Post on 16-Oct-2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CAMPUS DE CURITIBANOS
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE AGRONOMIA
Géssica Rogaleski Eutrópio
Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e
nutrição de plantas
Curitibanos
2021
Géssica Rogaleski Eutrópio
Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e
nutrição de plantas
Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em
Agronomia do Centro de Ciências Rurais da
Universidade Federal de Santa Catarina como requisito
para a obtenção do Título de Bacharel em Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Lunardi Neto
Curitibanos
2021
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Eutrópio, Géssica Rogaleski
Revisão bibliográfica: Resultados promissores com o uso
de pó de basalto em solos e nutrição de plantas / Géssica
Rogaleski Eutrópio ; orientador, Antônio Lunardi Neto, 2021.
41 p.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Campus
Curitibanos, Graduação em Agronomia, Curitibanos, 2021.
Inclui referências.
1. Agronomia. 2. Fertilizantes minerais solúveis. 3.
Remineralizador. 4. Pó de rocha. I. Neto, Antônio Lunardi.
II. Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação em
Agronomia. III. Título.
Géssica Rogaleski Eutrópio
Resultados promissores com o uso de pó de basalto em solos e nutrição de plantas
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
Engenheiro Agrônomo, e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em
Agronomia
Curitibanos, 15 de setembro de 2021.
________________________
Prof. Dr. Samuel Luiz Fioreze
Coordenador do Curso de Agronomia
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Antônio Lunardi Neto
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Dr Lírio Luiz dal Vesco
Membro da banca examinadora
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Dr. Douglas Adams Weiler
Membro da banca examinadora
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico esse trabalho em especial aos meus avós, Antônio e
Florentina, aos meus pais, Júlio e Isabel, para minha irmã
Ludmila e ao meu noivo Pablo, que sempre me apoiaram e
acreditaram em mim.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, queria agradecer meus avós, Antônio Rogaleski e Florentina
Urbanek Rogaleski, por me amarem incondicionalmente, pelos carinhos, cuidados e
ensinamentos, além disso, me ensinaram que devemos ter caráter, ser honesta e humilde,
sempre.
A minha mãe, Isabel Rogaleski Eutrópio, por ser minha inspiração diária, pois sem a
ajuda e a confiança dela eu não estaria aqui hoje.
Ao meu pai, Júlio César Eutrópio Siqueira de Souza, pelos ensinamentos e conselhos
que me fez ser uma pessoa batalhadora e independente.
A minha irmã, Ludmila Rogaleski Eutrópio, por fazer meus dias ficarem mais
suportáveis.
Ao meu noivo, Pablo Henrique Waltrick, que me ajudou a superar todos os obstáculos,
que sempre esteve comigo em todos os momentos bons e ruins, que aguentou todas as minhas
crises e que nunca me deixou desistir.
Aos meus familiares por todo carinho, compreensão e pelas palavras de apoio que me
ajudaram a vencer essa jornada.
Aos meus amigos, Jhennifer Dias, Guilherme Nichele, Daniel Rodrigues, Christine
Mariot e Hellycson Barros, que a universidade me proporcionou e que irei levá-los para toda a
vida.
Agradeço imensamente ao Prof. Dr. Antônio Lunardi Neto por ter aceitado ser meu
orientador, pela paciência, dedicação e pelos seus ensinamentos.
A todos os professores, técnicos e colaboradores da UFSC – Campus Curitibanos que
me ensinaram e auxiliaram de alguma forma nesse período da graduação.
A Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Curitibanos que me proporcionou
que este grande dia chegasse e pelo ensino de grande qualidade.
Gratidão!!
“Não espere que outros realizem seus desejos, seus sonhos, suas
metas. Você é o único responsável por cada página da sua
história” J. M. Jardim.
RESUMO
A utilização de fertilizantes minerais solúveis teve início no século XIX, mas somente no século
XX seu uso foi intensificado, sendo generalizado após a Segunda Guerra Mundial. Com o
tempo, o consumo de fertilizantes minerais solúveis nos solos aumentou em todo planeta,
inclusive no Brasil, onde grande parte deles é importada. Atualmente, o Brasil é o quarto maior
consumidor mundial desses produtos. Devido aos elevados custos, e questões relativas ao
ambiente, especialistas de diversos setores, incluindo governo e universidades, iniciaram
discussões sobre a possibilidade de utilizarem-se os pós de rochas na agricultura brasileira. A
rochagem, definida como técnica de fertilização natural dos solos com pós de rochas, sem
quaisquer modificações químicas dos mesmos, apresenta-se como alternativa na nutrição de
plantas cultivadas, tendo como exemplos a utilização de calcário e de fosfatos naturais, há
tempos já utilizados. Nessa perspectiva, avançam os trabalhos de pesquisa com rochagem no
Brasil. Em 2016 oficializaram-se as normas para que os pós de rochas comercializados no país
sejam considerados remineralizadores de solos, de acordo com critérios estabelecidos
especialmente relativos aos teores mínimos de nutrientes que neles devem estar contidos, além
de outros requisitos. Devido ao estímulo às mineradoras, com a criação regulamentar desse
recente insumo agrícola, a questão do avanço na oferta de remineralizadores muito
provavelmente será questão de tempo, apenas. O basalto tem minerais essenciais relativamente
fáceis de serem intemperizados, apresentando ainda riqueza em macro e micronutrientes
essenciais às plantas. Ainda, é abundante na Região Sul, sendo material de origem dos solos
em aproximadamente 50% da área de cada Estado. Objetivou-se neste trabalho efetuar uma
revisão bibliográfica para identificação dos estudos relativos ao uso de pó de rocha de basalto
no Brasil, com relatos benéficos em solos e plantas. Com tal objetivo identificaram-se poucos
trabalhos, havendo lacuna, ainda, em pesquisas, para disseminação do uso. Como fertilizante,
geralmente, o pó de basalto é rico em cálcio, magnésio e micronutrientes como o ferro, zinco,
cobre e manganês, sendo ocasionalmente expressivos os teores de potássio e de fósforo. A
solubilização dos nutrientes é variável, dependendo de vários fatores, relativos ao intemperismo
químico e biológico, sendo parte dos nutrientes disponibilizada já no primeiro ano após a
aplicação no solo. O pó de basalto apresenta alta potencialidade para ser utilizado como
remineralizador em solos no cultivo de plantas, mas há necessidade, ainda, de muitas pesquisas
relacionadas ao tema.
Palavras-chave: Fertilizantes minerais solúveis. Remineralizador. Pó de rocha.
ABSTRACT
The use of soluble mineral fertilizers started in the 19th century, but only in the 20th century
their use was intensified, being generalized after the Second World War. With time, the
consumption of soluble mineral fertilizers in soils increased all over the planet, including in
Brazil, where a large part of them are imported. Currently, Brazil is the world's fourth largest
consumer of these products. Due to the high costs, and environmental issues, specialists from
various sectors, including government and universities, began discussions about the possibility
of using rock powder in Brazilian agriculture. Rock farming, defined as a technique of natural
fertilization of the soil with rock powder, without any chemical modification of the same,
presents itself as an alternative in the nutrition of cultivated plants, having as examples the use
of limestone and natural phosphates, already used some time ago. In this perspective, the
research work with rock farming in Brazil is advancing. In 2016, the standards for rock powders
marketed in the country to be considered soil remineralizers were made official, according to
criteria established especially concerning the minimum nutrient content they should contain, in
addition to other requirements. Due to the stimulus to the mining companies, with the regulatory
creation of this recent agricultural input, the issue of advancement in the supply of
remineralizers will most likely only be a matter of time. Basalt has essential minerals that are
relatively easy to be weathered and is rich in macro and micronutrients essential to plants. It is
also abundant in the South Region, being the source material of soils in approximately 50% of
the area of each state. The objective of this work was to perform a literature review to identify
studies on the use of basalt rock powder in Brazil, with reports of benefits to soils and plants.
With this objective, few studies were identified, and there is still a gap in research for the
dissemination of its use. As a fertilizer, basalt powder is generally rich in calcium, magnesium,
and micronutrients such as iron, zinc, copper, and manganese, with occasional significant levels
of potassium and phosphorus. The solubilization of nutrients is variable, depending on several
factors, related to chemical and biological weathering, and part of the nutrients are already
available in the first year after application to the soil. Basalt powder presents a high potential
to be used as a remineralizer in soils in plant cultivation, but there is still a need for much
research related to the subject.
