CHÔDESHSábado e Domingo, dias 12 e 13 de dezembro.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Não se fala Tsidcatechá em Minchá de ShabatAcrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se o Halel completo (por ser Chanucá) em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi): Sexta-feira, 18 de dezembro, às 03h19m
(em São Paulo, no horário de verão).Final: Noite de sexta-feira, 25 de dezembro,
às 21h41m (em São Paulo, no horário de verão).
JEJUM 10 DE TEVETTerça-feira, 22 de dezembro.Início - 05h00m. Término - 20h23m (em São Paulo, no horário de verão).Foi nesta data que Nabucodonossor, rei da Babilônia, completou o cerco de Jerusaléme a cidade passou a sofrer as consequências deste sítio. Este foi o início do processo que culminou com a destruição do Primeiro Templo e o Exílio Babilônico.
Datas & Dados
Jacob Freilich e Família
desejam paz e prosperidade
para toda a kehilá!
Kislev / Tevet 5776 53
HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE SHABAT EM SÃO PAULO
Já considerando o horário de verão
13 de novembro - 19h07m20 de novembro - 19h12m27 de novembro - 19h17m04 de dezembro - 19h22m11 de dezembro - 19h27m
18 de dezembro - 19h31m25 de dezembro - 19h34m01 de janeiro - 19h37m08 de janeiro - 19h38m15 de janeiro - 19h39m
PARASHAT HASHAVUA
14 de novembro - Parashat: Toledot Haftará: Massá Devar Hashem21 de novembro - Parashat: Vayetsê Haftará: Veami Teluim (sefaradim)28 de novembro - Parashat: Vayishlach Haftará: Chazon Ovadyá (sefaradim)05 de dezembro - Parashat: Vayêshev Haftará: Cô Amar Hashem12 de dezembro - Parashat: Mikets Haftará: Roni Vessimchi (Chanucá)19 de dezembro - Parashat: Vayigash Haftará: Vayhi Devar Hashem26 de dezembro - Parashat: Vaychi Haftará: Vayicrevu Yemê David02 de janeiro - Parashat: Shemot Haftará: Divrê Yirmeyáhu (sefaradim)09 de janeiro - Parashat: Vaerá Haftará: Cô Amar Hashem Elokim16 de janeiro - Parashat: Bô Haftará: Hadavar Asher Diber Hashem
HORÁRIO DAS TEFILOT Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê).Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil) e 08h45m (ashkenazim).Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m. Minchá - De domingo a quinta -18h35m e 19h00m.Arvit - De domingo a quinta - 18h50m, 19h15m e 20h00m.
MINCHÁ DE ÊREV SHABATJá considerado o horário de verão
Shir Hashirim será recitado 15 minutos antes de Minchá
13 de novembro - 19h07m20 de nobembro - 19h12m27 de nobembro - 19h17m04 de dezembro - 19h22m11 de dezembro - 19h27m18 de dezembro - 19h31m25 de dezembro - 19h34m01 de janeiro - 19h37m08 de janeiro - 19h38m
Próximas Comemorações Judaicas
Já considerado o horário de verão14 de novembro - 18h40m21 de novembro - 18h45m28 de novembro - 18h50m05 de dezembro - 18h55m12 de dezembro - 19h00m19 de dezembro - 19h05m26 de dezembro - 19h10m02 de janeiro - 19h10m09 de janeiro - 19h10m
Jejum Taanit Ester (13/adar II /5776)
Purim (14/adar II /5776)
Shushan Purim (15/adar II /5776)
24/mar/16
23/mar/16
25/mar/16
22/abr/16
23/abr/16
29/abr/16
30/abr/16
1ª noite de Pêssach (15/nissan/5776)
2ª noite de Pêssach (16/nissan/5776)
7º dia de Pêssach (21/nissan/5776)
8º dia de Pêssach (22/nissan/5776)
Quarta
Quinta
Sexta
Sexta
Sábado
Sexta
Sábado
25/jan/16Tu Bishvat (15/shevat/5776) Segunda
12/jun/16
13/jun/16
24/jul/16
1º dia de Shavuot (6/sivan/5776)
2º dia de Shavuot (7/sivan/5776)
