Post on 03-Aug-2020
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: Exposições Orais com foco no gênero seminário
Autor: Edijoice Balardini
Disciplina/Área:
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Santo Antonio
Rua Sete de Setembro, 58 Lindouro
Município da escola: Pinhão PR
Núcleo Regional de Educação: Guarapuava PR
Professor Orientador: Claudia Maris Tulio
Instituição de Ensino Superior: Unicentro
Relação Interdisciplinar:
Se possível,em todas as disciplinas
Resumo:
O trabalho com a oralidade, mesmo
sendo um dos eixos da Língua Portuguesa,
muitas vezes é deixado de lado nas aulas. Os
gêneros orais sempre ficam relegados a
segundo plano e, vivencia-se dia a dia a
dificuldade que os alunos apresentam para
trabalhar com eles. Sabe-se que é na escola
que os alunos devem encontrar espaço para
praticar a linguagem e interagir com a
sociedade nos mais diferentes usos sociais da
Língua, de forma a transmitir nas diferentes
situações cotidianas e nas de maior
formalidade suas considerações orais.
Embasarão este trabalho os autores Bakhtin
que nos apresenta a língua como viva e
dialógica e Marcuschi que nos assegura que,
mesmo com toda tecnologia e modernidade, a
fala, continua na moda. O convite será aos
alunos para que interajam por meio da fala e
da escuta, usando o gênero oral seminário, o
qual oferece oportunidades para o ensino das
práticas de letramento na vida escolar e no
exercício da cidadania e, será composto por
meio de atividades de linguagem
desenvolvidos por ações coletivas e
individuais. Este acontecerá em duas etapas:
uma como sondagem e outra após o trabalho
de implementação do período instrucional do
projeto PDE realizado com os alunos dos 1º
anos EM.
Palavras-chave: Oralidade; Leitura; Língua; Gêneros Orais;
Seminários
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: 1º ano Ensino Médio
APRESENTAÇÃO
Os gêneros orais dificilmente são trabalhados na escola, de forma
prática, tendo um objetivo final.
Vivencia-se dia a dia as dificuldades que os alunos apresentam com
relação a exposição oral de seus trabalhos, apresentação de seminários, debates
entre outros, então, este trabalho auxiliará por meio de pesquisas individuais e
em grupo o crescimento de cada aluno no aprimoramento intelectual, pronúncia,
exposição de ideias, argumentação, debates e seminários, incentivando-os a usar
a linguagem oral em diferentes situações sociais .
O domínio do gênero oral seminário pode ser aprendido, exercitado e
aperfeiçoado de forma didática, em sala de aula com os alunos e, estes terão a
oportunidade de desenvolver habilidades de leitura: ler com objetivo, fazer
inferências, organizar os turnos de fala por meio de esquemas e ou palavras chave,
conhecer e fazer uso dos elementos que compõe e estruturam o gênero oral
seminário(abertura, introdução,exposição, desenvolvimento, encadeamento dos
temas, recapitulação,síntese.
É necessário favorecer situações que propiciem aprendizagem no
funcionamento do SEA(Sistema de Escrita Alfabética) , de modo concomitante ao
uso da escrita e da oralidade em um processo no qual os alunos aprendam não
somente a ler, mas também a falar e escutar em diferentes contextos sociais,
fazendo apropriação de conhecimentos que são importantes para a vida . Espera-
se o desenvolvimento da capacidade de compreensão e interpretação dos
conteúdos que serão propostos nos seminários, durante a realização dos mesmos.
Rojo(2004) quando fala sobre o letramento faz uma crítica às práticas de
leitura que desenvolvem apenas uma pequena parte das capacidades letradas que
a sociedade exige.“Ler envolve diversos procedimentos e capacidades ( cognitivas,
perceptivas, afetivas, discursivas, práticas, sociais, discursivas, lingüísticas), todas
dependentes da situação e das finalidades de leitura”.
O funcionamento de uma língua se dá quando há interação com o outro,
quando a percepção da relação dialógica existe entre texto, autor, leitor.Portanto,
deve-se adequar a língua ao momento local, evento social, na qual ela se realiza e
é o professor quem deve promover situações pedagógicas que se aproximem com a
realidade social para que os alunos possam “viver” essas situações e consigam
intervir, de forma discursiva, expondo suas opiniões e pontos de vista de maneira
clara, concisa e enriquecedora.