Keywords: Soluble mineral fertilizers. Remineralizer. Rock powder.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Série de estabilidade para minerais primários das frações areia e silte ................... 20
Figura 2 - Solo com inóculo e pó-de-basalto ............................................................................ 30
Figura 3 - Solo com inóculo e sem pó-de-basalto .................................................................... 31
Figura 4 - Solo com microbiota endêmica com pó-de-basalto ................................................. 31
Figura 5 - Solo com microbiota endêmica sem pó-de-basalto ................................................. 31
Figura 6 - Análise de regressão para Si e Ca no solo em função das doses de pó de rocha nas
culturas da soja e sorgo. ............................................................................................................ 33
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Importações de fertilizantes nos últimos anos ......................................................... 15
Tabela 2 - Congressos Brasileiros de Rochagem ..................................................................... 16
Tabela 3 - Fertilizantes Entregues ao Mercado (em toneladas de produto) ............................. 22
Tabela 4 - Exemplos de composição média de rochas ígneas consolidadas a partir de magmas
graníticos, andesiticas e basálticos (valores em % em peso) .................................................... 27
Tabela 5 - Altura da muda (ALT), diâmetro do colo (DM) e número de ramos (NR) das mudas
de camu-camu em função de doses de pó de basalto e diferentes granulometrias. Boa Vista-RR
(2009) ....................................................................................................................................... 29
Tabela 6 - Médias dos teores de SB, CTC para soja e CTC efetiva no solo em função das doses
de pó de rocha na cultura do sorgo ........................................................................................... 33
Tabela 7 - Médias (± EP) de estatura da planta (EP), comprimento do sistema radicular (CSR),
diâmetro da inserção (DI), volume (V) e massa seca (MS), de alface cv. Verônica em resposta
à aplicação no solo de pó-de-basalto de diferentes origens, coletados nos municípios de São
Miguel do Oeste (SMO), São José do Cedro (SJC) e Belmonte (BM), em Santa Catarina ..... 34
Tabela 8 - Análise de fertilidade do solo para as doze parcelas do experimento com Fosforito
(F); Basalto (B); Latossolo (L) ................................................................................................. 35
LISTA DE EQUAÇÃO
Equação 1 - Reação de dissolução do gás carbônico na água: ................................................. 18
Equação 2 - Ação intempérica de feldspato sódico (albita), formando caulinita (argilomineral)
com liberação de cátion (Na+1): ................................................................................................ 19
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 18
2.1 MATERIAL DE ORIGEM DOS SOLOS, INTEMPERISMO QUÍMICO, BASALTO 18
2.2 FERTILIZANTES MINERAIS SOLÚVEIS .................................................................. 21
2.3 REMINERALIZADORES .............................................................................................. 23
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 26
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 27
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 37
14
1 INTRODUÇÃO
A atividade agrícola iniciou há cerca de 12.000 anos pelos caçadores e/ou coletores, e
desde o final do século XX vem sendo desenvolvida, modificada e utilizada de maneira mais
intensiva. Anteriormente, a produção era voltada para os ciclos naturais e atualmente vem sendo
embasada por tecnologias de precisão. Na segunda metade do século XX, houve um período
denominado “Revolução Agrícola Contemporânea”. Nesse período foram selecionadas
algumas variedades de plantas e de animais que apresentavam potencial mais resistente, além
do aumento no uso de motores e mecanização, e o uso extensivo de fertilizantes minerais
solúveis, progredindo intensamente nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento
(MAZOYER; ROUDART, 2010).
No Brasil, há duas principais classes de solos com grande expressão geográfica, que
são os Latossolos e os Argissolos, sendo caracterizados como solos muito intemperizados,
profundos, geralmente ácidos, com baixa fertilidade natural (EMBRAPA, 2018) e alta
saturação por alumínio em certas situações. O Brasil foi considerado um dos maiores
importadores mundiais de fertilizantes, causando aumento na produtividade; a utilização de
remineralizadores na agricultura está sendo cada vez mais valorizada, tornando-se uma nova
opção de nutrientes às plantas. Essa prática é antiga, principalmente em relação à utilização de
calagem e fosfatagem natural (COLA; SIMÃO, 2012), que nada mais são que rochas moídas,
quimicamente ricas em carbonatos de cálcio e magnésio, e fosfatos, respectivamente.
Hensel, em 1870, publicou seu primeiro livro, chamado de “Pães de Pedra”, no qual
mencionava sobre a utilização de pós de rochas na agricultura e o quanto isso beneficiava as
plantas e os produtores. Os pós de rochas são de liberação lenta e contínua, com resultados
satisfatórios por terem duração de vários anos após a aplicação. Apesar da lenta solubilização,
nem sempre tal aspecto é considerado de forma negativa, pois os nutrientes presentes nos pós
serão liberados ao longo do tempo, não necessitando de aplicação constante no solo
(LANDGRAF et al., 2003), durante os cultivos.
Estudos mostram algumas vantagens sobre a utilização de rochagem na agricultura,
principalmente em relação ao custo, pois são bem menores e o seu efeito pode estender-se por
diversos anos, devido à disponibilidade dos nutrientes ser lenta; a produtividade em culturas de
ciclo longo apresentou valores maiores de 30% quando comparada com a fertilização de
minerais solúveis; e as raízes de plantas que recebem a rochagem são mais desenvolvidas e
15
possuem uma qualidade maior ao serem comparadas com as que recebem adubação
convencional (THEODORO, 2020).
O Brasil e outros países que são altamente dependentes de fertilizantes minerais
solúveis estão optando pela nova tecnologia que vem sendo desenvolvida que é a rochagem, a
qual permite a restauração do domínio alimentar e econômico dos países agrícolas
(THEODORO et al., 2012).
A produção de fertilizantes minerais solúveis, no Brasil, é insuficiente para atender a
própria demanda, com necessidade de importação para abastecimento do mercado interno
(OLIVEIRA, 2019). Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior
e Serviços – MDIC (2021) o valor gasto com as importações de fertilizantes aumenta a cada
ano, conforme mostra a Tabela 1. Em 2021, para um tipo de categoria, foram gastos
1.646.294.022 dólares americanos, equivalente a R$ 8.659.269.855,72.
Tabela 1 - Importações de fertilizantes nos últimos anos
Ano Código SH4 Valor FOB
(US$)
2015 3105¹ $2.031.594.291
2016 3105¹ $2.057.488.680
2017 3105¹ $2.567.981.044
2018 3105¹ $2.696.154.324
2019 3105¹ $2.785.147.668
2020 3105¹ $2.586.639.415
2021 3105¹ $1.646.294.022
¹Descrição do código: Adubos (fertilizantes) minerais ou químicos, contendo dois ou três dos seguintes
elementos fertilizantes: azoto (nitrogénio), fósforo e potássio; outros adubos (fertilizantes); produtos do presente
capítulo apresentados em tabletes ou formas semelhantes.
Fonte: Adaptado de MDIC (2021).
No ano de 2019, no Brasil, foram importados em torno de 73% do nitrogênio (N), 34%
do fósforo (P) e 92% do potássio (K). E no ano de 2018, a quantidade importada de fertilizantes
NPK foi de aproximadamente 80%. Observa-se que esses três macronutrientes estão, cada vez
mais, aumentando de forma bastante significativa a demanda no decorrer dos anos
(MACHADO et al., 2019).
O uso dos fertilizantes minerais solúveis pode ocasionar dois problemas de ordem
ambiental: o excesso de rejeitos gerados pela mineração (por exemplo, no entorno de jazidas)
e a utilização excessiva de produtos altamente solúveis, pois a agricultura moderna utiliza de
16
diferentes manejos e tipos de culturas e ao executar o manejo de forma inadequada em relação
a esses produtos (THEODORO et al., 2006), poderá gerar problemas como exemplo a
lixiviação de nitratos para águas subterrâneas. Com isso, pesquisas estão sendo realizadas, as
quais buscam por fontes de nutrientes eficientes, econômicos e mais acessíveis aos produtores.
Alguns Congressos realizados em diferentes Estados brasileiros (Tabela 2) abordaram
o tema sobre o uso de rochagem (remineralização de solos com rocha moída ou pó de rocha)
na agricultura, nos quais houve a participação de muitos pesquisadores. O evento atualmente
busca transmitir a importância do uso, da característica e da eficiência agronômica dos
remineralizadores de solos; e também elaborar propostas, publicar anais e estabelecer o
andamento em relação às licenças para uso e comercialização dos mesmos (UFG, 2020).
A Embrapa Cerrados efetuou alguns estudos com utilização de pós de rochas, em solos
cultivados, com publicações em Anais de Congressos, em diferentes Estados Brasileiros,
abordando o tema rochagem, na qual diversos autores apresentaram resultados obtidos em
experimentos.
Tabela 2 - Congressos Brasileiros de Rochagem
Congressos Local Ano
I Brasília, DF 2009
II Poço de Caldas-MG 2013
III Pelotas-RS 2016
IV* Catalão-GO 2021
*O IV Congresso Brasileiro de Rochagem está previsto para os dias 08 a 11 de novembro de 2021.
Fonte: Embrapa.
O I Congresso Brasileiro de Rochagem apresentou estudos envolvendo a utilização de
pós de rochas, em especial o basalto, em sistemas produtivos da agricultura familiar baseando-
se nos princípios agroecológicos, como alternativa de recuperação viável em relação à
fertilidade do solo (ALMEIDA; SILVA, 2010).
