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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI
CURSO BACHARELADO EM PSICOLOGIA
SARAH CAROLINE MILANEZ SANTOS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA NA
QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS
TERESINA – PI
2018
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SARAH CAROLINE MILANEZ SANTOS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA NA
QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS
Monografia apresentada à Faculdade de
Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como
requisito para obtenção do grau de bacharel
em Psicologia.
Orientadora: Prof.ª Me. Karolyna Pessoa
Teixeira Carlos.
TERESINA – PI
2018
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SARAH CAROLINE MILANEZ SANTOS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA NA
QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS
Monografia apresentada à Faculdade de
Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como
requisito para obtenção do grau de bacharel
em Psicologia.
Aprovada em: _____ / _____ / 2018.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________ Prof. ª Me. Karolyna Pessoa Teixeira Carlos
Orientadora
Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
______________________________________________________
Prof.ª Me. Diane Nogueira Paranhos Amorim
1ª Examinadora
Faculdade de Ensino Superior do Piauí - FAESPI
______________________________________________________
Prof.ª Me. Karine Cardozo Rodrigues Machado
2ª Examinadora
Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
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Dedico a meus pais Francisco Assis Santos e
Maria do Carmo Milanez Santos, que foram
fonte de inspiração na escolha do tema dessa
pesquisa.
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AGRADECIMENTOS
A caminhada foi longa e árdua, mas prazerosa. Quero findá-la agradecendo aqueles
que direta e indiretamente torceram durante esses cinco anos de academia.
Agradeço a Deus por ter me guiado e cuidando para que eu trilhasse meu caminho
com saúde е força superando as dificuldades.
A minha orientadora de TCC, Me. Karolyna Pessoa por se disponibilizar em me
orientar a construir esse trabalho e pesquisa que para mim é muito especial e importante,
obrigada por me apoiar e ser compreensiva, você é um ser iluminado e maravilhoso.
A minha banca examinadora Prof.ª Me. Diane Nogueira e Prof.ª Me. Karine
Cardozo, por disponibilizarem de seu tempo e participar contribuindo com conhecimento e
assim dividir comigo tamanho aprendizado. Sinto-me grata e feliz.
Agradeço feliz e satisfeita a todos os familiares que são meus alicerces, aos meus
sobrinhos Arthur Said e Laura Maria que proporcionam felicidade em minha vida. Meu irmão
Fernando Said e cunhada Raissa por juntos se manterem perto de meus pais cuidando e
ajudando os mesmos enquanto aqui distante estou e na luta por meus objetivos.
Agradeço à minha prima Rosanne Lúcide que foi, diga-se de passagem, uma
motivação na qual tem forte influência na tomada da minha decisão quando resolvi vir morar
em Teresina para estudar e me formar.
Aqui em Teresina meu agradecimento é justo e importante, pois preciso explanar
minha eterna gratidão a minha querida Tia/Mae, Elvina Maria por me receber em sua casa e
por ser tão presente e cuidar bem de mim. A mesma sempre me deixou à vontade e “livre”
para trilhar meu caminho. Sua constante alegria me contagia até mesmo nos dias cinzas que
algumas vezes passei por estar longe de casa.
Agradeço a instituição, na qual é composta por uma equipe excelente e maravilhosa
de professores que oportunizaram а janela onde hoje vislumbro um horizonte superior,
obrigada meus mestres e amigos por tanto aprendizado, sou muito grata e prometo seguir a
ética no exercício da minha profissão.
Meus sinceros agradecimentos a instituição onde realizei a minha pesquisa,
Universidade Federal do Piauí-UFPI, tive a honra em ser aceita para pesquisar em um
programa voltado para terceira idade em ação-PTIA.
Não esquecendo aqueles que tiveram participação direta, fiel, sincera e regada de
amor e admiração, aos amigos que conquistei e quero levar para a vida, são eles: Cristiane
Matos, você é minha fonte de inspiração e gratidão, excelência e maravilhosa enquanto
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profissional e pessoa. Josy Pereira você é maravilhosa, amiga, nunca vou esquecer a enorme
ajuda e contribuição durante a minha pesquisa para conclusão do TCC.
Daniel Victor, meu grande amigo/irmão, obrigada pela amizade sincera e por me
ajudar tanto com seus conhecimentos e ser esse cara humilde e excelente pessoa. Welyon
Paraíba, agradeço enorme ajuda com o SPSS. Enfim, estou realizada, feliz e muito grata.
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“A cada um cabe uma peculiaridade que
demandará atitudes diferentes frente a velhice,
mas em cada um está a possibilidade de
planejá-la e escolher viver bem.”.
(Skinner, 1985)
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RESUMO
Reconhecendo a importância da psicoterapia o presente estudo buscou fazer uma pesquisa acerca das representações sociais sobre importância da psicoterapia na qualidade de vida de pessoas idosas.
Conhecer o perfil sociodemográfico dos idosos que participam do Programa voltado para terceira
idade desta instituição. Identificar as demandas dos idosos na busca por psicoterapia. Compreender as representações sociais dos idosos sobre a psicoterapia. Em suma, é de grande valia para o meio
acadêmico essas investigações, uma vez que, pode-se levantar dados acerca desse processo
psicoterapêutico afim de mostrar evidências e benefícios para uma melhor qualidade de vida no envelhecimento. A pesquisa tratou-se de um estudo descritivo-exploratório, com dados transversais e
por conveniência. Como instrumentos foi usado questionário sociodemográfico, com a finalidade de
obter informações sobre idade, sexo, estado civil, etnia, renda, religião, graduação, Teste de
Associação Livre de Palavras (TALP), com o qual foi possível obter as representações sociais dos idosos sobre a psicoterapia para uma melhor qualidade de vida na velhice, Entrevista semiestruturada,
para compreender as percepções dos idosos acerca da psicoterapia. Verificou-se na pesquisa a
importância que a psicoterapia se faz diante ao publico da terceira idade, pois a mesma visa oferecer qualidade de vida e a psicoterapia surge como uma forma de tratamento da saúde mental de idosos, e
no enfrentamento de demandas, bem como o autoconhecimento, viver bem, orientar-se, traumas,
dificuldades e manter-se em equilíbrio emocional. E consequentemente mantenham o idoso ativo na
sociedade.
Palavras-chave: Psicoterapia. Qualidade de vida. Velhice. Representações sociais
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ABSTRACT
Recognizing the importance of psychotherapy, the present study sought to make a survey about social representations about the importance of psychotherapy in the quality of life of the elderly. To know
the sociodemographic profile of the elderly who participate in the Program aimed at the elderly of this
institution. To identify the demands of the elderly in the search for psychotherapy. Understanding the social representations of the elderly about psychotherapy. In short, it is of great value to the academic
milieu these investigations, since, one can raise data about this psychotherapeutic process in order to
show evidences and benefits for a better quality of life in the aging. The research was a descriptive-exploratory study, with transversal data and for convenience. As instruments, a sociodemographic
questionnaire was used to obtain information on age, gender, marital status, ethnicity, income,
religion, graduation, Free Word Association Test (TALP), with which it was possible to obtain the
social representations of the elderly on psychotherapy for a better quality of life in old age, Semi-structured interview, to understand the perceptions of the elderly about psychotherapy. It was verified
in the research the importance that the psychotherapy is made before the public of the third age, since
it aims to offer quality of life and the psychotherapy emerges as a form of treatment of the mental health of the elderly, and in the confrontation of demands, as well as self-knowledge, living well,
guiding oneself with traumas, difficulties and maintaining oneself in emotional balance. And
consequently keep the elderly active in society.
Keywords: Psychotherapy. Quality of life. Old age. Social representations.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Religião
Figura 2 – Já teve contato com Psicólogo
Figura 3 – Já teve intenção de fazer psicoterapia
Figura 4 – Dendograma
Figura 5 – Nuvem de palavras representações sociais dos idosos
Figura 6 – Análise de Similitude Representações Sociais dos idosos
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados Sociodemográficos
Tabela 2 – Palavra Estimulo I Velhice
Tabela 3 – Palavra Estimulo II Qualidade de Vida
Tabela 4 – Palavra Estimulo III Psicoterapia
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
BRICS Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul
ONU Organizações das Nações Unidas
ONUBR Organizações das Nações Unidas Brasil
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS Organização Mundial de Saúde
UCI’S Unidades de Contextos Iniciais
RS Representação Social
TALP Teste de Associação Livre de Palavras
PTIA Programa Terceira Idade em Ação
CEP Comitê de Ética e Pesquisa
MDS Ministério da Saúde
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 15
2.1 A VELHICE E O PROCESSO DE ENVELHECER ........................................... 15
2.2 VELHICE, QUALIDADE DE VIDA E PSICOTERAPIA .................................... 18
2.3 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E PSICOTERAPIA COM IDOSOS ..................... 20
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 24
3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................... 24
3.2 LÓCUS DE INVESTIGAÇÃO ............................................................................... 24
3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA ........................................................................ 24
3.4 INSTRUMENTOS ................................................................................................... 29
3.5 PROCEDIMENTOS E CONSIDERAÇÕES ÉTICAS .............................................. 30
3.6 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42
APÊNDICES ............................................................................................................ 46
ANEXOS ................................................................................................................... 51
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1 INTRODUÇÃO
Transformações socioculturais e suas implicações ocasionaram mudanças no
processo de envelhecimento. E, devido ao crescente número de idosos, em uma reunião para
discutir os desafios sociais trazidos acerca do envelhecimento populacional nos Países
BRICS, de acordo com o Fundo de População da Organizações das Nações Unidas -ONU-,
em 2015, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul tinham lares com mais de 380 milhões
de idosos com 60 anos ou mais. E até 2050, esse contingente chegará acerca de 940 milhões
(ONUBR, 2017).
