folgas

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Produto: ESTADO - SP - 3 - 24/07/07 E3 - Cyan Magenta Amarelo Preto2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% 100% 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 85% 90% 95% 98% 100%

RIO

O clima no treino da manhã on-tem, antes da estréia contra oCanadá, não era dos melhoresentre os jogadores da seleção.Enquanto alguns admitem, ou-tros negam que a ausência deRicardinhoaindaabaleogrupo.

O meio-de-rede Gustavo, umdosmaisexperientesdaequipe,admite que os atletas precisamde tempo para se acostumarcoma idéia. “Ainda estamosab-sorvendoessa situação. Os trei-nos estão mais silenciosos”, fa-la.“Parecequefaltaalgumacoi-sa, estamos ainda meio tímidoscom isso.”

Gustavoacreditaqueosjoga-dores precisam agora passarconfiança ao substituto de Ri-cardinho. “Precisamos dartranqüilidade para o Marceli-nho trabalhar. Claro que elenão vai conseguir fazer o que oRicardo faz, mas ele é um caraexperiente e que tem seu pró-prio tipo de jogo, ao qual esta-mos nos adaptando.” Marceli-nhoagradeceoapoio.“Voupro-curarfazersóum pouquinhodoque ele (Ricardinho) faz em qua-dra. Já o observei muito e voutentar fazer o melhor possível”,conta o levantador.

Alguns jogadores preferemnão falar muito sobre os últi-mos acontecimentos. É o casode Rodrigão. “Foi uma decisãodo Bernardo e a gente respeita.Abalado todo mundo fica. Temde levantar a cabeça e jogar,não tem como ficar pensandonoquepassou.Temosdelevaravida.”OpontaDantesesolidari-zou com o colega, mas, ao con-trário de alguns atletas, não foiatrás de Ricardinho para con-fortá-loapósocorte.“Nãopode-moslamentartantoeesquecer-mos do objetivo maior, que é oPan. Estamos unidos, botamosum ponto final nisso. Não fuiatrás dele porque, quanto maisse toca na ferida, pior fica. Nes-sa hora ele precisa do apoio dafamília, e sei que isso ele tem desobra.” ● E.A.H.

‘Os treinosestão maissilenciosos’,diz Gustavo

Giba vê levantadorna OlimpíadaNovocapitãodaseleçãoespera terRicardinhonaequipeemPequim

Folgasepremiações levaramaocortedeRicardinhodaseleçãoJogador revelaestar chateadocomBernardinhoe todaacomissão técnica. ‘Armaramparamim’, dizoatleta

Torcida cobra técnico,mas aplaude os 3 a 0Seleção não brilha na fácil vitória sobre o Canadá

RIO

mais caro e melhor jogador devôlei do mundo estava caladodesde que chegou ao Rio. Mas,após o treino de ontem, Giba re-solveu falar. Opinou sobre a au-sência do amigo Ricardinho naseleção, as expectativas para oPan e a infância complicada noParaná.

Principal estrela da equipede Bernardinho, o atacante es-tava visivelmente magoado pe-lo corte do melhor amigo. On-tem, ao falar do caso, cobrou,em tom de brincadeira: “Eu es-pero que o Ricardo não quebreo nosso pacto. Em 2004, após aOlimpíada de Atenas, eu disseque queria parar de jogar paracurtir a minha família. Ele meconvenceu e disse que iríamosjuntos até a Olimpíada de Pe-quim. Espero que ele já estejade volta no Sul-Americano (emsetembro), já que não jogare-mosnaCopaAmérica(emagos-to).”Ressaltandoa“famíliaBer-nardinho”, Giba fez questão dedizerqueRicardoaindaperten-ce ao grupo: “Já falei com ele.Ele nunca deixou de fazer partedafamília. O Bernardofez o queachou justo. Toda família temum pai. Ele é o pai dessa famíliae a gente tem de aceitar.”

Em relação a receber a bra-çadeira de volta, comentou:

“Foi uma situação chatapor-queeunãogostariaquefosseassim. Temos 12 capitães notime, não muda nada. Quemtem de dar bronca, dá.”

