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Steven S. Zumdahl
Donald J. DeCosteIntroDução à quím
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Para suas soluções de curso e aprendizado, visite www.cengage.com.br
isbn 13 978-85-221-1804-5isbn 10 85-221-1804-3
7 8 8 5 2 2 1 1 8 0 4 59
esta nova edição de Introdução à Química continua seguindo os objetivos das edições anteriores: tornar a química interessante, acessível e compreensível para o estudante novato. os conceitos são apresentados de maneira clara e simples. além disso, o livro foi escrito de modo que o aluno tenha uma aprendizagem ativa, por exemplo, por meio das perguntas apresentadas no final de cada capítulo, as quais oferecem excelente material para trabalho colaborativo dos estudantes. os autores também associam a quími-ca às experiências da vida real em todas as oportunidades.
Continua enfatizando o estudo de reações químicas no início do livro, a fim de que o assunto possa ser retomado em capítulos pos-teriores. o texto apresenta ilustrações gráficas de reações, fenôme-nos e processos químicos. o glossário e todas as palavras-chave foram atualizados e novas definições, acrescentadas; os boxes “Química em foco” foram revistos e assuntos mais atuais, aborda-dos; e foram inseridos os “Problemas para estudo” nos finais de capítulo – problemas para verificar se os alunos entenderam os conceitos básicos de cada capítulo.
aplicações: Livro-texto para a disciplina Química Geral dos cur-sos de graduação de Química, farmácia, engenharias, Ciências Biológicas, nutrição, dentre outros que têm esta disciplina em sua grade curricular.
Trilha é uma solução digital, com plataforma de acesso em português, que disponibiliza ferramentas multimídia para uma nova estratégia de ensino e aprendizagem.
tradução da 8a ediçãonorte-americana
IntroDução à químICafundamentos
Steven S. ZumdahlDonald J. DeCoste
tradução da 8a ediçãonorte-americana
Fundamentos de química analítica Tradução da 9a edição norte--americana
Skoog, West, Holler e Crouch
Introdução à química orgânica Tradução da 9a edição norte-
-americana
Frederick A. Bettelheim, William H. Brown, Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell
Introdução à bioquímica Tradução da 9a edição norte-
-americana
Frederick A. Bettelheim, William H. Brown, Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell
Introdução à química geral Tradução da 9a edição norte-
-americana
Frederick A. Bettelheim, William H. Brown, Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell
Química orgânica experimental: Técnicas de escala pequena Tradução da 3a edição norte--americana
Randall G. Engel, George S. Kriz, Gary M. Lampman e Donald L. Pavia
Steven S. ZumdahlDonald J. DeCoste
IntroDução à químICa
fundamentos
outras obras
cpa_Introd_a_Quimica_37mm.indd 1 11/26/14 4:17 PM
Introduçãoà químicaF U N D A M E N T O STradução da 8a edição Norte-americana
Steven S. ZumdahlUniversity of Illinois
Donald J. DeCosteUniversity of Illinois
Tradução
Noveritis do Brasil
Revisão técnica
Robson Mendes MatosDPhil. – University of Brighton - UKProfessor Associado III – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Campus Prof. Aloísio Teixeira – Macaé
Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos
Sumário
Prefácio xv
1 Química: uma introdução 1 1-1 Química: uma introdução 2
QUÍMICA EM FOCO: Dra. Ruth —Heroína do algodão 4
1-2 O que é química? 5
1-3 Solucionando problemas com a utilização de uma abordagem científica 5
QUÍMICA EM FOCO: Um problema complexo 6
1-4 O método científico 8
1-5 Aprendendo química 9
QUÍMICA EM FOCO: Química: um importante componente de sua educação 10
Para revisão 11
Questões de aprendizado ativo 11
Perguntas e problemas 12
2 Medidas e cálculos 14
2-1 Notação científica 15
2-2 Unidades 18
QUÍMICA EM FOCO: Unidades críticas! 19
2-3 Medidas de comprimento, volume e massa 19
QUÍMICA EM FOCO: Medida: passado, presente e futuro 21
2-4 Incerteza na medida 22
2-5 Algarismos significativos 24
2-6 Solução de problemas e análise dimensional 29
2-7 Conversões de temperatura: uma abordagem para a solução de problemas 33
QUÍMICA EM FOCO: Termômetros minúsculos 37
2-8 Densidade 40
Para revisão 44
Questões de aprendizado ativo 45
Perguntas e problemas 46
Problemas adicionais 51
Problemas para estudo 54
3 Matéria 55
3-1 Matéria 56
3-2 Propriedades físicas e químicas e mudanças 57
3-3 Elementos e compostos 60
3-4 Misturas e substâncias puras 61
QUÍMICA EM FOCO: Concreto: um material antigo renovado 62
3-5 Separação de misturas 64
Para revisão 66
Questões de aprendizado ativo 66
Perguntas e problemas 67 v
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vi Introdução à química: fundamentos
4-8 Introdução à tabela periódica 89
QUÍMICA EM FOCO: Interrompendo a ação do arsênio 92
4-9 Estados naturais dos elementos 92
4-10 Íons 96
4-11 Compostos que contêm íons 99
Para revisão 102
Questões de aprendizado ativo 103
Perguntas e problemas 105
Problemas adicionais 109
Problemas para estudo 110
5 Nomenclatura 112
5-1 Nomeando compostos 113
5-2 Nomeando compostos binários que contêm um metal e um ametal (Tipos I e II) 113
QUÍMICA EM FOCO: Açúcar de chumbo 114
5-3 Nomeando compostos binários que contêm apenas ametais (Tipo III) 121
5-4 Nomeando compostos binários: revisão 123
QUÍMICA EM FOCO: Quimiofilatelia 126
5-5 Nomeando compostos que contêm íons poliatômicos 127
5-6 Nomeando ácidos 129
5-7 Escrevendo fórmulas com base nos nomes 131
Para revisão 132
Questões de aprendizado ativo 133
Perguntas e problemas 133
Problemas adicionais 136
Problemas para estudo 139
Revisão cumulativa dos capítulos 4 e 5 140
Problemas adicionais 69
Problemas para estudo 70
Revisão cumulativa dos capítulos 1 a 3 71
4 Princípios químicos: elementos, átomos e íons 73
4-1 Os elementos 74
4-2 Símbolos para os elementos 76
QUÍMICA EM FOCO: Oligoelementos: pequenos, porém cruciais 77
4-3 Teoria atômica de Dalton 78
4-4 Fórmulas de compostos 79
QUÍMICA EM FOCO: Um nanocarro com tração nas quatro rodas 81
4-5 A estrutura do átomo 81
4-6 Introdução ao conceito moderno de estrutura atômica 84
4-7 Isótopos 84
QUÍMICA EM FOCO: Mostre-me teu cabelo e te direi de onde és 86
QUÍMICA EM FOCO: Contos do isótopo 88
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viiSumário
7 Reações em soluções aquosas 164
7-1 Prevendo a ocorrência de uma reação 165
7-2 Reações de formação de sólidos 165
7-3 Descrevendo reações em soluções aquosas 174
7-4 Reações que formam água: ácidos e bases 176
7-5 Reações de metais e ametais (oxirredução) 179
7-6 Maneiras de classificar as reações 183
QUÍMICA EM FOCO: Reações de oxirredução lançam o ônibus espacial 184
7-7 Outras maneiras de classificar as reações 185
Para revisão 189
Questões de aprendizado ativo 190
Perguntas e problemas 191
Problemas adicionais 195
Problemas para estudo 197
Revisão cumulativa dos capítulos 6 e 7 198
8 Composição química 200
8-1 Contando por pesagem 201
QUÍMICA EM FOCO: Plástico que fala e ouve! 202
8-2 Massas atômicas: contando átomos por pesagem 204
8-3 O mol 206
8-4 Aprendendo a solucionar problemas 211
8-5 Massa molar 214
8-6 Composição percentual dos compostos 220
8-7 Fórmulas de compostos 222
8-8 Cálculo de fórmulas empíricas 224
8-9 Cálculo de fórmulas moleculares 230
Para revisão 232
Questões de aprendizado ativo 233
Perguntas e problemas 234
Problemas adicionais 238
Problemas para estudo 241
6 Reações químicas: uma introdução 143
6-1 Evidências de uma reação química 144
6-2 Equações químicas 146
6-3 Balanceando equações químicas 150
QUÍMICA EM FOCO: O besouro com o tiro certeiro 152
Para revisão 157
Questões de aprendizado ativo 158
Perguntas e problemas 158
Problemas adicionais 161
Problemas para estudo 163
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viii Introdução à química: fundamentos
QUÍMICA EM FOCO: Caminhar sobre brasas: magia ou ciência? 293
