Post on 26-Jan-2019
Introdução à Inovação conceitos fundamentais
Prof. Robson Almeida
Conceitos básicos
Evolução dos Conceitos
1)Descoberta: Resultado de uma atividade científica; Tem por objetivo empurrar a fronteira do conhecimento, principalmente relacionado às ciências humanas; A motivação é principalmente intelectual; 2) Invenção: Resultado de uma atividade tecnológica; Tem por objetivo a resolução de um problema prático; A motivação é principalmente técnica; 3) Inovação: Tem por objetivo a exploração comercial de uma invenção; A motivação é econômica.
Histórico de estudos de inovação
Joseph Schumpeter (1883 –1950)
O impulso fundamental que coloca e mantêm o motor capitalista em movimento não advém de fenômenos naturais ou sociais como guerras e revoluções, mas sim dos novos bens de consumo, novos métodos de produção e transportes, novos mercados e novas formas de organização industrial que a empresa capitalista cria e destrói.
Histórico de estudos de inovação
Histórico de estudos de inovação
Schumpeter e a destruição criadora
A destruição criadora, decorrente da introdução no mercado
de novos produtos, novos processos, novas formas de
administração da produção, é motivada pela possibilidade de
auferir lucros monopolistas associados à inovação.
Estes lucros, ainda que temporários, mobilizam as inversões
em bens de capital e a introdução de novos produtos,
contribuindo para o crescimento econômico.
Histórico de estudos de inovação
O lado “destruidor” da inovação
A mudança tecnológica é um processo de criação que traz em
seu bojo a destruição de formas pré-existentes de produção,
acarretando prejuízos eventuais tanto ao capital quanto ao
trabalho. Ao substituir equipamentos e métodos de produção já
amortizados, a inovação sucateia parte do capital físico e
organizacional já investido.
Do ponto de vista do trabalho, inovações costumam resultar
em desemprego, ocasionando a oposição dos trabalhadores.
Empresário
Inovação
Difusão da Inovação (invenção/novo produto/fonte de matéria prima/ou método de produção)
Exaustão e crise (destruição do antigo e afirmação do novo)
Fonte: Shumpeter (1911)
Síntese da "destruição criadora"
Histórico de estudos de inovação
O lado “destruidor” da inovação
Histórico de estudos de inovação 1) Inovação como perspectiva estratégica Porter(1989) compreende a inovação como a geração de uma ideia ou invenção e a conversão dessa ideia ou invenção em algum negócio ou aplicação útil. 2) Inovação como padrão: Freeman (1991) refere-se a inovação como a ruptura ou melhorias com o padrão tecnológico anterior. 3) Inovação como processo: Nelson e Rosenberg (1993) definem a inovação como um processo pelo qual as empresas, mediante aquisição do conhecimento, colocam em prática novos produtos ou novos processos de manufatura que até então eram novos para elas. 4) Inovação como tiplogia: O Manual Oslo (2006) trata a inovação como “a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”
Diversas formas de se ver a inovação Dependendo do autor, da obra ou do objetivo pretendido, existem inúmeras
formas de se definir o que é inovação
“Inovação é adotar novas tecnologias, que aumentam a competitividade da
companhia.”
Hamel & Prahalad: Competindo pelo futuro.
“Inovação é um processo de aprendizagem organizacional.”
Bell & Pavitt: The development of technological capabilities
“Inovação é atribuir novas capacidades aos recursos existentes na empresa,
gerando riqueza.”
Drucker: Inovação e Espírito Empreendedor
“Inovação é o uso, comercialmente bem-sucedido, de uma invenção”
Bacon & Butler: Planned Innovation
“Inovação é = novas ideias + ações que produzem resultados.”
Ernest Gundling: The 3M Way to Innovation
10 características da inovação
1. O risco de insucesso está sempre presente quando se busca inovar.
2. Pessoas criativas são a matéria- prima básica do processo de
geração de inovações. Valorize os talentos.
3. Ambientes adequados geram transbordamentos favoráveis capazes
de gerar insights criativos e inovações.
4. A inovação é um processo aberto.
5. A inovação pode ser obtida de formas distintas, inclusive através do
uso de métodos estruturados.
6. Inovação é um fenômeno que acontece em todas as áreas do
conhecimento, inclusive nos negócios.
