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8/6/2019 ET-012 Luciano Zanetti Pessoa Candiotto
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O Roteiro de Turismo Rural Doce Iguassu, municpio de Capanema Paran
Brasil: gnese e desenvolvimento1
Luciano Zanetti Pessa Candiotto
Professor do curso de Geografia da Unioeste, campus de Francisco Beltro PRlucianocandiotto@yahoo.com.br
INTRODUO
O municpio de Capanema foi institudo em 14 de novembro de 1951, e atualmente o
principal municpio da Microrregio de Capanema, composta tambm por mais 7
municpios (Ampre, Bela Vista da Caroba, Prola d'Oeste,Planalto, Pranchita ,Realeza ,
Santa Izabel do Oeste), todos situados na Mesorregio Sudoeste do Paran. Segundo oIBGE, no censo de 2009, a populao de Capanema era de 18.681 habitantes.
Capanema localiza-se s margens do Rio Iguau, a 350 m de altitude, e faz fronteira
com a Argentina, e com o Parque Nacional do Iguau, que abriga as mundialmente
famosas Cataratas do Iguau. O principal rio do municpio o Capanema, afluente do Rio
Iguau. Em 2006, conforme o censo agropecurio do IBGE existiam 2.408
estabelecimentos agropecurios no espao rural do municpio.
Segundo o Guia Turstico do Sudoeste do Paran (2010), Capanema possui a
seguinte infra-estrutura: rodoviria; um Hospital; polcias civil, militar e rodoviria; seis
instituies financeiras; cinco emissoras de rdio (2 FM e 3 AM); uma emissora de TV;
quatro empresas de telefonia mvel. Os equipamentos tursticos do municpio so: trs
churrascarias; trs pizzarias; quatro restaurantes e lanchonetes diversos; cinco hotis.
No perodo em que a Estrada do Colono (estrada de terra dentro do Parque do Iguau)
esteve aberta, o fluxo de pessoas por Capanema era bem maior, haja vista que a
populao da Regio Sudoeste do Paran tinha nesse caminho um atalho para chegar ao
municpio de Foz do Iguau e outros municpios da Regio Oeste. Com o fechamento da
Estrada em 2002, a economia de Capanema foi afetada, sobretudo no que tange o fluxo
de visitantes e outras pessoas que passavam por l para pegar o atalho.
GNESE E TRAJETRIA DO TURISMO RURAL EM CAPANEMA E O ROTEIRO
DOCE IGUASSU
Segundo informaes coletadas na Prefeitura Municipal de Capanema, o turismo
comeou a ser institucionalizado a partir do Programa de Desenvolvimento do Turismo
1 Pesquisa realizada entre 2008 e 2010 e financiada pelo CNPq.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amp%C3%A9rehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bela_Vista_da_Carobahttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9rola_d'Oestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto_(Paran%C3%A1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto_(Paran%C3%A1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Pranchitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Realeza_(Paran%C3%A1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Realeza_(Paran%C3%A1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Izabel_do_Oestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bela_Vista_da_Carobahttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9rola_d'Oestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto_(Paran%C3%A1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Pranchitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Realeza_(Paran%C3%A1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Izabel_do_Oestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amp%C3%A9re8/6/2019 ET-012 Luciano Zanetti Pessoa Candiotto
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Sustentvel no Entorno do Parque Nacional do Iguau, desenvolvido a partir de 2004
pela Direo do Parque Nacional do Iguau.
O Programa envolve 11 municpios, e Capanema o municpio de maior destaque
em relao ao desenvolvimento do turismo. A principal preocupao com o Programa foi
reduzir os efeitos negativos causados pelo fechamento da Estrada do Colono, integrandoos municpios do entorno em roteiros tursticos regional.
O Programa coordenado pelo Parque Nacional do Iguau e ECOPARAN
(autarquia ligada Secretaria do Estado de Turismo - SETU), e tem por objetivo incentivar
o turismo como alternativa de crescimento econmico, estimular o desenvolvimento
integrado dos municpios, promover a conservao ambiental, a criao e o fortalecimento
de associaes e cooperativas que objetivem a sustentabilidade de atividade turstica.
Assim como a maior parte dos projetos e roteiros tursticos dos ltimos 20 anos, aretrica da sustentabilidade (CANDIOTTO, 2009) destacada na promoo do turismo
regional. No entanto. Podemos afirmar que se busca um desenvolvimento sustentvel do
turismo no entorno do Parque Nacional do Iguau, mas que este ainda no foi efetivado,
de modo que a ideia de um turismo sustentvel limita-se a retrica das instituies
envolvidas.