Alguns exemplos de rochas que são bastante utilizadas na remineralização dos solos
são: micaxisto, basalto, kamafugito, glauconita, fonolito, nefelina, carbonatitos, dentre outras,
que são fontes de fósforo, potássio, magnésio, silício, cálcio e micronutrientes de plantas
(PENHA; GUALBERTO, 2020). As rochas vulcânicas máficas (basalto, por exemplo) são as
mais indicadas para o uso pelas características geoquímicas e por possuírem (potencialmente)
maiores quantidades de nutrientes (THEODORO et al., 2010).
17
Diversas rochas e minerais são aplicadas em solos possibilitando a produção em
situações mais favoráveis ao desenvolvimento das culturas. Uma rocha que é classificada como
sendo um dos principais remineralizadores é o basalto (BRUGNERA, 2012). Ao ser espalhado
sobre a área, o pó de rocha entra em contato com o solo e aos poucos vai penetrando nas
camadas. Com o tempo, as reações químicas vão ocorrendo e libertando os elementos químicos
constituintes dos minerais da rocha, nutrientes das plantas (ZANOVELLO et al., 2018). Pode
também ser aplicado sobre o solo e incorporado na camada superficial com lavrações e
gradagens.
Além dos manejos como o cultivo consorciado, a rotação de culturas e a utilização de
cobertura morta, dentre outros métodos, atualmente as pesquisas estão voltadas a novas fontes
de nutrientes com a utilização de materiais orgânicos ou minerais que até então não eram
explorados comercialmente. Entre essas pesquisas está a utilização de pós de rochas in natura
colocados nos solos, a qual se tornou estratégia importante, auxiliando na redução dos impactos
negativos devido às importações de fertilizantes minerais solúveis (BRANDÃO, 2012).
Theodoro et al. (2010) relatam que há uma barreira adicional com relação ao uso de
pós de rochas em solos, que é a lenta velocidade de disponibilização ou solubilização dos
nutrientes presentes nos minerais constituintes das rochas. Relatam o uso de bactérias
inoculantes e fixadoras de nitrogênio, material orgânico compostado com rocha e adubação
verde incorporada aos solos junto com pós de rochas, com resultados promissores, quando
utilizados no cultivo de plantas demandantes de muitos nutrientes em pouco tempo. Afirmam
ainda que a inoculação de bactérias, micorrizas e outros microrganismos potencializa a ação de
solubilização dos nutrientes nos pós, em níveis não comprometedores ao meio ambiente.
O objetivo deste trabalho é efetuar revisão bibliográfica acerca do uso e dos resultados
positivos de pesquisas com pó de rocha de basalto no cultivo de plantas nos solos brasileiros.
Escolheu-se tal rocha por ser abundante na região Sul do Brasil, tendo aproximadamente 50%
de cada um dos 3 Estados do Sul recobertos de solos desenvolvidos a partir do intemperismo
principalmente dessa rocha.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 MATERIAL DE ORIGEM DOS SOLOS, INTEMPERISMO QUÍMICO, BASALTO
Os fatores de formação dos solos são representados pela atuação conjunta do clima e
organismos no material de origem, em determinado relevo através do tempo, fatores esses
estabelecidos pelo eminente pesquisador Vasily Vasilyevich Dokuchaev, 1879, na antiga
Rússia, considerado por muitos pesquisadores o “Pai da Ciência do Solo”. É a partir do material
de origem, portanto, que os solos são formados (DOKUCHAEV, V.V. 1879). A maioria dos
solos são minerais, isto é, desenvolvidos a partir do intemperismo das rochas. Solos orgânicos
são muito menores em extensão, comparados aos minerais. As rochas geralmente são um
conjunto de minerais, os quais apresentam diferentes composições químicas.
As rochas podem ser classificadas em sedimentares, metamórficas e ígneas ou
magmáticas (BERTOLINO; PALERMO; BERTOLINO, 2012), com relação à origem. Ao
conjunto de processos que conduzem à decomposição das rochas chama-se intemperismo, que
pode ser de natureza física, química e biológica (SANTOS; REICHERT, 2007), geralmente
atuando conjuntamente, em rochas localizadas em regiões de clima úmido.
O intemperismo químico pode apresentar vários processos diferenciados, sendo a
hidrólise um processo amplamente disseminado junto às rochas na formação dos solos. As
rochas, constituídas de minerais, são submetidas, no processo de hidrólise, à meteorização ou
intemperização, mediante o contato com solução ácida, a qual atua no rompimento das ligações
químicas existentes entre os elementos químicos constituintes dos minerais; isso dá-se devido
à ação do hidrogênio na água (parte do CO2 é dissolvido na água, conferindo acidez à mesma)
liberando-os para o meio circundante aquoso, onde recombinam-se em solução formando novos
minerais, chamados de argilominerais, e/ou óxidos de alumínio e/ou óxidos de ferro. Também
há, na liberação de elementos químicos, a liberação de nutrientes às plantas, os quais são
principalmente lixiviados no processo de formação dos solos, considerando um longo tempo na
formação dos mesmos. Tais minerais novos formados irão fazer parte da fração argila dos solos.
Equação 1 - Reação de dissolução do gás carbônico na água:
H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO3
-
A equação abaixo (KAMPF et al, 2009) está resumidamente simbolizada.
19
Equação 2 - Ação intempérica de feldspato sódico (albita), formando caulinita
(argilomineral) com liberação de cátion (Na+1):
2NaAlSi3O8 + 2H +9H2O ↔ Al2Si2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2Na+1
Sendo o intemperismo dos minerais das rochas naturalmente um processo lento, com
a diminuição da área superficial específica dos minerais, transformando-os até o tamanho de
pó, há então uma facilitação maior no intemperismo químico e na consequente liberação dos
nutrientes neles contidos, os quais poderão ficar na solução e também serem adsorvidos nas
cargas negativas do solo; durante o desenvolvimento das plantas cultivadas, essas poderão
aproveitá-los, quando estiverem diretamente na solução, ou então posteriormente, quando
passarem a fazer parte das cargas negativas do solo, de onde poderão ser trocados com outros
cátions provenientes da solução.
O processo intempérico, sendo efetuado ao longo de alguns poucos anos, trará reflexos
na lixiviação de cátions nutrientes das plantas, a qual será pouco efetiva, pois acontecerá de
forma gradativa, com possibilidade de a planta absorver o nutriente liberado ou então dele poder
ser adsorvido às cargas negativas do solo, de onde não é lixiviado. De acordo com Theodoro et
al. (2010), com relação à liberação dos nutrientes da rede cristalina dos minerais, também
ocorrem processos pela ação de ácidos orgânicos produzidos por plantas e microrganismos no
solo.
Os minerais constituintes das rochas apresentam diferentes resistências ao
intemperismo químico. Goldich em 1938, ao estudar os minerais presentes em sedimentos, sob
variadas condições ambientais, elaborou uma série de estabilidade para minerais silicatos mais
comuns, que ilustram a estabilidade relativa (ou a susceptibilidade ao intemperismo), conforme
abaixo (KAMPF et al., 2009):
20
Figura 1 - Série de estabilidade para minerais primários das frações areia e silte
Olivina Plagioclásio-Ca
Augita Plagioclásio-Ca-Na
Hornblenda Plagioclásio-Na-Ca
Biotita Plagioclásio-Na
Feldspato-K
Muscovita
Quartzo Fonte: Série de estabilidade de minerais de Goldich (1938) adaptada por KAMPF et al. (2009).
Na série, os minerais mais acima (olivina, plagioclásio-Ca) são os menos resistentes
ao intemperismo químico, aumentando a resistência à medida que se vão afastando dos
primeiros. Os últimos são os mais difíceis de intemperizar (muscovita, quartzo). O quartzo
basicamente não intemperiza quimicamente, nas frações areia e silte, permanecendo nessas
frações, principalmente, nos solos, como herança das rochas que o continham.
Na Série de Reação de Bowen (BOWEN, 1928) houve por parte desse autor um estudo
com a ordem de cristalização dos minerais, a partir do magma. A Série de Estabilidade acima
verificada é semelhante à Série de Reação de Bowen, onde os minerais primários cristalizam
inicialmente, em temperaturas mais elevadas e, à medida que a temperatura do magma se vai
arrefecendo, outros minerais se vão formando, tendo no quartzo o de menor temperatura
(570ºC) e na olivina o de maior temperatura (1890ºC). A estreita relação entre as Séries é
explicada pelo grau de desequilíbrio entre o ambiente da alta temperatura do magma, no qual o
mineral se forma, e a baixa temperatura do ambiente terrestre, na qual o mineral é intemperizado
(KAMPF et al., 2009).
O basalto é uma rocha vulcânica extrusiva, isto é, vem à superfície do planeta o magma
oriundo do manto, apresentando um rápido resfriamento, o que ocasiona na rocha a formação
de cristais de minerais de tamanhos muito pequenos, microscópicos. O basalto apresenta teor
de SiO2 entre 45 e 52%, em peso, sendo classificada como rocha básica (baixo teor, comparada
com outras rochas magmáticas), tendo esse termo sido assim apresentado no início dos estudos
de rochas, há mais de um século, e permanecido desde então até os dias atuais. Apresenta
coloração geralmente cinza escuro a preto, devido à presença expressiva dos elementos químios
Fe, Mg e Ca, junto aos minerais essenciais constituintes, quais sejam: piroxênios e plagioclásios
21
cálcicos, além de outros minerais acessórios, como olivinas e anfibólios, que possuem também
Fe, Mg (nas olivinas) e Fe, Mg, Ca (nos anfibólios).
