Post on 04-Jul-2020
FOCUS- ESCOLA DE FOTOGRAFIA
CURSO DE FOTOGRAFIA
ANDRESSA LUIZA DE SIQUEIRA BENEDITO
FOTOGRAFIA DE MODA
São Paulo
2017
FOCUS- ESCOLA DE FOTOGRAFIA
CURSO DE FOTOGRAFIA
ANDRESSA LUIZA DE SIQUEIRA BENEDITO
FOTOGRAFIA DE MODA
Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso, com o tema
Fotografia de Moda. Sob a orientação do Prof. Dr. Enio Leite, como exigência parcial
para conclusão do curso.
Orientador: Prof. Dr. Enio Leite.
São Paulo
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por esta oportunidade e a minha família pelo
apoio, ajuda, paciência e auxilio ao serem os meus modelos.
Agradeço o meu namorado Jonata Wierzba por ter me ajudado totalmente ao
finalizar este trabalho, pelo auxilio durante as fotografia, ajudante, amigo e modelo. Me
ajudou muito neste momento da minha vida.
Sumário
Introdução...................................................................................................................6
1. Fotografia de Moda........................................................................................6
2. História da Fotografia de Moda...............................................................10
2.1 Fotografia de moda colorida.............................................................................11
2.2 Fotografia de Moda Pós-Guerra.......................................................................11
2.3 CâmerasHasselblad...........................................................................................12
2.4 Fotografia Moderna..........................................................................................12
3. Evolução da Fotografia da Moda.................................................................14
3.1 Década de 20 ........................................................................................................14
3.2 Década de 30 e 40.................................................................................................15
3.3 Década de 50.........................................................................................................17
3.4 Década de 60.........................................................................................................17
3.5 Década de 70.........................................................................................................19
3.6 Década de 80..........................................................................................................19
3.7 Década de 90..........................................................................................................20
4. Fotografia de Moda nos dias de hoje..........................................................20
5. Editorial de Moda..............................................................................................29
5.1 Como Fazer um Editorial de Moda........................................................................30
6. Metodologia..........................................................................................................33
6.1 Moda para além do vestuário...............................................................................34
6.2 Diferentes Linguagens Fotográficas....................................................................37
7 Mercado da Fotografia de Moda...................................................................42
7.1 Uma questão de estilo.............................................................................................44
7.2 Quebrando regras.....................................................................................................44
8. Revistas..................................................................................................................45
8.1 Vogue...................................................................................................................45
8.2 Elle.......................................................................................................................50
8.3 Harper’s Bazaar....................................................................................................52
8.4 Vanity Fair............................................................................................................54
9. Fotógrafos Internacionais de Moda.............................................................57
9.1 Ellen Von Unwerth..............................................................................................57
9.2 John Rankin Waddell...........................................................................................59
9.3 Peter Lindberg......................................................................................................61
9.4 Lindsay Adler.......................................................................................................63
9.5 Russel James..........................................................................................................65
9.6 Richard Azedon.....................................................................................................67
9.7 Patrick Demarchelier.............................................................................................69
10. Fotógrafos Brasileiros....................................................................................71
10.1 André Schiliró....................................................................................................71
10.2 Bob Wolfenson..................................................................................................73
10.3 Daniel Klajmic...................................................................................................76
10.4 Gui Paganini.......................................................................................................78
10.5 Luiz Tripolli.......................................................................................................80
10.6 Nana Moraes......................................................................................................82
11. Conclusão............................................................................................................84
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INTRODUÇÃO
O mundo da Moda é um dos mercados que mais crescem atualmente no país,
envolvendo profissionais das mais variadas áreas. Na fotografia de Moda apresenta em
forma de vivências e reflexões as etapas do fazer construtivo de imagens fotográficas ou
de imagens em movimento para a indústria da moda.
A Fotografia de Moda se destina a todas pessoas que se interessam e consomem
moda, que trabalham diretamente ou indiretamente com este mercado. Fotógrafos,
designers, produtoras de moda, estilistas, jornalistas, publicitários e todos aqueles que se
sentem atraídos por este universo.
A moda não pode ser somente considerada como uma mera prática de
ornamentação do corpo ou simplesmente uma questão de estética. Na verdade, ao longo
dos anos as funções práticas das roupas mudam de acordo com o andamento da cultura,
das práticas sociais, econômicas, políticas, etc. além das questões sociais inerentes à
moda, há também as questões comerciais que não são, de maneira alguma, dissociadas
daquelas. A moda criou ao longo do tempo uma indústria para si, responsável por grandes
investimentos no mercado mundial, movimentando grandes oportunidades de dinheiro e
investimento de mão-de-obra.
Este projeto busca entender a Fotografia de Moda, informando todo o crescimento
e o descobrimento da moda na fotografia. Informando a sua história, crescimento,
processo e todo o envolvimento da moda na fotografia mundial.
1. FOTOGRAFIA DE MODA
A Fotografia é de suma importância para a moda, ela se presta à moda como um
instrumento de auxílio. Moda tem a necessidade de mostrar-se, e por meio da fotografia
ela alcança essa aspiração. A moda como fenômeno social, de caráter transitório de
hábitos e escolhas, necessita desse auxílio, já que nesse processo de mudanças
interessante, tais mudanças só serão perceptíveis delas obtivermos registros. A fotografia
assegura o sucesso das criações, no instante em que gera uma memória coletiva, trazendo
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o reconhecimento do trabalho do estilista ao longo dos séculos. Muito se discute a respeito
da fotografia, seu caráter científico confronta seu lado puramente artístico, mas existe
sobre ela um consenso, a fotografia objetiva cumpre um papel de imitação da realidade.
No início do século XIX parecia ser impossível guardar uma imagem real da
natureza dentro de uma máquina. Mas três desejos impulsionaram a invenção do que
denominamos câmera fotográfica: o desejo artístico (em relação a reprodução de imagens,
da estética do belo, da necessidade de capturar a essência da natureza), a curiosidade
científica (a ânsia por novidades, pelas descobertas, pelo novo) e a esperança de lucros
financeiros. A câmera escura foi de fato a primeira descoberta da fotografia. Seu
funcionamento de natureza física assegurava a produção de uma imagem real invertida.
Esse tipo de objeto era utilizado por pintores para rascunhar suas obras a fim de obter um
desenho mais real da imagem almejada. Apesar de haver relatos anteriores do uso da
câmera escura para outras finalidades, foi no século XIX que ela foi desenvolvida pelos
precursores da fotografia. Para o surgimento da fotografia, precisava-se mais do que o
anseio de um artista em capturar uma imagem provinda da natureza, necessitava-se dos
saberes sobre químicas, uma vez que o processo fotográfico se baseia na reação química
à luz. Francesca Ali Novi, citado por Anateires Fabris (1991) afirma que a fotografia
baseia-se em um equívoco que relaciona a sua dupla natureza, a de ciência e a de arte,
chamada pela autora como arte mecânica. Esta funciona como um instrumento infalível
e preciso assim como a ciência, ao mesmo instante inexato e falso como a arte. Existem
três momentos cruciais para o entendimento do desenvolvimento fotográfico: o primeiro
deles compreende 1838 a 1850, no qual o interesse pela fotografia compreendia apenas a
um pequeno grupo. O tempo de exposição de uma foto era longo, o que tornava-se muito
incômodo para o fotógrafo assim como para quem estava sendo fotografado. Os
equipamentos fotográficos eram grandes, pesados e de difícil manuseio e os produtos
químicos utilizados nocivos à saúde. Os preços cobrados por uma fotografia eram
exorbitantes, portanto, essa técnica era acessível apenas para as classes de maior poder
aquisitivo. Foi com a descoberta e consolidação do uso dos negativos que o interesse pela
fotografia se intensificou, e essa tomou proporções industriais. Estúdios fotográficos
entraram em cena. Os custos de produção de uma foto diminuíram significativamente,
com a nova técnica denominada “cartão de visita”. A nova técnica produzia fotografia em
dimensões menores e apresentava capacidade reprodução, nesse momento as fotos se
popularizam. As câmeras ganharam novos formatos e agora podiam ser manuseadas com
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maior facilidade. A terceira época tem início em meados de 1880, o momento no qual a
fotografia se tornou um fenômeno prevalentemente comercial, como afirma Anateires
Fabris (1991). A difusão da imagem em larga escala visava atender a um mercado que
deixou de ser restrito para se tornar um mercado de massa. Cientes de que no século XIX
grande parcela da população é analfabeta, entende-se a necessidade da comunicação por
meio de imagens. Dada uma demanda crescente pela fotografia, a fim com as
necessidades vigentes, culminou o desenvolvimento de novas técnicas, que visavam a
rapidez da execução, o baixo custo e a reprodutibilidade de melhor qualidade. Com o
desenvolvimento da fotografia nasceu uma maneira até então inusitada de perceber o
mundo, através de novos ângulos, closes, foques e desfoques. Se no século XIX o discurso
de embasamento da invenção da fotografia era na captação de uma imagem exata que
retratasse a realidade, assim como a vista a olho nu, no século XX, a fotografia insiste
mais na ideia de transformação do real.
Segundo Claudio Marra (2008), a fotografia está em constante oscilação entre dois
pontos, o da relação com o real, assim como dito em uma das suas primeiras definições:
espelho dotado de memória, e em contraponto a foto como operação de codificação das
aparências. Ora apresentação, ora representação. Um grande passo que observamos na
história da fotografia é a busca em relação ao reconhecimento como arte. Marra (2008)
afirma que durante os primeiros decênios de vida da fotografia, que compreende a
segunda metade do século XIX, as pessoas que trabalhavam com fotografia tiveram de se
empenhar muito para rebater críticas que desconsideravam a fotografia como um trabalho
de arte, haja visto que anteriormente ao século XX, não se encontravam fotografias nas
galerias de arte.