Segundo o documento do Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentvel
em Torno do Parque Nacional do Iguau, as etapas que esto sendo trabalhadas nos
municpios so as seguintes:
1. Planejamento Turstico do Programa
2. Mapeamento do Potencial Turstico
3. Sensibilizao Turstica
4. Participao dos Atores Locais e Regionais
5. Caravanas Tcnicas
6. Treinamento e Qualificao Profissional
7. Adequao Ambiental
8. Sinalizao Turstica
9. Formatao de Produtos e Roteiros Tursticos
Em maro de 2004, foram realizadas duas oficinas de trabalho envolvendo todos
os municpios, sendo que muitos ainda desconheciam a temtica turismo. J em maro
de 2005, realizaram-se oficinas de planejamento integrado com objetivo de promover a
construo de um projeto coletivo de uma regio turstica em torno do Parque.
Complementarmente, vrios eventos relacionados a temas especficos como, meio
ambiente, organizao da propriedade rural para o turismo e atendimento com qualidade,
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foram promovidos com incentivo do programa. Alm disso, foram realizadas caravanas
tcnicas para Santa Rosa de Lima SC e Bento Gonalves - RS, com agricultores e
tcnicos dos municpios.
Outras atividades estiveram ligadas s reunies pblicas para debater a
regularizao ambiental das propriedades rurais em cada um dos municpios, com aparticipao do Instituto Ambiental do Paran (IAP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA). Em Capanema foi institudo um grupo de
trabalho de meio ambiente para tratar da recomposio florestal e do uso turstico da rea
de preservao permanente nas propriedades ribeirinhas ao Rio Iguau.
Apesar dos esforos empreendidos, sobretudo em relao regularizao
ambiental das propriedades haja vista que muitas esto s margens do Rio Iguau e as
utilizam como rea para balnerios e lazer essa questo ainda no foi resolvida emvirtude das possveis alteraes que sero feitas no cdigo florestal.
No contexto do Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentvel em Torno
do Parque Nacional do Iguau, o municpio de Capanema foi alvo de um projeto piloto de
desenvolvimento do turismo. Uma equipe do Parque Nacional do Iguau, junto com
tcnicos da ECOPARAN e da Prefeitura Municipal, fez visitas e treinamentos em
algumas propriedades do municpio que j recebiam visitantes e/ou que possuam algum
potencial turstico. Em seguida, montaram um roteiro piloto que foi ofertado populao
durante a Feira do Melado (tradicional festa de Capanema) de 2004. Para a elaborao
desse teste piloto, 12 estabelecimentos foram trabalhados. Neles, foram coletadas
informaes como atividades desenvolvidas, distncia da cidade, entre outras.
A Prefeitura alega que ainda no tem inventrio em funo do custo elevado e da
burocracia, mas afirma que possui todas as informaes de cada propriedade.
O ROTEIRO DOCE IGUASSU
A partir do Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentvel no Entorno do
Parque Nacional do Iguau e do desenvolvimento do projeto piloto realizado na Feira do
Melado de 2004, o Roteiro de Turismo Rural Doce Iguau foi criado. Inicialmente, 12 dos
13 estabelecimentos que fizeram parte do projeto piloto inseriram-se no Roteiro, criado
oficialmente em 2005. Outros trs estabelecimentos tambm foram inseridos, e o Roteiro
foi dividido em trs segmentos: Ecoturismo; Agroindstrias; Produo Orgnica.
J em 2004, a prefeitura de Capanema comeou a planejar a criao de um
Departamento de Turismo. Para tomar conta das atividades contrataram a atual
responsvel pelo Departamento de Turismo, pelo fato dessa pessoa ter realizado vrios
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cursos, ter sido indicada pelo Parque Nacional, por ser zootecnista e por estar por dentro
do assunto, pois trabalhava na Casa Familiar Rural de Capanema, que foi um dos pontos
do teste piloto. O trabalho da tcnica iniciou-se em meados de 2005.
Assim, o Departamento Municipal de Turismo foi criado na gesto 2005 2008, junto
Secretaria Municipal da Industria e Comrcio. Antes da criao do Departamento deTurismo, havia um Conselho Municipal de Turismo, mas este era pouco atuante. Em
2007, o Regimento do Conselho foi reestruturado reduzindo o nmero de conselheiros (de
32 para 12), e incorporando uma representao da Associao Doce Iguassu.
A ASSOCIAO DOCE IGUASSU
Aps a criao do Departamento de Turismo de Capanema, no final de 2005 foi criada
a Associao Doce Iguassu, composta por proprietrios de estabelecimentos do RoteiroDoce Iguassu e outros interessados no turismo. A criao da Associao objetivou
fortalecer o grupo, e dar continuidade aos trabalhos, independente de quem estivesse na
gesto pblica municipal.