Logo, é na escola que os alunos devem encontrar espaço para praticar a
linguagem e dessa forma interagir com a sociedade, nos mais diferentes usos da
língua. Assim, os alunos aprenderão a usar a voz e fazer uso das palavras dentro
dessa sociedade
De acordo com Cavalcante e Melo(2006) apud Paraná (2008), “o trabalho
com os gêneros orais deve ser preciso. A fala não é O objetivo, mas sim, esclarecer
os objetivos, a finalidade da apresentação e explicá-la”.
Depois de elencados os objetivos que serão pretendidos com o gênero
oral, nesse caso o seminário, precisa-se deixar claro aos alunos o conteúdo social
de uso desse gênero, a postura que precisam ter perante os colegas, o
aprimoramento lingüístico por meio da própria fala e suas posições como “locutores”
durante as exposições .
Esta Unidade Didática tem por objetivo capacitar os alunos para o
desenvolvimento e compreensão de um seminário, oportunizando a melhoria da
competência para fazer leituras, pesquisas, organização e análise dos dados
encontrados durante as pesquisas, reflexão do que for realmente importante para
elaborar o gênero expositivo.
UNIDADE1
https://twitter.com/ingridcdiias
Queridos alunos!!!
Quais de vocês conseguem se identificar com a imagem acima? É
assim mesmo que vocês se sentem?
Na hora de apresentar um trabalho em sala de aula, de forma expositiva, o
coração fica acelerado, as mãos trêmulas e suadas, parece que dá um “branco”;
você esquece tudo o que havia lido e estudado e então começa a rezar para que se
abra um imenso buraco à sua frente para que possa se esconder dentro dele?
É meu caro aluno, isso é muito comum e acontece diariamente nas escolas,
com alunos de qualquer faixa etária. Meu projeto visa ajudar você a “ sofrer “ um
pouco menos na hora das exposições escolares orais ou mesmo até nas extra
escolares.
Vamos juntos percorrer esse caminho de emoções, desafios e de superação
da timidez e da vergonha. Conto com você!!!
Iniciaremos assistindo ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=8eOyTj9jkXU
Conversa e explanação sobre vergonha, timidez, ansiedade, medo de se
expor perante o público.
No vídeo citado acima, vemos que o garoto Choy Sung Bong teve
experiências ruins em seu passado. Para inúmeras pessoas a razão de sua
vergonha ou medo de falar em público se deve á alguma experiência ruim que
tiveram no passado. Muitas foram vítimas de chacotas durante uma apresentação
ou quando tentaram falar algo na frente de outras pessoas. Existem ainda aqueles
que criaram um bloqueio de falar em público por terem presenciado alguém (em
geral um amigo) ser humilhado ao falar em público; assim sendo, é compreensível o
temor, a vergonha, o encabulo, porém, não se pode passar o resto da vida com
medo de algo que aconteceu no passado.
Veremos agora, um outro vídeo que nos faz pensar na oralidade x escrita.
https://www.youtube.com/watch?v=g9Ad80-pAuk
Hoje, já se admite o fato de que há apenas uma distinção entre oralidade e
escrita; escrita é representada por meio de sinais gráficos e oralidade pelo som. A
oralidade tem uma série de fatores que a diferenciam da escrita como gestos, tom
de voz, pausas, entonação, cacoetes, fisionomia.
A oralidade acompanha o aluno no momento em que ele entra na escola, mas
parece que no decorrer desse tempo escolar, é negado ao aluno o direito à palavra
e ele nem pode reproduzir os fatos corriqueiros e atos cotidianos de forma oral,
apenas escritos.
(1 aula)
PROPOSTA 1:
Divisão da turma em grupos de 4 alunos cada para apresentação de
seminário:
(os temos serão decididos conforme o momento vivido em sala de aula)
Os grupos terão 2 aulas para analisar, estudar, pensar e definir como será a
exposição oral feita por eles.Cada um terá no máximo 20 minutos para sua
explanação referente ao tema escolhido.
(3 aulas para preparação)
(2 aulas para as apresentações )
As apresentações serão filmadas com a prévia aprovação dos alunos.
Professor, neste 1º momento, deixe os alunos montarem os grupos
sozinhos, por afinidades, maior contato, etc... Proponha o tema e deixe-os
fazerem o seminário da forma como sabem. Filme, com a prévia autorização
deles, todas as apresentações.
https://pixabay.com/pt/grupo-equipe-gabarito-confirmando-1825510/
UNIDADE 2:
Alunos e professores, neste momento:
Assistiremos aos vídeos das apresentações feitas na sala e discorreremos
sobre os problemas, dificuldades, formas de se posicionar , tom e entonação de voz
de cada participante dos grupos, tempo usado,uso de materiais de
apoio,transmissão adequada do conteúdo,interação com ouvintes,sequência de
fases na exposição( apresentação, introdução ao tema, desenvolvimento,
recapitulação, conclusão e encerramento). Todos devem fazer anotações,
sistematizando de forma escrita sobre isso. Lembrem-se de que nosso trabalho aqui
se justifica pelo fato de melhorarmos nossa habilidade comunicativa oral,
aprimorando-a e sendo capazes de transmitir a língua falada nas situações
cotidianas, nas de maior formalidade, sabendo posicionar-se de forma crítica,
coerente e sequenciada .