Conforme esses dados haverá também um aumento no que se refere à procura de
serviços que beneficie os idosos e a uma melhor qualidade de vida, e para isso se faz
necessário que haja políticas públicas onde as mesmas ofereçam serviços com equipe
multidisciplinar ao atendimento desse público, ainda dentro dessa equipe é primordial a
atuação de um profissional da psicologia, onde o mesmo através da psicoterapia visa
proporcionar qualidade de vida no que se refere a saúde mental desse idoso.
Uma vez que cuidar da saúde mental e das emoções não é coisa de quem sofre de
patologias específicas, e sim, mais uma maneira de manter o organismo equilibrado e viver
melhor, a psicoterapia é um dos tratamentos disponíveis para que o indivíduo conheça a si
mesmo profundamente e possa se desenvolver melhor consigo e com o meio em que vive.
O idoso pode perceber a psicoterapia como mais uma forma de ser acolhido e manter
um bom contato e relacionamento uma vez que necessita ter alguém com quem possa
expressar e dividir seus temores, angústias, ansiedades, ainda sabendo que o mesmo pode ter
dúvidas sobre seu estado físico e psicológico, em níveis que precisam ser detectados,
observados, analisados e respeitados, e ainda seguindo a ética no lidar com seu corpo, seus
aspectos emocionais. Ao psicólogo é de práxis a observância do cumprimento adequado
destas necessidades.
Sabendo-se de tal realidade é importante enfatizar que com o processo de
envelhecimento o corpo sofre transformações e em decorrência disso consequentemente o
diferenciam e o afastam do padrão jovem, surgindo assim, um jogo de contrastes sociais.
Surgem aliados às transformações históricas ocorridas com o processo de modernização que
provocam mudanças sobre a vida, suas etapas, seus estágios e no curso de vida.
Reis e Bellini (2011) enfatiza que representação social é, fundamentalmente, um
sistema de classificação e de denotação, de alocação de categorias e nomes. Tais coisas que
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nos parecem estranhas e perturbadoras têm também algo a nos ensinar sobre a maneira e o
que as pessoas pensam.
As Representações Sociais sobre a importância da Psicoterapia na Qualidade de vida
de pessoas idosas é um tema desafiador na área da Psicologia, devido a velhice ser uma
demanda negligenciada e por consequência acaba sendo esquecida. A psicoterapia tem um
papel peculiar no que diz respeito ao público idoso, pois visa a promoção da saúde mental,
uma vez que busca de forma acolhedora entender as diversas alterações biopsicossociais
vivenciadas pelo idoso dessa fase.
De acordo com Dronwin (2009), a psicoterapia é um processo científico de
compreensão, análise e intervenção que se realiza através da aplicação sistematizada e
controlada de métodos e técnicas psicológicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela
ética profissional, promovendo a saúde mental e propiciando condições para o enfrentamento
de conflitos e ou transtornos psíquicos seja de cunho individual ou grupal.
É pertinente pesquisar sobre a psicoterapia como qualidade de vida na velhice, pois a
mesma engloba questões de extrema relevância, como: a cultura, a religiosidade, a educação,
a etnia, o gênero, o nível socioeconômico, dimensões pelos quais os indivíduos se estruturam
perante a sociedade, base para o desenvolvimento humano. Diante disso surgiu a necessidade
de pesquisar quais as representações sociais sobre a importância da psicoterapia na qualidade
de vida dos idosos?
Para isto, estabeleceu-se como objetivo geral descrever as representações sociais
sobre a importância da psicoterapia na qualidade de vida de idosos que participavam de um
programa voltado para terceira idade em uma Instituição de Ensino Superior Pública, na
cidade de Teresina-PI. E como objetivos específicos: conhecer o perfil sociodemográfico dos
idosos, identificar as demandas dos idosos na busca por psicoterapia.
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2 REFERENCIAL TEÓRCO
2.1 A VELHICE E O PROCESSO DE ENVELHECER
O envelhecimento é um fenômeno biológico, psicológico e social que atinge o ser
humano na plenitude de sua existência, modifica sua relação com o tempo, o seu
relacionamento com o mundo e com sua própria história (TEIXEIRA, 2006).
Caradec (2016) define a velhice como o último período da vida, sucedendo à
maturidade, e caracterizado por um enfraquecimento global das funções fisiológicas e das
faculdades mentais e por modificações atróficas dos tecidos e órgãos, enquanto ao
envelhecimento, é associado a senescência, termo forjado pela geriatria para designar o
enfraquecimento e retardamento das funções vitais, em decorrência da velhice.
O envelhecimento é um processo do desenvolvimento normal, envolvendo alterações
neurobiológicas estruturais e funcionais. Também incidem sobre o organismo fatores
ambientais e socioculturais como qualidade e estilo de vida, dieta, sedentarismo e exercício
intimamente ligados ao envelhecimento sadio ou patológico (SANTOS; ANDRADE;
BUENO, 2009).
Antigamente as pessoas mais velhas eram vistas como objetos de adoração,
possuindo um papel de confiança em negócios, bem como de grande importância social e
econômica. Respeitados pelos mais jovens, os idosos eram, então, considerados um
patrimônio, e não encargo (GORAYEB, 2015).
Atualmente, os especialistas no estudo do âmbito de envelhecimento referem-se a
três grupos de pessoas mais velhas: o primeiro grupo são os idosos jovens que geralmente se
refere a pessoas de 65 a 74 anos, que costumam estar ativas, o segundo grupo, os idosos
velhos, de 75 a 84 anos, e o terceiro grupo são os idosos mais velhos, de 85 anos ou mais que
são aqueles que apresentam maior tendência a fraqueza, enfermidades e também podem
apresentar maior dificuldade em desempenhar atividades do cotidiano (PAPALIA, 2006).
Segundo Grinberg e Grinberg (1999), os idosos costumam ser classificados quanto
ao seu temperamento, sinalizando que são divididos em quatro tipos principais: eufóricos ou
ativos: têm autoestima e apreciam a vida sendo bastante otimistas, os deprimidos: são
angustiados e atormentados, sempre esperando o pior e estão em dificuldades por algum
problema psicológico ou físico. Os assustados: são geralmente pessimistas e hipocondríacos
tendo preocupação doentia com o funcionamento dos órgãos. Os indiferentes: esses
geralmente em qualquer situação não se queixam e para eles tanto faz ter amigos ou não.
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Todos os quatro tipos de idosos relatados, mas com exceção dos eufóricos e
ativos, embora já tenhamos encontrado otimistas sempre preocupados,
precisam de uma ajuda objetiva e competente. Amigos ou parentes,
que sejam generosos, de muita boa vontade, poderiam com habilidade
tentar interferir na vida desses idosos, procurar dialogar com eles,
saber das causas que os afligem para poder minimizar os males que os
assaltam (GRINBERG; GRINBERG, 1999, p. 51).
Falar sobre o processo de envelhecimento também é pertinente no que se refere
lembrar a respeito de atitudes que ocorre dentro desse processo, que é falar sobre o idadismo.
De acordo com Couto e Marques (2016), o idadismo inclui preconceito, aplicação de
estereótipos e comportamentos de discriminação que tem como alvo as pessoas idosas.
O idadismo é um tipo de viés social que desfavorece os idosos porque está
baseado na crença cultural de que a idade é uma dimensão importante na forma como se definem as características e a posição social de uma pessoa, o
idadismo é frequentemente comparado a outras formas de preconceito, como
racismo e o sexismo (COUTO; MARQUES, 2016, p. 10).
Ao falar de velhice faz-se necessário que se fale também do perfil sociodemográfico,
visto que os números no aumento de idosos é cada vez maior. De acordo com projeções das
Nações Unidas em 2050 pela primeira vez haverá mais idosos que crianças menores de 15
anos no mundo. Em 2012, 810 milhões de pessoas tinham 60 anos ou mais, constituindo
11,5% da população global. Projeta-se que esse número alcance 1 bilhão em menos de dez
anos e mais que duplique em 2050, alcançando 2 bilhões de pessoas ou 22% da população
global (IBGE, 2013).
Na população brasileira, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE o fenômeno do envelhecimento demográfico aponta para o aumento nos dados entre
2005 e 2015, a proporção de idosos de 60 anos ou mais, passou de 9,8% para 14,3%.
Na população piauiense dados dos Censos do IBGE de 2000 e 2013, apontam o
crescimento da população de idosos de 8,50% para 10,6%, se somados os estratos de 60 anos
a mais.
A palavra velhice carrega consigo toda uma vida baseada em experiências. Sabe-se
que o idoso passa por uma série de alterações biopsicossociais que traz consigo alarmantes
medos advindo de tais modificações.
As alterações sofridas no processo de envelhecimento, que deveria ser natural, são
vividas de maneira estigmatizada, o que passa a representar uma ameaça à autoestima, à
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aceitação de si, tornando assim as pessoas vulneráveis a sofrimentos psíquicos de toda ordem
e até mesmo a patologias.