10-6 Termoquímica (entalpia) 294
QUÍMICA EM FOCO: Queimando calorias 296
10-7 Lei de Hess 297
10-8 Qualidade versus quantidade de energia 299
10-9 Energia e o nosso mundo 300
QUÍMICA EM FOCO: Vendo a luz 303
10-10 Energia como força motriz 304
Para revisão 308
Questões de aprendizado ativo 309
Perguntas e problemas 310
Problemas adicionais 312
Problemas para estudo 313
11 Teoria atômica moderna 314
11-1 Átomo de Rutherford 315
11-2 Radiação eletromagnética 316
QUÍMICA EM FOCO: A luz como um atrativo sexual 317
11-3 Emissão de energia por átomos 318
11-4 Níveis de energia do hidrogênio 319
QUÍMICA EM FOCO: Efeitos atmosféricos 320
11-5 Modelo atômico de Bohr 322
11-6 Modelo da mecânica ondulatória para o átomo 323
11-7 Orbitais do hidrogênio 324
11-8 Modelo da mecânica ondulatória: desenvolvimento adicional 327
11-9 Arranjos eletrônicos nos dezoito primeiros átomos da tabela periódica 329
QUÍMICA EM FOCO: Um momento magnético 332
11-10 Configurações eletrônicas e a tabela periódica 333
QUÍMICA EM FOCO: Química do bóhrio 335
11-11 Propriedades atômicas e a tabela periódica 337
9 Quantidades químicas 242
9-1 Informação dada pelas equações químicas 243
9-2 Relações quantidade de matéria-quantidade de matéria 245
9-3 Cálculos de massa 248
QUÍMICA EM FOCO: Carros do futuro 256
9-4 O conceito de reagentes limitantes 256
9-5 Cálculos envolvendo um reagente limitante 260
9-6 Rendimento percentual 267
Para revisão 269
Questões de aprendizado ativo 269
Perguntas e problemas 272
Problemas adicionais 277
Problemas para estudo 279
Revisão cumulativa dos capítulos 8 e 9 280
10 Energia 282
10-1 A natureza da energia 283
10-2 Temperatura e calor 284
10-3 Processos exotérmicos e endotérmicos 286
10-4 Termodinâmica 287
10-5 Medindo as variações de energia 288
QUÍMICA EM FOCO: Café: quente e rápido 289
QUÍMICA EM FOCO: A natureza tem plantas quentes 291
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ixSumário
QUÍMICA EM FOCO: Brócolis – Alimento milagroso? 367
12-8 Estrutura molecular 371
12-9 Estrutura molecular: modelo RPNEV 372
QUÍMICA EM FOCO: Paladar – É a estrutura que conta 373
12-10 Estrutura molecular: moléculas com ligações duplas 378
Para revisão 380
Questões de aprendizado ativo 380
Perguntas e problemas 381
Problemas adicionais 385
Problemas para estudo 386
Revisão cumulativa dos capítulos 10 a 12 387
13 Gases 390
13-1 Pressão 391
QUÍMICA EM FOCO: Impressões digitais da exalação 393
13-2 Pressão e volume: lei de Boyle 395
13-3 Volume e temperatura: lei de Charles 400
13-4 Volume e quantidades de matéria: lei de Avogadro 405
13-5 A lei de gás ideal 407
QUÍMICA EM FOCO: Os lanches também precisam de química! 412
13-6 Lei de Dalton das pressões parciais 413
13-7 Leis e modelos: uma revisão 418
13-8 Teoria cinética molecular dos gases 418
13-9 Implicações da teoria cinética molecular 419
QUÍMICA EM FOCO: A química dos airbags 421
13-10 Estequiometria dos gases 421
Para revisão 425
Questões de aprendizado ativo 425
Perguntas e problemas 427
Problemas adicionais 431
Problemas para estudo 434
QUÍMICA EM FOCO: Fogos de artifício 340
Para revisão 341
Questões de aprendizado ativo 342
Perguntas e problemas 343
Problemas adicionais 346
Problemas para estudo 348
12 Ligação química 349
12-1 Tipos de ligações químicas 350
12-2 Eletronegatividade 352
12-3 Polaridade da ligação e momentos dipolo 354
12-4 Configurações eletrônicas estáveis e cargas nos íons 355
12-5 Ligação iônica e estruturas dos compostos iônicos 358
12-6 Estruturas de Lewis 360
QUÍMICA EM FOCO: Farejando com as abelhas 363
QUÍMICA EM FOCO: Escondendo o dióxido de carbono 365
12-7 Estruturas de Lewis de moléculas com ligações múltiplas 365
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x Introdução à química: fundamentos
15 Soluções 462
15-1 Solubilidade 463
QUÍMICA EM FOCO: Água, água, em todo lugar, mas... 466
15-2 Composição das soluções: introdução 467
QUÍMICA EM FOCO: Química verde 468
15-3 Composição das soluções: porcentagem em massa 469
15-4 Composição das soluções: concentração em quantidade de matéria 471
15-5 Diluição 475
15-6 Estequiometria de reações de soluções 478
15-7 Reações de neutralização 482
15-8 Composição das soluções: normalidade 484
Para revisão 488
Questões de aprendizado ativo 489
Perguntas e problemas 490
Problemas adicionais 493
Problemas para estudo 495
Revisão cumulativa dos capítulos 13 a 15 496
16 Ácidos e bases 499
16-1 Ácidos e bases 500
16-2 Força ácida 502
QUÍMICA EM FOCO: Carbonação: um truque legal 504
QUÍMICA EM FOCO: As plantas reagem 505
16-3 Água como um ácido e como uma base 506
QUÍMICA EM FOCO: Ferrugem de aviões 509
16-4 A escala de pH 509
QUÍMICA EM FOCO: Indicadores ácido-base de variedades de jardins 514
16-5 Calculando o pH de soluções de ácidos fortes 514
16-6 Soluções tamponadas 516
Para revisão 517
14 Líquidos e sólidos 435
14-1 A água e suas mudanças de fase 437
14-2 Exigências de energia para as mudanças de estado 438
QUÍMICA EM FOCO: As baleias precisam das mudanças de estado 439
14-3 Forças intermoleculares 442
14-4 Evaporação e pressão de vapor 444
14-5 Estado sólido: tipos de sólidos 447
QUÍMICA EM FOCO: Gorilla Glass 448
14-6 Ligação nos sólidos 449
QUÍMICA EM FOCO: Metal com memória 453
QUÍMICA EM FOCO: Diamantes artificiais 454
Para revisão 455
Questões de aprendizado ativo 456
Perguntas e problemas 457
Problemas adicionais 459
Problemas para estudo 461
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xiSumário
17-6 Equilíbrios heterogêneos 536
17-7 Princípio de Le Chatelier 538
17-8 Aplicações envolvendo a constante de equilíbrio 545
17-9 Equilíbrios de solubilidade 547
Para revisão 550
Questões de aprendizado ativo 550
Perguntas e problemas 552
Problemas adicionais 556
Problemas para estudo 558
Revisão cumulativa dos capítulos 16 e 17 559
18 Reações de oxirredução e eletroquímica 561
18-1 Reações de oxirredução 562
18-2 Estados de oxidação 563
18-3 Reações de oxirredução entre ametais 566
QUÍMICA EM FOCO: Envelhecemos por oxidação? 568
18-4 Balanceando reações de oxirredução pelo método da semirreação 570
QUÍMICA EM FOCO: Jeans amarelo? 571
18-5 Eletroquímica: introdução 576
18-6 Baterias 579
18-7 Corrosão 581
QUÍMICA EM FOCO: Aço inoxidável: é o fundo do caroço 582
18-8 Eletrólise 583
QUÍMICA EM FOCO: Lareira movida a água 584
Para revisão 585
Questões de aprendizado ativo 585
Perguntas e problemas 586
Problemas adicionais 589
Problema para estudo 591
Questões de aprendizado ativo 518
Perguntas e problemas 519
Problemas adicionais 522
Problemas para estudo 524
17 Equilíbrio 525
17-1 Como ocorrem as reações químicas 526
17-2 Condições que afetam as velocidades de reação 527
17-3 A condição de equilíbrio 529
17-4 Equilíbrio químico: uma condição dinâmica 531
17-5 A constante de equilíbrio: introdução 532
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xii Introdução à química: fundamentos
19-9 Fusão nuclear 607
19-10 Efeitos da radiação 607
Para revisão 609
Questões de aprendizado ativo 610
Perguntas e problemas 610
Problemas adicionais 613
Problemas para estudo 614
20 Química orgânica 615
20-1 Ligação de carbono 617
20-2 Alcanos 618
20-3 Fórmulas estruturais e isomeria 620
20-4 Nomeando alcanos 623
20-5 Petróleo 628
20-6 Reações de alcanos 629
20-7 Alcenos e alcinos 630
20-8 Hidrocarbonetos aromáticos 633
20-9 Nomeando compostos aromáticos 633
QUÍMICA EM FOCO: Cupins que usam naftalina 637
20-10 Grupos funcionais 638
20-11 Alcoóis 638
20-12 Propriedades e usos de alcoóis 640
20-13 Aldeídos e cetonas 642
20-14 Nomeando aldeídos e cetonas 643
20-15 Ácidos carboxílicos e ésteres 645
20-16 Polímeros 647
QUÍMICA EM FOCO: A química da música 649
QUÍMICA EM FOCO: A mãe da invenção 650
Para revisão 651
Questões de aprendizado ativo 652
Perguntas e problemas 652
Problemas adicionais 657
Problemas para estudo 659
