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INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
FÁBIO CONRADO DE QUEIRÓZ
APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS PÉTREOS DE MARMORARIAS DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO COMO AGREGADO PARA CONCRETO DE
CIMENTO PORTLAND
São Paulo
2005
FÁBIO CONRADO DE QUEIRÓZ
Aproveitamento de resíduos pétreos de marmorarias do Município de
São Paulo como agregado para concreto de cimento Portland
Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT, para obtenção
do título de Mestre em Habitação: Planejamento e
Tecnologia.
Área de concentração: Tecnologia em Construção de
Edifícios.
Orientadora: Dra. Maria Heloisa Barros de Oliveira Frascá
São Paulo
2005
Ficha CatalográficaElaborada pelo Centro de Informação Tecnológica do IPT
Q3A QUEIRÓZ, FÁBIO CONRADO DE
Aproveitamento de resíduos pétreos de marmorarias do município de São Paulocomo agregado para concreto de cimento Portland. / Fábio Conrado de Queiróz.São Paulo, 2005.86p.
Dissertação (Mestrado em Habitação: Planejamento e Tecnologia) - Instituto dePesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Área de concentração: Tecnologiaem Construção de Edifícios.
Orientador: Prof. Dra. Maria Heloisa Barros de Oliveira Frascá
1. Resíduo pétreo 2. Resíduo sólido 3. Marmoraria 4. São Paulo (cidade) 5.Reciclagem 6. Agregado 7. Concreto de cimento Portland 8. Construção civil 9.Tese I. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Centro deAperfeiçoamento Tecnológico II. Título
05-48 CDU 628.4.038:691.322(043)
AGRADECIMENTOS
É prazeroso poder demonstrar o reconhecimento a todas as entidades e pessoas
que diretamente ou indiretamente contribuíram para o êxito do trabalho. Por isto
agradeço:
A Deus, por cada etapa transposta e pela maneira que conduz minha vida.
A meus pais, fonte de amor, de compreensão, de carinho e de muita luta, que me
inspiram e me incentivam todos os dias.
A minha esposa Siumara e meus filhos, Mariana e Fábio Augusto pela paciência e
compreensão com minhas seguidas ausências devida ao meu compromisso com
este trabalho.
À Maria Heloisa Barros de Oliveira Frascá, pela confiança depositada no trabalho e
constante disposição de colaboração.
A Mírian Cruxên Barros de Oliveira, grande incentivadora e conselheira, sempre
presente em todos os episódios desta tarefa.
Ao Eduardo Brandau Quitete, gratidão é muito pouco, pela constante disposição de
colaboração dada a este trabalho e por acreditar no seu sucesso.
Ao Ely Borges Frazão, pelas valiosas contribuições dadas em todas as etapas deste
trabalho, incentivando e colaborando sempre com amizade e presteza.
Ao Cláudio Sbrighi Neto, pelo incentivo e colaboração, além de diversas e preciosas
observações dadas desde os primeiros dias.
À Maria Lucia Félix Gonçalves, pela ajuda na formatação e auxílio nos diversos
momentos, sempre com um sorriso no rosto.
À Priscila Rodrigues Melo Leal, pela execução do ensaio de apreciação petrográfica.
À Ana Cândida Melo Cavani e Nivaldo Paulon, pela elaboração do mapa de
pesquisa feito na cidade de São Paulo.
Ao Ivan Sérgio de Cavalcanti Mello pelo incentivo e apoio dado ás fases iniciais
deste trabalho.
Ao Emerso Busnello e à empresa CIMPOR pelo fornecimento de cimento para a
confecção de corpos-de-prova de concreto.
Aos técnicos do Laboratório de Petrologia e Tecnologia de Rochas, Nilson, Eli,
Valentim e Magno pelo auxílio nos ensaios tecnológicos.
Aos amigos da Divisão de Engenharia Civil, do Laboratório de Concreto do IPT,
Pedro Carlos Bilesky, Luiz Tsuguio Hamassaki, Antonio Jorgino, Rafael Francisco C.
Santos, Edson Gomes de Abreu e Sidney Rodrigues de Oliveira, pela confecção dos
corpos-de-prova de concreto, orientações e ensaios efetuados nos agregados e no
concreto.
Valdecir Angelo Quarcione, pela realização do ensaio de reatividade potencial
(método químico).
Rubens Vieira e Luis Back Adelino, pelo ensaio de adesividade.
À Cristina Kanaciro, pela execução do ensaio de Desgaste Amsler e normas
pertinentes.
À Maria Natalina de A. Martins, Maria Solange de O. P. Fierro e todos os
funcionários do CITEC, pela colaboração na busca de referências.
À Prefeitura do Município de São Paulo pela autorização de uso do software de
localização do mapa.
Ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas, casa que me abriga desde jovem e me
ofereceu a oportunidade de crescimento, tanto intelectual como moral.
A todas as pessoas que colaboraram neste trabalho, meu muito obrigado.
RESUMO
Este estudo apresenta as atividades e ensaios tecnológicos realizados em resíduos
pétreos de empresas denominadas “marmorarias”, visando verificar sua aplicação na
elaboração de concreto de cimento Portland.
Para tanto foram realizadas pesquisas com marmorarias, selecionadas a partir do
site da empresa telefônica, para obtenção de um panorama do tipo e quantidade de
resíduos pétreos que produzem e verificação da quantidade disponível e o grau de
aproveitamento dos resíduos gerados.
Três marmorarias forneceram os resíduos pétreos, gerados na rotina de seus
trabalhos, necessários para a realização deste estudo.
O material foi selecionado, classificado, pesado e cominuído em britador de
mandíbulas de laboratório.
O produto gerado (brita) foi submetido a diversos ensaios tecnológicos, comumente
usados para a avaliação da qualidade das rochas, para comercialização e uso na
construção civil.
Visando direcionar a aplicação do agregado gerado foram feitas algumas simulações
de uso na elaboração de concreto de cimento Portland, as quais contemplaram
variações na composição do agregado graúdo e miúdo e nas relações água/cimento
e porcentagem de argamassa. Independente das características das simulações, os
concretos produzidos apresentaram resistências semelhantes e em torno de
35 MPa.
Esses resultados evidenciaram a boa qualidade do agregado de resíduos pétreos de
marmorarias demonstrando a possibilidade de uso na produção de concreto e a
potencialidade de aplicações diversas na construção civil, aqui não investigadas.
Palavras-Chave: Resíduos sólidos; resíduos pétreos; marmorarias; reciclagem;
agregados; caracterização tecnológica; concreto; construção civil.
ABSTRACT
“Study for the use of stone solid waste, from marble shops of the city of São
Paulo, as aggregate of Portland cement concrete” .
This study presents the activities and technological tests carried through in stony
residues of the so called "marble shops", aiming at to verify its application in the
elaboration of Portland cement concrete.
The first step was a research for attainment a panorama of the type and amount of
stony residues produced by marble shops in São Paulo City, selected on base of the
telephonic company home page, and the degree of reuse or recycling of such solid
waste.
Three marble shops had supplied the stony residues, generated in their routine
works, necessary to the accomplishment of this study.
This material was selected, classified, weighed and crushed, in laboratory conditions.
The produced aggregate was submitted to various technological tests, currently used
for the evaluation of the quality of rocks used in civil construction.
Aiming at to direct the application of this aggregate, some simulations on the
elaboration of concrete of Portland cement had been carried out. They contemplated
variations in the composition of the coarse and fine aggregate and in the relation
water/cement and mortar percentage. Independent of the characteristics of each
simulation, the resulting concrete showed similar, around 35 MPa, compression
resistances.
These results indicated the good quality of the aggregate produced by crushing of
stone residues of marble shops and demonstrated the possibility of its use in
concrete production and its potentiality use on other applications in civil construction,
not investigated here.
Keywords: Solid waste; stony residues; marble shops, recycling; aggregate;
technological characterization; concrete; civil construction.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Roteiro utilizado para caracterização dos resíduos pétreos e do
concreto elaborado................................................................................. 14
Figura 2 – Localização das marmorarias contactadas na cidade de São
Paulo ..................................................................................................... 24
Figura 3 – Ilustração gráfica dos resultados obtidos do questionário enviado as
marmorarias ........................................................................................ 25
Figura 4 – Participação dos diferentes tipos de rocha no volume total de resíduos
................................................................................................................................ 27
Figura 5 – Gráfico da composição granulométrica do material resultante das
amostras de “granitos” e “mármores” e as zonas granulométricas
4,75 mm/12,5 mm, 9,5 mm/25 mm e 19/31, 5 mm............................. 30
Figura 6 – Composição granulométrica do agregado graúdo obtido,
comparativamente às zonas granulométrica 4,75 mm/12,5 mm,
9,5 mm/ 25 mm e 19 mm/ 31,5 mm ................................................... 36
Figura 7 – Composição granulométrica do agregado miúdo obtido (G III)
comparativamente aos limites estabelecidos ..................................... 37
Figura 8 – Composição granulométrica das três areias utilizadas e os limites de
utilização .............................................................................................. 50
Figura 9 – Gráfico de resistência à compressão dos corpos-de-prova de concreto
(Total) .................................................................................................. 51
Figura 10 – Gráfico de resistência à compressão uniaxial de concreto produzido a
partir do agregado graúdo obtido e areia média de rio ..................... 54
Foto 1 – Disposição dos resíduos pétreos na marmoraria .................................... 23
Foto 2 – Aspecto dos resíduos, já separados por marmorarias a e b e por tipos
rochosos: “mármore” ou “carbonáticas” (c) e ”granitos” ou
“silicáticas”(d)................................................................................... 26
Foto 3 – Pesagem dos resíduos recebidos ........................................................ 27
Foto 4 – Amostra composta para britagem ......................................................... 31
Foto 5 – Produto obtido na britagem (aspecto geral (a) e de detalhe (b)) .......... 31
Foto 6 – Material quarteado para ensaios de caracterização tecnológica ............. 32
Foto 7 – Aspecto das frações granulométricas obtidas ......................................... 33
Foto 8 – Aspecto do agregado miúdo (G III) observado ao microscópio ............... 42
Foto 9 – Aspecto das três areias utilizadas ........................................................... 50
Foto 10 – Aspecto dos concretos preparados (4T-59 e 4G-70).............................. 55
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Ensaios e normas técnicas adotadas .................................................. 16
Tabela 2 – Tipos petrográficos presentes nos resíduos ....................................... 27
Tabela 3 – Composição granulométrica do produto gerado no teste inicial de
britagem de “granitos” ......................................................................... 29
Tabela 4 – Composição granulométrica do produto gerado no teste inicial de
britagem de ”mármores” ...................................................................... 29
Tabela 5 – Composição granulométrica da amostra do Grupo G I ....................... 34
Tabela 6 – Composição granulométrica da amostra do Grupo G II ...................... 34
Tabela 7 – Composição granulométrica da amostra do Grupo G III ..................... 35
Tabela 8 – Composição granulométrica da fração graúda do material britado
(G III) .................................................................................................... 36
Tabela 9 – Composição granulométrica da fração miúda do material britado
(G III) .................................................................................................... 37
Tabela 10 – Resultados da caracterização física e mecânica da amostra G III..... 38
Tabela 11 – Proporção dos diferentes grupos na amostra (G III) submetida ao
ensaio de forma ................................................................................ 39
Tabela 12 – Freqüência das formas dos fragmentos ............................................ 39
Tabela 13 – Apreciação petrográfica de agregado graúdo - G III ......................... 40
Tabela 14 – Apreciação petrográfica de agregado miúdo .................................... 41
Tabela 15 – Apreciação petrográfica por tipo petrográfico e fração
granulométrica .................................................................................. 43
Tabela 16 – Resultados dos ensaios de reatividade potencial (método químico
e de barras ......................................................................................... 44
Tabela 17 – Resultados do ensaio de sanidade ................................................... 45
Tabela 18 – Características da preparação dos concretos da Simulação 1 ........ 48
Tabela 19 – Resultados do ensaio de compressão em corpos-de-prova de
concretos (Total) ............................................................................... 49
Tabela 20 – Dimensão máxima e módulo de finura das três areias utilizadas ...... 50
Tabela 21 – Características da preparação dos concretos da Simulação 2 ......... 52
Tabela 22 – Resultados do ensaio de compressão em corpos-de-prova de
concreto (Graúdo) ............................................................................. 53
Tabela 23 – Resultados do ensaio de desgaste “Amsler” ..................................... 56
Tabela 24 – Resistência mecânica de argamassas de alta resistência ................ 56
Tabela 25 – Resultados do ensaio de absorção e índice de vazios das amostras
4T e 4G ............................................................................................. 57
Tabela 26 – Resultados do ensaio de massa específica dos concretos ............... 57
Tabela 27 – Comparação dos resultados obtidos e especificações existentes .... 59
Tabela 28 – Média dos resultados do ensaio de compressão .............................. 61
LISTA DE ABREVIATURAS
AASHTO AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY AND
TRANSPORTATION OFFICIALS
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
ALESP ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ASTM AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS
BSI BRITISH STANDARDS INSTITUTION
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
DNER DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM
IPT INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO
PAULO
SABESP COMPANHIA DE SANEAMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SABS SOUTH AFRICAN BUREAU OF STANDARDS
SUMÁRIO
RESUMO ......................................................................................................................
ABSTRACT...................................................................................................................
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................... ..................................................
LISTA DE ABREVIATURAS..........................................................................................
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... .................1
1.1 Objetivo ................................................................................................................2
1.2 Justificativa...........................................................................................................2
2 APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS PÉTREOS E DE CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO ..........................................................................................................6
2.1 Legislação, Normalização e Conceitos ................................................................7
2.2 Projetos Relativos a Resíduos no Estado de São Paulo....................................11
3 MÉTODO DE TRABALHO....................................................................................13
3.1 Levantamento de Resíduos Pétreos em Marmorarias .......................................15
3.2 Amostragem.......................................................................................................15
3.3 Ensaios de Caracterização Tecnológica. ...........................................................15
3.4 Principais Características dos Ensaios Adotados. .............................................17
3.4.1 Composição granulométrica............................................................................17
3.4.1.1 Dimensão máxima característica .................................................................18
3.4.1.2 Módulo de finura...........................................................................................18
3.4.2 Material fino.....................................................................................................18
3.4.3 Esmagamento .................................................................................................19
3.4.4 Abrasão “Los Angeles” ....................................................................................19
3.4.5 Massa específica.............................................................................................19
3.4.6 Porosidade ......................................................................................................20
3.4.7 Absorção d’água .............................................................................................20
3.4.8 Forma..............................................................................................................20
3.4.9 Apreciação petrográfica...................................................................................21
3.5 Ensaios em Concreto .........................................................................................21
3.5.1 Reatividade potencial (Métodos químico e de barras) ....................................22
3.5.2 Durabilidade de agregado pelo emprego de soluções de sulfato de sódio ou de
magnésio (sanidade) ......................................................................................22
4 CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DOS RESÍDUOS AMOSTRADOS........23
4.1 Panorama dos Resíduos Pétreos nas Marmorarias Pesquisadas .....................23
4.1.1 Resultados da pesquisa ..................................................................................25
4.2 Classificação dos Resíduos Pétreos Amostrados ..............................................26
4.3 Britagem.............................................................................................................28
4.3.1 Caracterização do agregado obtido ................................................................32
4.4 Composição Granulométrica. .............................................................................32
4.5 Características Físicas e Mecânicas ..................................................................38
4.6 Forma.................................................................................................................38
4.7 Apreciação Petrográfica .....................................................................................40
4.8 Reatividade Potencial e Sanidade......................................................................44
5 APLICAÇÃO EM CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND.................................46
5.1 Simulações.........................................................................................................47
5.1.1 Simulação 1: Agregado graúdo e miúdo (amostra total) .................................47
5.1.2 Simulação 2: Agregado graúdo (G) e areia média de rio ................................52
5.2 Ensaios Suplementares Executados nos Concretos..........................................56
5.2.1 Desgaste Amsler .............................................................................................56
5.2.2 Determinação da absorção de água por imersão, índice de vazios e massa
específica........................................................................................................57
6 CONSIDERAÇÕES...............................................................................................58
6.1 Características Tecnológicas – Atendimento a Requisitos.................................58
6.2 Avaliação dos Resultados (uso em concreto) ...................................................59
7 CONCLUSÕES.....................................................................................................62
REFERÊNCIAS ........................................................................................................64
APÊNDICE A - Resultados do Ensaio de Forma ..................................................71
APÊNDICE B - Modelo de Questionário Enviado às Marmorarias Contatadas
para Pesquisa......................................................................................................76
APÊNDICE C - Relação das Marmorarias Contatadas para a Pesquisa ............78
APÊNDICE D - Composições Granulométricas das Areias (Eólica e Média de
Rio) .......................................................................................................................84
1
1 INTRODUÇÃO
O Estado de São Paulo, o maior centro consumidor de materiais pétreos para
revestimento do País, comercializa não somente uma imensa quantidade, mas
também uma grande variedade de tipos de rochas.
Das 3.000 marmorarias existentes, a grande maioria opera com materiais
rochosos produzidos no próprio estado e também com materiais importados de
outros estados (ES, BA, MG, RJ e CE) e outros países (Itália, Grécia, entre outros).
A partir da produção calculada para empreendimentos que utilizam a rocha como
revestimento, pode-se estimar que as perdas na forma de retalhos de pedra sejam
da ordem de 100.000 m2/mês, ou 5.500 t/mês, cerca de 1/3 disso (1.800 t/mês),
apenas no Município de São Paulo (MELLO, 2004).
O acabamento final das chapas e placas, a produção de peças e ladrilhos
personalizados e outros serviços, caracteristicamente desenvolvidos pelas
marmorarias, geram resíduos dos quais, a maior parte, são fragmentos de diversos
tipos de rochas.
Trata-se de “granitos”, nas suas diferentes classificações petrográficas, e
“mármores” de diferentes tipos, além de ardósias, arenitos, quartzitos e outros. São
materiais com boa qualidade tecnológica e grande possibilidade de reciclagem.
