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ESTRUTURAÇÃO DO MÉTODO DE
CUSTEIO ABC NA UNIDADE CENTRO DA
SICREDI CENTRO LESTE PARA UMA
GESTÃO MAIS EFICIENTE
Daniel Weirich Doki (ULBRA )
danieldw80@hotmail.com
Adriana Porto (ULBRA )
adrianaporto2005@gmail.com
Gilmar Luiz Colombelli (ULBRA )
gcolombelli@via-rs.net
Claudia de Freitas Michelin (ULBRA )
cmichelin30@terra.com.br
Marlon Soliman (UFSM )
marlonsoliman@gmail.com
O Custeio Baseado em Atividades, conhecido como ABC, é um método de
custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo
rateio arbitrário dos custos indiretos que os outros métodos de custeio não
levam em consideração. AA idéia básica do ABC é tomar os custos das
várias atividades da empresa e entender seu comportamento, encontrando
bases que representem as relações entre os produtos e essas atividades. A
presente pesquisa vem demonstrar que a principal finalidade do Método
de Custeio ABC é apropriar os custos às atividades executadas pela
empresa e, então, apropriar de forma justa aos produtos as atividades
segundo o uso que cada produto ou serviço faz dessas atividades. Para
atingir as finalidades que se propõe, foi utilizado como método de
trabalho pesquisa exploratória e descritiva, identificando as etapas do
ABC que primeiramente foi realizado o mapeamento das atividades,
detalhando ao máximo o conjunto de tarefas necessárias para a produção
de bens ou serviços. Seguido da alocação dos custos às atividades por
ordem de prioridade, ou seja, por rastreamento conhecido como
direcionador de custos que é a relação da causa e efeito entre a
ocorrência da atividade e a geração do custo e por último o rateio. Como
resultado verificou-se que o ABC identificou de forma direta quais
atividades consomem mais recursos, e também os custos de cada atividade
de cada departamento e pode contribuir para a definição de metas de
vendas dos produtos e serviços baseados na sua lucratividade, bem como
serve de subsídio para elaboração de ações para a eliminação ou redução
das atividades desnecessárias e que não agregam valor ao produto ou
serviços.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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Palavras-chaves: gestão de custos, custeio ABC, direcionadores
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1. Introdução
Frente a forte concorrência entre as instituições financeiras em conquistar novos clientes, oferecer
melhores produtos e serviços e com valores cada vez mais próximos, entende-se a necessidade de
uma gestão dos custos mais eficiente a fim de viabilizar tal concorrência e possibilitar um melhor
resultado.
Para que isto seja possível, se faz necessário uma ferramenta que proporcione uma avaliação mais
precisa dos custos das atividades e processos, favorecendo a sua redução. Para atender essa
necessidade é que foi desenvolvido um novo sistema de custeio denominado ABC (Activity
Based Costing).
Pelo fato do método de custeio ABC não se limitar apenas ao custeio de produtos e serviços, mas
ser uma poderosa ferramenta a ser utilizada na gestão de custos, auxiliando para fins gerenciais e
estratégicos, trazendo uma visão mais clara dos custos e da lucratividade de maneira a melhorar a
eficiência das atividades é que foi utilizado este método de custeio.
Portanto, o presente trabalho realizado na Unidade Centro da Sicredi Centro Leste, que teve
como problema de pesquisa “Como estruturar o método de Custeio ABC na Unidade Centro da
Sicredi Centro Leste RS para uma gestão de custos mais eficiente?” estruturou novas ferramentas
para possibilitar essa gestão de custos mais eficiente, atingindo desta forma o objetivo principal
deste trabalho.
Para que se atingir os objetivos propostos, esta prática de pesquisa contém informações sobre
contabilidade de custos e explanações sobre suas terminologias, a classificação dos custos, os
principais métodos de custeio, com ênfase no custeio ABC, inclusive para as empresas
prestadoras de serviços e ainda algumas informações sobre cooperativismo de crédito.