19 Radioatividade e energia nuclear 592
19-1 Decaimento radioativo 594
19-2 Transformações nucleares 598
19-3 Detecção de radioatividade e o conceito de meia-vida 599
QUÍMICA EM FOCO: Datação de diamantes 601
19-4 Datação pela radioatividade 601
19-5 Aplicações médicas da radioatividade 602
QUÍMICA EM FOCO: PET, o melhor amigo do cérebro 603
19-6 Energia nuclear 604
19-7 Fissão nuclear 604
19-8 Reatores nucleares 605
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xiiiSumário
QUÍMICA EM FOCO: Cultivando urina 670
21-6 Enzimas 670
21-7 Carboidratos 671
QUÍMICA EM FOCO: Grandes expectativas? A química dos placebos 674
21-8 Ácidos nucleicos 675
21-9 Lipídeos 678
Para revisão 684
Questões de aprendizado ativo 685
Perguntas e problemas 685
Problemas adicionais 687
Apêndice 689
Usando sua calculadora 689Álgebra básica 691Notação científica (exponencial) 692Funções gráficas 694Unidades SI e fatores de conversão 695
Soluções para os exercícios de autoverificação 696
Respostas às perguntas e exercícios de números pares de final de capítulo 715
Respostas dos exercícios de números pares de revisão cumulativa 738
Índice remissivo e glossário 745
21 Bioquímica 661
21-1 Proteínas 664
21-2 Estrutura primária das proteínas 664
21-3 Estrutura secundária das proteínas 667
21-4 Estrutura terciária das proteínas 668
21-5 Funções das proteínas 669
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PrefácioA oitava edição de Introdução à Química continua seguindo o objetivo de tornar a química interessante, acessível e compreensível para o estudante novato. Nesta edição incluímos uma ajuda adicional para professores e alunos, a fim de auxiliá-los a atingir essas metas.
Aprender química pode ser muito gratificante. Acreditamos que até os novatos são capazes de relacionar o mundo macroscópico da química – a observação de mudanças de cor e a formação de precipitados – ao mundo microscópico dos íons e moléculas. Para atingir essa meta, os professores fazem uma tentativa sincera de oferecer formas mais interessantes e efetivas de aprender química, e esperamos que Introdução à Química seja visto como parte desse esforço. Neste livro, apre-sentamos conceitos de maneira clara e simples, usando linguagem e analogias que os estudantes conseguem compreender. Nós também escrevemos o livro de ma-neira que possibilite o aprendizado ativo. Em particular, as “Questões de aprendi-zado ativo”, que se encontram no final de cada capítulo, oferecem um excelente material para o trabalho colaborativo dos alunos. Além disso, associamos a química às experiências da vida real em todas as oportunidades, desde as dis-cussões que abrem os capítulos sobre as aplicações da química até os recursos “Química em foco” ao longo do livro. Temos certeza de que essa abordagem es-timulará o entusiasmo e o entendimento real à medida que o aluno usar este mate-rial. A seguir, descrevemos alguns destaques do programa Introdução à Química.
Novidades desta edição
A seguir, descrevemos as principais mudanças no livro:
Questões para o pensamento crítico Acrescentamos essas questões ao longo do livro para enfatizar a importância do aprendizado conceitual. Elas são particu-larmente úteis para gerar discussões em sala.
Exemplos resolvidos Incluímos no livro exemplos resolvidos que exigem dos alunos o acompanhamento passo a passo do exemplo em vez de simplesmente ler o que está no texto.
Problemas para estudo Adicionamos esses problemas aos outros no final dos capítulos para fins de verificação do entendimento, por parte do aluno, dos concei-tos básicos apresentados.
Abordagem dos reagentes limitantes No Capítulo 9, melhoramos o tratamento da estequiometria acrescentando uma nova seção sobre reagentes limitantes, que enfatiza o cálculo das quantidades de produtos que podem ser obtidos de cada re-agente. Agora os alunos aprendem como selecionar um reagente limitante ao com-parar as quantidades de reagentes presentes e calcular as quantidades de produtos que podem ser formados pelo consumo completo de cada reagente.
Programa de arte Revisamos, modificamos e atualizamos as figuras do livro para atender melhor àqueles que aprendem visualmente.
xv
xvi Introdução à química: fundamentos
Seções “Química em foco” Revisamos muitas seções de “Química em foco” e acrescentamos outras com assuntos atuais, como o Gorilla Glass, os nanocarros e o uso da análise da exalação para diagnosticar doenças.
Exercícios no final do capítulo Substituímos mais de 10% das perguntas e prob-lemas no final dos capítulos, além de acrescentar novos usando as seções “Química em foco” e “Problemas para estudo”. As respostas para autoverificações e exercí-cios de número par estão no final do livro.
Termos do glossário/palavras-chave Atualizamos o glossário e todas as pala-vras-chave, além de acrescentar muitas definições novas.
Ênfase na química das reaçõesContinuamos enfatizando reações químicas no começo do livro, deixando o mate-rial mais abstrato para ser retomado nos capítulos posteriores. Em uma disciplina na qual muitos alunos se deparam com química pela primeira vez, parece-nos es-pecialmente importante apresentar a natureza química da matéria antes de discu-tirmos as complexidades dos átomos e suas órbitas. As reações são inerentemente interessantes para os estudantes e podem ajudar a conduzi-los para a química. Em particular, as reações podem formar a base para fascinantes demonstrações em sala de aula e experiências em laboratório.
Por essa razão decidimos enfatizar as reações antes de passarmos para os det-alhes da estrutura atômica. Baseando-se apenas em ideias muito simples sobre o átomo, os Capítulos 6 e 7 representam um tratamento cuidadoso das reações químicas, incluindo como reconhecer uma mudança química e o que significa uma equação química. As propriedades de soluções aquosas são discutidas em detalhe, e reações de precipitação e ácido-base recebem atenção especial. Além disso, apresentamos um tratamento simples das reações de oxirredução. A intenção é que esses capítulos ofereçam um fundamento sólido – relativamente no início do curso – para experiências de laboratório baseadas em reações.
Professores que considerem desejável introduzir orbitais mais cedo na disci-plina, antes de reações químicas, podem abordar os capítulos sobre teoria atômica e ligações (Capítulos 11 e 12) logo após o Capítulo 4. O Capítulo 5 trata somente de nomenclatura e pode ser usado sempre que necessário em uma determinada disciplina.
Desenvolvimento de habilidades para resolução de problemasResolver problemas é uma prioridade no aprendizado da química. Queremos que nossos alunos adquiram habilidades para solucionar problemas. Estimular o de-senvolvimento dessas habilidades tem sido um ponto central nas edições anterio-res deste livro, e mantivemos essa abordagem nesta edição.
Nos primeiros capítulos, dedicamos um tempo considerável para levar os alu-nos a compreender a importância de aprender química. Ao mesmo tempo, expli-camos que as complexidades que podem tornar a química tão frustrante às vezes também oferecem a oportunidade de desenvolver as capacidades de resolução de problemas que são vantajosas em qualquer profissão. Aprender a pensar como um químico é útil para qualquer pessoa. Para enfatizar essa ideia, aplicamos no Capí-tulo 1 o pensamento científico a alguns problemas da vida real.
Um dos motivos pelos quais a química pode ser um desafio para alunos inician-tes é que, em geral, eles não possuem os conhecimentos matemáticos exigidos. Por
xviiPrefácio
essa razão demos atenção especial a esses conhecimentos fundamentais, como usar notação científica, arredondar para o número correto de algarismos significa-tivos e rearranjar equações a fim de obter a solução para uma determinada quanti-dade. E seguimos meticulosamente as regras que estabelecemos para não confun-dir os alunos.