(4 aulas )
UNIDADE 3:
Explicação teórica sobre o gênero expositivo oral seminário:
Professor, neste momento é de suma importância que os alunos façam
suas anotações, questionem as etapas e entendam como funciona o processo
de preparação de um seminário.
Prezados alunos:
Toda comunicação oral, o seminário inclusive, deve levar em conta, além da
linguagem falada( que se utiliza da entonação, acentuação e ritmo), alguns aspectos
físicos ( dos apresentadores/ falantes e do lugar ), além do conteúdo que está sendo
tratado. Para que haja compreensão e assimilação do assunto que você está
expondo, faz-se necessário que você observe algumas orientações; veremos, a
seguir quais são elas, preste bastante atenção às explicações dadas por sua
professora.
*Fale alto e distintamente, nem muito rápido, nem muito lentamente;
* Faça pausas, respire , variando a voz para captar atenção e audiência;
*Cuide de sua postura, não exagere na gesticulação, mas também, não fique
imóvel:
*Alterne fala com a apresentação dos documentos( cartazes, mapas, slides
de Power Point) e e tenha em mãos um plano ou esquema do que você falará na
apresentação;
* Procure evitar os cacoetes linguísticos ( repetição de né, ok, viu, tipo assim,
etc) e as mímicas faciais
* Use roupas adequadas ao que a situação exige, não exagere em perfume e
penteados extravagantes;
*Verifique com antecedência, o local, os lugares, a disposição das cadeiras , e
a ventilação do ambiente.
Lembre- se de que quando você faz uma exposição oral, seu papel é
transmitir um conteúdo, informar, esclarecer e modificar o conhecimento de quem
está ouvindo. Caso, ao longo de sua explanação você perceba que os ouvintes
estão tendo dificuldades de interpretar, diga de outra forma, reformule, acrescente
exemplos...
Faça perguntas, para estimular a atenção dos ouvintes e para verificar se
seus objetivos estão sendo alcançados, ou seja, se todos estão entendendo sua
exposição;
Professor:
Neste momento, é ideal trabalhar com os alunos, as fases ou etapas de
um seminário pois eles precisam ampliar cada vez mais o conhecimento desse
gênero expositivo oral
FASES DE UM SEMINÁRIO:
1ª ABERTURA: Um dos alunos deve dirigir-se aos ouvintes e fazer a apresentação
do grupo.
Pode dizer por exemplo:
* “Bom dia ( boa tarde, boa noite) pessoal! Gostaria de apresentar a vocês os
componentes do meu grupo (e cita o nome de todos)”;
* “Atenção turma! Vamos chamar a frente nossos colegas do grupo( e cita o
nome do grupo, se houver); esse grupo vai falar a vocês sobre um tema....”
2ª INTRODUÇÃO AO TEMA: Nesta etapa, deve haver a delimitação do tema a ser
exposto, explicação e razão de sua escolha. Nesta hora, é importante que o
expositor utilize uma ilustração, um desenho relacionado ao tema para despertar a
curiosidade, a atenção dos ouvintes.Pode-se fazer perguntas sobre o que já sabem
do tema que será apresentado .
Pode dizer, por exemplo:
* ” Este seminário abordará tal assunto...”
* “Vamos explicar a vocês a importância de...”
3ª APRESENTAÇÃO DO PLANO DE EXPOSIÇÃO: Deve deixar claro sobre o que
foi planejado para a apresentação e que procedimentos serão utilizados no decorrer
dela.
Por exemplo:
* “ Falaremos primeiramente sobre...Depois, daremos alguns exemplos, para
em seguida, abordarmos ...
* “ Iniciaremos com um descrição geral sobre...Na sequência, vamos nos ater
a....Mais tarde também faremos...Para finalmente vermos...”
4ª DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO: É nessa etapa que ocorrem as ligações
entre os sub temas em que se divide o trabalho. É a parte mais importante do
seminário pois, cada componente do grupo deve ter clareza ao expor suas idéias,
usar uma progressão linear cronológica compatível com o assunto, distinguir as
ideias principais das secundárias, introduzir exemplos, valer-se dos aspectos
visuais que tem para enriquecer seu assunto, reformular se necessário, palavras,
ideias para esclarecer as dúvidas dos ouvintes diante termos novos ou difíceis.