2. Referencial teórico
2.1. Contabilidade de custos
Segundo Leone (2000) a contabilidade de custos pode ser conceituada como o ramo da função
financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos estoques, dos
serviços, dos componentes da organização, dos planos operacionais e das atividades de
distribuição para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar o administrador
no processo de tomada de decisões e de planejamento.
Para Martins (2008) a contabilidade de custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao controle,
fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão, e
ajuda às tomadas de decisões.
Através destes conceitos, percebe-se que a contabilidade de custos se tornou uma ferramenta
importante no auxilio de tomadas de decisões e planejamento das operações, clarificando o
entendimento dos objetivos da contabilidade de custos.
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2.2. Custeio ABC
O Custeio Baseado em Atividades, mais conhecido com ABC (Activity-Based Costing) é um
método de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio
arbitrário dos custos indiretos (MARTINS, 2008).
O ABC pode ser aplicado, também, aos custos diretos, principalmente à mão de obra direta,
porém, neste caso, não haverá diferenças significativas em relação aos chamados “sistemas
tradicionais”, pois a diferença fundamental está no tratamento dado aos custos indiretos.
Segundo Ching (2001) o ABC é um método de rastrear os custos de um negócio ou departamento
para as atividades realizadas e de verificar como estas atividades estão relacionadas para a
geração de receitas e consumo dos recursos.
Num contexto de imprecisão dos métodos de custeio tradicionais, o custeio baseado em atividade
surgiu num novo cenário de mercado global competitivo, com a proposta não só de minimizar as
distorções surgidas na alocação dos custos indiretos de fabricação, como também na perspectiva
de assinalar as “causas” que levam ao surgimento dos custos. Servir de instrumento para que os
gestores possam a qualquer tempo, avaliar atividades que agregam ou não valor, estão entre
algumas das funcionalidades deste método de custeio.
O método ABC apresenta algumas características inovadoras em relação aos custeios conhecidos.
É um método que possibilita avaliar com acurácia as atividades desenvolvidas em uma empresa
(tanto industrial, quanto de serviços), utilizando direcionadores para atribuir os gastos indiretos
de forma mais realista aos produtos e serviços.
2.2.1. Fases do custeio por atividades
A metodologia ABC pode ser aplicada em qualquer tipo de organização, quer seja indústria,
prestadores de serviços ou empresa comercial. Também pode ser aplicada em departamentos ou
divisões específicas (JUNIOR, 2005).
Segundo Reis e Teixeira (2004) uma vez identificadas às atividades relevantes, seus
direcionadores de recursos e respectivos custos, o próximo passo é custear os serviços prestados.
Para tanto se faz necessário o levantamento da qualidade e quantidade de ocorrência dos
direcionadores de atividades por período e por serviço.
As fases para sua utilização encontram-se a seguir:
Efetuar o mapeamento dos principais processos existentes na organização;
Identificar as principais atividades existentes em cada processo;
Levantar os custos e os recursos associados a cada atividade (custo/atividade);
Identificar as atividades que não agregam valor ao produto;
Identificar os direcionadores de custos, que são os parâmetros para a adequada
apropriação.
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2.2.2. Identificação e mapeamento das atividades
Podem ser identificadas por departamentos, (centro de custos) auxiliares ou produtivas. A
organização deve ser modelada em atividades, que, encadeadas, formam os processos. Essa visão
de processo é uma importante diferença entre o ABC e os métodos tradicionais, pois facilita o
apoio a ações de melhoria da empresa (BORNIA, 2002).
A Identificação das atividades relevantes que são desenvolvidas por cada departamento envolvido
na realização dos serviços é o primeiro passo necessário para a proposição do sistema de custeio
ABC, onde o nível de detalhamento vai determinar a qualidade do modelo e, consequentemente,
a adequabilidade das informações para os objetivos pretendidos. Quanto mais detalhadas forem
as atividades, mais facilmente o gerente pode detectar possíveis melhorias, e as estimativas dos
custos e desperdícios do sistema tornam-se mais acuradas (BORNIA, 2002).
2.2.3. Alocação dos custos às atividades
A alocação dos custos deve representar o consumo dos insumos pelas atividades da melhor
maneira possível, os custos a serem distribuídos são os custos indiretos, já que os custos diretos
não apresentam dificuldade para serem alocados aos produtos (BORNIA, 2002).