Os tipos utilizados pelas marmorarias variam de acordo com fatores como: moda,
necessidades sazonais, porte da marmoraria e sua disponibilidade de materiais,
preços etc., o que acarreta em uma heterogeneidade dos resíduos produzidos.
Os resíduos apresentam formas irregulares e tamanhos variados, limitado à
espessura das chapas utilizadas, que varia, normalmente de 1 cm a 3 cm,
resultantes de quebras e recortes que ocorrem durante a industrialização das
chapas e que são descartados e dispostos, muitas vezes, de forma irregular.
Essas sobras, passíveis de serem britadas, gerariam agregados com grande
potencial de utilização na elaboração de concretos de cimento Portland.
Tendo em vista os impactos ambientais causados pelo descarte desses
materiais, bem como a necessidade do atendimento às novas políticas de gestão de
resíduos sólidos, em elaboração ou implantação nos níveis de decisão municipal,
estadual e federal, neste trabalho, foi experimentalmente testado um procedimento
2
para aproveitamento dos resíduos pétreos de marmorarias, com vista ao seu uso
como agregado para concreto de cimento Portland.
1.1 Objetivo
O objetivo deste trabalho foi verificar o aproveitamento de resíduos pétreos de
marmorarias do município de São Paulo, na produção de agregados para concreto
de cimento Portland, obtidos a partir de sobras geradas na rotina de trabalho dessas
empresas.
Para tal, a partir de um levantamento expedito da produção e manuseio de
resíduos pétreos, foram amostrados e caracterizados os materiais de marmorarias
selecionadas.
Após britagem, o agregado gerado foi submetido a diversos ensaios de
caracterização tecnológica, que servem para avaliar as qualidades dos agregados
produzidos de pedras convencionais britadas comumente utilizados na construção
civil.
Foi elaborado concreto de cimento Portland visando o conhecimento das
principais propriedades e aplicações deste produto.
1.2 Justificativa
Estima-se que existam cerca de três mil marmorarias operando no Estado de São
Paulo e que mais de mil estejam localizadas na Capital. Igualmente, estima-se que
seja gerada quantidade de resíduos, passível de aproveitamento.
(MELLO, 2004).
Identificar as marmorarias da cidade de São Paulo, conhecer sua distribuição,
os tipos de materiais rochosos utilizados e os conseqüentes volumes de resíduos
produzidos, servem como subsídio para estudos de aproveitamento.
Vislumbra-se que o aproveitamento desses resíduos como agregados, graúdo
e miúdo, deva encontrar mercado consumidor no município de São Paulo podendo
beneficiar empreendimentos sociais de baixo custo e tornar-se matéria prima para
peças pré-moldadas.
Estima-se que, o custo de produção do agregado de resíduos de
marmorarias, seja inferior ao dos agregados produzidos de pedras convencionais
britadas disponíveis no mercado, uma vez que não abrigam gastos elevados para a
3
produção, com desmonte de rochas, aquisição e manutenção de máquinas e
equipamentos pesados, transportes (dentro das pedreiras), entre outros, necessários
para a extração e produção da pedra convencional britada.
O custo de britagem para a produção da brita convencional granítica, gira em
torno de R$ 12,00/m3, conforme informação do Depto. de Aplicação e Vendas da
empresa METSO (fabricante de equipamentos para britagem).
O presente trabalho enfoca a utilização de materiais de boa qualidade
tecnológica, na forma de aparas ou retalhos de rochas de revestimento, que, após
britagem, constituem agregados que podem ser utilizados na composição de
concretos de cimento Portland.
A fragmentação dos resíduos de marmorarias, a execução de ensaios
tecnológicos nos agregados gerados, permite conhecer algumas características da
brita gerada e a sua comparação com algumas características disponíveis de pedras
convencionais britadas.
Valores de características físicas e mecânicas especificadas em normas, para
a utilização de resíduos da construção civil, servem de referencial para comparação
com os apresentados pelos resíduos pétreos.
Os resíduos sólidos de construção e demolição, já tem sido aproveitados com
a aplicação das recomendações da norma (ABNT, 2004e), que define os critérios
para execução de camadas de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentos,
bem como, camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduo
sólido da construção civil, denominado “Agregado Reciclado”, em obras de
pavimentação.
Também tem sido aplicada a norma (ABNT, 2004f) – “Agregados reciclados
de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de
concreto sem função estrutural – Requisitos”.
4
2 APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS PÉTREOS E DE CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO
O aproveitamento de resíduos para uso em construção é praticado desde o
Império Romano e Grécia Antiga. Há relatos de uso de restos de telhas, tijolos e
utensílios de cerâmica como agregado graúdo em concretos rudimentares
(SANTOS, 1975).
Aplicavam-se, também, estes resíduos, moídos, como aglomerantes, com
aproveitamento das propriedades pozolânicas dos materiais cerâmicos. No século
passado, na Alemanha, foram usados restos de blocos de concreto para a produção
de artefatos de concreto.
As grandes catástrofes e as guerras acabaram, por muitas vezes, destruindo
as cidades e tornando-as verdadeiras ruínas, um monte de escombros. A grande
quantidade de material aliada à necessidade de moradias e infra-estrutura, somado
à escassez de recursos, acabaram por levar ao desenvolvimento de técnicas de
reciclagem para o uso do material que ali estava (LIMA,1999).
Por milhares de anos, as rochas tem sido usadas como material de
construção, principalmente como estrutura das edificações. A partir do início do
século XX, porém, passaram a ser aplicada no revestimento de estruturas em
concreto e aço, além das alvenarias.
A produção de rochas ornamentais engloba, a extração dos blocos, o
esquadrejamento e serragem para obtenção de chapas e, finalmente, a realização
do acabamento desejado (polimento, levigamento, flamagem, apicoamento,
jateamento, etc.). Após o acabamento, as rochas recebem os cortes para o uso final;
placas para tampos, ladrilhos, arte funerária etc.
Ao se aplicar na rocha qualquer tipo de insumo no acabamento, o valor
agregado da mesma aumenta.
Para que se possam retirar valores maiores, desde a extração da rocha na
jazida até seu uso final, é necessário que a mesma tenha, além da beleza - fator
preponderante na escolha do material -, características tecnológicas (físicas e
mecânicas), que permitam sua utilização como material de revestimento.
5
Os resíduos pétreos fazem parte do material que é descartado pelas
marmorarias, cuja destinação é a mesma dada aos resíduos de construção e
demolição, muitas vezes
feita de maneira desordenada, sendo lançados em córregos, à beira de estradas, em
aterros sanitários etc..
Há diversos estudos sobre o aproveitamento de resíduos de construção e
demolição, e é com base nesses estudos, normas e especificações, que foi traçado
este estudo para o aproveitamento dos resíduos pétreos de marmorarias.
A busca de base tecnológica para sua utilização na construção civil, na forma
de agregados, decorre da possibilidade que isto traz de emprego quase direto
desses materiais, ainda pouco pesquisada no Brasil. A esse respeito, a bibliografia
especializada revela ainda poucos estudos para uso dos resíduos da serragem de
“granitos” e “mármores” como complemento para produção de concreto e a
utilização do resíduo de corte de mármore e granito em argamassas de revestimento
e confecção de lajotas para piso. Na análise dos resultados encontrados na
literatura, sobre os resíduos das indústrias de mármore e de corte de granito, estes
autores concluíram que não apresentam riscos ambientais, e que sua utilização
como adição em concretos é viável tecnicamente (GONÇALVES; MOURA, 2002).
As aplicações, no entanto, variam conforme o país, em função de
características particulares como oferta de materiais de construção e resíduos,
disponibilidade de locais para disposição e rigor das normas relativas a materiais
utilizados na construção civil (LIMA, 1999).
Os resíduos oriundos da construção civil (entulho), embora não sejam
considerados tóxicos, assustam pelo seu volume crescente e requerem medidas
imediatas. O problema de escassez de áreas adequadas para a sua disposição que,
com o crescimento metropolitano vêm se tornando cada vez mais remotas; pode ser
atenuado, visto que o entulho pode ser reciclado, gerando elementos construtivos
(CINCOTTO, 1983).
Os resíduos originários da construção civil, em quantidade significativa ante
aos outros tipos de resíduos, têm sido ultimamente estudados quanto à sua
utilização como agregados para concretos, como em blocos não estruturais, ou
diretamente em sub-base de vias públicas. Municípios como São Paulo, Santo
André, Belo Horizonte e Jundiaí tiveram iniciativas nesse sentido (HAMASSAKI et al,
1997; CIOCCHI, 2003).
6
Uma outra tendência igualmente interessante é a utilização do agregado
miúdo em argamassa de alvenaria, composto de areia natural e reciclada, de
resíduos de argamassa, blocos de concreto, tijolos e blocos cerâmicos. Uma
característica deste sistema é a de que o resíduo é processado e utilizado, em geral,
no próprio local onde é gerado; tendo-se a vantagem de se poder controlar a
qualidade do resíduo e, portanto da areia reciclada (HAMASSAKI et al, 1997).
Na Europa, a realidade dos resíduos de construção e sua reciclagem, é
semelhante à brasileira em muitos aspectos. Boa parte do resíduo produzido devido
a características como composição, teor de contaminantes e a falta de conhecimento
é aterrado ou aplicado em usos simplificados; as aplicações simplificadas do
reciclado inibem o estabelecimento de normas mais rigorosas que permitam usos de
maior qualidade (RAMONICH,1997).
Nas últimas décadas, principalmente por razões ambientais e econômicas,
vários países vêm adotando a reciclagem, realizada por empresas particulares ou
públicas, podendo ser citados: Holanda, Dinamarca, Estados unidos, Japão, França,
Itália, Espanha, Reino Unido, Rússia e mais recentemente o Brasil.
Há países em que os agregados produzidos são adequados à aplicação em
concreto estrutural, como Holanda (HANSEM, 1992).
A aplicação de reciclados, na Europa, bem como no Brasil, é em
pavimentação, mas as aplicações em concretos são promissoras devido a alguns
fatores, conforme RAMONICH (1997):
a) Há uma compreensão de que se devem reservar os agregados naturais
para usos mais nobres, como concreto de alta resistência, concreto
protendido e outros. Assim, é preferível que os concretos de menor
responsabilidade estrutural sejam elaborados com agregados reciclados; e
b) Cerca de 80% do concreto utilizado na Europa necessita de resistências à
compressão entre 20 MPa e 25 MPa, plenamente alcançáveis com o
agregado reciclado.
Um dos maiores desafios que nossa sociedade tem que enfrentar é a
proteção do meio ambiente. Processos de reaproveitamento e reciclagem tendem a
trazer inúmeros benefícios, como redução de custo de produção e diminuição do
consumo de matérias primas naturais e de consumo energético.
7
2.1 Legislação, Normalização e Conceitos
A conceituação e a proposição de procedimentos para gestão de resíduos
sólidos têm sido objeto de ações recentes, de diversos órgãos governamentais
brasileiros. Por isso, embora aparentemente similares, ainda não há uniformidade
nos conceitos, o que muitas vezes confunde os interessados.
A ABNT (2004b), “Resíduos sólidos: classificação”, estabelece a classificação
dos resíduos e envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem
e a de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com
listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é
conhecido.
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do
resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os
insumos e o processo que lhe deu origem.
Os resíduos, segundo ABNT (2004b), são distinguidos em duas classes: I –
perigosos; II – não perigosos (Classe II A, não inertes e Classe II B, inertes).
• Resíduos classe I – Perigosos
São aqueles que apresentam periculosidade, que é a característica
apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:
a) Risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuado seus índices;
b) Risco ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada;
c) Inflamabilidade, se uma amostra representativa do resíduo apresentar:
Ponto de fulgor inferior a 60oC;
Não ser líquida e capaz de produzir fogo por fricção ou por absorção
d’água ou alterações químicas;
Material que pode liberar oxigênio e, como resultado, estimular a
combustão e aumentar a intensidade de fogo em outro material;
Ser um gás comprimido inflamável;
d) Corrosividade, se apresentar pH inferior a 2,0 ou superior a 12,5;
e) Reatividade, quando uma amostra representativa pode ser instável e
reagir violentamente sem detonar, ou gerar gases, vapores tóxicos etc.;
8
f) Outros (quanto à toxidade), e diversos agentes patogênicos.
• Resíduos classe II – Não perigosos
• II A – Não inertes
São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos de
classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes, nos termos da
norma. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais
como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
• II B – Inertes
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, e
submetidos a um contato dinâmico com água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, não tiverem nenhum, de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
As diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil foram estabelecidos na Resolução 307 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA (2002).
O Artigo 1o estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a
minimizar os impactos ambientais:
• Resíduos da construção civil: provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de
obras, caliça ou metralha;
• Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento
de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a
aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários
ou outras obras de engenharia;
9
• Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem
transformação do mesmo;
• Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter
sido submetido à transformação;
• Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo a operações e/ou
processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam
que sejam utilizados como matéria-prima ou produto.
Nessa Resolução, os resíduos são separados em quatro classes: A, B, C e D.
A Classe A congrega aqueles reutilizáveis ou recicláveis como agregados,
tais como:
resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e
de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos, argamassa e concreto;
de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto produzidas nos canteiros de obras.
Os resíduos de Classe A (artigo 10º) deverão ser reutilizados ou reciclados na
forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção
civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Os
resíduos de marmorarias não estão especificamente contemplados na Resolução
307, mas, pelas suas características, podem se enquadrar na Classe A.
Já os da Classe B, entendidos como resíduos recicláveis para outras
destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros,
abrangeriam os finos de serragem e polimento especialmente de serrarias.
Na Classe C, encontram-se os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/
recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso.
Os da classe D são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundo de
demolições, reforma e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros.
10
O artigo 1o estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a
minimizar os impactos ambientais.
O artigo 2º dessa Resolução conceitua como os geradores de resíduos “as
pessoas físicas ou jurídicas e entidades públicas ou privadas, responsáveis por
atividades ou empreendimentos que geram os resíduos aí definidos”, indicando que
“os geradores deverão ter como objetivo prioritário à não-geração de resíduos e,
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final” (artigo
4o ).
A regulamentação que trata das características de materiais que podem ser
utilizados como agregado em diversas aplicações na construção civil são
basicamente estabelecida pela ABNT e CONAMA.
Agregado é conceituado segundo a ABNT (2005) como sendo produtos de
origem natural, fragmentados ou resultantes da britagem de rochas e segundo ABNT
(2004a) como sendo material granular inerte com dimensões e propriedades
adequadas para a preparação de argamassa e concreto. São subdivididos em:
a) Agregado miúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura
de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de
0,075 mm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT (2003d) com
peneiras definidas pela ABNT (1997). Conceito de mesmo teor da ABNT
(2004a);
b) Agregado graúdo: Agregado cujos grãos passam pela peneira com
abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de
malha de 4,75 mm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT (2003d)
com peneiras definidas pela ABNT (1997).
Composição granulométrica é conceituada pela ABNT (2004a) como sendo a
distribuição percentual, em massa, das várias frações dimensionais de um agregado
em relação à amostra total. É expressa pela porcentagem individual ou acumulada
de material que passa ou fica retido nas peneiras da série normal e intermediária.
11
2.2 Projetos Relativos a Resíduos no Estado de São Paulo
Relativamente ao Estado de São Paulo, estão em tramitação na Assembléia
Legislativa o anteprojeto de “Política estadual de resíduos sólidos” (ALESP, 2004a) e
o projeto de lei no 611, intitulado “Disciplina da gestão de resíduos sólidos urbanos,
no âmbito do Estado de São Paulo, e das providências correlatas” (ALESP, 2004b).
O anteprojeto de política estadual, no artigo 7º (Capítulo III), enquadra os
resíduos sólidos em quatro categorias.
I. Resíduos urbanos, os provenientes de residências, estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços, da varrição, de podas e limpeza de
vias, e outros.
II. Resíduos industriais: “os provenientes de atividades de pesquisa e de
transformação de matérias-primas e substâncias orgânicas em novos
produtos, por processos específicos, bem como os provenientes das
atividades de mineração e extração, de montagem e manipulação de
produtos acabados e aqueles gerados em áreas de utilidade, apoio,
depósito e de administração das indústrias e similares”.
III. Resíduos de serviços de saúde: de natureza médico-assistencial humana
ou animal.
IV. Resíduos especiais: por suas propriedades intrínsecas, exigem sistemas
especiais de acondicionamento, coleta, transporte etc..
No projeto de lei no 611 (ALESP, 2004b) ”Disciplina a gestão dos resíduos
sólidos urbanos, no âmbito do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas.”.
O artigo 1o disciplina a gestão dos resíduos - adequação, coleta seletiva,
valorização por reutilização, redução da produção de resíduos, regeneração de
espaços degradados etc.
O artigo 2o conceitua os resíduos sólidos urbanos, como “qualquer substância
ou objeto pertencente a uma das categorias que se encontram no artigo 3º, de que
seu possuidor se desprenda ou tenha a intenção ou a obrigação de desprender-se”,
além de termos relativos a pessoas e processos referentes aos resíduos.
O artigo 3o conceitua os resíduos como aqueles produzidos como
conseqüência das seguintes atividades e situações:
I - ordem doméstica,
II - gerados pelo comércio, escritório e serviços,
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III - limpeza de vias públicas,
IV - resíduos de feiras, mercados, etc.,
V - móveis e eletrodomésticos.
O artigo 4o impõe prazos para coleta e destinação dos resíduos
Os resíduos de rocha das serrarias e marmorarias se encaixariam como
“os resíduos gerados pelo comércio, escritórios e serviços”.
13
3 MÉTODO DE TRABALHO
Para o presente trabalho foram separados os seguintes grupos com
diferentes composições de rochas:
Grupo I, composto por ““granitos”, “mármores” e ardósias
Grupo II, composto somente por “granitos” e “mármores” e
Grupo III, composto por “granitos”, “mármores”, ardósias, quartzitos e
“mármores telados”, objeto dos estudos de caracterização tecnológica.