Rafia da pintura. Em 1860, o Pictorialismo, tentava dar à fotografia o caráter
artístico, por meio da utilização de iluminação dramática e tendo os clássicos da pintura
como inspiração. Dessa forma, o fotógrafo estava extrapolando da realidade, criando um
universo a parte naquela imagem, processo que fugia da então proposta fotográfica do
século XIX, que era retratar da forma mais autêntica a realidade. No início do século XX,
com novos recursos industriais, o sistema de moda deu uma alavancada. A ideia de
igualdade proveniente da ideologia burguesa democratizou o vestuário. A expansão
comercial impulsiona o crescimento da moda, que nesse momento contava com novas
fibras têxteis e métodos de produção. Segundo Caroline Vargas (2008), foi no início do
século XX, com o desenvolvimento tecnológico e os movimentos de vanguarda, que a
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fotografia ganhou novas perspectivas ópticas. Os novos ângulos, jogos de sombra e a foto
montagem, foram um dos passos para que a fotografia saísse da foto-retrato até então
tradicional, e ganhasse a sua própria forma de expressão à parte da pintura. A moda que
sempre dialogou com o campo da arte, encontrou na fotografia um dos meios de
aproximação de linguagens. Moda é um sistema de mudanças tão alucinante que a
fotografia vem em auxílio, para que não se corra tão demasiadamente rápido a ponto de
se perder. A moda fotografada se fixa em registro, podendo assim, continuar a ser exibida.
Segundo Marra (2008), dentre os mecanismos que fazem a fotografia assemelhar-
se às artes está o chamado de “des- funcionalização”. Marra afirma que a função prática
é sem dúvidas um dos primeiros obstáculos ao reconhecimento artístico da moda. A des-
funcionalização assegura que a roupa ao assumir-se imagem, perca todo seu valor prático,
entrando assim na mais pura dimensão estética. Marra (2008) cita que ao fotografar uma
roupa, a imagem ali capturada, responde somente aos critérios e às características
estéticas, tornando-se puro exercício de estilo. Assim como nas artes, na imagem da
vestimenta fotografada, as cores, as formas, as texturas se tornam completamente
autônomas, livrando a roupa de qualquer função prática. Uma vez que a oposição entre
prático e estético corresponde a um dos eixos mais discutidos no campo da arte.
A fotografia do século XX tem como característica singular a de apresentar esses dois
lados. O lado objetivo, de certificar o real, e também o lado imaginário. Vargas (2008)
relata que as revistas de moda foram grandes colaboradoras para que a fotografia
alcançasse sua posição atual.
As fotografias publicadas nas revistas de moda podem ser consideradas um tipo
de manifestação artística. Essas trabalham nas esferas da ilusão e funcionam como um
universo de códigos que culminam na construção de sentido via imagem. O grande
desafio da publicidade de moda é o de transformar uma imagem de um mundo real em
uma construção fantástica. A imagem publicitária reconstrói o visível, o óbvio, de modo
que a imagem apresentada ao consumidor venha agregada de um sonho, uma condição
de realização. Até a década de 80, o que norteava as imagens da publicidade de moda era
o que se considerava esteticamente belo, ou seja, o que induzia a um ideal de beleza.
Porém, a partir da década de 90, a publicidade se propôs a tratar da realidade com suas
imperfeições e deformações. Segundo Holzmeister (2010) tal realidade, contudo, pode
ser questionada por tratar-se de uma realidade construída. Tais imagens produzidas pela
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fotografia de moda, independente da temática adotada, do contexto social em que eram
disseminadas, possuem características pertinentes, como choque e reflexão.
2. HISTÓRIA DA MODA
A primeira fotografia de moda propriamente dita, só pode ser realizada com o
surgimento do procedimento de fotogravura, quando, em um mesmo papel era possível
ter escrita e imagem, mais precisamente em 1892 na revista La mode pratique, quando,
pela primeira vez, uma reprodução direta da fotografia de moda, antes disso, as fotografas
eram coladas a mão nas páginas, ou pequenos recortes eram montados nas páginas.
A fotografia de moda, então dependeu de técnicas e avanços para existir, se
dependesse apenas da moda, teria surgido logo com a necessidade do estilista de se
mostrar. "A Moda tem necessidade de aparecer, e a fotografia faz acontecer", levando em
conta que no século XIX a moda já é considerada um fenômeno definido, a fotografia
intervém de improviso. Assim, a fotogravura, algo simples para os tempos atuais, foi a
culpada pelo surgimento da fotografia de moda nos meios de massa, fazendo da fotografia
um instrumento de realização do real e do imaginário tornando concreto um sonho
coletivo dos estilistas: ferramenta indispensável para o desenvolvimento da moda.
A história da fotografia de moda está diretamente ligada a história das revistas de
moda, e assim as duas histórias seguiram juntas e seguem até hoje. Quando enfim as
revistas de moda passam a ter ilustrações ainda em P&B 1909, vem a necessidade de se
produzir fotografia, com isso o uso das técnicas vem sendo cada vez mais aprimorados.
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2.1 FOTOGRAFIA DE MODA COLORIDA
A fotografia de moda transformou-se em gênero visual com linguagem própria
após 1930. A VOGUE América publica em 1932 a primeira foto colorida em sua capa:
uma foto de Steichen, de uma garota de maiô segurando uma bola de praia. As modelos
ainda não eram celebridades, porém o processo certamente começou com extraordinária
beleza de Lisa Fonssagrives.
2.2 FOTOGRAFIA DE MODA NO PÓS GUERRA
O estilista Christian Dior inaugura sua casa de moda em 12 de fevereiro. Já em
1949, os modelos da Dior correspondem a 5% da receita de exportação da França. Após
anos de reclusão, a mulher pós-guerra queria se sentir feminina novamente e desejava
voltar ao luxo e elegância.
Edward Steichn, 1932.
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Nos bailes da época, as mulheres ricas compareciam usando DIOR: os vestidos
longos, bustos acentuados, a cintura bem marcada e as saias amplas. No dia 12 de
Fevereiro de 1947 foi lançada a coleção chamada ‘ Carolle Line’ que contava com a saia
na altura do tornozelo, apelidado de ‘ New Look ‘. Na época, tornou-se um sucesso
imediato, e ganhou inúmeras variações. O modelo símbolo do ‘New Look’ foi o Tailleur
bar, um casaquinho de seda bege, ombros naturais e ampla saia preta que vinha até os
tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o figurino.
2.3 CÂMERAS HASSELBLAD
Em 1948, a primeira câmera Hasselblad são comercializadas. Erwin Blumenfeld
(1897 – 1969) é o primeiro a usá-las em fotografias de moda. Hasselblad é uma empresa
fabricante de câmeras e material fotográfico com sede em Gotemburgo, na Suécia,
fundada por Victor Hasselblad em 1941. Já nos Estados Unidos na Harper’s Bazaar e
iniciou parceria com a Vogue norte-americana. A partir daí ele se tornou um dos
fotógrafos mais bem pagos da história da moda. E é nesse período que se concentra a
exposição em Londres, que apresenta imagens feitas em seu estúdio no Central Park, local
onde retratou as principais modelos e personalidades da época – sem nunca deixar de lado
o experimentalismo, a principal marca do seu trabalho.
2.4 FOTOGRAFIA MODERNA
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Então, vem surgindo mais e mais nomes, como nos anos 20 o Cecil Beaton e Man
Ray, talentosos e cheios de imaginação para a Maison Chanel, publicados na Vogue e na
Harpper`s Bazar. A fotografia de moda, vai ganhando cada vez mais admiradores, assim
como das revistas. Surge então a primeira agência de modelos em Paris, para suprir as
necessidades fotográficas de mostrar os grandes trabalhos dos estilistas da época.
A primeira fotografia colorida publicada foi na capa da Vogue nos anos 30, do
fotógrafo Steichen. Nos anos 50, o boom dos estilistas como Cristian Dior, Givenchy e
Belanciaga que representavam um ápice da história da moda. E então, fotografia de moda,
naquela época, já era indispensável para o sucesso de uma revista, sendo necessário
desenvolver várias outras formas de mostrá-la, formando grandes nomes de fotógrafos e
grandes nomes de estilistas em um grupo único.
Richard Avedon preferido da Maison Dior, Ivrin Pen faziam parte desse
grupo. Nos anos 70, a fotografia é influenciada pelas liberações constantes da época,
apelo sexual, conceitos de produções de moda e a atitude das modelos nas passarelas e
estúdios marcou a era de uma fotografia cada vez mais ousada.
Richard Avedon 1955
A famosa fotografia de Richard Avedon, com Dovima posando entre elefantes de
circo para Harper’s Bazaar em 1955.
E assim, com o passar do tempo e da sua evolução a fotografia torna o mundo
muito mais glamoroso, tornando os desejos de consumo muito mais intenso e explícitos.
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Nos anos de 1960 e 1970, Helmut Newton e David Bailey iriam virar a fotografia de
moda.
HelmurNewton David Bailey
3. EVOLUÇÃO DA FOTOGRAFIA DA MODA
No início do uso da fotografia, ela não era vista com bons olhos, pois as pessoas
não a via como arte (elas tinham a pintura para retratá-las), a fotografia pode ludibriar e
também no começo do século XX a fotografia era muito cara esse foi um forte motivo
para demorar para ela entrar no jornalismo, que foi a porta para a fotografia entrar na
moda. No início da fotografia de moda as mulheres sempre estavam paradas, parecendo
existir um certo desconforto ou então elas apareciam em posses como se estivesse
andando calmamente. As roupas eram mostradas por inteiro.
Ao longo da primeira metade do século, a fotografia de moda muda de status, a
ilustração de moda (que no século XIX e começo do século XX é a forma mais importante
de mostrar a roupa e a moda), passa a ser substituída pela fotografia.
3.1 DÉCADA DE 20
Na década de 20 o artista plástico Man Ray começa a fotografar para a moda, ele
vai para essa área levando toda a experimentação, tanto que suas fotografias possuem
uma linha artística, pois a experimentações que ele faz com a foto na hora da revelação
cria um novo efeito nunca visto até então. Ele traz também um quê de surrealismo para
essas fotos. Nessa época há uma preocupação enorme em dar ênfase para a roupa que na
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maioria das vezes o fundo é branco para não tirar a atenção da roupa que é o que mais
importa na imagem.
Nessa década as mulheres estão começando a ter o corpo mais solto, sem nada que
as apertem, sem o espartilho, usam roupas que aparecem a canela, cabelos curtos, muda
a postura da mulher com relação ao modo de se comportar na frente da sociedade. Nesse
período todos os tipos de tabus até então não eram nem comentados em mudar, estavam
sendo mudados, então nada melhor que um experimentalista para mostrar a moda com a
arte da fotografia.