Considerando que a atividade é mais detalhada do que o centro de custos, muitos custos diretos
em relação aos centros são indiretos em relação às atividades. O caso mais típico é o salário: um
funcionário usualmente está lotado em um centro de custo, mas executa várias atividades. Assim,
na distribuição desse custo para as atividades, devemos estimar a parcela do tempo do
funcionário dedicada a cada atividade (BORNIA, 2002).
Após a identificação das atividades é preciso determinar para cada custo indireto ocorrido um
direcionador para que através desses direcionadores os custos indiretos possam ser transferidos
para as atividades. Deve ser feita uma verificação sobre a relação de cada custo com o
departamento (a atividade) que foi incorrido para a escolha do direcionador mais adequado a ser
adotado.
2.2.4 Identificação dos direcionadores de custos (cost-drivers)
Para custear as atividades que compõem os processos utilizam-se os direcionadores de custos,
que são os fatores que fazem com que as atividades sejam realizadas (COGAN, 1994).
Segundo Cogan (1994) para a seleção de um direcionador de custos, três fatores são levados em
conta: a facilidade na obtenção dos dados necessários para o direcionador de custos escolhido
(custo de medição); a correlação entre o consumo da atividade e o consumo real (grau de
correlação); e a influência que um determinado direcionador terá no comportamento das pessoas
(efeito comportamental).
3. Método de trabalho
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Esta pesquisa caracteriza-se quanto à abordagem como quantitativa e qualitativa, quanto aos
objetivos é exploratória e descritiva e quanto ao método da pesquisa um estudo de caso.
Quantitativa, pois visa analisar os custos e despesas da empresa, e qualitativa sendo aquela que
responde a questões muito particulares, entende o fenômeno específico em profundidade e
trabalha com significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes (Minayo, 1994).
Caracteriza-se como exploratória, que conforme Gil (2010), objetiva proporcionar maior
familiaridade com o problema e descritiva, têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno.
Quanto ao método foi um estudo de caso, que consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
pouco objetivos, de maneira que permita seu conhecimento detalhado (GIL, 2010).
Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a pesquisa documental, conforme Yin (2003), a
coleta de dados dispõe de várias técnicas, que nas pesquisas sociais, as mais utilizadas são a
observação, os documentos e os registros, a entrevista e a dinâmica de grupo. Também foi
utilizada entrevista semi-estruturada, nesta abordagem o pesquisador fica livre para exercitar sua
iniciativa no acompanhamento da resposta a uma pergunta (HAIR, 2005), possibilitando ainda
realizar perguntas relacionadas que não foram previamente imaginadas e que não estavam
originalmente incluídas. Essa abordagem pode resultar no surgimento de informações inesperadas
e esclarecedoras, melhorando as descobertas.
3.1. Sujeitos da pesquisa
Num primeiro momento a realização da pesquisa, foi através de documentos e registros
contábeis. Após, os sujeitos da pesquisa foram o Gerente Administrativo Financeiro (GAF) da
Unidade de Atendimento onde será realizado o trabalho, e o Gerente Regional Administrativo
Financeiro (GRAF) da Cooperativa Sicredi Centro Leste RS.
3.2. Definição e caracterização das variáveis
A criação das variáveis norteia e categoriza a coleta e análise dos dados, com a finalidade de não
“fugir” do foco da pesquisa e dos objetivos propostos (LAKATOS; MARCONI, 2000).
Portanto, as variáveis da presente pesquisa estão relacionadas na tabela 1, que são os Custos,
Direcionadores de Custos, Atividades e Direcionadores de Atividade.
Tabela 1 - Variáveis e descrição das variáveis
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VARIÁVEIS DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS
Custos/Recursos São os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços.
Direcionadores de
Custos/Recursos
É o fato que determina as ocorrências das atividades. Demonstra a relação entre recursos gastos e
as atividades.
Atividades
Pode ser definida como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias,
materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos ou prestação de
serviços.