A Associao uma pessoa jurdica, considerada de Utilidade Pblica, e possui
Estatuto e Regimento Interno. Para entrar na Associao, o proprietrio do
estabelecimento deve solicitar a entrada, e aps uma visita feita pela equipe tcnica da
Associao, os membros decidem pela aprovao ou no.
Em 2008 a Associao tinha 22 scios, mas somente 15 eram proprietrios de
estabelecimentos do Roteiro. Atualmente, a Associao conta com 12 membros. Esses
dados indicam que a Associao vem perdendo scios, e esse processo pode estar
ligado queda do nmero de visitantes do Roteiro. Aps um perodo de expanso do
fluxo turstico, onde a prefeitura organizou diversas excurses para os estabelecimentos,
houve uma queda das excurses, e consequentemente, do nmero de visitantes do
Roteiro. Assim, alguns scios da Associao foram desanimando e saindo da mesma.
Outro fato curioso a relatar sobre a Associao, diz respeito grande quantidade de
scios que no tinham nenhuma relao direta com o turismo. Percebemos que vrios
scios eram empresrios com negcios na cidade, no tendo vnculo com o rural ou com
o turismo rural. Porque essas pessoas se inseriram na Associao? Ser que teriam
intencionalidades futuras em investir no turismo? Porque o presidente da Associao
uma pessoa que no tem nenhum vnculo com o rural e com o turismo rural?
Em entrevista com o Presidente da Associao, Sr. L. W. no final de 2008, este
afirmou que a Associao contava com 35 scios, e que os avanos obtidos a partir da
criao da Associao esto ligados maior unio entre os proprietrios de
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estabelecimento, sobretudo para reivindicar melhorias com a prefeitura e outras
entidades, relacionadas sinalizao, cuidado nos balnerios, estruturas, visando a maior
permanncia do turista no municpio.
No que tange as dificuldades, L. W. destacou as dificuldades financeiras da
Associao, e a necessidade de aumentar o fluxo turstico no municpio. no entanto, aoquestionarmos sobre as perspectivas do turismo em Capanema, respondeu que boa,
pois pelo pouco tempo de organizao, o turismo de Capanema j esta mais estruturado
que em outras cidades.
Percebemos que existem muitas intencionalidades na criao da Associao que
esto ocultadas. Atravs das entrevistas, anlise de dados e trabalhos de campo,
verificamos que alguns indivduos (empresrios urbanos) lideram a Associao. Assim,
apesar de ter sido criada para contribuir com os proprietrios dos estabelecimentos doRoteiro, a Associao acabou sendo apropriada por outros sujeitos.
Nesse contexto, entendemos que enquanto o Turismo Rural em Capanema se
constitui em um territrio dominado pela Prefeitura Municipal e intermediado pelo
Conselho Municipal de Turismo -, o Roteiro de Turismo Rural Doce Iguassu e a
Associao de Turismo Rural Doce Iguassu se apresentam como sub-territrios, que
influenciam na dinmica do Turismo Rural de Capanema, mas que tambm so
influenciados por esse territrio mais amplo.
Com base em informaes coletadas no final de 2009 e em maio de 2010 com a
Diretora de Turismo em Capanema, procuramos atualizar as aes relacionadas ao
Roteiro de Turismo Rural Doce Iguassu e atuao da prefeitura no apoio ao turismo
rural no municpio.
Em dezembro de 2009, C. F. informou que o Roteiro est sendo reconfigurado pela
prefeitura, com o apoio do SEBRAE de Pato Branco, sob consultoria do tcnico A. B.
Alguns empreendedores saram (Werlang, Fritzen) e outros esto entrando. C. F. deixou
claro que esto numa nova fase, e que quem no se adaptar dever sair. Demonstrou ser
um pouco impaciente com agricultores familiares que no querem se profissionalizar e
investir.
Disse que ir formatar novamente o roteiro para lanar em fevereiro de 2010, e que
pretende organizar um fantur para que as agncias de turismo de Pato Branco, Francisco
Beltro e Cascavel conheam o Roteiro e comecem a comercializ-lo.
Sobre o licenciamento ambiental das propriedades, disse que esto negociando um
acordo com o IAP e o PARNA Iguau. Esto buscando um afrouxamento da lei. Ainda no
ficou estabelecido se a responsabilidade pelo licenciamento do IAP ou do PARNA.
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Pensam em propor um licenciamento alternativo, recompondo vegetao em outras
reas.
