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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
TÍTULO: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: DESPERTANDO O PRAZER DA LEITURA
Autora Izabel Musiat
Escola de Atuação Colégio Estadual Getúlio Vargas – Ensino Fundamental e Médio
Município da escola Fernandes Pinheiro
Núcleo Regional de Educação Irati
Orientadora Avanilde Polak
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didático-
pedagógica
Unidade Didática de Língua Portuguesa
Relação Interdisciplinar Artes e Temas Transversais
Público Alvo Alunos da 6ª série (7º ano) do Ensino Fundamental
Localização Colégio Estadual Getúlio Vargas – Ensino Fundamental e Médio
– Rua Romano Bettega, 340, centro.
Apresentação
A presente Unidade Didática é composta por atividades
direcionadas para 6ª série (7º ano), do Ensino Fundamental.
Estas atividades têm por objetivo contribuir para a formação de
leitores através do uso de Histórias em Quadrinhos (HQ’s) em
sala de aula. A escolha desse gênero discursivo deve-se ao fato
que este reúne a linguagem verbal e não-verbal, o que deve ser
enfatizado na formação do leitor crítico. Para elaboração das
atividades que constituem essa Unidade Didática foram
utilizados referenciais das DCE”s (2008), RAMOS (2009),
GERALDI (1997), entre outros.
Palavras-chave
História em Quadrinhos, Leitura, Literatura, Gêneros Discursivos.
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
IZABEL MUSIAT
UNIDADE DIDÁTICA
IRATI 2011
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APRESENTAÇÃO
A leitura é considerada como prática indispensável para o convívio
social. E, como a sociedade sofre modificações, o ato de ler também recebe
abordagens distintas com intuito de atender as necessidades do cidadão no
contexto em que está inserido.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua
Portuguesa (2008), doravante DCE’s, quando abordada à temática da leitura,
não se pode limitá-la apenas aquela realizada em sala de aula, com fins
pedagógicos ou apenas de oralização, mas como um modo de interação entre
as pessoas, instrumento de trabalho, forma para aquisição de conhecimento,
por prazer ou passatempo, enfim como prática social necessária para a
compreensão do mundo.
Silva (2005) comenta que durante muito tempo a escola deixou de
trabalhar a leitura como processo natural de conhecimento, de compreensão
da vida e passou a usá-la de maneira descontextualizada, perdendo dessa
forma, a sua naturalidade, ou seja, a leitura como prática social.
No cotidiano escolar percebe-se que, em muitas escolas, a leitura é
realizada para se fazer pesquisas, atividades de compreensão e interpretação
de textos ou exercícios meramente gramaticais desvinculados da realidade
social dos educandos. Então, muitos alunos habituaram-se a ler somente o
necessário e exigido pela escola e o que era para ser um ato prazeroso, virou
castigo. Dessa forma, a leitura entrou em crise e as consequências foram
desastrosas para a educação.
Frente a esta realidade, as DCE’s orientam que cabe a escola oferecer
leituras de qualidade, diversidades de textos e práticas eficientes para formar
bons leitores.
E, de fato, na sociedade atual contamos com um número significativo de
multimeios e formas diferentes de expressão. As informações chegam até nós
de maneira rápida e bastante diversificada, pois a mídia se utiliza de diferentes
formas de organização das mensagens, sejam verbais ou não-verbais com o
intuito de atingir o público alvo.
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Para que possamos entender esta multiplicidade de informações que
recebemos através de diferentes linguagens, é necessário que além do texto
verbal, façamos também com eficiência outras formas de leitura criadas para a
comunicação como, por exemplo, a leitura de textos imagéticos.
Diante disso, optou-se em trabalhar o gênero discursivo Histórias em
Quadrinhos, doravante HQ’s, como um recurso metodológico no incentivo para
o desenvolvimento da leitura nas diferentes esferas sociais.
De acordo com Ramos (2009), esse gênero consiste em um recurso
lúdico, atrativo e de grande aceitação por parte dos estudantes. Além disso, é
capaz de estimular o hábito da leitura por possuir linguagem comum onde texto
verbal e não-verbal se completam e se explicam, permitindo uma leitura
fluente, agradável e sedutora. A leitura de quadrinhos também pode
desenvolver o senso crítico e promover a motivação dos alunos para a
aprendizagem dos conteúdos de uma forma mais dinâmica.