O processo de envelhecimento é diferenciado, os indivíduos mudam de acordo com a
idade, alimentação, esforço físico, stress, fatores ambientais, a proliferação de radicais livres,
a herança genética, a etnia, entre muitos outros fatores. De modo que uma visão sobre esse
processo deve abordar aspectos bio-psico-sociais, sem esquecer o processo produtivo
historicamente situados.
O indivíduo estigmatizado como aquele que tem uma característica diferente
da que a sociedade prevê, procura esclarecer a relação do estigma com a questão do desvio, visto que a sociedade estabelece os meios de categorizar
as pessoas, definindo os atributos comuns e naturais para cada uma dessas
categorias (GOFFMAN, 1988, p. 20).
Valendo-se de tal informação é pertinente falar que um estudo produzido pela OMS
(2016), sinalizou que atitudes negativas ou discriminatórias contra idosos prejudicam a saúde
física e mental dessa população.
Todo esse estigma em torno da velhice, acarreta na autonomia e no comportamento
do idoso, que passa a encarar a velhice como algo ruim, indesejável, associando a velhice a
doença, declínio, decadência e outros fatores estigmatizadores, que afetam consideravelmente
os idosos, que passa a vivenciar a solidão, a dependência, a proximidade com a morte, a perda
da identidade e dos papéis conquistados, o que evidencia uma resistência ao processo de
envelhecimento (OLIVEIRA; AGUIAR, 2015).
Diante desse contexto, de acordo com a OMS (2016), idosos que se sentem um fardo
percebem suas vidas como menos valiosas, colocando-se em risco de depressão e isolamento
social e têm opiniões negativas sobre seu próprio envelhecimento, não se recuperam bem de
deficiências e vivem, em média, 7,5 anos a menos que pessoas com atitudes positivas.
É possível criar estratégias que possam garantir a promoção da saúde mental da
população mais velha. Nesse contexto, preceitos teóricos e práticas baseadas dentro do
campo da psicologia, onde pode-se ter como contribuição a psicologia do envelhecimento,
que engloba de maneira significativa o enfrentamento dos desafios na atenção em saúde do
idoso (RIBEIRO, 2015).
O interesse da Psicologia sobre a velhice é relativamente recente, começam em 1928
as primeiras pesquisas experimentais sobre a velhice, a respeito de tais tópicos bem como,
aprendizagem, memória e tempo de reação. Mas até, 1940, pouco se pesquisou sobre a
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velhice, levando em consideração que até então essa foi a época da expansão e consolidação
da Psicologia da infância e da adolescência, a psicologia do envelhecimento foi o resultado de
duas correntes de interesses, originadas a partir da psicologia do desenvolvimento
(TEIXEIRA, 2006).
Ainda segundo Teixeira (2006), Erik Erikson um dos pioneiros nos estudos acerca do
desenvolvimento humano, com a formulação da teoria do desenvolvimento durante toda a
vida, sinalizava que o desenvolvimento processa-se ao longo da vida e que o sentido da
identidade de uma pessoa desenvolve-se através de uma série de estágios psicossociais, e
dentro dessa teoria existem oitos estágios, sendo o período da vida adulta denominado de
integridade do ego versus desespero, sendo que essa integridade do ego é caracterizada por
fatores intrínsecos da velhice bem como: dignidade, prudência, sabedoria, pratica e aceitação
do modo de viver, o que seria possivelmente o medo da morte.
A psicologia no âmbito da velhice pode oferecer significativo apoio, pois o campo de
atuação desta profissão engloba uma diversificada gama de técnicas voltadas para a promoção
da saúde, para o diagnóstico precoce e o tratamento de declínios físicos, emocionais e
cognitivos, especificamente, na atenção à saúde mental do idoso, as estratégias preventivas
em psicologia tem como foco a manutenção da autonomia e da funcionalidade cognitiva,
como também a prevenção do suicídio em quadros de depressão do isolamento social em
quadros de perdas da independência, e do stress, sobrecarga e desestruturação de núcleos
familiares ao enfrentar o dia a dia de cuidado do idoso acometido por patologias crônico-
degenerativas (RIBEIRO, 2015).
De acordo com Ribeiro (2015), é importante sinalizar que a psicologia pode também
contribuir no que se refere estratégias de prevenção e tratamento de agravos crônicos e
degenerativos que ocorre na velhice, a funcionalidade cognitiva seria preservada por meio de
estratégias bem como, treinos e programas de reabilitação para amenizar déficits e perdas
cognitivas e principalmente, à manutenção das relações e participação em atividades sociais e
ocupacionais na velhice.
2.2 VELHICE, QUALIDADE DE VIDA E PSICOTERAPIA
O processo de envelhecimento e a vivência da velhice são experiências particulares
de cada idoso. De acordo com Erik Erikson a etapa da velhice é caracterizada como a luta
pela resolução do conflito integridade do ego versus desespero (CHACHAMOVICH;
TRENTINI; FLECK, 2011).
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Para Santos (2017), diante dessa realidade, se faz fundamental para que possamos
compreender o envelhecimento com qualidade de vida na contemporaneidade. Bem como,
como o idoso é percebido pelo seu meio social? Como sua singularidade é vista diante do
outro? Faz-se necessário analisar esses questionamentos sem esquecermo-nos de colocar em
pauta que a qualidade de vida é multidimensional, singular e subjetiva.
Com o envelhecimento populacional e consequentemente o aumento no índice de
morbimortalidade, a ciência expandiu sua busca pelos fatores capaz de diminuir as perdas que
são decorrentes do processo de envelhecimento em prol de aumentar a qualidade de vida na
velhice. Desse modo Neri (2011), afirma que na velhice, a boa qualidade de vida está
relacionada à independência e também à autonomia para a realização das tarefas cotidianas.
A psicoterapia surge também como uma técnica que pode gerar benefícios no que diz
respeito ao público idoso, visando a promoção da saúde mental, e compreender as diversas
alterações biopsicossociais que o idoso passa nessa fase. De acordo com Cordioli (2008), a
ameaça da perda da capacidade para o autocuidado é a queixa mais frequente relatada dos
idosos, estando a velhice, muitas vezes, remetida ao momento em que ocorrerá tal
incapacidade.
A psicoterapia pode favorecer um presente e um futuro mais criativos, uma vida mais
satisfatória ao sujeito, bem como respostas sobre os vários aspectos do processo
de envelhecimento e da velhice. A psicoterapia ainda visa trabalhar o sentimento de
desamparo relacionado à perda da própria imagem e da consciência de si, estimular a
autoestima (DOURADO; SOUSA; SANTOS, 2012).
As psicoterapias específicas que são utilizadas com idosos são as psicoterapias de
apoio, psicoterapias de orientação analítica, e as que são mais utilizadas são as psicoterapias
breve dinâmica por ser dentro de um período breve de tempo, a psicoterapia de grupo que na
velhice é considerado eficaz, pois vai trabalhar o isolamento e a perda da identidade social
que ocorre nessa fase da vida e estão associados a depressão e pode oferecer ao grupo um
espaço de convívio que auxilia o trabalho dessas dificuldades, e por fim a psicoterapia
cognitiva que tem se revelado eficaz, no que se refere especialmente em pacientes idosos
cognitivamente prejudicados (CORDIOLI, 2012).
No processo psicoterapêutico com idosos tem-se como objetivos, que podem ser
atingidos na busca de uma melhor qualidade de vida, o desenvolvimento da capacidade de
falar sobre si mesmo e sobre seus problemas, alívio de sentimento de insegurança, melhora na
autoestima, aceitação de uma situação de maior dependência, adaptação para alterações na
situação de vida e alívio sintomático (CORDIOLI, 2012).
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O processo psicoterapêutico pode auxiliar também o idoso a entender melhor sobre
sua condição de saúde, o uso de medicamentos e tratamentos médicos, que por vezes esteja se
submetendo, além também de ajudá-lo a entrar em contato com questões emocionais e
psíquicas, possibilitando assim uma diminuição dos sofrimentos causados por problemas
como depressão e ansiedade, por exemplo, comuns nessa faixa etária (JORNAL DA USP,
2016).
Em alguns casos onde ocorrem perdas cognitivas ou onde haja necessidade de
reabilitação por eventos adversos ou pela ocorrência de patologias, a psicoterapia também
exerce um importante papel no que tange auxiliar o idoso a aceitar, compreender e vivenciar
de outra forma a sua atual condição, motivando-o a persistir no tratamento para seu bem-estar
e sua qualidade de vida (JANIRO, 2016).
Ao propor este estudo, busca-se entender a importância e os benefícios que a
psicoterapia pode trazer para que o idoso tenha uma melhor qualidade de vida, compreender
as alterações decorrentes da própria velhice para uma melhor aceitação e vivência, identificar
quais as demandas mais procuradas e trabalhar os estigmas que o próprio idoso sofre,
estigmas esses que são repassados pela sociedade.
2.3 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E PSICOTERAPIA COM IDOSOS
A Teoria das Representações Sociais é um aporte teórico que estuda o fenômeno das
representações sociais (RS), entendido como as teorias que são produzidas no senso comum,
ou seja, como as pessoas e os grupos sociais, no curso de suas vidas cotidianas, constroem
saberes sobre si mesmas, sobre os outros e sobre os diversos objetos sociais que lhe são
relevantes (FÉLIX, 2016).