C. F. tambm falou sobre o Programa Pr-fronteira, que envolve Brasil e Argentina.
Dentro desse programa, esto sendo pensadas aes conjuntas nos municpios
brasileiros de Capanema, Barraco e Santo Antonio do Sudoeste, e em Andrezito-AR.O Departamento de Turismo e o consultor do SEBRAE realizaram um diagnstico
das propriedades no que tange a organizao para o turismo, e elaboraram um plano de
aes para cada uma. Ao analisarmos alguns desses planos, verificarmos que apesar
destes conterem ideias boas e executveis, todo o processo de organizao das aes foi
elaborado pelos tcnicos e no pelos proprietrios. Basicamente, a equipe se preocupou
em melhorar a propriedade para o turismo, definindo aes e melhorias em cada
propriedade. Ressaltamos que nos planos que procuramos elaborar com os proprietriosde estabelecimentos, priorizamos as intencionalidades e objetivos destes, e no
influenciar em suas decises, muito menos determinar o que eles deveriam fazer para
desenvolver o turismo. Conforme j comentamos em Candiotto (2007), o SEBRAE atua
com uma lgica economicista, direcionando as aes dos proprietrios de
estabelecimentos e cobrando maior profissionalismo destes no setor.
C. F. informou que o proprietrio do Camping Urutau, que tambm um
empresrio com negcios na cidade, est construindo uma pousada. A responsvel pelo
turismo se mostrou animada com o empreendimento, pois acredita que preciso
qualificar o roteiro turstico com pessoas que tenham viso empresarial e capacidade
para investir. Esse mais um elemento que demonstra a viso de C. F. sobre o processo.
A preocupao com o desenvolvimento do turismo, no se importando com quem so
os sujeitos que iro se beneficiar com isso, nem com os impactos que podem advir dessa
atividade.
Ressaltamos que o sr. G., proprietrio do Camping Urutau, conseguiu autorizao
para entrar no rio Floriano (dentro do Parque Nacional do Iguau), at a primeira
cachoeira. Esse fato, demonstra a forte influencia poltica de G., e que este vem sendo
um dos maiores beneficiados com o roteiro turstico.
C. F. tambm informou que outra pousada est sendo construda prxima ao
balnerio do Peretti. A proprietria demonstra ter um perfil de empresria e no de
agricultora, mas claramente percebemos que C. F. prefere trabalhar com empresrios do
que com agricultores. Aqui, verificamos outro elemento importante e contraditrio, que diz
respeito ao discurso de que os roteiros de turismo rural so criados para beneficiar os
agricultores, sobretudo familiares, mas que na prtica, acabam beneficiando outros
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sujeitos sociais, principalmente empresrios e pessoas com maior capacidade de
investimento. Esse elemento tambm foi abordado em Candiotto (2007).
Ao questionarmos sobre as aes futuras, C. F. afirmou que a prefeitura e os
parceiros pretendem definir sub roteiros, possveis de serem visitados em um dia, para
serem vendidos nas agencias. Para a elaborao dos sub roteiros, a prefeitura solicitouauxlio do SESC.
Nos preocupamos com a constituio desses sub roteiros, pois ficam algumas
questes: Quem seria privilegiado? Que ficaria de fora? Como esses sub roteiros seriam
organizados?
Na ocasio da entrevista, C. F. estava animada, pois segundo ela, a regionalizao
est contribuindo para a estruturao do roteiro. A consultoria de A. B. e outras
aes,como reunies e visitas tcnicas foram pagas com recursos da regionalizao.Ressaltamos que a prefeitura de Capanema sempre participou das reunies e debates da
equipe que discute a Regionalizao do Turismo no Sudoeste do Paran, chamada de
Governana da Regionalizao. Com a atuao do Ministrio do Turismo (MTUR) e da
Secretaria de Estado do Turismo (SETU), a Regionalizao tornou-se uma poltica pblica
para o desenvolvimento do turismo, concebida pelo MTUR e apoiada pela SETU.
Na ltima entrevista com C. F., realizada em 06 de maio de 2010, procuramos
atualizar as informaes sobre o Roteiro. A sede do departamento de turismo passou
para a nova instalao da casa do arteso. No mesmo prdio, funciona tambm um
espao para comercializao de produtos agroindustriais. A prefeitura pretende inserir um
ponto oficial de informao turstica no local.
