Post on 12-Jun-2020
JOGOS E BRINCADEIRAS NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL
Terezinha Maria Fortuna Mattje:¹ Orientador: Prof. Dr. Deoclecio Rocco Gruppi:²
Resumo No ano de 2017, foi desenvolvido, junto aos alunos do 7º- Ano ‘’A’’, do Colégio Estadual do Campo Santa Inês – EFM, cidade de Chopinzinho – PR, um Projeto de Intervenção Pedagógica com objetivo de proporcionar aos alunos a vivência, a reflexão sobre a importância dos jogos e brincadeiras, no processo de desenvolvimento do aluno do Ensino Fundamental em Tempo Integral. Para a elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica e da Produção Didático pedagógica, contou-se com estudo qualitativo, quantitativo, bibliográfico, pesquisa de campo, onde as Informações coletadas foram, através de questionário sobre o Tempo Integral e Educação Física, identificando as dificuldades e problemas encontradas pelos mesmos em permanecer durante o período diurno no ambiente escolar. Este artigo apresenta os resultados deste trabalho e a conclusão de que a disciplina de Educação Física, possa contribuir ainda mais com ações educativas voltadas ao lúdico. .
Palavras-chave: Educação Física; Jogos e brincadeiras; Lúdico e aprendizagem. 1. INTRODUÇÃO Este projeto teve por objetivo, trabalhar a importância dos jogos e
brincadeiras para o desenvolvimento dos alunos do Ensino Fundamental em
Tempo Integral. Atendendo as exigências do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, foi desenvolvido um Projeto de Implementação Pedagógica
na Escola, junto aos alunos do 7º Ano A, do Colégio Estadual do Campo Santa
Inês – EFM, da cidade de Chopinzinho, Paraná. Buscou-se uma resposta, para
compensar o tempo em que os alunos permanecem na escola, possuindo pouco
tempo para brincar. Tratando-se de atividades que foram propostas como ações
da Disciplina de Educação Física, visando a importância dos jogos e
brincadeiras. Assim, o problema que norteou este estudo consistiu em encontrar
meios para compensar esse tempo, através de atividades lúdicas que venham
contribuir para o processo de ensino e aprendizagem.
_____________________________
¹ Professora de Educação Física, lotada no Colégio Estadual do Campo Santa Inês – EFM, da cidade de Chopinzinho – Paraná. Cursista do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2016. Email:terezinhamfm@seed.pr.gov.br ² Professor e Coordenador Adjunto da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO - Guarapuava. Paraná. Orientador do PDE 2016. Email:dr.gruppi@uol.com.br
A escolha do tema justificou-se a partir da grande preocupação com o
desenvolvimento ensino e aprendizagem, onde os alunos permanecem o dia
todo na escola, possuindo pouco tempo para brincar, percebeu-se então a
relevância e a necessidade de um trabalho efetivo na Disciplina de Educação
Física, buscando encontrar alternativas com ênfase aos jogos e brincadeiras
para tentar sanar essa deficiência, contribuindo de maneira positiva no
desenvolvimento de ações educativas voltadas ao lúdico.
Por isso, durante a permanência dos alunos na escola, onde ocorre o
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, é necessário que se
tenha um cuidado maior, onde os estudantes sejam estimuladas a brincar, para
que o seu desenvolvimento físico, mental e social não sejam afetados pelo tempo
em que permanecem em sala de aula e sentados. Os objetivos da Proposta de
Implementação Pedagógica foram:
Proporcionar aos alunos a vivência, a reflexão sobre a importância dos
jogos e brincadeiras;
Identificar, às dificuldades encontradas pelos alunos em permanecer o
dia todo na escola, através de pré e pós questionário e também
observação, assim obtendo informações sobre o Ensino em Tempo
Integral e a disciplina de Educação Física;
Propiciar condições favoráveis para os alunos brincar;
Oportunizar o desenvolvimento de suas qualidades físicas, psíquicas e
intelectuais;
Provocar o desejo pela prática, pela reflexão sobre formas agradáveis
para brincar e jogar dentro e fora da escola.