Direcionadores de
AtividadesIndica a relação entre atividades e os produtos e serviços.
Fonte: Martins (2008)
3.3. Técnicas de instrumentos de coleta de dados
Lakatos e Marconi (2000) definem que a coleta de dados é a etapa da pesquisa em que se inicia a
aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta
dos dados previstos.
Para a realização deste trabalho, realizou-se a pesquisa em documentos e registros contábeis. A
coleta de dados através de documentação e registros em arquivos é estável, discreta, exata e tem
ampla cobertura (Yin, 2005). Posteriormente foram entrevistados os sujeitos mencionados item
3.1, com o intuito de aprofundar e melhorar a qualidade das informações obtidas na pesquisa em
documento.
3.4. Tratamento, análise e interpretação dos dados
A análise da pesquisa consiste na organização dos dados de forma que o pesquisador consiga
tomar decisões e tirar conclusões a partir deles, desta forma, utilizar-se-á a técnica de análise de
conteúdo. Conforme Gil (2010) a análise e interpretação é um processo que nos estudos de caso
se dá simultaneamente à sua coleta. A rigor, a análise de inicia com a primeira entrevista, a
primeira observação e a primeira leitura de um documento.
4. Análise e interpretação dos dados
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos na coleta de dados, bem como a sua
interpretação. Utilizaram-se, para a análise dos dados coletados as variáveis custos/recursos,
direcionadores de custos/recursos, atividades e direcionadores de atividades.
4.1. Implementação do custeio ABC
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Para melhor compreensão deste estudo e principalmente para que fosse realizado o correto rateio
dos custos, a Unidade de Atendimento Centro de Cachoeira do Sul, foi dividida em 03 (três)
departamentos (Pessoa Física Urbano – PF Urbano, Pessoa Física Rural – PF Rural e Pessoa
Jurídica – PJ), pois segundo Ching (2001) “o ABC é um método de rastrear os custos de um
negócio ou departamento para as atividades realizadas e de verificar como estas atividades estão
relacionadas para a geração de receitas e consumo dos recursos”.
Após o rateio dos custos para os 03 (três) departamentos, cada departamento foi subdivido em
produtos e serviços que cada departamento possui, são eles: cartões, consórcio, depósito a prazo,
poupança, fundos de investimentos, capital social, crédito geral, crédito rural, previdência, seguro
ramo elementares e seguro ramo vida, apenas com uma exceção no departamento PJ que não
possui o produto cartão.
Importante ressaltar que todos os valores utilizados neste estudo baseiam-se nos valores
consolidados do ano de 2011 (período de 01/01/2011 à 31/12/2011).
4.2. Determinação das atividades
Segundo Martins (2008) uma atividade é uma combinação de recursos humanos, materiais,
tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços. É composta por um conjunto de
tarefas necessárias ao seu desempenho. E são elas necessárias para a concretização de um
processo, que é uma cadeia de atividades correlatas, inter-relacionadas.
Com base neste conceito, determinam-se as atividades que consumirão os recursos: PF Urbano,
PF Rural e PJ.
4.2.1. Apuração dos custos diretos
Para o rateio dos custos diretos, foram realizados os seguintes métodos:
Custos com Captação: refere-se à pagamentos aos associados nos produtos de Depósitos a
Prazo, Poupança e Fundos de Investimentos, portanto o direcionador de custo utilizado foi
o percentual de receita com captação de cada departamento, aplicando-se esse percentual
ao custo total obteve-se o percentual por departamento;
Descontos Op. Crédito Geral: refere-se a descontos concedidos à associados para
pagamentos antecipados, quitação ou renegociações. O direcionador utilizado foi o
percentual da média anual de empréstimos concedidos por departamento;
Salários, Benefícios, Encargos Sociais e Treinamento e formação Profissional: foram
identificados os funcionários que estão diretamente ligados ao departamento, somado-se
os valores percebidos pelos mesmos e calculado o percentual que esta soma representa do
total de cada custo. Importante frisar também que essas mesmas contas aparecerão no
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rateio dos custos indiretos, uma vez que existem funcionários de setores administrativos e
que são comuns a todos os departamentos;
Obrigações por Empréstimos/Repasses e Descontos Op. Crédito Rural: esses dois custos
incidem apenas no departamento PF Rural, pois trata-se de linhas de empréstimos
oriundos de BNDES e BRDE, aplicáveis diretamente ao público rural. Da mesma forma
os descontos concedidos nas operações de crédito rural, já está propriamente dito que este
custo refere-se a esse departamento.