A Teoria das Representações Sociais foi elaborada por Serge Moscovici em 1961, e
se tornou conhecida com a publicação da tese de doutorado dele em forma de livro, em que o
autor explorou o conhecimento de senso comum produzido por grupos sociais em Paris acerca
da Psicanálise (CAMARGO, 2015).
Ao analisar como se formam as Representações Sociais, Moscovici (1961) explicita
dois processos que os nomeia de objetivação e a ancoragem. Estes processos são processos
sociocognitivos no sentido em que são socialmente regulados, e referem-se a regulações
normativas que verificam as operações cognitivas.
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A objetivação diz respeito à forma como se organizam os elementos
constituintes da representação e ao percurso através do qual tais elementos adquirem materialidade e se tornam expressões de uma realidade pensada
como natural. Já a ancoragem pretende referir uma segunda categoria de
processos associados à formação das representações sociais bem como os
processos através dos quais o não-familiar se torna familiar, processos esses nos quais uma representação, uma vez constituída, se torna um organizador
das relações sociais. (VALA, 2010, p. 57)
As Representações Sociais, também foi bastante utilizada por Denise Jodelet, a
mesma parceira e amiga de Serge Moscovici. Ela enfatiza o conceito de Representações
Sociais de forma mais detalhada e didática, argumentando que representação social é uma
forma de conhecimento, socialmente elaborada e também partilhada, tendo uma visão prática
para a construção de uma realidade comum um conjunto social (JODELET, 1989).
Deste modo, as representações são, essencialmente, fenômenos sociais que, mesmo
acessados a partir do seu conteúdo cognitivo, têm de ser entendidos a partir do seu contexto
de produção (PETTER; MOREIRA, 2012).
Por se tratar de elementos simbólicos, as representações sociais apontam
conhecimentos, opiniões, crenças e valores incorporados nas práticas das diversas situações
vivenciadas. Tendo em vista que tais representações também se fazem presente no que se
refere ao público idoso, uma vez que os mesmos se encontram em uma classe diferenciada,
são mencionados como pessoas que não tem utilidade no meio social (FERNANDES;
ANDRADE, 2016).
Bem-estar de pessoas idosas está relativamente associado a
condicionamentos sociais, mas por outro lado, também é dependente das
crenças, sentimentos e emoções individuais, portanto, das experiências subjetivas. Além disso, é preciso considerar a possibilidade de que o
envelhecimento seja o resultado de um processo de aprendizagem, ou seja,
um comportamento aprendido (FERNANDES; ANDRADE, 2016, p. 37).
Percebe-se que com o crescente envelhecimento populacional, começaram a ser
criados serviços na área da saúde voltados a prestar cuidados a esta faixa etária (unidades de
geriatria) onde o mesmo busca organizar o seu trabalho pautado nas equipes
multidisciplinares. E nestas equipes, os psicólogos clínicos, que para além das tarefas de
avaliação e psicodiagnóstico, também iniciaram atendimento psicoterapêutico individual e de
grupo (REBELO, 2007).
Na velhice, aumentam as ocorrências de eventos estressantes, bem como a perda de
familiares e amigos próximos, também o surgimento de doenças crônicas, distanciamento da
22
família e a própria perda da independência. Devido a isso, a psicoterapia é de extrema
importância na qualidade de vida nessa fase da vida (RIBEIRO; FREITAS; SOUZA, 2016).
É importante enfatizar que os eventos estressantes do envelhecimento podem ser
diferenciados em dois tipos básicos: egocêntrico e não-egocêntrico. O primeiro é fruto de
eventos e preocupações que dizem respeito ao próprio idoso, por exemplo, problemas ligados
à sua dependência física e sua condição econômica, já o segundo diz respeito a eventos
ocorridos com pessoas significativas para o idoso, por exemplo, problemas de saúde e morte
de parentes e amigos (MELO et al., 2012).
Sabe-se que o apoio familiar é imprescindível para o equilíbrio biopsicossocial do
idoso, que vai favorecer um envelhecimento útil e participativo. A família representa para
esses idosos, um fator que influencia significativamente a sua segurança emociona
(GERONTOGERIATRIA, 2018).
Por sofrerem mudança biopsicossocial, todas essas alterações geram impactos e
consequências na vida do indivíduo que envelhece, repercutindo sobrecargas significativas
sobre a família à qual são demandadas novas responsabilidades, o idoso geralmente tende a
tornar-se dependente de seus familiares ou cuidador, porém sabemos ainda que é de práxis
que exista um certo distanciamento do cuidador ou familiar. Então à medida que a família se
torna cada vez menos disponível para desempenhar o papel de cuidadora de seus membros
dependentes, crescem as demandas na procura de asilos, casas de repouso e abrigos
(CAMARANO; PASINATO; LEMOS, 2011).
Segundo Souza (2015), quando a família não tem condições psicológicas, sociais
nem mesmo recursos financeiros ou humanos para cuidar de seu familiar idoso, causando
assim um distanciamento da família para com ele, este fica exposto as situações de
morbidade.
A saúde mental também se manifesta e centram-se na queixa de perda de memória,
delírios, depressão e um grande estado da ansiedade sem razão aparente e por vezes uma
confusão mental, os idosos padecem de solidão maligna, isto é, aquela que compromete a
saúde física e emocional. Com o avançar da idade a maioria das pessoas idosas reduzem a sua
participação na comunidade, o que pode originar sentimentos de solidão e desvalorização,
com efeitos ao nível da integração social e familiar, e ao nível da saúde física e psíquica
(TEIXEIRA, 2010).
Os idosos têm um problema de saúde grave associado à solidão, problemas tanto no
campo psicológico como no físico, em geral, a solidão influencia na saúde cerebral de uma
forma muito semelhante ao do estresse crônico e ambos provocam uma resposta negativa no
23
sistema endócrino e no sistema imunológico o que, por sua vez, faz com que o organismo
fique mais propenso a desenvolver diferentes patologias (PSICOLOGIAS DO BRASIL,
2018).
É pertinente falar que depressão e a solidão podem estar relacionadas, uma vez que o
aumento do nível de solidão pode levar ao aumento da depressão e vice-versa. Por sua vez, a
depressão acompanha-se com muita frequência de perturbações de memória e do
funcionamento cognitivo.
A depressão por ser considerada um problema de saúde mental grave atinge pessoas
de todas as idades e tem sido comumente presente em idosos, uma vez que o idoso está numa
situação de perdas contínuas. Para Teixeira (2010), essas perdas a nível cognitivo despertam,
muitas vezes, sentimentos de desânimo e tristeza que acabam por desencadear no isolamento
e algumas vezes pensamentos suicidas onde os mesmos são oriundos da própria depressão.
O fato é que a depressão nesta faixa etária tende à cronicidade, pois a mesma causa
elevado sofrimento psíquico, tais circunstâncias pioram drasticamente a qualidade de vida e
elevam a mortalidade dos indivíduos acometidos.
E valendo-se de tal informação é importante enfatizar que a psicoterapia se faz
também de suma importância nesse contexto, pois a mesma deve ser compreendida como uma
ferramenta que irá contribuir visando na promoção de bem-estar, saúde e qualidade de vida
devendo também ser sempre pensada como aliada aos demais tratamentos ao idoso (JANIRO,
2016).
24
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com dados transversais e por
conveniência.
3.2 LÓCUS DA INVESTIGAÇÃO
Esta pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Piauí – UFPI na cidade de
Teresina-PI.
A instituição constituía apenas local de realização das entrevistas, aplicação dos
instrumentos e como mediadora para contato com os idosos, não tendo nenhum tipo de
responsabilidade sobre a pesquisa.
3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA
A quantidade de participantes desta pesquisa foi definida a partir de um cálculo
amostral tendo por base o número de idosos que participam de um programa voltado para a
Terceira Idade, de ambos os sexos, dos mais variados cursos que o programa oferece. Este
público foi escolhido porque acredita-se que os idosos que buscam esse programa de certa
forma estão em busca de ocupação, qualificação e qualidade de vida.
Segundo a coordenação do programa, a quantidade de participantes do programa é de
420 idosos, sendo que tal valor foi utilizado para cálculo da amostra. Considerando o erro
amostral de 5% e o nível de confiança de 95%, obteve-se uma amostra de acordo com a
seguinte fórmula.
No qual N seria o tamanho da população, logo 420 indivíduos, n0 o tamanho da
população não conhecida, na qual E02 o erro amostral de 5%. Ao substituir os dados na
fórmula, obtém-se:
0
0
nN
nNn
2
0
10
En
205,0
10 n
4000025,0
10 n
25
Substituindo tais dados do tamanho da população não conhecida na fórmula geral:
n = N . nₒ n = 420 . 400 n = 168.000 =204,88
N + nₒ 420 + 400 820
Devido ao fato de tratar-se de indivíduos que são seres de valores discretos e não
contínuos, o resultado foi arredondado. Aplicando as regras de lógica da matemática, o valor
final foi de aproximadamente 205 idosos. Observando questões relativas à perda amostral,
foram somados 10% nesse valor, desta forma, a quantidade prevista de idosos que foram
pesquisados é de 225 sujeitos. Porém dos 225 idosos matriculados, apenas 98 sujeitos
frequentaram o programa, sendo assim, essa pesquisa foi realizada com os 98 idosos, onde os
mesmos atenderam aos critérios de inclusão que era estar devidamente matriculados no
Programa Terceira Idade em Ação – PTIA.