O agregado gerado na britagem das amostras, respeitado o porcentual de
rochas recebidas que, constituíram os Grupos I e II, após britagem tiveram seus
agregados somente utilizados na elaboração de concretos de cimento Portland.
A amostra do Grupo III, constituída de aproximadamente 400 kg de resíduos,
representativo do porcentual das amostras recebidas, por porcentagem e tipos e que
contempla em sua composição a maioria das rochas recebidas, tiveram seus
agregados submetidos a ensaios tecnológicos e elaboração de concretos.
Para tanto, estabeleceu-se um roteiro de trabalho apresentado na
Figura 1.
14
Figura 1 – Roteiro utilizado para caracterização dosresíduos pétreos e do concreto elaborado.
Levantamento da situaçãoatual das marmorarias
Amostragem dos resíduos
Separação, classificação e pesagem
Composição das amostras
Caracterização Tecnológica
G I G II G III
Britagem
Elaboração de concretos
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3.1 Levantamento de Resíduos Pétreos em Marmorarias
Foi efetuada pesquisa junto a marmorarias e correlatos (depósitos de chapas,
representantes, etc.) para um levantamento da situação vigente em relação aos
resíduos pétreos. Esta compreendeu investigar marmorarias encontradas no site da
companhia telefônica local e na lista de anunciantes, obtendo-se endereços e
telefones de um rol de 236 empresas (Apêndice A).
Todas foram contactadas, por telefone, para explanação das razões da pesquisa
e solicitação da colaboração no levantamento pretendido. Dessas, 105 se
prontificaram a responder o questionário (Apêndice B).
Dos 105 questionários enviados, foram obtidas 25 respostas (23,8% das
consultadas), cujas respostas serão discutidas no decorrer do texto (Capítulo 4, ítem
4.1).
3.2 Amostragem
Constou de recolher aproximadamente 1.900 kg de materiais considerados
resíduos, decorrentes da rotina de três marmorarias, compostos por fragmentos de
vários tipos de rochas de formas e tamanhos diversos.
As marmorarias objeto da amostragem e fornecedoras dos resíduos foram:
1 – Amazonas - Mármores e Granitos Ltda;
2 – Granistilo - Mármores e Granitos Ltda;
3 – Clodomar - Mármores e Granitos Ltda.
3.3 Ensaios de Caracterização Tecnológica
Os ensaios e análises realizados seguiram as normas relacionadas na
Tabela 1, a seguir.
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Tabela 1 – Ensaios e normas técnicas adotados.
NORMA ENSAIOS
ABNT NBR NM 248/2003 (ABNT, 2003d) Composição granulométrica
ABNT NBR 7211/05 (ABNT 2005) Dimensão máxima característica, módulode finura
ABNT NBR 9938/87 (ABNT, 1987f) Esmagamento
ABNT NBR NM 51/01 (ABNT, 2001b) Abrasão Los Angeles
ABNT NM 30/00 (ABNT, 2000) Absorção d’água (agregado miúdo)
ABNT NM 52/03 (ABNT, 2003b) Massa específica, massa específicaaparente (agregado miúdo)
ABNT NM 53/03 (ABNT, 2003c)Absorção de água, massa específica,massa específica aparente (agregadograúdo)
ABNT NBR NM 46/2003 (ABNT, 2003a)Determinação do material fino que passaatravés da peneira 75 µm, por lavagem
ABNT NBR 6954/89 (ABNT 1989) Determinação da forma do material
ABNT NBR 7809/83 (ABNT 1983b) Índice de forma
ABNT NBR 7389/92 (ABNT, 1992e) Apreciação petrográfica de materiais parautilização como agregado em concreto
ABNT NBR 9774/87 (ABNT, 1987b) Reatividade Potencial – Método Químico
ASTM C 1260/94 (ASTM, 1994a) Reatividade potencial – Método de Barras
DNER ME - 89/94 (DNER, 1994)Avaliação de agregados pelo emprego desoluções de cloreto de sódio ou sulfato demagnésio – Sanidade
17
3.4 Principais características dos ensaios adotados.
São sintetizados a seguir os aspectos mais importantes dos ensaios e
propriedades listadas na Tabela 1, conforme Frazão (2002).
Os ensaios de sanidade, massa específica, absorção e índice de vazios,
reatividade potencial método de barras e a confecção dos corpos-de-prova de
concreto, foram realizados no Laboratório de Concreto; o ensaio de reatividade
potencial método químico, foi realizado no Laboratório de Química dos Materiais; e o
de desgaste “Amsler”, no Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos,
todos pertencentes à DEC - Divisão de Engenharia Civil do IPT - Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
Os demais ensaios foram realizados no Laboratório de Petrologia e Tecnologia
de Rochas, do AER - Agrupamento de Engenharia de Rochas, da DIGEO - Divisão
de Geologia, também do IPT.
3.4.1 Composição granulométrica
Devido ao fato das rochas que se destinam à elaboração de concreto de cimento
Portland serem usadas na forma granular, a distribuição granulométrica dos
fragmentos tem um importante papel, pois influirá na compacidade dos agregados,
resultando em maior ou menor índice de vazios. O índice de vazios resultante
influirá, por sua vez, na compacidade do concreto, na estrutura do pavimento etc.
Um menor índice de vazios implicará na maior economia de ligante (cimento e
betume) e menor permeabilidade. Estes fatores serão influenciados, ainda, pela
forma dos fragmentos, e pela rugosidade da superfície destes.
A composição granulométrica é expressa pela proporção relativa, em
porcentagem, dos diferentes tamanhos dos fragmentos que constituem o total do
material.
Pode ser aberta (com distribuição dos grãos variando gradativamente entre
extremos) ou fechada (com distribuição de grãos em faixas estreitas de dimensões).
A técnica usada para determinação da composição granulométrica é feita por
peneiramento. As peneiras normalmente utilizadas no Brasil são de malhas
quadradas, seqüenciadas pelos tamanhos das suas aberturas ordenadas em
progressão geométrica de razão 2.
A seqüência normalmente adotada estabelecida pela ABNT NBR 248/03d
constitui-se das seguintes aberturas:
18
Normal: 75 mm, 37,5 mm, 19 mm, 9,5 mm, 4,75 mm, 2,36 mm, 1,18 mm,
600 µm, 300 µm e 150 µm.
Intermediária: 63 mm, 50 mm, 31,5 mm, 25 mm, 12,5 mm e 6,3 mm. Serve
como auxiliar a elaboração da curva granulométrica.
Além da distribuição dos grãos a composição granulométrica permite obter
dois parâmetros importantes: a dimensão máxima característica e o módulo de
finura.
3.4.1.1 Dimensão máxima característica
A dimensão máxima característica é um parâmetro obtido na análise
granulométrica e é a dimensão correspondente à abertura da malha na qual ocorre
5% do material retido acumulado, ou valor imediatamente inferior. A dimensão
máxima pode, às vezes, corresponder a de uma peneira intermediária.
3.4.1.2 Módulo de finura
O módulo de finura (MF) é um número correspondente à soma da
porcentagem retida acumulada dividida por 100. No cálculo do módulo de finura não
entram as porcentagens retidas nas peneiras intermediárias. Pode ser interpretado
como sendo a dimensão média ponderada da peneira da série normal na qual o
material é retido.
Apesar de diferentes distribuições granulométricas poderem fornecer um
mesmo valor de módulo de finura, este é um parâmetro útil na avaliação da
distribuição granulométrica dos fragmentos. Através do módulo de finura, pode-se,
por exemplo, estimar em qual zona de utilização (ótima ou utilizável) se encaixa o
agregado miúdo.
Esses intervalos são dados por um diâmetro máximo e por um diâmetro
mínimo, sendo este relativo à abertura da peneira a qual corresponde uma
porcentagem retida igual ou imediatamente superior a 95%. Os limites
granulométricos podem ser encontrados na ABNT (2005).
3.4.2 Material fino
O material fino, também chamado de pulverulento, é a fração granulométrica
menor que a abertura da malha da peneira de 0,075 mm, pode ocorrer revestindo as
19
partículas ou dispersas nos agregados. É determinado previamente ao
peneiramento a seco na determinação da composição granulométrica.
Para que haja uma maior eficiência na separação das partículas, deve-se
executar o peneiramento a úmido.
A presença desse material na composição do concreto faz com que seja
necessária uma quantidade maior de água de amassamento, influenciando a
trabalhabilidade e podendo reduzir sua resistência à compressão e ao desgaste.
3.4.3 Esmagamento
O ensaio de esmagamento visa verificar o quanto um conjunto de fragmentos
pode desagregar, acondicionados num cilindro rígido de metal, quando submetidos a
cargas de compressão. O resultado obtido por meio da produção de finos e de
fragmentos quebrados permite prever o comportamento do agregado ao compor um
concreto de cimento Portland ou betuminoso.
3.4.4 Abrasão “Los Angeles”
Os materiais rochosos, na forma granular, destinados ao uso como agregado
para concretos (de cimento Portland ou betuminosos), poderão estar sujeitos ao
desgaste e ao impacto, tanto na fase de preparação como nas solicitações de
tráfego.
O ensaio de abrasão ”Los Angeles” simula situações para verificar um maior
ou menor grau de resistência do agregado graúdo ao desgaste e impacto, quando
em uso.
3.4.5 Massa específica
A massa específica da rocha que compõe o agregado tem importância no
cálculo do traço do concreto e na avaliação do peso que o agregado confere a uma
dada estrutura. Reflete também o estado de sanidade do material, pois rochas
alteradas tendem a apresentar massa específica menor que no estado são.
Constitui-se, pois, num dos critérios para diagnosticar a qualidade tecnológica do
agregado.
20
3.4.6 Porosidade
A porosidade da rocha influi na resistência do agregado e da placa de
revestimento. Influi também na quantidade de água para confeccionar o concreto,
pois é fator determinante no grau de absorção.
Uma rocha que apresente alta porosidade poderá, portanto, acarretar alta
absorção de água e, com isso, deverá conduzir a um maior consumo de água e de
cimento na elaboração do concreto. A alta porosidade da rocha poderá, ainda,
propiciar ataque dos seus minerais pela própria água ou por outros agentes
químicos, uma vez que a área de contato solução-mineral é grande. Os valores da
absorção d’água e porosidade são bem correlacionáveis com os de resistência
mecânica. Pode-se dizer que, para um mesmo tipo petrográfico, os valores de
resistência mecânica decrescem à medida que a porosidade e absorção d’água
aumentam.
3.4.7 Absorção d’água
É a capacidade que a rocha tem de absorver e reter água ou outro líquido
qualquer em seus poros. Agregados com uma alta capacidade de absorção podem
influir na definição do teor de água necessário para estabelecer um dado traço para
o concreto de cimento Portland.
3.4.8 Forma
Na caracterização tecnológica de agregados, uma das propriedades
importantes que deve ser conhecida é a forma apresentada pelos seus fragmentos.
Quando são obtidos por processos de fragmentação mecânica de rochas
(britagem), o material resultante tem formas e tamanhos variados, pois a estrutura
da rocha, além das condições de britagem, exerce influência marcante na forma dos
fragmentos. Uma estrutura “maciça” , como a apresentada pelos basaltos
compactos, determina uma maior freqüência de forma cúbica no material britado.
Entretanto, em rochas com estrutura xistosa, como alguns gnaisses e quartzitos, o
produto britado, comumente, apresenta formas alongadas e lamelares.
A determinação da forma do fragmento de rochas pode ser feita de diversas
maneiras, sendo a mais comum a técnica de medir o comprimento (A), a largura (B)
e a espessura (C) do fragmento de acordo com a norma NBR 6954/81.
21
Essas três dimensões, quando relacionadas duas a duas, ou seja,
largura/comprimento e espessura/largura, são usadas para a classificação dos
fragmentos em quatro grupos distintos com respeito à forma: cúbica (ou esférica),
lamelar (ou achatada), alongada (ou prismática) e alongada-lamelar.
Pode-se também obter o índice de forma pelo valor da relação
comprimento/espessura, utiliza-se a norma para agregados, onde são medidas as
dimensões; comprimento, largura e espessura de 200 fragmentos, com as
proporções ponderadas em função da granulometria da amostra. (ABNT, 1983b)
Se o comprimento se aproxima da espessura, o fragmento tende a cúbico;
caso contrário, o fragmento tende a achatado.
3.4.9 Apreciação petrográfica
Após determinação da composição granulométrica, o material retido em cada
peneira, até a peneira de malha 0,15 mm, é analisado em microscópio
estereoscópico com o intuito de verificar a composição petrográfica e mineralógica
do material. Desta forma, o material de cada fração é homogeneizado e quarteado
até obter uma quantidade de grãos manipulável sob o microscópio.
Ao microscópio, os grãos são separados conforme sua natureza
mineralógica/petrográfica, agrupados e contados até aproximadamente 500 grãos
por fração. Observa-se: estrutura, textura, estado de alteração, forma, classificação
tecnológica dos grãos (inócuos, deletérios, potencialmente deletérios ou friáveis),
esfericidade, arredondamento e textura da superfície do grão (rugoso, polido ou
fosco).
Após contagem, faz-se o cálculo de porcentagem de cada grupo mineral e/ou
petrográfico, e conjugado com os resultados da composição granulométrica, estima-
se a composição principal ou dominante do material.
3.5 Ensaios em Concreto
Alguns ensaios são feitos no concreto endurecido, procuram simular situações de
agressões intempéricas, as quais o concreto poderá vir a ser submetido.
22
3.5.1 Reatividade potencial (métodos químico e de barras)
Estes ensaios tem por finalidade verificar a reatividade potencial de agregados
com álcalis do cimento, através da reação entre solução de hidróxido de sódio com o
agregado.
O ensaio de reatividade método químico é usado para uma caracterização
expedita do material, verifica a reatividade potencial de agregados com álcalis de
cimento Portland. Consiste em preparar o agregado até uma fração retida na malha
0,15 mm e colocá-lo em contato com solução de hidróxido de sódio 1 N, durante
24 horas à temperatura de 80oC, para verificar a sílica reativa solubilizada e a
variação do PH da solução e a alteração da redução da alcalinidade.
Os resultados classificam os agregados em inócuos, potencialmente reativos e
reativos, num gráfico pré-estabelecido.
A finalidade do método por barras é a mesma, porém são confeccionados barras
de argamassa com os agregados, colocados dentro de uma solução de NaOH, por
períodos que vão de 14 dias a até 6 meses. Avaliações periódicas devem ser feitas
para verificar o grau de integridade das barras (fissuras, manchas, desagregações
etc.), podem ser provocadas pela expansão das barras de argamassa
3.5.2 Durabilidade do agregado pelo emprego de soluções de sulfato de sódio
ou de magnésio (sanidade)
Este ensaio simula as reações que podem ocorrer com agregados dentro do
concreto e sua desagregação, pelo ataque químico de soluções saturadas de sulfato
de sódio ou de magnésio.
Os sais, quando em contato com certos minerais, acabam reagindo e formando
outros minerais, que aumentam de volume, expandem e tendem a provocar fissuras
no concreto, provocam também mudanças na pega e no endurecimento do concreto
de cimento Portland, além de promover sua deterioração.
23
4 CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DOS RESÍDUOS AMOSTRADOS
4.1 Panorama dos Resíduos Pétreos nas Marmorarias Pesquisadas
Para a elaboração do presente trabalho, tornou-se necessário, um levantamento
da quantidade e distribuição das marmorarias existentes em São Paulo, para
conhecimento da quantidade e tipo de resíduos produzidos e para obtenção de
outras informações pertinentes e necessárias à boa condução do trabalho.
Como já relatado foram catalogadas 236 marmorarias (Apêndice C). Destas, cuja
localização encontra-se na Figura 2, 105 se dispuseram a fornecer informações
solicitadas por meio de questionário enviado (Apêndice B), e que resultou em 25
respostas (23,8% do universo consultado).
A pesquisa feita indicou que, atualmente, todas as empresas descartam os
resíduos pétreos que geram. Poucas (12%) possuem algum procedimento para
aproveitamento dos resíduos antes do descarte e apenas 40% sabem o destino que
é dado aos resíduos que geram.
O volume de caçambas geradas varia de 0,3/mês a 16/mês, cuja destinação é
a mesma dada aos resíduos de construções e demolições, aterros sanitários e lixões
são os locais em que são depositados esses materiais.
A Foto 1 exemplifica os resíduos pétreos em uma marmoraria.
Foto 1 – Disposição dos resíduos pétreos na marmoraria.
24
Figura 2– Localização das marmorarias contactadas na cidade de São Paulo.
25
4.1.1 Resultados da pesquisa
As principais características do gerenciamento e aproveitamento dos resíduos
das marmorarias consultadas estão ilustradas na Figura 3.
Hä algum procedimento de reciclagem,antes do descarte?
88%
12%
Sim Não
Conhece o percentual do material?
44%
56%Granitos
Sim Não
Separaria os materiais, se necessário?
8%
68% 24%
Sim Não Não souberam
Tem conhecimento do destino dosresíduos gerados?
40%
60%
Sim Não
Figura 3 – Ilustração gráfica dos resultados obtidos do questionário enviado às marmorarias.
Ressalta-se que a maior parte dos resíduos é descartado, sendo que a maioria
desconhece sua destinação.
O volume gerado varia de cerca de 4 m3 /mês a 64 m3/mês, o que nos permite
estimar cerca de 600 m3/mês, somente das 25 marmorarias que responderam o
questionário.
Mesmo que comparativamente muito menor que o volume gerado pelos resíduos
de construção e demolição, é significativa e justifica a pesquisa realizada.
26
4.2 Classificação dos Resíduos Pétreos Amostrados
Para a realização do estudo, constituintes rochosos das amostras coletadas
nas marmorarias foram selecionados, separados, pesados, classificados e
separados por marmorarias (A, B e C) e em quatro grupos comerciais:
a) “granitos” (rochas silicáticas), composto por “granitos” propriamente ditos,
gnaisses e outros materiais silicatados de textura e cores variadas;
b) “mármores” (rochas carbonáticas), composto por “mármores” e calcários,
tanto telados e como não telados (fragmentos telados: contém tela de
fibra sintética colada com resina no tardoz do fragmento);
c) ardósias; e
d) quartzitos e serpentinitos.
