Estimulação Cognitiva Gerontológica: Neuróbica (Arthur Moreira da Silva Neto, 2012)

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Dicas de Neuróbica para o Trabalho Cognitivo com Pessoas Idosas

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Universidade PortucalenseDepartamento de Ciências da Educação e do Património

Gerontologia – 1º Ciclo

Arthur Moreira da Silva Neto

O Envelhecimento Ativo é cada vez mais defendido como indispensável ao bem-estar das pessoas idosas. Entretanto, por vezes, esquecemo-nos que a atividade mental também é muito importante, além da física.

Nosso Cérebro comanda o nosso Corpo. Logo, precisamos estimulá-lo ao máximo para que ele continue funcionando satisfatoriamente e com o mínimo de falhas.

Também faz parte das atribuições dos Educadores Sociais as Atividades Cognitivas com as pessoas, para que continuem autônomas não apenas física mas também mentalmente.

Sem exercícios cognitivos, o nosso Cérebro tende a atrofiar.

O termo «neuróbica» foi primeiramente utilizado por Lawrence Katz e Manning Rubin no livro «Mantenha Seu Cérebro Vivo».

Trata-se de um conjunto de exercícios para o cérebro, baseado nas mais recentes investigações da neurociência.

Não representam novas atividades à sua rotina, porém fazer de forma diferente aquelas atividades que já são realizadas diariamente.

São exercícios que ajudam a estimular a produção de nutrientes que desenvolvem as células do cérebro, tornando-o mais jovem e forte, e podem ser realizados em qualquer lugar, a qualquer hora.

Princípio: Tipos específicos de estimulação sensorial, particularmente experiências que estão fora da rotina, produzem novos padrões de atividade nos circuitos neurais, e podem produzir um maior número de moléculas de neurotrofina que estimulam o crescimento dos dendritos.

Atividade:

O dedo é a caneta e as costas o papel.

Princípio: Quase tudo que

aprendemos é resultado da

capacidade do cérebro de formar

associações. Como a memória

pode ser armazenada em

diferentes áreas do córtex

cerebral, quanto mais forte a

rede associações ou

representações no cérebro, mais

protegido ele estará contra a

perda de qualquer representação

específica (Karl Lashley).

Atividades: - Revisando

vocabulário com massa de modelar;

- Identificação de alimentos com os olhos vendados;

- Identificação táctil de objetos.

Princípio: O olfato desempenha um importante papel na memória. Associações baseadas no olfato são formadas rapidamente e persistem por muito tempo. O sistema olfativo tem conexões diretas com o córtex, o hipocampo e outras áreas do sistema límbico envolvidas no processamento de emoções.

É por isso que determinados aromas são capazes de desencadear reações emocionais, fazendo-nos lembrar de eventos relacionados com eles.

Atividade:

Cheiros e lembranças

Princípio: Quando envelhecemos, nosso círculo social tende a encolher. Fazemos um grande favor ao nosso cérebro quando encontramos oportunidades de ampliar nosso círculo de amizades, pois situações sociais são imprevisíveis, dando-nos a oportunidade de vivenciarmos situações que não são vulgares. Quando não existe interação social, o desempenho mental é prejudicado. Também Vigotsky acreditava que a linguagem e as relações sociais são a chave para o desenvolvimento cognitivo.

Atividade:

Socioafetiva

Princípio: Quando se é destro, a tarefa de segurar a caneta é geralmente controlada pelo lado esquerdo do cérebro. Quando um destro tenta escrever com a mão esquerda, uma rede de circuitos cerebrais que quase nunca é usada ativa-se no lado direito do cérebro. De repente, o cérebro é incumbido de uma nova tarefa que é desafiadora e potencialmente frustrante.

Atividade:

Ditado com a Mão Não-Dominante

Princípio: Com a exposição

diária e a rotina, o nosso córtex

e hipocampo formam um

“mapa espacial” da nossa casa,

sala de aula ou secretária, de

forma que pouco esforço

mental é necessário para

encontrar objetos familiares.

Mudar a sua localização pode

reativar redes de aprendizagem

espacial. As áreas visual e

sensorial precisam esforçar-se

para reajustar os seus mapas

internos.

Atividade:

Onde é que eles estavam?

Colocar o relógio de pulso no braço diferente ao de costume.

Lavar/escovar os dentes segurando a escova com a outra mão.

Fazer um outro percurso quando for a algum lugar.

Pentear os cabelos utilizando a outra mão para segurar o pente ou escova.

• Diferente de jogos para a memória, quebra-cabeças e palavras cruzadas, a Neuróbica usa combinações surpreendentes dos cinco sentidos e baseia-se em atividades simples e divertidas que podem ser realizadas a qualquer hora - ao acordar, a caminho do trabalho, no jantar com a família e assim por diante.

• O resultado é uma mente mais sadia e capaz de enfrentar qualquer desafio, seja lembrar um nome, aprender um novo programa de computador ou permanecer criativo no trabalho e em todos os setores de sua vida.

Katz, Lawrence e Rubin, Manning (2000) Mantenha o seu Cérebro Vivo. Rio de Janeiro: Editora Sextante.