Como metodologia foram utilizados estudo qualitativo, quantitativo,
bibliográfico, pesquisa de campo, sobre o tema e a implementação pedagógica
procurando obter informações, através de questionário e observação sobre
Tempo Integral e Educação Física, identificando as dificuldades/problemas
encontradas pelos alunos em permanecer em Tempo Integral na escola.
Após a investigação foram desenvolvidas atividades referente aos jogos
e brincadeiras cooperativas e de construção, recreativas, populares, simbólicos
e dramáticos, sobre a importância dos jogos e brincadeiras, auxiliando com
atividades que possam contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino
e aprendizagem, onde os alunos tenham a liberdade e alternativas de como jogar
e brincar dentro e fora do ambiente escolar.
Relata-se os resultados, contando com uma breve revisão bibliográfica
que fundamentou a análise e discussão, divididos nos seguintes tópicos:
Jogando na escola; A escola e a relação lúdica; As práticas lúdicas realizadas e
preferidas pelas crianças; Direito do aluno a educação, aos jogos e as
brincadeiras, partindo para os resultados, análise, discussão e bibliografia.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Jogando na escola
A escola é o local adequado para desenvolver os jogos e as brincadeiras,
podendo utilizar todo o potencial de educar através do lúdico, modificando
comportamentos, aproveitando o poder transformador dos jogos para garantir
um aprendizado de qualidade, possibilitando ao educando agir de maneira
situada, diversificada, criativa, crítica e atuante, partindo do que ele já conhece
sendo assim significativo.
“Num contexto de Educação Escolar, o jogo é proposto como forma de ensinar conteúdos às crianças aproxima-se muito do trabalho. Não se trata de um jogo qualquer, mas sim, de um jogo transformado em instrumento pedagógico, em meio de ensino.” (Freire, 1989, p. 119).
Brincar não é apenas um passatempo, os jogos e as brincadeiras estão
relacionados com o conhecimento, por meio de suas emoções, criando uma
série de especulações a respeito da vida. Se na escola for trabalhado
adequadamente, na vida adulta voltará a descobrir e elaborar, utilizando o seu
raciocínio, estabelecendo uma ponte entre o jogo e a vida, consequentemente
desenvolvendo diferentes formas de convivência social, incorporando valores e
ampliando o conhecimento de mundo, oportunizando uma vida de qualidade
através da ludicidade.
2.2 A escola e a relação lúdica
Algo deve ser feito para que o aluno possa ampliar seus referenciais, é
fundamental que se questione, é necessário nos instrumentarmos para que
possamos servir a todos aqueles que saibam que o compromisso do educador
é com a dinâmica a que se propõe educar, assim a disciplina de Educação Física
e Componente Curricular: Recreação, pretendem trabalhar com os jogos e as
brincadeiras utilizando o lúdico para ensinar, mas estes devem estar atrelados
ao Projeto Político Pedagógico e a Proposta Pedagógica Curricular, assim o
professor terá respaldo em sua ação Pedagógica, trabalhando no Ensino em
Tempo Integral, realizando uma tarefa desafiadora, estando atento, identificando
obstáculos na vida escolar de nossos alunos.
A educação deve estar preocupada fundamentalmente com um aluno vivo, inquieto e participante; com um professor que não tema suas próprias dúvidas; e com uma escola aberta, viva, posta no mundo e ciente de que estamos chegando ao século XXI. Assim é preciso trabalhar o aluno como uma pessoa inteira, com sua afetividade, suas preocupações, sua expressão, seus sentidos, sua crítica, sua criatividade... (BENJAMIN, 1984, p.5).
É importante identificar qual o papel da escola na formação lúdica, sabe-se
que permanecem a maior parte do seu tempo no ambiente escolar, investigando
assim dificuldades em permanecer por muito tempo em sala de aula, verificando
qual a importância dos jogos e brincadeiras na aprendizagem e qual o papel da
disciplina de Educação Física na formação lúdica no processo de ensino e
aprendizagem.