Este procedimento possibilitou conhecer os tipos petrográficos constituintes
dos resíduos, a quantidade e a porcentagem de cada um em relação ao total
amostrado, como demonstrado nas Fotos 2 (a, b,c, d) e 3, Tabela 2 e Figura 4.
(a) (b)
(c) (d)
Foto 2 - Aspecto dos resíduos, já separados por marmorarias (a) e (b) e por tiposrochosos: “mármore” ou “carbonáticas” (c) e ”granitos” ou “silicáticas” (d).
27
Foto 3 - Pesagem dos resíduos recebidos
Tabela 2 - Tipos petrográficos presentes nos resíduos.
Marmoraria A Marmoraria B Marmoraria CTipo de Rocha
Peso (kg) (%) Peso (g) (%) Peso (g) (%)
“Granitos” 135,7 28 503,2 49 239,8 58
“Mármores” 137,2 28 501,0 48 123,7 31
“Mármorestelados” 13,4 3 30,3 3 7,1 2
Ardósias 117,1 24 - - - -
Quartzitos 84,2 17 - - - -
Serpentinitos - - - - 34,9 9
Totais 487,6 100 1.034,5 100 405,5 100
Figura 4 – Participação dos diferentes tipos de rocha no volumetotal de resíduos
28
Os dados obtidos mostram que dos mais de 1.900 kg de resíduos
amostrados, os “granitos” são os tipos rochosos predominantes, seguidos pelos
“mármores” (tipo “Mármore Branco Espírito Santo”, “Crema Marfil”, “Carrara” e
outros).
“Mármores telados” têm uma pequena participação percentual (até 3%) e foi
incluído na caracterização para se verificar uma eventual contribuição no
desempenho do concreto.
Ardósias, quartzitos e serpentinitos são tipos rochosos que perfazem cerca de
10% dos materiais amostrados, que podem ou não estar presentes nos resíduos das
diferentes marmorarias, a depender da região, público que atende, fatores sazonais
etc.
Ardósias e quartzitos também foram incluídos na caracterização, para
aumento da margem de aproveitamento de materiais e para avaliação dos
resultados em decorrência da adição de componentes, além dos “granitos” e
“mármores”, na adequação para a fabricação de concreto.
Serpentinitos não foram utilizados devido à possibilidade de liberar minerais
fibrosos (amianto) durante o processo de britagem, o que poderia exigir
procedimentos especiais de segurança e também tornar o processo mais complexo
e oneroso.
4.3 Britagem
Duas porções constituídas de 10 kg de resíduos de rochas silicáticas e de
10 kg de rochas carbonáticas foram separadas para teste inicial de britagem.
Os materiais foram, então, processados em britador de mandíbulas, marca
Renard – Modelo 80 X 125, separadamente e, no produto resultante, foi verificada a
distribuição granulométrica do produto obtido (Tabelas 3 e 4 e Figura 5).
As peneiras utilizadas serviram apenas para gerar os pontos do gráfico e
permitir uma visualização das diferenças nas composições granulométricas das
amostras.
A finalidade foi de determinar a composição granulométrica, dimensão
máxima e módulo de finura dos materiais gerados dos resíduos por meio de uma
29
análise simplificada dos materiais; “granitos” e “mármores” constituem os maiores
volumes apresentados no material recebido e comercializados pelas marmorarias.
Tabela 3 – Composição granulométrica do produto gerado no teste inicial de britagem de“granitos”.
“GRANITOS”ABERTURA DASPENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDO (g) RETIDAS ACUMULADA
1'' 25* 0 0,0 0,0
3/4'' 19* 230 2,3 2,3
1/2'' 12,5* 4.555 44,6 46,8
3/8'' 9,5 1.460 14,3 61,1
ABNT No 4 4,75 1.850 18,1 79,2
ABNT No 8(fundo) 2,36 2.125 20,8 100,0
TOTAIS - 10.220 100,0 100,0
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 6,43 DIMENSÃO MÁXIMA 19 mm
Tabela 4 – Composição granulométrica do produto gerado no teste inicial de britagem de“mármores”.
“MÁRMORES”ABERTURA DASPENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDO (g) RETIDA ACUMULADA
1'' 25* 0 0,0 0,0
3/4'' 19* 0 0,0 0,0
1/2'' 12,5* 2.450 23,6 23,6
3/8'' 9,5 1.290 12,4 36,1
ABNT No 4 4,75 1.970 19,0 55,1
ABNT No 8(fundo) 2,36 4.660 44,9 100,0
TOTAIS - 10.370 100,0 100,0
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 5,91 DIMENSÃO MÁXIMA 19 mm
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110100
Abertura das peneiras (mm)
Po
rcen
tag
emre
tid
aA
cum
ula
da
GranitosMármores4,75 min4,75 máx9,5 min9,5 máx19 min19 máx
Figura 5 – Gráfico da composição granulométrica do material resultante das amostras de“granitos” e mármore e as zonas granulométricas 4,75 mm/12,5 mm,9,5 mm/25 mm e 19/31, 5 mm (ABNT 2005).
Pode ser observado que os “granitos” contribuíram com 79,2 % dos
agregados retidos na malha de 4,75 mm, quantidade superior à apresentada pelos
mármores (55,1%). Estes valores ficam evidenciados no módulo de finura que foi de
6,43 para os “granitos” e 5,91 para os “mármores”.
Para o presente estudo foram separados os seguintes grupos e as
composições com os mesmos porcentuais da mostrados na Tabela 2.
Grupo I – 45% de “Granitos”,
40% de “Mármores” e
6% de Ardósias;
Grupo II – 45% de “Granitos” e
40% de “Mármores”;
Grupo III – 45% de “Granitos”,
40% de “Mármores”,
6% de Ardósias,
4% de Quartzitos e
3% de “Mármores telados”
A amostra G III (totalizando aproximadamente 400 kg) foi somente submetida
a ensaios de caracterização tecnológica.
31
As amostra G I e G II foram utilizada somente na elaboração de concretos.
Foto 4 - Amostra composta para britagem
O produto obtido na britagem (Foto 5) foi quarteado, conforme ABNT (2001a)
(Foto 6), para ensaios de caracterização tecnológica do agregado.
(a) (b)
Foto 5 - Produto obtido na britagem (aspecto geral (a) e de detalhe (b)).
32
Foto 6 - Material quarteado para ensaios de caracterização tecnológica.
4.3.1 Caracterização do agregado obtido
A caracterização do agregado obtido a partir de resíduos pétreos de
marmorarias, abrangeu a realização de vários ensaios tecnológicos já listados na
Tabela 1 (Ítem 3.4): composição granulométrica, material fino, resistência ao
esmagamento, abrasão “Los Angeles”, massa especifica, porosidade, absorção
d’água, forma dos fragmentos, apreciação petrográfica e sanidade.
Ensaios para a determinação de impurezas orgânicas, torrões de argila e
partículas friáveis foram descartados, tendo em vista que uma das características do
material em estudo é ser constituído de rochas, praticamente inalteradas, que
compõem lotes de descarte sem impurezas (madeira, gesso, metais etc.).
4.4 Composição Granulométrica
A composição granulométrica do agregado reciclado foi determinada por
peneiramento, conforme ABNT (2003d), na totalidade de peneiras da série normal e
intermediária da ABNT (2005). As frações obtidas estão ilustradas na Foto 7.
33
Foto 7 - Aspecto das frações granulométricas obtidas.
As Tabelas 5, 6 e 7 apresentam os resultados do ensaio para determinação da
composição granulométrica das amostras G I, G II e G III, e a quantidade de material
retido em cada uma nas peneiras.
34
Tabela 5 – Composição granulométrica da amostra G I.
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDAS ACUMULADAS
1'' 25* 0 0
3/4'' 19 1 1
1/2'' 12,5* 36 37
3/8'' 9,5 16 53
1/4'' 6,3* 15 68
ABNT No 4 4,75 6 73
ABNT No 8 2,36 8 81
ABNT No 16 1,18 3 84
ABNT No 30 0,60 3 88
ABNT No 50 0,30 2 90
ABNT No 100 0,15 6 96
ABNT No 200 <0,15 4 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 5,67 DIMENSÃO MÁXIMA 19 mm
Tabela 6 – Composição granulométrica da amostra G II.
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDAS ACUMULADAS
1'' 25* 0 0
3/4'' 19 1 1
1/2'' 12,5* 35 36
3/8'' 9,5 18 54
1/4'' 6,3* 14 68
ABNT No 4 4,75 6 75
ABNT No 8 2,36 7 82
ABNT No 16 1,18 4 86
ABNT No 30 0,60 4 90
ABNT No 50 0,30 3 93
ABNT No 100 0,15 3 96
ABNT No 200 <0,15 4 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 5,55 DIMENSÃO MÁXIMA 19 mm
35
Tabela 7 – Composição granulométrica da amostra G III.
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDAS ACUMULADAS
1'' 25* 0 0
3/4'' 19 1 1
1/2'' 12,5* 33 34
3/8'' 9,5 17 51
1/4'' 6,3* 13 64
ABNT No 4 4,75 6 70
ABNT No 8 2,36 8 78
ABNT No 16 1,18 4 82
ABNT No 30 0,60 4 86
ABNT No 50 0,30 3 89
ABNT No 100 0,15 6 95
ABNT No 200 <0,15 5 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 5,52 DIMENSÃO MÁXIMA 19 mm
A composição granulométrica de todo o conjunto britado (Grupo III)
demonstrou que o material apresentou tendência de produzir uma quantidade maior
de agregado graúdo.
Para efeito desse trabalho, consideraram os agregados graúdo (brita) e miúdo
(areia) como definido pela ABNT (2005). O primeiro corresponde às frações retidas
na peneira 4,8 mm (no 4), conforme Tabela 7, que neste estudo (Grupo III),
corresponde à cerca de 70% do material produzido na britagem. Agregado miúdo foi
tomado como aquele passante nessa peneira, ou seja, com dimensões menores que
4,8 mm.
O agregado graúdo da amostra G III (Tabela 8 e Figura 6) exibe distribuição
muito próxima à zona granulométrica 9,5 mm/25 mm. Apenas a fração retida na
peneira de 9,5 mm (72% acumulado) está abaixo do limite mínimo de 80%
(tolerância), estabelecido pela ABNT (2005), para se enquadrar perfeitamente aos
limites e tolerâncias especificadas na zona granulométrica 9,5 mm/25 mm.
36
Tabela 8 – Composição granulométrica da fração graúda do material britado (G III).
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDAS ACUMULADAS
1'' 25* 0 0
3/4'' 19 2 2
1/2'' 12,5* 47 49
3/8'' 9,5 24 72
1/4'' 6,3* 19 92
ABNT No 4 4,75 8 100
ABNT <No 4 < 4,75 0 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 6,74 DIMENSÃO MÁXIMA 19 mm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110100
Abertura das peneiras (mm)
Po
rcen
tag
emre
tid
aac
um
ula
da
4,75/12,5 Inferior
4,75/12,5 Superior
9,5/25 Inferior
9,5/25 Superior
19/31,5 Inferior
19/31,5 Superior
Amostra
Figura 6 –- Composição granulométrica do agregado graúdo obtido (G III),comparativamente às zonas granulométricas 4,75 mm/12,5 mm, 9,5 mm/25mm e 19 mm/ 31,5 mm (ABNT, 2005).
O agregado miúdo (Tabela 9 e Figura 7) não se ajusta perfeitamente a
nenhuma das zonas granulométricas apresentadas na ABNT (2005), mas se
37
encontra dentro das zonas de referência para utilização na elaboração do concreto
de cimento Portland. Na confecção do concreto pouco influenciará, no tocante a
aumento do consumo de agregado miúdo, cimento ou água.
Tabela 9 – Composição granulométrica da fração miúda do material britado (G III).
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
ABNT (Número) (mm) RETIDAS ACUMULADAS
No 4 4,75 0 0
No 8 2,36 26 26
No 16 1,18 14 39
No 30 0,60* 13 52
No 50 0,30 10 62
No 100 0,15 21 83
< No 100 <0,15 17 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 2,62 DIMENSÃO MÁXIMA 4,8 mm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,010,1110
Abertura das peneiras (mm)
Po
rcen
tag
emre
tid
aac
um
ula
da
Agregado miúdo gerado
Superior Utilizável
Superior Ótima
Inferior Ótima
Inferior Utilizável
Figura 7 - Composição granulométrica do agregado miúdo obtido (G III), comparativamenteaos limites estabelecidos (ABNT, 2005).
38
4.5 Características Físicas e Mecânicas
Os resultados dos ensaios tecnológicos efetuados na brita obtida dos
resíduos das marmorarias estudadas (Grupo III), encontram-se na Tabela 10.
Tabela 10 – Resultados da caracterização física e mecânica da amostra G III.
Determinação AgregadoGraúdo
AgregadoMiúdo
Índice de forma (NBR 7809/83) 2,7 -
Dimensão máxima característica (mm)(ABNT NBR NM 248/2003) 19 4,8
Módulo de Finura (NBR 7211/2005) 6,74 2,63
Material fino que passa na peneira de 75 µm por lavagem (%)(NBR 7211/2005)
4,15
Absorção d’Água (%) (ABNT NM 53/03 e NM 30/00) 0,70 0,64
Massa Específica (g/cm3) (ABNT NM 53/03 e 52/03) 2,70 2,60
Massa Específica Aparente (g/cm3) (ABNT NM 52/03) - 2,56
Esmagamento (%) (ABNT NBR 9938/87) 33,4 -
Abrasão Los Angeles (%) (ABNT NBR NM 51/01) 44 -
Durabilidade à ação de sulfatos (DNER-ME 089/94) (Perda médiaponderada - %) 1,3
Os valores resultantes dos ensaios realizados refletem a heterogeneidade do
material. Na mistura de “granitos” e “mármores”, por exemplo, não prevalecem às
características dos “granitos”.
4.6 Forma
No ensaio de forma, foram determinadas as médias e freqüência dos tipos de
forma, e apurada a proporção dos diferentes grupos de rocha na amostra estuda.
(Tabelas 11 e 12).
39
Tabela 11 – Proporção dos diferentes grupos na amostra (G III) submetida ao ensaio deforma (ABNT NBR 7809/83).
Tipo litológico %
“granitos” 61,0
“mármores” 26,0
Ardósias 10,5
Quartzitos 2,5
Tabela 12 – Freqüência das formas dos fragmentos (ABNT NBR 6954/89).
Contribuição dos tipos litológicos
TIPOS DE FORMAFREQÜÊNCIA
(%) “Granitos”%
“Mármores”%
Ardósias%
Cúbica 67,5 65,7 26,0 8,4
Lamelar 25,0 55,7 29,5 14,8
Alongada-lamelar 2,5 - - -
Alongada 5,0 - - -
Demais resultados do ensaio de forma encontram-se no Apêndice A.
A amostra utilizada no ensaio de forma é composta por 61% de “granitos”,
26% de “mármores”, 10,5% de ardósias e 2,5% de quartzitos.
A forma predominante da amostra estudada é cúbica (67,5% dos fragmentos),
com 25% de fragmentos lamelares.
Os “granitos” contribuem com 66% dos cúbicos, e 56% dos lamelares, os
“mármores” com 26% dos cúbicos e 30% dos lamelares e as ardósias com
aproximadamente 8% de cúbicos e 15% de lamelares.
40
4.7 Apreciação Petrográfica
A apreciação petrográfica teve por objetivo identificar e quantificar os
diferentes tipos litológicos dos resíduos pétreos e também, avaliar o grau de
arredondamento dos fragmentos (Tabelas 13 e 14). Na Tabela 15 discriminam-se os
tipos petrográficos por fração granulométrica, ilustradas na Foto 8.
Tabela 13 - Apreciação petrográfica de agregado graúdo – G III (ABNT 1992e).
IDENTIFICAÇÃO: Interessado:
Referência: Resíduos de marmorariaProcedência: Marmorarias do Município de São Paulo
No da amostra3T
Tipos Cascalho X Pedrisco X Fragmentos de rocha X Pedra Britada
Cor: no estado seco: bege, branco e cinzaNo estado molhado: bege, branco e cinza
ESTRUTURA: Diversas
TEXTURA: Diversas
ESTADO DE ALTERAÇÃO:
X Rocha sã Rocha pouco alterada Rocha alterada
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA:
MINERAIS ESSENCIAIS
Quartzo, Feldspatos, Carbonato e mica(Detalhado na Tabela 15)
MINERAIS ACESSÓRIOS
MINERAIS CARBONÁTICOS (Reação ao HCl) PRESENTES
MINERÁIS DELETÉRIOS: não encontrados
CLASSIFICAÇÃO (TIPOPETROGRÁFICO)
Todos os tipos utilizados pela indústria de rochas ornamentais: “granitos”,gnaisses, calcários, “mármores”, quartzitos, ardósias.
PROPRIEDADES FÍSICO MECÂNICAS -
X XROCHAMUITO
COERENTE
ROCHACOERENTE
ROCHAPOUCO
COERENTE
ROCHAFRIÁVEL
FORMA DOS FRAGMENTOS/ ÍNDICE DE FORMA (para pedra britada e pedrisco
X X XLAMELAR CÚBICA ALONGADA NÃO SEAPLICA
ABNT 1983b
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS:
Vide ítem 4.6
SUGESTÕES DE ENSAIOS COMPLEMETARES:
POTENCIALIDADE DE UTILIZAÇÃO DO AGREGADO:
O agregado graúdo poderá ser utilizado na fabricação de concreto de cimento Portland.