Para isso, este trabalho tem como objetivo geral instigar o ato da leitura
através de HQ’s, seguindo os seguintes passos:
Contribuir para a formação de leitores críticos através da leitura de
HQ’s,
Contextualizar a estrutura da linguagem das HQ’s;
Propiciar aos alunos o contato com tipos variados do gênero
discursivo HQ’s;
Propor a produção de HQ’s enfatizando a temática da leitura.
Neste contexto, Vergueiro (2005) chama-nos a atenção da necessidade de
uma “alfabetização” no gênero HQ’s, para que, enquanto educadores
possamos compreender e explorar mais este eficiente recurso.
Através dos quadrinhos pode-se trabalhar temas da atualidade, de
natureza histórica, ética ou científica. Também podem ser ponto de partida de
debates, de reflexão a respeito de ideias e valores.
Para demonstrar que as HQ’s são acessíveis e podem estar presentes no
cotidiano dos nossos alunos, optamos em criar um personagem, o qual nos
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auxiliará no desenvolvimento das atividades desta Unidade Didática. Trata-se
de um ser inanimado que possui traços simples, porém, significativos e
capazes de lhe conferir características próprias.
A criação do personagem servirá de sugestão para a realização dos
trabalhos com os alunos, bem como para demonstrar-lhes que o cotidiano pode
ser lido, criado e recriado através das HQ’s.
Chegou o momento de apresentar o nosso companheiro. Então, agora
com vocês, o mascote: Gibizito!
Cabe salientarmos que nesta Unidade Didática não se pretende realizar
uma pesquisa científica sobre o assunto HQ’s. A intenção das atividades aqui
propostas é de aguçar a curiosidade dos alunos fazendo com que entendam os
conceitos básicos deste gênero discursivo para que possamos aplicá-los em
sala de aula, como recurso pedagógico.
Olá, pessoal! Sou o Gibizito
e quero ser o protagonista
de suas aventuras no
mundo da leitura!
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2. ATIVIDADES PROPOSTAS
As atividades propostas nessa Unidade Didática, foram estruturadas em
etapas, as quais tentam esboçar um “caminho” para o professor seguir em seu
trabalho desvendando o mundo das HQ’s com seus alunos.
Observando as atividades dispostas, acreditamos que contemplem
aproximadamente 20 aulas. Porém, levando em consideração que cada
contexto e turma tem suas próprias características, as atividades estão
dispostas em “Etapas”, onde sua durabilidade e desenvolvimento serão
definidos no decorrer do trabalho e o desempenho da turma alvo, podendo
exceder o tempo previsto.
1ª ETAPA
Leitura: conhecimentos e experiências
Para iniciarmos o desenvolvimento das atividades desta unidade didática,
é necessário investigar qual é o conhecimento e familiarização dos alunos para
com a leitura dos gêneros discursivo presentes no contexto escolar e também
no cotidiano dos educandos. Com esse objetivo serão direcionadas aos alunos
algumas perguntas, as quais servirão de elementos norteadores para
discussão em grupo, como seguem sugestões no quadro abaixo:
a) Qual é a importância da leitura em sua vida?
b) Você tem o hábito de ler fora da escola?
c) Que tipos de leituras chamam mais sua atenção?
d) Como você reage quando tem que ler um texto mais longo e difícil de
entender?
e) Como você acha que se sente uma pessoa analfabeta diante de uma
sociedade letrada? Quais são as possíveis dificuldades que ela encontra?
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Durante o desenvolvimento desta atividade devemos analisar
atenciosamente as respostas dos alunos para verificarmos quais são as suas
expectativas enquanto leitores. Também é momento de averiguarmos quais
são os gêneros preferidos pelos alunos, bem como o valor que atribuem à
leitura enquanto prática social.
2ª ETAPA
O prazer da leitura
Sabemos que a leitura de HQ’s como forma de lazer, entretenimento,
consiste em apenas umas das várias formas de uso desse gênero na
educação, portanto é importante que o professor proporcione momentos para a
realização da leitura por prazer.
Nesta aula, devemos colocar os nossos alunos em contato com HQ’s de
diversos autores, disponíveis na biblioteca da escola, em bancas de revistas e,
também, cedidos de colecionadores para esse trabalho no contexto escolar
para que façam leitura silenciosa e mergulhem no mundo fascinante dos gibis.
Atenção,
professor (a) !