Tais minerais, visualizados nas Séries anteriores, são cristalizados em condições de
elevadas temperaturas. São, portanto, minerais mais facilmente intemperizáveis, em igualdade
de condições ambientais, quando comparados aos minerais que foram formados em condições
de menores temperaturas, os quais são de mais difícil intemperismo químico.
Em comparação com rochas com maiores teores de SiO2 (rochas ácidas, com teores
acima de 65% e rochas intermediárias, com teores entre 52 e 65%) o basalto apresenta baixo
conteúdo em SiO2, com potencial de disponibilizar grande quantidade de elementos químicos,
nutrientes das plantas.
São importantes essas considerações pelo fato de o basalto representar importante
fonte de matéria-prima para fertilizar solos, de vez que normalmente atinge os critérios exigidos
para remineralizadores, estabelecidos pela IN do MAPA. Além disso, a presença de minerais
essenciais, existentes em grandes quantidades no basalto, de relativamente fácil intemperismo
químico, poderá projetá-lo em alvo importante na explotação e comercialização por
mineradoras, com maior oferta aos produtores.
2.2 FERTILIZANTES MINERAIS SOLÚVEIS
A utilização de fertilizantes minerais solúveis em solos teve início no século XIX na
Europa, com intensificação de uso no século XX, e sendo generalizado somente após a Segunda
Guerra Mundial. A partir de 1990 aumentou a concentração do setor de fertilizantes
(OLIVEIRA; MALAGOLLI; CELLA, 2019).
Mundialmente, o consumo de fertilizantes compreendido entre as safras 1993/94 a
1997/98 aumentou de 120 para 136 milhões de toneladas, contendo uma taxa média anual de
crescimento de 3%. No Brasil, a partir de 1970 até 2000 as estatísticas mostraram um aumento
no consumo de fertilizantes, com evolução média anual de 6,5%, ultrapassando de 990 mil
toneladas para 6.568 mil toneladas de nutrientes (ANDA, 2018).
O Brasil é caracterizado como um dos pilares da agricultura mundial, sendo,
atualmente, importante produtor e exportador de produtos agrícolas. Além disso, continua
expandindo e impulsionando sua economia devido ao grande potencial produtivo que apresenta.
Dessa forma, há grande aumento na procura por fertilizantes (FAROUTINE, 2018), tornando-
se atualmente o quarto maior consumidor mundial, com elevados custos de importações. Nessa
22
ótica, os remineralizadores podem representar alternativa para diminuir o uso de fertilizantes
minerais solúveis e também os custos de produção (EMBRAPA, 2020).
Segundo a Associação Nacional Para Difusão de Adubos - ANDA (2021) a quantidade
de fertilizantes minerais solúveis entregues ao mercado aumenta a cada ano no Brasil (Tabela
3). No mês de julho/2021 foi disponibilizado um relatório sobre o mercado de fertilizantes entre
os meses de janeiro a fevereiro do mesmo ano. Só em fevereiro as entregas de fertilizantes
foram de 3.042 mil ton, com aumento de 18,3% comparado ao mesmo mês de 2020. Ao somar-
se o acumulado de janeiro a fevereiro de 2021 chega-se a 6.440 mil ton, ultrapassando a
quantidade entregue no ano de 2020, que foi de 5.619 mil ton.
No Brasil, o sistema de desenvolvimento agrícola empregado atualmente requer alta
demanda por nutrientes para as plantas, sendo fornecidos por meio do uso de adubos solúveis,
à base de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), podendo ser relacionado ou não à utilização de
macro e micronutrientes (ERHART, 2009).
Tabela 3 - Fertilizantes Entregues ao Mercado (em toneladas de produto)
2018 2019 2020 2021 2021x2020
Janeiro 2.443.088 2.762.157 3.046.746 3.397.952 11,5%
Fevereiro 2.118.836 2.235.156 2.571.859 3.042.183 18,3%
Março 1.773.529 1.623.922 1.875.598
Abril 1.721.942 1.637.469 2.059.897
Maio 1.775.479 2.458.117 3.120.093
Junho 2.985.578 3.099.378 3.611.897
Julho 3.964.455 3.811.462 4.168.557
Agosto 4.824.692 4.436.869 4.414.657
Setembro 4.247.932 4.270.476 4.613.620
Outubro 4.060.674 4.116.433 4.173.316
Novembro 3.220.439 3.154.588 3.595.904
Dezembro 2.369.678 2.632.354 3.311.994
Janeiro a
Fevereiro
4.561.924 4.997.313 5.618.605 6.440.135 14,6%
Total do Ano 35.506.322 36.238.381 40.564.138
Fonte: Adaptado de ANDA (2021).
23
2.3 REMINERALIZADORES
A rochagem é expressão utilizada para representar uma técnica de fertilização natural
dos solos com pós de rochas, também denominados agrominerais ou remineralizadores, sendo
fonte alternativa de nutrientes às plantas (especificamente, o termo remineralizador é aquele pó
de rocha que atende aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para
comercialização, porém os pós de rochas são remineralizadores, desde que possuam nutrientes
às plantas). As rochas são moídas e peneiradas sem passarem por modificações químicas,
sofrendo apenas redução de tamanho. Esse produto (pó de rocha) é classificado como excelente
para a nutrição de plantas cultivadas, dado que as rochas são diferenciadas, tanto em
quantidades quanto em variedades segundo o processo de formação, dispondo de macro e
micronutrientes que são de extrema importância para o desenvolvimento das plantas (REIS,
2015).
Devido à composição química, o pó de rocha possui potencial adequado no
enriquecimento de solos com baixa fertilidade e/ou na restauração daqueles exauridos pela
lixiviação. Mas a utilização desse produto é questionada por causa da solubilidade baixa dos
nutrientes; Santos (2020) relatou que existe uma forma de aumentar a disponibilidade dos
elementos químicos existentes no pó de rocha através da utilização de microrganismos
solubilizadores, capazes de ocasionar a solubilização dos nutrientes das rochas, aumentando o
processo de liberação no solo.
Em meados dos anos 2000, um grupo de representantes de vários setores, incluindo
universidades e governo, iniciou discussões sobre a possibilidade da normatização dos pós de
rochas em uma Instrução Normativa, a ser editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA). Por falta de consenso, não houve o enquadramento legal
(THEODORO, 2016). Finalmente, em 2016, foi criada a Instrução Normativa nº 5/2016 em
relação à definição e normatização para comercialização de remineralizadores (MAPA, 2016)
em solos, no país.
No Brasil, as pesquisas estão aumentando em relação aos efeitos da aplicação desses
pós de rochas para melhorar as propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos e a
produtividade dos cultivos. Buscam-se informações confiáveis quanto aos tipos de rochas que
são mais eficazes, e à granulometria mais adequada, e se os efeitos são de curto e médio prazo,
24
relacionados com as propriedades do solo, e de que modo esses nutrientes podem ser
disponibilizados de forma mais rápida (BENEDUZZI, 2011).
Mas, e o que vem a ser o conceito de remineralizador? Tal conceito foi incluído na Lei
6894/1980 , alterada pela LEI Nº 12.890 DE 10 DE DEZEMBRO DE 2013 (essa alterou a Lei
nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980, para incluir nela os remineralizadores como uma
categoria de insumo destinado à agricultura, além de outras providências) definindo
remineralizador: “o material de origem mineral que tenha sofrido apenas redução e classificação
de tamanho por processos mecânicos e que altere os índices de fertilidade do solo por meio da
adição de macro e micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das
propriedades físicas ou físico-químicas ou da atividade biológica do solo.”
Lobato (2016) relatou que os remineralizadores foram registrados no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento como novos insumos, constituídos de rochas silicáticas
moídas. Até então não havia especificações e garantias na comercialização do produto
classificado como remineralizador, o que veio a ser publicado na Instrução Normativa (IN)
05/2016 do Ministério da Agricultura (MAPA, 2016, Pág. 2):
Especificações e Garantias do Produto
Subseção I
Remineralizadores
Art. 4o Os remineralizadores deverão apresentar as seguintes
especificações e garantias mínimas:
I - em relação à especificação de natureza física, nos termos do Anexo
I desta Instrução Normativa;
II - em relação à soma de bases (CaO, MgO, K2O), deve ser igual ou
superior a 9% (nove por cento) em peso/peso;
III - em relação ao teor de óxido de potássio (K2O), deve ser igual ou
superior a 1% (um por cento) em peso/peso; e
IV - em relação ao potencial Hidrogeniônico (pH) de abrasão, valor
conforme declarado pelo registrante.