Jejum 17 de Tamuz (18/tamuz/5776)
Domingo
Segunda
Domingo
14/ago/16Jejum Tish’á Beav (10/av/5776) Domingo
Segunda
Segunda
Segunda
Terça
Terça
Terça
Domingo
Domingo
Domingo
Quarta
Quarta
1º dia de Rosh Hashaná (1/tishri/5777)
2º dia de Rosh Hashaná (2/tishri/5777)
Jejum Tsom Guedalyá (3/tishri/5777)
Yom Kipur (10/tishri/5777)
1º dia de Sucot (15/tishri/5777)
2º dia de Sucot (16/tishri/5777)
Hoshaná Rabá (21/tishri/5777)
Shemini Atsêret (22/tishri/5777)
Simchat Torá (23/tishri/5777)
3/out/16
4/out/16
5/out/16
17/out/16
12/out/16
18/out/16
23/out/16
24/out/16
25/out/16
25/dez/16
8/jan/17
1º dia de Chanucá (25/kislev/5777)
Jejum Assará Betevet (10/tevet/5777)
MINCHÁ DE SHABAT
Datas & Dados
54 Kislev / Tevet 5776
TABELA DE HORÁRIOS KISLEV / TEVET 5776ACRESCENTAR UMA HORA DURANTE O HORÁRIO DE VERÃO
São Paulo
Dia Zeman Tefilin
Nets Hachamá (nasc. Sol)
Alot Hashá-
charChatsot
Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-
do-sol)
Minchá Guedolá de alot
a tsetdo nets à shekiá
de alot a tset
do nets à shekiá
de alot a tset (72m)
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Datas & Dados
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“Um Presente Como Aquele!...”
Chayim Walder
Meu nome é Michael.Eu moro em Rechovot. Estudo na quarta série e sou considerado um bom menino.Tenho a mochila mais velha da classe. Ganhei-a do meu irmão mais velho, que
também a recebeu do meu irmão primogênito.Meus pais não têm dinheiro, e eu acho que nós somos chamados de pobres.Às vezes eu ouço na classe histórias sobre pobres. Meus colegas imaginam
que hoje em dia não existem casos desse tipo. Porém conosco, pelo jeito, é uma história de vida.
Das histórias que o professor conta, parece a todos que os pobres são coitados, e eu também pensava assim no começo. Porém, quando falei com meu pai, ele me lembrou do ditado “Ezehu ashir? Hassamêach bechelcô – Quem é rico? Aquele que é feliz com o que tem”. Ele me disse que há pessoas que têm muito dinheiro mas são
De Criança Para Criança
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muito tristes, pois ninguém gosta delas, ou porque não estão satisfeitas com o que têm, ou por outras razões.
“Amor e felicidade não se compram com dinheiro”, disse papai. E é verdade. Na nossa casa existe muito amor, apesar de não termos nada de dinheiro.
Meu pai se orgulha muito de mim. Ele disse que prefere ter menos dinheiro ain-da, contanto que eu continue a ser tão aplicado. E, verdade, eu me esforço muito para que meu pai seja feliz com o que tem, e seja “rico”.
Há alguns dias atrás foi o aniversário do meu pai. Pais não festejam aniversário. Principalmente o meu, que é muito sério e não tem dinheiro para isso. Mas eu decidi comprar um presente para ele.
Meu pai tem uma caneta-tinteiro de ouro, que ele herdou do seu pai. Caneta-tin-teiro é uma caneta estranha. Ela se parece com a pena de escrever dos soferim que escrevem a Torá. Para escrever, deve-se colocar tinta de uma garrafinha que é muito cara. Antigamente todas as canetas eram desse tipo.
Papai é escritor. Ele escreve quase todos os dias comentários sobre nossos livros sagrados. Apesar de gostar muito de escrever com a caneta-tinteiro, ele não tem dinheiro para comprar a tinta. Então ele usa uma caneta comum e a outra fica guar-dada dentro de uma caixa na gaveta da escrivaninha.