10 características da inovação Nos Negócios
7. A inovação deve estar alinhada à estratégia. 8. A maioria das inovações vêm de três fontes básicas: clientes, concorrentes e funcionários. 9. A inovação é um fenômeno que acontece no mercado. 10. Inovar é criar valor para a empresa.
Os alvos da inovação
Segundo Kim Barnes e David Francis, autores do Managing Innovation, há
quatro potenciais alvos para a inovação. Podemos chamá-los de 4Ps da
inovação. São eles:
1. Produtos e Serviços
Diz respeito ao QUE NÓS FAZEMOS
2. Processos
Refere-se a COMO NÓS FAZEMOS
3. Posição de Mercado
Vincula-se a COMO NÓS SELECIONAMOS E NOS COMUNICAMOS COM OS
CLIENTES
4. Paradigma ou Modelo de Negócio
Está relacionado com QUAIS ELABORAÇÕES USAMOS PARA ENTENDER O
MUNDO Dessa forma, a empresa, dependendo de sua estratégia, pode escolher
onde concentrar os (seus) esforços para inovar.
As 6 dimensões da Gestão da Inovação Muitos são os métodos e ferramentas utilizados para se implantar a gestão da
inovação na empresa. O desafio dos gestores consiste em encontrar quais as
ferramentas e métodos são mais compatíveis com a cultura da instituição.
A escolha das dimensões foi fruto da observação e da análise de experiências
bem sucedidas em empresas que gerenciam a inovação como processo.
A ferramenta MAPEL-R avalia 6 dimensões, sendo 5 ligadas aos processos
estruturantes e uma voltada para avaliar os resultados obtidos.
Método
Ambiente
Pessoas
Estratégia
Liderança
Resultados
Método Ao se estudar a origem das inovações, percebemos que, via de regra, não é muito
fácil identificar como, onde e porque as inovações deram certo. Em muitos casos
foram fruto do trabalho sistematizado e contínuo, focado na solução de um
problema específico. Em outros casos, soluções são encontradas quase que por
acaso. Ex. Viagra, Velcro, Teflon, etc.
O principal desafio das organizações voltadas à inovação é desenvolver e
implantar métodos e ferramentas capazes de criar um sistema voltado para inovar
de maneira sistemática (obtida através do uso de método) e sistêmica (ocorrendo
em todos os setores e níveis da organização).
Segundo Drucker, os empreendedores precisam aprender a estimular, implantar e
praticar a inovação de forma sistemática, em vez de esperar que as forças do
acaso soprem a seu favor.
Ambiente Percebe-se que ambientes mais abertos e flexíveis, onde amplas possibilidades
de acesso a novas fontes de conhecimento e maior tolerância a diversidade sejam
possíveis, atraem pessoas criativas e talentosas. Eles funcionam como um
impulsionador dos talentos individuais e como um agente potencializador de
interações geradoras de inovações.
Pessoas criativas são atraídas para países, regiões, cidades e empresas onde
existam ambientes mais propícios para exercerem suas atividades. Investir na
construção, manutenção e aprimoramento de ambientes voltados para estimular
uma cultura votada para a inovação tem sido fator crítico de sucesso das
empresas inovadoras.
Pessoas No centro de todos os processos de uma empresa, sempre vamos ter a presença
de pessoas. Elas se constituem nos ativos mais importantes para a criação de
valor para o negócio.
As empresas devem estimular a criação de sistemas capazes de identificar,
recrutar, manter, capacitar, reconhecer e recompensar as pessoas responsáveis
pela geração de resultados galgados pelas inovações.
Valorize os talentos.
Estratégia A estratégia é, e sempre foi, parte integrante da essência do ser humano. É um fator
central na diferenciação que se estabelece entre os seres que criam pensamentos
elaborados e complexos e os demais animais, que a utilizam unicamente como
ferramenta básica para a satisfação de suas necessidades mais urgentes.
A estratégia tem sido usada pelo homem de forma sofisticada e singular,
transformando-o no principal agente de transformação do meio onde vive.
Também nos negócios, ela tem um papel fundamental. Qualquer plano ou iniciativa
voltada para inovar deve estar devidamente alinhada com a visão de futuro da
empresa e com a estratégia do negócio.
