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Histórico da Educação Farmacêutica
no Brasil
Universidade Federal do Paraná
Setor de Ciências da Saúde
Departamento de Farmácia
Programa de Educação Tutorial
Renata Camargo
Bolsista PET-Farmácia/UFPR
A educação farmacêutica no Brasil iniciou-se
oficialmente no ano de 1832.
Associação aos cursos de Medicina do Rio de
Janeiro e Bahia lecionada apenas por médicos.
Duração de 3 anos profissional intitulado
farmacêutico boticário.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Boticários termo utilizado para designar os
artesãos dos medicamentos
Tinham uma formação voltada para o atendimento,
em âmbito privado, das necessidades da
população, nas chamadas boticas
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Currículo do Curso de Farmácia de 1832
ANO DISCIPLINAS
1º Física médica, Botânica Médica e Princípios Elementares
de Zoologia
2º Botânica Médica e Princípios Elementares de Zoologia,
Química Médica e Princípios Elementares de Mineralogia
3° Botânica Médica e Princípios Elementares de Zoologia;
Matéria Médica, especialmente a Brasileira; Farmácia e
Arte de Formular
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Reformas curriculares
3 grandes reformas no início do século XX
(FURTADO, 2008):
1901 - Reforma de Epitácio Pessoa – reduziu o curso
para 2 anos.
1911 – Reforma de Rivadavia Correa - definiu que o
curso voltaria a ter três anos de duração;
1925 – Reforma de Rocha Vaz - o curso passou a ter
quatro anos
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
ANO DISCIPLINAS
1º Física, Química Geral e Mineral; Botânica Geral e
sistemática aplicada à Farmácia
2º Química Orgânica e Biológica; Zoologia Geral e
Parasitologia; Farmácia Galênica
3º Microbiologia; Química Analítica, e Farmacognosia
4º Biologia Geral e Fisiologia; Química Toxicológica e
Bromatológica, Higiene e Legislação Farmacêutica, e
Farmácia Química
Currículo de Farmácia em 1925
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Década de 20
O trabalho manual produção industrial do
medicamento em larga escala.
O medicamento indutrializado foi adquirindo maior
destaque em detrimento do manipulado e do
atendimento individualizado pelo farmacêutico nas
boticas.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Década de 30
As indústrias emergentes totalmente absorvidas
pelo oligopólio internacional do medicamento.
Com isso, as reformas que se seguiram
acompanharam as modificações econômicas da
época
Currículo voltou-se para os exames laboratoriais e
o trabalho na área industrial.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Década de 50
Instruções 70 e 113 da Superintendência da
Moeda e Crédito (Sumoc).
Instituição de taxas múltiplas de câmbio e
promoção de facilidades para a instalação de
empresas estrangeiras.
Desnacionalização da indústria farmacêutica e
dependência de produtos exportados.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Década de 60
Parecer 268/62 Análises Clínicas e Alimentos.
Não basta ao Brasil de nossos dias a figura tradicional do
farmacêutico encarregado da Farmácia comercial. Torna-se
imperioso preparar os cientistas e os técnicos capazes de
dirigir e fazer prosperar uma indústria farmacêutica que
faturou cinqüenta bilhões de cruzeiros em 1961.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Parecer 268/62
Instituição de um currículo mínimo formação fragmentada.
Profissional como veículo de consumo das matérias-primas, equipamentos e reagentes gerados no exterior.
Atuação na área do medicamento restrita apenas a produção descaracterização de profissional da saúde.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Parecer 287/69
Mudanças sócio-políticas com o Golpe Militar em
1964.
Novo currículo mínimo e maior distanciamento do
profissional da farmácia.
[...] a indústria farmacêutica moderna é uma indústria de
transformação, enquanto a Farmácia representa um
estabelecimento predominantemente comercial, com um
artesanato técnico em involução.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Parecer 287/69
Curso dividido em 3 partes:
Ciclo pré-profissional
1º Ciclo profissional (farmacêutico)
2 º Ciclo profissional (análises ou indústria)
Regulação do curso de Farmácia até 2002.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Década de 80
Enfraquecimento do Regime Militar discussão
sobre o curso de Farmácia.
Projeto Biomédico Assistência Farmacêutica
Reforma sanitária 8º Conferência Nacional de
Saúde Constituição Direito a Saúde e
Assistência Farmacêutica.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Década de 80
1987 I Seminário Nacional sobre Currículo de
Farmácia 1995
1996 Publicação “Proposta de reformulação do
Currículo de Farmácia no Brasil”.
1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB).
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Resolução CNE/CES nº 2/2002.
Definem os princípios, fundamentos, condições e
procedimentos da formação dos farmacêuticos
para a organização, desenvolvimento e avaliação
dos projetos político pedagógicos dos cursos de
graduação em Farmácia.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Artigo 3º perfil do egresso
Farmacêutico, com formação generalista, humanista, critica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção a saúde,
com base no rigor científico e intelectual. Capacitado ao exercício e atividades referentes aos fármacos e
medicamentos, as análises clínicas e toxicológicas e ao controle, produção e análise de alimentos, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social,
cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade
(BRASIL, Ministério da Educação, Resolução CNE/CES nº 2/2002)
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Não possui currículo mínimo:
Ciência Exatas
Ciências Biológicas e da Saúde
Ciências Humanas e Sociais
Ciências Farmacêuticas
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Habilidades gerais:
Atenção a saúde
Tomada de decisões
Comunicação
Liderança
Administração e gerenciamento
Educação permanente
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Obrigatoriedade de existir um Projeto Político-
Pedagógico.
Estágios curriculares devem ter carga horária
mínima de 20% da carga horária total do curso.
Não indica o tempo para a integralização do curso
Resolução nº 4 do 6 de abril de 2009 do
Conselho Nacional de Educação (4000h5 anos).
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Para que alcance a formação proposta para o farmacêutico:
Necessidade de um equilíbrio teórico-prático;
Integração entre ciclo básico e profissional;
Flexibilização curricular;
Uma organização estrutural que permita disponibilidade de tempo para que o aluno possa desenvolver as atividades complementares e consolidar seus conhecimentos.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Diretrizes Curriculares
Avaliação.
Trabalho de conclusão de curso.
Promulgação em 4 de março de 2002 busca dos
cursos por entendê-las e implementá-las.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Referências
BRASIL. Resolução CNE/CES nº 02, de 19 de fevereiro de 2002. Institui
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 04 mar. 2002. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES022002.pdf>. Acesso em:
12/01/2011.
BRASIL. Resolução CNE/CES nº 4, de 6 de abril de 2009. Dispõe sobre carga
horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos
cursos de graduação em Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física,
Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Terapia
Ocupacional, Bacharelados, na Modalidade Presencial. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 07 abr. 2009, Seção 1, p. 27. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf>. Acesso em:
10/04/2011.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil
Referências
FURTADO, V. L. Análise do processo de implementação das Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia no Estado do
Rio de Janeiro: um estudo exploratório. 129f. Dissertação ( Mestrado em
Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
Histórico da educação farmacêutica no Brasil