C. F. confirmou a sada de dois estabelecimentos de propriedade de agricultores
familiares do Roteiro Doce Iguassu, sendo a produo orgnica Werlang (falta de mo-de-
obra); e a produo orgnica Fritzen (proprietrio teve acidente com uma mo e est
desanimado). A funcionria disse que esses dois agricultores familiares saram porque
no investiram nem se adaptaram atividade. Consideramos esse dado bastante
significativo, pois refora nosso argumento de que a prefeitura no se preocupa em
desenvolver o turismo para beneficiar os agricultores familiares, mas simplesmente em
desenvolver o turismo, no se preocupando com quem vai se beneficiar com a atividade.
Consideramos que as duas propriedades eram aquelas mais aptas a oferecer atividades
de agroturismo e o turismo rural na agricultura familiar, pois as famlias sempre viveram
da agricultura, e tem todas as caractersticas da agricultura familiar. Alm disso, a retirada
dessas famlias enfraqueceu a possibilidade de se valorizar a produo orgnica do
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municpio, bem como do turista conhecer uma propriedade orgnica e os fundamentos da
agricultura orgnica.
Para C. F., esses dois estabelecimentos podem voltar ao Roteiro, porm, tero que
se adaptar s exigncias da prefeitura e da Associao. Por outro lado, foi inserido no
Roteiro o Camping Ecolgico Wesling, porm, no conseguimos maiores informaessobre o estabelecimento e seus proprietrios. Outro dado importante e curioso, que o
senhor A. S. funcionrio da SETU, comprou a empresa que organiza passeios de rafting
no rio Iguau.
Outro estabelecimento que foi retirado do Roteiro foi a Fazenda Sinuelo. Contudo,
a prefeitura pretende criar um roteiro tecnolgico e inser-la no mesmo, pois h criao de
gado em sistema de confinamento. Nesse roteiro, a empresa Gebana, que comercializa e
exporta gros orgnicos, tambm dever ser inserida.Ressaltamos que C. F. funcionria da prefeitura, mas tambm scia da
Associao Doce Iguassu. Estranhamos esse fato, mas como vrios scios no so
necessariamente proprietrios de estabelecimentos do Roteiro, esse fato infelizmente
acaba sendo normal no caso de Capanema. Em relao regularizao do licenciamento
ambiental, pretendem conseguir autorizao para utilizar parte das reas de Preservao
Permanente nos balnerios, alegando que uso de baixo impacto.
Na avaliao que fez da temporada de vero 2009-2010, C. F. afirmou que as
chuvas atrapalharam o fluxo turstico. Disse tambm que organizaram apenas duas
excurses, e que preciso que os estabelecimentos estejam mais organizados para
receber os visitantes. Na viso da funcionria, a falta de excurses est ligada a falta de
organizao das propriedades, e no falta de organizao da prefeitura.
C. F. disse estar muito atarefada com a Feira do Melado de 2010, pois esse evento
a prioridade do ano para o Departamento. Esse dado tambm indica que as
intencionalidades do Departamento de Turismo da prefeitura esto ligadas mais
promoo e divulgao do turismo, do que estruturao, organizao e
acompanhamento dos estabelecimentos desse Roteiro. Alguns proprietrios comentaram
que C. F. no costuma visitar os estabelecimentos, e um deles afirmou que ela nunca
esteve em seu estabelecimento.
Outra ao citada, que fortalece nossa hiptese de que a divulgao prioridade,
foi a divulgao do Roteiro no salo da ABAV (Associao Brasileira dos Agentes de
Viagens), atravs de rodada de negcios.
Ao questionarmos sobre as dificuldades do Roteiro, a falta de funcionrios e de
embelezamento dos estabelecimentos foram os aspectos citados. Para C. F., as pessoas
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querem ver o rural bonito. Outra afirmao importante, foi a de que os agricultores
familiares no esto preparados para entender a importncia do turismo rural na
agricultura familiar, pois para eles, tanto faz. Os agricultores familiares que no tem viso
empreendedora no servem para trabalhar com o turismo rural.
Em relao s perspectivas futuras, afirmou que a prefeitura tem um projeto parainserir portais de entrada, mas falta o recurso. Pensam em colocar uma placa com
informaes de cada estabelecimento no centro e pretendem refazer as placas do roteiro.
Falta um caf rural e estabelecimentos que sirvam almoo, e acha que proprietrio do
Camping Wesling pode fazer isso. Pretendem fazer um roteiro internacional com
Andrezito AR, e vo levar a imprensa para conhecer o roteiro durante a Feira do Melado
(outubro de 2010).