Por exemplo:
*“ A questão que abordaremos agora é... Isso nos faz pensar em...
Então chegamos no ponto mais importante...”
* “ Devemos perceber que...Nesses aspectos..E agora, como
exemplos...”
5ª RECAPITULAÇÃO E SÍNTESE: Agora, faz-se a retomada dos pontos principais
de tudo o que foi exposto.
Por exemplo:
*” Em resumo, podemos dizer que...”
*” Para terminar, vamos fazer uma síntese de tudo o que ouvimos até aqui...”
6ª CONCLUSÃO: Nessa hora, é transmitida a mensagem final, mas ela também
pode ser a proposta de um debate, uma roda de conversa, a execução de algum
exercício ou uma dinâmica que virá na sequência.
Por exemplo:
*” Para concluir, queremos deixar a seguinte mensagem...”
*” Finalizando nosso seminário, vamos colocar a seguinte questão...”
7ª ENCERRAMENTO: Nesta fase, faz-se os agradecimentos aos ouvintes.
Por exemplo:
*” Esperamos que, de alguma forma, tenhamos contribuído para ampliar o
conhecimento de vocês sobre...”
*”Gostaríamos de agradecer a atenção de todos que aqui estão...”
Fonte: http://professorasueli-historia.blogspot.com.br/2008/05/como-
apresentar-seminario.html
( 3 aulas)
UNIDADE 4 :
Assistir a um sessão na Câmara de Vereadores do Município e / ou júri no
Fórum para averiguação das formas de exposição de gêneros orais usadas.
Conversa sobre o que foi assistido na sessão, problemas encontrados,
encadeamento de idéias, de que forma foram apresentadas propostas, decisões, se
houve transmissão de conhecimentos , interação...
(3 aulas)
Professor:
Para seus alunos aprenderem a falar publicamente, ensine-os a observar
e a refletir sobre a fala produzida em diferentes situações comunicativas. Leve-
os para locais onde possam acompanhar ao vivo algum tipo de situação
comunicativa. Por exemplo, a Câmara Municipal da sua cidade ou o Fórum.
Mostre a eles que, em cada caso, há diferentes propósitos e que são utilizadas
técnicas lingüísticas específicas. Num segundo momento, crie com os alunos
situações semelhantes em que eles precisem falar como nos casos que
observaram e analisaram. Proponha, ao final desta produção que apresentem
seminários, pensando que eles deverão desenvolver as habilidades
lingüísticas de falar e de escutar. E, nesse caso, escutar não significa apenas
demonstrar respeito pelo interlocutor, mas também observar a argumentação,
o encadeamento de idéias e até apropriar-se da lógica por ele utilizada, se for
necessária uma contra-argumentação
UNIDADE 5: Vídeo Vícios na Comunicação (Reinaldo Polito)
https://www.youtube.com/watch?v=yb1Y5F5EFow
( 1 aula)
Você assistiu no vídeo que durante a comunicação, alguns vícios são usados
sem que tenhamos percepção disso. Agora, veremos alguns cacoetes da língua, os
quais, também usamos, de forma aleatória, sem perceber.
https://melinnaguedesportugues.wordpress.com/
Cacoetes Linguísticos são palavras e expressões que viram moda,e,depois de
cristalizadas pelos falantes, acabam se tornando vícios, maus hábitos. Os cacoetes,
nem sempre são expressões novas, mas eles aparecem de forma recorrente e com
uma constância desagradável, principalmente no discurso oral. Esses cacoetes, nem
sempre incomodam quem fala, porém, irritam quem ouve porque aparecem com
freqüência, de maneira automática e fora de contexto na hora das explanações
orais. Na falta de uma boa retórica, de bons argumentos, o falante opta por usar
termos esvaziados de significação para melhorar seu discurso.
Aluno(a):
Você se sentiu “meio que “ enquadrado na descrição acima?
Fique tranqüilo, pois, nem sempre os cacoetes aparecem de forma
intencional. Em muitos casos, eles expressam apenas uma necessidade de
autocorreção, autoafirmação, por parte do falante.
Conheça agora, cinco tipos de cacoetes, que provavelmente, você nem
sabia que são vícios dentro da linguagem e sempre que possível, procure
evitá-los, tanto na linguagem escrita, quanto na oral:
*TIPO:
“ O tipo” é uma velho conhecido dos falantes; ele vem sendo empregado de
maneira aleatória, sem contexto de significação. Quando empregado como vício de
linguagem, ele serve como uma pontuação na frase.