4.2.2. Definição dos direcionadores de recursos e apuração dos custos indiretos
Os direcionadores elencados abaixo foram calculados da seguinte forma: o direcionador “% Hora
de mão-de-obra” foi a soma dos percentuais coletados através da entrevista com GAF (Gerente
Administrativo Financeiro da empresa em questão), e o % de mão-de-obra dos funcionários do
rateio da Sureg (Superintendência Regional da Cooperativa); o direcionador “% Área ocupada”
foi utilizada a planta baixa da empresa para calcular o % em metros quadrados utilizados por
departamento mais os metros quadrados que são comum a todos os departamentos que foram
divididos pelo números de funcionários de cada departamento; o direcionador “% Volume de
produtos e serviços” foi feita a soma das médias dos volumes consolidado de todos os produtos e
serviços e posteriormente dividido pela soma da médias dos volumes por departamento.
4.2.3. Apuração dos custos totais e apuração das sobras
A Tabela 2, com base nos dados coletados e os devidos tratamentos em relação à alocação dos
custos através dos direcionadores de custos, apresenta em valor e percentual a receita e o custo
total da empresa por departamento, bem como a sobra ou prejuízo do período de 01/01/2011 à
31/12/2011.
Pode-se analisar que o departamento PF Urbano produz 24,05% da receita total da empresa e
consome 26,35% do total dos custos, o departamento PF Rural produz 44,18% da receita total e
consome 42,59% dos custos e o departamento PJ produz 31,77% da receita total e consome
31,06% dos custos. A ordem de lucratividade dos departamentos é: PF Rural com 49,89%, PJ
com 34,33% e em terceiro o departamento PF Urbano com 15,79%.
Tabela 2. Resultado por Departamento
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Valor % Valor % Valor %
RECEITA TOTAL 4.546.841,80 24,05% 8.353.229,94 44,18% 6.007.760,67 31,77%
Custos Diretos 1.688.947,71 25,63% 2.827.771,27 42,91% 2.073.126,16 31,46%
Custos Indiretos 2.208.232,06 26,92% 3.472.353,14 42,33% 2.521.780,44 30,74%
CUSTO TOTAL 3.897.179,77 26,35% 6.300.124,41 42,59% 4.594.906,60 31,06%
SOBRA/PREJUÍZO 649.662,03 15,79% 2.053.105,54 49,89% 1.412.854,07 34,33%
PF URBANO PF RURAL PJ
Fonte: os autores.
De um total de R$ 18.907.832,41 de receitas, conforme a tabela 3, verificou-se que 44,18% são
provenientes do departamento PF Rural, 31,77% do departamento PJ e 24,05% do departamento
PF Urbano. Destas atividades, o departamento PF Rural foi o que mais utilizou os esforços, sendo
42,59% dos custos, seguido pelo departamento PJ com 31,06% e o departamento PF Urbano com
26,35% dos custos do período analisado.
Tabela 3. Análise vertical e horizontal
Valor AV Valor AV AH Valor AV AH Valor AV AH
RECEITA TOTAL 18.907.832,41 100% 4.546.841,80 100% 24,05% 8.353.229,94 100% 44,18% 6.007.760,67 100% 31,77%
CUSTO TOTAL 14.792.210,78 78,23% 3.897.179,77 85,71% 26,35% 6.300.124,41 75,42% 42,59% 4.594.906,60 76,48% 31,06%
RESULTADO 4.115.621,63 21,77% 649.662,03 14,29% 15,79% 2.053.105,54 24,58% 49,89% 1.412.854,07 23,52% 34,33%
TOTAL PF URBANO PF RURAL PJ
Fo
nte: os autores.