41
Tabela 14 - Apreciação petrográfica de agregado miúdo (ABNT, 1992e)IDENTIFICAÇÃO: Interessado:
Referência: Resíduos de marmorariaProcedência: Marmorarias do Município de São Paulo
No da amostra3T
COR (AMOSTRA SECA) – Predominantemente bege, branca e cinza, com grãos de cores diversas
GRANULOMETRIA CLASSIFICAÇÃO (% em número de grãos)COMPOSIÇÃO
MINERALÓGICAPENEIRAS
(mm) RETIDA(%)
ACUMULADA(%)
INÓCUOS:
DELETÉRIOS:
POTENC:DELETÉRIOS
FRIÁVEIS::
>9,5
9,5–6,3
6,3–4,8
4,8–2,4
2,4–1,2
1,2–0,6
0,6–0,3
0,3-0,15
<0,15
26
23
9
12
5
5
4
10
6
26
49
57
70
75
80
84
94
100
77,1
82,6
85,5
97,9
97,4
92,1
87,1
95,2
-
23,0
8,8
14,1
2,1
2,2
2,0
1,2
-
0,4
0,4
7,9
10,9
3,6
-
INÓCUOS –fragmentos derocha, “granitos”,“mármores” egnaisses.
DELETÉRIOS:não encontrados
POTENCIALMENTE DELETÉRIOSFragmentos deardósias , rochaxistosa equartzitos
FRIÁVEIS – mica
%TOTAL 100 100
CLASSIFICAÇÃO (Segundo Projeto NBR 7211
ZONA ÓTIMA X ZONAUTILIZÁVEL
FORMA DOS GRÃOS (grau de arredondamento)
ARREDONDADO SUBARREDODNDADO
ANGULOSO X SUBANGULOSO X
FORMA DOS GRÃOS (grau de esfericidade)
ALTO X BAIXO
SUPERFÍCIE DOS GRÃOS:
__POLIDA __ FOSCA RUGOSA x
OBSERVAÇÕES: Por ter origem na britagem de restos de chapas polidas de diversos tipos de rochas, aamostra apresentou predominância de textura rugosa, porém alguns agregados minerais egrãos mono minerálicos apresentam uma superfície polida.
OBSERVAÇÕES ADICIONAIS:
SUGESTÕES DE ENSAIOS COMPLEMENTARES: Testes para avaliação do emprego do agregado miúdo, naconfecção de argamassas.
POTENCIALIDADE DE UTILIZAÇÃO DA AREIA: A forma dos grãos poderá influenciar na trabalhabilidade ena retração na fabricação de alguns produtos.
O agregado miúdo poderá ser utilizado na fabricação de concretos de cimento Portland.
Nota: Em todas as frações predominam fragmentos angulosos de superfície rugosa, e baixaesfericidade. Nas frações retidas nas peneiras 2,4 mm e 4,8 mm, entretanto, predominamfragmentos subangulosos.
42
Retido na peneira 19,0 mm Retido na peneira 12,5 mm Retido na peneira 9,5 mm
Retido na peneira 6,3 mm Retido na peneira 4,8 mm Retido na peneira 2,4 mm
Retido na peneira 1,2 mm Retido na peneira 0,6 mm Retido na peneira 0,30 mm
Retido na peneira 0,15 mm
Foto 8 – Aspecto do agregado miúdo (G III) observado ao microscópio
43
Tabela 15 – Ver no final do documento
44
Na apreciação petrográfica observou-se que o agregado graúdo é constituído
predominantemente de fragmentos de rocha granítica. O agregado miúdo apresenta
predominância de grãos monocristalinos, com presença de minerais friáveis e
potencialmente deletérios.
Observa-se também que as frações retidas nas peneiras de malha 0,6 mm e
0,3 mm são constituídas por 70% e 72,2% de quartzo, respectivamente, e o material
retido na peneira de malha 0,15 mm é composta por 86,1% de carbonato.
O agregado miúdo tem formas predominantemente angulosas, com baixo grau de
esfericidade, e superfície dos grãos é bastante rugosa, o que pode ser facilmente
visualizado na Foto 8.
4.8 Reatividade Potencial e Sanidade
Os resultados dos ensaios de reatividade potencial (método químico e de barras),
(Tabela 16) mostraram que o agregado (G III) é inócuo, ou seja, potencialmente não
reativo com os álcalis do cimento.
Tabela 16 - Resultados dos ensaios de reatividade potencial (método químico e de barras).
Ensaio Método Resultados
Químico InócuoReatividade Potencial
Barras 0,01% (*)
Fontes: Relatório de Ensaio IPT no 915198 e Relatório Técnico no 76454-205
(*) – Variação dimensional após 16 dias
Obs: Expansões até 0,10%, após 16 dias da moldagem, são indicativas de reatividade
inócua, na maioria dos casos;
Expansões acima de 0,20%, após 16 dias da moldagem, são indicativas de
expansões potencialmente prejudiciais;
Expansões entre 0,10% e 0,20%, após 16 dias da moldagem, incluem tanto
agregados inócuos como prejudiciais, quanto ao desempenho em campo. Para
estes agregados é particularmente importante desenvolver informações
suplementares para confirmar que a expansão é realmente devida à reação álcali-
sílica. Fontes de tais informações suplementares incluem: análise petrográfica,
análise visual dos corpos-de-prova após o ensaio e dados de serviço de campo.
45
O resultado do ensaio de sanidade (Tabela 17) mostrou que a perda média
ponderada encontra-se muito abaixo do limite especificado pela ASTM C33/2002,
que é de 12%.
Tabela 17 - Resultados do ensaio de sanidade
Ensaio Fração retida(mm)
Perda por fração(%)
Perda médiaponderada (*)
9,5 0,9 0,6
4,8 1,7 0,5Sanidade
Total 2,6 1,1
Fonte: Relatório Técnico IPT no 76454-205
(*) – Limite da especificação ASTM C-33:> 12%
46
5 APLICAÇÃO EM CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND
Por ser constituído de rochas de diversos tipos, o agregado gerado da
britagem de resíduos de marmorarias produziu um agregado heterogêneo, com uma
variação no tamanho dos fragmentos entre <0,075 mm até 19 mm, o que permite
prever um aproveitamento para uso do agregado graúdo e do agregado miúdo na
elaboração de concreto de cimento Portland.
Para isto, foram elaboradas duas simulações, para uso agregado gerado da
britagem dos resíduos pétreos: a simulação 1 objetivou a verificação da
possibilidade de aproveitamento de todo o produto de britagem “Agregado Total (T)”
e a simulação 2 verificou o aproveitamento somente da fração graúda (G), utilizando
os grãos retidos nas peneiras acima da 4,8 mm.
Foram elaborados corpos-de-prova de concreto utilizando agregados com as
seguintes composições, compostas por quantidades proporcionais à massa total:
• Amostra 1. Fragmentos de rochas do Grupo I (“granitos, “mármores” e
ardósias);
• Amostra 2. Fragmentos de rochas do Grupo II (“granitos” e “mármores”);
• Amostra 3. Fragmentos de rochas do Grupo III (“granitos”, “mármores”,
ardósias, quartzitos, e “mármores telados”.
A trabalhabilidade foi avaliada pelo ensaio de abatimento do tronco de cone –
(ABNT, 1992a).
A finalidade de elaborar concretos de diferentes grupos de composição,
apesar das pequenas variações, foi de verificar a resistência à compressão
alcançada pelos corpos-de-prova, após períodos de cura e as influências na
variação da composição das amostras em algumas propriedades do concreto (fluído
e endurecido), obtidos nessas duas simulações.
Os corpos-de-prova foram preparados com Cimento CPII F (marca Cimpor) e
água da rede de abastecimento da cidade de São Paulo (SABESP). Após 24 horas,
os corpos-de-prova foram desmoldados e acondicionados em câmara úmida, para
cura e posterior verificação da resistência mecânica, decorridos 3, 7 e 28 dias.
Devido às características do material, foi aplicado o método modificado para
dosagem racional do concreto (TORRES; ROSMAN, 1956). Esse método não faz
uso somente da curva granulométrica dos agregados, mas sim, do conjunto que se
47
obtém com a adição de areia, cimento e água, os quais são pesados e adicionados
ao agregado total de massa conhecida até a obtenção de uma massa de concreto
com a trabalhabilidade pretendida.
Para as duas simulações, a amostra utilizada, para confecção dos corpos-de-
prova de concreto, apresentou uma composição granulométrica de 70% de
agregado graúdo e 30% de agregado miúdo.
5.1 Simulações
5.1.1 Simulação 1: Agregado graúdo e miúdo (amostra total)
Para confecção dos corpos-de-prova, inicialmente foi utilizada uma areia
eólica (rosa), procedente da cidade de Bofete (SP) como agregado miúdo (areia)
para ajuste do traço, cujas características encontram-se no Apêndice D.
Foram moldados dezoito corpos-de-prova de 10 cm x 20 cm, seis corpos-de-
prova constituídos de materiais do Grupo I (Am 1T), seis corpos-de-prova com
materiais do Grupo II (Am 2T) e seis corpos-de-prova com materiais do Grupo III
(Am 3T), que foram submetidos a ensaio de compressão decorridos 3, 7 e 28 dias
de cura, após sua confecção.
Optou-se em manter a relação água cimento (0,58%) e a porcentagem de
argamassa próximas (0,54% e 0,55%).
Posteriormente a relação água/cimento, a porcentagem de argamassa e
tamanho foram fixados, como referência e assim foram confeccionados mais seis
corpos de prova de 10 cm x 20 cm com materiais do Grupo III (Am 4 T), para
comparações dos resultados no ensaio de compressão, e de corpos-de-prova
adicionais para ensaios de desgaste “Amsler”, absorção, índice de vazios e massa
específica.
Para confecção dos corpos-de-prova da amostra Am 4 T, foi utilizada uma
areia média em substituição a areia eólica. Características apresentadas no
Apêndice D. Foram mantidas as relação água/cimento e porcentagem de argamassa
utilizadas anteriormente (amostra Am 3 T) com a areia eólica. Importante fator está
nos lotes dos cimentos, que apesar de serem do mesmo tipo (CP II F) e fabricante,
foram produzidos em datas diferentes.
A Tabela 18 apresenta as características da preparação dos concretos da
Simulação 1.
48
Tabela 18 – Características da preparação dos concretos da Simulação 1.
Primeira Preparação – agregados utilizados (Traço 1: 5)
Am AgregadoGraúdo
(g)
AgregadoMiúdo
(g)
AgregadoTotal(g)
Consumode
Cimento(kg/m3)
Relaçãoágua/
cimento
Abati-mento(mm)
% dearga
massa
Densidadedo
concreto(kg/m3)
1 T - 11.300 40.640 368 0,55 80 56 2.411
2 T - 12.860 45.000 358 0,54 80 58 2.342
3 T - 13.200 48.480 367 0,55 100 58 2.401
4 T - 12.529 47.300 358 0,55 50 58 2.376
Nota: T = Agregado total (graúdo e miúdo gerado da britagem) na confecção dos corpos-de-prova
A redução da altura de abatimento do tronco de cone observada, entre as
amostras 3 T e 4 T, foi significativa, influenciada pelo tamanho e forma dos grãos
das duas areias, o que se evidencia pela dimensão máxima e módulo de finura,
apresentados na Tabela 20.
A redução da altura (100 mm para 50 mm) no abatimento do tronco de cone do
concreto (am 4T) influiu na manipulação do concreto. Para aumentar o valor do
abatimento do tronco de cone, do concreto elaborado com a areia média e melhorar
a trabalhabilidade, seria necessário aumentar a quantidade de agregado miúdo e
água, ocasionando alterações no traço, na relação água/cimento, porcentagem de
argamassa e a modificação dos valores de resistência do concreto produzido.
A Tabela 19 apresenta os valores de resistência à compressão dos corpos-
de-prova da simulação 1.
49
Tabela 19 - Resultados do ensaio de compressão em corpos-de-prova de concreto (Total).
Amostra Material CP No Dimensões(cm)
Tempo de cura(dias)
Carga de ruptura(Kgf)
Tensão deruptura(MPa)
22 10x20 3 11.300 14,1
23 10x20 3 12.750 15,9
24 10x20 7 17.800 22,2
25 10x20 7 18.200 22,7
26 10x20 28 30.400 38,0
Am 1TAgregado total
(G I) com adiçãode areia eólica
27 10x20 28 29.400 36,7
30 10x20 3 12.900 16,1
31 10x20 3 11.900 14,9
32 10x20 7 19.600 24,5
33 10x20 7 20.200 25,2
34 10x20 28 32.800 41,0
Am 2T
Agregado total(G II)com adiçãode areia eólica
35 10x20 28 28.000 35,0
38 10x20 3 11.300 14,1
39 10x20 3 12.800 16,0
40 10x20 7 19.000 23,7
41 10x20 7 17.000 21,2
42 10x20 28 29.600 37,0
Am 3TAgregado total
(G III) com adiçãode areia eólica
43 10x20 28 30.000 37,5
50 10x20 3 16.600 20,7
51 10x20 3 16.200 20,2
52 10x20 7 21.200 26,5
53 10x20 7 21.400 26,7
54 10x20 28 28.000 35,0
Am 4T
Agregado total(G III) e areia
média
55 10x20 28 30.000 37,5
Nota: CP = corpo-de-prova
50
Areia eólica Areia média de rio Areia da britagem
Foto 9 - Aspecto das três areias utilizadas.
0
20
40
60
80
100
110 Abertura das peneiras (mm)
Po
rcen
tag
emre
tid
aac
um
ula
da
Areia da britagemAreia médiaAreia eólicaInferior UtilizávelInferior ÓtimaSuperior ÓtimaSuperior Utilizável
Figura 8 – Composição granulométrica das três areias utilizadas e os limites de utilização(ABNT, 2005).
Tabela 20 – Dimensão máxima e módulo de finura das três areias utilizadas.
Dimensão máxima Módulo de finura
Agregado miúdo gerado 4,75 2,63
Areia média 4,75 2,15
Areia eólica 1,20 1,29
51
Não foram evidenciados resultados discrepantes de resistência para os corpos-
de-prova submetidos à compressão após 3, 7 e 28 dias da preparação (Tabela 19 e
Figura 9), assim como para os corpos-de-prova de 10 cm x 20 cm e os de 15 cm x
30 cm.
O gráfico de resistência das amostras 1T, 2T e 3T, para o período de cura de 3
dias, mostraram resultados próximos, com variação de resistência em torno de 2
MPa, o mesmo ocorreu com as amostras após cura de 7 dias, oscilando em torno de
4 MPa.
As maiores diferenças são observadas nas resistências iniciais da amostra 4T,
para 3 e 7 dias, o que mostra a influência atribuída ao lote de cimento utilizado na
elaboração do concreto, influência esta que desaparece aos 28 dias.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Am 1T Am 1T Am 2T Am 2T Am 3T Am 3T Am 4 T Am 4 T
Corpos-de-prova
Ten
são
de
Ru
ptu
ra(M
Pa)
3 Dias 7 Dias 28 Dias
Figura 9 – Gráfico de resistência à compressão dos corpos-de-prova de concreto (Total).
Também não houve diferenças significativas na resistência dos concretos que
utilizaram areia eólica (3 T) e areia média (4 T). Aos três e sete dias, a diferença
apresentada de até 6 MPa, é também atribuída ao lote de cimento utilizado.
52
5.1.2 Simulação 2: agregado graúdo (G) e areia média de rio
Na Simulação 2, foram reproduzidos os mesmos procedimentos de preparação de
concreto que na Simulação 1. No entanto, utilizou-se apenas o agregado graúdo (G)
de resíduos pétreos (≥ que 4,8 mm) e areia média de rio, como agregado miúdo.
Foram preparados seis corpos-de-prova constituídos de materiais de cada grupo
(Grupos I, II e III , já mencionados), resultando as amostras (1G, 2G e 3G), num total
18 corpos-de-prova.
Para cada grupo constituinte foram confeccionados três corpos-de-prova de
10 cm x 20 cm e três corpos-de-prova de 15 cm x 30 cm, para a realização de
ensaios de compressão decorridos 3, 7 e 28 dias de cura, após a sua confecção.
Foram elaborados com variações maiores da relação água/cimento (52%,
54% e 56%) e a porcentagem de argamassa no concreto (52%) foi mantida
(Tabela 21).
Tabela 21 – Características da preparação dos concretos da simulação 2.
Primeira Preparação – agregados utilizados (Traço 1: 5)
Am AgregadoGraúdo
(g)
AgregadoMiúdo
(g)
AgregadoTotal(g)
Consumode
Cimento(kg/m3)
Relaçãoágua/cimento
Abati-mento(mm)
% deargamas
sa
Densidadedo
concreto(kg/m3)
1 G 29.440 21.670 - 359 0,58 85 52 2.360
2 G 33.280 24.486 - 364 0,54 65 52 2.379
3 G 30.860 22.716 - 364 0,52 60 52 2.377
4 G 34.325 33.780 - 363 0,55 65 58 2.336
Nota: G = Utilização somente de agregado graúdo
Posteriormente foram confeccionados mais seis corpos-de-prova de 10 cm x
20 cm de materiais do Grupo III, resultando a amostra 4G, para comparações dos
resultados, e corpos-de-prova adicionais para ensaios de desgaste “Amsler”,
absorção e índice de vazios e massa específica.
A relação água/cimento e porcentagem de argamassa utilizada foi à mesma
da amostra Am 4T, da Simulação 1.
Não foi observada diferenças significativas nos valores do teste de abatimento do
tronco de cone.
53
A Tabela 22 apresenta os valores de resistência à compressão dos corpos-
de-prova da simulação 2.
Tabela 22 - Resultados do ensaio de compressão em corpos-de-prova de concreto(Graúdo).