Ex: Ele nem perguntou se a gente queria que ele fosse (TIPO) foi logo se
oferecendo (TIPO) superinconveniente!
Perceba que, se você retirar a expressão (TIPO) dessa fala, o significado não
será alterado.
*TIPO ASSIM:
A expressão “tipo assim” é bastante usada por adolescentes (que são
grandes inventores e inovadores da linguagem oral) e continua cristalizada na
oralidade e, em muitos casos, em textos escritos.
Ex.: Acordei as 9 horas, (TIPO ASSIM) superatrasado!
*CARA:
Expressão muito usada na linguagem oral, as vezes , com certo exagero:
Ex.: CARA, você perdeu, CARA, o show foi muito bom, banda de feras,
CARA...
*MEIO QUE:
Expressão que pode ser substituída por “um tanto” para deixar de ser um
cacoete.
Ex: O Brasil está se tornando um pais (MEIO QUE) intolerante.
*GERUNDISMO:
É um vício , um cacoete,um modismo que utiliza o gerúndio de forma
inadequada, tentando reforçar a idéia de continuidade de um verbo no futuro.
Ex.: Nós já identificamos o problema e (ESTAREMOS TRABALHANDO) para
resolvê-lo assim que possível para que você (POSSA ESTAR TENDO) uma melhor
qualidade no serviço contratado.
Existe um mito que diz que o fenômeno do gerundismo teve início entre os
operadores de telemarketing, por utilizarem- o a todo o momento. Atualmente
notamos a presença do gerundismo em diversas áreas de nossa sociedade, entre
bancários, empresários, educadores e até mesmo em conversas do dia a dia.
Caro aluno (a):
Quando falamos sobre os cacoetes lingüísticos, é necessário que você
perceba e entenda que há na língua portuguesa, duas divisões ( a coloquial e
a padrão); que ambas tem a finalidade de comunicar, e são instrumentos de
sociabilidade e expressão porém, é imprescindível que você compreenda que
para cada situação de interação, uma delas é mais adequada. Daí, a
importância de conhecer e se possível, ser poliglota dentro de sua própria
língua afinal, somos donos do nosso idioma e nossos atos de fala é que
devem transformar e melhorar a língua portuguesa porque sem o falante, a
língua não existe.
( 2 aulas)
UNIDADE 6:
A psicanalista Betty Milan publicou um artigo na Revista Veja, no qual faz
uma reflexão sobre a importância da comunicação oral para a existência do homem.
Ela baseia-se no filme: O Discurso do rei( The King’s Speech), um filme britânico de
2010 escrito por David Seidler, dirigido por Tom Hooper e estrelado por Colin Firth,
Geoffrey Rush e Helena Bonham ganhador de quatro oscars, que tem sua temática
centrada na oralidade .
O texto a seguir serve de apoio para você professor, depois de assistir ao
filme com seus alunos, levantar algumas discussões:
Texto de apoio ao professor
Nem todas as sociedades do mundo têm escrita, mas todas fazem uso de uma
língua oral. A oralidade, portanto, é uma forma de comunicação atualíssima e presente em
nossa vida cotidiana. Como um código social que é a língua não pode ser modificada
arbitrariamente. É preciso obedecer algumas leis da língua para que haja comunicação. O
agrupamento desordenado de palavras não gera sentido algum. Se cada pessoa
combinasse as palavras arbitrariamente, seria difícil estabelecer a comunicação.
Entretanto, é possível combinar as palavras de um modo passível de se fazer entender. É
provável que cada indivíduo faça uso da língua conforme a sua vontade, ninguém precisa
falar igual ao outro para ser compreendido. A linguagem, enquanto atividade humana
comunicativa , no ato da fala apresenta cinco dimensões universais:
1. Criatividade - a linguagem é manifestada como atividade livre e criadora, algo que
ultrapassa o que aprendemos e não uma simples repetição do que é produzido.
2. Materialidade - a linguagem é uma atividade fisiológica e psíquica, pois implica
ao falante a capacidade de utilizar os órgãos de fonação, produzindo signos fonéticos
articulados.
3. Semanticidade - significação e significado de interpretação de uma palavra, de
uma frase ou expressão.
4. Alteridade - o significar é um "ser com outros", próprio da natureza político-social
do homem, indivíduos que são homens juntos a outros e, como falantes e ouvintes, são
sempre diferentes entre si.
