Extração de urânio e poluição em Caetite

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Impactos e riscos na exploração e produção de gás de folhelho

Introdução – objetivo e contextualização

Geologia da jazida, e métodos de extração e beneficiamento aplicados

Impactos ambientais e processos de remediação utilizados

Proposta de remediação e prevenção dos problemas ambientais

Referências bibliográficas

Introdução

Usos do urânio

Fins militares Geração de energia Indústria Saúde

Introdução

Fonte de renda

Empregos

Mineração de urânio

Introdução

Fonte de renda

Empregos

Mineração de urânio

Organização dos Estados Americanos (OEA): “...as indústrias que mais contaminam o meio ambiente são as dos setores de mineração e... ...contendo elementos de toxicidade variada”.

IMPACTOS AMBIENTAIS

Introdução

IMPACTOS AMBIENTAIS

Introdução – motivos

1) Importância do Complexo Lagoa Real na economia nacional

2) Impactos socio-ambientais do urânio

3) Aumento da demanda nacional por urânio

Introdução – motivos

1) Importância do Complexo Lagoa Real na economia nacional

2) Impactos socio-ambientais do urânio

3) Aumento da demanda nacional por urânio

4) Problemas ambientais frequentes no Complexo Lagoa Real

Introdução – motivos

INB

...denúncias, inquéritos, autuações, multas ambientais e trabalhistas e várias paralisações...

Introdução – motivos

1) Importância do Complexo Lagoa Real na economia nacional

2) Impactos socio-ambientais do urânio

3) Aumento da demanda nacional por urânio

4) Problemas ambientais frequentes no Complexo Lagoa Real

5) Falta de transparência

Introdução – motivos

INB - controlada ao mesmo tempo que fiscalizada pela Comissão

Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – órgão regulador/licenciador da exploração de urânio no Brasil.

Exemplo: a Autorização de Operação Inicial (AOI), concedida pela CNEN, foi renovada pelo menos seis vezes, contrariando regras da própria Comissão que permitem apenas duas renovações da autorização Provisória (Teule et al., 2008).

Objetivos

Concientizar sobre os impactos ambientais da mineração e beneficiamento de urânio em Caetité.

Promover a discussão a respeito dos meios plausíveis de prevenção e remediação dos problemas ambietais de tal atividade.

Introdução – explotação de urânio

Minerais de urânio

Uraninita – UO2

Autunita – Ca(UO2)(PO4)2▪10-12(H2O)2(UO2)2V2O8▪3(H2O)

CoffiniteCarnotita – – USiO4

Tyuyamunita – Ca(UO2)2(VO4)2▪6(H2O)

Uranophana – Ca(UO2)2SiO3(OH)2▪5(H2O)

Outros...

Minério de Caetité

Introdução – explotação de urânio

Tipos de depósitos

Introdução – explotação de urânio

Tipos de depósitos

Introdução – explotação de urânio

Tipos de depósitos

Jazida Cachoeira

Introdução – explotação de urânio

Panorama Mundial

Introdução – explotação de urânio

Panorama Mundial

Introdução – panorama brasileiro

30% do território prospectado

6ª maior reserva do mundo ~ 5% do total mundial

14ª maior produtor

Introdução – panorama brasileiro

Introdução – panorama brasileiro

Caetité

INB

Santa Quitéria

Galvani (convênio com a INB)

Localização

A 45 km do município de Caetité

Província Uranífera de Lagoa Real

Província Uranífera Lagoa Real

Tipos de depósitos

A > A > A

Província Uranífera de Lagoa Real

34 áreas mineralizadas

Província Uranífera Lagoa Real

Tipos de depósitos

A > A > A

Província Uranífera de Lagoa Real

34 áreas mineralizadas

12 jazidas

Província Uranífera Lagoa Real

Reservas: 94.000 t de urânio

Teor médio: 0,21%

Província Uranífera de Lagoa Real

Província Uranífera Lagoa Real

Reservas: 94.000 t de urânio

Teor médio: 0,21%

65.000 t de “tonelagem entamborável”

Província Uranífera de Lagoa Real

Jazida Cachoeira

Província Uranífera de Lagoa Real

Reservas: 20.400 t de urânio

Teor médio: 0,35%

Histórico – Complexo Lagoa Real

Descoberta: 1977

Histórico – Complexo Lagoa Real

Descoberta: 1977

Início da produção: dezembro 1999

Generalidades – Complexo Lagoa Real

Produção atual:

400 t/ano

Período de vida da mina (2008):

12 anos

4.000t de U3O8

Complexo Lago Real

Mina e planta de refino

Cavas da Jazida Cachoeira (open-pit)

Minério lixiviado encapsulado na ganga

Lavra: Jazida Cachoeira

Mina e planta de refino

1999-2008: 1.120.000 t de minério

(run of mine)