§ 1o Quando os remineralizadores contiverem naturalmente o
macronutriente fósforo e micronutrientes, os seus teores podem ser
declarados somente se forem iguais ou superiores aos valores expressos
no Anexo II desta Instrução Normativa.
§ 2o Não serão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA, ficando vedadas a produção, importação e
comercialização no país de remineralizadores que contiverem:
I- em relação ao SiO2 livre presente no produto, teor superiora 25%
(vinte e cinco por cento) em volume/volume; e
II - em relação aos elementos potencialmente tóxicos presentes no
produto, teores superiores a:
25
a) para Arsênio (As): 15 ppm;
b) para Cádmio (Cd): 10 ppm;
c) para Mercúrio (Hg): 0,1 ppm; e
d) para Chumbo (Pb): 200 ppm.
Os termos referentes ao Anexo I, que está sendo abordado no artigo 4º da Instrução
Normativa nº 5, estão representados abaixo:
ESPECIFICAÇÕES DE NATUREZA FÍSICA DOS
REMINERALIZADORES ESPECIFICAÇÃO DE NATUREZA
FÍSICA GARANTIA GRANULOMÉTRICA
Peneira Partículas Passantes (peso/peso)
Filler 0,3 mm (ABNT nº 50) 100%
Pó 2,0 mm (ABNT nº 10) 100% 0,84 mm (ABNT nº 20) 70% mínimo
0,3 mm (ABNT nº 50) 50% mínimo
FARELADO 4,8 mm (ABNT nº 4) 100% 2,8 mm (ABNT nº 7) 80%
mínimo 0,84 mm (ABNT nº 20) 25% máximo
O tipo “filler” seria o mais facilmente intemperizado, em igualdade de condições, aos
do tipo farelado e pó, devido à maior área superficial específica ocasionada pela diminuição do
tamanho da partícula mineral. Certamente é o produto mais oneroso quanto aos custos, devido
à necessidade de maiores gastos de energia nos processos de moagem, ou então devido à menor
quantidade de material de menor tamanho que sai do processo de moagem em relação ao pó e
ao farelado, o que refletirá em mais altos custos de aquisição também ao produtor.
A partir de então inicia-se no Brasil um novo marco na regulamentação de utilização
de pós de rochas comercializados com o termo remineralizador. Ou seja, para ser
comercializado como tal, o produto deve atender aos requisitos estabelecidos pelo MAPA, a
fim de que o produtor rural possua garantias mínimas do que esteja adquirindo. Cabe aqui
ressaltar que não há impedimento de comercialização de pós de rochas no país, porém a
comercialização de tais produtos com o termo específico “remineralizador” há necessidade de
registro no MAPA, e, para tanto, deve atender aos requisitos estabelecidos na IN 05/2016 do
referido órgão.
26
3 METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho efetuou-se uma pesquisa em relação ao uso de pó de
basalto em solos, seu comportamento quanto à solubilização dos nutrientes e disponibilização
às plantas cultivadas. Realizou-se uma listagem de artigos, trabalhos acadêmicos, teses,
dissertações, anais, revistas e livros. Após a leitura desses materiais, selecionaram-se as
informações principais. Relatam-se alguns dos resultados científicos envolvendo a utilização
de pós de rochas em diferentes solos e culturas e os resultados alcançados, de forma promissora.
Os trabalhos acadêmicos, teses e dissertações pesquisados foram de universidades
brasileiras como: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), União
Dinâmica de Faculdade Cataratas (UDC), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). Os periódicos científicos
encontrados que possuíam artigos referentes ao tema foram: Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Revista South American Journal of Basic Education, Technical and Technological
(SAJEBTT), Revista Verde, Revista do Instituto Geológico, Revista Ceres, Revista Interface
Tecnológica, Revista Campo & Negócios, Revista Espaço & Geografia, Revista Brasileira de
Geografia Física, Revista de Ciências Agroveterinárias, Revista Geociências, Revista Brasileira
de Fruticultura e algumas instituições públicas como a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
e a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).
A revisão bibliográfica foi elaborada a partir de diversos estudos, sendo que as
pesquisas realizadas foram por universidades e instituições públicas.
27
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Estudo realizado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) utilizou
pós de rochas de basalto na cultura do feijoeiro, sendo que alguns valores apresentados em
porcentagem em peso são em relação à composição média de rochas ígneas consolidadas a
partir de magmas basálticos (rocha básica), andesíticos (rocha intermediária) e graníticos (rocha
ácida), os quais estão presentes na Tabela 4. Percebe-se que no basalto há menores teores de
SiO2, maiores teores de CaO, MgO e FeO (maior riqueza química em Ca, Mg e Fe em
comparação às rochas com maiores teores de SiO2). Contudo, os resultados encontrados no
primeiro ciclo de cultivo não apresentaram diferenças entre os tratamentos; entretanto, tudo
indica que ao decorrer do tempo a dissolução dos minerais presentes nos materiais aplicados
irão sendo liberados aos poucos (NICHELE, 2006).
Tabela 4 - Exemplos de composição média de rochas ígneas consolidadas a partir de magmas
graníticos, andesiticas e basálticos (valores em % em peso)
Rocha/magma/óxido Granito Andesito Basalto
SiO2 72,08 54,20 50,83
TiO2 0,37 1,31 2,03
Al2O3 13,86 17,17 14,07
Fe2O3 0,86 3,48 2,88
FeO 1,67 5,49 9,05
MnO 0,06 0,15 0,18
MgO 0,52 4,36 6,34
CaO 1,33 7,92 10,42
Na2O 3,08 3,67 2,23
K2O 5,46 1,11 0,82
P2O5 0,18 0,28 0,23
H2O 0,53 0,86 0,91
Total 100 100 100 Fonte: Adaptado de NICHELE (2006).
28
A liberação mais lenta pode ser um dos grandes trunfos da rochagem, dentro dos
parâmetros de sustentabilidade ambiental e de produção, assinalam Theodoro et al. (2010),
explicando que do ponto de vista ambiental, não haverá contaminação dos solos e dos recursos
hídricos pelo excesso de nutrientes solúveis nos solos e não aproveitados pelas plantas.
Afirmam ainda que do ponto de vista de produção, a disponibilização mais lenta dos principais
macro e micronutrientes garantirá que a oferta permanecerá por períodos mais longos nos solos.
Nesse sentido, a Rochagem pode ser comparada a um “banco de nutrientes” que é utilizado no
solo pelas plantas na medida do necessário. Por tal característica, ela pode ser entendida como
um fertilizante inteligente onde não se desperdiça nutriente (THEODORO et al., 2010).
Em trabalho publicado na Revista de Ciências Agroveterinárias há resultados
encontrados sobre a aplicação de basalto moído na fertilidade do solo e nutrição de Eucalyptus
benthamii. A aplicação de basalto trouxe benefícios do ponto de vista fisiológico para a planta,
pois observaram-se altos teores de K e Si nas folhas. O K foi encontrado nos mecanismos de
defesa da planta, e os teores altos ajudam na síntese e no acúmulo de compostos fenólicos.
Concluíram que a utilização de pós de rochas em solos de florestas é alternativa viável
economicamente, pois foi viabilizado o fornecimento de K para as plantas de eucalipto (SILVA
et al., 2012).
Segundo Souza (2016), em estudo desenvolvido pela Universidade Federal de São
Carlos, o mesmo avaliou o efeito de pó de basalto, vinhaça e plantas de cobertura no
desenvolvimento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) e em atributos químicos do solo. Ao
observar os resultados o autor concluiu que plantas de cobertura mais o pó de basalto é
alternativa de adubação para as culturas agrícolas, porém deve observar-se o manejo e o tempo
adotados; a utilização de plantas de cobertura e vinhaça ajudaram a acelerar a solubilização do
pó, podendo ser mais eficiente em solos que são mais pobres em nutrientes. A influência dos
fatores sobre as características do feijoeiro demonstrou que a aplicação de doses de
remineralizadores aumentou a altura da planta, a área foliar específica (IAF) e a quantidade de
macronutrientes foliares (N, P, Ca, Mg e S).
A Revista Brasileira de Fruticultura publicou um trabalho utilizando pó de basalto em
mudas de camu-camu (Myrciaria dubia). Os resultados encontrados em relação ao número
(NR) e ao diâmetro de ramos (DM) não obtiveram valores afetados significativamente pela
granulometria 0,05mm. Em relação à altura das mudas (ALT), na granulometria de 0,05mm as
mudas que foram submetidas às doses de 4,17 e 8,33 g/kg, e na granulometria de 0,10mm com
29
8,33 g/Kg obtiveram resultados maiores do que as demais doses de pó de basalto, conforme
mostra a Tabela 5 (WELTER et al. 2011).