Historicidade - linguagem, sob a forma de língua, tem tradição linguística de uma
comunidade histórica. Não existe língua desacompanhada de sua referência história: por
exemplo, Língua Portuguesa, Língua Italiana ...
A linguagem é sempre uma interação, uma troca, um estar no mundo com os outros, não
como um indivíduo solitário, mas como parte do todo social. Cada pessoa expressa
emoções, idéias, sentimentos e a maneira de ver o mundo pelo vocabulário que conhece
e domina, pela forma que escolhe as palavras desse vocabulário e pela combinação que
adota para formar seu pensamento. Esse processo de uso individual da língua denomina-
se fala.
http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/importancia-da-oralidade-
para-comunicacao
(3 aulas)
Assistiremos ao filme : O discurso do rei, o qual conta a história de George,
personagem de Colin Firth, que é gago desde os quatro anos de idade. Este
problema é muito sério pois ele pertence a realeza britânica e precisa fazer
discursos com freqüência. Mesmo já tendo passado por diversos médicos, ele
nunca conseguiu encontrar resultados para seu problema, até que conhece Lionel
Logue, interpretado por Geoffrey Rush, o qual usa métodos diferentes dos
tradicionais, o que lhe dá um pouco de esperança que o novo tratamento possa
ajudar. A estratégia que Lionel usa é a de fazer com que George adquira
autoconfiança para cumprir os desafios que a vida lhe apresentar.
Anote as impressões que você tiver para que possamos discutir sobre o
filme depois.
(3 aulas)
UNIDADE 7:
A tradição oral é vista como um testemunho oral passado de uma geração à
outra e serve para preservar a cultura, a memória ou recuperá-las. É preciso
também que essa oralidade do aluno seja desprovida do "preconceito linguístico",
muitas vezes a criança não gosta de falar, pois acredita que não sabe falar ou serve
até de chacota para os outros alunos da sala. Deve-se deixar bem claro que a
pessoa não fala "errado",mas que ela tem uma linguagem mais próxima ou mais
distante da variedade padrão. Esse momento é oportuno para desnudar esse tipo de
preconceito. O modo como pessoas de diferentes grupos sociais falam pode ser
assunto de poemas.Vamos ler alguns assim?
1.Preste atenção ao título: Vício na fala
2.Qual sentido você dá a essa expressão?
3.O que você acha que ele vai dizer em relação ao tema?
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
(Oswald de Andrade)
4. Nas questões 2 e 3 você levantou algumas hipóteses sobre o poema. Suas
hipóteses se confirmaram? Registre as impressões que você teve sobre o poema.
5.Quem costuma dizer” mio, mió, pió, teia e teiado”?
Caro aluno: Lembre-se sempre que os modos de falar estão associados
aos lugares em que as pessoas moram e aos diferentes níveis de escolaridade.
Professor: Com essas questões pretendemos que o aluno perceba que
usar o dialeto popular não implica ser incompetente para conhecer os
conceitos, os objetos e que o uso das variedades não-padrão não pode servir
para estereotipar, discriminar. As pessoas mencionadas no poema dizem mio,
mió, mas fazem telhados.
Poema de cordel
(...)
Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá
No verdô de minha idade,
Só tive a felicidad
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.
No premêro livro havia
Belas figuras na capa,
E no começo se lia:
A pá — O dedo do Papa,
Papa, pia, dedo, dado,
Pua, o pote de melado,
Dá-me o dado, a fera é má
E tantas coisa bonita,
Qui o meu coração parpita
Quando eu pego a rescordá.
Foi os livro de valô
Mais maió que vi no mundo,
Apenas daquele autô
Li o premêro e o segundo;
Mas, porém, esta leitura,
Me tirô da treva escura,
Mostrando o caminho certo,
Bastante me protegeu;
Eu juro que Jesus deu
Sarvação a Filisberto.
Depois que os dois livro eu li,
Fiquei me sintindo bem,
E ôtras coisinha aprendi
Sem tê lição de ninguém.
Na minha pobre linguage,
A minha lira servage
Canto o que minha arma sente
E o meu coração incerra,
As coisa de minha terra
E a vida de minha gente.
Poeta niversitaro,
Poeta de cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia,
Tarvez este meu livrinho
Não vá recebê carinho,
Nem lugio e nem istima,
Mas garanto sê fié
E não istruí papé
Com poesia sem rima.
(...)
Patativa do Assaré
Professor:
É importante que no contato com o texto literário, neste poema de
cordel, o aluno perceba como o autor joga com as palavras, o uso que ele faz
da pontuação, nem sempre obedecendo às regras gramaticais. A percepção
desses recursos só será possível se o aluno tiver contato tanto com o registro
escrito como com a oralização dos textos.