Anos 20
3.2 DÉCADA DE 30 E 40
Nessas décadas, as revistas Vogue e Harper´s Bazzar surgem com a linguagem
fotográfica para dialogar com o leitor quando falam de moda. Na década de 30 começa –
se a comercialização de filmes fotográficos coloridos. Os ensaios fotográficos mostravam
mulheres chiques, com joias maravilhosas e essas mulheres tinham uma postura clássica
e chegavam a ter um ar esnobe.
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A Harper´s Bazaar contrata Dahl- Wolfe e com a ajuda do diretor de Arte Alexey
Brodovitch, revolucionaram a atitude da revista, cirando uma publicação de moda e uma
cultura visualmente inovadora, dando a seus leitores uma perspectiva moderna e
americana da vida, até então moldada pela vanguarda europeia. As imagens criadas por
Dahl Wolfe representavam essa dinâmica da equalização exercida pelos Estados Unidos
sobre a modernidade, porém seus trabalhos nunca foram excessivamente experimentais
como do Man Ray, a ponto de intimidar o leitor. Seu trabalho era influenciado pelo estilo
documentário contemporâneo, porém continuava a ser a fotografia de moda que tinha
como ponto central a roupa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, com a escassez de tecidos de luxo, começou
a ser utilizados tecidos simples e surgiu o estilo prático e esportivo. Com a depressão por
motivos econômicos a produção em massa de roupas simples em tecidos grossos e mais
fácil em ais barato, e com isso tudo surgiu a produção em larga escala, que também ajudou
o acesso a artigos de moda.
Em 1945, a revista Elle Francesa trouxe uma foto em cores na capa. Nos Estados
Unidos as mulheres começam a ser bombardeadas por anúncios de televisão,
refrigerantes, telefones, e até mesmo carros, algo que só algumas européias tinham esses
bens de consumo. A moda passa vende-lôs, a revista Vogue, com fotos do Americano
Richard Avedon trazem um novo conceito de fotografia de moda que conhecemos hoje,
e que tem se tornado cada vez mais constante no mercado, principalmente como
estratégias de marketing. Ainda dentro dessa década também tme o “Bum” do estilo
Hollywoodiano, e a fotografia de poda passa isso, mulheres belíssimas, com suas posses
de divas do cinema com roupas estilo New Look Dior.
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Anos 40
3.3 DÉCADA DE 50
A década de 50 no Brasil, a indústria da moda cresce e se torna assunto, notícia e
faturamento publicitário, surgem as revistas Manequim em 59 e Claudia em 61 no Brasil.
Nessa época surge lendas no Cinema como; James Dean, Marlon Brandon, entre outros.
Nesse tempo surge o modo de agir em frente a uma sociedade que a transgressão, o Rock
´n Roll, os jovens começam a consumir mais, e com isso a indústria da moda passa a
vender mais e para um público ainda novo para eles, surge um interesse em chamar a
atenção desse novo consumidor, com isso as revistas começam a criar uma nova
linguagem para atingi-los.
3.4 DÉCADA DE 60
Fotógrafos como David Bailey e Helmut Newton, reconfiguram a fotografia na
década de 60, com temáticas bizarras e tiradas do cotidiano acompanhando as revoluções
culturais e anti-culturais da época. A revista Nova na Inglaterra, tratou da construção de
imagens de moda e do conteúdo do Editorial de moda, ela podia ser vista com uma postura
menos rígida em relação aos seus Anunciantes e leitores. A Nova era uma revista para ser
possuída para ser desmanchada e montada novamente e ser guardada.
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Década de 60
Teve um ensaio feito pelo fotografo Hans Feuer que ele fez três quadros, as imagens eram
dispostas ao longo da revista, um no verso da outra, em três páginas duplas consecutivas.
A leitora comprava duas cópias da revista e colava as imagens juntas, podia-se montar
um pôster com cerca de 2 metros. Porém a revista Nova nunca foi vista como uma revista
de moda. A fotografia de moda que era mostrada na revista Nova era considerada um
insulto.
Em abril de 65, a revista Harper´s Bazaar mostra pela primeira vez um ensaio fotográfico
com uma modelo Negra.
1º modelo Negra
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3.5 DÉCADA DE 70
A revista Nova fez de seu editorial de moda o estilo deixa de ser uma questão do
que você está usando e torna-se uma maneira como você usa. Nessa época surge um jeito
novo dos fotógrafos se posicionarem para tirar as fotos das modelos, eles tiram fotos de
baixo para cima, para deixar a modelo mais comprida, com as pernas mais longas.
Veruschka 70´s
Até o começo dessa década as roupas eram feitas exclusivamente para tirar as
fotos, e sob medidas para as modelos que iriam usar a roupa. Também a partir dessa época
as capas das revistas de moda começam a ter uma relação como conteúdo delas, pois até
então não existia essa coerência.
3.6 DÉCADA DE 80
Nessa década surge as comentadas campanhas da marca benetton. Uma das
campanhas comentadas foi a United Colors of Benetton, que escolheram modelos com
acentuadas características étnicas e nomes escritos nos seus próprios idiomas (cada etnia
tinha embaixo o seu idioma). Mas usava certas características básicas, genéricas que não
apenas possibilitam situa-la dentro do gênero publicitário, algo que era facilitado por uso
de jovens, modelos convencionalmente bem aparentados, códigos de iluminação, o fundo
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era branco de estúdio, mas também evitava características de outras instituições culturais
legítimas.
Campanha Benetton
Os anos 80 aponta duas novas direções: o biperrealismo e o neopicturialismo, com
figuras sobrepostas e remetendo ao início da fotografia. E o fotografo nessa década se
posiciona na frente da modelo para tirar as fotos.
3.7 DÉCADA DE 90
Surge a androgenia, o Kitsch eo rebuscado, a luz dura estilo J.R. Duran. Teve a
onda Heroína Chic, que causou muitos comentários de repudia com esse tipo de editorial
de moda. Nos anos 90 aparece dois novos fotógrafos no Brasil Marcelo Krasilcic e Rafael
Assef, eles estabeleceram um trânsito entre o cenário de moda e da arte.
4. FOTOGRAFIA NOS DIAS DE HOJE
Fotografia de moda é aquela que une conceitos comerciais e artísticos, devendo
transmitir uma ideia e um estilo distintos, especialmente produzidos com o objetivo de
difusão comercial de peças de vestuário, acessórios, adereços e produtos de beleza. Ou
seja, é um veículo para divulgação de um produto ou de uma marca.
Um dos principais mercados para a fotografia de moda é fornecido pelas revistas
especializadas, tanto do segmento feminino como masculino. A fotografia de moda
também está presente nos cadernos ou em seções de moda dos jornais diários e em books
que algumas agências de modelos desenvolvem para registrar os trabalhos dos
manequins, e através do mesmo conseguir novos trabalhos.
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As primeiras fotografias voltadas para a moda valorizavam extremamente o
vestuário, promovendo apenas os produtos a serem vendidos, não se preocupando, muitas
vezes, com o cenário, a composição da foto e até com a própria modelo. O objetivo era
exibir a peça para o seu consumo.
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Nos dias atuais é diferente, a fotografia de moda evoluiu junto com a realidade do
consumidor, se adequando cada dia mais ao novo sistema de consumo. Com o
crescimento do mercado, as pessoas tiveram mais acesso a um mundo de informações,
assim ficaram mais exigentes quanto às experiências do próprio olhar.
Daí em diante criou-se um novo olhar e outra mentalidade, voltados para um
comportamento existencial, conectado diretamente ao emocional, despertando o desejo
do consumidor. A produção fotográfica passou a valorizar mais o comportamento em que
determinada marca quer estar conectada, ao estilo de vida.
Agora a fotografia de moda assume características distintas das outras áreas da
fotografia, por criar um universo de significados dentro de uma única imagem, onde as
cores, as formas e as expressões se misturam em cenários que, muitas vezes, desafiam os
limites da imaginação.
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Não existem limites para a criatividade, as inspirações vêm da história, dos livros,
das músicas, do velho e do novo. Quanto maior a relação emocional com o produto, mais
forte será a atração do público consumidor.
Agora a fotografia de moda assume características distintas das outras áreas da
fotografia, por criar um universo de significados dentro de uma única imagem, onde as
cores, as formas e as expressões se misturam em cenários que, muitas vezes, desafiam os
limites da imaginação.
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Para um bom resultado, é necessário que o profissional responsável esteja sempre
conectado à moda e em tudo o que acontece no mundo. E o principal é entender o
comportamento do consumidor, fazer muita pesquisa, muita coleta de imagens e ter um
olhar sensível, não é só sair clicando.
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O fotógrafo precisa dominar as técnicas, tanto em ambientes externos quanto no
estúdio, principalmente conhecer a iluminação do local em que as fotos serão tiradas.
É necessário observar de onde vem a luz, e quais os melhores ângulos que podem
ser aproveitados no local. E é de extrema importância que o fotógrafo saiba dirigir a (o)
modelo, coordenando suas poses e saiba aproveitar o melhor que ela pode oferecer.
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5. EDITORIAL DE MODA
Um editorial de moda tem como função divulgar uma ou mais marcas a partir de
um conjunto de imagens e de um conceito. Descomplicando, um editorial de moda nada
mais é que várias fotos feitas dentro de uma mesma ideia, conceito, e com essas fotos
divulga-se de maneira artística e mais inconsciente as marcas que fizeram parte da
produção do ambiente e/ou dos looks dos modelos.
Além da função comercial, os editoriais têm a função de transformar as revistas
em algo mais dinâmico. Serve como uma grande fonte de inspiração para novas
produções e catálogos de moda. Sendo assim, é um dos mais poderosos instrumentos de
divulgação no mundo da moda. Através do artístico e conceitual ele mostra novas
tendências.
Para desenvolver um editorial sem erro é necessário um grupo de profissionais. É
preciso ter:
Produtor: normalmente é quem coordena todo o grupo e escolhe as pessoas das outras
funções. Ele deve criar o conceito, encontrar as locações, fazer as autorizações, escolher
as modelos, vasculhar brechós e lojas para conseguir as peças necessárias e ainda mais os
acessórios.