Tabela 5 - Altura da muda (ALT), diâmetro do colo (DM) e número de ramos (NR) das
mudas de camu-camu em função de doses de pó de basalto e diferentes granulometrias. Boa
Vista-RR (2009)
Dose
(g/kg)
ALT (cm) DM (mm) NR
Granulometria (mm)
0,05 0,10 0,05 0,10 0,05 0,10
0 39,52 d A 27,56 c B 4,12 a A 2,80 c B 3 a A 3 a A
0,42 47,02 d A 29,74 c B 4,40 a A 3,04 bc B 3 a A 3 a A
1,04 70,10 c A 49,22 b B 4,44 a A 3,64 abc A 3 a A 3 a A
2,08 71,40 bc A 51,98 b B 4,50 a A 3,66 abc A 2 a A 2 a A
4,17 78,90 b A 65,56 a B 5,08 a A 4,60 ab A 2 a A 2 a A
8,33 88,00 a A 70,18 a B 5,48 a A 4,86 a A 2 a A 2 a A
CV (%) 7,97 20,56 53,25
Fonte: Adaptado de WELTER et al. (2011).
Melo et al. (2012) estudaram pó de basalto em Latossolo Amarelo ácido de baixa CTC,
da formação geológica Boa Vista, no estado de Roraima. Os tratamentos consistiram em
incorporação e incubação de oito doses do pó da rocha (0; 0,85; 1,70; 3,35; 5,03; 10,05; 20,40
e 40,80 g kg-1, correspondentes a 0; 2,0; 4,0; 8,0; 12,0; 24,0; 48,0 e 96 Mg ha-1). O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado com oito tratamentos e três repetições. Após a
incorporação do basalto moído ao solo e por 180 dias de incubação, o solo foi analisado quanto
aos teores de Ca2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis, acidez potencial (H+Al), teores disponíveis de Zn,
Fe, Cu e Mn e valores de pH em H2O e em KCl. A dose de 20,40 g kg-1 de basalto proporcionou
a máxima redução da acidez ativa, com pH aumentando de 4,8 para 5,5. Os teores de Ca2+ e
Mg2+ trocáveis aumentaram, porém proporcionaram baixos incrementos desses cátions no solo.
As doses de basalto apresentaram alta eficiência para a neutralização da acidez potencial. Os
autores concluíram que a adição do basalto moído proporcionou incremento nos teores de Zn,
Fe e Cu no solo com o tempo de incubação.
30
Abreu et al. (2013) analisaram a viabilidade do uso de metabasalto (basalto
hidrotermalizado) residual da exploração de geodos de ametista, do município de Ametista do
Sul, RS. Considerando os teores de nutrientes encontrados através da caracterização do
material, em composição química e mineralógica, julgaram-no com potencialidade para uso em
práticas de rochagem. (Esse material, em específico, fica regionalmente restrito aos arredores
de Ametista do Sul que exploram a ametista, não sendo de característica abundante nos três
Estados do Sul, a exemplo do basalto comumente designado.)
No II Congresso Brasileiro de Rochagem elaborou-se um estudo sobre a ação de
microrganismos em pó de basalto. Nas Figuras 2, 3, 4 e 5 são mostrados os resultados obtidos
com aumento no teor de nutrientes em solução quando o pó de basalto estava presente, dado
que ao realizar a inoculação de microrganismos com a junção da microbiota do solo parece ter
existido estímulo a essa liberação, de acordo com os autores. Outro resultado observado foi o
estímulo aos microrganismos para solubilização dos elementos químicos com a presença de pó
de basalto, liberando alta quantidade de K (SILVA; AZEVEDO; FILHO, 2013).
Figura 2 - Solo com inóculo e pó-de-basalto
SM (Solo com microrganismos nativos + microrganismos inoculados) e (+) com adição de basalto.
Fonte: SILVA et al. (2013).
31
Figura 3 - Solo com inóculo e sem pó-de-basalto
SM (Solo com microrganismos nativos + microrganismos inoculados) e (-) sem adição de basalto.
Fonte: SILVA et al. (2013).
Figura 4 - Solo com microbiota endêmica com pó-de-basalto
SO (Solo com microrganismos nativos) e (+) com adição de basalto.
Fonte: SILVA et al. (2013).
Figura 5 - Solo com microbiota endêmica sem pó-de-basalto
SO (Solo com microrganismos nativos) e (-) sem adição de basalto.
Fonte: SILVA et al. (2013).
Publicou-se um estudo sobre a sistematização de experiências de agricultores
familiares com pó de basalto, com os resultados obtidos efetuados através de levantamento, o
qual continha informações bastante claras em relação ao potencial de utilização, tanto na
agricultura quanto na pecuária. Os produtores relataram algumas experiências em relação ao
32
aumento da produtividade e ao vigor das plantas, o que foi significativo. Um dos elementos
destacado foi o silício, pois observou-se que houve um aumento na nutrição das plantas, relação
com incidência e severidade de doenças e redução do ataque de pragas em vegetais (BORGES;
SILVA; CARVALHO, 2017).
Estudo preliminar de aplicação de basalto com zeólitas (mineral com elevada CTC)
como remineralizador de solo em plantio de eucalipto foi um trabalho publicado no III
Congresso Brasileiro de Rochagem. Nesse estudo observou-se que os elementos Ca, K e P
foram abundantes e que foram de fácil solubilização, sendo tal remineralizador capaz de
fornecer os macronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas de eucalipto
(RAMOS et al., 2017).
No III Congresso apresentaram-se vários estudos sobre rochagem com pó de basalto.
Um deles foi em relação aos atributos químicos de um Latossolo Vermelho-Amarelo sob
cultivo de soja e sorgo submetido ao uso de basalto moído. Na Figura 6 observam-se os dados
obtidos por esse trabalho; tanto na soja quanto no sorgo os teores de cálcio foram superiores no
solo com maiores doses de pó de rocha; o mesmo aconteceu com o silício, sendo maior no
cultivo do sorgo. Os teores de Saturação de Bases (SB) e capacidade de troca de cátions (CTC)
da soja e a CTC efetiva (CTCef) nas parcelas do sorgo estão apresentados na Tabela 6. Tanto a
SB da soja quanto a CTCef nas parcelas do sorgo apresentaram maiores valores quando os solos
continham maiores doses de basalto. Com os resultados concluíram os autores que em áreas de
pastagens degradadas em Latossolo Vermelho-Amarelo pode ser feita a utilização de basalto
em forma de pó de rocha, e ao ser cultivado com soja e sorgo, o mesmo pode ser empregado no
manejo da fertilidade de solos (BATISTA et al., 2017).
33
Figura 6 - Análise de regressão para Si e Ca no solo em função das doses de pó de rocha nas
culturas da soja e sorgo.
(Barras verticais representam a DMS).
Fonte: BATISTA et al. (2017).
Tabela 6 - Médias dos teores de SB, CTC para soja e CTC efetiva no solo em função das
doses de pó de rocha na cultura do sorgo
Doses pó de rocha SOJA SORGO
SB CTC CTC efetiva
.........g/dm³....... ....cmolc/dm³.... ....mg/dm³.... ......cmolc/dm³......
0 2,72 c 5,78 a 5,47 b
1,92
2,93
c
5,7
a
5,57
ab
3,84
3,06
bc
5,81
a
5,59
ab
7,68
2,98
abc
5,79
a
5,61
ab
11,52
3,45
ab
6,04
a
5,89
ab
15,36
3,49
a
6,1
a
5,88
a
Fonte: Adaptado de Anais III Congresso Brasileiro de Rochagem (2017).
A revista de Ciências Agroveterinárias publicou um trabalho desenvolvido pela
Universidade Federal de Pelotas – RS. No referente trabalho verificaram-se os efeitos do pó de
basalto no desenvolvimento da cultura da alface. Primeiramente, fez-se a caracterização
química dos pós de basalto, que foram coletados em três municípios diferentes pertencentes ao
Estado de Santa Catarina, sendo eles: Belmonte (BM), São Miguel do Oeste (SMO) e São José
34
do Cedro (SJC). Os dados obtidos em relação à composição química demonstraram que os pós
apresentaram ligeiras diferenças nos teores de dióxido de silício (SiO2), pois nos três municípios
(Belmonte, São Miguel do Oeste e São José do Cedro) os valores foram de 48,5%; 45,3% e
46,7% respectivamente. Esse composto (SiO2) presente no pó de basalto foi apontado como o
principal responsável pelo elevado desenvolvimento radicular e estrutural das plantas. Ao
serem comparadas com a testemunha, as mudas de alface que continham pó de basalto nos
canteiros apresentaram um incremento significativo na massa seca, no crescimento do sistema
radicular e na estatura da planta, conforme ilustrado na Tabela 7 (GROTH et al., 2017).
Tabela 7 - Médias (± EP) de estatura da planta (EP), comprimento do sistema radicular
(CSR), diâmetro da inserção (DI), volume (V) e massa seca (MS), de alface cv. Verônica em
resposta à aplicação no solo de pó-de-basalto de diferentes origens, coletados nos municípios
de São Miguel do Oeste (SMO), São José do Cedro (SJC) e Belmonte (BM), em Santa
Catarina
Tratamentos EP (cm) CSR (cm) DI (cm) V (cm) MS (g)
SMO 29,70±1,55a 19,46±1,67a 5,62±0,55a 3,44±0,54a 1,32±0,21a
SJC 28,60±1,45a 18,08±1,89a 5,46±0,21a 3,50±0,43a 1,22±0,18a
BM 29,22±1,65a 18,46±1,75a 5,18±0,89a 4,88±0,28a 1,21±0,54a
Testemunha 19,82±1,21b 9,08±1,08b 5,06±0,55a 2,02±0,73a 0,82±0,15b
Fonte: Adaptado de GROTH et al. (2017).
