ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO ESTRUTURAL DAS ESPÉCIES EM …

Post on 16-Oct-2021

3 views 0 download

Transcript of ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO ESTRUTURAL DAS ESPÉCIES EM …

VII Jornada de Iniciação Científica do INPA • 07 a 09 de Julho de 1998 • Manaus - AM

ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO ESTRUTURAL DAS ESPÉCIES EMMATA DE TERRA FIRME.

Walter Costa Antunes'<'; Edelcílio Marques Barbosa'<': Ires Paula de Andrade Miranda(2)(1) Bolsista IINPA/PIBIC; (2)Pesquisadora INP A/PIBIC; (2)Pesquisador INPAlCPBO

Em termos fitos sociológicos, numa "Associação Climax" a maioria das árvoresnaturalmente deveria apresentar regeneração, isto para haver substituição normal. No entanto,o que acontece mesmo em florestas em clímax é que existem representantes arbóreos semregeneração, normalmente devido as espécies oportunistas, que em meio a uma clareiraaproveitam e fazem a sua cobertura.

Finol (1969) entende por regeneração natural, os descendentes das plantas arbóreas,compreendido entre 0,1 m de altura até os 10 em de DAP (Diâmetro a Altura do Peito) ou atéum limite de diâmetro estabelecido no levantamento estrutural.

Vários autores (Rollet, 1974 e 1978; Forster, 1973; Petit, 1969, Longhi, 1980;Burschel et al., 1976; Hosokawa, 1981 e 1984) e Absy et al. (1986/1987); Vieira (1987) eBarbosa (1988) e mais recentemente Barbosa (1995), para florestas tropicais na Amazônia,destacaram o valor dos estudos de regeneração natural, no sentido de auxiliar na elaboração deplanos de manejo florestal, em razão das informações básicas contidas, que servirão comosubsídios para intervenções que vierem a ser praticadas no povoamento.

O objetivo geral deste trabalho é estudar a estrutura da vegetação, quanto aos aspectosda quatificação da regeneração natural, distribuição diamétrica e estrutural das espécies emmata de terra firme, visando avaliar a composição de ambientes naturais e submetidos a açãoantrópica, como estratégia de aproveitamento racional de áreas alteradas na Amazônia.

O local de estudo fica no município de Manaus, no Estado do Amazonas, estradaManaus-Caracaraí, BR-174 que ligaManaus a Boa Vista. A área situa-se, no km 63, ramal daZF-3 no Km 3, margem esquerda. A floresta estudada apresenta aspectos de uma mata poucoperturbada, o solo é do tipo latossolo amarelo, a precipitação média anual fica em tomo de2000 mm e a temperatura média gira em tomo de 30° C.

O método utilizado para o levantamento das árvores com DAP 2 10 em foi o daamostragem sistemática linear, dividido em 1 parcela 10 x 500 m, com 5sub-parcelas de 10 x100 m, perfazendo um total de Y2 hectare. (Cain et al., 1956; Cain e Castro, 1959 e Barbosa,1988 e 1995).

No levantamento da regeneração natural (diâmetro ~ 10 em), foram estabelecidos 10subparcelas de 2 x 2 m ao longo do transecto.Na Figura 1 encontram-se o nome científico das espécies e, ilustra o resultado da análise daregeneração natural. Quanto a abundância absoluta das espécies nota-se uma espécie de cipó(Memora sp.) como a espécie com maior densidade nas áreas estudadas. O levantamento daregeneração apresentou 82 espécies botânicas e destas cerca de 50 % apresentamrepresentantes com mais de 1 indivíduo.

57

VII Jornada de Iniciação Científica do INPA • 07 a 09 de Julho de 1998 • Manaus - AM

30

25

20

15

10

5

o

I!] Memorasp.

11IConnarus sp.

oSelaginella sp.1

o Selaginella sp.

11IPeltogyne eatingae subsp. Glabra (W.Rodr.)M.F.Silva

o Protium sp.

I!!l Calathea sp.

o ct. Symmeria sp.

• Selaginella sp.2

~ Miconia sp.

DMyreiasp.

o Oenocarpus bacaba Mart.

• Pipersp.

• Roureasp.

m Heliconia sp.

Figura 1 - Valores de abundância absoluta (número de indivíduos) das 15 espécies mais abundantesno levantamento botânico da regeneração natural na floresta da ZF-3, km 63 da BR-174 (estradaManaus-Boa Vista).

ABSY, M.L.; PRANCE, G.T. e BARBOSA, E.M. - 1986/1987. Inventário florístico de floresta natural na área deinfluência da rodovia BR-364 (Cuiabá-Porto Velho). Acta Amazonica, 16117(único), pp. 85-121.

BARBOSA, E.M. - 1988. Análise estrutural de uma floresta natural na Reserva de Pesquisa Ecológica do INPA emOuro Preto do Oeste-Rondônia. Manaus-AM. Dissertação de mestrado. FUAfINPA. 170p.

BARBOSA, E.M. - 1995. Composição florística, perfis de concentração de CO2 e variação natural da razão isotópica!3C/12C em floresta de terra firme na Amazônia Central. Botucatu-SP. Tese de doutorado. UNESP-IB. 94 p.

BURSCHEL, N.; GALLEGOS, G.c.; MARTINEZ, M.O. e MOLL, W. - 1976. Composicion e dinamica regenerativa de unbosque virgem mixto de Rauli Y Coigüe. Bosque, 1(2): 55-74.

CAIN, S.A.; CASTRO, G.M. de O.; PIRES, J.M.; SILVA, N.T. da. - 1956. Application of some phytosociologicaltechniques to Brazilian Rain Forest. Amer. Journ. fo Botany •. 43 (10): 911-941.

CAIN, S.A. e CASTRO, G.M. - 1959. Manual of vegetation analysis. New York, Hafner, p. 325.FINOL, U.H. - 1969. Possibilidades de manejo silviculrural para Ias reservas forestales de Ia region occidental. Rev. For.

Venez. 12 (17): 81-107.FÓRSTER, M. - 1973. Strukturanalyses eines Tropischen Regenwaldes in Kolumbien. Allg. Forst. v. J. Ztg. 144(1): 1-8.HOSOKA WA, R. - 1981. Manejo de florestas tropicais úmidas em regime de rendimento sustentado. Curitiba-PR.

Relatório. CNPq/lBDFIUFPR. p.125.HOSOKA WA, R. - 1984. Introdução ao manejo de florestas naturais em regime de rendimento sustentado. Recife-

PE. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Apostila do Curso de Engenharia Florestal. p.27.LONGHI, S.J. - 1980. A estrutura de uma floresta natural de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze., no sul do

Brasil. Curitiba-PR. Dissertação de mestrado, UFPR. p. 198.PETIT, P.M. - 1969. Resultados preliminares de unos estudios sobre Ia regeneracion natural espontanea el Bosque "EI

Caimital", Rev. For. Venez. 12(18): 9-21.ROLLET, B. - 1974. L'architecture des forêts denses humides sempervirens de plaine. Nogent sur Marne, Centre

Technique Forestier Tropical, p. 297.ROLLET, B. - 1978. Arquitetura e crescimento das florestas tropicais. Belém, p. 22.VIEIRA, G. - 1987. Análise estrutural da regeneração natural, após diferentes níveis de exploração em uma floresta

tropical. Manaus-AM. Dissertação de mestrado. FUAfINPA. p. 164.

.. 58