Giba também sabe quecarrega o status de melhor emaiscarojogadordomundo,oquefazaumentarapressãosobre seu desempenho. “Acada campeonato a respon-sabilidade aumenta e carre-go isso muito antes de ga-nharqualquerprêmioindivi-dual. Já tomamos muita por-radaparanãocairmosemne-nhuma armadilha.”

Desde cedo, Giba preci-soubatalharmuito pela vida:aos seis anos, teve leucemia.Cinco anos depois, caiu deuma árvore e tomou 150 pon-tos. Ele garante que essesdramas só o fortaleceu.“Lembro de tudo um pouco.Não só essas coisas que meaconteceram na infância,mas de quando fui pego nodoping (por uso de maconha,em 2003). Foi um divisor naminha carreira. Tento tirarforça das dificuldades.’’

Depois do Sul-Americanodo Chile, o ponta se apresen-ta ao seu novo time, o IskraOdintsovo, da Rússia. “Fe-chei um contrato de trêsanose depois quero voltar aoBrasil.” ● E.A.H.

Erica Akie HideshimaRIO

Duas horas antes da estréia daseleção brasileira masculina devôleinoPan,diantedoscanaden-ses,o ginásio doMaracanãzinhojá estava cheio. Alguns torcedo-res levaram seu protesto contrao corte de Ricardinho, espalha-doemfaixasecartazesnaarqui-bancada: “Bernardinho, você éouro, mas o Ricardinho é ‘o ca-ra’”, ou “Ricardinho, número 17,o melhor jogador do mundo”,“Volta, Ricardinho!”, “Quere-mos Ricardinho!” e “Ricardi-nho, amamos você”.

Na apresentação da equipe,uma minoria vaiou o anúncio donome de Bernardinho – as vaiasforam logo abafadas por pal-mas.Bastouoiníciodojogoparaquemaisde8milpessoasgritas-sem o nome do levantador, en-quanto Marcelinho se prepara-va para o primeiro saque.

Quando o Brasil vencia por24a 18, Bernardinho tirou AndréNascimento e Marcelinho paracolocar Anderson e Bruno, seufilho. Surpreendentemente,Bruno foi vaiado. Mas, na se-qüência, todo o ginásio gritou onome do levantador. No segun-do set, quando o Brasil domina-va por 24 a 17, o técnico preferiunão repetir a substituição. Até ofim do jogo, Bruno e Anderson

não entraram mais em quadra.A vitória, por 25/19, 25/18 e

25/17, não conseguiu esconderque o clima não anda dos melho-res. Em quase todas as paradastécnicas, os jogadores mal olha-vam Bernardinho, que tinha dese aproximar de cada um paradarinstruções.“Asvaiassãona-turais,noscolocamnumadimen-são mais humana, acabandocoma história de que a unanimi-dade é burra. Quantas vezes fui

vaiado porque não queriamme ver jogar?”, disse Bernar-dinho, no fim da partida.

Paraolíbero Escadinha,asvaias“pegaramotimedesur-presa”. “Esse é o time do mo-mento, perdemos o Ricardo eeleé importante.Não espera-va isso da torcida, mas todomundo tem de entender essasituação.” Giba disse não terouvidovaias:“Sóouviincenti-vos ao Bruno.” ●

Martín Fernandez

Folgas e premia-ções. Foram esses osmotivos que leva-ram ao corte do le-

vantador Ricardinho da sele-ção masculina de vôlei, que es-treou ontem à noite no Pan comvitóriapor 3 a0sobreoCanadá.O jogador afirma estar chatea-do não apenas com Bernardi-nho, mas com toda a comissãotécnica. “Armaram para mim.AlistacomoBruno(filhode Ber-nardinho, chamado para o lugardo levantador cortado) já estavaprontamuitoantes”, desabafou

o jogador a amigos.Osproblemascomeçaramde-

pois que a seleção havia venci-dooCanadá emdois jogos reali-zados em Toronto, nos dias 22 e23 de junho. O Brasil já estavaclassificado para as finais da Li-ga, que começariam no dia 11 dejulho, na Polônia. Ricardinho,em nome dos atletas, pediu aBernardinho uns dias de folga.A intenção era visitar familia-resnoBrasil.Nesseperíodo,po-rém, a seleção faria dois jogoscontra a Finlândia, em Helsin-que (nos dias 29 e 30 de junho).