Alguns autores, como é o caso de Freeman (1997), dividiram a estratégia em
algumas derivações, tais como: ofensiva, defensiva, imitativa, dependente,
tradicional e oportunista.
Estratégias de Inovação
ESTRATÉGIA OFENSIVA
ESTRATÉGIA DEFENSIVA
ESTRATÉGIA IMITATIVA
ESTRATÉGIA OPORTUNISTA
ESTRATÉGIA DEPENDENTE
ESTRATÉGIA TRADICIONAL
Estratégia Ofensiva » Busca atingir liderança técnica e de mercado, colocando-se à frente da
concorrência no lançamento de novos produtos, serviços ou processos;
» Corre grandes riscos inerentes à inovação pioneira, devido a colocação
de uma ideia ainda não testada no mercado;
» Investimento alto e de longo prazo;
» Forte presença de P&D
» Contratação de pessoal qualificado;
» Valoriza o sistema de patentes.
Estratégia Defensiva » Empresas que evitam os riscos do pioneirismo no desenvolvimento
e lançamento de produtos;
» Optam por fornecer opções mais seguras e consistentes;
» Alto investimento em P&D para se adaptarem rapidamente às inovações dos concorrentes;
» Confiam em sua marca consolidada;
» Utilizam patentes como meio para enfraquecer a posição das empresas líderes;
» Contam com profissionais bem qualificados.
Estratégia Imitativa » Adotada por empresas que, tipicamente, seguem os líderes em
tecnologias estabelecidas e não têm pretensões de acompanhar o desenvolvimento das empresas ofensivas ou defensivas;
» Pretendem manter uma defasagem tecnológica controlada;
» Oferecem ao mercado produtos similares aos dos líderes;
» A estratégia imitativa é usada principalmente em países em desenvolvimento e em mercados onde as empresas mais inovadoras não atuam;
» Investem bem pouco em P&D;
» Apoiam-se em custos baixos de produção; utilizam tecnologias de baixo custo e trabalham com margens de lucro apertadas;
Estratégia Dependente » Característica de empresas que perderam a iniciativa de projetar
produtos, serviços ou processos e que não dispõe de departamentos de
P&D;
» Empresas que fabricam produtos para serem
comercializados sob marcas de terceiros;
» Empresas que operam sob o regime de franquias, quando o processo de
vendas, formulação de produtos e treinamento são padronizados.
Estratégia Oportunista
» Identifica e aproveita novas oportunidades no ambiente, em
particular as surgidas após mudanças rápidas;
» Não requer a utilização de P&D ou de processos complexos de
desenvolvimento;
» Imaginação e criatividade são mais importantes que a capacitação
técnica.
Estratégia Tradicional » Não vêem a necessidade de mudar seu produto ou de empreender
grandes esforços de inovação, seja porque o mercado não
demanda mudanças ou o porque a concorrência também não
inova;
» Desenvolve apenas inovações incrementais e faz pequenas
alterações no design dos produtos;
» A concorrência por preços leva a um controle rígido de custos e
faltam recursos para atividades cujo retorno ocorre em prazos mais
longos.
Liderança Sempre existe um certo vínculo entre a obra e o seu criador. De forma deliberada ou
inconsciente, o criador transfere para a criatura um pouco de si, de suas crenças e
valores, da sua maneira de ver e entender o mundo e as coisas que o cercam. Via
de regra, a empresa é um espelho multifacetado, onde uma parte relevante deste
mosaico está associada ao que sua liderança diz e faz.
Caberá à liderança fortalecer e promover uma cultura voltada para a inovação,
construindo um ambiente adequado, disponibilizando os recursos necessários,
institucionalizando processos, estabelecendo parcerias, reconhecendo e
recompensando as pessoas em função dos resultados obtidos.
Resultados Só existe inovação quando existem resultados. Eles são fundamentais para a
sobrevivência da empresa. Porém, nem sempre os resultados são consequência de
um processo estruturado e sistemático. Muitas vezes, podem ser fruto do acaso. Por
isso, é fundamental identificar se os resultados obtidos são decorrentes dos
sistemas e métodos implantados.