Esquece-se frequentemente o papel essencial da atividade lúdica livre e
espontânea no desenvolvimento moral, social, intelectual e motor da
criança. Muitas dessas crianças têm no seu dia a dia um certo sofrimento
por atividades repetitivas e de rotina, devido à forma como são
“entretidas” durante os seus tempos livres, sem retirarem delas qualquer
prazer. Tempo livre para as crianças ou tempo livre para os adultos? O
corpo tem limites biológicos, psicológicos e emocionais. Estamos a
forçar, de uma forma exagerada esses limites, esquecendo o “homem
lúdico”. (NETO, 2001, p. 129).
A escola possui um currículo diversificado e adequado ao Ensino em Tempo
Integral, também a Disciplina de Educação do Física e Componente Curricular:
Recreação, são importantes onde os alunos aprendem e se preparam para
desenvolver suas habilidades de ser, conviver, conhecer e fazer. A Educação
Física significa muito mais do que atividades corporais, por meio da apreensão
de conhecimentos, desenvolverá competências, capacidades e habilidades,
associadas às dimensões afetivas, cognitivas, sociais, psicomotoras, e
internaliza valores através da participação de atividades individuais e coletivas,
assim deixará de pensar em si mesmo contribuindo para o bem-comum,
descobrindo o quanto vale a amizade, a parceria e a colaboração. Assim a
disciplina proporcionará, alternativas de uma prática de atividades diferenciadas,
sobre o valor do jogo e a importância do brincar, que em um simples jogo
trabalhará aspectos importantes para a formação integral.
A criança volta a criar para si o fato vivido, começa mais uma vez do início. Aqui talvez se encontre a mais profunda raiz para a ambiguidade nos ‘‘jogos’’ alemães: repetir a mesma coisa seria o elemento verdadeiramente comum. A essência do brincar não é um ‘’ fazer como se’’, mas um ‘’ fazer sempre de novo’’, transformação da experiência mais comovente em hábito. (BENJAMIN, 1984, p.75).
2.3 As práticas lúdicas realizadas e preferidas pelas crianças
Há uma grande preocupação com os alunos que estudam em Tempo
Integral. Qual é o tempo que elas tem para brincar? Como será essa criança que
pouco usufrui do seu tempo para brincar, inventar, criar, tomar as suas próprias
decisões?
As crianças passam uma grande parte do seu tempo semanal, mensal e anual na escola. Quais as experiências vividas em atividades livres? Quais as relações entre jogo e educação? Que filosofia educacional está presente nos modelos de ensino e de convivência escolar. Valorizando os processos lúdicos segundo o que eles representam de sabedoria sócio cultural? (NETO, 2001, p.131).
Podemos utilizarmos destes saberes e vivências para interagir na escola?
Por que não utilizar o jogo como processo de aprendizagem, como meio para
investigar e refletir sobre estas práticas? Repensar o lúdico, de um lado os jogos
e as brincadeiras e do outro o ensinar o estudo formal.
2.4 Direito do aluno a educação, aos jogos e as brincadeiras
Sabe-se que os jogos e brincadeiras estão presentes no cotidiano dos
educandos, sendo atividades livres e espontâneas, onde o aprendizado
acontece por meio das interações com os demais estudantes e com os objetos
a sua volta.
Segundo Kischimoto. (1993, p.94-95)
A educação pelo jogo não se harmonizava com a natureza da criança pobre e asilada ou frequentadora de escola de tempo integral, uma vez que emergia a imagem da criança má que precisava ser domesticada, disciplinada para não cair em desvios de conduta. A liberdade e o potencial da educação pelo jogo ao permitir a expressão dessa natureza
infantil, considerada má, revela-se incompatível com a educação das camadas populares.
Kischimoto, ressalta que o brinquedo assume a função lúdica e educativa.
Como função lúdica o brinquedo propicia diversão, prazer e até desprazer. E
como função educativa, ensina tudo aquilo que complete o indivíduo em seu
saber, ser um lugar de regras, de aprendizagem, mas que pode ser alegre,
divertido observando regras de conhecimentos e sua apreensão do mundo.