A atitude tem um papel essencial para ter sucesso na resolução de um problema. Os alunos precisam aprender que uma abordagem sistemática e cuidadosa dos problemas é melhor que a memorização pela força bruta. Já incentivamos essa atitude no início do livro, usando conversões de temperatura como veículo no Capítulo 2. Ao longo do livro, estimulamos uma abordagem que começa pela tentativa de representar a essência do problema com símbolos e/ou diagramas e termina na ponderação de se a resposta faz sentido. Apresentamos novos conceitos trabalhando cuidadosamente com o material antes de oferecer fórmulas matemáti-cas ou estratégias gerais. Encorajamos uma abordagem passo a passo em vez do uso prematuro de algoritmos. Depois de estabelecer os fundamentos necessários, destacamos regras e processos importantes em caixas para desenvolvimento de habilidades, a fim de que os alunos possam localizá-los com facilidade.
A Seção 8-4 “Aprendendo a solucionar problemas” foi escrita especificamente para ajudar alunos a entender melhor como raciocinar durante um problema. Dis-cutimos como resolver problemas de forma flexível e criativa, com base no enten-dimento dos conceitos básicos da química e fazendo e respondendo perguntas--chave. Elaboramos esse método nos exemplos ao longo do livro.
Muitos dos exemplos trabalhados são seguidos de exercícios de autoverifica-ção, que oferecem uma prática adicional. Os exercícios de autoverificação estão associados aos exercícios no final do capítulo, de modo que os alunos tenham oportunidade de praticar uma determinada habilidade ou entender um conceito específico.
Aumentamos o número de exercícios no final dos capítulos. Os exercícios no final dos capítulos estão organizados em “pares combinados”, o que significa que os dois problemas exploram temas semelhantes. A seção “Problemas adicionais” estimula a prática com os conceitos do capítulo e mais problemas desafiadores. As “Revisões cumulativas”, que aparecem depois de alguns capítulos, verificam con-ceitos do bloco de capítulos anteriores. As respostas de todos os exercícios de número par aparecem em uma seção especial no fim do livro.
O tratamento da linguagem química e suas aplicaçõesFizemos um grande esforço para tornar este livro “amigável para o aluno” e recebemos um comentário animador daqueles que o usaram.
Como nas edições anteriores, apresentamos um tratamento sistemático e minu-cioso da nomenclatura química. Assim que essa estrutura estiver formada, os alu-nos podem avançar confortavelmente pelo livro.
Juntamente com as reações químicas, as aplicações constituem uma parte impor-tante da química descritiva. Como os alunos estão interessados no impacto da química em sua vida, incluímos várias seções “Química em foco” novas, que descrevem as aplicações atuais da química. Essas seções especiais abordam tópicos como carros híbridos, adoçantes artificiais e a tomografia por emissão de pósitrons (PET).
O impacto visual da químicaAtendendo a pedidos de professores, incluímos ilustrações gráficas de reações, fenômenos e processos químicos. Iserimos apenas aquelas fotos que ilustrem uma
xviii Introdução à química: fundamentos
reação ou um fenômeno químico ou que estabeleçam uma reação entre a química e o mundo real. Alguma imagens – indicadas ao longo do livro – podem ser visu-alizadas em cores no final do livro.
xixPrefácio
AgradecimentosA conclusão bem-sucedida deste livro deve-se aos esforços de muitas pessoas talen-tosas e dedicadas. Mary Finch, diretora de produto, e Lisa Lockwood, gerente da equipe de produto, foram extremamente importantes na revisão. Também estamos contentes por termos trabalhado novamente com Thomas Martin, gerente de produto. Tom nunca decepciona com suas boas ideias, é muito bem organizado e tem um olhar para detalhes que é indispensável. Agradecemos também a Teresa Trego, ger-ente de projeto de conteúdo, que administrou o projeto com sua graça e profission-alismo habituais. Estamos muito gratos pelo trabalho de Sharon Donahue, pesquisa-dora de fotografia, que tem um talento especial para encontrar a foto perfeita.
Somos muito gratos pelos esforços de Gretchen Adams da Universidade de Illinois. Obrigado a John Little, que contribuiu com o trabalho que James Hall realizou para Introductory Chemistry in the Laboratory (Introdução à química no laboratório); a Nicole Hamm, gerente executiva de marca, que conhece o mercado e trabalha duro no suporte para este livro; e a Simon Bott, que revisou os bancos de teste.
Obrigado a outros que ofereceram uma assistência valiosa nesta revisão: Bren-dan Killion, coordenador de conteúdo; Karolina Kiwak, assistente de produto; Lisa Weber, desenvolvimento de mídia; Janet Del Mundo, gerente de desenvolvi-mento de mercado; Maria Epes, diretora de arte; Mallory Skinner, editor de produção (Graphic World); e Michael Burand, que conferiu o livro e as soluções.
Nossos sinceros agradecimentos a todos os revisores cujos comentários e sug-estões contribuíram para o sucesso deste projeto.
Angela BickfordUniversidade do Noroeste do Estado de Missouri
Simon BottUniversidade de Houston
Jabe BrelandSt. Petersburg College
Michael BurandUniversidade do Estado de Oregon
Frank CalvagnaRock Valley College
Jing-Yi ChinSuffolk County Community College
Carl DavidUniversidade de Connecticut
Cory DiCarloUniversidade Estadual Grand Valley
Cathie KeenanChaffey College
Pamela KimbroughCrafton Hills College
Wendy LewisStark State College of Technology
Guillermo MuhlmannCapital Community College
Lydia Martinez RiveraUniversidade do Texas em San Antonio
Sharadha SambasivanSuffolk County Community College
Perminder SandhuBellevue Community College
Lois SchadewaldNormandale Community College
Marie VillarbaSeattle Central Community College
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11
A química lida com o mundo natural. Dr. John Brackenbury/Science Photo Library/
Photo Researchers, Inc.
Química: uma introdução
1-1 Química: uma introdução
1-2 O que é química?
1-3 Solucionando problemas com a utilização de uma abordagem científica
1-4 O método científico
1-5 Aprendendo química
1C A P Í T U L O 1
2 Introdução à química: fundamentos
Química: uma introduçãoPara compreender a importância de aprender química.
Embora possa parecer que a química tem pouco a ver com os dinossauros, sabemos que ela foi a ferra-menta que possibilitou que o paleontólogo Luis W. Alvarez e seus colegas da Universidade da Califórnia em Berkeley “desvendassem o caso” do desaparecimento dos dinossauros. O segredo foi o nível relati-vamente alto de irídio encontrado no sedimento que representa a fronteira entre os períodos Cretáceo (K) e Terciário (T) da Terra — época em que os dinossauros desapareceram praticamente da noite para o dia (na escala geológica). Os pesquisadores de Berkeley sabiam que os meteoritos também possuíam alto teor de irídio (em relação à composição da Terra), o que os levou a sugerir que um grande meteorito atingiu nosso planeta 65 milhões de anos atrás, provocando as mudanças climáticas que eliminaram os dinossauros.
Conhecimento em química é útil para quase todo mundo — ela acontece ao nosso redor o tempo todo e entendê-la é útil para médicos, advogados, mecânicos, executivos, bombeiros, poetas, entre outros. A química é importante — não há dúvida a respeito disso. Ela está no centro de nossos esforços para pro-duzir novos materiais que tornam nossa vida mais segura e simples, para produzir novas fontes de energia abundantes e não poluentes e para entender e controlar as diversas doenças que nos ameaçam e nossos suprimentos alimentares. Mesmo se sua futura carreira não exigir o uso diário dos princípios químicos, sua vida será muito influenciada pela química.
Um forte argumento a favor da química é que seu uso tem enriquecido muito nossas vidas. Entretanto, é importante compreender que os seus princípios não são inerentemente bons nem ruins — é o que fa-zemos com esse conhecimento que realmente importa. Embora os seres humanos sejam inteligentes, engenhosos e preocupados com o próximo, eles também podem ser gananciosos, egoístas e ignorantes. Além disso, tendemos a ser míopes; concentramo-nos muito no presente e não pensamos tanto a respeito das implicações de nossas ações a longo prazo. Esse tipo de pensamento já nos causou uma série de problemas — graves danos ambientais ocorreram em muitas frentes. Não podemos colocar toda a res-ponsabilidade nas indústrias químicas, porque todos contribuíram com esses problemas. No entanto, culpar alguém é menos importante que imaginar como solucionar essas questões. Uma parte importante da resposta está confiada à química.