Em se tratando de rentabilidade líquida, pode-se verificar que o PF Rural obteve o melhor
desempenho entre os departamentos analisados, gerando um resultado líquido de 24,58%,
superior aos 23,52% do PJ e 14,29% do PF Urbano. Embora a rentabilidade do PF Rural e PJ
estejam muito próximas, verificou-se também que a geração de recursos da PF Rural é 39%
superior em relação ao departamento PJ, e ainda, os custos também cresceram em índices
proporcionais, flutuando em torno de 37% em relação a PJ. Quanto ao desempenho em relação ao
resultado verificou-se a relevância e a importância do departamento PF Rural na empresa, onde
quase 50% do saldo positivo é resultante deste departamento, contra 34,33% da PJ e apenas
15,79% do PF Urbano.
Analisou-se também o percentual de participação nos custos e nas receitas dos produtos e
serviços de cada departamento. Utilizando o mesmo formato da tabela 2, as tabelas 4, 5 e 6
apresentam para cada produto/serviço os custos diretos, custos indiretos, custo total (direto +
indireto), a receita total desta forma chegamos a sobra ou prejuízo em valor e em percentual por
produto/serviço. Importante frisar que a soma dos percentuais das tabelas 3, 4 e 5 é 100%, ou
seja, não foi totalizado no departamento e sim para todos os departamentos, uma vez que já temos
a informação por departamento na tabela 2, portanto neste caso o que se quis mostrar é a
diferença dos percentuais entre os mesmos produtos/serviços por departamento.
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Tabela 4 - Resultado PF urbano
Valor % Valor % Valor %
Cartões 139.338,19 182.184,42 321.522,61 2,20% 375.125,31 2,00% 53.602,71 1,30%
Consórcio 8.782,53 11.401,54 20.184,07 0,10% 23.476,25 0,10% 3.292,18 0,08%
Depósito a prazo 9.289,21 12.138,38 21.427,60 0,10% 24.993,44 0,10% 3.565,84 0,09%
Poupança 2.533,42 3.382,84 5.916,26 0,00% 6.965,41 0,00% 1.049,15 0,03%
Fundos de Inv. 4.897,95 6.437,57 11.335,52 0,10% 13.255,23 0,10% 1.919,71 0,05%
Capital Social 2.533,42 3.385,99 5.919,41 0,00% 6.971,90 0,00% 1.052,48 0,03%
Crédito Geral 1.466.344,41 1.917.099,66 3.383.444,07 22,90% 3.951.814,72 20,90% 568.370,65 13,81%
Previdência 3.377,90 4.494,82 7.872,72 0,10% 9.255,03 0,00% 1.382,31 0,03%
Seguro R. Elem. 42.223,69 55.119,90 97.343,59 0,70% 113.494,16 0,60% 16.150,57 0,39%
Seguro R. Vida 9.627,00 12.586,92 22.213,92 0,20% 21.490,35 0,10% -723,58 -0,02%
PF URBANO
Produtos Serviços Custos Diretos Custos IndiretosCUSTO TOTAL RECEITA TOTAL SOBRA/PREJUÍZO
Fo
nte: os autores
Da tabela 4, pode-se constatar que o produto “Crédito Geral” é o que mais contribui para o
resultado do departamento com o percentual de 13,81%, sendo que os demais produtos e serviços
somam apenas 1,99% de participação e que o produto “Seguro Ramo Vida” apresenta um leve
prejuízo de -0,02%.