Huizinga, afirma que o jogo pode ser trabalhado na escola e que a escola
é um lugar de estudar, de brincar, basta o professor conciliar seus objetivos e
conteúdos adaptando-os de acordo com aquilo que será ensinado.
De acordo com Huizinga. (2000, p.33):
[...] O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotada de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da ‘’ vida quotidiana’’.
O Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA), prevê atividades que sejam
realizadas para que a criança e adolescente tenham o direito à liberdade, ao
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de
desenvolvimento e como sujeito de direitos civis, humanos e sociais garantidos
na Constituição e nas Leis. Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA): Art. 16.
O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas
as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Ao brincar, a criança vai estimulando a aprendizagem, a aquisição de
conhecimentos, a criatividade, a imaginação, a socialização, a coordenação
motora, bem como diversas habilidades importantes para o seu
desenvolvimento. O brincar, além de ser um direito de todas as crianças (ECA -
artigo 16), é uma forma de expressão dos seus pensamentos e sentimentos.
Algo deve ser feito para que o aluno possa ampliar seus referenciais de
mundo, onde a disciplina de Educação Física, precisa intervir e trabalhar o aluno
como uma pessoa inteira, sua afetividade, suas preocupações, sua expressão,
seus sentidos, sua crítica, criatividade, onde o Ensino em Tempo Integral seja
motivo para implementar o processo de ensino e aprendizagem, para que sejam
pessoas realizadas e felizes.
3 DISCUSSÃO E RESULTADOS
Para apresentação do tema aos alunos do 7º- Ano "A’’, foram utilizados
dinâmicas para compreensão do brincar, Pré questionário sobre o Ensino em
Tempo Integral e outro sobre Educação Física, para diagnosticar os problemas
e as dificuldades, assistiram filme com olhar direcionado a fantasia de sua
infância, se está sendo, alegre, divertido, se estuda, brinca, passeia, é curioso,
administra conflitos, e se está aprendendo valores. Após assistir, realizar debate,
confeccionar cartazes com as brincadeiras que conhecem e já brincaram.
Assistir pequenos vídeos sobre a importância do brincar, o que é brincar e a
origem dos jogos e brincadeiras? Após a explanação, onde os alunos irão refletir
qual o valor que isso representa para o seu crescimento pessoal. Utilizarmos
destes saberes e vivências para interagir na escola? Por que não utilizar o jogo
como processo de aprendizagem, como meio para investigar e refletir sobre
estas práticas? Repensar o lúdico, de um lado os jogos e as brincadeiras e do
outro o ensinar o estudo formal. Passamos para a prática sobre os jogos e as
brincadeiras:
Jogos e brincadeiras cooperativas, em que todos participam sem ter
o compromisso de ganhar, mas sim participar de forma prazerosa,
lúdica e descontraída sem ter que vencer.
Jogos e brincadeiras populares e de construção, são jogos ou
brincadeiras de domínio público, caracterizados pela transmissão
oral registrada por diferentes gerações. Esses jogos vão sendo
reconstruídos e recriados pelas crianças, ao longo do tempo,
apresentando variações de regras e da cultura popular de um povo.
Jogos e brincadeiras simbólicas e dramáticas, comumente
chamados de simples faz de contas, que divertem, e dão prazer,
educa, previne, acalma possuem forte importância na formação
social dos alunos, que através da imitação podem perceber a
diferença entre o eu e o outro, aproximam o brincar da realidade por
elas vivida dentro e fora do ambiente escolar e acabam,
enriquecendo suas identidades, possibilitando representar o mundo,
estimulando o pensamento imaginativo representando e
expressando livremente o corpo, a expressão, a oralidade e a
comunicação social, diminuindo bloqueios, possibilitando o
estabelecimento de vínculos e de novas formas de relacionamento.
Jogos e brincadeiras recreativas, que são fundamentais para as
crianças, porque é nesta etapa, que adquirem os conhecimentos e
as capacidades necessárias, tornando o aprendizado fundamental,
oportunizando aos alunos atividades que complementem o processo
de ensino e aprendizagem.