1-1O B J E T I V O
2
Você já assistiu a uma queima de fogos de artifício e se perguntou como é possível produzir aqueles desenhos
lindos e complexos no ar? Você leu sobre os dinossauros — e já se perguntou como eles reinaram na Terra
por milhões de anos e, repentinamente, desapareceram? Embora a extinção tenha acontecido há 65
milhões de anos e possa parecer irrelevante, a mesma coisa poderia acontecer conosco? Você
já se perguntou por que um cubo de gelo (água pura) flutua em um copo de água
(água pura)? Você sabia que o “grafite” em seu lápis é feito da mesma substância
(carbono) que o diamante de um anel de noivado? Você já se perguntou como
um pé de milho ou uma palmeira crescem aparentemente por mágica, ou por
que as folhas adquirem lindas cores no outono? Você sabe como a bateria fun-
ciona para dar partida no seu carro ou para fazer sua calculadora funcionar?
Certamente, você já se intrigou com algumas dessas coisas e muitas outras no
mundo ao seu redor. O fato é que podemos explicar todas elas de maneiras
convincentes utilizando os modelos de química e as ciências físicas e da vida
relacionadas.
Fogos de artifício são uma bela ilustração da química em ação. PhotoDisc/Getty Images
3 Química: uma introdução
Uma das áreas “mais quentes” das ciências químicas é a química ambiental — ela estuda os problemas ambientais e encontra maneiras criativas de abordá-los. Por exemplo, conheça Bart Eklund, que trabalha na área química atmosférica para a Radian Corporation em Austin, Texas. O interesse de Bart em uma carreira na ciência ambiental foi alimentado por dois cursos de química ambiental e dois cur-sos de ecologia que ele fez durante a graduação. O plano original dele para ganhar vários anos de experiência industrial e, então, fazer uma pós-graduação mudou quando ele descobriu que o avanço profissional com um bacharelado era possível no campo de pesquisa ambiental. A natureza multidisciplinar dos problemas am-bientais permitiu que Bart seguisse seu interesse em diversas áreas ao mesmo tempo. Pode-se dizer que ele se especializa em ser um generalista.
O campo de consultoria ambiental atrai Bart por inúmeras razões: a chance de definir e solucionar vários problemas de pesquisa; o trabalho simultâneo em diver-sos projetos; o misto de escritório, campo e trabalho laboratorial; as viagens; e a oportunidade de realizar um trabalho recompensador que tem um efeito positivo na vida das pessoas.
Entre os destaques de sua carreira estão:
▶ passar um mês do inverno fazendo amostragem do ar nos Grand Tetons, onde ele também conheceu sua esposa e aprendeu a esquiar;
▶ conduzir tubos de amostragem na mão pelo solo rochoso do Monumento do Vale da Morte na Califórnia;
▶ trabalhar regularmente com peritos em suas áreas e com pessoas que apreciam o que fazem;
▶ executar um trabalho rigoroso em uma temperatura de 100 °F enquanto usa um traje emborrachado, luvas duplas e um respirador; e
▶ poder trabalhar e ver o Alasca, o Parque de Yosemite, as Cataratas do Niágara, Hong Kong, a República Popular da China, o Parque Nacional de Mesa Verde, a cidade de Nova York e vários outros lugares interessantes.
A carreira de Bart Eklund demonstra como os químicos estão ajudando a solucionar nossos proble-mas ambientais. O modo como usamos nosso conhecimento químico é que faz toda a diferença.
Um exemplo que mostra como o conhecimento técnico pode ser uma “faca de dois gumes” é o caso dos clorofluorcarbonetos (CFCs). Quando o composto CCl2F2 (originalmente chamado de Freon-12) foi inicialmente sintetizado, era aclamado como uma substância quase milagrosa. Em função da sua natureza não corrosiva e sua habilidade incomum de resistir à decomposição, o Freon-12 foi rapida-mente usado nos sistemas de refrigeração e de ar-condicionado, em aplicações de limpeza, no sopro de espumas utilizadas para calefação e materiais de embalagem, entre outros usos. Por anos tudo pareceu bem — os CFCs substituíram materiais mais perigosos, como a amônia, usada anteriormente nos sistemas de refrigeração. Os CFCs definitivamente eram vistos como os “mocinhos”. Porém, um problema ocorreu — o ozônio que nos protege na atmosfera contra a alta radiação de energia solar começou a diminuir. O que estava acontecendo para provocar a destruição do ozônio vital?
Para a surpresa de todos, os culpados eram os aparentemente benéficos CFCs. Inevitavelmente, gran-des quantidades de CFCs vazaram para a atmosfera, mas ninguém estava muito preocupado com isso porque esses componentes pareciam ser totalmente benignos. Na realidade, a grande estabilidade dos CFCs (uma imensa vantagem para suas diversas aplicações) era, por fim, uma grande desvantagem quando eles eram liberados no ambiente. O professor F. S. Rowland e seus colegas da Universidade da Califórnia em Irvine demonstraram que os CFCs foram levados para altas altitudes na atmosfera, onde a energia do sol extraiu os átomos de cloro. Esses átomos de cloro, por sua vez, promoveram a decom-posição do ozônio na atmosfera superior. (Discutiremos isso mais detalhadamente no Capítulo 13.) Dessa forma, uma substância que possuía muitas vantagens nas aplicações terrestres se voltou contra nós na atmosfera. Quem poderia adivinhar que isso acabaria assim?
A boa notícia é que a indústria química dos EUA está liderando o caminho para encontrar alternativas ambientalmente seguras para os CFCs e seus níveis na atmosfera já estão diminuindo.
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Bart Eklund verificando a qualidade do ar em um local de resíduos perigosos.
4 Introdução à química: fundamentos
A saga dos CFCs demonstra que podemos responder de modo relativamente rápido a um grave problema ambiental, se assim decidirmos. Do mesmo modo, é importante compreender que as indústrias químicas têm uma nova atitude em re-lação ao meio ambiente — elas estão agora entre os líderes na busca de formas de abordar nossos problemas ambientais. As indústrias que aplicam as ciências químicas agora estão determinadas a fazer parte da solução, e não do problema.
Como você pode ver, aprender química é tão interessante quanto importante. Um curso de química pode fazer mais do que simplesmente ajudá-lo a aprender os seus princípios. Um resultado importante do estudo de química é que você se tor-nará um melhor solucionador de problemas. Um motivo pelo qual a química é considerada “difícil” é por normalmente lidar com sistemas um tanto complicados, que exigem certo esforço para desvendar. Apesar de no início isso parecer uma desvantagem, é possível transformar essa dificuldade em vantagem se você tiver a atitude certa. Os recrutadores de empresas de todos os tipos admitem que uma das primeiras coisas que buscam em um possível funcionário é essa capacidade. Passaremos um bom tempo solucionando diversos tipos de problemas neste livro ao usar uma abordagem sistemática e lógica que lhe será muito útil para solucionar Um químico no laboratório.
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A Dra. Ruth Rogan Benerito pode ter salvado a indústria do al-godão nos Estados Unidos. Nos anos 1960, as fibras sintéticas impunham uma grave ameaça competitiva ao algodão, princi-palmente por não amassarem. As fibras sintéticas como o poliéster podem ser formuladas para ser altamente resistentes a ficar amassadas, tanto no processo de lavagem quanto no uso. Por outro lado, os tecidos de algodão dos anos 1960 amassavam facilmente — as camisas brancas de algodão tinham de ser pas-sadas para ficarem boas. Esse requisito deixava o algodão em uma séria desvantagem e colocou em risco uma indústria muito importante para a saúde econômica do sul dos Estados Unidos.
Durante os anos 1960, Ruth Benerito trabalhou como cien-tista para o Departamento de Agricultura, onde foi de vital im-portância no desenvolvimento do tratamento químico do algodão para torná-lo resistente a amassados. Ao fazê-lo, ela possibilitou que o algodão continuasse como uma fibra preemi-nente no mercado — posição que ele detém até hoje. Benerito foi agraciada com o prêmio Lemelson–MIT Lifetime Achievement Award for Inventions em 2002, quando tinha 86 anos de idade.
A Dra. Benerito, que tem 55 patentes, incluindo uma para o algodão livre de amassados, premiada em 1969, começou sua carreira em uma época em que não se esperava que mulheres ingressassem nas áreas científicas. No entanto, sua mãe, que era artista, insistentemente a encorajou a fazer qualquer coisa que quisesse.
A Dra. Benerito graduou-se no ensino médio aos 14 anos e in-gressou no Newcomb College, o colégio feminino associado a Tulane University. Ela se formou em química com habilitação em física e matemática. Na época, foi uma das únicas mulheres permi-tidas no curso de físico-química em Tulane. Ela obteve seu bacha-relado em 1935, aos 19 anos, e, em seguida, obteve mestrado em Tulane e Ph.D. na Universidade de Chicago.