Amostra Material CP No Dimensões(cm)
Tempo de cura(dias)
Carga de ruptura(Kgf)
Tensão deruptura(MPa)
1 10x20 3 12.200 15,2
5 15x30 3 29.400 16,3
2 10x20 7 17.800 22,2
6 15x30 7 40.800 22,6
3 10x20 28 30.600 38,2
Am 1GAgregado graúdo
(G I) e areiamédia
7 15x30 28 68.200 37,8
8 10x20 3 13.000 16,2
12 15x30 3 27.600 15,3
9 10x20 7 17.000 22,6
13 15x30 7 36.800 20,4
10 10x20 28 28.000 35,0
Am 2GAgregado graúdo
(G II) e areiamédia
14 15x30 28 62.400 34,6
15 10x20 3 11.550 14,4
19 15x30 3 23.800 13,2
16 10x20 7 18.000 22,5
20 15x30 7 37.200 20,6
17 10x20 28 28.200 35,2
Am 3GAgregado graúdo
(G III) e areiamédia
21 15x30 28 65.600 36,4
61 10x20 3 14.200 17,7
62 10x20 3 14.400 18,0
63 10x20 7 19.200 24,0
64 10x20 7 18.400 23,0
65 10x20 28 29.600 37,0
Am 4GAgregado graúdo
(G III) e areiamédia
66 10x20 28 29.000 36,2
Nota: Cp = corpo-de-prova
54
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Am 1G Am 1G Am 2G Am 2G Am 3G Am 3G Am 4G Am 4G
Corpos-de-prova
Ten
são
de
rup
tura
(MP
a)
3 Dias 7 Dias 28 DiasFigura 10 - Gráfico da resistência à compressão uniaxial de concreto produzido apartir do
agregado graúdo obtido e areia média de rio
As resistências das amostras 1G, 2G e 3G (Tabela 22 e Figura 10), no ensaio de
compressão), para o período de cura de 3 dias, mostraram uma variação de
5 MPa, o que não pareceu significativo com as amostras após cura de sete dias, que
variou 3 MPa, não sendo considerada significativa.
As maiores diferenças são observadas nas resistências iniciais da amostra 4G,
aos 3 dias, influências novamente atribuídas ao lote de cimento utilizado na
elaboração do concreto,e que desaparece aos 28 dias.
Não foi observada diferenças significativas nos valores de resistência aos 3, 7 e
28 dias após a preparação dos corpos-de-prova de concreto que foram submetidos
ao ensaio de compressão (Tabela 22 e Figura 10), assim como os valores do teste
de abatimento do tronco de cone.
A Foto 10 mostra os aspectos dos concretos (4 T extraído do corpo-de-prova
no 59 e 4G do corpo-de-prova no 70) e a distribuição dos agregados dentro da massa
do concreto elaborado da britagem de resíduos de marmorarias.
As composições granulométricas das areias eólica e média de rio e uma
representação gráfica da granulometria de cada uma delas, comparativamente aos
limites estabelecidos na ABNT (2005) encontram-se no Apêndice D.
55
(a)
(b)
Foto 10 – Aspecto dos concretos preparados(4T - 59 e 4G -70).
56
5.2 Ensaios Suplementares Executados nos Concretos
5.2.1 Desgaste Amsler
Foi executado o ensaio de Desgaste Amsler em corpos-de-prova de
7,0 cm x 7,0 cm x 2,5 cm, retirados dos corpos-de-prova de concreto após período
de 28 dias da preparação (Tabela 23).
Tabela 23 - Resultados do ensaio de desgaste Amsler.
Desgaste em mm correspondente aopercurso de:
500 m 1000m
Designação docliente
Corpo deprova no
Dimensõesda base (mm)
Individual Média Individual Média
1 71,62 X 71,34 1,02 2,36CP 59(Am 4T)
2 70,48 X 71,68 1,391,20
2,722,54
1 71,52 X 71,64 0,98 2,47CP 70(Am 4 G)
2 70,10 X 71,74 1,211,10
2,302,38
Fonte: Relatório de Ensaio IPT no 920142-203Obs.: CP 59 – Concreto produzido com agregado total e complemento de areia média de
rio
CP 70 – Concreto produzido com agregado graúdo e areia média de rio.
Os resultados obtidos no ensaio de desgaste Amsler demonstram que os
concretos elaborados com agregados de resíduos de marmorarias, atendem ao
limite superior de utilização, da classe C da norma (ABNT, 1992g) e podem ser
utilizados na fabricação de peças para piso, cuja solicitação predominante por
abrasão, seja causada pelo rolar de pequenas cargas leves, tráfegos de veículos de
rodas macias e pequeno trânsito de pedestres.
Tabela 24 - Resistência mecânica de argamassas de alta resistência (ABNT, 1992g)
Tipo de solicitação Desgaste (D) percurso de 1000m
Grupo A
Grupo B
Grupo C
0,8 mm
0,8 mm < D 1,6 mm
1,6 mm < D 2,4 mm
Fonte: Norma ABNT NBR 11801/92
57
5.2.2 Determinação da absorção de água por imersão, índice de vazios emassa específica
Os ensaios para determinação da resistência à compressão, massa
específica, porosidade aparente e volume de vazios (Tabelas 25 e 26), foram
efetuados nos concretos, para obtenção de parâmetros intrínsecos do concreto, e
permite também avaliar o que se pode esperar dos concretos que podem ser
elaborados, utilizando agregados produzidos com os resíduos de marmorarias.
Tabela 25 – Resultados do ensaio de absorção e índice de vazios das amostras 4T e4G (ABNT, 1987c).
CPNo
Absorção apósimersão
(%)
Absorção apósimersão efervura (%)
Índice de vaziosapós imersão
(%)
Índice de vaziosapós imersãoe fervura (%)
57 (Am 4T) 4,7 4,8 10,8 11,0
58 (Am 4T) 3,7 3,7 8,5 8,6
68 (Am 4G) 5,2 5,3 11,7 12,0
69 (Am 4G) 4,0 4,1 9,0 9,2
Tabela 26 – Resultados do ensaio de massa específica das amostras 4T e 4G(ABNT, 1987c).
CP
No
Massaespecífica
(amostra seca)(g/cm3)
Massa específica(amostra após
saturação)(g/cm3)
Massa específica(amostra após
saturação e fervura)(g/cm3)
Massaespecífica
Real(g/cm3)
57 (Am 4T) 2,30 2,40 2,41 2,58
58 (Am 4T) 2,31 2,36 2,39 2,53
68 (Am 4G) 2,24 2,36 2,36 2,55
69 (Am 4G) 2,27 2,36 2,36 2,50
Os dados apresentados nas Tabelas 25 e 26 são semelhantes aos dos
obtidos em concretos elaborados com pedra britada convencional. As resultados
exibidos pelos corpos-de-prova 57 e 58 da Am 4T e 68 e 69 da Am 4 G (Tabela 25)
foram influenciados pelas dimensões dos corpos-de-prova utilizados. Os corpos-de-
prova 57 e 68 possuem dimensões de 10 cm x 20 cm e os corpos-de-prova 58 e 69
são de 15 cm x 30 cm.
58
6 CONSIDERAÇÕES
A pesquisa efetuada nas marmorarias selecionadas indicou que as empresas
se preocupam com os resíduos que produzem, mas ainda não se predispõem a
manipulá-los e desconhecem como são descartados e dispostos no meio ambiente.
Entretanto, a sociedade está preocupada com a destinação desses resíduos e
a legislação deverá orientar a disposição e reciclagem desses materiais.
A maioria das empresas que colaboraram com a pesquisa trabalham com
materiais graníticos (em torno de 60%); cerca de 30% trabalham com materiais
carbonáticos e 10% com quartzitos (tipo Pedra Mineira) e ardósias. Há algumas
(raras) que trabalham exclusivamente com estes últimos.
O que ficou demonstrado no transcorrer deste trabalho é que a
heterogeneidade dos materiais utilizados e consumidos na cidade de São Paulo são
próximos da mistura obtida com os resíduos das marmorarias estudadas, o que deve
refletir o consumo do momento.
A pequena quantidade utilizada de ardósias e quartzitos acaba não
influenciando no volume global de resíduos de forma expressiva.
6.1 Características Tecnológicas – Atendimento a Requisitos
Os resultados dos ensaios tecnológicos realizados no agregado obtido da
britagem dos resíduos pétreos de marmoraria estão, em geral, limítrofes aos
parâmetros numéricos estabelecidos por normas e especificações (Tabela 27).
Refletem principalmente a heterogeneidade rochosa do material ensaiado e a
forte contribuição daqueles de menor resistência no produto final, que podem ou não
ser significativos, dependendo da aplicação ou uso a ser feito.
Os ensaios de reatividades potenciais revelaram que os agregados em estudo
são inócuos quanto à reatividade, pelo método químico; assim como no de barras
apresentaram valores próximos a zero. No ensaio de sanidade, o valor obtido
revelou-se muito abaixo do limite especificado pela ASTM (2002), o que demonstra a
baixa probabilidade do surgimento de problemas nos concretos elaborados com o
agregado estudado.
Isto evidencia também, que a heterogeneidade do material aparentemente
não afeta a qualidade da brita.
59
Tabela 27 – Comparação dos resultados obtidos e especificações existentes
Ensaio/Determinação
Resultadosobtidos Norma Especificação
Atendimentoaos
requisitos
Composiçãogranulométrica
- NBR 7211/05 9,5 mm / 25 mm Atende(*)
Dimensão máximaAgr. graúdo =
19 mmNBR 15116/04 63 mm Atende
Abrasão Los Angeles 44% NBR 7211/05<50%
<40%Atende
Não atende
Esmagamento 33,4%BS 882/Pt2
SABS30%29%
Não atendeNão atende
Massa específicaAgr. graúdo = 2,7
g/m3 NBR 15116/04 ≥2,10 g/m3 Atende
Absorção d’águaAgr. graúdo =
0,70%NBR 15116/04 <12% Atende
Massa específicaAgr. miúdo =
2,60 g/m3 NBR 15116/04 ≥2,10 g/m3 Atende
Material que passa napeneira de 75µm
4,15% NBR 7211/05
Até 10% (desgastesuperficial)
Até 12% (protegidodesgaste superficial)
Atende
Forma 25% lamelares NBR 15116/04 <30% Atende
Índice de forma 2,7 NBR 7211/05 3,0 Atende
Reatividade potencial <0,01 NBR 9917/87 <0,1 % Atende
Durabilidade peloemprego de soluçõesde sulfato de sódio oude magnésio
1,1% ASTM C-33/02 <12% Atende
(*) Apenas a fração de 9,5 mm apresentou massa retida acumulada igual a 72%, abaixo doespecificado pela norma que é de 80%, com tolerância de 5%.
6.2 Avaliação dos Resultados
Os resultados de ensaios de compressão e demais valores obtidos com os
corpos-de-prova feitos com a brita de resíduos pétreos de marmorarias mostraram
valores de resistência satisfatórios, se comparados com concretos comuns.
Não foi observada influência negativa na resistência com a utilização do
próprio agregado miúdo do material britado na confecção do concreto, o que
demonstra a possibilidade de reciclagem de todo o material (graúdo e miúdo) na
elaboração de concreto de cimento Portland.
Aplicando-se o traço adotado, com mesma relação água cimento nas três
moldagens, e substituindo a areia eólica por areia normal de leito de rio, observou-se
60
uma diferença acentuada no teste de abatimento de tronco de cone, o que
demonstra a influência da forma dos grãos, principalmente da fração miúda, o que,
porém, não impede seu uso.
Os valores de resistência à compressão estão próximos e a quantidade de
areia adicionada para correção do traço do concreto (agregado total), colaboram
também para a redução do custo do concreto produzido, visto que o consumo de
cimento é próximo ou igual aos concretos elaborados com pedra convencional
britada e areias disponibilizadas no mercado.
O material britado (agregado total), após adição de areia para correção da
trabalhabilidade, pode ser utilizado na confecção de peças de concreto (guias,
sarjetas, placas de concreto pré-fabricadas, etc.), em calçamentos, contra-pisos,
preenchimento de lajes e pilares, além de outros usos na construção civil como, por
exemplo, na fabricação de elementos para pisos (tipo blocretes) e tubos de concreto
etc.
A curva granulométrica do agregado graúdo, muito bem ajustada na zona
granulométrica 9,5 mm/25 mm, preenche todas as frações necessárias requeridas
pela (ABNT, 2005).
A quantidade de agregado miúdo gerado foi pequena e as características
apresentadas nos ensaios tecnológicos, além dos resultados dos concretos,
demonstrou não haver restrições ao seu uso, desde que haja uma complementação
com outro agregado miúdo (areia).
Foi possível observar que as variações de relação água/cimento, dimensões
dos corpos-de-prova e porcentagem de argamassa; tiveram pouca influência nas
resistências médias à compressão (Tabela 28).
A utilização de agregados com modificações na composição (agregado
graúdo total e somente fração graúda e agregado miúdo: areias eólica, média de rio
e da britagem do resíduo), também tiveram pouca influência nas resistências médias
à compressão (Tabela 28).
61
Tabela 28 – Média dos resultados do ensaio de compressão
Período de cura(dias)
Média geral(MPa)
Valor mínimo(MPa)
Valor máximo(MPa)
Coeficientede variação
(C.V.)
3 16,1 13,2 20,7 4,5
7 23,2 20,4 26,7 8,0
28 36,8 34,6 41,0 4,5
Também foi notado que, para obtenção de resistência à compressão média
“final” de 37 MPa (28 dias), houve um consumo médio de 363 kg de cimento, o que
resulta em um consumo de 9,81 Kg de cimento para cada MPa de resistência obtido.
Assim, caso se considere o uso de concretos de resistências menores esta
relação poderá ser modificada, com o estabelecimento de um coeficiente de
segurança adequado, respeitando a quantidade mínima de cimento para a
elaboração do concreto.
62
7 CONCLUSÕES
O agregado produzido a partir de resíduos pétreos de marmorarias
apresentou características tecnológicas adequadas para uso na produção de
concreto de cimento Portland, mostrando consumo de cimento semelhante àqueles
elaborados com agregados convencionais.
Considerando-se que os resíduos de marmorarias são predominantemente de
“granitos” e “mármores”, os resultados aqui apresentados, poderão ser aplicáveis
também no aproveitamento das peças quebradas e restos de pedra existentes nas
indústrias de serragem e processamento.
Amostras contendo outros tipos petrográficos em porcentagem relevante
devem ser objeto de estudos específico, restos de ardósias poderiam ser dispostos
em pilhas separadas e também britados, por exemplo.
Tendo em vista o objetivo inicial do trabalho, o estudo revelou que é possível
o aproveitamento total do agregado gerado, com correções na composição
granulométrica do agregado miúdo. Isto é evidenciado pelas semelhanças de
resistências mecânicas entre o concreto de cimento Portland produzido com o
agregado gerado (amostra total) e com o agregado graúdo obtido com adição de
areia média de rio.
Esse aspecto é muito importante, pois indica que não há necessidade de
implantação de sistemas de separação de resíduos e nem a utilização de
equipamentos sofisticados e caros, o que não tornaria elevado o custo final do
concreto com o uso dos agregados desses resíduos, comparativamente aos
agregados convencionais.
Os agregados de resíduos de marmoraria possuem um grande potencial de
aproveitamento em concreto de cimento Portland, principalmente se destinado a
construções populares ou uso comum de baixa responsabilidade, contribuindo não
somente para a diminuição dos custos das obras, mas também na preservação do
meio ambiente e reaproveitamento de um material que atualmente é tratado como
lixo.
Com essas características, e considerando o resíduo como Classe III –
Inertes (ABNT, 2004b) por só conter fragmentos de rochas, o agregado poderá ser
utilizado como enchimento em contrapisos, calçadas, na fabricação de artefatos não
63
estruturais, como blocos de vedação, meios-fios (guias), sarjetas, canaletas,
mourões e placas de muros, conforme ABNT (2004f) que trata das aplicações não
estruturais de concreto reciclado.
O conjunto de dados obtidos nos ensaios de caracterização, bem como nos de
reatividade (químico e de barras) e de sanidade mostraram que os agregados
produzidos com os resíduos pétreos de marmoraria têm características muito
semelhantes às dos agregados convencionais, e, portanto, distintas daquelas de
resíduos da construção civil, e aparentemente não apresentariam problemas quando
do seu uso.
A classe de resistência C35, obtida na parte experimental (ABNT, 1992f), não é
impeditiva ao uso estrutural do concreto aqui produzido. Tal aplicação, no entanto,
ainda não é recomendada pela normalização e regulamentação vigentes para
concretos de agregados reciclados, os quais, até o momento, constituem a
referência utilizada neste trabalho. Em consonância com as preocupações de
segurança e durabilidade que norteiam essa recomendação, considera-se
importante, portanto, a continuidade e o aprofundamento das investigações aqui
realizadas, antes de recomendar o uso estrutural do concreto de agregados de
resíduos de marmoraria.
Outro aspecto a ser tratado, nos âmbitos legislativo e normativo, é a gestão
desses resíduos, ou seja, o planejamento da disposição e manejo.
Em regiões com intensa produção marmorista, como o Município de São Paulo,
há possibilidade de virem a ser definidos espaços exclusivos para disposição de
resíduos de marmorarias. Isto poderá ser muito importante para a implantação
sustentada da reciclagem do significativo volume de fragmentos rochosos gerado
nesse segmento de atividade econômica.
Os resultados apresentados mostraram que os resíduos de marmorarias podem
ser utilizados e aplicados para diversos usos na construção civil.
Pesquisas futuras, como estudos de dosagens, separação dos resíduos já na
marmoraria (coleta seletiva), poderiam direcionar a utilização do agregado para usos
mais específicos, como concreto estrutural, possibilidade que poderá ser promissora.