Para análise de dados utilizou-se o software IRAMUTEC. Na utilização deste
software, para obter-se um resultado satisfatório, faz-se necessário um mínimo de trinta
Unidades de Contextos Iniciais - UCI´s. Pois, quando trata-se de respostas a questões abertas
e as respostas apresentam em média três a cinco linhas, faz-se necessário um número maior de
respostas para a constituição do corpus de análise, neste caso um mínimo de cem textos
(CAMARGO; JUSTO, 2013).
Como critérios de inclusão, os participantes deveriam estar regularmente
matriculados no Programa Terceira Idade em Ação-PTIA e aceitar participar da pesquisa
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1). E como critérios de
exclusão, participantes que não estiveram matriculados no programa e os que não aceitaram
participar da pesquisa. Os participantes tiveram livre escolha para participar ou não da
presente pesquisa, podendo desistir a qualquer momento e por fim sua participação deu-se de
forma voluntária e anônima.
Os resultados serão apresentados seguindo a ordem da organização do questionário.
A apresentação que sinaliza conforme a Tabela (1), verificou-se que os participantes da
pesquisa são de ambos os sexos, com idades entre 52 e 88 anos, apresentou média de idade
66,21 anos com desvio padrão de 7,868, a maioria dos participantes entrevistados são
mulheres e casadas. Sobre qual o nível de instrução, a maioria sinalizou que são nível
superior, apontando para diferentes áreas bem como, odontologia, ciências contábeis, serviço
social, pedagogia, engenharia. Apenas uma minoria corresponde a nível fundamental.
26
TABELA 1 – DADOS SÓCIODEMOGRÁFICOS N = 98
Participantes Frequência Porcentagem
Sexo
Homens 13 13, 27%
Mulheres 85 86,73%
Idade
Idade Mínima 52 anos
Idade Máxima 88 anos
Média 66,21%
Desvio Padrão 7,868%
Estado Civil
Solteiro 17 17,3%
Casado 52 53,1%
Separado /Divorciado 9 9,2%
Viúvo 20 20,4%
Grau de Instrução
Fundamental 8 8,2%
Médio 41 41,8%
Superior 48 49,0%
Outro 1 1%
Cor ou Raça
Asiática 1 1%
Branco 23 23,5%
Caucasiano 1 1%
Morena 10 10,2%
Moreno 1 1%
Negra 8 8,2%
Negro 3 3,1%
Parda 51 52%
Ocupação
Sim 36 36,7%
Não 29 29,59%
Aposentado(a) 33 33,7%
27
Observou-se que os de nível superior, tiveram mais facilidade em compreender os
questionários, partindo-se do pressuposto de que o bom funcionamento cognitivo é
responsável, entre outros aspectos, pela adequação do comportamento e pela resolução de
situações cotidianas. Segundo Dominicano (2014), uma pesquisa feita com idosos com nível
de escolaridade distintos, aponta que aqueles com nível de escolaridade superior tendem a ter
uma velocidade de processamento, atenção, memória e inteligência, apresentando melhor
desempenho tornando o cérebro mais resistente e flexível diante dos efeitos de doenças ou das
alterações comuns causadas pelo envelhecimento. Dominicano (2014), enfatiza que idosos
com baixa escolaridade tem maiores chances de apresentar e desenvolver déficits cognitivos.
Em relação se tinham alguma ocupação, observou-se uma maioria que corresponde
que sim, e dentre as diversificadas ocupações encontram-se atividades bem como, fazer
natação, costurar, cozinhar e atividades no PTIA. Identificou-se um número significativo de
idosos que se declarou serem aposentados. A aposentadoria implica no rompimento com a
identidade, a saída do mundo do trabalho e consequentemente diversas mudanças na vida que
sempre vem acompanhadas de perdas de estratégias devido ao afastamento de
comportamentos habituais já organizados e conhecidos pelas pessoas; como perdas de poder e
reconhecimento; e perdas da identidade socioprofissional (SOARES; COSTA, 2011).
Ressalta-se a importância de discutir alguns dados, visto que estes podem apresentar
uma relação mais próxima com as representações sociais dos idosos pesquisados, dentre eles a
religião, se já teve contato com psicólogo, bem como se já teve intenção em fazer psicoterapia
em algum momento da vida.
No que se refere à religião, a Figura (1) a prevalência é da religião católica onde a
mesma revela-se através de um percentual significativo de 84%. Todavia ressalta-se que a
conexão com Deus é considerada uma componente chave da espiritualidade, dessa forma,
entende-se que a espiritualidade contribui para o bem-estar na velhice, favorecendo a
resiliência e o envelhecimento bem-sucedido pois certos comportamentos e crenças religiosas
estão diretamente relacionados com a felicidade geral e saúde física, uma vez que
desestimulam o engajamento em comportamentos pouco saudáveis (GUTZ; CAMARGO,
2013).
28
47% 49%
1%
JÁ TEVE
CONTATO
COM
PSICOLOGO
NÃO SIM NÃO
INFORMOU
84%
6% 4% 3%
b
FIGURA 1 – Religião dos idosos
Quando questionados se já tiveram contato com Psicólogo, observou-se uma amostra
equilibrada no sentido de afirmarem se tiveram ou não contato com um profissional de
Psicologia, conforme a Figura (2).
FIGURA 2 – Contato com psicólogo
Sobre a intenção de fazer psicoterapia, percebeu-se também um equilíbrio entre a
intensão de fazer psicoterapia ou não, prevalecendo o desejo de buscar a psicoterapia
conforme se apresenta na Figura (3).
29
43%
54%
1%
JÁ TEVE
INTENÇÃO DE
FAZER
PSICOTERAPIA
NÃO SIM NÃO
INFORMOU
FIGURA 3 – JÁ TEVE INTENÇÃO DE FAZER PSICOTERAPIA
3.4 INSTRUMENTOS
Questionário sociodemográfico, teve como finalidade, obter informações sobre
idade, sexo, estado civil, etnia, renda, religião, graduação;
Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), com o qual foi possível obter
representações sociais dos idosos acerca da velhice, qualidade de vida e psicoterapia;
Entrevista semiestruturada, para compreender as percepções dos idosos sobre
psicoterapia como qualidade de vida na velhice.
Durante a realização da pesquisa houve a possibilidade de riscos de ordem física e/ou
psicológica entre os participantes desta pesquisa decorrentes do preenchimento dos
instrumentos. Portanto, na eventualidade do surgimento de algum problema de fundo físico,
psicológico e/ou outros possíveis desconfortos, como por exemplo: constrangimentos,
ansiedades, somatizações, raivas e medos ao responderem os instrumentos de coleta de dados,
os responsáveis da presente pesquisa indicarão os serviços das clínicas escolas de psicologia
das faculdades privadas, universidades públicas e/ou dispositivos de saúde pública na cidade
de Teresina/PI, bem como encaminhamento, caso seja necessário, para atendimento privado,
sendo assegurado de assistência integral gratuita devido a danos diretos, indiretos, imediatos e
tardios, pelo tempo que for necessário, não havendo nenhum ônus de qualquer natureza aos
participantes e, quando necessário, haverá ressarcimento às despesas decorrentes da
participação na pesquisa tudo sob ônus dos pesquisadores.
30
3.5 PROCEDIMENTOS E CONSIDERAÇÕES ÉTICA
O presente projeto inicialmente foi enviado para avaliação do Comitê de Ética e
Pesquisa (CEP), com número CAAE 82529718.1.0000.5211 E PARECER Nº 2.640.056,
orientado pelas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa nas Ciências Humanas e
Sociais envolvendo seres humanos, conforme a Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional
de Saúde.
Após a aprovação foi contatada a Instituição de Ensino Superior Pública onde a
pesquisa foi realizada, para solicitar autorização para dar início a coleta de dados, a aplicação
dos questionários sociodemográficos, o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) e a
entrevista semiestruturadas com os idosos da Instituição.
Inicialmente foi aplicado o questionário sociodemográfico a fim de caracterizar os
partícipes da pesquisa. Logo em seguida utilizou-se o TALP, com objetivo de colher
informações que viessem à mente de forma espontânea através de três palavras estímulo, os
quais foram: velhice, qualidade de vida e psicoterapia.
Por fim, foi aplicado a entrevista semiestruturada que buscou direcionar o
pesquisador e proporcionar que todos os assuntos a que se pretendeu a pesquisar sejam
contemplados (GIL, 1999). Os questionários foram aplicados pela própria pesquisadora
interessada, a aplicação do mesmo foi realizada na Instituição de Ensino Superior Pública,
onde o Programa Terceira Idade em Ação – PTIA funciona.
3.6 ANÁLISES DOS DADOS
As informações obtidas nesta pesquisa foram analisadas em seu conjunto por alguns
instrumentos descritos a seguir. Os dados colhidos relacionados ao Teste de Associação Livre
de Palavras – TALP foram analisados pela Teoria das Redes Semânticas, uma ferramenta
metodológica que é utilizada para que se possa conhecer, com elevado nível de precisão, o
significado de um grupo e o núcleo estruturante de cada representação (VERA NORIEGA,
2005).
As perguntas da entrevista semiestruturada foram analisadas através de um software
gratuito, o IRAMUTEC, que permite fazer análises estatísticas de dados textuais e sobre
tabelas indivíduos/palavras (CAMARGO; JUSTO, 2013).