Em 1953, a pesquisadora começou a trabalhar no Centro de Pesquisa Regional do Sudeste do Departamento de Agricultura em New Orleans, onde se ocupou especialmente do algodão e produtos relacionados. Ela também inventou um método espe-cial para a alimentação intravenosa a longo prazo em pacientes clínicos.
Desde a sua aposentadoria, em 1986, continuou a orientar alunos de ciências para se manter ocupada. Todos que conhe-cem a Dra. Benerito a descrevem como uma pessoa espetacular.
Dra. Ruth — Heroína do algodão
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Ruth Benerito, a inventora do algodão de cuidado fácil.
4
5 Química: uma introdução
qualquer tipo de problema, de qualquer área. Mantenha esse objetivo geral em mente conforme aprende a solucionar questões específicas ligadas à química.
Embora nem sempre seja fácil aprender química, nunca é impossível. Na verdade, qualquer um que se interessar, for paciente e tiver disposição para o trabalho pode aprender os seus princípios básicos. Neste livro, tentaremos ajudá-lo intensamente a entender o que é química e como ela funciona e indica-remos como ela se aplica às coisas que você fará na vida.
Esperamos sinceramente que este texto seja motivador para que você aprenda química, torne seus conceitos compreensíveis e demonstre quão interessante e vital é o seu estudo.
O que é química?Definir química.
Química pode ser definida como a ciência que lida com os materiais do universo e as mudanças que eles sofrem. Os químicos estão envolvi-
dos em atividades tão diversas quanto examinar as partículas básicas da matéria, procurar moléculas no espaço, sintetizar e formular novos materiais de todos os tipos, utilizar bacté-rias para produzir produtos químicos como insulina e inven-tar novos métodos de diagnósticos para a detecção precoce de doenças.
A química é frequentemente chamada de ciência central — e com razão. A maioria dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor envolve alterações químicas, alterações em que uma ou mais substâncias se tornam outras diferentes. Eis alguns exemplos de alterações químicas:• A madeira queima no ar, formando água, dióxido de car-
bono e outras substâncias.• Uma planta cresce ao transformar substâncias simples em
substâncias mais complexas.• O aço enferruja em um carro.
• Ovos, farinha, açúcar e fermento são misturados e assados para fazer um bolo.
• A definição do termo química é aprendida e armazenada no cérebro.
• As emissões de uma usina levam à formação de chuva ácida.Conforme prosseguirmos, você verá como os conceitos da
química nos permitem entender a natureza dessas e de outras alterações, ajudando-nos, assim, a manipular os materiais naturais para nosso benefício.
Solucionando problemas com a utilização de uma abordagem científicaPara entender o pensamento científico.
Uma das coisas mais importantes que fazemos no cotidiano é solucionar problemas. Na verdade, a maioria das decisões que você toma todos os dias pode ser descrita como solução de problemas.
São 8h30 de uma sexta-feira. Qual é a melhor forma de dirigir até a universidade para evitar o congestionamento?
Você tem duas provas na segunda-feira. Você dividiria seu tempo de estudo igual-mente ou atribuiria mais tempo a uma prova do que a outra?
1-2O B J E T I V O
As mudanças químicas e físicas serão discutidas no Capítulo 3.
1-3
O B J E T I V 0
O lançamento da nave espacial dá claras indicações de que estão ocorrendo reações químicas.
NAS
A
6 Introdução à química: fundamentos
Seu carro enguiça em um cruzamento movimentado e seu irmão caçula está com você. O que você de-veria fazer em seguida?
Esses são problemas cotidianos que todos nós enfrentamos. Qual processo utilizamos para solucioná--los? Você pode não ter pensado a respeito disso antes, porém há várias etapas que quase todos utilizam para solucionar problemas:
1. Reconhecer o problema e formulá-lo claramente. Algumas informações ficam conhecidas, ou algo acontece que exige ação. Na ciência, chamamos essa etapa de fazer uma observação.
2. Propor possíveis soluções para o problema ou possíveis explicações para a observação. Na linguagem científica, sugerir tal possibilidade é formular uma hipótese.
Para ilustrar como a ciência nos ajuda a solucionar problemas, considere uma história real sobre duas pessoas, David e Susan (nomes fictícios). David e Susan formavam um casal saudável de 40 anos de idade que vivia na Califórnia, onde David servia a Força Aérea. Gradualmente, Susan foi ficando muito doente, manifestando sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo náusea e fortes dores musculares. Até mesmo sua personalidade mudou: ela ficou atipicamente rabugenta. Ela parecia uma pes-soa totalmente diferente da mulher saudável e feliz de alguns meses atrás. Seguindo as orientações do seu médico, ela repou-sou e tomou muito líquido, incluindo grandes quantidades de café e suco de laranja em sua caneca favorita, que era parte de um conjunto de 200 peças de cerâmica, recentemente adquirido na Itália. No entanto, ela ficou mais doente, desenvolvendo cãi-bras abdominais extremas e uma grave anemia.
Durante esse período, David também ficou doente e mani-festou sintomas bem parecidos com os de Susan: perda de peso, dor excruciante nas costas e nos braços e acessos atípicos de raiva. A doença ficou tão debilitante que ele se aposentou preco-cemente da Força Aérea, e o casal se mudou para Seattle. Por um curto período de tempo, a saúde deles melhorou, mas após des-fazerem as malas (incluindo aquela louça de cerâmica), a saúde deles começou a se deteriorar novamente. O corpo de Susan fi-cou tão sensível que ela não suportava o peso de um cobertor. Ela estava à beira da morte. O que aconteceu? Os médicos não sabiam, mas um sugeriu que ela poderia ter porfiria, uma rara doença sanguínea.
Desesperado, David começou a buscar respostas sozinho na literatura médica. Um dia, enquanto ele lia sobre porfiria, uma frase se destacou na página: “O envenenamento por chumbo às vezes pode ser confundido com porfiria”. Será que o problema era envenenamento por chumbo?
Descrevemos um problema muito grave com implicações de vida ou morte. O que David deveria fazer em seguida? Ignorando
por um momento a resposta óbvia, que era chamar imediata-mente o médico do casal para discutir a possibilidade de enve-nenamento por chumbo, será que David poderia solucionar o problema por meio do pensamento científico? Vamos utilizar as três etapas descritas na Seção 1-3 para combater o problema por partes. Importante: normalmente solucionamos problemas complexos ao segmentá-los em partes gerenciáveis. Então po-demos reunir a solução para o problema geral de acordo com as respostas que encontramos “pouco a pouco”.
Nesse caso, há muitas partes para o problema geral:
Qual é a doença?
De onde ela vem?
Há cura?
Vamos abordar incialmente “Qual é a doença?”.
Observação: David e Susan estão doentes com os sintomas des-critos. A doença é envenenamento por chumbo?
Hipótese: A doença é envenenamento por chumbo.
Experimento: Se a doença for envenenamento por chumbo, os sintomas devem ser os mesmos que caracterizam essa doença. Procure pelos sintomas do envenenamento por chumbo. David fez isso e descobriu que eles eram praticamente os mesmos dos sintomas do casal.
Essa descoberta aponta para o envenenamento por chumbo como a fonte do problema, mas David precisava de mais evidências.
Observação: O envenenamento por chumbo é resultado de níveis altos de chumbo na corrente sanguínea.
Hipótese: O casal tem níveis altos de chumbo no sangue.
Um problema complexo
6
3. Decidir qual das soluções é a melhor ou se a explicação proposta é razoável. Para fazer isso, buscamos em nossa memória qualquer informação pertinente ou novas informações. Na ciência chamamos a busca por novas informações de realizar um experimento.
Conforme descobriremos na próxima seção, os cientistas usam esses mesmos procedimentos para estudar o que acontece no mundo ao nosso redor. O ponto importante aqui é que o pensamento científico pode ajudá-lo em todos os momentos de sua vida. É válido aprender como pensar cientificamente — mesmo se você quiser ser um cientista, mecânico, médico, político ou poeta!
Experimento: Faça uma análise sanguínea. Susan organizou essa análise, e os resultados mostraram altos níveis de chumbo para ela e seu marido
Isso confirma que o envenenamento por chumbo provavel-mente é a causa da doença, mas o problema geral ainda não estava solucionado. David e Susan poderiam morrer a menos que encontrassem a fonte do chumbo.
Observação: Há chumbo no sangue do casal.
Hipótese: O chumbo está nos alimentos e bebidas que eles compraram.
Experimento: Descobrir se mais alguém que compra na mesma loja estava doente (ninguém estava). Observar também que a mudança para um novo lugar não resolveu o problema.