Ao ler o poema de Patativa do Assaré, é fundamental que as marcas de
oralidade sejam preservadas. Este aspecto deve ser explorado depois com os
alunos.
Caro aluno(a):
É importante que você saiba que Patativa do Assaré foi um poeta de
tradição oral e que os registros de sua obra foram mediados por terceiros pois
ele teve pouco contato com a escola, (apenas 6 meses). Mesmo assim,
preserva em seus poemas as marcas da oralidade, o falar simples, o contato
intenso com a literatura, um profundo conhecimento e reflexão a respeito não
apenas do cotidiano, mas do tempo em que ele vivia com a simplicidade no
jeito de dizer.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(Oswald de Andrade)
Aluno: Você percebeu que no poema Pronominais, o autor tenta reduzir
a distância entre a linguagem falada e a escrita, considerando correta a língua
falada pela maioria das pessoas (me dá um cigarro ) ao invés de primar pela
norma culta (dá me um cigarro)? Esse poema exemplifica uma das muitas
diferenças existentes entre a língua que a gramática normativa considera
correta, enquanto norma culta e a língua falada no dia a dia, neste poema , de
forma escrita.
Professor:
Considere a forma como os alunos ouviram e qual foi a reação deles ao
perceberem o uso da linguagem oral dentro dos poemas. Note se
compreenderam as diferenças entre oralidade e escrita e se perceberam o
quanto a fala é importante para a nossa comunicação. (4 aulas)
As crianças já se expressam oralmente desde muito pequenas. Entretanto, o
desenvolvimento da capacidade de interagir, por meio da expressão oral, exige um
trabalho sistemático com a finalidade de cumprir distintos objetivos sociais em
situações mais formais. O preconceito que impera na sociedade no que tange aos
dialetos precisa ser desmistificado pela escola,havendo assim,respeito à
diferença;porque não existe uma forma apenas de falar,nem todas as falas serão
semelhantes à escrita,a fala do aluno não precisa ser“ consertada”a menos que não
haja comunicação entre ele e o interlocutor.
Não há porque desvalorizar o falar do aluno porque a língua tem
características que lhe são peculiares, ela é concreta e simplificada e os
interlocutores tem mais facilidade para se entenderem. Existem variações na língua
porque a língua é um fato social e não porque as pessoas são ignorantes como
acreditam alguns; a língua situa-se em tempo e espaço concretos e muda conforme
estes mudam, ela não é imutável. A escola e o professor devem desenvolver um
trabalho com a oralidade que possibilite ao aluno conhecer e utilizar a variedade
padrão e o uso dela dentro dos diferentes contextos sociais. É com o aprimoramento
do uso da língua que o aluno será capaz de ter uma posição mediante a sociedade
repleta de conflitos e contradições.
PROPOSTA 2 :
http://www.neurocienciasaplicadas.com.br/site/wp-
content/uploads/2015/09/img-225809-shutterstock.jpg
Professor
A proposta, ao final desta Produção Didática é a apresentação de
seminários, pensando que os alunos deverão desenvolver as habilidades
lingüísticas de falar e de escutar. E, nesse caso, escutar não significa apenas
demonstrar respeito pelo interlocutor, mas também observar a linguagem
(formal ou informal), o encadeamento de idéias e até a apropriação -se da
lógica por eles utilizada, se for necessário, você ainda pode haver intervir
para auxiliá-los. Atente para o fato que o ato de apenas pedir ao aluno para
que ele apresente um seminário não possibilita que ele desenvolva bem o
trabalho. É preciso deixar bem claro os objetivos, a finalidade e explicar que
apresentar um seminário não é simplesmente colocar-se frente a turma , ler em
voz alta e bater um papo com os colegas. Antes das apresentações, os alunos
precisam saber sobre o contexto social , as características desse gênero, seus
temas e organizar a sequência das explanações.
Os temas serão definidos conforme os assuntos em voga, na data das
apresentações e de interesse dos alunos. É interessante que você grave em
vídeo as apresentações dos alunos para que, futuramente possam fazer uma
avaliação conjunta e uma auto avaliação.
Aluno:
Agora sim, estamos chegando na reta final desta Produção Didática e
chegou sua vez!!!
Lembre-se que, em algumas situações de oralidade, é preciso fazer uso
da escrita. No caso destes seminários, por exemplo, a escrita funciona como
suporte para organizar a fala. Pode ser em forma de cartazes, de
transparências ou de um esquema de orientação para que você não se perca
durante sua fala. Atente para o tempo de fala de cada um, as regras de
participação de todo o grupo, os estudos feitos sobre o tema e como foi
planejada a apresentação.