Editor de Revista/Jornal/Site: como representante do meio onde será veiculado o
editorial ele é responsável em averiguar se os critérios e/ou regras da revista, jornal ou
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até mesmo site estão sendo empregados no conceito e em toda a arte. Ele sustenta os
interesses do meio de veiculação, se o meio possui um padrão de arte ou cores e o editorial
não sair conforme tudo isso, quem irá responder por isso será ele.
Fotógrafos: devem se envolver e interagir com o conceito de uma maneira profunda,
afinal são eles que devem transmitir através das lentes, ângulos, cores e dos jogos de luzes
o que o Produtor definiu.
Editor de Imagem: muitas vezes é o próprio fotógrafo que edita as suas fotos, mas alguns
fotógrafos possuem em sua equipe interna um Editor de Imagem. Ele irá tratar e deixar
todas as fotos perfeitas e em plena condição para a montagem dos materiais. Eles
arrumam o enquadramento, cores das fotos, corrigem toda a pele, retiram parte da
paisagem que não seja desejada, resumindo, ele deixa a foto perfeita, é o super star do
Photoshop.
Styling: responsável por pegar as peças escolhidas pelo Produtor e montar looks lindos,
harmônicos e diferentes, tudo isso dentro do conceito determinado e das tendências atuais.
Make/Hair: o responsável da maquiagem e dos penteados pode ser a mesma pessoa, ou
dividir as funções entre pessoa distintas, mas tudo isso é imprescindível para a produção.
Assistente de Produção: É o Severino da equipe, ou seja, é ele quem corre atrás das
soluções se algo der errado. Enquanto o Produtor tem a ideia da solução, muitas vezes
quem corre atrás dos parâmetros para poder “fazer” a solução é ele. É claro que ele pode
ficar responsável por outras funções, até mesmo as mais complexas.
5.1 COMO FAZER UM EDITORIAL DE MODA
Normalmente a ideia de criar uma editorial parte de algum dos principais
profissionais, Produtor, Fotógrafo ou Editor Responsável do meio de veiculação,
normalmente esse Editor é representante de alguma revista relacionada à moda. Depois
da equipe montada, é a partir de uma reunião que o conceito é definido, o produtor ou até
mesmo o editor pode aparecer com algum conceito já definido, algo temático que faça
parte de um contexto do meio de veiculação, porém as reuniões para discutir e amadurecer
as ideias são cada vez mais frequentes.
31
Tendo em vista o conceito inicia-se as pesquisas de referência, elas podem se
basear em desfiles, catálogos de moda, coleções internacionais, vitrines, livros, filmes,
músicas, outros editoriais, tudo que esteja de alguma forma relacionada à moda. As
pesquisas de poses, luz, cores, penteados, maquiagem e sequência de fotos podem já
serem definidos paralelamente a esta, ou ser feita após o conceito de imagens mais
definidas. Passando essa etapa é hora de ir à caça das modelos, acessórios e das peças que
possam montar os looks que constituirão o conceito e o cenário. As modelos devem ter
perfis que acrescentem e encaixem perfeitamente com a ideia, pois em um conceito super
tropical utilizar uma japonesa com roupa medieval não cairia muito bem, a não ser que o
conceito seja totalmente lúdico.
O cenário é uma parte muito importante, e não pode ser esquecido. Muitas vezes
os editoriais são feitos em cenários já prontos como praias, castelos, casarões, matas,
porém, algumas vezes eles precisam ser montados, ou pelo menos precisa-se acrescentar
elementos a estes ambientes para que não fiquem muito singelos ou normais. Por isso,
não esqueçam de verificar, antes do dia das fotos, se está tudo pronto, se o cenário e/ou
os elementos já estão separados e caso seja uma locação, se toda a papelada está
regulamentada.
Make e hair também já devem ter suas referências separadas e anexadas a cada
cena e pose. Pode-se criar um painel referencial geral, e um menor, talvez em uma A4
mesmo, definindo antecipadamente a arte de cada foto. Assim você já define look, make,
hair e até mesmo as poses para não precisar passar por muito sufoco na hora. Essa é a
hora onde o Maquiador, o Cabeleireiro e o Styling devem trabalhar e elaborar tudo muito
cuidadosamente.
Tudo organizado e pronto? Cenário montado? Modelos produzidas? Luzes e
fotógrafo em posição? Looks já separados para cada foto? Agora é hora do Produtor e seu
Assistente irem desenvolvendo as cenas, auxiliando e mostrando as posições e expressões
para as modelos. É o momento do Fotógrafo fazer suas mágicas e truques de luz, cores e
ângulos. É quando o Styling deve verificar pela última vez o caimento e elaboração dos
looks.
Por fim, leve sempre uma mala de profissões, looks a mais, linha, agulha, maquiagem,
grampos, secador, ferro de passar, revistas, livros, e tudo que lhe vier a cabeça, tudo pode
ser muito útil na hora que algo der errado.
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Ranya Mordanova by Naomi Yang for French Revue de Modes
Tina by Xi Sinsong for Fashion Gone Rogue
33
Catherine McNeil by Max Doyle for Vogue Australia
6. METODOLOGIA
A moda e a fotografia trabalham de modo que a fotografia, além de documentar a
moda registrando as ocorrências e criações próprias de um determinado tempo, auxilia na
sua divulgação. Para iniciar o trabalho que consiste em uma análise fotográfica de três
importantes nomes da fotografia de moda, primeiramente buscou-se entender o sistema
da moda embasado nos conceitos de Lipovetsky. Para compreender as mudanças da
linguagem e da abordagem fotográfica quando em diálogo com o campo da moda, foi
feito um apanhado histórico acerca do desenvolvimento da fotografia. Buscando relatar
de maneira breve desde o desejo que impulsionou a criação da câmera escura, até
chegarmos à linguagem fotográfica propriamente dita, e como esta passa de um recurso
de divulgação de criações a uma linguagem que dialoga e transita entre os campos da
moda e da arte. Muito se desenvolveu na fotografia de moda ao longo de sua história. A
moda vê a fotografia como um importante parceiro no seu processo de propagação e
aceitação, e a fotografia, por sua vez encontrou na moda mais um campo por meio do
34
qual foi possível desenvolver uma abordagem artística. Para que possamos entender
melhor os tipos de linguagens utilizadas pelos fotógrafos de moda, foi feita uma análise
de imagens fotográficas de três fotógrafos de diferentes décadas do século XX, em uma
tentativa de delinear as modificações no contexto fotográfico ao longo dos anos. A
escolha dos fotógrafos em questão deu-se pelo fato de que seus trabalhos foram de grande
contribuição para uma mudança na abordagem da fotografia de moda de suas épocas.
Para o desenvolvimento da análise foi levado em conta todo um contexto da imagem,
como a ambientação, as cores, o uso da luz e da sombra, até a maneira como o corpo é
apresentado, sua postura, suas formas, em uma tentativa de se extrair as mensagens
advindas dessas escolhas. As imagens de moda utilizadas para tal análise foram retiradas
de revistas de moda, livros e páginas virtuais. Ao todo são 9 imagens, 3 de cada um dos
referidos fotógrafos. Tal análise leva em conta não só os elementos sintáticos da
linguagem fotográfica mas também os referenciais de moda do período ao qual a imagem
pertence.
6.1 MODA PARA ALÉM DO VESTUÁRIO
Ao conceituarmos moda, vamos além do princípio de vestimenta, de moda
aplicada unicamente como vestuário de proteção do corpo contra agentes externo,
caminhamos para um campo complexo no qual a moda funciona como apontador social
e cultural. Carolina Vargas (2008) relata que o corpo humano, por suas limitações
fisiológicas, sempre teve de ser encoberto, para se proteger das eventualidades do clima.
Esse corpo e a maneira como ele é revestido fazem parte da construção da identidade de
quem o encobre. Se a moda fosse um efeito meramente condicionado às necessidades de
proteção, usaríamos uma peça única para nos vestir visando que essa tivesse longa
duração. A maneira de encobrir e adornar o corpo expressa de forma direta a
personalidade de quem a veste, exprimindo também seus anseios, sua carga cultural e
suas influências. Moda relaciona a maneira de ver com a maneira de como quer ser visto,
de modo que confere ao homem o poder de mudar e inventar sua maneira de aparecer. De
acordo com Lipovetsky (1989), moda é uma instituição essencialmente estruturada pelo
efêmero e pela fantasia estética. É esse efeito passageiro, de mudanças incessantes, caráter
comunicador e necessidades frívolas que caracterizam a moda como evidência temporal.
Podemos ressaltar que a moda sempre serviu como uma maneira de nos diferenciar dos
35
demais, e até mesmo como determinante de classes sociais. Durantes séculos o vestuário
respeitou a hierarquia das condições, cada segmento social usava trajes que lhes eram
condicionados.
Em todas as épocas, pois somente após o final da Idade Média ela se estabeleceu
como sistema, exacerbando suas extravagâncias e seus efeitos metamórficos de curto
prazo. A partir da segunda metade do século XIX foi que a moda, no sentido moderno do
termo, se instalou. As civilizações antecessoras não sentiam grandes necessidades de
mudanças, eram ligadas a tradições transmitidas de pais para filhos. E para se falar em
moda é necessário perceber mudanças rápidas, rupturas de antigos padrões e busca por
novidade. Segundo Lipovetsky (1989) alguns fatores sociais como a sociedade de corte,
o status das classes aristocráticas e o desenvolvimento das cidades tiveram relação com a
evolução da moda. Charles Frederick Worth foi grande destaque no desenvolvimento da
moda. Worth (1825-1895), que começara sua carreira como balconista de uma loja
especializada em tecidos e materiais, começa a criar vestidos para serem comercializados.
Anteriormente a Worth, as roupas eram confeccionadas por costureiros, conforme
demandava o cliente, os modelos eram propostos pelos usuários. Lipovetsky (1989),
afirma que Worth dá à moda o sentido atual do termo, quando começa a criar peças de
acordo com suas convicções. O estilista desenhava suas peças, confeccionava-as de
acordo com os tecidos e materiais de sua preferência e só depois as apresentava às
clientes. Assim, Worth quebrou a secular lógica de subordinação do costureiro.