Classificação da inovação
Classificação da inovação
Inovação radical é menos freqüente e requer inovações incrementais complementares de caráter adaptativo, visando promover mudanças em ideias, produtos, processos e organizações. Destrói um modelo ou uma indústria existente – pode levar a “disrupção”. Pode precisar de muito tempo até ir para o mercado Custo muito alto e risco igual ou maior Geralmente deriva de atividades de P&D.
Classificação da inovação
Inovação incremental é uma nova forma de fazer alguma coisa por meio do aperfeiçoamento contínuo de técnicas, processos e rotinas organizacionais, com vistas a cumprir os objetivos da organização. É conquistada diariamente Ouve-Ideia-Implemente-Ouve-Melhora... Demanda agilidade
Inovação radical e incremental
Inovação nas organizações
Tipologia da Inovação
Fonte: Manual de OSLO
Inovação de serviços
A análise do processo de inovação em serviços é recente
Decorre de um processo decorrente das inovações geradas na indústria
Transformações sociais, políticas e econômicas nas últimas décadas do séculos XX
Abordagens das inovação de serviços
Abordagens Características
Tecnicista Inovações tecnológicas no setor de produção de bens de capital
Baseadas em serviços
Inovações incrementais de “serviços periféricos” nos “serviços básicos”
Inovação integradora
Peculiaridade nos serviços
Tipos de inovação em serviços •Inovações de produto: relacionados com o fornecimento de novo serviço, como, por exemplo, novo seguro, nova linha de financiamento, oferta por um escritório de contabilidade de um novo serviço técnico;
•Inovações de processo: relacionados com a modificação de procedimentos prescritos para a elaboração/produção de um serviço (back office) ou nos procedimentos de atendimento do usuário/cliente e de entrega do serviço (front office);
•Inovações organizacionais ou gerenciais: relacionadas com a introdução de novas ferramentas gerenciais ou novos modelos de gestão, como por exemplo, novos programas de qualidade;
•Inovações de mercado: relacionadas com a descoberta de novos mercados, com a identificação de nichos em um mesmo mercado ou, ainda, com a mudança de comportamento da organização no mercado em que ela se insere.
Fonte: Gallouj e Savona (2009)
Tipos de inovação em serviços •Inovações ad hoc (ou adocrática ou ainda contingencial): resultado de um processo de resolução de problemas do usuário através da co‐produção do serviço. Considera que o processo de inovação em serviços é essencialmente um processo interativo, em que o provedor dos serviços mantém ligações internas e externas que conduzem à inovação.
Fonte: Vargas e Zawislak (2006)
Curva da inovação
Ciclo de vida da inovação
Inovação aberta
Termo cunhado por Henry Chesbrough (2003), que traz uma reflexão sobre as novas abordagens que buscam trazer maior flexibilidade na geração de inovações tecnológicas. O modelo pressupõe que as empresas devem utilizar fontes externas de ideias a fim de aumentar sua competitividade na geração de novas tecnologias. Outro aspecto relevante do modelo é criar a possibilidade de comercialização de ideias geradas internamente que não se adequam ao “core” da empresa.
Inovação aberta
Modelo da Inovação aberta
Inovação aberta
Dilemas da prática para as empresas
Dilemas da prática para a academia
Plataformas de Inovação aberta
As plataformas de inovação aberta são organizações que unem demandas a
ofertas tecnológicas, em nível mundial. São também chamadas “technology
brokers”
Plataformas de Inovação aberta
Technolog
y
push
Plataforma Open Innovation
(Technology Broker) Market
Pull
• Rede de solucionadores de tecnologia e empresas
demandantes por inovação tecnológica em todo o
mundo
• Profissionais técnicos especializados em decodificar
temas técnicos em aplicações de mercado e vice-
versa
• Metodologias para busca e qualificação de tecnologias
• Modelo de negócio variável, baseado no sucesso das
intermediações Ciência Mercado
Plataformas de Inovação aberta
Ciência Mercado
Processo
Desafio
Cliente
Resultado
Empresa multinacional produtora de derivados
do leite
Solução para impedir a cristalização de
lactose em certos queijos
O desafio foi enviado para a rede global de
desenvolvedores tecnológicos da Ninesigma
(+200 mil)
Diversas propostas foram recebidas e analisadas em
cerca de 3 meses
Contratos de transferência tecnológica realizados
com uma universidade norte-americana e com uma
agência de pesquisas australiana.
Fonte: TerraForum