Tabela 5 - Resultado PF rural
Valor % Valor % Valor %
Cartões 44.293,72 54.390,34 98.684,06 0,70% 130.843,55 0,70% 32.159,49 0,78%
Consórcio 12.389,86 15.214,09 27.603,96 0,20% 36.599,62 0,20% 8.995,67 0,22%
Depósito a prazo 4.272,00 5.245,79 9.517,79 0,10% 12.619,48 0,10% 3.101,69 0,08%
Poupança 561,33 689,29 1.250,62 0,00% 1.658,18 0,00% 407,56 0,01%
Capital Social 6.919,77 8.497,11 15.416,87 0,10% 20.440,97 0,10% 5.024,10 0,12%
Crédito Geral 1.437.123,46 1.764.711,39 3.201.834,85 21,60% 4.245.259,46 22,50% 1.043.424,61 25,35%
Crédito Rural 1.184.628,66 1.454.661,17 2.639.289,83 17,80% 3.499.390,39 18,50% 860.100,56 20,90%
Seguro R. Elem. 127.743,49 156.862,23 284.605,71 1,90% 377.353,97 2,00% 92.748,26 2,25%
Seguro R. Vida 9.838,98 12.081,75 21.920,73 0,10% 29.064,33 0,20% 7.143,60 0,17%
PF RURAL
Produtos Serviços Custos Diretos Custos IndiretosCUSTO TOTAL RECEITA TOTAL SOBRA/PREJUÍZO
Fonte: os autores
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Já na tabela 5, pode-se constatar que são dois produtos que se destacam no resultado do
departamento, o Crédito Geral e o Crédito Rural, que somados contribuem com 46,25% no
resultado e os demais produtos e serviços somam apenas 3,63% de participação.
Tabela 6. Resultado PJ
Valor % Valor % Valor %
Consórcio 5.752,04 6.996,87 12.748,91 0,10% 16.668,98 0,10% 3.920,07 0,10%
Depósito a prazo 11.226,75 13.656,38 24.883,13 0,20% 32.534,26 0,20% 7.651,13 0,19%
Poupança 715,8 870,71 1.586,50 0,00% 2.074,33 0,00% 487,82 0,01%
Fundos de Inv. 12.537,98 15.251,38 27.789,36 0,20% 36.334,11 0,20% 8.544,75 0,21%
Capital Social 2.765,23 3.363,67 6.128,90 0,00% 8.013,43 0,00% 1.884,53 0,05%
Crédito Geral 1.947.828,84 2.369.366,98 4.317.195,82 29,20% 5.644.658,64 29,90% 1.327.462,82 32,25%
Crédito Rural 61.551,47 74.872,10 136.423,57 0,90% 178.371,45 0,90% 41.947,88 1,02%
Seguro R. Elem. 25.466,32 30.977,60 56.443,91 0,40% 73.799,44 0,40% 17.355,52 0,42%
Seguro R. Vida 5.281,72 6.424,76 11.706,49 0,10% 15.306,03 0,10% 3.599,54 0,09%
PJ
Produtos Serviços Custos Diretos Custos IndiretosCUSTO TOTAL RECEITA TOTAL SOBRA/PREJUÍZO
Fonte: os autores
E na tabela 6, constata-se que novamente o produto que mais contribui para o resultado é o
produto Crédito Geral com 32,25% de participação sendo que os demais produtos e serviços
somam apenas 2,07% de participação.
A Tabela 7 a seguir traz um resumo dos percentuais de participação no resultado dos
produtos/serviços nos respectivos departamentos. Através desta tabela podemos constatar que o
produto com melhor lucratividade é sem dúvida o crédito geral com 71,42%, seguido do crédito
rural com 21,92%, em terceiro vem o seguro ramo elementares com 3,07% e em quarto, cartões
com 2,08%. Os produtos que menos contribuem para o resultado são, previdência com 0,0%,
seguido da poupança com 0,05% e em terceiro o capital social com 0,19%
Analisando por departamento, os produtos/serviços que mais contribuem com o resultado são os
mesmos, como o crédito geral em primeiro lugar no departamento PJ com 32,25%, depois crédito
geral e crédito rural no departamento PR Rural com 25,35% e 20,90% respectivamente. Neste
estudo o único percentual negativo foi no serviço Seguro Ramo Vida no departamento PF Urbano
com -0,02%.