A revista Geociências publicou um trabalho analisando doze parcelas com diferentes
amostras, utilizando pós de rochas basálticas e de rochas fosfatadas. As análises foram feitas
depois de um ano e, com isso, notou-se que com a rochagem, de um modo geral, aumentou a
saturação por bases (V), o pH, e o fósforo (P) disponível, havendo diminuição, de forma
drástica, na saturação por alumínio (m) (Tabela 8). Também observou-se diminuição no teor de
matéria orgânica (MO) do solo, tendo acontecido devido ao aumento da atividade microbiana
(TOSCANI; CAMPOS, 2017).
35
Tabela 8 - Análise de fertilidade do solo para as doze parcelas do experimento com Fosforito
(F); Basalto (B); Latossolo (L)
Tratamento Valor m pH P. Disp. M.O
V Al H2O Mehlich g/kg
% Mg/dm³
F (120Kg) 36 0 5,9 4,8 49,6
F (60 Kg) + B
(80Kg)
63 0 6,7 6,0 26,8
F (20Kg) + B
(80Kg)
43 8 6,6 2,2 37,4
B (120Kg) 63 0 7,0 1,7 38,4
L* 26 11 5,6 3,2 57,9
*O Latossolo foi usado como testemunha.
Fonte: Adaptado de TOSCANI; CAMPOS (2017).
Writz et al. (2019) avaliaram a eficiência do pó de rocha de basalto (PRB), usado na
forma pura ou associado com cama de frango (CF) no desenvolvimento das plantas e
produtividade de grãos do milho pipoca em Latossolo com alta fertilidade. Em condições de
campo foram avaliados por dois anos consecutivos os seguintes tratamentos: T1 - milho pipoca
+ 40000 Mg ha-1 de PRB; T2 - milho pipoca + 1855 Mg ha-1 de CF; T3 - milho pipoca + 40000
Mg ha-1 de PRB + 1855 Mg ha-1 de CF; T4 - milho pipoca + NPK químico; e T5 - milho pipoca
(testemunha). Foram avaliados os parâmetros de altura de plantas, diâmetro de colmos e número
de folhas aos 30, 60 e 90 dias após a semeadura. No pleno florescimento das plantas
determinaram a produtividade de matéria seca da parte aérea. Na maturação fisiológica
efetuaram a colheita para avaliação de produtividade de grãos, bem como nas espigas, o
comprimento, diâmetro e número de fileiras por espiga. O crescimento das plantas e
produtividade de grãos nos tratamentos PRB + CF e PRB puro apresentaram resultados iguais
à fertilização química, mostrando o potencial da fertilização alternativa em solo de alta
fertilidade na cultura do milho pipoca. Concluíram que o uso de PRB puro ou misturado com
CF pode ser utilizado como fertilizante alternativo.
36
5 CONCLUSÃO
De modo geral, o pó de basalto apresenta-se promissor para uso como remineralizador
de solos. É rico em elementos químicos nutrientes das plantas, em especial Ca, Mg, Fe, e, em
alguns casos, K e P, além de micronutrientes.
Um entrave ao uso do pó de rocha é a lenta solubilização dos nutrientes da sua
composição. A partícula do pó deve intemperizar de forma química e/ou biológica para
liberação dos nutrientes, contidos nos constituintes minerais. Porém a lenta solubilização não
necessariamente é fator negativo, pois os nutrientes, lentamente disponibilizados, serão
absorvidos conforme a necessidade da planta.
Microrganismos solubilizadores e compostos orgânicos, na forma de estercos e/ou
adubos verdes, aumentam a solubilização dos elementos químicos presentes no pó de rocha.
Isso pode acelerar o intemperismo químico, com disponibilização mais rápida de nutrientes
para as plantas, especialmente em cultivo de plantas anuais, que necessitam dos nutrientes
durante seu curto ciclo.
Em certos casos, a solubilização dos nutrientes no pó de basalto, apresenta variações,
podendo ser disponibilizados às plantas cultivadas durante o primeiro ano após a aplicação ao
solo.
37
REFERÊNCIAS
ABREU, Clarissa Trois; BORTOLUZZI, Edson Campanhola; HARTMANN, Léo Afraneo;
SILVA, Juliano Tonezer da. Rochagem de solos agrícolas empregando-se resíduos da
indústria extratora de geodos de ametistas e ágatas, rio grande do sul. In: THEODORO, Suzi
Huff et al. (org.). II CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, 2., 2013, Poços De
Caldas, MG. Anais [...]. Visconde do Rio Branco, MG: Suprema, 2013.
ALMEIDA, Edinei de; SILVA, Fábio Junior Pereira da. Transição agroecológica de sistemas
produtivos familiares no sul do Paraná e planalto norte catarinense – o relato da experiência
com o pó de basalto. In: MARTINS, Eder de Souza; THEODORO, Suzi Huf (org.). I
CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, 1., 2009, Planaltina, DF. Anais [...].
Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2010.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS. Pesquisa Setorial. São
Paulo, 2021. Disponível em: http://anda.org.br/pesquisa_setorial/. Acesso em: 12 jun. 2021.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS. O uso de fertilizantes
minerais e o meio ambiente. São Paulo, 2018. Disponível em: http://anda.org.br /wp-
content/uploads/2018/10/OUsodeFertilizantesMinerais.pdf. Acesso em: 17 jun. 2021.
BATISTA, Nayra Thaís Ferreira et al. Atributos químicos de um latossolo vermelho amarelo
sob cultivo de soja e sorgo submetido ao uso de basalto moído. In: BAMBERG, Adilson Luis
et al. (org.). III CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, 3., 2016, Pelotas, RS. Anais
[...]. Assis, SP: Triunfal Gráfica e Editora, 2017.
BENEDUZZI, Ellen Bassan. Rochagem: agregação das rochas como alternativa
sustentável para a fertilização e adubação de solos. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharel em Geologia), Porto Alegre: UFRGS, 2011.
BERTOLINO, Luiz Carlos; PALERMO, Nely; BERTOLINO, Ana Valéria F. A. Geologia.
In: LUZ, Adão, Benvindo da; ALMEIDA, Salvador Luiz Matos de (org.). Manual de
agregados para construção civil. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI, 2012. p. 67-82.
BORGES, Pedro Henrique de Castro; SILVA, Fábio Júnior Pereira da; CARVALHO, André
Mundstock Xavier de. Sistematização de experiências de agricultores familiares com pó de
basalto. In: BAMBERG, Adilson Luis et al. (org.). III CONGRESSO BRASILEIRO DE
ROCHAGEM, 3., 2016, Pelotas, RS. Anais [...]. Assis, SP: Triunfal Gráfica e Editora, 2017.
BOWEN, Norman Levi. The evolution of the igneous rocks. New Jersey, Princeton
University Press, p. 332, 1928.
BRANDÃO, Juliana Andréia Vrba. Pó de rocha como fonte de nutrientes no contexto da
agroecologia. 2012. Dissertação (Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural) –
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural, Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Federal de São Carlos, Araras, 2012.
BRASIL. Lei nº 12.890, de 10 de dezembro de 2013. Altera a Lei nº 6.894, de 16 de
dezembro de 1980, para incluir os remineralizadores como uma categoria de insumos
38
destinados à agricultura, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12890.htm. Acesso em: 20 jun. 2021.
BRUGNERA, Roberto Luis. Avaliação do uso de pó de rocha basáltica como fertilizante
alternativo na cultura da rúcula. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em
Agronomia), Foz do Iguaçu – PR, 2012.
COLA, Geovana Poton Arcobeli; SIMÃO, João Batista Pavesi. Rochagem como forma
alternativa de suplementação de potássio na agricultura agroecológica. Revista Verde,
Mossoró, v.7, n.1, p.01-08, 2012.
DOKUCHAEV, V.V. Short storical description and critical analysis of the more important
soils classification. Travaux Society Natural Saint Petersburg, v. 10, p. 64-67, 1879.
EMBRAPA. Esclarecimento sobre uso de agrominerais silicáticos (remineralizadores) na
agricultura – Esclarecimentos Oficiais. Brasília: EMBRAPA, 2020. Disponível em:
https://www.embrapa.br/esclarecimentos-oficiais/-/asset_ publisher
/TMQZKu1jxu5K/content/esclarecimentos-sobre-uso-de-agrominerais-silicaticos-
remineralizadores-na-agricultura?inheritRedirect=false. Acesso em: 12 jun. 2021.
EMBRAPA. Solos do Brasil. Brasília: EMBRAPA, 2018. Disponível em:
https://www.embrapa.br/tema-solos-brasileiros/solos-do-brasil. Acesso em: 19 jun. 2021.