31
Por fim, os dados obtidos com a aplicação do questionário sociodemográfico foram
feitas com estatísticas descritivas, como média, moda e desvio padrão no software SPSS for
Windows na versão 22.
32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As tabelas a seguir trata-se das representações sociais construídas pelos idosos e
foram coletadas através do instrumento com 3 palavras estímulos, onde foi utilizado a técnica
de associação livre de palavras (TALP). Os resultados obtidos com a TALP foram analisados
as palavras ou expressões recordadas pelos entrevistados em resposta aos estímulos indutores.
As palavras estímulos são (E1 – Velhice; E2 – Qualidade de vida e E3 – Psicoterapia).
Ao observar a Tabela (2) em resposta ao estímulo velhice (E1), observou-se que a
mesma foi objetivada nas representações sociais dos idosos entrevistados como entendendo
que velhice é o mesmo que “idade avançada”, pois é um momento em que se deve ter uma
atenção mais peculiar em relação a “saúde”. Uma vez que envelhecimento é um fenômeno
biológico, psicológico e social que atinge o ser humano na plenitude de sua existência,
modifica sua relação com o tempo, o seu relacionamento com o mundo e com sua própria
história. (TEIXEIRA, 2006)
Tabela 2 – Palavra Estimulo I – VELHICE
NÚCLEO DE REDE PESO SEMÂNTICO DISTANCIAMENTO
SEMÂNTICO
Idade avançada 55 100
Saúde 40 73
Experiência 24 44
Depressão 12 22
Alegria 8 14
Nas representações dos idosos, pode-se perceber que eles entendem a velhice
atrelada a experiências, onde a experiência atual de envelhecer pode ser vista como mais
gratificante do que outras etapas vividas, o sentimento de liberdade das obrigações com a
família e filhos, dos controles aos quais são submetidos quando são mais jovens, os permite a
realização de várias atividades prazerosas. Pode-se observar uma ambivalência entre duas
representações encontradas, pois ao mesmo tempo que os idosos entrevistados entendem que
na velhice é mais comum o surgimento de doenças emocionais como a depressão, eles
também compreendem que é possível vivenciar a velhice de forma positiva.
Segundo Spar e La Rue (2002), a depressão na terceira-idade tem graves
consequências, incluindo o sofrimento dos doentes e também dos prestadores de cuidados a
incapacidade associada com perturbações que estão ligadas no que se refere ao nível cognitivo
gerando um aumento na taxa de mortalidade relacionada ao suicídio.
33
Porém há idosos que são “alegres” e vivem a velhice de forma positiva. Pode-se
então falar em “identidade positiva da velhice, como a memória, a sabedoria e a experiência
vivida” (DEBERT, 1999, p. 132).
Já de acordo com a Tabela (3), no que diz respeito a qualidade de vida (E2), os
idosos participantes ancoram suas representações na busca constante em sentir-se bem com a
vida em todos os aspectos, e geralmente para que isso ocorra, julgam ser necessário aderir a
prática de “atividades físicas”. Segundo Franchi; Junior (2005) a prática de atividade física
visa promover a melhora da composição corporal, a diminuição de dores articulares, o
aumento da densidade mineral óssea, a melhora da utilização de glicose, a melhora de força e
de flexibilidade, a diminuição de problemas cardiovasculares e, como benefícios
psicossociais, pode-se citar o alívio da depressão, o aumento da autoconfiança, a melhora da
autoestima.
Ainda é importante enfatizar que qualidade de vida para estes idosos também está
relacionada a uma alimentação saudável. A orientação nutricional deve ser um dos componentes da
atenção a saúde da pessoa idosa, uma vez que a alimentação saudável contribui para a promoção da
saúde e para a prevenção de doenças.
Os benefícios dessa orientação também se estendem àquelas pessoas idosas, que em função
de algum comprometimento do estado de saúde, requerem cuidados alimentares específicos (MDS,
2010). Qualidade de vida também denota no que se refere a ter amigos e manter-se na companhia dos
mesmos, o que para os idosos entrevistados representa viver bem e feliz.
Tabela 3 – Palavra Estimulo II – QUALIDADE DE VIDA
NÚCLEO DE REDE PESO SEMÂNTICO DISTANCIAMENTO
SEMÂNTICO Sentir-se bem com a vida 115 100
Atividades físicas 76 66 Alimentação saudável 60 52
Ter amigos 16 14
Viver Feliz 7 6
Em relação a Tabela (4), no que tange a psicoterapia (E3), os idosos em suas
representações mencionaram que psicoterapia está relacionado a ter “saúde mental” e ainda,
pode ajudar a ter “qualidade de vida” e por consequência “bem estar emocional”. Todavia,
compreendem que conversar com o psicólogo durante um processo de psicoterapia é uma
forma de ajudar os idosos.
34
Tabela 4 – Palavra Estimulo III - PSICOTERAPIA
NUCLEO DE REDEE PESO SEMÂNTICO DISTANCIAMENTO
SEMANTICO
Saúde Mental 110 100
Qualidade de Vida 56 51
Bem-estar emocional 21 19
Conversar 14 13
Em suma, é imprescindível enfatizar que a qualidade de vida está relacionada a
independência e também a autonomia para a realização das tarefas cotidianas (NERI, 2011).
A psicoterapia surge também como uma técnica que pode gerar benefícios no que diz respeito
ao público idoso, visando a promoção da saúde mental, e compreender as diversas alterações
biopsicossociais que o idoso passa nessa fase.
A psicoterapia pode favorecer aos idosos um futuro e um presente mais criativo, uma
vida mais satisfatória, bem como respostas sobre os vários aspectos do processo de
envelhecimento e da velhice. A psicoterapia visa ainda trabalhar o sentimento de desamparo
relacionado a perda da própria imagem e da consciência de si, além de estimular a auto-estima
(DOURADO; SOUSA; SANTOS, 2012).
A classificação hierárquica descendente do Corpus, obtida mediante as respostas
fornecidas à entrevista, refere-se às representações dos idosos sobre psicoterapia e qualidade
de vida. Este corpus foi constituído por 98 UCIs e dividido em 117 UCEs, em que 702
palavras, que ocorreram 3.466 vezes, foram analisadas com média de 29,62 em termos de
ocorrência, sendo 67,52% consideradas na classificação hierárquica descendente.
No dendograma Figura (4) observou-se que o corpus se dividiu em cinco classes,
com título e a descrição de cada uma delas, o número de UCEs ou segmentos de textos que a
compõe, as variáveis descritivas e as palavras com maior associação com a classe relatada,
considerando o coeficiente alcançado no teste de associação qui-quadrado (X2). A primeira
33
Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente
Classe 4: Psicoterapia como Qualidade de
Vida
22/79 segmentos de texto = 27.85% do
total
Palavras de maior associação:
Palavra Freq. X²
Melhoria 6 16.82
Acreditar 7 12.8
Qualidade de vida 45 7.68
Entender 5 7.23
Melhor 12 6.54
Familiar 4 4.66
Certeza 9 3.88
Classe 5: Benefícios da Psicoterapia
13/79 segmentos de texto = 16,46% do
total
Palavras de maior associação:
Palavra Freq. X²
Bom 9 18.63
Mente 7 16.88
Acompanhamento 7 16.88
Importante 8 13.73
Sentir 18 13.28
Bem-estar 4 10.5
Exercício 4 10.5
Psicologico 7 9.25
Alimentar 8 7.29
Necessidade 3 5.72
Achar 3 5.72
Vontade 18 4.83
Classe 3: Psicoterapia como
Qualidade de vida
15/79 segmentos de texto = 18.99%
do total
Palavras de maior associação:
Palavra Freq. X²
Através 4 17.98
Ajuda 9 15.01
Vida 18 14.58
Psicólogo 5 12.92
Psicologia 5 12.92
Saudável 6 9.6
Já 10 7.16
Terapia 10 7.16
Lazer 3 4.61
Ocupar 3 4.61
Viver-bem 9 4.28
Classe 1: A Psicoterapia como forma
de ajuda
13/79 segmentos de texto =16,46 % do
total
Variáveis descritivas:
Idade: 81 a 84 anos
Intenção de fazer psicoterapia: sim
Palavras de maior associação:
Palavra Freq. X²
Ajudar 23 17.23
Praticar 5 7.36
Alimentar 8 7.29
Idoso 24 7.14
Viver 12 6.54
Classe 2: Psicoterapia com o
tratamento na resolução de problemas.
16/79 segmentos de texto = 20,25%
do total
Palavras de maior associação:
Palavra Freq. X²
Tratamento 9 29.63
Você 4 16.59
Precisar 3 12.28
Resolver 6 8.66
Estar 9 7.84
Filho 4 7.82
Oferecer 20 6.47
Não 43 5.82
Problema 18 5.01
Mental 8 4.88
Necessário 3 4.16
34
divisão do corpus deu origem a dois subcorpus, o primeiro composto pelas classes 1, 5, 4 e o
segundo subcorpus constituído pelas classes 3 e 2.
