Post on 06-Jun-2015
Medicina
II fase
2014/1
Paula Brustolin Xavier
EpidemiologiaEpidemiologia
O que é EPIDEMIOLOGIA?
EPI=SOBRE
DEMO=POPULAÇÃO
LOGIA=ESTUDO
DOENÇAS
CAUSAS
História da epidemiologia
A epidemiologia originou-se das observações de Hipócrates feitas há mais de 2000 anos de que fatores ambientais influenciam a ocorrência de doenças. Entretanto, foi somente no século XIX que a distribuição das doenças em grupos humanos específicos passou a ser medida em larga escala.
História da Epidemiologia
A abordagem epidemiológica que compara os coeficientes (ou taxas) de doenças em subgrupos populacionais tornou-se uma prática comum no final do século XIX e início do século XX.
A sua aplicação foi inicialmente feita visando o controle de doenças transmissíveis e, posteriormente, no estudo das relações entre condições ou agentes ambientais e doenças específicas.
História da Epidemiologia
Na segunda metade do século XX, esses métodos foram aplicados para doenças crônicas não transmissíveis tais como doença cardíaca e câncer, sobretudo nos países industrializados.
Evolução da Epidemiologia até o Evolução da Epidemiologia até o Século XIXSéculo XIX
Hipócrates – Grécia antiga
(Médico grego, pai da medicina e epidemiologia)
Galeno – Século XVII
(Roma antiga)
John Graunt (1620 – 1674)
Orientação para avaliar os fatores como clima, maneira de viver, hábitos de comer e beber.
Teoria dos Miasmas (má qualidade do ar, decomposição de animais e plantas).
Pai da demografia ou estatísticas vitais (estimou % de crianças nv e morriam antes dos 6 anos de idade).
Epidemiologistas - Século XIX Epidemiologistas - Século XIX
Cientistas Franceses
Pierre Louis – Uso da estatística na pesquisa clínica.
Louis Villermé – Estudo dos determinantes sociais das doenças.
Louis Pasteur – Pai da bacteriologia. Investigações no campo da microbiologia,
Cientistas Ingleses
William Farr – Produção de informações sistemáticas. Aplicação da estatística no estudo da mortalidade.
John Snow – Trabalho de campo, voltado à elucidação da epidemia de cólera.
Século XX Século XX Primeira metade
Influência da microbiologia – Diagnóstico etiológico.
No Brasil – Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adolfo Lutz, Emílio Ribas destacaram-se como sanitaristas com medidas saneadoras e preventivas.
Lind, Takaki e Goldberger –Estudo das doenças não infecciosas (prevenção do escoburto, beribéri e pelagra)
Segunda metade (pós Segunda Guerra Mundial)
Desenvolvimento da epidemiologia
Ênfase das pesquisas – mudança de perfil das doenças prevalentes.
a. Determinação das condições de saúde da população.
b. Investigações etiológicas Estudos de Coorte (Fatores de
risco em doenças crônicas). Estudos de Caso-controle
(Tabagismo x Câncer de pulmão).
c. Avaliação de intervenções (doenças cardiovasculares).
Situação Atual Situação Atual Pilares da Epidemiologia Atual
Ciências Biológicas – Clínica, patologia, microbiologia, parasitologia e a imunologia.
Ciências Sociais – A busca de melhor conhecimento da interação do social com o biológico na produção da doença.
Estatística – Arte de coletar, resumir e analisar dados sujeitos a variações como a aleatoriedade dos eventos e o controle de variáveis que dificultam a interpretação dos resultados.
Premissas Básicas agravos à saúde não ocorrem ao acaso
distribuição desigual dos agravos na população
distribuição desigual dos fatores de risco
conhecimento destas situações orienta aplicação de medidas preventivas e curativas direcionadas
FUNDAMENTOS BÁSICOS DE EPIDEMIOLOGIA
O propósito da epidemiologia – o que investigar
Definições de saúde e doença: causa versus determinantes
Abordagens epidemiológicas/método epidemiológico – natureza da informação, tipos de estudo
FUNDAMENTOS BÁSICOS DE EPIDEMIOLOGIA
Objetivos da Epidemiologia Objetivos da Epidemiologia Descrever a distribuição e a magnitude dos
problemas de saúde nas populações humanas;
Conhecer dados essenciais para o planejamento,
execução e avaliação das ações de prevenção e
promoção da saúde, controle e tratamento das
doenças;
Estabelecer prioridades para melhorar cada vez mais
o nível de saúde da população;
Identificar os fatores etiológicos das doenças.