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Oriente seus alunos para que o momento da leitura torne-se
agradável, sedutor e interessante. Estimule a leitura silenciosa e a
persistência diante de uma possível dificuldade. Durante esse tempo é
imprescindível que você também leia algum material do mesmo gênero.
Assim, os alunos poderão sentir-se mais estimulados, já que o professor
está lendo o mesmo material que eles.
3ª ETAPA
Breve visita à História das HQ’s
Após o contato dos alunos com Histórias em Quadrinhos, é momento de
trabalhar com a história do referido gênero discursivo, bem como, sua inserção
no mundo escolar. Nesta atividade será privilegiada a prática da oralidade.
Para isso, aborde com seus alunos:
Oba, hora da leitura! Gosto de ler
gibi! O Cascão é
muito legal!
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o surgimento das HQ’s;
sua finalidade;
primeiros autores das criações impressas;
o aparecimento das HQ’s no Brasil;
uso das HQ’s em materiais didáticos, etc.
Antes de iniciar essa etapa, é interessante que você realize leituras
sobre o surgimento das HQ’s, através de livros e sites disponíveis na
internet, para que ao discutir esse gênero discursivo tenha um
conhecimento mais específico sobre sua composição e estruturação.
Por isso, sugerimos alguns referenciais que podem auxiliá-lo no final
dessa Unidade Didática.
Acreditamos que é importante para o aluno conhecer, mesmo que seja
superficialmente, a trajetória das HQ’s no decorrer da evolução desse gênero,
a forma preconceituosa como era vista pela sociedade considerada letrada e,
atualmente, inserida no ensino como gênero discursivo de total relevância para
o desenvolvimento de práticas pedagógicas.
Ainda, nesta etapa solicitaremos aos alunos que tragam para a próxima
aula revistas, jornais, livros velhos, etc, para a realização de pesquisa sobre
HQ’s.
Professor (a):
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4ª ETAPA
Identificando tipos diferenciados de HQ’s no cotidiano
Sabemos que os desenhos como forma de expressão são datados desde
o tempo das cavernas. Hoje este recurso de expressividade, seja associado ou
não a linguagem verbal, encontra-se presente em diversos meios de
comunicação de massa e desperta a atenção de seus leitores nas diversas
faixas etárias.
De acordo com Ramos (2009), podem ser consideradas como HQ’s: os
cartuns, as charges, as tiras cômicas, as tiras seriadas e seus vários modos de
produção.
Nesta aula, conforme, solicitado previamente, os alunos deverão trazer o
material para pesquisarem os mais variados tipos de HQ’s presentes nos meios
de comunicação de massa. Após a pesquisa, em grupos, organizarão cartazes
com as HQ’s encontradas para exposição na sala de aula.
5ª ETAPA
A representação da fala e do pensamento nas HQ’s
Uma das características mais marcantes das HQ’s são os balões. Neles
estão contidas as falas e os pensamentos dos personagens.
Vergueiro (2006, p. 32) diz que “o balão é uma forma de indicar ao leitor a
mensagem “eu estou falando”. Ou seja, através dos balões fica especificada a
presença do diálogo e as falas dos personagens.
Conforme Ramos (2009), os balões dão originalidade as HQ’s
caracterizando-as e constituindo esse gênero discursivo.
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Nos quadrinhos, o balão é uma fonte riquíssima de recursos de expressão.
É formado de duas partes: o continente (corpo), o apêndice/ rabicho e o
conteúdo no qual contém a mensagem escrita ou imagética.
O continente pode se apresentar de várias formas e cada uma com
significados diferentes. A mais comum é a linha contínua, reta ou curva. Esse
tipo de linha serve como modelo para as demais e indica a voz dita em um tom
normal.
Além do balão fala, há uma variedade de balões com contornos diferentes,
os quais expressam sentidos particulares em textos deste gênero quadrinístico.
O rabicho/ apêndice é uma extensão do balão e desempenha grande
importância como recurso expressivo. O balão tradicional possui apenas um
apêndice, indicando o autor da fala. Já, os balões uníssomos podem possuir
mais de um apêndice indicando vários falantes, como podemos observar no
diálogo do mascote Gibizito com seus amigos:
Pessoal, vamos
fazer uma surpresa
para o Joy!!! É claro que a
gente vai !!
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Neste momento apresentaremos aos alunos as principais formas de
balões e conversaremos sobre a expressividade de cada um.