ATRATIVOS TURSTICOS DE CAPANEMA E OS ESTABELECIMENTOS DO ROTEIRO
DOCE IGUASSU
No incio da pesquisa, procuramos informaes secundrias sobre os atrativos
tursticos do municpio de Capanema, com destaque para os atrativos/estabelecimentos
do Roteiro Doce Iguassu. Baseamos-nos em informaes do Guia Turstico do Sudoeste,
publicado em 2009 pelo Sindicato dos Hotis e Restaurantes do Sudoeste do Paran,
mas tambm em informaes da prefeitura, Associao Doce Iguassu, entre outros
documentos.
Optamos por apresentar a relao de atrativos do Roteiro do ano de 2008, pois foi
nesse ano que iniciamos a pesquisa, de modo que consideramos os estabelecimentos
que faziam parte do Roteiro na poca. Posteriormente, com mudanas que ocorreram no
Roteiro e com a publicao do Guia Turstico do Sudoeste, verso 2010, alguns
estabelecimentos saram do Roteiro, enquanto outros foram inseridos.
ATRATIVOS/ESTABELECIMENTOS DO ROTEIRO DOCE IGUASSU EM 2008
Relacionaremos aqui apenas os atrativos integrantes do Roteiro Doce Iguassu em
2008. Em seguida, elencaremos queles que fazem parte do Roteiro hoje (2010), e os
demais atrativos do municpio, conforme o Guia Turstico do Sudoeste de 2010. No final
do texto apresentamos um quadro sntese das informaes sobre os estabelecimentos
analisados.
ATRATIVOS TURSTICOS DO ROTEIRO (Guia Sudoeste, 2009)
Agroindstria Terra Boa: Produo artesanal de panificao.
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Agroindstria Manguaba: Produo e comercializao de derivados de cana-de-
acar.
Agroindstria Piamolim: Produo e comercializao de derivados de cana-de-
acar e panificao.
Alambique Matraga: Produo artesanal de cachaa orgnica bidestilada. Balnerio Araucria: rea de lazer com camping e lanchonete.
Balnerio Martini: rea de lazer com camping e lanchonete.
Balnerio Peretti: rea de lazer com camping e lanchonete.
Cantinho das Orqudeas: Visitao e venda de espcies variadas de orqudeas.
Casa do Artesanato: Comercializao de produtos artesanais.
Casa Familiar Rural: Capacitao em agricultura familiar e produo de polpa de
fruta. Caf colonial e visitao. Camping Urutau: Piscina, campo de futebol, rea para camping, aluguel de
barracas, passeios de barco, quiosques com churrasqueira, gua e luz.
Fazenda Sinuelo: Hospedagem com agendamento. Visitas atividades de
agropecuria, passeios cavalo, de barco, pescaria.
Magarancho: Museu particular, santurio e apresentao dos Caminhos de
Cristo.
Mirante Rio Iguau: Vista panormica do Rio Iguau, do Parque Nacional e das
Corredeiras da Vaca Branca.
Produo Orgnica Alberto Fritzen: Cultivo orgnico de uva, mandioca, batata,
milho, feijo e maracuj. Produo, comercializao de mel e passeio de carro de
boi.
Produo Orgnica Silfredo Werlang: Fruticultura orgnica.
Rafting no Parque Nacional do Iguau: Corredeiras selvagens do Rio Iguau
descendo em balsa de rafting pelo Parque Nacional do Iguau.
Dos 17 atrativos do Roteiro Doce Iguassu de 2008, no consideramos na pesquisa a
Casa Familiar Rural, o Mirante do Rio Iguau e o Rafting no Parque Nacional do Iguau,
pelo fato dos trs no se constiturem em estabelecimentos rurais abertos ao turismo. O
primeiro se constitui em um espao de formao para jovens do campo, isto , uma
escola de nvel mdio, que oferece cafs coloniais sob agendamento. O segundo um
atrativo pblico, sob responsabilidade da prefeitura, enquanto o terceiro uma empresa
que organiza passeios, e portanto, no utiliza um estabelecimento para a atividade.
Apesar de tentarmos, no conseguimos estabelecer contato com o proprietrio do Rafting.
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Assim, selecionamos 15 estabelecimentos do Roteiro para realizar os primeiros
trabalhos de campo e levantar as informaes de cada um, e, posteriormente, analisamos
quais deles seriam de propriedade de agricultores familiares.
No ano de 2010, houveram algumas alteraes no Roteiro, conforme j comentamos
acima. Apesar de C. F. dizer que a Fazenda Sinuelo tinha sado do Roteiro, esta foimantida como atrativo do Guia de 2010. Por outro lado, as propriedades orgnicas dos
senhores Werlang e Fritzen (que fizeram parte do Roteiro desde seu incio) foram
retiradas do Roteiro no Guia de 2010, e consideradas na categoria de outros atrativos, ou
seja, foram retirados do Roteiro Doce Iguassu e relegados a uma categoria inferior.