Problema Epidemiológico
Em epidemiologia, o problema tem origem quando doenças acometem grupos humanos.
É a necessidade de remover fatores ambientais contrários à saúde ou de criar condições que a promovam, que determina a problemática própria da epidemiologia.
Alvo do estudo epidemiológico
O alvo de um estudo epidemiológico é sempre uma população humana, que pode ser definida em termos geográficos ou outro qualquer.
Por exemplo, um grupo específico de pacientes hospitalizados ou trabalhadores de uma indústria.
Em geral, a população utilizada em um estudo epidemiológico é aquela localizada em uma determinada área ou país em um certo momento do tempo.
Epidemiologia clínica
A epidemiologia está, também, preocupada com a evolução e o desfecho (história natural) das doenças nos indivíduos e nos grupos populacionais.
A aplicação dos princípios e métodos epidemiológicos no manejo de problemas encontrados na prática médica com pacientes, levou ao desenvolvimento da epidemiologia clínica.
EpidemiologiaTradicionalmente dividida: Descritiva: estuda a frequência e
a distribuição dos parâmetros de saúde ou de fatores de risco das doenças nas populações.
Analítica: testa hipóteses de relações causais
Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades
humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes
das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde
coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle,
ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que
sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação
das ações de saúde.
EpidemiologiaEpidemiologia
(ROUQUAYROL; GOLDBAUM, 2003)
ConceitoConceito
CONCEITO
A epidemiologia pode ser definida como “o estudo da distribuição e dos determinantes de eventos ou estados relacionados à saúde-doença, em populações específicas, e a aplicação deste estudo para o controle de problemas de saúde”.
Last, 1995
Médico Investigar alterações no
organismo
Exame clínico
Solicita exames complementares
Chega a um diagnóstico
Indica prescrição
• Epidemiologista– Investigar o agravo na
população
– Freqüência e distribuição da doença
– Informações - dados
– Hipóteses de fatores determinantes
– Associação fator-doença
– Profilaxia
Compreendendo o conceito de epidemiologia!
• Aspectos teóricos e conceituais das explicações do processo saúde-doença nas populações.
EPIDEMIOLOGIA MODERNA
Estado de saúde das populações A epidemiologia é frequentemente utilizada para descrever o
estado de saúde de grupos populacionais.
O conhecimento da carga de doenças que subsiste na população é essencial para as autoridades em saúde.
Esse conhecimento permite melhor utilização de recursos através da identificação de programas curativos e preventivos prioritários à população.
Estado de saúde da população
Medir saúde e doença
Medir saúde e doença é fundamental para a prática da epidemiologia.
Diversas medidas são utilizadas para caracterizar a saúde das populações.
O estado de saúde da população não é totalmente medido em muitas partes do mundo, e essa falta de informações constitui um grande desafio para os epidemiologistas.
Dados
Existe a necessidade de dados fidedignos e completos para gerar as informações.
Registro dos dados:
- Forma contínua: óbitos, nascimentos, doenças de notificação obrigatória;
- Forma periódica: recenseamento da população;
- Forma ocasional: pesquisas realizadas com fins específicos: conhecer a prevalência da hipertensão arterial em uma comunidade, em determinado momento.
Dados Dados relevantes à saúde: - População: número de habitantes, idade, sexo, etc; - Sócio-econômicos: renda, ocupação, classe social,
tipo de trabalho, condições de moradia e alimentação;
- Ambientais: poluição, abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta e disposição de lixo;
- Serviços de saúde: hospitais, ambulatórios, unidades de saúde, acesso aos serviços;
- Morbidade: doenças que ocorrem na comunidade e; - Eventos vitais: óbitos, nascidos vivos e mortos.
Esses dados refletem a saúde – ou ausência dela – da população que se deseja estudar.