64
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A P Ê N D I C E S
71
A P Ê N D I C E A
Resultados do Ensaio de Forma
72
FORMA E ÍNDICE DE FORMA DE FRAGMENTOS – NBR 6954/81 e NBR 7809/83
AMOSTRA: Resíduos de marmoraria
DIMENSÕES CÁLCULOSFRAG-MENTO
TIPODE
ROCHA a (cm) b (cm) c (cm) b/a c/b a/cFORMA
INDIVIDUAL
1 G 2,97 2,31 1,90 0,78 0,84 0,93 Cúbica2 G 3,40 2,49 1,95 0,73 0,59 1,24 Cúbica3 M 3,65 2,32 1,48 0,64 0,67 0,96 Cúbica4 G 2,96 2,35 1,56 0,79 0,25 3,16 Lamelar5 A 5,00 2,50 0,59 0,50 0,52 0,96 Cúbica6 G 2,37 1,98 1,30 0,84 0,60 1,40 Cúbica7 M 4,17 2,37 1,19 0,57 0,55 1,04 Cúbica8 A 2,59 2,16 1,30 0,83 0,51 1,63 Cúbica9 M 3,05 1,44 1,11 0,47 1,16 0,41 Alongada10 M 2,82 1,87 1,67 0,66 0,57 1,16 Cúbica11 G 2,14 1,85 1,06 0,86 0,51 1,69 Cúbica12 M 2,79 1,93 0,95 0,69 0,66 1,05 Cúbica13 G 2,08 1,51 1,27 0,73 1,03 0,71 Cúbica14 M 2,98 1,96 1,56 0,66 0,65 1,02 Cúbica15 G 2,42 1,67 1,28 0,69 0,51 1,35 Cúbica16 G 4,08 2,19 0,85 0,54 0,38 1,42 Lamelar17 A 4,25 2,46 0,84 0,58 0,43 1,35 Lamelar18 G 3,30 1,86 1,07 0,56 0,72 0,78 Cúbica19 M 2,71 1,67 1,34 0,62 0,56 1,11 Cúbica20 G 2,89 2,35 0,94 0,81 0,60 1,35 Cúbica21 M 4,20 1,99 1,42 0,47 0,25 1,88 Alongada-lamelar22 A 4,11 2,31 0,50 0,56 0,65 0,86 Cúbica23 G 2,30 1,78 1,50 0,77 0,71 1,08 Cúbica24 M 1,90 1,75 1,27 0,92 0,78 1,18 Cúbica25 M 2,66 1,47 1,37 0,55 1,05 0,52 Cúbica26 M 2,12 2,04 1,54 0,96 0,50 1,92 Cúbica27 G 2,40 2,25 1,01 0,94 0,21 4,48 Lamelar28 A 2,94 2,05 0,48 0,70 0,54 1,30 Cúbica29 M 2,97 1,46 1,11 0,49 0,60 0,82 Alongada30 M 2,31 2,19 0,87 0,95 0,39 2,44 Lamelar31 M 2,63 2,50 0,86 0,95 0,46 2,07 Lamelar32 A 2,29 1,97 1,15 0,86 0,56 1,54 Cúbica33 G 9,07 1,88 1,10 0,21 0,70 0,30 Alongada34 G 2,37 2,25 1,31 0,95 0,43 2,21 Lamelar35 G 2,90 1,85 0,96 0,64 0,78 0,82 Cúbica36 G 2,09 1,82 1,44 0,87 0,62 1,40 Cúbica37 A 3,09 1,76 1,12 0,57 0,78 0,73 Cúbica38 M 2,43 1,94 1,37 0,80 0,64 1,25 Cúbica39 M 2,01 1,59 1,24 0,79 0,78 1,01 Cúbica40 G 2,27 1,97 1,05 0,87 0,53 1,64 Cúbica41 G 2,08 2,05 1,28 0,99 0,62 1,60 Cúbica42 G 2,75 2,44 1,61 0,89 0,66 1,35 Cúbica43 Q 2,26 2,14 1,48 0,95 0,69 1,38 Cúbica44 M 2,49 1,90 1,53 0,76 0,81 0,94 Cúbica45 M 3,94 1,58 1,42 0,40 0,90 0,44 Alongada46 G 2,34 2,32 0,91 0,99 0,39 2,54 Lamelar47 A 4,21 1,50 0,85 0,36 0,57 0,63 Alongada48 A 2,10 1,83 1,09 0,87 0,60 1,45 Cúbica49 G 2,13 1,94 0,83 0,91 0,43 2,12 Lamelar50 G 3,16 2,28 1,45 0,72 0,64 1,13 Cúbica51 M 2,67 2,35 1,10 0,88 0,47 1,87 Lamelar
(Continua)
73
(Continuação)DIMENSÕES CÁLCULOSFRAG-
MENTOTIPO DEROCHA a (cm) b (cm) c (cm) b/a c/b a/c
FORMAINDIVIDUAL
52 G 2,55 1,56 1,16 0,61 0,74 0,82 Cúbica53 G 2,80 2,19 1,16 0,78 0,53 1,47 Cúbica54 A 4,39 1,63 0,94 0,37 0,58 0,64 Alongada55 G 2,37 2,06 1,51 0,87 0,73 1,19 Cúbica56 G 2,72 1,46 1,27 0,54 0,87 0,62 Cúbica57 G 2,31 1,94 1,42 0,84 0,73 1,15 Cúbica58 G 2,11 1,76 1,41 0,83 0,80 1,04 Cúbica59 G 2,18 2,03 0,96 0,93 0,47 1,98 Lamelar60 M 2,08 1,89 1,21 0,91 0,64 1,42 Cúbica61 G 2,90 1,75 0,98 0,60 0,56 1,07 Cúbica62 G 2,35 1,58 1,32 0,67 0,84 0,80 Cúbica63 G 3,51 1,71 0,70 0,49 0,41 1,20 Alongada-lamelar64 G 2,42 2,02 1,54 0,83 0,76 1,09 Cúbica65 G 3,15 2,10 0,83 0,67 0,40 1,68 Lamelar66 G 2,37 2,33 0,92 0,98 0,39 2,51 Lamelar67 G 3,13 1,84 0,88 0,59 0,48 1,23 Lamelar68 A 2,93 1,66 1,10 0,57 0,66 0,86 Cúbica69 M 2,86 1,34 1,23 0,47 0,92 0,51 Alongada70 G 2,88 2,26 1,52 0,78 0,67 1,16 Cúbica71 G 2,02 1,83 1,69 0,91 0,92 0,99 Cúbica72 G 2,83 2,12 1,10 0,75 0,52 1,44 Cúbica73 G 2,64 1,58 1,19 0,60 0,75 0,80 Cúbica74 G 1,70 1,65 1,50 0,97 0,91 1,07 Cúbica75 G 2,77 1,94 1,37 0,70 0,71 0,99 Cúbica76 G 2,90 1,93 0,87 0,67 0,45 1,49 Lamelar77 G 2,08 1,92 1,34 0,92 0,70 1,31 Cúbica78 A 2,32 2,18 0,89 0,94 0,41 2,29 Lamelar79 M 2,36 1,97 1,43 0,83 0,73 1,14 Cúbica80 G 2,30 1,84 0,69 0,80 0,38 2,11 Lamelar81 G 1,79 1,63 1,24 0,91 0,76 1,20 Cúbica82 A 3,55 1,83 0,54 0,52 0,30 1,73 Lamelar83 M 2,42 1,78 1,09 0,74 0,61 1,21 Cúbica84 Q 2,02 2,00 1,27 0,99 0,64 1,55 Cúbica85 G 3,56 1,81 0,69 0,51 0,38 1,34 Lamelar86 M 3,07 1,60 1,49 0,52 0,93 0,56 Cúbica87 G 2,36 2,10 1,20 0,89 0,57 1,56 Cúbica88 A 2,62 2,21 1,41 0,84 0,64 1,31 Cúbica89 M 2,36 1,70 1,27 0,72 0,75 0,96 Cúbica90 G 3,39 2,17 0,92 0,64 0,42 1,52 Lamelar91 G 3,25 2,27 1,57 0,70 0,69 1,01 Cúbica92 G 2,50 2,14 1,67 0,86 0,78 1,10 Cúbica93 G 2,91 1,56 1,22 0,54 0,78 0,69 Cúbica94 M 3,05 1,94 1,52 0,64 0,78 0,82 Cúbica95 Q 2,76 1,67 1,24 0,61 0,74 0,82 Cúbica96 A 2,77 1,78 1,27 0,64 0,71 0,90 Cúbica97 G 2,53 2,32 0,68 0,92 0,29 3,17 Lamelar98 M 2,14 2,00 1,05 0,93 0,53 1,75 Cúbica99 M 2,27 1,95 1,71 0,86 0,88 0,98 Cúbica100 M 2,69 1,83 0,97 0,68 0,53 1,28 Cúbica101 M 2,13 2,12 1,62 1,00 0,76 1,32 Cúbica102 G 2,64 1,79 1,53 0,68 0,85 0,80 Cúbica103 M 2,10 1,87 1,52 0,89 0,81 1,10 Cúbica104 G 2,80 1,74 1,04 0,62 0,60 1,03 Cúbica105 G 2,30 1,95 1,71 0,85 0,88 0,97 Cúbica106 G 2,21 1,75 1,03 0,79 0,59 1,34 Cúbica107 Q 2,85 1,95 1,58 0,68 0,81 0,84 Cúbica
(Continua)
74
(Continuação)DIMENSÕES CÁLCULOSFRAG-
MENTOTIPO DEROCHA a (cm) b (cm) c (cm) b/a c/b a/c
FORMAINDIVIDUAL
108 G 1,97 1,57 1,02 0,80 0,65 1,23 Cúbica109 G 1,96 1,65 0,90 0,84 0,55 1,53 Cúbica110 G 3,66 2,16 1,24 0,59 0,57 1,04 Cúbica111 G 3,07 2,08 1,00 0,68 0,48 1,42 Lamelar112 M 2,25 1,85 1,56 0,82 0,84 0,98 Cúbica113 G 2,72 1,34 1,12 0,49 0,84 0,58 Alongada114 G 2,77 1,85 0,96 0,67 0,52 1,29 Cúbica115 M 2,73 1,74 1,48 0,64 0,85 0,75 Cúbica116 M 1,79 1,49 1,32 0,83 0,89 0,93 Cúbica117 M 2,11 2,10 1,25 1,00 0,60 1,67 Cúbica118 G 2,03 1,73 1,66 0,85 0,96 0,89 Cúbica119 G 3,19 1,75 0,69 0,55 0,39 1,41 Lamelar120 G 2,57 2,36 1,24 0,92 0,53 1,74 Cúbica121 G 2,57 1,65 0,97 0,64 0,59 1,08 Cúbica122 G 2,05 1,93 1,27 0,94 0,66 1,42 Cúbica123 G 1,96 1,82 0,86 0,93 0,47 1,98 Lamelar124 G 2,72 1,77 0,71 0,65 0,40 1,63 Lamelar125 G 2,72 1,81 1,54 0,67 0,85 0,79 Cúbica126 G 2,05 2,02 0,57 0,99 0,28 3,54 Lamelar127 G 2,54 1,96 1,32 0,77 0,67 1,15 Cúbica128 G 2,42 1,85 1,46 0,76 0,79 0,96 Cúbica129 G 2,34 1,83 1,28 0,78 0,70 1,11 Cúbica130 G 2,32 1,60 1,30 0,69 0,81 0,85 Cúbica131 G 2,13 2,04 1,18 0,96 0,58 1,66 Cúbica132 M 1,98 1,91 1,12 0,96 0,59 1,63 Cúbica133 G 2,50 1,79 1,39 0,72 0,78 0,92 Cúbica134 G 2,16 2,02 1,24 0,94 0,61 1,54 Cúbica135 M 2,33 1,59 0,77 0,68 0,48 1,42 Lamelar136 G 1,97 1,42 0,65 0,72 0,46 1,57 Lamelar137 M 2,10 1,30 0,86 0,62 0,66 0,94 Cúbica138 A 1,76 1,24 0,82 0,74 0,63 1,17 Cúbica139 M 1,87 1,30 0,69 0,66 0,56 1,18 Cúbica140 M 1,78 1,38 0,45 0,73 0,35 2,09 Lamelar141 G 2,77 1,68 0,43 0,50 0,31 1,61 Lamelar142 M 2,06 1,31 0,38 0,82 0,23 3,57 Lamelar143 G 2,22 1,23 0,87 0,59 0,66 0,89 Cúbica144 M 1,96 1,35 0,78 0,63 0,63 1,00 Cúbica145 G 1,89 1,40 0,67 0,71 0,50 1,42 Cúbica146 G 2,02 1,08 0,87 0,69 0,62 1,11 Cúbica147 M 2,25 1,57 0,45 0,48 0,42 1,14 Alongada-lamelar148 G 2,66 1,59 0,77 0,59 0,49 1,20 Lamelar149 A 1,46 1,27 0,52 1,09 0,33 3,30 Lamelar150 G 2,38 1,30 0,91 0,53 0,72 0,74 Cúbica151 Q 2,05 1,17 0,56 0,63 0,43 1,47 Lamelar152 G 2,18 1,14 1,01 0,54 0,86 0,63 Cúbica153 G 2,06 1,16 0,99 0,55 0,87 0,63 Cúbica154 G 2,55 1,38 0,97 0,45 0,84 0,54 Alongada155 G 1,94 1,18 1,02 0,71 0,74 0,96 Cúbica156 G 2,18 1,47 0,43 0,54 0,36 1,50 Lamelar157 G 2,06 1,33 0,70 0,71 0,48 1,48 Lamelar158 A 3,69 1,44 0,36 0,36 0,27 1,33 Alongada-lamelar159 G 2,43 1,38 0,66 0,59 0,46 1,28 Lamelar160 G 2,23 1,10 0,82 0,62 0,59 1,05 Cúbica161 M 1,65 1,24 0,64 0,67 0,58 1,16 Cúbica162 A 1,90 1,36 0,29 0,65 0,23 2,83 Lamelar
(Continua)
75
(Continuação)DIMENSÕES CÁLCULOSFRAG-
MENTOTIPO DEROCHA a (cm) B (cm) c (cm) b/a C/b a/c
FORMAINDIVIDUAL
163 G 2,12 1,15 0,74 0,64 0,54 1,19 Cúbica164 G 1,79 1,33 0,74 0,64 0,64 1,00 Cúbica165 G 1,81 1,32 0,80 0,73 0,60 1,22 Cúbica166 G 2,31 1,21 0,67 0,57 0,51 1,12 Cúbica167 G 1,91 1,38 0,68 0,63 0,56 1,13 Cúbica168 G 2,02 1,21 0,94 0,68 0,68 1,00 Cúbica169 G 1,86 1,17 1,15 0,63 0,98 0,64 Cúbica170 M 2,33 1,01 0,85 0,43 0,84 0,51 Alongada171 M 2,20 1,48 0,46 0,67 0,31 2,16 Lamelar172 M 2,03 1,26 0,51 0,62 0,40 1,55 Lamelar173 G 2,24 1,22 0,85 0,54 0,70 0,77 Cúbica174 M 1,55 1,13 0,88 0,73 0,78 0,94 Cúbica175 A 2,41 1,15 0,51 0,48 0,44 1,09 Alongada-
lamelar176 M 2,13 1,35 0,66 0,63 0,49 1,29 Lamelar177 G 3,07 1,69 0,50 0,55 0,30 1,83 Lamelar178 G 2,13 1,47 0,50 0,69 0,34 2,03 Lamelar179 M 1,77 1,35 0,58 0,76 0,43 1,77 Lamelar180 M 1,81 1,02 0,83 0,56 0,81 0,69 Cúbica181 G 2,01 1,63 0,62 0,81 0,38 2,13 Lamelar182 A 1,50 1,07 0,40 0,71 0,37 1,92 Lamelar183 G 2,07 1,13 0,70 0,55 0,62 0,89 Cúbica184 G 2,14 1,12 0,78 0,52 0,70 0,74 Cúbica185 M 1,97 1,36 0,48 0,69 0,35 1,97 Lamelar186 G 2,13 1,38 0,69 0,65 0,50 1,30 Cúbica187 G 2,00 0,99 0,80 0,50 0,81 0,62 Cúbica188 G 1,69 1,58 0,54 0,93 0,34 2,74 Lamelar189 G 1,85 1,37 0,95 0,74 0,69 1,07 Cúbica190 G 1,80 1,18 0,88 0,66 0,75 0,88 Cúbica191 G 1,91 1,64 0,39 0,86 0,24 3,58 Lamelar192 G 1,70 1,35 0,84 0,79 0,62 1,27 Cúbica193 G 2,40 1,30 0,57 0,54 0,44 1,23 Lamelar194 G 2,13 1,40 1,00 0,66 0,71 0,93 Cúbica195 G 2,29 1,17 0,77 0,51 0,66 0,77 Cúbica196 G 1,74 1,03 0,98 0,59 0,95 0,62 Cúbica197 G 2,11 1,10 0,88 0,52 0,80 0,65 Cúbica198 G 1,91 1,14 0,80 0,60 0,70 0,86 Cúbica199 G 1,41 1,15 0,68 0,82 0,59 1,39 Cúbica200 G 1,84 1,06 1,02 0,58 0,96 0,60 Cúbica
MÉDIA 2,98 2,00 1,19 0,67 0,60 Cúbica
ÍNDICE DE FORMA 2,7
FORMA % Grupo derochas Quantidade (%)
Cúbica 67,5 G 122 61,0
Lamelar 25,0 M 52 26,0
Alongada-lamelar 2,5 A 21 10,5
Alongada 5,0 Q 5 0,67
Legenda: Tipos de Rochas:G = “Granitos”M = “Mármores”A = “Ardósias”Q = “Quartzitos”
76
A P Ê N D I C E B
Modelo do questionário enviado
77
-PESQUISA-“APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS PÉTREOS DE MARMORARIAS DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO COMO AGREGADO PARA CONCRETO DE
CIMENTO PORTLAND”
Nome da marmoraria/ empresa__________________________________________
Endereço:___________________________________________________________
Telefone: _____________ Fax:______________ e-mail:______________________
Nome do entrevistado: ____________________________________________
Cargo do entrevistado: ___________________________________________
Parte ou totalidade dos resíduos são descartados?Sim __________Não ___________
Há algum procedimento para reaproveitamento (reciclagem), antes dodescarte?Sim __________Não ___________
Quantidade estimada de resíduos gerados.1 caçamba por mês1 caçamba a cada 15 dias1 caçamba por semana2 caçambas por semanamais de 2 caçambas por semana
Conhece o porcentual do material ( mármores, granitos, etc..) que compõeseus resíduos?Sim______ Não_______ Se sim, qual? _______________________________
- Separaria os mármores dos granitos caso fosse necessário?