Vocês terão o tempo de 3 aulas para preparação prévia, sempre com
auxílio e suporte da professora e 2 aulas para as apresentações.
Mãos à obra pessoal!!!
https://catracalivre.com.br/geral/educacao-3/indicacao/plataforma-do-letramento-promove-campanha-
oralidade-que-recebe-videos-de-cidadaos-de-paises-da-lingua-portuguesa/
CRONOGRAMA:
Atividades a serem desenvolvidas 1º
trimestre 2017
FEV MAR ABR MAIO
Pré teste
X
Vídeos, conversa, explanação oral
X
Proposta 1
X
Preparação Seminário Anamnese
X
Apresentação Seminário Anamnese
X
Assistir aos vídeos do Seminário
X
Discussão sobre os vídeos
X
Explicação teórica gênero oral
X
Fases do seminário
X
Sessão Câmara /e ou Fórum
X
Vídeo Reinaldo Polito
X
Cacoetes Linguísticos
X
Filme: O discurso do rei
X
Diversidade no gênero oral
X
Proposta 2
X
Finalização com pós teste
X
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso: In Estética da Criação
Verbal.Introdução e tradução do russo Paulo Bezerra. 4ª ed. Martins Fontes. São Paulo,
2003
______________Marxismo e Filosofia da linguagem.Tradução de Michel Lahud e
Yara .9ª ed.Hucitec. São Paulo, 1999
BRASIL. Secretaria de educação do Ensino Fundamental.Parâmetros Curriculares
Nacionais.Introdução Ensino Fundamental.Brasília: MEC/SEF/SEESP,1998
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).Língua Portuguesa. Ensino
Fundamental. Terceiro e Quarto Ciclos. Secretaria De Educação Fundamental Brasília:
Brasília. MEC/SFE/SEESP,1998
DI FANTI, Maria da Gloria Correia. A linguagem em Bakhtin: pontos e pespontos .
–Unisinos REVISTA Veredas-Ver. Est. Ling.Juiz de Fora, v 7, nº 1e 2 , página 95-111, jan-
dez 2003
ELIAS, Vanda Maria.Ensino de Língua Portuguesa: oralidade, escrita e leitura.1ª
Ed.Contexto. São Paulo, 2013
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
ed. Cortez. São Paulo, 2001
___________. Luiz Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 6ª
ed. Cortez. São Paulo, 2005
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Dionisio, Angela Paiva. Guia Didático: Fala e
escrita.1ªedição.1ª reimpressão.Autêntica. Belo Horizonte, 2007
MARCUSCHI, Luiz Antonio.Produção Textual, Análise de Gêneros e
Compreensão.São Paulo, Parábola Editorial, 2008
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação Básica. Superintendência de
Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica: Língua Portuguesa e Literatura. Curitiba: SEED, 2008
POSSENTI, Sírio. Por que ( não ) ensinar gramática na Escola. ALB Mercado das
Letras. 1ªed. Campinas, 1997
ROJO, Roxane Helena Rodrigues & Moura, Eduardo. Multiletramentos na
Escola.Parábola. 1ª ed. São Paulo, 2012
SCHNEUWLY,B. DOLZ,J . Gêneros Orais e Escritos na Escola. Tradução de
Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Mercado das Letras. Campinas, 2004
Sites:
https://www.youtube.com/watch?v=8eOyTj9jkXU (acesso em 10/10/16)
https://www.youtube.com/watch?v=g9Ad80-pAuk (acesso em 12/10/16)
http://professorasueli-historia.blogspot.com.br/2008/05/como-apresentar-
seminario.html (acesso em 12/10/16)
https://www.youtube.com/watch?v=yb1Y5F5EFow (acesso em 15/10/16)
http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/importancia-da-oralidade-para-
comunicacao (acesso em 01/11/16)
Imagens:
https://twitter.com/ingridcdiias (acesso em 01/11/16)
https://pixabay.com/pt/grupo-equipe-gabarito-confirmando-1825510/ (acesso em
01/11/16)
https://melinnaguedesportugues.wordpress.com/ (acesso em 05/11/16)
http://www.neurocienciasaplicadas.com.br/site/wp-content/uploads/2015/09/img-
225809-shutterstock.jpg (acesso em 15/11/16)
https://catracalivre.com.br/geral/educacao-3/indicacao/plataforma-do-letramento-
promove-campanha-oralidade-que-recebe-videos-de-cidadaos-de-paises-da-lingua-
portuguesa/ (acesso em 29/11/16)