O autor relaciona o trabalho de Worth com o que em alguns anos seria
denominado Alta Costura. Worth inicia o processo de apresentação de coleções de tempos
em tempos, em grandiosos eventos, e é pioneiro na prática de exibição de corpos jovens
para expor suas criações. Segundo Lipovetsky (1989) “sob a iniciativa de Worth, a moda
chega a era moderna; tornou-se uma empresa de criação mas também de espetáculo
publicitário.” O nascimento da Alta Costura, caracterizado por suas criações luxuosas,
que abusam do refinamento frívolo é uma face da era burocrática moderna, regida por
inquietações, que inauguram a nova lógica do poder. Juntamente com a Alta Costura,
iniciam-se as novas técnicas de comercialização que acarretaram em uma revolução
comercial. Novos métodos que visam estimular o consumo, por meio de técnicas de
sedução são criados. Os manequins vivos, os grandes magazines, as exposições
universais, foram procedimentos de exibição, que trouxeram magia à moda, pois ali se
36
apresentava muito além de um modelo de vestimenta, mas também o encantamento de
uma vida construída
Para além da sedução da mercadoria em si, o homem é atraído pela possibilidade
de mudança, da distinção, da originalidade e da individualidade. A sedução do sonho de
acordo com o efêmero do Eu íntimo e da aparência exterior. As relações que temos com
a moda não se atêm ao utilitário, mas se estende ao lúdico. A moda orienta o consumo
pela regra do efêmero, paixão por novidade e alarde. A partir da Segunda Guerra Mundial,
enquanto os EUA avançam com a produção em massa, a Alta Costura parisiense começa
a experimentar um declínio. O tempo de instauração de uma tendência de moda é cada
vez mais curto. Lipovetsky (1989) aponta que a moda consumada e o seu desuso
sistemático são características inerentes à produção e o consumo de massa. Desse modo
o prêt-à-porter foi se consolidando a partir das necessidades vigentes da época. A moda
moderna é caracterizada pela associação desses dois tipos de indústrias. Grosso modo a
Alta Costura servia de espécie de inspiração para o prêt- à-porter, essa era a responsável
pelas inovações, por lançar as grandes tendências, cabendo a produção em massa seguir
com mais ou menos precisão. Apesar das intenções, recursos completamente distintos, o
prêt-à-porter e a Alta Costura formaram de maneira unitária um sistema industrial de
moda. De um lado a costura
Manual, em escala artesanal, com preços exorbitantes e modelos sob medida, de
outro a reprodução industrial com seus preços incomparáveis. Até o final da década de
50, o prêt-à-porter se delimitava a ser uma cópia de baixo custo das criações da Alta
Costura, mas, a partir de então, a indústria de massa toma um rumo próprio, o qual a
coloca em estado de criadora de um estilo mais voltado à juventude. O autor afirma que
1960 foi a última década em que a Alta Costura assegurou sua posição como criadora
singular de tendências.
A partir de 1965, o luxo supremo e a moda se separam. Esse novo parâmetro no
qual o prêt-à-porter vem democratizar a moda, instiga também mudanças nas maneiras
de comunicação das revistas e outros meios de comunicar moda. Com a multiplicação
dos meios de comunicação a moda passou a atingir cada vez mais pessoas. A publicidade
de moda foi se aperfeiçoando ao longo das décadas. Diferentemente da propaganda
propriamente dita, a publicidade é uma maneira de comunicar original que se prende à
alma da surpresa e do inesperado. A produção em massa exigia um nível de consumo
muito superior do até então adotado, por isso a publicidade passou a ser tão importante
37
no meio da moda. Essa passa a servir como instrumento da moda, com a função de criar
necessidades, que seriam traduzidas em compra. A Fotografia se tornou um forte aliada
da moda nesse processo de sedução.
6.2 DIFERENTES LINGUAGENS FOTOGRAFICAS
A Fotografia artística contemporânea, desliga-se do vínculo exclusivamente
documental das primeiras definições fotográficas e concebe-se como arte. Comum em
museus, e denominadas obras de arte a partir do século XX, a fotografia, mesmo ligada
ao caráter de reprodução do real, conseguiu alcançar um valor de obra a ser exposta e de
expressão na qual a reprodução trabalha a favor da criação de sentidos. Anteriormente à
prática da utilização de fotografia de moda em mídia impressa, as revistas de moda
contavam com ilustrações artísticas, tanto na capa, como no interior de suas páginas. O
aparecimento da fotogravura, que consistia na técnica de impressão de foto e textos em
uma mesma página, contribuiu para que a fotografia de moda ganhasse espaço nas
publicações e ampliasse sua divulgação para uma cultura de massa.
Segundo Marra (2008), até 1930, ainda era comum o uso de ilustrações nas
revistas de moda. Além do fascínio que o desenho ainda causava, notava-se a
desconfiança por parte das revistas em relação à plena capacidade de substituição da
imagem reproduzida por uma câmera, em relação à imagem artística manual. O
surgimento das fotografias de moda está atrelado à prática da fotografia de retratos. Marra
(2008) cita que no final do século XIX, o Ateliê Reutlingen, em Paris, que trabalhava com
a reprodução de retratos, começou a produzir cartões postais e álbuns, os quais tinham
como protagonistas senhoras da sociedade, artistas e as denominadas primeiras modelos.
As ambientações, que até então ainda eram feitas somente dentro dos estúdios, já
apresentavam mais recursos fantasiosos, do que as dos retratos anteriores. O autor coloca
uma questão muito importante para entendimento dessa primeira fase da fotografia de
moda. Marra (2008) cita que mais que fotografia de moda, nessa época tínhamos a
fotografia de gente na moda.
O início do século XX, já se contava com instrumentos que permitiam a fotografia
externa, eis que a fotografia de “gente na moda” passa a ser feita ao ar livre, de acordo
com Marra (2008), não pela criação de sets externos, mas sim na captação de imagens em
situações cotidianas, nas quais a moda se manifestava. O século XX traz uma moda mais
38
democrática em relação ao século passado. O surgimento de grandes estilistas, com
propostas de inovação do vestuário e na relação que este estabelece com o corpo, abre
também novos caminhos para as experimentações fotográficas. É nesse contexto de
experimentos, no qual o corpo está em voga com a criação de sentidos que surgem os
grandes fotógrafos que marcaram época, cada um com uma maneira particular de
relacionar seu trabalho com a arte. O Barão Adolf de Meyer talvez tenha sido o primeiro
nome diretamente ligado à fotografia de moda. Segundo Claudio Marra (2008) é com De
Meyer, que pela primeira vez se estabelece uma forte união entre arte, moda e fotografia.
No último ano do século XIX, após seu casamento com a influente Olga Alberta Caracolo,
foi que a fotografia passou a desempenhar grande importância na vida de Meyer. Marra
(2008) afirma que até o momento a fotografia era um hobbie para o barão que, a partir de
então começa a fotografar constantemente e a elaborar sua própria linguagem fotográfica.
O estilo de fotografia produzida por De Meyer ficou conhecido inicialmente pelo uso da
técnica do Flou, que consistia num enfoque suave, usado pelos pictorialistas da metade
do séc. XIX. O Barão foi instituindo seu estilo por meio dos efeitos, dos jogos de luzes e
da contraluz. Marra (2008) relata que De Meyer era acurado e sabia extrair os reflexos
das ambientações e adereços que constituíam a cena que seriam por eles fotografadas
além de transformar os motivos sugeridos pelos objetos e sujeitos fotografados em
elementos estilísticos, assim como vemos nas fotografias de moda atual.
Segundo Marra (2008), De Meyer pode ter protagonizado o primeiro caso de
patrocínio da arte por parte da moda. Em 1912, o barão, financiado por um editor muito
próximo do grande estilista Paul Poiret, fotografou o ensaio de um bailarino para o
espetáculo L’Aprés-midi d’um Faune, da companhia de Ballets Russes. De Meyer soube
captar todo o erotismo performático provindo da atuação do bailarino, resultando em fotos
que exprimiam bem a essência do espetáculo. Devido a um decreto de expulsão que
retomava as questões de origens de Adolf, ele e a esposa foram obrigados a se retirar da
Europa. Em torno de 1923, De Meyer mudou-se para Nova Iorque, onde conheceu o
jovem editor Condé Nast. Nast desde 1909, trabalhava em sua revista, até então uma
revista pequena, com 14 mil tiragens, denominada Vogue. Anteriormente ao convite de
Nast, para que De Meyer trabalhasse em sua revista, as ilustrações desta ainda eram feitas
a partir de desenhos. Marra (2008) afirma que Nast tinha metas para a revistas. O editor
visionário queria que está se tornasse uma referência, não só no assunto moda, mas uma
referência em gosto e estilo, estilo que visava atingir a sociedade nova iorquina da época.
39
Ao entrar para a Vogue, o Barão com seu estilo de vida, um tanto à frente de seu
tempo, tornou-se referência de gosto, não só copiado por seu estilo fotográfico, capaz de
captar as essências das emoções através da iluminação difundida, mas também servindo
de modelo para a sociedade americana vigente. Apesar de ter encontrado o seu diferencial
ao fotografar seguindo o estilo pictorialista, o trabalho do barão estava constantemente
sendo colocado em questão. Ao optar pelo efeito flou, as fotos perdiam no quesito clareza
e detalhe, o que para muitos se tornava uma desvantagem. Contudo, Marra (2008) afirma
que o estilo de De Meyer impôs-se no cenário da moda, e atingiu uma legião de
seguidores.
É importante enfatizar que ao optar pela técnica do flou, ignorando qualquer
aspecto de clareza e objetividade da foto, De Meyer dava o espaço necessário para que os
contempladores da imagem acessassem a esfera da ilusão, de sentido indiretos. Segundo
Marra (2008) o que interessava a De Meyer não era tanto a imagem em si, mas sim o
imaginário. É o ponto chave para a emblemática relação entre moda, fotografia e arte. De
Meyer não só fez uma ponte entre a moda e a sua incessante fixação com o irreal, mas
também com um outro real, um real que só existe pela materialização fotográfica. Adolf
de Meyer é de fatos um dos precursores da fotografia de moda. Ele rompe os laços que
ligavam a fotografia de moda à fotografia de retrato no início do século XX. Meyer dá
margens para a criação do universo da teatralização fotográfica, sugerindo, modificando
a realidade por meio a uma realidade paralela. O acervo de Meyer para com a fotografia
de moda, vai além de imagens que buscam na arte o tom para elaboração de fotos que
cessam o imaginário. Herdamos também do barão todo o trabalho em relação a figura da
modelo, tais como a pose de mãos sobre os quadris e corpo inclinado para trás, fazem
parte das heranças de e Meyer para a fotografia de moda.