Observação: Os alimentos que eles compraram eram livres de chumbo.
Hipótese: A louça que eles utilizam é a fonte do envenenamento por chumbo.
Experimento: Descobrir se sua louça contém chumbo. David e Susan descobriram que componentes de chumbo geralmente são utilizados para dar um acabamento brilhoso em objetos de cerâmica. E a análise laboratorial da louça de cerâmica italiana do casal mostrou que havia chumbo no verniz.
Observação: Há chumbo na louça do casal, logo, ela é a possível fonte do envenenamento por chumbo.
Hipótese: O chumbo está sendo levado para a comida.
Experimento: Colocar uma bebida, suco de laranja, por exemplo, em uma das xícaras e analisá-la com relação ao chumbo. Os re-sultados mostraram altos níveis de chumbo nas bebidas que ti-veram contato com os utensílios de cerâmica.
Após muitas aplicações do método científico, o problema foi solucionado. Podemos resumir a resposta do problema
(enfermidade de Da-vid e Susan) a seguir: a cerâmica italiana que compunha a louça que eles uti-lizavam todos os dias continha um verniz de chumbo que contaminou os alimentos e bebidas. Esse chumbo ficou acumulado em seus corpos ao ponto de interferir seriamente nas funções normais e produzir graves sintomas. Essa explica-ção geral, que resume a hipótese que concorda com os resulta-dos experimentais, é chamada de teoria na ciência. Essa explicação esclarece os resultados de todos os experimentos realizados.*
Podemos continuar a utilizar o método científico para estu-dar outros aspectos desse problema, como:Quais tipos de alimentos ou bebidas carregaram a maior parte do chumbo da louça?Todos os itens da louça de cerâmica com verniz de chumbo geram envenenamento por chumbo?À medida que respondemos às perguntas utilizando o método científico, outras questões surgem naturalmente. Ao repetir as três etapas inúmeras vezes, podemos entender um determinado fenômeno por completo.
* “David” e “Susan” se recuperaram do envenenamento por chumbo e agora estão divulgando os perigos de utilizar louça envernizada por chumbo. Este resultado feliz é a resposta à terceira parte do problema geral deles, “Há cura?”. Eles simplesmente pararam de utilizar aquela louça!
Cerâmica italiana.
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8 Introdução à química: fundamentos
O método científicoDescrever o método que os cientistas utilizam para estudar a natureza.
Na última seção, começamos a ver como os métodos da ciência são usados para solucionar problemas. Nesta seção, examinaremos mais profundamente essa abordagem.
A ciência é uma estrutura para adquirir e organizar conhecimento. Ela não é simplesmente um conjunto de fatos, mas também um plano de ação — um procedimento para processar e compreender certos tipos de informações. Embora o pensamento científico seja útil em todos os aspectos da vida, neste texto o utilizaremos para entender como o mundo natural opera. O processo que está no centro da investigação científica é chamado de método científico. Como vimos na seção anterior, ele consiste nas seguintes etapas:
Etapas no método científico
1. Expor o problema e coletar dados (fazer observações). As observações podem ser qualitativas (o céu é azul; a água é líquida) ou quantitativas (a água ferve a 100 ºC; um determinado livro de química pesa 2 kg). Uma observação qualitativa não envolve um número. Por outro lado, uma observação quantitativa é chamada de medida e envolve um número (e uma unidade, como libras ou polegadas). Discutiremos isso mais detalhadamente no Capítulo 2.
2. Formular hipóteses. Uma hipótese é uma possível explicação para a observação.3. Realizar experimentos. Um experimento é algo que fazemos para testar a hipótese. Reunimos
novas informações que nos permitem decidir se a hipótese é sustentada pelas novas informações que aprendemos com o experimento. Os experimentos sempre produzem novas observações, e isso nos leva de volta ao início do processo.
Para explicar o comportamento de uma determinada parte da natureza, repetiremos essas etapas muitas vezes. Gradualmente, acumulamos o conhecimento necessário para entender o que está acontecendo.
Uma vez que temos um conjunto de hipóteses que concordam com nossas diversas observações, reunimos tudo em uma teoria que é chamada de modelo. Uma teoria (modelo) é um grupo de hipóteses testadas que dá uma explicação geral de alguma parte da natureza (Fig. 1.1).
É importante distinguir observações de teorias. Uma observação é algo que é testemunhado e pode ser registrado. Uma teoria é uma interpretação — uma possível explicação da razão pela qual a natureza se comporta de um determinado modo. As teorias inevitavelmente mudam conforme as informações tornam-se disponíveis. Por exemplo, os movimentos do Sol e das estrelas permaneceram praticamente os mesmos ao longo de milhares de anos, durante os quais os seres humanos os têm observado, porém nossas explicações — nossas teorias — mudaram imensamente desde os tempos antigos.
O ponto é que não paramos de fazer perguntas somente porque concebemos uma teoria que parece explicar satisfatoriamente alguns aspectos do comportamento na-tural. Continuamos a fazer experimentos para refinar nossas teorias. Geralmente fazemos isso ao utilizar a teoria para fazer uma previsão e, então, fazer um experi-mento (fazendo uma nova observação) para ver se os resultados sustentam essa previsão.
Lembre-se sempre de que as teorias (modelos) são invenções humanas. Elas representam nossas tentativas para explicar o comportamento natural observado em termos de nossas experiências humanas. Se esperamos nos aproximar de uma com-preensão mais completa da natureza, devemos continuar a fazer experimentos e refinar nossas teorias para serem consistentes com novos conhecimentos.
À medida que observamos a natureza, vemos que a mesma observação se aplica a muitos sistemas diferentes. Por exemplo, estudos de inúmeras alterações químicas
1-4O B J E T I V O
Figura 1.1 ▶ As diversas partes do método científico.
Experimento
Previsão
Observação
Hipótese
Experimento
Teoria(modelo)
Lei
Teoriamodi�cadaconforme anecessidade
9 Química: uma introdução
mostraram que o total de massa dos materiais envolvidos é o mesmo antes e após a alteração. Costumamos formular esse comportamento tão comumente observado em uma afirmação chamada de lei da natureza. A observação de que a massa total dos materiais não é afetada por uma alteração química nesses materiais é chamada de lei da conservação das massas.
É preciso reconhecer a diferença entre uma lei e uma teoria. Uma lei é um re-sumo do comportamento observado (mensurável), enquanto uma teoria é uma ex-plicação do comportamento. Uma lei diz o que acontece; uma teoria (modelo) é nossa tentativa de explicar o porquê de isso acontecer.
Nesta seção, descrevemos o método científico (que está resumido na Fig. 1.1) e como ele pode ser aplicado de modo ideal. No entanto, é importante lembrar que a ciência nem sempre progride de maneira calma e eficiente. Os cientistas são huma-nos; têm preconceitos; interpretam dados erroneamente; podem ficar emocional-
mente ligados às suas teorias e, assim, perder a objetividade; e fazem política. A ciência é afetada por razões financeiras, orçamentárias, modismos, guerras e crenças religiosas. Galileu, por exemplo, foi forçado a retratar suas observações astronômicas em face de forte resistência religiosa. Lavoisier, o pai da química moderna, foi decapitado por causa de suas afiliações políticas. E um grande progresso na química dos fertilizantes nitrogenados resultou do desejo de produzir explosivos para lutar em guerras. O progresso da ciência é frequentemente diminuído mais pelas fragilidades dos humanos e suas institui-ções do que pelas limitações dos dispositivos de medição científicos. O método científico somente é eficaz enquanto os humanos o utilizam. Ele não leva automaticamente ao progresso.
Aprendendo químicaDesenvolver estratégias bem-sucedidas para aprender química.
As disciplinas de química têm uma reputação universal por serem difíceis. Há algumas boas razões para isso. Por um lado, a linguagem da química é estranha no início; muitos termos e definições precisam ser memorizados. Como com qualquer linguagem, é preciso conhecer o vocabulário antes para se comunicar efetivamente. Tentaremos ajudá-lo ao apontar o que precisa ser memorizado.
Porém a memorização é só o início. Não pare aí ou sua experiência com química será frustrante. Esteja disposto a utilizar um pouco do pensamento e aprenda a confiar em si mesmo para fazer desco-bertas. Para solucionar um típico problema de química, é preciso vasculhar as informações dadas e de-cidir o que é realmente crucial.