Bernardinho negou o pedidodos jogadores e foi com o time

completo para Helsinque. Lá, oBrasil venceu a Finlândia e fi-cou se preparando para as fi-nais da Liga. A permanência nopaísescandinavoirritouosjoga-dores – sobretudo Ricardinho.

O outro grande problema foia premiação. Ainda segundo orelato do jogador a amigos, a si-tuação ficou tensa quando Ri-cardinho foi chamado pela co-missão técnica para discutir apremiação referente aos JogosPan-Americanos, que ainda es-tavam longe de começar. “Eles(a comissão técnica) queriamau-mentar a partedeles e reduzir anossaparte(dos jogadores)”,de-

sabafou o jogador.O cheque de € 1 milhão, prê-

miopelaconquistadaLigaMun-dial, foi dividido entre partesiguais entre jogadores e comis-sãotécnica.Oproblemafoiasu-gestão de divisão da eventualpremiação do Pan. Ricardinhonão aceitou a proposta e houvediscussãoáspera.Oatletaacre-dita que naquele momento, ain-danaPolônia,seufuturonoPantenha sido definido.

“Estou tranqüilo, porque es-tava representando o interessedosjogadores”,declarouojoga-dor. Fabiana, mulher de Ricar-dinho, disse ao Estado que o jo-

gador não demonstrou ne-nhum arrependimento.

TRISTEZAO pai de Ricardinho, LuisGarcia, lamentou a ausênciado filho no Pan-Americano.Ele disse que já tinha tudoplanejado para ver a seleçãobrasileira no Rio de Janeiro,mas desistiu de viajar: vaiver pela televisão, em SãoPaulo mesmo, onde mora.“Eu fiquei muito chateado,claro”, declarou. “Nuncaachei que existisse qualquerproblema entre o Bernardi-nho e o Ricardo.” ●

Presidente daCBV definedispensacomo normal

PROTESTO–CortedeRicardinho chamamaisatençãoqueaestréia

PROBLEMAS–Osproblemasque levaramaocortede RicardinhocomeçaramnaLigaMundial; oprêmiode€ 1milhão foi dividido,mashouvediscussãosobre apremiaçãodoPan

RIO

O corte de Ricardinho da sele-ção masculina de vôlei não sur-preendeu Ary da Graça, presi-dentedaConfederaçãoBrasilei-ra de Vôlei. O dirigente disseque conversou com Bernardi-nho e apoiou a decisão de dis-pensar o levantador. “Não foisurpresa porque eu sabia quehavia um desgaste.’’

Ontem, Graça afirmou quenunca disse que havia um acor-doentreRicardinhoeBernardi-nho. “De jeito nenhum. Eu disseque ele havia sido dispensadonormalmente porque havia umdesgaste.” No sábado à noite,quandocortesetornou público,o cartola, que estava na arenado vôlei de praia, deu declara-çõesdizendoquetécnico e joga-dor haviam conversado e que olevantador estaria “cansado’’,“exausto’’ e “estressado’’.

O presidente da CBV aindanão conseguiu falar com Ricar-dinho. Na manhã de ontem, li-gou para ele, mas não conse-guiu encontrá-lo. Contou queRicardinho tentou um primeirocontato.“Maseunãopudeaten-der na hora. Liguei de volta enão consegui falar.’’ ● E.A.H.

EDUARDO NICOLAU/AE

ANDRZEJ GRYGIEL/AE – 15/7/2007

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TERÇA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2007 ESPECIAL ● PAN 2007 E3O ESTADO DE S. PAULO ESPECIAL ● PAN 2007 E3