Sim______ Não_______
Tem conhecimento do destino dos resíduos que são gerados na suamarmoraria/ empresa?Sim __________Não ___________ - Qual?______________________________
78
A P Ê N D I C E C
Relação das Marmorarias Contatadas para a Pesquisa
79
Marmorarias contatadas para a pesquisa.
Empresa Telefone Endereço
1 YKK 4655-2288 Rod.Pres.Dutra, km 203
2 Ranieri 5061-2202 R.Coronel Domingues Ferreira, 113
3 Ranieri 6331-3008 Av. do Cursino, 4825
4 Qualistone 5536-4656 Antonio de Macedo Soares, 1557
6 Granitex Tec. E Com. 5547-9919 R. Manuel Murguia, 19
8 Marmoraria Luso Paulista 3862-1870 Av. Sumaré, 531
9 Marmoraria Unidas 6331-0015 Av. Cursino, 5495
10 ACF M, G e Pedras 3687-5606 Av. Pres. Kennedy, 2
11 Aerogramar 5588-0421 Santa Rita D'Oeste, 46
13 Alma dos M. e G. 3831-2627 Coroados, 215
15 Angramar 3865-3007 R. Clélia, 1239
17 Arabesco 222-5500 Av. do Estado, 100
18 Archimercato 5543-5921 Av. República do Líbano, 561
19 Techmare 5523-9789 Av. Nossa Senhora do Sabará, 195
22 Marmoraria Paulista 3277-7324 Rua Luis Gama, 777
25 Arte Moderna 3719-1521 Av. Rio Pequeno, 659
27 Artesanato 6966-6582 Av. Sapopemba, 1985
29 Athenee 3666-8080 Av. Marques de São Vicente, 23
31 Barrera Mármores e Granitos Ltda 6941-7721 Rua Aiamá, 1801
32 Brascor M. e G. 6695-2884 R. do Ipódromo, 1428
33 Butantã Marmoraria 3726-6191 Av. Corifeu de Azevedo Marques, 235
35 Casa das Pedras 6946-2750 Pça. Gaúcha, 138
36 Center Chic 3902-4315 R. S. Fco. De Assis, 2621
37 Chole Mármores e Granitos. 6941-1661 R. Jacirendi, 640
38Clodomar Mármores e Granitos
Ltda3845-2300 R. Clodomiro Amazonas, 1370
39 Coliseum 3619-6155 Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 405
41 Rinoldi 3766-6388 Dr. José Benedito de Moraes, 383
43 Cruzeiro do Sul 227-8995 Av. Cruzeiro do Sul, 28
44 Pedras Dema 271-6633Av. Prof. Luis de Anhaia Melo, 3800 eAv Secundino, 45
45 Decorama 6977-6811 Av. Gal Ataliba Leonel, 727
46 Sardep 3768-5619 Av. Corifeu de Azevedo Marques, 4283
48 Di Stasi M. e G. 6286-0069 Capitania de Itamaracá, 318
50 Elite M. e G. 6161-6331 Dr. Mario Vicente, 149
52 Euromarble M. e artes 3842-4410 Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 439
53 Faro 5562-1433 Av. Ver. João de Luca, 1600
54 Ferrucio 6965-1313 Av. Ver. Abel Ferreira, 1541
56 Gramape 5563-9299 Av. Ver. João de Luca, 1505
Continua
80
continuação
Empresa Telefone Endereço
65 Granimar S.A. Mármores e Granitos 273-8579 R. Alencar Araripe, 261
66 Granimármore 202-9634 R. Carapocaia, 575
67Granistilo Mármores e Granitos
Ltda 3832-9902 R. Carlos Weber, 327
70 Guerra 202-2144 R. Izidro Ortiz, 215
72 Henrimar 5841-4347 R. Lourenço Saporito, 376
73 Hiper Pedras 6952-0769 R. Sgt. Advíncola, 113
74 IBG Royal 5505-2487 R. Guaraiúva, 46
76 Inconfidentes 6104-5137 Av. Cipriano Rodrigues, 2
79 Irmãos Nunes 3976-7865 R. Oraida Tavares Dominguito, 55
81 Itacacio 6952-7874 Av. Luis Carlos Gentile de Laet, 272
84 Jeronimo Azeredo 6954-7900 R. Dias da Silva, 849
85 Ki Pedras 6971-1218 Av. Dr. Fco. Ranieri, 380
86 Lan Mar 205-5988 R. Guerra de Aguiar, 300
89 Marbom 5641-5272 R. África do Sul, 98
90 Marco pia 5563-6101 R. Americanópolis, 72
92 Marmodoro Artesanato 6911-0914 Av. Ema, 2657
93 Marmofama 6918-8807 Av. Inconfidência Mineira, 2037
94 Marmolar 3772-0175 Av. Prof. Fco Morato, 3240
95 Marmolux 3857-3165 Av Direitos Humanos 800
96 Marmoraria Alonso Ltda 217-4626 R. Tijuco Preto 403
97 Marmoraria Caggiano Ltda 3742-1347 R. Geremia Lunardelli, 41
98 Marmoraria Blinder 3781-6315 Av Eng. Heito Eiras Garcia, 4085
99 Marmoraria Emperatore 6651-0234 R. Joaquim Marra, 793
100 Marmoraria Genova Ltda 272-3487 Estr. das Lágrimas, 2078
101 Marmoraria Império do Mármore 6694-0505 Av. Alcântara Machado, 2126
102 Marmoraria Itapemirim 3742-7305 R. Franco Alfano, 153
103 Marmoraria Jardim Guapira 6952-2548 R. Maria Amália Lopes Azevedo, 3760
104 Marmoraria Manchester Ltda 6781-9641 R. Dr. Jaci Barbosa, 228
105 Marmoraria Mateo Bei 6919-3697 Av. Mateo Bei, 1005
106 Marmoraria MC Rodrigues 271-8769 Av.Rego Barros, 589
107 Marmoraria Pedras Palmeiras 3931-3185 R. Benedito Guedes Oliveira, 208
108 Marmoraria Santos Dumont 5563-9625 Av. Sta Catarina, 1777A
109 Marmoraria Sta Fé 3761-2949 R. Dr. Rubem Leme Machado, 98
110 Marmoraria Templarios 6671-9189 R. Templários, 60
111 “mármores” Cityt Park 3831-9606 Av. Anastácio, 591
112 Mármore e Gran Bege do Brasil 608-1166 R. Guapeva
113 Mar. E Pedr. 5 ases 6121-2793 R. Paul Rivet, 16
114 Marvan M. e G. 6631-9916 Av José Maria Fernandes, 112
115 Mesart 5571-8538 R. José Antonio Coelho, 785
Continua
81
continuação
Empresa Telefone Endereço
117 Monte Alegre 293-9585 R. Alegre, 106
118 Moredo 201-7444 Al 3o Sgt Alcides de Oliveira, 549
119 Morumbi 246-8089 Av. Ver. José Diniz, 990
120 Nemer 293-4056 Av. Sta Catarina, 217
121 Palácio dos Márm. 3782-4748 Rod. Raposo Tavares, km 17,8
123 Paraíso 3742-0835 R. Dr. Luiz Migliano, 383
124 PBT 5666-4237 R. Francisco de Arruda, 3
125 Pedra Viva 5505-6319 Av Água Espraiada, 325
126 Pedras Belas Artes 3814-8066 Av. Dr. Vital Brasil, 614
127 Pedras Decorativas 271-9883 Av Prof Luis de Anhaia Melo, 4440
128 Pedras Fluminense Ltda 3742-2945 Av. Prof Gióia Martins, 5
129Pedras Gomes Indústria Comércio
Ltda 6942-8935 Av. Salim Farah Maluf, 1899
130 Pedras Itapecerica 5510-2006 Estr. de Itapecerica, 990
131 Pedras Novo Mundo 6954-5521 Pça Novo Mundo, 139
132 Pedras Valencia 5563-0300 Av. Ver. João de Luca, 1590
134 Penedo M. e G. 294-4664 R. Cantagalo, 2015
135 Petramar 5072-6450 R. Palmira Palermo, 196
136 Petrus 5588-0334 Av. Eng. Armando arruda Pereira, 4365
138 Pórtico 5971-2436 Estrada de Jequirituba, 49
139 Premiata Mármores e Granitos Ltda 5581-1252 R. Ibiporã, 194
140 Promar 6954-3299 Pça Santo Eduardo, 90
144 Revigran 6141-0383 R. Sebastião Fernandes, 161
145 RVG 5666-7733 Av. Rio Bonito, 2032
146 Sampaio 6135-3555 Av. Nordestina, 3155
147 SAN 5510-2092 Av Carlos Lacerda, 2119
148 Sta Leocádia 6972-1645 R. Sta Leocádia, 151/159
149 Selva de Pedra 201-0266 Av. Guapira, 1218
151 SL 6261-1500 Av. Nova Cantareira, 3784
152 Sta Rita 5031-3061 Av. Washington Luis, 4422
154 Stonebras 6222-3047 Av. Otto Baumgart
155 Tiga 6967-2503 Sold. Cristóvão Morais Garcia, 836
156 Triomar Mármores e Granitos Ltda 6958-8344 Av. Amador Bueno da Veiga, 1688
157 Tutti 6651-2379 R. Joaquim Merra, 1774
158 V Costa 608-1166 R. Guapeba, 188
160 Marmoraria Via Apia 3022-9498 R. Pio XI, 1670
162 Volpe Marm Pta 3277-7324 R. Luiz Gama, 777
163 Delta Mármores e Granitos 6963-3359 Av. Fernando Pacheco Jordão,
164 Desorama Mármores e Granitos 6977-6811 Av. Ataliba Leonel, 727
165 Itagran Mármores e Granitos. 6967-1744 R. José da Silva CB, 11
Continua
82
continuação
Empresa Telefone Endereço
166 DTL Pedras M. e G. 3392-7668 R. Cruzeiro, 256
167 Itu “mármores” 6694-5377 R. Amadeu, 599
168 Tecnogram M. e G. 6246-7666 Av. Luis Stamatis, 1000
169 Cristal Mármores e Granitos Ltda 6163-5849 R. Ainda, 337
170 Bienal Mármores e Granitos Ltda 3733-2121 R. Ari Aps, 504
171 Duarte Mármores e Granitos Ltda 6958-9118 R. Abadiania, 46-A
172 Gmamri G. M. 6121-4131 R. Umuarama, 786
173 Gramic G. M. 0295-2487 Av. elisabeth de Robiano, CSSA
175Amazonas Mármores e Granitos
Ltda3722-3574 Av. Francisco Morato, 10
176 GGM Mármores e Granitos Ltda 5031-5721 Av. Pedro Bueno, 817
177 Itaporã Mármores e Granitos Ltda 3975-6051 R. Leonardo, S, 77
179Montemagno Mármores e Granitos
Ltda6674-3756 Av. Montemagno, 1124
180 Anhembi Mármores e Granitos Ltda 3966-4238 R. Luciano Prata, Prof, 51
181 Alpha Mármores e Granitos Ltda 6553-4175 R. Francisco Miranda, 7
182 Leste Mármores e Granitos Ltda 6747-1499 Av. Maria Luiza Americano, 364
183 Consulado do Granito 6216-1844 Av. Vila Ema, 2213
185 Pedras Pantanal Ltda 3731-3087 Av. Heitor Heiras Garcia,
186 Pedras Requinte Ltda 3781-2542 R. Poema dos Olhos, 18
187 Amazonas Pedras 3726-2769 R. Arquimedes Bussaca, Prof, 50
188 Rio Bonito Pedras 5521-6081 Av. Rio Bonito, 1146
189 Olivia Susana Pedras 6110-9010 R. Ferraz de Araújo, 21
190 Pedras Decorativas Mouran 6215-8970 R. Saraneli, Dr, 626
194 Pedras Guerra Ltda 6202-2144 Av. Argolo Ferrao, Mal, 256
195 Pedras Ipiranga Ltda 6215-3157 Av. Nazaré, 1416
196 Pedras Origem Ltda 3746-6060 R. Levon Apovian, 325
197 Pedras Califórnia 5588-1277 R. Itaguara, 219
198 Pedras Guarani 3931-9799 R. Darci Bitencourt, 90
199 Paglioto Pedras 5531-2935 Av. Vicente Rao, Prof, 1271
200 Pedras Primavera Ltda 5563-4000 Av. Vereador João de Luca, 1511
201 Pedras Interlagos Ltda 5666-0006 Av. Teotonio Vilela, Sem, 306
202 Marmoraria Pavoni Ltda 3819-0722 R. Cardeal Arcoverde, 1191
203 Marmoraria Stillo Ltda 3966-1193 R. Água Virtuosas, 209
204 Marmoraria Souza Ltda 3813-5439 R. Fradique Coutinho, 1172
205 Marmoraria Vesúvio Ltda 6261-4373 R. Francisco da Lira, 130, Apto 7
207 Marmoraria Via Ápia 3022-8941 R. Piaca, 183
208 Marmoraria Amancio Ltda 6947-6446 Av. Encarnação, N S, 630
209 Marmoraria Granilar Ltda 6115-6418 Av. Paulo Nunes Felix, 175
210 Marmoraria Granitel Ltda 6721-1794 R. Ipiabas, 51
Continua
83
continuação
Empresa Telefone Endereço
211 Marmoraria Itaguaçú Ltda 6911-2594 Av. Sapopemba, 5327
212 Marmoraria Lider Ltda 6746-4244 Av. Lider, 2023
213 Marmoraria Lauzane Ltda 6239-2431 R. Moreira, 390
214 Marmoraria Palácio Ltda 3849-8166 R. Clodomiro amazonas, 1346
216 Marmoraria Pirâmide 5841-3591 Av. Carlos Lacerda, 756
217 Marmoraria Túlio 3726-3943 Av. Corifeu de Azevedo Marques,
218 Marmoraria Universitária 3768-6079 Av. Corifeu de Azevedo Marques,
219 Elshadday Marmoraria 6109-2770 Av. Sapopemba, 9724
220 Marmoraria Granivedra Ltda 6722-3344 R. Isidoro, PE, 75
221 Marmoraria Manchester 6781-1733 R. Jaci Barbosa,Dr, 228
222 Marmoraria Polimármore Ltda 3858-3223 Tr. Capua, 110
223 M M Mármores 6726-0668 Av. Aricanduva, 5555
224 Pedras Colônia Leste 6671-1944 Av. Dr. Eduardo Cotching, 243
225 Pedras Bela Vista 6653-1305 R. Gnaisse, 27
228 Orto Pedras Com e Dec. 6931-7255 Av. guapira, 984
232 Pontal Comércio de Pedras Ltda 5841-9858 R. Nina Stocco, Profa, 857
233Selva Pedras Comércio de
Revestimentos Ltda 6244-9567 Av. Luis stamatis, 746
234 MZ Comércio de Pedras Ltda 5560-0447 R. José Sílvio de Camargo,Dr., 151
236 Itacacio Comércio de Pedras 6992-7464 Av. Cel Sezefredo Fagundes, 5151
237Acoreana Comércio de Pedras
Ltda 3735-8211 R. João Gomes, Jr, 651
238Lajotart Comércio Lajotas Pedras
Ltda 3022-2142Av. Diógenes Ribeiro de Lima,2770
240 Cláudia Comércio Pedras 6251-2499 R. Jacunã, 267
241 Minas Comércio de Pedras Ltda 3832-4470Av. Raimundo Pereira deMagalhães, 2800
243 Comércio de Pedras Paraíso Ltda 6955-4167 R. Curuçá
244Comércio de Pedras Minasmar
Ltda6721-3009 R. França Meireles, 15
245Acoreana Comércio de Pedras
Ltda3719-3800 R. Milton Soares, 279
246 Antares 4653-1002 Av. Paris, 280
247 Amazonas 3721.8030 Av. Prof. Francisco Morato, 1074
248 Itabras Comércio de Pedras Ltda 3107-5875 R. Milton Soares, 279
84
A P Ê N D I C E D
Composições granulométricas das areias utilizadas
(Eólica e média de rio)
85
Tabela - Composição granulométrica da areia eólica utilizada.
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDAS ACUMULADAS
¼'' 6,3* 0 0
ABNT No 4 4,75 0 0
ABNT No 8 2,36 0 0
ABNT No 16 1,18 0 0
ABNT No 30 600 µm* 6 6
ABNT No 50 300 µm 33 39
ABNT No 100 150 µm 45 84
ABNT < No 100 < 150 µm 16 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 1,29 DIMENSÃO MÁXIMA 1,2 mm
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Inferior ótima
Superior Ótimal
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Inferior Utilizável
Superior Utilizável
Figura - Composição granulométrica da areia eólica, comparativamente aos limitesestabelecidos. (ABNT 2004a).
86
Tabela – Composição granulométrica da areia média de rio.
ABERTURA DAS PENEIRAS PORCENTAGENS EM PESO (%)
POLEGADAS (mm) RETIDAS ACUMULADAS
1/4'' 6,3* 0 0
ABNT No 4 4,75 1 1
ABNT No 8 2,36 5 6
ABNT No 16 1,18 10 16
ABNT No 30 600 µm* 16 32
ABNT No 50 300 µm 34 66
ABNT No 100 150 µm 28 94
ABNT < No 100 < 150 µm 6 100
TOTAIS - 100 100
* série intermediária de peneiras
MÓDULO DE FINURA 2,63 DIMENSÃO MÁXIMA 4,75 mm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,010,1110Abertura das peneiras (mm)
Po
rcen
tag
emre
tid
aac
um
ula
da
Inferior UtilizávelSuperior Utilizável
Areia médiaInferior ÓtimaSuperior Ótima
Figura – Composição granulométrica da areia média de rio, comparativamente aos limitesestabelecidos (ABNT 2004a).
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