Mina (open-pit)

Mina e planta de refino

1999-2008: 1.120.000 t de minério

(run of mine)

Estéril/minério: 8,1:1

Mina (open-pit)

Mina e planta de refino

1999-2008: 1.120.000 t de minério

(run of mine)

Estéril/minério: 8,1:1

Teor médio U3O8: 0,252%

Mina (open-pit)

Mina e planta de refino

Refinamento

Beneficiamento: unidade de concentrado de urânio (URA)

Mina e planta de refino

Terraços de lixiviação (yellow cake)

2x35.000t

Tanques com “liquor de urânio”

URA

Mina e planta de refino

URA

Área: 95 ha

Mina e planta de refino

URA

Área: 95 ha

46 pilhas de lixiviação

Mina e planta de refino

URA

Área: 95 ha

46 pilhas de lixiviação

Capacidade de processamento: 180.000 t/ano de minério ROM

Geologia da Jazida

Geologia da Jazida

• Estruturas Tectônicas

Geologia da Jazida

• Litologias

Geologia da Jazida

• Litologias

Geologia da Jazida

• Litologias

Geologia da Jazida

• Litologias

Geologia da Jazida

• Litologias

Geologia da Jazida

Qz, Or, Pl, Anf, Bi e Opx

Granito Qz, Mi, Pl, Bi e Anf

Gnaisse Pl, Px, Anf, Gr, Bi, Qz e Mi

Albitito

• Mineralogia

Geologia da Jazida

• Mineralogia

Pl, Px, Anf, Gr, Bi, Qz e Mi

Albitito

Geologia da Jazida

• Pedologia Na fase de geração dos granitos

tipo São Timóteo, o urânio estava contido em Niobo-

titanatos, na forma U4+

Remobilização/precipitação do urânio, promovendo a

precipitação da uraninita, possibilitando a mobilização do

urânio.

Intemperismo e erosão, formando assim depósitos

secundários de urânio.

Extração e Beneficiamento

Extração e Beneficiamento

Impactos Ambientais

Impactos ambientais relacionados à liberação de rejeitos e afluentes em atividades de mineração Impacto radiológico Impactos no solo, hidrosfera e sedimentos, fauna e flora e comunidades

Impactos Ambientais

Acidentes em minas

Impactos Ambientais – Solo

Monitoramento realizado pelo CRIIRAD próximo a atividades de prospecção mostrou uma dose de radiação Gama 2,5 maior

que em locais não afetados pelas atividades.

Impactos Ambientais – Hidrosfera e Sedimentos

Dados obtidos pelo Greenpeace a partir de amostras de água e sedimentos de Caetité mostram que:

Duas lagoas naturais localizadas no entorno da mina apresentam Radionuclídeos naturais;

Um poço artesiano localizado a 8km da mina apresenta concentrações de

urânio sete vezes maiores do que os limites máximos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS);

Amostras de água provenientes de poços artesianos localizados na área de

influência das atividades da mina apresentam o dobro de urânio do limite estabelecido pela OMS e acima do Índice Conama;

Impactos Ambientais – Fauna e Flora

Dentre os impactos previstos pelo EIA/Rima do projeto de exploração de urânio em Caetité inclui-se a deposição de partículas comuns e radiativas sobre a cobertura vegetal.

A ingestão desses vegetais, assim como de água contaminada por animais faz com que os contaminantes entrem na cadeia alimentar.

Impactos Ambientais – Comunidades

Estudo realizado por Prado (2007) mostra que a média de urânio incorporado pelos habitantes de Caetité é: 2 vezes maior que em Lagoa Real

5 vezes maior que em Igaporã

25 vezes maior que na Represa de Guarapiranga

100 vezes maior do que a média mundial

Processos de Remediação

Programas de monitoração ambiental

Programas de radioproteção

Processos alternativos de remediação

Costa e Lima (2006) desenvolveram um Plano Conceitual de Fechamento da Usina de Concentrado de Urânio de Caetité-BA.

Processos alternativos de remediação

Adsorção de urânio com magnetita

“A adsorção é uma propriedade fundamental da matéria e corresponde à

operação de transferência de massa, onde moléculas de uma fase fluida se

concentram espontaneamente sobre uma superfície sólida, em consequência das

forças atrativas entre as moléculas”

Processos alternativos de remediação

Adsorção de urânio com magnetita

Processos alternativos de remediação

Adsorção de urânio com magnetita

Natureza do gasto Descrição Custo (R$)

Mão-de-obra

Construção e instalação 8.000,00

Materiais

Válvulas 1000,00

Tubulações 2.000,00

Tanques de adsorção 1.500,00

Adsorvente Desprezível

Manutenção

Substituição de materiais 4000,00

Total 16.5000,00

Estimativa dos custos para implantação e operação da proposta de reabilitação através do

processo de adsorção de íons de urânio utilizando magnetita.