Tabela 7 - Resumo percentual participação no resultado
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Cartões 1,30% 0,78% 2,08%
Consórcio 0,08% 0,22% 0,10% 0,39%
Depósito a prazo 0,09% 0,08% 0,19% 0,35%
Poupança 0,03% 0,01% 0,01% 0,05%
Fundos de Inv. 0,05% 0,21% 0,25%
Capital Social 0,03% 0,12% 0,05% 0,19%
Crédito Geral 13,81% 25,35% 32,25% 71,42%
Crédito Rural 20,90% 1,02% 21,92%
Previdência 0,03% 0,03%
Seguro R. Elem. 0,39% 2,25% 0,42% 3,07%
Seguro R. Vida -0,02% 0,17% 0,09% 0,24%
Produtos Serviços PF Urbano PF Rural PJ TOTAL
Fonte: os autores
O somatório dos percentuais de participação no resultado por departamento em ordem de
lucratividade ficou: o departamento PF Rural com 49,89%, em segundo o departamento PJ com
34,33% e por último o departamento PF Urbano com 15,79%.
5. Conclusões e recomendações
Com o incessante aumento da concorrência entre as instituições financeiras em atrair e fidelizar
novos clientes, onde a qualidade nos produtos e serviços não pode mais ser oferecido como
diferencial e que os valores cobrados estão muito próximos, sem muita margem, uma das
alternativas da empresa é fazer uma boa gestão dos seus custos.
Para poder tornar possível o alcance do objetivo principal deste trabalho em propor novas
ferramentas e análises de forma a contribuir para uma gestão de custos mais eficiente, foram
realizadas pesquisas nos métodos de custeio, sendo em profundidade no método de custeio ABC
e culminando no capítulo 4 (quatro) através da análise e interpretação dos dados coletados
aplicando os conhecimentos adquiridos com o método de custeio ABC.
Através das tabelas analisadas verificou-se que o objetivo principal deste trabalho foi alcançado
com êxito, permitindo análises mais detalhadas por produtos e serviços e por departamento,
contribuindo substancialmente como forma de suporte para a tomada de decisão no momento de
determinar as metas de vendas.
Pode-se concluir também que todos os departamentos trabalham com boa lucratividade, sendo o
departamento PF Rural responsável por praticamente 50% do resultado da empresa, seguido do
departamento PJ com pouco mais de 34% e PF Urbano com pouco mais de 15%. Analisando a
rentabilidade por departamento verificou-se que o PF Rural gerou um resultado líquido de
24,58%, superior aos 23,52% do PJ e 14,29% do PF Urbano, e embora a rentabilidade do PF
Rural e do PJ estejam muito próximas, a geração de receitas da PF Rural é 39% superior ao
departamento PJ.
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Em todos os departamentos os produtos que mais contribuíram para o resultado foram o Crédito
Geral com 71,42% e Crédito Rural com 21,92% somados, ambos são responsáveis por 93,34%
pelo resultado da empresa.
Recomenda-se que, juntamente com o GRAF (gerente regional administrativo financeiro) e o
GAF (gerente administrativo financeiro) da unidade em estudo, que seja feita uma análise mais
detalhada em cada um dos centros de custos, levando em consideração os direcionadores de
atividades e direcionadores de custos, para viabilizar um planejamento a médio e longo prazo, a
fim de otimizar os processos, reduzindo as atividades desnecessárias, e desta forma reduzir os
custos gradativamente.
Importante salientar que a ferramenta desenvolvida deverá estar sempre evoluindo, identificado
novos fatores de melhoria ou de correção que iram contribuir com redução de processos e/ou
custos.
REFERÊNCIAS
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Bookman, 2002.
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Paulo: Pioneira, 1994.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HAIR, Jr. et al. Fundamentos de Métodos de Pesquisa em Administração. Porto Alegre, 2005.
JUNIOR, José Hernandez Perez. Gestão Estratégica de Custos. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2005.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3.ed. São
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LEONE, George S. G. Custos: planejamento, implantação e controle. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2000.
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MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 23.
Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
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REIS, Juliana Gondim; TEIXEIRA, Flavia Roberta B. O método de custeio ABC aplicado às
empresas prestadoras de serviço: um estudo de caso em um escritório de contabilidade. In XI
Congresso Brasileiro de Custos. Julho 2004. Porto Seguro, BA.
SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir. Gestão de Custos: aplicações operacionais e
estratégicas. São Paulo: Atlas, 2007.
YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 3. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.