ATRATIVOS TURSTICOS DO ROTEIRO (Guia Sudoeste, 2010)
Agroindstria Terra Boa: Produo artesanal de panificao. Agroindstria Piamolim: Produo e comercializao de derivados de cana-de-
acar e panificao.
Balnerio Araucria: rea de lazer com camping e lanchonete.
Balnerio Martini: rea de lazer com camping e lanchonete.
Balnerio Peretti: rea de lazer com camping e lanchonete.
Cantinho das Orqudeas: Visitao e venda de espcies variadas de orqudeas.
Casa do Artesanato: Comercializao de produtos artesanais.
Casa Familiar Rural: Capacitao em agricultura familiar e produo de polpa de
fruta. Caf colonial e visitao.
Camping Urutau: Piscina, campo de futebol, rea para camping, aluguel de
barracas, passeios de barco, quiosques com churrasqueira, gua e luz.
Fazenda Sinuelo: Hospedagem com agendamento. Visitas atividades de
agropecuria, passeios cavalo, de barco, pescaria.
Magarancho: Museu particular, santurio, jantares e outros atrativos.
Mirante Rio Iguau: Vista panormica do Rio Iguau, do Parque Nacional e das
Corredeiras da Vaca Branca.
Rafting no Parque Nacional do Iguau: Corredeiras selvagens do Rio Iguau
descendo em balsa de rafting pelo Parque Nacional do Iguau.
A seguir, apresentamos um quadro que busca sintetizar as principais informaes
de cada estabelecimento considerado um atrativo turstico do Roteiro Doce Iguassu em
2008.
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QUADRO SNTESE DAS INFORMAES SOBRE OS ESTABELECIMENTOS
Estabelecimento Residncia Ano deabertura
Objetivo Atrativos Atividadesprodutivas
Avanos Problemas/crticas
BalnerioAraucria
Noestabelecimento -Comunidade deSo Pedro
2005 Diversificar as fontesde renda da famlia
Passeio decavalos, rea delazer, local parabanho no RioIguau
Lavoura para aproduo de sojatrigo e milhototalizando umarea de setealqueires e 2.5alqueires depastagem
Est satisfeitocom osresultados doempreendimento
Est um poucoinseguro emfazer novosinvestimentosdevido asexigncias doIAP na questoda mata ciliar
Balnerio
Martini
No
estabelecimento -Comunidade deSo Pedro
1997 Para obterem fonte
de renda napropriedade.
rea de lazer
para banhistas,grande infra-estrutura paraquem desejaacampar
Somente para
subsistncia dafamlia e doempreendimento
Teve grandes
avanos, poiscomo apropriedade nopermiteatividadesagrcolas estomuito cotentes
Os
empreendimentos esto de certafoma alienadosao roteiro pois sesaram do roteirocorrem o risco defechar
Balnerio Peretti Noestabelecimento -Comunidade deSanta Maria
2004 Aumentar sua rendae inibir a caa e apesca no local
Trilhassinalizadas,Camping, reade lazer e campode futebol
Produz em tornode 300 sacas desoja e mandiocaorgnica ano eoutros produtospara a suasubsistncia
Esta melhorandoaos poucos ainfra-estrutura doempreendimento
Camping Urutau Reside na cidadede Capanema
2004 Pesca esportiva,piscina, quadrade vlei, tabelade basquete,
quiosques,passeio de barcoe casa de campo
AgroindstriaTerra Boa
Noestabelecimento -Comunidade deEsquina SoFrancisco
2000 Desenvolver umaatividade que tenhaum retorno commenos esforos
Fabricam novetipos de bolachamelado cricri erapadura eprodutos comocana de acar edemais para aagroindstria e
Aumentaram ainfra-estruturaaps os cursosde culinriaoferecidos peloSENAR
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subsistnciaAgroindstriaPiamolim
Noestabelecimento -Comunidade deEsquina SoFrancisco
2000 Ter outra fonte derenda na propriedade
Fabricamrapadura,biscoitos ebolacha edemais produtospara consumo
Construiram umbarraco de60m eeuipamentospara a produoda agroindustria
PropriedadeorgnicaWerlang
Noestabelecimento -Comunidade deSo Pedro
1996 Possui propriedadeorgnica para ter umamelhor qualidade devida e por nonecessitar deassistncia tcnica.Fcil cultivo
Visitaes aslavouras deabacaxi, pomar
Atividadeprincipal aproduo deabacaxi, plantasoja e o restanteda produo para o consumo
Esta ampliandoa rea deabacaxi
Produoorgnica Fritzen
Noestabelecimento -Comunidade deCristo Rei
1992 Para ter uma melhor qualidade de vida epara obter maiorred. Os produtosorgnicos tem umpreo diferenciado
Passeio de carrode boi
In natura: soja,milho, uva e melBeneficiados:suco e vinho
No tevegrandes avanosna propriedade
Falta de apoio eincentivos
Matraga Fora doestabelecimento
1999 Exportar cachaa Degustao decachaa edemonstraode como produzido acachaa
Cachaa
Artesanato Todos os artesosresidem emCapanema
Expor e vender osprodutos artesanaisde Capanema
So artesanatosso produzidospelos prpriosarteses
Estoconstruindo umanova sede parainstalar a loja deartesanato
Cantinho dasorquideas
Na cidade deCapanema
2006 Comearam por gostar de orqudieas edepois para obterlucros
Ver a grandevariedade deorqudeas que oorquidrio possui
Mudas deorqudeas
Ampliao dasestufas
Encontrar novasvariedades
Magarancho Na cidade deCapanema
1997 Fazer uma rea delazer para a famlia epara receber osamigos
Caminho deCristo museucomequipamentos deuso manual
Produz apenaspara o consumo
Tem uma boainfra-estrutura epretende sempreir melhorando
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agrcolacpsulas dotempo (2001) edois sales defesta.