O americano Richard Avedon foi outro colaborador de expressão para o atual
momento da fotografia de moda. Nascido em Nova Iorque em 1923, Avedon recebeu de
seu pai suas primeiras lições acerca da fotografia, lições essas que abrangiam o
funcionamento do maquinário fotográfico. Marra(2008) relata que a família de Avedon
tinha como costume se fotografar em situações que fugiam da realidade vivida por eles,
como em belos carros que viam na rua ou até mesmo com cães de raça que pediam
emprestado para a foto. Avedon desde sua infância teve contato com o universo feminino.
Como seu pai tinha uma loja no setor, ele estava constantemente vendo moda e fotografias
de moda. O artista começa a criar sua identidade fotográfica, em uma linha
40
completamente oposta à de De Meyer. O primeiro encontrou seu estilo de buscando na
irracionalidade do imaginário o ponto chave para a criação de suas imagens, geralmente
difusas e desfocadas, enquanto Avedon encontrou na objetividade da fotografia
documental a faceta do seu diferencial. Durante a Segunda Guerra, Avedon serviu a
marinha como fotógrafo, e foi ali naquelas fotografias realistas, neutras e formais que
Avedon encontrou a pureza que definiria seu estilo. Marra (2008) relata “Avedon, porém,
levou aos limites extremos a pureza despojada e rigorosa desse padrão e desse modo,
elevou-a à forma de arte”. Em seus trabalhos Richard Avedon invocava uma narrativa.
Suas obras têm algo para comunicar pois, vão além da tradicional foto da uma mulher
que serve como um manequim do que se veste.
As fotos de Avedon exprimiam um forte movimento. O artista atribuía às suas
imagens um contexto, como se ao assistíssemos um filme o pausássemos, e ao
observarmos aquela cena pausada, entendêssemos ou mesmo presumíssemos o restante
de sua narração. Marra (2008) afirma que Avedon deixou para a moda um legado que nos
é comum atualmente, o artista adotou a ideia da mini história contada por uma seção de
imagens, o que hoje também se assemelha à ideia de editorial. Nos primeiros 15 anos de
sua carreira, Richard Avedon retirou a fotografia de moda dos estúdios e a levou para
lugares até então inusitados, lugares não previsíveis. Assim ele passava a ideia de que a
moda poderia estar presente em todas as áreas, uma vez que esta já tinha a pretensão de
se fixar como um estilo global. Suas fotografias seguiam o padrão formal de imagem, não
apresentando desfoques ou distorções, assim aproximando seu estilo fotográfico ao estilo
documental, com enquadramento de cena e dimensões proporcionais. Em meados dos
anos 60, há o que podemos chamar de retrocesso no estilo de Avedon, que,
gradativamente, leva de volta a sua fotografia para estúdios. Sobre a pureza formal do
fundo branco, o trabalho de Avedon continua a apresentar o mesmo movimento visto nas
fotografias ao ar livre, mas sem as informações provenientes dos ambientes externo, o
movimento exibido torna-se abstrato. Avedon dá a fotografia de moda um caráter de
realismo e humanismo que foge de quaisquer resquícios pictorialista. Suas obras, que
ressaltam a modelo, deixando-a em primeiro plano, buscar exprimir a alma da mulher
fotografada. A espontaneidade é um marco na obra do fotógrafo. No entanto o realismo
explorado por Avedon, muito se difere a realidade proposta pelos editorais de moda dos
anos 90, no qual a abordagem expunha uma realidade marcada por temáticas de auto-
destruição. Nesse período surge um nome, cuja carreira se entrelaça à da modelo Kate
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Moss, que pode ser considerada o maior ícone de moda do período. A britânica Corinne
Day nasceu em 1965. Na sua juventude trabalhou como modelo, e foi em uma de suas
viagens de trabalho que Day pegou uma câmera e começou a registrar momentos da vida
intima de seus colegas de profissão. Ao retomar à Inglaterra, fez dessas imagens seu
portfólio de fotografia e acabou ganhando espaço na revista vanguardista The Face. Day
conheceu Kate enquanto fazia uma busca em agências de modelos, a beleza de Kate, então
com 14 anos chamou a atenção de Corinne. Dois anos posteriores a esse encontro, Day
veio fotografá-la em um editorial de oito páginas para a revista The Face. As
experimentações da fotografia de Corinne fez com que em 1993 ela ganhasse as páginas
da Vogue Inglesa, fotografando Kate Moss no editorial UnderExposure, que retratava a
vida da garota londrina. As fotos logo tiveram grande repercussão e debates a cerca da
magreza excessiva da modelo. O estilo transgressor da fotografia de Corinne Day foi se
firmando ganhando adeptos. A opção por modelos magérrimas de aparência doentia e por
temas que renegavam todos os preceitos de fotografia de moda adquiridos ao longo do
século XX foram dissolvidos na década de 90.
Segundo Holzmeister (2010), Day juntamente com Wolfgang Tila-as foi autora
das primeiras imagens ligadas ao movimento Heroin Chic, iniciado nos anos 1990.
Consistia em imagens que glamourizavam o uso da heroína, que naquele contexto era um
problema sociocultural.
Quanto mais o movimento repercutia, mesmo que negativamente, mais ele
ganhava impulso e poder de propagação. Muitos fotógrafos de moda da época aderiram
essa estética que funcionava como uma contratendência aos padrões adotados pela
fotografia de moda. Nesse momento parecia que a moda encobria-se de anti-moda. Ao
retratar a realidade crua do uso de drogas em campanhas de moda, que tem como intuito
a aceitação e disseminação, Corinne definia suas fotografias mais honestas e realistas que
as tradicionais imagens de moda que exibem uma beleza impossível de ser alcançada.
Holzmeister (2010) afirma que o trabalho da fotógrafa é uma espécie de instrumento que
visa retirar a moda de uma implacável inacessibilidade e para que isso ocorresse ela
utilizava de cenários suburbanos e de modelos fora dos padrões até então regidos. A
fotografia de Day contextualiza a roupa, de modo que coloca a moda no âmbito social,
ali ela exalta não apenas do sentido estético da roupa, mas desenvolve o conjunto da obra.
Podemos ressaltar que o trabalho da fotógrafa muito se assemelha ao universo das artes,
pois esse, segundo Holzmeister (2010) também é sensível aos momentos de caos. A
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fotografia de moda adquiriu linguagens próprias ao longo de sua história. Uma imagem
de moda, assim como a arte evidenciar comportamentos, expressar anseios e exprimir
sentimentos, sentimentos estes que podem ser advindos de seu autor ou mesmo de quem
a consome.
7. MERCADO DE FOTOGRAFIA DE MODA
O mercado da fotografia de moda é muito vasto e pode ser dividido em quatro
grandes vertentes: fotojornalismo, beleza, editorial e comercial. No fotojornalismo de
moda, o foco está na documentação dos bastidores de um desfile, na moda de rua, nas
celebridades que ocupam a primeira fila de uma fashion week, nos desconhecidos
estilosos e, claro, nos desfiles.
Já na fotografia de beleza, o importante é o cabelo, a maquiagem ou o cosmético
a ser destacado. A qualidade da pele e do cabelo conta mais que a própria atitude da
modelo.
O editorial de moda é um dos meios mais usados pelas empresas e pelos estilistas
para apresentar produtos ao público. Veiculado em revistas e também em alguns jornais,
o objetivo dos editoriais é “vender” conceitos e comportamentos. É diferente do segmento
comercial, cujo objetivo é vender roupa por meio de campanhas publicitárias, anúncios e
catálogos. O book da modelo também pode ser classificado como comercial, pois ele
“vende” a modelo para o mercado de moda.
Outro trabalho que faz parte desse segmento é o look-book, catálogo editado de
forma comercial encomendado por uma confecção e entregue às lojas para vender peças
no atacado. Na prática, é uma foto produzida em série, quem traz o mesmo estilo de
iluminação e posição das modelos, mas com looks diferentes.
Danilo Russo explica que a área editorial é uma das mais importantes para o
fotógrafo, pois é ela que projeta o profissional para o mercado. Ele diz que, em revistas,
não se trabalha sob orçamento e sim com borderô. Ou seja, um cachê, geralmente pago
(dependendo da revista) por cada página ou foto publicada. Além disso, alguns veículos
não preveem verba de produção e fica a cargo do próprio fotógrafo bancar essa parte – há
profissionais renomados que se tornam famosos por investirem alto em grandes
produções.
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A norte-americana Annie Leibovitz, por exemplo, é uma que nunca se preocupou
com as finanças quando o assunto era tirar fotos para revistas conceituadas. “Diante dos
parâmetros do mercado publicitário, a remuneração de um editorial é baixa (entre R$100
e R$250 por p[agina em valores de julho de 2010). Por outro lado, vale a pena, pois é a
melhor maneira de um profissional se promover. Funciona como uma vitrine, uma
estratégia de marketing para o fotógrafo de moda: as confecções e a grife escolhem os
profissionais que têm trabalhos publicados nas revistas”, esclarece.
Para quem tem interesse em produzir editoriais pela primeira vez, o especialista
que o fotógrafo entenda primeiro o perfil da revista para a qual irá oferecer os serviços e
depois monte um portfólio com imagens que estão de acordo com o estilo do cliente. “Se
a ideia é fazer editorial para uma revista jovem, como a Gloss, por exemplo, é preciso
mostrar ao editor fotos com um perfil descolado. Isso muda de figura se o fotógrafo busca
negociar trabalhos com uma revista mais séria, como a Elle, que tem um estilo mais
posado e quadrado, voltado para as mulheres independentes executivas e maduras”,
explica.
