Post on 19-Jan-2016
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INFECÇÃO PUERPERALDr Cezar Angelo Alfredo Filho
Ginecologia e Obstetrícia – HURNP/UELEndoscopia Ginecológica CRSM
Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia - FACIMED
Tríade de mortalidade materna
Síndrome hipertensivaSíndrome hemorrágica
Infecção
Definição: Infecção que se origina do aparelho genital após parto recente
Morbidade febril puerperal
Temperatura 38ºC ou mais em 2 medidas por 2 dias consecutivos dentro dos primeiros 10 dias pós-parto excluindo-se o 1º dia, devendo ser medida temperatura sub lingual e 4 X ao dia
Envolve toda elevação térmica no puerpério com destaque para infecção puerperal, mas abrange também infecção no trato urinário, aparelho respiratório, glândulas mamárias, cicatriz cirúrgica, tromboflebite
FEBRE PUERPERAL
FATORES PREDISPONENTES
Anteparto: RPM, anemia, desnutrição, vulvovaginites, patologias clínicas debilitantes
Intraparto: Trabalho de parto prolongado, Bolsa rota > 12 horas, lacerações, número de toques, perda sanguínea abundante
Cesárea: exposição de vasos linfáticos intra miometriais, necrose local pelo procedimento cirúrgico, contaminação da cavidade pelo líquido amniótico, maior perda sanguínea
Etiologia
Etiologia: Polimicrobiana
Anaeróbio (80%): cocos gram : peptoestreptococo Bacilos gram +: clostridium Bacilo gram - : bacterioides Aeróbios: cocos gram +: estrepto e estafilo Gram - : E. coli, klebisiella, enterobacter, proteus, Pseudomonas
Outros: mycoplasma e clamídia
Diagnóstico
Febre, taquicardia, comprometimento do estado geral, dor abdominal agravada pela palpação, subinvolução uterina, alteração loquiação
Formas clínicas (localizadas)
1 Endometrite: - Flora endógena fatores predisponente Zona
placentária do endométrio endometrite Paramétrios, anexos, tromboflebite pélvica, peritônio.
- Tríade de Bumm: útero doloroso, amolecido, hipoinvoluído Loquiação fétida pode estar presente Colo pérvio Temperatura 38 – 39,5ºC Sintomas desaparecem com terapêutica simples
(transfusão sanguínea, ocitocina, bolsa de gelo sobre ventre).
Formas clínicas (localizadas)
2. Infecção de parede abdominal
- Manifestam-se em geral a partir do 4º dia pós-operatório
- Ocorrem com mais freqüências em obesas, incisão Pfanniestiel, cesáreas iterativos, partos prolongado com grande manuseio,
- Conduta: coleta de material de incisão cirúrgica- Tratamento: cefalosporina de 1ª geração com ou sem
associação com aminoglicosídeo
Formas clínicas (propagadas)
1. Salpingite ou salpingooforite: - Temperatura: 39 – 40 º C- Importante comprometimento do estado geral- Dor à palpação de fossa ilíaca- Dor à mobilização do colo e ao toque de fundo de
saco uterino- Pode evoluir com peritonite (febre alta, dor à
palpação abdominal, DB +, íleo adinâmico, dor em fundo de saco posterior ao toque).
Formas clínicas (propagadas)
1. Miometrite- Quadro semelhante a endometrite- Quadro clínico febril mais duradouro- Maior comprometimento do estado geral
2. Septicemia- Febre alta e contínua > 40 ºC- Calafrio, taquicardia hipotensão e confusão mental
Lembrar: sepse = SIRS+foco infeccioso
Exames subsidiários
Hemograma e VHS Urina 1 + urocultura Hemocultura (aeróbio e aneróbio) Cultura de conteúdo endometrial USG: retenção de restos, abscesso intracavitários e de parede abdominal
Profilático
Cesárea: Cefalotina 2g EV logo após clampeamanto do cordão Parto Vaginal: Benzetacil 1.2000.000 UI IM
Tratamento
INTERNACÃO
Clindamicina 600 a 900 mg EV 8/8 h Gentamicina 3 a 4,5 mg/kg ao dia (1 amp = 80
mg)
Tratamento
Até 24 horas após último pico febril e suspender medicação
apos - Não transicionar para VO Se apos 24 h a paciente mantiver febre associar:
Ampicilina 1 g EV 6/6 h
ATENÇÃO: APÓS FALHA TERAPÊUTICA DA SEGUNDA
ESCOLHA (48 HORAS DE MEDICAÇÃO COM FEBRE OU SEM MELHORA DO ESTADO GERAL), CONTACTAR CIH.