Fazenda Sinuelo Cascavel 2007 Construir uma reade lazer para afamlia e alugar quando osproprietrios noesto na fazenda
Passeio a cavaloe de barco. Hotelfazenda(pousada) episcina
Criao de gadode corte
Pretendem fazercabanas para opessoal acampa
AgroindstriaManguaba
Residem prximo aagroindstria, naComunidade deSo Pedro
1998 Como so todospequenosproprietrios oobjetivo obter lucro
Acompanhar aproduo dagarapa e domelado
Melado, acarmascavo,rapadura ebolachas
Tiveram algunsproblemas com aassociao ecom o roteiro, eresolveram sair.
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CONSIDERAES FINAIS
O Roteiro de Turismo Rural Doce Iguassu de Capanema foi o primeiro roteiro de
Turismo Rural criado na regio Sudoeste do Paran. A partir de uma oferta composta,
sobretudo pelos trs balnerios, a prefeitura procurou levantar outros atrativos em
potencial e montar um roteiro turstico. Assim, foram incorporadas trs agroindstrias comproduo de bolachas e melado; duas propriedades orgnicas; e outros
estabelecimentos, que j desenvolviam as atividades que se tornaram atrativos, mas que
no faziam parte de um roteiro turstico. Apenas a Fazenda Sinuelo no recebia
visitantes. A prefeitura procurou incorporar a oferta de produtos caractersticos do rural
(bolachas, frutas, caf rural) ao Roteiro, e divulgar os atrativos de lazer.
A criao do Departamento de Turismo, do Conselho Municipal de Turismo, do
Roteiro e da Associao dos empreendedores do Roteiro Doce Iguassu, foramimportantes aes realizadas em Capanema. Na atuao da prefeitura, destacamos a
formatao do Roteiro, a sinalizao prpria, a organizao de grupos, os cursos de
capacitao oferecidos, e a preocupao em vender o Roteiro.
Apesar de estar bem organizado, percebemos que no houve uma preocupao
com as implicaes negativas da insero no turismo nos estabelecimentos dos
agricultores familiares, e que os gestores do turismo procuram mais promover a atividade
do que estrutur-la nos estabelecimentos. Tambm verificamos uma concentrao de
poder dentro da Associao, e um vnculo de alguns indivduos com a equipe da
prefeitura. Os agricultores at possuem certa autonomia na gesto de seus
estabelecimentos, porm no que tange a gesto do Roteiro, seu protagonismo
incipiente.
REFERNCIAS
CANDIOTTO, L. Z. P. Turismo Rural na Agricultura Familiar: uma abordagem
geogrfica do Circuito Italiano de Turismo Rural (CITUR), municpio de Colombo
PR. Doutorado em Geografia. Florianpolis: UFSC, 2007.
CANDIOTTO, L. Z. P. Consideraes sobre o conceito de turismo sustentvel. Formao
(Presidente Prudente), v. 1, p. 48-59, 2009.
SINDICATO DOS HOTIS E RESTAURANTES DO SUDOESTE DO PARAN. Guia
Turstico do Sudoeste. Pato Branco, 2009.
SINDICATO DOS HOTIS E RESTAURANTES DO SUDOESTE DO PARAN. Guia
Turstico do Sudoeste. Pato Branco, 2010.