ERHART, Joni. Efeito do pó de basalto nas propriedades químicas do solo e nutrição da
videira (Cabernet sauvignon). 2009. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) – Programa
de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade
do Estado de Santa Catarina, Lages, 2009.
FAROUTINE, Georgy. Eficiência agronômica do kamafugito como fonte de fósforo e
potássio para a cultura do feijão. 2018. Dissertação (Mestrado em Solos) – Programa de
Pós-Graduação em Agronomia, Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia, 2018.
GOLDICH, G.G. A study in rock weathering. Journal of Geology, v. 46, p.17-58, 1938.
GROTH, Mártin Zanchett et al. Pó-de-basalto no desenvolvimento de plantas de alface e na
dinâmica populacional de insetos. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.16, n.4,
p.433-440, 2017.
HENSEL, Julius. Pães de Pedra. Tradução de Hans Landgraf; Jairo Resfrepo Riveira;
Sebastião Pinheiro. 2003. Disponível em: http://www.luquips.com.br/ paes_de_pedra.pdf.
Acesso em: 19 jun. 2021.
KAMPF, Nestor; CURI, Nilton; MARQUES, João José; Intemperismo e Ocorrência de
minerais no ambiente do solo. In: MELO, Vander de Freitas; ALLEONI, Luís Reynaldo F.
(org.). Química e Mineralogia do Solo: Conceitos básicos. Viçosa, MG: SBCS. Parte I. p.
333-379, 2009
39
LOBATO, Breno. Normalização viabiliza produção de remineralizadores agrícolas.
Brasília: EMBRAPA, 2016. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-
/noticia/10926915/normatizacao-viabiliza-producao-de-remineralizadores-agricolas. Acesso
em: 20 jun. 2021.
MACHADO, Giovani Vitoria et al. Competitividade do Gás Natural: estudo de caso na
indústria de fertilizantes nitrogenados. Rio de Janeiro: Informe Técnico, 2019. p. 1-16.
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do
neolítico à crise contemporânea. Tradução de Cláudia F. Falluh Balduino Ferreira. 2. ed. São
Paulo: UNESP, 2010.
MELO, Valdinar Ferreira et al. Doses de basalto moído nas propriedades químicas de um
Latossolo Amarelo distrófico da savana de Roraima. Acta Amazonica, Manaus, v. 42, n. 4, p.
471-476, 2012.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução
Normativa nº5. Brasil, 2016. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-
br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/fertilizantes/legislacao/in-5-de-10-3-
16-remineralizadores-e-substratos-para-plantas.pdf/view. Acesso em: 17 jun. 2021.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E
SERVIÇOS. Exportação e Importação Geral. Comexstat: Brasil, 2021. Disponível em:
http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 28 jun. 2021.
NICHELE, Élen Ramos. Utilização de minerais no desenvolvimento de plantas e na
mitigação de odores em criações animais confinadas. 2006. Dissertação (Mestrado em
Ciência do Solo) – Programa de Mestrado em Agronomia, Centro de Ciências
Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2006.
OLIVEIRA, Alexandre Vidigal de. Anuário estatístico do setor de transformação de não
metálicos. Ministério de Minas e Energia: Brasil, 2019. Disponível em:
http://antigo.mme.gov.br/documents/36108/405154/ANU%C3%81RIO+N%C3%83O-
METALICOS+2019+18.05.2020.pdf/4bda5f9e-8f83-d792-d1d5-bee1baf7b0df. Acesso em:
08 jul. 2021.
OLIVEIRA, Maiara Prates; MALAGOLLI, Guilherme Augusto; CELLA, Daltro. Mercado de
Fertilizantes: dependência de importações do Brasil. Revista Interface Tecnológica, São
Paulo, v. 16, n. 1, p. 489-498, 2019. Disponível em: https://revista.
fatectq.edu.br/index.php/interfacetecnologica/article/view/606. Acesso em: 12 jun. 2021.
PENHA, Henrique Gualberto Vilela; GUALBERTO, Camila de Andrade Carvalho.
Remineralizadores de solo: economia para o produtor e produtividade na lavoura. Revista
Campo & Negócios. Uberlândia, 2020. Disponível em: https://revistacampo
enegocios.com.br/remineralizadores-de-solo-economia-para-o-produtor-e produtividade-na-
lavoura/. Acesso em: 18 jun. 2021.
RAMOS, Claudete Gindri et al. Estudo preliminar de aplicação de basalto com zeólitas como
remineralizador de solo em plantio de eucalipto. In: BAMBERG, Adilson Luis et al. (org.). III
40
CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, 3., 2016, Pelotas, RS. Anais [...]. Assis, SP:
Triunfal Gráfica e Editora, 2017.
REIS, Betânia Roqueto dos. Potencial de consumo de remineralizadores como fonte de
nutrientes na agricultura e construção do modelo de arranjos produtivos locais. 2015.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Agronômica), Piracicaba:
ESALQ/USP, 2015.
SANTOS, Cleberton Correia. Competência Técnica e Responsabilidade Social e
Ambiental nas Ciências Agrárias 4. Ponta Grossa: Atena, 2020. E-book.
SANTOS, Danilo Reinheimer dos; REICHERT, José Miguel. Gênese e propriedades do
solo. Santa Maria, 2007. Disponível em: https://repositorio.ufsm.
br/bitstream/handle/1/16154/Curso_Agric-Famil-Sust_G%C3%AAnese-Propriedade-
Solopdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 27 jul. 2021.
SILVA, Aline da et al. Avaliação dos efeitos da aplicação de basalto moído na fertilidade do
solo e nutrição de Eucalyptus benthamii. Floresta, Curitiba, v. 42, n. 1, p. 69-76, 2012.
SILVA, Lucas Dressano Pereira da; AZEVEDO, Antonio Carlos de; FILHO, Raul A. Ação
de microrganismos em pó-de-basalto. In: THEODORO, Suzi Huff et al. (org.). II
CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, 2., 2013, Poços De Caldas, MG. Anais [...].
Visconde do Rio Branco, MG: Suprema, 2013.
SOUZA, Maicon Douglas Bispo de. Efeito de rochagem, vinhaça e plantas de cobertura
no desenvolvimento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) e em atributos químicos do solo.
2016. Dissertação (Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural) – Programa de Pós-
Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural, Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de São Carlos, Araras, 2016.
THEODORO, Suzi Huff. A construção do marco legal dos remineralizadores. Brasília,
2016. Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/419634/mod_
resource/content/1/A%20CONSTRUC%CC%A7A%CC%83O%20DO%20MARCO%20LEG
AL%20DOS%20REMINERALIZADORES%20-%20Suzi%20Huff%20Theodoro
%20III%20CBR.pdf. Acesso em: 11 jun. 2021.
THEODORO, Suzi Huff. Cartilha de Rochagem. 2.ed. Brasília, 2020. 32 p. Disponível em:
http://sgbeduca.cprm.gov.br/media/adultos/cartilha_rochagem.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021.
THEODORO, Suzi Huff; LEONARDOS, Othon H.; ALMEIDA, Edinei de. Mecanismos para
disponibilização de nutrientes minerais a partir de processos biológicos. In: MARTINS, Eder
de Souza; THEODORO, Suzi Huf (org.). I CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM,
1., 2009, Planaltina, DF. Anais [...]. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2010.
THEODORO, Suzi Huff et al. A importância de uma rede tecnológica de rochagem para a
sustentabilidade em países tropicais. Revista Brasileira de Geografia Física, Brasília, v. 5,
n. 6, p. 1390-1407, 2012.
41
THEODORO, Suzi Huff et al. Experiências de uso de rochas silicáticas como fonte de
nutrientes. Revista Espaço & Geografia, Brasília, v. 9, n. 2, p. 263-292, 2006.
TOSCANI, Rafael Gomes da Silveira; CAMPOS, José Elói Guimarães. Uso de pó de basalto
e rocha fosfatada como remineralizadores em solos intensamente intemperizados. Revista
Geociências, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 259-274, 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Eventos. Catalão, 2020. Disponível em:
http://eventos.ufg.br/SIEC/portalproec/sites/gerar_site.php?ID_SITE=15361. Acesso em: 20
jun. 2021.
WELTER, Marina Keiko et al. Efeito da aplicação de pó de basalto no desenvolvimento
inicial de mudas de camu-camu (Myrciaria dubia). Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal – SP, v. 33, n. 3, p. 922-931, 2011.
WRITZL, Thaniel Carlon et al. Produção de milho pipoca com uso do pó de rocha de basalto
associado à cama de frango em latossolo. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável,
Rio Grande do Sul, v. 9, n. 2, p. 101-109, 2019.
ZANOVELLO, Cris Renê et al. O pó de rocha e a nutrição do solo. Revista Campos &
Negócios. Uberlândia, 2018. Disponível em: https://revistacampoenegocios.com. br/o-po-de-
rocha-e-a-nutricao-do-solo/. Acesso em: 28 jul. 2021.