Após a discussão, é chegado o momento dos alunos produzirem seus
textos utilizando os conhecimentos que adquiriram sobre as diversas formas de
balões e seus recursos de manifestação da linguagem.
Então, imaginemos a seguinte situação:
Um político maluco criou uma Lei absurda proibindo a leitura de HQ’s nas
escolas do Brasil. Essa situação começou quando diversas pessoas ai pela
sociedade, através da mídia começaram a dizer: “quem lê gibis não se
interessa por outras leituras”.
Com essa notícia, observe como o Gibizito ficou abalado:
Indignado com tal absurdo, Gibizito resolveu defender nossos direitos
como leitores de gibis.
Vou tomar
uma atitude!
Isso é um absurdo!
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Como será que o nosso mascote participou e se posicionou diante desse
acontecimento? Construa uma tira mostrando as ações do personagem frente
a esse fato inusitado.
Professor (a):
Para a realização desta atividade você poderá solicitar a
colaboração do professor de artes, o qual poderá, de uma forma
interdisciplinar, contribuir com explicações sobre noções de desenho
como primeiro plano, segundo plano, cenário, etc.
6ª ETAPA
O uso das onomatopeias nas HQ’s
De acordo com Cegalla, (1984, p. 522), “onomatopeia consiste no
aproveitamento de palavras, cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos
seres. É um recurso fonético ou melódico que a língua proporciona ao escritor”.
As onomatopeias são importantes recursos de expressividade,
frequentemente, usadas nos quadrinhos. Seu emprego e criação variam de
acordo com a criatividade de cada artista.
Vergueiro (2006) comenta que nas últimas décadas houve intensa
evolução na produção de HQ’s devido ao uso do computador e,
consequentemente, também aumentou a diversidade de expressão dos sons.
Em uma HQ’s, as onomatopeias podem aparecer dentro ou fora dos
balões, porém seu verdadeiro sentido somente pode ser observado através do
contexto em que encontra-se inserida. A forma da letra utilizada também
contribui para indicar diferentes formas de expressão. Pode haver variação de
cor, tamanho, formato, disposição, etc., tudo como um meio para se produzir
determinados efeitos sonoros.
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Observemos o efeito de sentido desse recurso de expressividade no
quadrinho a seguir:
Professor, mais uma sugestão de atividade!
Sugerimos que os alunos organizem-se em pequenos grupos. Distribua
a eles gibis e peça que pesquisem exemplos de onomatopeias. Cada grupo
deverá pesquisar em HQ’s três exemplos de onomatopeias e explicar qual o
sentido que estas recebem no texto.
Nessa atividade, os alunos poderão utilizar recursos disponíveis como
quadro de giz, folhas de papel sulfite e/ou cartolina, lápis de cor, etc.. Com
essa atividade de pesquisa, os alunos já apresentarão certa familiarização
com este recurso de expressividade dos sons nos quadrinhos.
Obaaa!!!
Agora é a
minha vez !
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Na sequência, os alunos produzirão uma tira que tenha como protagonista o
personagem Gibizito, em meio às onomatopeias pesquisadas, na atividade
anterior. Após a elaboração das tiras com onomatopeias, os alunos deverão
compartilhar com os demais colegas a aventura vivenciada pelo mascote.
Após realização do trabalho, devemos proporcionar um momento para
que as atividades sejam compartilhadas entre a turma.
7ª ETAPA
Adaptações de obras literárias para HQ’s
Sabemos que um dos motivos que levam as HQ’s terem boa aceitação
pelo público escolar, é a associação da imagem e da palavra. Esse fato
justifica o fascínio que as obras literárias adaptadas para quadrinhos vêm
exercendo sobre nossos alunos.
Zeni (2009, p.129) define que a “adaptação é um tipo de obra que tem
por finalidade representar outra preexistente”. A referida autora ainda
acrescenta que as adaptações podem apresentar modificações em relação a
obra original, mas no caso das obras literárias adaptadas para HQ’s devem
manter a trama ou história semelhante.
Eu vou... eu vou
levar uns doces
para a vovozinha... . Ei ! Chapeuzinho !
Que tal repartir
esses doces?
... é que a vovozinha está
de regime !