Processos alternativos de remediação

Biossorção de urânio com casca de banana

“A biossorção corresponde ao fenômeno de adsorção que utiliza

biomassa de origem animal ou vegetal como adsorvente de íons metálicos e

compostos orgânicos de efluentes provenientes de fontes industriais”

Processos alternativos de remediação

Biossorção de urânio com casca de banana

Processos alternativos de remediação

Biossorção de urânio com casca de banana Natureza do gasto Descrição Custo (R$)

Mão-de-obra

Construção e instalação 8.000,00

Materiais

Válvulas 1000,00

Tubulações 2.000,00

Tanques de adsorção 1.500,00

Manutenção

Substituição de materiais 4000,00

Operação

Filtro 8.000,00

Total 24.500,00

Estimativa dos custos para implantação e operação da proposta de reabilitação

através do processo de biossorsão de íons de urânio utilizando casca de banana.

Processos alternativos de remediação

Comparação da capacidade de adsorção do U em vários adsorventes

Referências Bibliográficas

Avelar E.C. 2012. Modelagem da extração por solventes de urânio em meio sulfúrico com Alamine 336 na ausência e na presença de íons cloreto. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Brasil. 89p. Boniolo M. R. 2008. Biossorção de urânio nas cascas de banana. Dissertação de mestrado (Mestrado em Tecnologia Nuclear-Materiais). 107p. Chaves A. M. D. V. 2005. Mineralogia e geoquímica supergênica do urânio- Província Uranífera de Lagoa Real, Caetité-Bahia. Dissertação de Mestrado, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear. Belo Horizonte, Brasil. 101p. Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ministério da Ciência e Tecnologia. Disponível Em <http://www.cnen.gov.br/seguranca/nonmas/nonnas.asp> Acesso em 20 de outubro 2014.

Referências Bibliográficas

Guimarães R. B. 2005. Desenvolvimento de um aplicativo para estimativa de custo de fechamento de mina. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Engenharia Mineral), Universidade Federal de Ouro Preto. 72p. INB. Radioproteção e Monitoramento Ambiental. Disponível em: <http:// www.inb.gov.br/pt-br/WebForms/interna2.aspx?secao_id=68>. Acessado em 19 de outubro 2014. Leal R. 2006. Estudo da magnetita como material adsorvedor de íons uranilo. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Tecnologia Nuclear-Materiais). 61p. Porto M. F. S., Finamore R., Chareyron B. 2014. Justiça Ambiental e Mineração de Urânio em Caetité/Ba: Avaliação Crítica da Gestão Ambiental e dos Impactos à Saúde da População. Em: <http://www.criirad.org/mines- uranium/bresil/relator io-prelim-fiocruz-CRIIRAD-caetite-11-4-2014.pdf>. Acesso em: 19 de outubro 2014.

Referências Bibliográficas

Costa F. L. 2005. Plano conceitual de fechamento de uma mina de urânio- Estudo de caso: A unidade de concentrado de urânio da INB em Caetité, Bahia. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, Brasil. 137p. Costa F. L., Lima H. M. 2006. Plano conceitual de fechamento para a unidade de concentrado de urânio da INB em Caetité, Bahia. Revista Escola de Minas, 59: 403-408. Esteves R. G. 2006. Uranium Enrichment: Brazil’s Technological Leap. Disponível em: < http://dc.itamaraty.gov.br/imagens-e-textos/Industry14.2-UraniumEnrichment- Part2.pdf>. Acessado em 21 de outubro 2014. Gomiero L. A. 2008. Uranium Production in Caetité, Brazil. Disponível em: < http://www.iaea.org/OurWork/ST/NE/NEFW/documents/RawMaterials/TC%20BR A/24%20Caetite%20Mining%20&%20Milling%20-%20Brazil.pdf>. Acessado em 21 de outubro 2014.

Referências Bibliográficas

Greenpeace. 2008. Ciclo do Perigo: impactos na produção de energia nuclear no Brasil. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/Global/brasil/report/20 08/10/ciclo-do-perigo.pdf>. Acesso em: 22 de outubro de 2014. Prado G. R. 2007. Estudo de contaminação ambiental por urânio no município de Caetité- BA, utilizando dentes humanos como bioindicadores. Dissertação (mestrado) apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da UESC. Ilhéus. INB. Radioproteção e Monitoramento Ambiental. Disponível em: <http://www.inb.gov.br/ptbr/WebForms/interna2.asp x?secao_id=68>. Acesso em: 19 de outubro 2014. Rei A. G. F. D., Souza A. P. G., Castro A. P. S., Abreu J. C. V., Berstrain A. 2014. Contaminação da água por urânio em Caetité-BA. Em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/quimica/0020.html>. Acesso em: 19 de outubro 2014.