Decidi comprar para o papai uma garrafinha de tinta de surpresa. Eu sabia quão feliz ele iria ficar. Mas eu também não tinha dinheiro. Comecei a procurar algo valioso meu, porém logo cheguei à conclusão de que não tinha nenhum objeto pelo qual alguém me pagaria algum dinheiro. Meu estojo estava quebrado, minha mochila rasgada...
De repente me lembrei da minha nova calculadora de bolso. Eu a ganhara uma semana antes por tirar a nota mais alta da classe em matemática. Ela nunca tinha sido usada porque não tinha baterias. Na papelaria me disseram que aquelas bate-rias pequenas custavam quarenta shekalim e eu não tive coragem de pedir ao papai uma quantia tão grande de dinheiro.
Levei a calculadora dentro da caixa para a papelaria e pedi ao vendedor que a trocasse pela garrafinha de tinta. Ele me deu em troca dez garrafinhas. Voltei para casa muito contente. “Agora o papai terá tinta suficiente para alguns anos”, pensei. “Ele ficará muito feliz com o presente!”
Eu nem fiquei triste pela perda da calculadora. Eu gosto do papai mais do que qualquer coisa e, fora isso, de qualquer jeito não poderia usá-la.
Cheguei em casa e esperei pelo papai; até que ele chegou tarde da noite. “Olá!”, ele disse e virou-se para mim:
– Meu querido Michael, mostre-me a sua calculadora.
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– A calculadora... – eu falei. – Não está aqui...– Como não? – perguntou o papai assustado. – O que aconteceu com ela?– Vvve... vendi, papai – respondi.– Vendeu?! – ele exclamou com um profundo desgosto em sua face. – Por quê?– Troquei-a por um presente pelo seu aniversário! – respondi sorrindo.O rosto do papai empalideceu.– O que aconteceu, papai? – perguntei.Ele tirou do bolso um pacote e entregou-o para mim.– Queria comprar-lhe um presente pelo seu sucesso nos estudos – ele respondeu.Abri o pacote e logo entendi por que meu pai estava tão pálido. Eram dez bate-
rias para a minha calculadora. A que eu vendi.Ficamos em silêncio.– Não faz mal, papai – eu disse por fim. – Pelo menos abra o presente que eu
lhe comprei.Ele abriu o pacote e olhou para as dez garrafinhas de tinta. De repente, soltou
um suspiro de arrebentar o coração.– O que aconteceu, papai? Por que você está suspirando? – perguntei.– Você comprou garrafinhas de tinta para a minha caneta-tinteiro – ele respon-
deu – e justo hoje eu a vendi, para poder comprar as baterias...Durante longo tempo ficamos abraçados – papai e eu. Eu não ousava olhar para
o seu rosto. No final eu olhei e vi que, apesar das lágrimas, ele estava sorrindo.– Michael – disse-me papai – você sabe por que as pessoas compram presentes
umas para as outras?– Sim – respondi. – Para demonstrar o seu amor.– Você me deu o presente mais precioso do mundo! Será que há uma demons-
tração maior do que esta? – ele perguntou, apontando para as garrafinhas.De repente eu senti que era o menino mais rico do mundo, o mais amado do
mundo, que tem o melhor pai do mundo.Este foi o melhor presente que ganhei na minha vida; e aquele foi o aniversário
mais feliz que o papai teve.Nós somos muito felizes!
Tradução de Guila Koschland WajnrytPermissões exclusivas para a Nascente
Leiluy Nishmat
Aldo Michel Mizan ben Olga z ’’l
Israel Iossef ben Isser z ’’l
Nissim ben Emilie z’’l
Raffaele ben Salha Piciotto z ’’l
Samuel Michel Mizan ben Olga z’’l
Victor Haim ben Ester z’’l
Ester bat Sofi Shafia z ’’l
Regina Malca bat Adele z ’’l
Rita bat Salma z’’l
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NASCENTEEquipe especializada em diagramação, impressão e distribuição. Equipe especializada em diagramação, impressão e distribuição.
Fone: 11 3822-1416Fone: 11 3822-1416
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Sr. Charles Cohab e Famíliadesejam Chanucá Sameach para toda a comunidade!
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