44
7.1 UMA QUESTÃO DE ESTILO
Os editoriais de moda são encontrados em dois tipos de publicação: os das revistas
especializadas em moda (como Vogue, W America e L’Officiale), direcionadas ao
mercado fashion e voltadas a estilistas, produtoras, estudantes, críticos e formadores de
opinião; e os das revistas de comportamento (como Cláudia, Trip, VIP, Men’s Heatlh e
Máxima, entre outras), que têm como público-alvo pessoas próximas da realidade e do
cotidiano das pessoas, sem inovação, e com enquadramentos, composições e iluminação
mais conservadores.
7.2 QUEBRANDO REGRAS
A linguagem conceitual é que quebra todas as regras e chega a causar estranhamento em
algumas pessoas. Muitas representam imagens nonsense, com enquadramentos que
cortam partes do corpo da modelo e repletas de desfoques. Segundo Danilo Russo, é
uma forma de expressar a criatividade e provocar questionamentos: “Muitas vezes, uma
imagem conceitual é cercada de cenários vultosos, iluminações surreais e maquiagens e
cabelos que reforçam o conceito para fazer com que o espectador pare, pense e se sinta
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instigado com o que vê. Nem sempre ela é compreendida e nem sempre é para ser
mesmo”, explica.
Danilo Russo afirma que as modelos são direcionadas para cada linguagem: “Uma
modelo tanto pode fazer um editorial ou campanha conceitual e vice-versa”. Dentro
dessas duas linguagens, ainda é possível encontrar estilos como glamour e não glamour
(em que a modelo aparece toda torta e depressiva): elegante não glamouroso (a modelo
vestida com um terninho posando em um depósito de lixo, por exemplo): elegante
glamouroso (modelo com vestido de fala em um salão de festas); fetiche (sensual e
elegante); casual retrô; clássico; naturalistas western; entre outros estilos.
“Os editoriais são pensados de acordo com as tendências atuais da moda, as repórter (ou
as produtoras) ficam encarregadas de procurar um profissional que corresponda à
linguagem proposta. Por isso, é importante que o fotógrafo, além de entender o perfil das
revistas, adorte um próprio estilo de linguagem”, ensina Danilo Russo.
8. REVISTAS
8.1 VOGUE
Vogue é a revista feminina de moda mais importante, conceituada e influente do
mundo publicada desde 1892 pela Condé Nast Publications em 21 países. Mensalmente
publica trabalhos de estilistas, escritores, fotógrafos e designers dentro de uma
perspectiva sofisticada do mundo da moda, da beleza e da cultura pop. Vogue foi lançada
em 1892 na cidade de Nova York, idealizada por Arthur Baldwin Turnure e Harry
46
McVickar, como um pequeno folhetim de moda, com aproximadamente 30 páginas,
destinado às mulheres da alta sociedade nova-iorquina no final do século XIX.
O primeiro editor-chefe da revista foi Josephine Redding, que ficou no cargo até
1901. Devido ao aumento do conteúdo a revista se tornou uma publicação quinzenal em
1902. A história da Vogue começou a mudar em 1909, quando foi adquirida pelo grupo
Condé Nast Publications, que de um modo visionário, tornou a revista o ponto de partida
de um império editorial internacional. A primeira edição sob o comando do novo
proprietário foi lançada no dia 24 de junho, e mostrava, entre outras coisas, os vestidos
usados pelas mulheres mais ricas dos Estados Unidos.
Atualmente, existem vinte e uma diferentes edições da Vogue no
mundo; Alemanha, Austrália, China, Espanha, França, Itália, Rússia, Japão, Grécia, Cor
eia do Sul, México, Reino Unido, Taiwan, Brasil , Estados unidos.
Unidos, Portugal, Índia, Turquia, Holanda, Ucrânia e Tailândia além de ser vendida em
mais de 90 outros países. Somadas as vendagens das suas 21 edições a publicação tem
uma circulação mensal mundial estimada em 2 milhões de exemplares.
VOGUE BRASIL
A primeira edição brasileira da revista foi publicada em maio de 1975 sendo a
primeira edição na América Latina. Publicada pelo grupo Carta Editorial seu primeiro
editor foi Luiz Carta que dirigiu a publicação de maio de 1975 até agosto de 1986 quando
deixou a publicação para dirigir, a convite da Editora Conde Nast, a versão espanhola da
revista Vogue lançada em 1988. Em setembro de 1986 após a saída de Luiz seu filho
Andrea Carta assumiu a publicação, sendo o mais longevo editor da revista ficando por
17 anos à frente da publicação de setembro de 1986 até outubro de 2003 quando faleceu.
A empresa passou a gerir os títulos Vogue no país – que incluem, além da Vogue,
as revistas Casa Vogue, Vogue Noivas e Vogue Passarelas, Vogue Kids, Teen Vogue e
Homem Vogue e realizou mudanças nesses títulos. Com a chegada da edição brasileira
da revista GQ, voltada para o público masculino, lançada em abril de 2011, a editora
47
resolver extinguir a revista Homem Vogue. Vogue Kids, Vogue Noivas e Vogue
Passarelas tornaram-se suplementos especiais editados esporadicamente
EDIÇÕES
Vogue 1902 Vogue 1916
48
Vogue 1920 Vogue 1945
Vogue 1951 Vogue 1954
49
Vogue 1980 Vogue 2002
Vogue Brasil Maio/2010 Vogue Julho/2016
50
8.2 ELLE
Elle foi fundada em Paris, na França, em 1945, por Pierre Lazareff e sua esposa
Hélène Gordon[1]. É a maior revista de moda do mundo em circulação, com 42 edições
em mais de 60 países. Em 1960 a revista sofreu diversas críticas por não ser considerada
uma revista que realmente retratasse a moda. Em 1981, Daniel Filipacchi e Jean-Luc
Lagardère donos do grupo Hachette Magazines compraram a revista e começaram a
expansão da publicação.
Em 1985 foi lançada a primeira versão internacional da revista publicada nos EUA
pela Hearst Corporation. Três anos mais tarde em 1988 a revista foi lançada no Brasil,
publicada pela Editora Abril. As leitoras de Elle tem uma idade média de 34 anos e as
assinaturas são responsáveis por 73% das vendas da revista. Existem um total de 27 sites
na Internet da revista, em diversas línguas, que atraem mais de 1 milhão de visitantes,
com cerca de 26 milhões de consultas mensais. [A vasta maioria de seus leitores é de
mulheres (82%) entre 20 e 59 anos.
ELLE BRASIL
A edição brasileira chegou às bancas com uma capa verde-amarela, em maio de
1988. Editada pela Editora Abril conta com uma tiragem mensal de 80.000 exemplares.
[Carece de fontes] A revista tem como principal nome sua diretora-geral Susana
Barbosa[3]. Anualmente ela entrega prêmios relacionados a moda e estilo e faz coberturas
especiais dos eventos de moda que acontecem no país. 235 mil leitores que em sua
maioria (87%) são mulheres de 20 a 59 anos das Classes A e B, além de ter uma identidade
própria que faz com que a revista seja colocada no topo das melhores e mais bem
conceituadas revistas de moda do país.
51
Elle Setembro/1955 Elle Fevereiro/1961
Elle Março/1989 Elle Outubro/1998
52
Elle Janeiro/2012 Elle Dezembro/2016
8.3 HARPER’S BAZAAR
Harper’s Bazaar é uma conceituada revista feminina de moda norte-americana, publicada
pela Hearst Corporation desde 1867. Uma das mais importantes e influentes do mundo,
cujo slogan é ser “a fonte de estilo para as mulheres e as mentes bem vestidas”.
Mensalmente publica trabalhos de estilistas, escritores, fotógrafos e designers dentro de
uma perspectiva sofisticada do mundo da moda, da beleza e da cultura popular.
A história da prestigiosa revista norte-americana começou quando Fletcher Harper, um
dos editores da Harper Brothers, resolveu criar revista feminina que abordasse moda e
assuntos domésticos direcionada para a típica dona de casa da classe média da época.
Logo após a Guerra Civil Americana, em 1867, circulou o primeiro número da Harper’s
Bazar (nesta época escrita com apenas um A) e em forma de folhetim, sendo a primeira
revista nesse segmento a ser introduzida no mercado americana. Estilistas como Charles
Frederick Worth já causavam furor nos olhos atentos da elite americana. Nesta época, os
modelos apresentados na revista ainda eram ilustrados e não fotografados. A partir de
1894, quando a primeira capa colorida da revista apareceu, além das influências da Art
Nouveau, a publicação começou a utilizar belas ilustrações e fotografias para ilustrar suas
páginas
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EDIÇÕES
Harpe’s Bazer Março/1916 Harpe’s Bazer Junho/1955
Harper’s Bazaar Janeiro/1969 Harper’s Bazaar Agosto/1990
54
Harper’s Bazaar Maio/2013 Harper’s Bazaar Janeiro/2017
8.4 VANITY FAIR
Vanity Fair é uma revista americana sobre cultura pop, moda e política,
publicada pela editora Condé Nast Publications. A Vanity Fairatual vem sendo publicada
desde 1983, e já teve edições em quatro países europeus diferentes além da edição
americana. A revista ressuscitou o título, que havia deixado de ser usado desde que a
revista homônima havia deixado de publicar em 1935, depois de sofrer os efeitos
da Grande Depressão.
55
Vanity Fair 1995
Vanity Fair 1997
Vanity Fair 2000
56
Vanity Fair 2003
Vanity Fair 2012
Vanity Fair 2016
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9. FOTÓGRAFOS DE MODA INTERNACIONAL
9.1 ELLEN VON UNWERTH
Ellen Von Unwerth é uma conceituada fotógrafa alemã. Especializou-se em fotografia de
moda, publicidade e editorias. Entre campanhas, capas, e editoriais, realizou trabalhos
importantes para Guess, Vogue, Vanity Fair, Interview e arena. Ellen Unwerth é modelo,
fotógrafa e diretora de moda. Iniciou a sua carreira como modelo, em frente às câmeras
há 10 anos e em seguida mudou-se para trás das câmeras para trabalhar como diretora e
fotógrafa. Ela já ganhou vários prêmios, o primeiro foi em 1991 no Festival Internacional
de Fotografia de Moda.