No primeiro subcorpus intitulado A importância da Psicoterapia, observou-se uma
subdivisão, em que as classes 1 e 5, estão atreladas à classe 4. A classe 1 intitulada A
Psicoterapia como forma de ajuda, com 13 UCEs e com 16,46% do total classificado no qual
refere-se as palavras ajudar, praticar, alimentar, idoso e viver, manteve relação com a classe 5,
Benefícios da Psicoterapia, a qual apresentou a mesma quantidade de UCEs da classe anterior
e que teve como conteúdo, bom, mente, acompanhamento, importante, sentir, bem estar,
exercício, psicológico, alimentar, necessidade, achar, vontade. Deste modo, os discursos
abaixo corroboram os resultados supracitados para as referidas classes
Classe 1: A psicoterapia como forma de ajuda.
“É uma maneira do profissional ajudar as emoções, pois ajuda ter bons
pensamentos e alegria de viver. Nessa idade ficamos carentes de certas
limitações.”
(Participante 04, sexo feminino, 68 anos, casada, católica,
aposentada).
“Ciência que estuda o bom desenvolvimento da mente, bem como o
seu equilíbrio e melhor acompanhamento. Pode ajudar o idoso tendo
em vista que proporciona a ter mais saúde e vida longa com alegria.”
(Participante23, sexo feminino, 58 anos, casada, católica, professora)
‘É a atividade que ajuda pessoas com problemas a serem tratados por
um psicólogo através de terapia. Gostaria de fazer para tratar da minha
timidez, e sei que pode oferecer ajuda nas atividades de interelação
pessoal e tratar da saúde mental.
(Participante 25, sexo feminino, 64 anos, casada, espirita, dona de
casa).
Classe 5: Benefícios da Psicoterapia
“É muito bom, pois traz benefícios para si. A pessoa vive bem com a
família e tem o suficiente para viver tranquilo. É muito importante
para o idoso fazer psicoterapia.”
(Participante 33, sexo masculino, 82 anos, casado, católico,
aposentado).
“O psicólogo vai ajudar na autoestima e no pensamento da pessoa, a
ter benefícios na vida. A pessoa tem que andar de bem com avida e
sorrir sempre. E pode ajudar muito na saúde mental emocional do
idoso.”
(Participante 34, sexo feminino, 65 anos, casada, católica,
aposentada).
35
“Ajuda a tranquilizar a mente e a saúde emocional. Trata momentos
de angustia, nervosismo e impaciência que o idoso sofre muito e a
psicoterapia pode tratar isso.”
(Participante 37, sexo feminino, 74 anos, casada, católica,
aposentada).
Classe 4: Psicoterapia como Qualidade de vida
“É um tratamento voltado para a cabeça, voltado para a saúde mental
e é importante ter qualidade de vida para ter uma boa alimentação,
cuidar da saúde física e mental, praticar atividades físicas.”
(Participante 51, sexo feminino, 87 anos, viúva, católica, aposentada).
“Ajuda no desenvolvimento emocional da pessoa, fiz psicoterapia
quando meu pai faleceu. Ter qualidade de vida é ter uma vida boa,
saudável e ainda ir para o forró e tomar uma cerveja.”
(Participante 52, sexo feminino, 63 anos, solteira, católica,
aposentada).
“Tratamento de orientação para resolver problemas comportamentais
e relacionamentos. Senti vontade de fazer quando tive problemas
conjugal. Pode oferecer qualidade de vida, viver melhor, buscar mais
tempo de vida, proporcionar bem estar e apoio.”
(Participante 66, sexo feminino, 61 anos, casada, católica,
aposentada).
Já a classe 4 intitulada Psicoterapia como processo de melhorias com 27.85% das
UCEs classificadas, complementando-se com as classes 1 e 5 que destacou as palavras
melhoria, acreditar, qualidade de vida, entender, melhor, familiar e certeza como pode ser
exemplificado pelos trechos a seguir:
Psicoterapia também está relacionado a ter uma qualidade de vida melhor. Percebe-
se diante dos achados que a psicoterapia se revela como um processo que pode gerar bem-
estar e consequentemente qualidade de vida no que diz respeito ao público da terceira idade.
Para isso, é importante frisar que existem psicoterapias especificas que são utilizadas
com idosos são as psicoterapias de apoio, psicoterapias de orientação analítica, porém é
importante ressaltar as mais utilizadas, como a psicoterapia breve dinâmica por ser dentro de
um período breve de tempo, outra tipo de terapia eficaz para trabalhar com os idosos é a
psicoterapia de grupo, pois vai trabalhar o isolamento e a perda da identidade social que
ocorre nessa fase da vida e estão associados a depressão e pode oferecer ao grupo um espaço
de convívio que auxilia o trabalho dessas dificuldades, por fim, a psicoterapia cognitiva que
tem se revelado eficaz, no que se refere especialmente em pacientes idosos cognitivamente
prejudicados (CORDIOLI, 2012).
36
O segundo subcorpus, intitulado Psicoterapia e Qualidade de Vida foi composto
pelas classes 3 e 2. A classe 3 intitulada A Psicoterapia como qualidade de vida, com 15
UCEs e com 18.99% do total classificado no qual refere-se as palavras, através, ajuda, vida,
psicólogo, psicologia, saudável, terapia, lazer, ocupar, viver-bem. Pois de acordo com
Cordioli (2012), no processo psicoterapêutico com idosos tem-se como objetivos, que podem
ser atingidos na busca de uma melhor qualidade de vida, o desenvolvimento da capacidade de
falar sobre si mesmo e sobre seus problemas, alívio de sentimento de insegurança, melhora na
autoestima, aceitação de uma situação de maior dependência, adaptação para alterações na
situação de vida.
Observou-se que mantém relação com a classe 2, Psicoterapia como tratamento na
resolução de problemas, a qual apresentou a quantidade de 16 UCEs e com 20,25% da classe
anterior e que teve como conteúdo, tratamento, você, precisar, resolver, estar, filho, oferecer,
não, problema, mental, necessário. Deste modo, os discursos abaixo corroboram os resultados
supracitados para as referidas classes.
Classe 3: A psicoterapia como qualidade de vida
“A psicoterapia melhora a qualidade de vida, a saúde mental, e é uma
forma de tratamento muito boa para qualidade de vida, para saúde
mental e conviver em sociedade. Faço psicoterapia e acho muito
importante independente da ocasião”.
(Participante 30, sexo feminino, 65 anos, divorciada, evangélica,
aposentada).
“É uma coisa muito boa para a saúde mental da pessoa, ajuda a viver
bem com saúde e sempre animado. E pode oferecer qualidade de vida
para o idoso”.
(Participante 19, sexo masculino, 67 anos, casado, católico,
aposentado).
“É de suma importância para as pessoas, pois ajuda a se conhecer
melhor e no autoconhecimento para ter qualidade de vida. Ajuda a ter
uma boa saúde, boa alimentação e interagir melhor com os amigos e
com sua família”.
(Participante 31, sexo feminino, casada, católica, autônoma)
Classe 2: Psicoterapia como tratamento na resolução de problemas.
“O tratamento das pessoas com problemas no psicológico. Senti
vontade quando estava com problemas familiares e acredito que pode
oferecer ajuda, pois a maioria dos idosos necessitam conversar pois se
sentem sozinhos”.
37
(Participante 11, sexo feminino, 72 anos, solteira, católica,
aposentada).
“É um tratamento para resolver problemas de relacionamento e
alguém que pode ter confiança. Senti vontade de fazer psicoterapia
porque sinto momentos de tristeza e sinto que preciso. Pode ajudar o
idoso que precisa expor suas dificuldades de vida para o profissional.
(Participante 13, sexo masculino, 67 anos, solteiro, evangélico,
aposentado).
“É um tratamento físico e mental, emocional que tenho vontade de
fazer para trabalhar questões do passado. E pode ajudar a mudar os
sentimentos, ter alegria, vontade de viver e sentir-se útil”.
(Participante 16, sexo feminino, 59 anos, casada, católica,
aposentada).
Outra forma gráfica de apresentação dos dados provenientes do corpus obtidos
através das entrevistas com os idosos é a nuvem de palavras, que trabalha com a
representação gráfica em função da frequência de palavras Figura (5), ou seja, agrupa as
palavras que aparecem com mais frequência no corpus textual, possibilitando a identificação
das palavras chave do corpus. Percebe-se que a representação dos idosos ancoram-se nas
palavras centrais: psicoterapia, qualidade de vida, saúde, viver bem, problemas, ajuda, onde
aponta para uma definição no que se refere a psicoterapia como uma perspectiva que pode
oferecer uma melhor qualidade de vida do idoso, e assim manter-se com boa saúde e viver
bem.
No processo psicoterapêutico com idosos tem-se como objetivos, que podem ser
atingidos na busca de uma melhor qualidade de vida, o desenvolvimento da capacidade de
falar sobre si mesmo e sobre seus problemas, alívio de sentimento de insegurança, melhora na
autoestima, aceitação de uma situação de maior dependência, adaptação para alterações na
situação de vida e alivio sintomático (CORDIOLI, 2012).
Na velhice, aumentam as ocorrências de eventos estressantes, bem como a perda de
familiares e amigos próximos, também o surgimento de doenças crônicas, distanciamento da
família e a própria perda da independência. Devido a isso a psicoterapia é de extrema
importância na qualidade de vida nessa fase da vida (RIBEIRO; FREITAS; SOUZA, 2016).