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Segundo pesquisadores nesta área de estudo, na última década houve
intenso aumento nas publicações de adaptações. O fato deve-se a inclusão
desse material no Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), o qual tem
como objetivo permitir aos estudantes o acesso à cultura e à informação e
estimular o hábito da leitura. Desse modo, o uso de HQ’s passa a ser
formalizado pelo PCN, já que uma de suas propostas para o ensino de Língua
Portuguesa, de acordo com os estudos de Bakhtin, é que os conteúdos sejam
transmitidos por meio de gêneros discursivos. Nesse contexto, as HQ’s são
adequadas para o desenvolvimento das práticas discursivas.
Atualmente existe uma enorme variedade de obras literárias adaptadas
para as HQ’s. Podemos citar os grandes clássicos da nossa literatura, como: O
Triste Fim de Policarpo Quaresma, adaptado por Edgar Vasques e Flávio
Braga; Dom Quixote, quadrinizado por Caco Galhardo; Os Lusíadas adaptado
por Fido Nesti e entre tantas outras obras. Os clássicos infantis, ao longo do
tempo, também sofreram diferentes reapresentações que vão de resumos
adequados a diferentes faixas etárias, às adaptações para HQ’s e filmes.
Também, vale ressaltar que muitos gibis foram adaptados para o cinema, como
o herói Superman, O Homem Aranha, X-Men e outros que fizeram sucesso nas
telas.
Para reforçar a importância das HQ’s no contexto escolar, Mendonça
defende que:
...reconhecer e utilizar o recurso da quadrinização como ferramenta pedagógica parece impor-se como necessidade numa época em que a imagem e a palavra cada vez mais, associam-se para a produção de sentido nos diversos contextos comunicativos. (MENDONÇA, 2002, p. 207)
De acordo com as palavras do autor entendemos que não há motivos
para indiferenças em relação às adaptações de obras literárias para HQ’s,
pois o texto adaptado não se torna inferior, apenas trata-se de uma forma
diferenciada de leitura realizada com o apoio da imagem. Ler adaptações da
literatura para HQ’s, pode despertar no aluno a curiosidade para a leitura da
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obra original ou, até mesmo, instigar uma leitura mais aprimorada/crítica
sobre o texto que originou a versão quadrinizada.
Atividades
Nesta etapa levaremos os alunos à biblioteca para que estes entrem em
contato com obras literárias e suas versões publicadas no formato de HQ’s
adaptadas.
Em outro momento, já em sala de aula, trabalharemos com o clássico O
Guarani, do escritor brasileiro José de Alencar. Iniciaremos as atividades
apresentando aos alunos a obra original, sua adaptação para “novos”
leitores e, também, a obra transformada em HQ’s por Luiz Gê e Ivan Jaf.
Faremos breve apresentação da biografia do autor e, em seguida, um
resumo da obra para que os alunos se socializem com o assunto.
Dando continuidade ao trabalho, demonstraremos como acontece a
passagem do texto escrito para HQ’s. Para isso, com o auxílio do data show,
selecionaremos alguns excertos que se destacam na obra escrita e será
realizada a leitura e discussão junto com os alunos.
Em seguida, apresentaremos as mesmas cenas apontadas nos excertos
da obra em prosa na versão de HQ’s. Neste momento, podemos estabelecer
comparações entre as duas obras observando o cenário, os personagens, o
tempo e a sucessão dos fatos. Podemos abordar também as possíveis
semelhanças e diferenças que a mudança do gênero discursivo romance
para o gênero das HQ’s pode despertar no enredo da obra.
Cabe lembrar que esta atividade não visa a realização de estudo
aprofundado sobre a obra “O Guarani”. A intenção é incentivar os
alunos para que façam a leitura do romance, seja na versão original
ou adaptada.
Professor (a):
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8ª ETAPA
Criação de adaptações
Para finalizar as atividades, os alunos serão mobilizados para a criação
de adaptações de textos literários para HQ’s.
É importante, nesse momento, que sejam selecionados textos literários,
os quais despertem o interesse da turma, respeitando sua subjetividade,
para dar continuidade ao trabalho.
Sugerimos que sejam distribuídos aos alunos textos literários diferentes
para que façam leitura. Após a realização desta atividade cada aluno terá a
oportunidade de selecionar um texto, de acordo com sua preferência e
recriá-lo através do processo de adaptação.
Lembramos que o objetivo desta atividade é incentivar os alunos à
leitura, já que para realizá-la há necessidade de profunda interação com o
texto original.
Geraldi (1997), “chama-nos a atenção de que em todas as atividades de
produção de texto, o produtor (locutor) deve planejar cuidadosamente o
assunto, o motivo desse assunto, a maneira de como irá desenvolvê-lo, e,
por fim, para quem irá dizê-lo”.