Julho/2010 Novembro/2014
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Revista Vogue Fevereiro/1990
Maio/2015
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9.2 JOHN RANKIN WADDELL
John Rankin Waddell, mais conhecido por Rankin, é um dos maiores nomes da fotografia
contemporânea. Fotógrafo, editor e realizador, notabilizou-se pelos retratos íntimos a
grandes personalidades. Da música ao cinema, da moda à política, da realeza ao
anonimato. É amplamente conhecido como o nome britânico mais famoso na fotografia
de moda. Ele é especialista em retratos de moda. Sua paixão pela fotografia o levou a
abandonar o curso de contabilidade no início de sua vida. Ele iniciou, junto a Jefferson
Hack, sua primeira revista “Dazed & Confused” logo após terminar a graduação.
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Revista Elle Junho/2011
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9.3 PETER LINDBERG
Peter Lindberg é um cineasta e fotógrafo alemão, muito conhecido por suas fotos
em preto e branco. Ele começou a fotografar para a Vogue, em 1978, quando mudou-se
para Paris. Seu trabalho foi publicado em grandes revistas como: Vanity Fair, Allure,
Rolling Stone e The New Yorker. Peter Lindbergh publicou seu primeiro livro “10
Women by Peter Lindbergh” em 1996 e ganhou vários prêmios, como o “Award of
Courage” amfAR em Nova Iorque, Estados Unidos, em 2014, “Fashion Layout of the
Year” Lucie Awards, Nova Iorque, Estados Unidos, em 2010, entre outros.
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9.4 LINDSAY ADLER
Lindsay Adler é uma retratista, fotógrafa de moda, educadora e autora. Seu
trabalho pode ser encontrado na Fault, nas revistas Fault, Zink Magazine, Bullett
Magazine, Professional while being behind the camera Photographer, Popular
Photography and Rangefinder Magazine. O primeiro livro de Lindsay Adler, “A Linked
Photographers’ Guide to Online Marketing and Social Media”, foi publicado em 2010 e
o Segundo, “Fashion Flair for Portrait and Wedding Photography”, é considerado um dos
livros de fotografia mais importantes e um dos 10 melhores livros da Amazon em 2011.
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9.5 RUSSEL JAMES
Russel James é um fotógrafo de moda e beleza cuja paixão pela fotografia o
transformou de trabalhador de uma fábrica de latas de lixo em fotógrafo profissional
famoso. Ele é reconhecido por suas fotos de celebridades, clicando como fotógrafo
principal da Victória Secret. Tem seu trabalho publicado em muitas revistas importantes
como: Vogue, Marie Claire, American Photo, GQ, W and Sports Illustrated. Ele recebeu
vários prêmios, entre eles: Hasselblad Masters Award 2009 e Western Australian of The
Year-Art and Culture em 2013.
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9.6 RICHARD AVEDON
Este nova-iorquino já fotografou personalidades como Coco Chanel, Marilyn
Monroe, Audrey Hepburn, Elizabeth Taylor, Twiggy, Pablo Picasso… e a lista continua.
Os grandes nomes da moda e arte do século XX já foram registrados pelas lentes
de Richard Avedon. Seu trabalho foi publicado por muitos anos nas revistas Harper’s
Bazaar e Vogue, mas sua contribuição para a moda ganhou as massas com sua
contribuição para o filme “Cinderela em Paris”, de 1957). Estrelada por Audrey Hepburn
e Fred Astaire, a película é inspirada nos bastidores das publicações de moda e conta com
belíssimas fotografias de Avedon.
Fotografias Históricas: Coco Chanel; Editorial de moda; Audrey Hepburn em ‘’ Cinderela em Paris’’.
68
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9.7 PATRICK DEMARCHELIER
Com 30 anos de carreira, este francês tem como marca registrada os belíssimos
retratos em preto e branco. Sua lista de trabalhos é tão vasta e marcante na moda que é
inútil tentar contabilizar. Este “mestre” da fotografia de moda continua na ativa e merece
uma boa imersão em seu trabalho: ele é um colaborador assíduo da Vogue US. “A beleza
está em todo lugar, você só precisa abrir os seus olhos”, diz ele. Impossível discordar.
70
71
10. FOTÓGRAFOS BRASILEIROS
10.1 ANDRÉ SCHILIRÓ
Começou a trabalhar com fotografia como assistente no Estúdio Abril. Depois foi
lançado como fotógrafo pela Regina Guerreiro na Revista Elle. Entre seus trabalhos mais
importantes destacam-se editorias, capas e campanhas publicitárias para: Revista Vogue,
Revista Mag, Revista Nova, Revista Marie Claire, Revista Joyce
Pascovitch, Risqué, Assolan, Etti, Zero-Cal, Cenoura & Bronze, Besni, C&A,
Riachuelo, Sawary Jeans , Bob Store, M. Officer, Coca-Cola, Brahma, Nova
Schin, Kaiser, Itaú Jequiti entre outras.
Fotografou o primeiro editorial e a primeira capa da top Gisele Bündchen além
de campanhas para C&A, Banco do Brasil, SKY, Nivea, M. Officer e Vivo. Ganhou o
Prêmio ABIT como o melhor fotógrafo de moda do Brasil. Ganhou o Prêmio Cool
Awards de melhor fotógrafo de moda do Brasil duas vezes. Ganhou vários Prêmios Abril
de Jornalismo e ganhou o Prêmio Quem como o melhor fotógrafo de moda.
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Flavia Alessandra Cleo Pires
Xuxa Marina Ruy Barbosa
73
Sophie Charlotte Giovanna Lancellotti
10.2 BOB WOLFENSON
Iniciou a carreira aos 16 anos como assistente de fotografia na Editora Abril onde
permaneceu por quatro anos. Em 1974, passou a trabalhar como free-lancer, fazendo
algumas revistas técnicas da Editora Abril, como Químicos e Derivados, Máquinas e
Metais. As fotos eram de empresários – o famoso boneco, na linguagem jornalística.
Em 1978, montou seu primeiro estúdio e estudou Ciências Sociais.
Em 1982 mudou-se para Nova Iorque[1], trabalhou como assistente do fotógrafo norte-
americano Bill King. De volta ao Brasil, sua carreira tomou novo rumo e, a partir de 1985,
começou a fazer editoriais para diversas revistas. A consagração como fotógrafo veio
após a exposição Jardim da Luz, em 1996, no Museu de Arte de São Paulo.
Foi responsável por vários ensaios para a Playboy e diversas capas e editoriais
de moda. Em 2004 realizou a exposição Antifachada - Encadernação Dourada no Museu
de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado, e suas fotos passam a
pertencer a diversas coleções, museus e instituições de arte. MAB - FAAP
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Aline Weber Mariana Wickert
Revista Vogue Maio/2015 Gisele Budchen
75
Revista Harper’s Bazaar Janeiro/2014
Eliane Elias
76
10.3 DANIEL KLAJMIC
Seu trabalho foi incluído numa grande variedade de publicações internacionais e,
com 23 anos de idade, fotografou a campanha mundial da Max Factor. Aos 27 foi o mais
jovem fotógrafo a fazer parte da coleção Pirelli no MASP.
Além de seu trabalho como fotógrafo de moda, faz fotos documentais do Rio, que
foram publicadas internacionalmente, e expostas em galerias locais.
Fernanda Machado
77
Patricia Pillar Nanda Costa
Revista A Setembro/2006
78
10.4 GUI PAGANINI
Gui Paganini é um fotógrafo brasileiro. Nascido em São Paulo, Gui Paganini é
fotógrafo de moda há quase 20 anos e já fotografou as principais personalidades do país.
O primeiro grande trabalho foi para a revista Moda Brasil, ainda na década de 1980, mas
Gui fez para várias outras, como Elle e Vogue, além de campanhas publicitárias
para C&A, Vide Bula, Puket, Santista, Colcci e Rosa Chá.
Ivete Sangalo
Eniko Mihalik
79
Izabel Goulart Isabeli Fontana
Revista Harper’s Bazaar
80
10.5 LUIZ TRIPOLLI
Luiz Tripolli (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1949) é um fotógrafo e diretor de
fotografia brasileiro.[3][4] Um dos pioneiros da fotografia de moda no Brasil,
imortalizou a nudez da mulher brasileira em capas de revistas
como Fairplay, Homem e Playboy.[5] Como autor, publicou os livros Quase Todos Meus
Amores (2004), Arquivo Secreto (1973), Mulata (1977) e Meus olhos (1977)
Isabella Santoni
81
Isabella Santoni Coleção Pirelli
Exposição Mercedes-Benz
82
10.6 NANA MORAES
É formada em Jornalismo pela PUC de São Paulo.[2] Começou a carreira como
assistente de seu pai, o fotográfo José Antonio Moraes.[1]
Atualmente colabora para principais publicações editoriais do mercado brasileiro.
Tem mais de 600 capas publicadas e fez fotos para capas de CDs, publicidade e matérias
de revistas (moda, beleza e culinária, entre outras).
Fez exposições individuais e coletivas e recebeu seis prêmios Abril de fotografia.
Em 2007 recebeu o prêmio Destaque Profissional da Fotografia pela Associação
Brasileira de Propaganda.
Grazi Massafera
83
Bruna Linzmeyer Mila Moreira
Revista Moda Joyce Pascowitch Revista Quem
84
11. CONCLUSÃO
Considero ao longo do trabalho diversas teorias que serviram de base para a
evolução do entendimento acerca da construção da fotografia de moda, mais
especificamente os estilos de editorial e catálogo de moda. Para aprender a fotografia de
moda, primeiro foi preciso conhecer o mundo ao qual esta pertence. Em um primeiro
momento, na revisão da literatura, experencia no mercado de trabalho e dos
conhecimentos da história da fotografia de moda. Após entender a história, partir para o
entendimento mais aprofundado da fotografia de moda e das suas características e
peculiaridades.
Entretanto, observei que na Fotografia de Moda possui particularidades na sua
construção, e que até mesmo os seus diferentes estilos têm formas de representação
distintas. Agregadas a gramática visual, observei a presença de outros valores que
interferem na imagem, sendo assim, temos as ferramentas necessárias para a formulação
de um editorial de moda.