Post on 10-Jul-2015
Um dos aspectos frustrantes da medida provisória editada pela
presidente Dilma Rousseff, de forma causada com vetos pontuais ao Código Florestal aprovado pelo Congresso, é a
redução das exigências legais para a recuperação de nascentes. Todos
concordam que a água é tão indispensável para nossas vidas
quanto o ar que respiramos.
Apesar de sua importância a água não recebe o cuidado que merece, nem no nível pessoal, no desperdício que não
evitamos, nem no nível social, do acesso e distribuição justa da água pra todos. Não há como negar que o Brasil
é o maior do mundo em relação à água. O país detém em seu território
13,8% das águas de superfície do planeta.
Se considerarmos as tais águas internacionais, como a bacia
amazônica, então chegamos perto de 20%. Mesmo o Nordeste, região mais pobre de água do Brasil, a rigor, tem água suficiente para abastecer toda
sua população. O problema nordestino é a distribuição dessa água para que todos tenham acesso a ela.
A transposição não resolve, não distribui a água. Nosso problema é o
desleixo, a depredação, a irresponsabilidade que vai desde os
cidadãos até as autoridades, passando pelos grandes usuários, como a
agricultura irrigada, a indústria e as empresas de saneamento urbano.
Apontada por ambientalistas como a "caixa d'água" do Pantanal, a região das nascentes do Rio Paraguai, em Mato Grosso, sofre há 40 anos um
processo de degradação que pode ser alvo de investigação.
A Mata Atlântica encabeça a lista dos biomas mais ameaçados de extinção
e, em termos de diversidade de fauna e flora pode ser comparado à
Amazônia. Em Pernambuco um tipo de floresta pouco estudada é a do tipo Ombrofila Montana, conhecida como
brejos de altitude.
O rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da
água das chuvas no subsolo, muitas vezes pode provocar problemas de
abastecimento de água nas cidades e na agricultura.
Mais de 40% da superfície oceânica está sob forte pressão das atividades
antrópicas e correm o sério risco de se transformar em desertos biológicos.
Os estudos mostraram que os oceanos apresentam mais de 400 zonas
mortas, com baixo nível de oxigênio na água e pouca ou nenhuma vida
marinha.
A conservação de nascentes é, portanto, uma tecnologia que precisa estar baseada
em fundamentos hidrológicos. fundamentos, que variam dos
ecossistemas, é que são estabelecidas as tecnologias de manejo. Toda a parte do
ciclo hidrológico envolvida na conservação de nascentes ocorre numa área da
superfície que se enquadra na definição de bacia hidrográfica.
Pode ser pequena, uma simples grota, e aí está o segredo de tudo, pois a hidrologia de pequenas bacias tem peculiaridades que a difere daquela usada nos estudos de grandes rios, para construção de hidrelétricas.