Na produção de HQ’s, assim como nas demais produções textuais é
imprescindível observar esses aspectos, pois produzir uma narrativa que
envolve aspectos visuais e verbais requer planejamento e organização.
VAMOS PRATICAR !!
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Agora que já conhecemos um pouco sobre as HQ’s está na hora de me
despedir... Espero que tenham gostado da experiência e que nos
encontremos em breve nas HQ’s por aí.
As respectivas atividades serão expostas na escola, em um local onde a
comunidade escolar possa ter contato, assim, promovendo a disseminação do
trabalho.
3. AVALIAÇÃO
As DCE’s de Língua Portuguesa (2008, p.81) afirmam que:
A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e
processos de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e
diagnóstica, aponta dificuldades, possibilitando que a intervenção
pedagógica aconteça a todo tempo. Informa ao professor e ao aluno
acerca do ponto em que se encontram e contribui com a busca de
estratégias para que os alunos aprendam e participem mais das
aulas.
Foi bom estar
com vocês ! Até
breve.
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Como as DCE’s afirmam acima, a intervenção pedagógica é um
processo contínuo, e que deve respeitar a subjetividade de cada aluno.
Nessa Unidade Didática, foram propostas atividades que instigam a
reflexão e principalmente a interação dos alunos visando uma participação, em
que sejam valorizados os anseios e limitações de cada envolvido.
Com isso, a avaliação sugerida, busca analisar continuamente o efetivo
rendimento nas atividades, bem como, o desenvolvimento do início ao término
de sua realização.
Diante do exposto, será considerado o nível de compreensão leitora e
das demais práticas desenvolvidas pelos alunos em todas as atividades
propostas, conforme orientações nas DCE’s (2008).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades expostas, nessa Unidade Didática, sugerem um trabalho
que tenha como enfoque a leitura de HQ’s e suas adaptações oriundas de
outros gêneros discursivos. O intuito é proporcionar situações em que os
alunos possam entrar em contato com gêneros discursivos diversos,
desenvolvendo o hábito da leitura e aprimorando sua formação como leitor
crítico.
Outro aspecto que deve ser destacado nesse trabalho, é o fato que o
mascote Gibizito, foi criado com o intuito de ilustrar e chamar a atenção em
determinados momentos da atividade. O personagem foi desenhado pela
autora dessas atividades utilizando recursos manuais e, posteriormente,
inserido nesta unidade, enfatizando assim como os personagens dos
quadrinhos são recursos do cotidiano, simples e de fácil acesso para serem
criados e utilizados como recursos pedagógicos.
É importante destacar que nenhuma prática deve ser desenvolvida em
sala de aula sem que esteja ancorada em uma concepção teórica consistente.
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As DCE’s, fundamentadas pela concepção bakhtiniana (BAKHTIN, 2005)
norteiam as atividades desta unidade didática, pois contemplam as HQ’s como
um gênero discursivo de grande circulação social e eficiente para práticas
pedagógicas.
Espera-se que estas atividades colaborem para a formação de leitores
competentes, críticos e reflexivos nas diversas situações comunicativas do
cotidiano e no ambiente escolar.
5. REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal: os gêneros do discurso. 2ª ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
GERALDI, J. W. Portos de Passagem. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1997.
MEC, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Língua Portuguesa, Brasília, 1998.
MENDONÇA, M. Quadrinhos, leitura e letramento. In.: BEZERRA, M. A. (Org.)
Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro, RJ: Lucerna, 2005.
PARANÁ: Secretaria de Estado da Educação – SEED. Diretrizes Curriculares
da Rede Pública de Educação: língua Portuguesa, 2008.
RAMOS, P. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.
SILVA, E. T. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia
da leitura, 10ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.
_____. A produção da leitura na escola: pesquisas x propostas. 2. Ed. São
Paulo: Ática: 2005
VERGUEIRO, W., BARBOSA, A, RAMOS P. VILELA T. RAMA, A. Como usar
as histórias em quadrinhos em sala de aula. 3ª ed. São Paulo, SP:
Contexto, 2006.
ZENI, L. Literatura em quadrinhos. In.: VERGUEIRO, W.; RAMOS P.
Quadrinhos na educação: da rejeição à prática. São Paulo, SP: Contexto,
2009.