38
FIGURA 5 – NUVEM DE PALAVRAS – REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PSICOTERAPIA
39
Além da nuvem de palavras, outra ferramenta gráfica importante é a Análise de
Similitude, a qual possui as ocorrências significativas das palavras e apresentações das suas
conexões FIGURA 6. A conjunção “e” destacou-se com o maior número de palavras
associadas e aparece como núcleo central, apresentando-se como elemento organizador das
demais ramificações que formam a árvore. Os termos como: psicoterapia, oferecer,
tratamento, ajudar, idoso, importante, vontade, proporcionar, são os que apresentam maior
conexão com o núcleo.
FIGURA 6 – ANÁLISE DA SIMILITUDE DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS IDOSOS.
40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que a psicoterapia se faz de extrema importância para a qualidade de
vida da pessoa idosa, no que tange a resolução de problemas em decorrências das
transformações biopsicossociais que pessoas na fase da velhice sofrem, já que a mesma tem
efeitos positivos que pode auxiliar no alivio das dores psicossomáticas acarretadas por uma
possível depressão que pode ter sido desencadeada por fatores como: solidão e isolamento.
Todavia entende-se que a psicoterapia é capaz também de trazer melhorias que vão gerar
desde a saúde, bem-estar, autonomia, aceitação da própria velhice e suas mudanças o que de
fato é consequentemente englobada à uma melhor qualidade de vida.
E o psicólogo pode trabalhar através de intervenções psicoterápicas afim de facilitar,
orientar, e modificar desde comportamentos a possíveis pensamentos que muitas vezes são de
cunho negativo devido a estigmas que o próprio idoso sofre.
Através dessa pesquisa, foi possível identificar a representação social dos idosos
diante da importância de se fazer psicoterapia como qualidade de vida, na cidade de Teresina-
Pi, no Programa Terceira Idade em Ação – PTIA. Para tanto, diante dos resultados analisados
e obtidos acerca dessas representações, as respostas são semelhantes, uma vez que estas
tiveram uma frequência significativa de representações similares ao que se buscava
identificar.
É pertinente destacar que o objetivo desta pesquisa foi alcançado, mas que em alguns
momentos mostrou-se surpreendente, pois superaram-se as expectativas diante dos relatos
apresentados pelos entrevistados, o que de fato contribuiu para o desejo regado de
determinação em prosseguir com o desenvolvimento de pesquisas nessa área.
Ainda em relação aos dados desse estudo, identificou-se uma busca incessante em
melhorias de se manter com qualidade de vida na velhice e que a psicoterapia surge como
mais uma opção de ajuda afim de oferecer e promover o alivio da ansiedade, do sofrimento, e
no equilíbrio da saúde mental desses idosos em questão.
A psicoterapia revela-se como forma de tratamento no enfrentamento de demandas
bem como, o autoconhecimento, viver bem, orientar-se e como uma forma de externar suas
experiências, traumas, dificuldades, manter-se em equilíbrio constante com suas emoções e no
entendimento de mudanças a nível cognitivo e social.
41
É relevante enfatizar que, ao se tratar da temática velhice, a maioria dos entrevistados
mostraram percebe-la de forma negativa, todavia a temática psicoterapia surge como uma
representação positiva.
42
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Perspectivas teórico-metodológicas em representações sociais. João Pessoa: UFPB/Editora
Universitária, 2005, p. 489-509
46
APÊNDICES
47
Se você tiver alguma consideração ou dúvida, entre em contato com:
Pesquisadora: Sarah Caroline Milanez Santos
E-mail: sarahmilanez@live.com
Telefone para contato: (86) 99942-1876
Orientador: Prof. Me. Karolyna Pessoa Teixeira Carlos
E-mail: kpessoa_psi@hotmail.com
Telefone para contato: (86) 98851-7489
APÊNDICE – A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado(a) Senhor(a):
Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa que será utilizada para trabalho de
conclusão de curso de Sarah Caroline Milanez Santos, intitulado “As Representações Sociais sobre a
importância da psicoterapia na qualidade de vida de pessoas idosas”. Sua participação é isenta de
qualquer custo, em caso de eventuais danos, será garantido o ressarcimento das despesas e
indenizações. Você tem liberdade de acessar o instrumento mesmo antes de confirmar a sua
participação e tem o direito de desistir da pesquisa a qualquer momento, sem nenhuma penalidade. A
sua participação é livre e voluntária, não conta com remuneração. Antes de concordar em participar
desta pesquisa, é muito importante que você compreenda as informações e instruções contidas neste
documento. A pesquisadora deverá esclarecer todas as suas dúvidas antes de você se decidir a
participar. Trata-se de um estudo com o qual espera-se subsidiar futuras investigações, a partir dos
dados obtidos, com o escopo de conhecer a realidade da psicoterapia como qualidade de vida de
pessoas idosas. Tem como objetivo, verificar e descrever as representações sociais sobre a importância
da psicoterapia na qualidade de vida de idosos que participam de um Programa voltado para terceira
idade em uma Instituição Pública de Ensino Superior na cidade de Teresina-PI.
A participação nesta pesquisa ocorrerá na sua própria instituição e consistirá em responder um
questionário sociodemográfico, seguido por um teste de associação livre de palavras e uma entrevista
semiestruturada. As respostas serão cuidadosamente tratadas, mantendo a privacidade do participante,
com garantia de anonimato e sigilo com relação a todo o conteúdo fornecido. Os sujeitos da pesquisa
não serão identificados em nenhum momento, mesmo que os resultados desta pesquisa sejam
divulgados de alguma forma. É válido destacar que será respeitado, no caso se algum participante
desistir de responder aos instrumentos a qualquer momento desta pesquisa, sem nenhum ônus para os
mesmos.
Podem surgir riscos de ordem física e/ou psicológica entre os participantes desta pesquisa
decorrentes do preenchimento dos instrumentos. Portanto, na eventualidade do surgimento de algum
problema de fundo físico, psicológico e/ou outros possíveis desconfortos, como por exemplo:
constrangimentos, ansiedades, somatizações, raivas e medos ao responderem os instrumentos de coleta de dados, os responsáveis da presente pesquisa indicarão os serviços das clínicas escolas de psicologia
das faculdades privadas, universidades públicas e/ou dispositivos de saúde pública na cidade de
Teresina/PI, bem como encaminhamento, caso seja necessário, para atendimento privado, sendo assegurado de assistência integral gratuita devido a danos diretos, indiretos, imediatos e tardios, pelo
tempo que for necessário, não havendo nenhum ônus de qualquer natureza aos participantes e, quando
necessário, haverá ressarcimento às despesas decorrentes da participação na pesquisa tudo sob ônus dos pesquisadores. Como benefício, esta pesquisa trará maior conhecimento sobre o tema abordado.
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto, eu,
___________________________________________, aceito participar desta pesquisa, assinando este
termo de consentimento em duas vias, ficando com a posse de uma delas.
Teresina, _______ de __________________ de 2017.
________________________________________________________________
Assinatura do Participante
________________________________________________________________
Pesquisadora
48
APÊNDICE – B
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Prezado participante:
O seguinte instrumento objetiva a obtenção de informações pertinentes a identificação de demandas
sociais envolvendo a psicoterapia na qualidade de vida de pessoas na velhice, a partir do ponto de
vista de idosos que participam de um Programa voltado para terceira idade de uma Instituição Pública
de Ensino Superior na cidade de Teresina - Pi. Desde então, agradecemos sua preciosa participação e convidamos, caso ache oportuno, a colaborar na aplicação de um breve questionário. Estamos
disponíveis para sanar qualquer dúvida a respeito do mesmo, bem como da referida pesquisa em
andamento. Assim reforçamos o caráter voluntário para participação e garantimos todo o sigilo e/ou anonimato da sua participação, como rege o Comitê de Ética em Pesquisa.
Cordialmente,
Sarah Caroline Milanez Santos;
Orientadora Profª. Me. Karolyna Pessoa Teixeira Carlos
QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO
1. Qual seu sexo?
Masculino
Feminino
2. Qual é sua data de nascimento? _______________________
3. Qual seu estado civil?
Solteiro/a
Casado/a
Separado/a o divorciado/a
4. Qual seu nível de instrução?
Fundamental
Médio
Superior
Qual?________________
Outros Qual? ________________
5. Qual a sua cor ou raça? _______________________
6. Qual a sua religião? _______________________
7. Você tem alguma ocupação?
□ Não
□ Sim. Qual?_____________________________
8. Qual a sua renda mensal? (Proveniente do seu trabalho, aposentadoria ou pensão).
R$ _______________________
9. Você já teve algum contato com Psicólogo?
□ Não
□ Sim
10. Você já teve a intenção de fazer psicoterapia
□ Não
□ Sim
49
APÊNDICE - C
TESTE DE ASSOCIAÇÃO LIVRE DE PALAVRAS
Palavra-Estímulo I: ENVELHECIMENTO
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
Palavra-Estímulo II: QUALIDADE DE VIDA
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
Palavra-Estímulo III: PSICOTERAPIA
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
-------------------------------------- ( )
50
APÊNDICE - D
ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
1. O que o(a) Senhor(a) entende por psicoterapia?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________________________________
2. O Senhor(a) já fez/faz psicoterapia? Se sim, o que o(a) levou a buscar a psicoterapia e
por quanto tempo? Se não, em algum momento já sentiu vontade? Em que situação?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________
3.O que o (a) Senhor(a) entende por qualidade de vida?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________
4. O(a) Senhor(a) acredita que a psicoterapia pode oferecer qualidade de vida para os
idosos?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________
51
ANEXOS