Limitações
“Ponta do iceberg”
- Refere-se a uma característica desses dados, ou seja, tanto morbidade quanto a mortalidade (especialmente a última) representam apenas uma parcela da população, a que morre ou a que chega ao serviço de saúde e tem seu diagnóstico feito e registrado corretamente.
Ponta do iceberg
Conceitos em Epidemiologia Conceitos em Epidemiologia Surto – Epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma
pequena comunidade humana, restrita a instituições fechadas.
Endemia – Ocorrência coletiva de uma determinada doença,
que no decorrer de um longo período histórico, acometendo
sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços
delimitados, mantém sua incidência constante.
Epidemia – Se caracteriza pela incidência, em um curto
período de tempo, de grande número de casos de uma doença.
Pandemia – Ocorrência epidêmica em várias nações.
Estuda os atributos(dados), que sãoSistematicamente
Analisados
Método EpidemiológicoMétodo Epidemiológico
Levanta pistas que permitirão elucidar as causas (determinação) das doenças
DESCRITIVO ANALÍTICO
Comprova asassociações
causais
Aplicações da EpidemiologiaAplicações da Epidemiologia
1. Supervisão de Doenças
• Epidemia: Um rápido e dramático aumento na frequência de uma doença dentro de uma população.
• Taxa de Incidência de uma doença: mede a rapidez com que novos casos da doença aparecem.
2. Procurando as causas da doença
• Estudo Caso-Controle: presença (casos) ou ausência (controle) da doença de interesse.
• Estudo de Coorte: baseados na presença (exposição) ou ausência (não exposição) de um fator de risco de interesse.
Aplicações da EpidemiologiaAplicações da Epidemiologia
3. Testando o DiagnósticoVerificação dos resultados dos testes:
• Um bom teste deve ter: um baixo percentual de falsos positivos ou uma alta especificidade e um baixo percentual de falsos negativos ou uma alta sensibilidade
• Sensibilidade = P(Teste + | Doença Presente)Ex: VDRL (78% a 100%)
Análise de secreção da técnica de Gram 90%
• Especificidade = P(Teste - | Doença Ausente)• TPHA (98% a 100%)
• Análise de secreção da técnica de Gram 98%
O que fazem os epidemiologistas então?
Ms Paula Brustolin
Piada da HoraPiada da Hora
Ms Paula Brustolin
Dois epidemiologistas se encontram, e um pergunta para o outro: como está sua mulher?
O outro responde: comparando com quem?
•Classificar e caracterizar a doença.
•Saber qual o componente de um caso de uma doença.
•Encontrar uma fonte para busca de casos.
•Definir a população de risco da doença.
•Definir o período de tempo do risco da doença.
•Obter permissão para estudar a pessoa.
•Fazer medidas das freqüências da doença.
• Relacionar casos à probabilidade na população e tempo de risco.
Os epidemiologistas medem a freqüência das doenças nas populações. Geralmente as medidas envolvidas são:
Ms Paula Brustolin
LEITURA COMPLEMENTAR
Ms Paula Brustolin
• Identificação da ÁGUA como o maior reservatório e veículo das doenças comunicáveis, tais como: cólera e febre tifóide (1849 – 1856).
• Identificação de ARTROPODES vetores de muitas doenças – malária, febre amarela, doença do sono, tifo (1895 – 1909).
• Identificação do portador assintomático como um importante vetor da febre tifóide, difteria e poliomielite (1893 – 1905).
Trunfos da Epidemiologia
Ms Paula Brustolin
• TABAGISMO encontrado como a causa principal do câncer pulmonar, enfisema e doença cardiovascular.
• Erradicação da VARÍOLA (1978).
•Infecção perinatal do HBV como causa de carcinoma hepatocelular (câncer comum na China e África Meridional (1970 – anos 80)
• Identificação da AIDS, prognóstico das causas por um vírus transmitido via sexual (1981 – 3), e desenvolvimento das medidas preventivas ANTES da identificação do vírus.
Trunfos da Epidemiologia
Ms Paula Brustolin
Bibliografia
Epidemiologia – Teoria e Prática
de Maurício Gomes Pereira
Epidemiologia e Saúde
de Maria Zélia Rouquayrol Epidemiologia e Saúde Pública
Ms Paula Brustolin