É importante perceber que os sistemas químicos tendem a ser complicados — normalmente há mui-tos componentes — e devemos fazer aproximações ao descrevê-los. Portanto, tentativa e erro desempe-nham um importante papel na solução dos problemas químicos. Ao lidar com um sistema complicado, um químico em treinamento realmente não espera estar certo no primeiro momento que analisa um problema. A prática normal é fazer diversas suposições simplificadoras e fazer uma tentativa. Se a res-posta obtida não fizer sentido, o químico ajusta as suposições, utilizando o resultado da primeira inves-tida e tenta de novo. O ponto é: ao lidar com sistemas químicos, não espere entender imediatamente tudo o que está acontecendo. Na verdade, é comum (mesmo para um químico experiente) não entender no início. Faça uma tentativa para solucionar o problema e, em seguida, analise o resultado. Não é nenhum desastre cometer um erro, contanto que você aprenda com ele.
A única forma de desenvolver sua confiança como um solucionador de problemas é praticar a solução de problemas. Para ajudá-lo, este livro contém exemplos resolvidos detalhadamente. Siga-os cuidado-samente, certificando-se de que entendeu cada etapa. Esses exemplos normalmente são seguidos por um exercício similar (chamado de exercício de autoverificação) que você deve tentar resolver sozinho (so-luções detalhadas dos exercícios de autoverificação são dadas ao final de cada capítulo). Utilize os exercícios de autoverificação para testar se você está compreendendo o assunto conforme segue adiante.
Há perguntas e problemas ao final de cada capítulo. As perguntas revisam os conceitos básicos do capítulo e lhe dão uma oportunidade de verificar se você entendeu corretamente o vocabulário introdu-zido. Alguns dos problemas são realmente apenas exercícios bem parecidos com os exemplos dados no capítulo. Se você entendeu o assunto no capítulo, estará apto a fazer esses exercícios de uma forma simples. Outros problemas exigem mais criatividade, pois contêm uma lacuna de conhecimento —
1-5O B J E T I V O
Pensamento críticoPensamento críticoE se todos no governo utilizassem o método cientí� co para analisar e solucionar os problemas da sociedade, e a política nunca fosse envolvida nas soluções? Como isso se diferenciaria da situação atual? Seria melhor ou pior?
10 Introdução à química: fundamentos
algum território desconhecido que é preciso atravessar — e requerem raciocínio e paciência de sua parte. Para esta disciplina ser realmente útil para você, é importante ir além das perguntas e dos exercícios. A vida nos oferece muitos exercícios, eventos de rotina com que lidamos um tanto automaticamente, mas os desafios reais da vida são os verdadeiros problemas. Este curso pode ajudá-lo a se tornar um solucionador de problemas mais criativo.
À medida que você faz seu dever de casa, certifique-se de usar todos os problemas corretamente. Se você não resolver um problema específico, não olhe imediatamente a solução. Revise o material perti-nente no texto e tente resolvê-lo novamente. Não tenha medo de lutar com um problema. Olhar a solução assim que você trava interfere no processo de aprendizado.
Aprender química leva tempo. Use todos os recursos disponíveis e estude regularmente. Não espere muito de si mesmo em tão pouco tempo. Você pode não entender tudo no início e pode não estar apto a resolver boa parte dos problemas na primeira vez. Isso é normal, mas não significa que você não consiga aprender química. Apenas se lembre de manter o trabalho e continuar a aprender com seus erros e você terá um progresso estável.
Qual a finalidade da educação? Como você está gastando tempo, energia e dinheiro consideráveis para obter educação, essa é uma pergunta importante.
Algumas pessoas parecem equacionar a educação com o ar-mazenamento de dados no cérebro. Essas pessoas aparente-mente acreditam que educação significa simplesmente me-morizar as respostas para todos os problemas da vida — presen-tes e futuros. Embora isso seja claramente irracional, muitos alu-nos parecem se comportar como se esse fosse seu princípio orientador. Esses alunos querem memorizar listas de dados e reproduzi-los nas provas. Eles consideram injustas quaisquer questões de prova que exijam raciocínio original ou algum pro-
cessamento de in-formações. De fato, pode ser tentador reduzir a educação a um preenchimento simples com dados, por que essa abor-dagem pode produ-zir a satisfação em curto prazo, tanto para o aluno quanto para o professor. E, claro, o armazena-mento de dados no cérebro é impor-tante. É impossível funcionar sem saber que vermelho signi-
fica pare, que a eletricidade é perigosa, que o gelo é escorrega-dio, e assim por diante.
Entretanto, uma mera lembrança de informações abstratas, sem a capacidade de processá-las, torna o ser humano um pouco melhor do que uma enciclopédia falante. Ex-alunos sempre pare-cem trazer a mesma mensagem quando retornam ao campus. As características que são mais importantes para seu sucesso são o conhecimento dos princípios básicos de suas áreas, a capacidade de reconhecer e solucionar problemas e a capacidade de se co-municar com eficácia. Eles também enfatizam a importância de um alto nível de motivação.
Como estudar química ajuda a alcançar essas características? O fato de que os sistemas químicos são complicados realmente é uma benção, ainda que bem disfarçada. Estudar química por si só não o transforma em um bom solucionador de problemas, mas pode ajudá-lo a desenvolver uma atitude positiva, agressiva em direção à solução do problema e pode ajudar a aumentar sua con-fiança. Aprender a “pensar como um químico” pode ser valioso para qualquer pessoa, de qualquer área. Na realidade, a indústria química é altamente preenchida em todos os níveis e em todas as áreas por químicos e engenheiros químicos. As pessoas treinadas como profissionais químicos geralmente se sobressaem não ape-nas na pesquisa e produção química, mas também nas áreas de pessoal, marketing, vendas, desenvolvimento, finanças e gestão. O ponto é que boa parte do que você aprende nessa disciplina pode ser aplicada em qualquer área de atividade. Portanto, tenha cuidado para não criar uma visão muito limitada dessa disciplina. Tente olhar além da frustração em curto prazo para os benefícios em longo prazo. Pode não ser fácil aprender a ser um bom solucio-nador de problemas, mas o esforço é válido.
Química: um importante componente de sua educação
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Alunos examinando a estrutura de uma molécula.
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Steven S. Zumdahl
Donald J. DeCosteIntroDução à quím
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Para suas soluções de curso e aprendizado, visite www.cengage.com.br
isbn 13 978-85-221-1804-5isbn 10 85-221-1804-3
7 8 8 5 2 2 1 1 8 0 4 59
esta nova edição de Introdução à Química continua seguindo os objetivos das edições anteriores: tornar a química interessante, acessível e compreensível para o estudante novato. os conceitos são apresentados de maneira clara e simples. além disso, o livro foi escrito de modo que o aluno tenha uma aprendizagem ativa, por exemplo, por meio das perguntas apresentadas no final de cada capítulo, as quais oferecem excelente material para trabalho colaborativo dos estudantes. os autores também associam a quími-ca às experiências da vida real em todas as oportunidades.
Continua enfatizando o estudo de reações químicas no início do livro, a fim de que o assunto possa ser retomado em capítulos pos-teriores. o texto apresenta ilustrações gráficas de reações, fenôme-nos e processos químicos. o glossário e todas as palavras-chave foram atualizados e novas definições, acrescentadas; os boxes “Química em foco” foram revistos e assuntos mais atuais, aborda-dos; e foram inseridos os “Problemas para estudo” nos finais de capítulo – problemas para verificar se os alunos entenderam os conceitos básicos de cada capítulo.
aplicações: Livro-texto para a disciplina Química Geral dos cur-sos de graduação de Química, farmácia, engenharias, Ciências Biológicas, nutrição, dentre outros que têm esta disciplina em sua grade curricular.
Trilha é uma solução digital, com plataforma de acesso em português, que disponibiliza ferramentas multimídia para uma nova estratégia de ensino e aprendizagem.
tradução da 8a ediçãonorte-americana
IntroDução à químICaução à químfundamentos
Steven S. ZumdahlDonald J. DeCoste
tradução da 8a ediçãonorte-americana
Fundamentos de química analítica Tradução da 9a edição norte--americana
Skoog, West, Holler e Crouch
Introdução à química orgânica Tradução da 9a edição norte-
-americana
Frederick A. Bettelheim, William H. Brown, Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell
Introdução à bioquímica Tradução da 9a edição norte-
-americana
Frederick A. Bettelheim, William H. Brown, Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell
Introdução à química geral Tradução da 9a edição norte-
-americana
Frederick A. Bettelheim, William H. Brown, Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell
Química orgânica experimental: Técnicas de escala pequena Tradução da 3a edição norte--americana
Randall G. Engel, George S. Kriz, Gary M. Lampman e Donald L. Pavia
Steven S. ZumdahlDonald J. DeCoste
IntroDução à químICa
fundamentos
outras obras
cpa_Introd_a_Quimica_37mm.indd 1 11/26/14 4:17 PM