Ao término do Projeto de Implementação na Escola, responderam a um
pós-questionário, sobre o Ensino em Tempo Integral e Educação Física
identificando resultados, podendo assim avaliar o processo de desenvolvimento
ensino e aprendizagem.
3.1 RESULTADO
No decorrer do desenvolvimento do Projeto de Implementação
Pedagógica na Escola, realizado com alunos do 7ºAno, do Colégio Estadual do
Campo Santa Inês - EFM, no município de Chopinzinho, Núcleo Regional de
Pato Branco. Teve por objetivo, trabalhar a importância dos jogos e brincadeiras
no processo de desenvolvimento do estudante do Ensino Fundamental em
Tempo Integral, durante a permanência dos mesmos na escola, onde ocorre o
processo de desenvolvimento do ensino e aprendizagem, é necessário que se
tenha um cuidado maior, para que os adolescentes sejam estimuladas a brincar,
que o seu desenvolvimento físico, mental e social não sejam afetados pelo
tempo em que permanecem em sala de aula sentados, justificando a relevância
do trabalho proposto, sendo os jogos e as brincadeiras de extrema importância
na formação do aprendiz.
Durante o desenrolar das atividades ocorreram momentos de divergência
entre os alunos, aos poucos foi se resolvendo, onde a resistência entre os
mesmos sobre os jogos e as brincadeiras foi grande. Com a realização do
desenvolvimento das etapas da Implementação da Produção Didático-
Pedagógica, através de aulas teóricas e práticas, foram compreendendo,
participando e realizando as atividades propostas. Afirmo que foi de grande valia,
pois é na escola onde construímos o conhecimento, estando atento aos desafios,
proporcionando aos alunos do Ensino em Tempo Integral, a vivência, a reflexão
dá importância dos jogos e brincadeiras dentro e fora do ambiente escolar. Foi
significativo constatar que os alunos conseguiram construir um novo olhar sobre
a disciplina, especialmente dos jogos e brincadeiras.
A educação deve estar preocupada fundamentalmente com um aluno
vivo, inquieto e participante; com um professor que não tema suas próprias
dúvidas; e com uma escola aberta, viva, [...]. Assim é preciso trabalhar o aluno
como uma pessoa inteira, com sua afetividade, suas preocupações, sua
expressão, seus sentidos, sua crítica, sua criatividade... (BENJAMIN, 1984, p.5).
Constatou-se os resultados em forma de gráficos, através do Pré e o Pós
questionário, sobre o Ensino em Tempo Integral e Educação Física. Os mesmos
estão representados nos Gráficos abaixo:
Os estudantes foram orientados a responder o pré-questionário, sem
saber qual a intenção do mesmo. Participaram vinte e cinco alunos do sétimo
ano.
Identificou-se avaliando as respostas:
Que eles estão indecisos em estudar em Tempo Integral;
Reconhecem que é importante;
Maior parte deles não concorda em permanecer na escola em
tempo Integral;
Que a carga horária é maior, podendo melhorar seu conhecimento;
A escola oferece atividades diversificadas, mas mesmo assim
sentem dificuldades em permanecer muito tempo sentados;
Que a relação professor aluno deixa de ser agradável;
Com o estudo integral, eles tem pouco tempo para brincar. Partindo
destas informações foi planejado o Projeto de Intervenção
pedagógica na Escola.
Após a realização da Unidade Didática Pedagógica, prevista no Projeto
de Intervenção na Escola, obteve-se os seguintes resultados sobre o Ensino em
Tempo Integral, participaram vinte e um alunos, sendo que três alunos foram
transferidos e um se encontrava ausente.
Analisando os resultados do Pós-questionário:
Os alunos continuam indecisos em estudar em Tempo Integral;
Reconhecem a sua importância;
Discordam em ficar o dia todo na escola;
Tem consciência que o estudo é fundamental para o seu
conhecimento;
Que a escola deveria proporcionar atividades diversificadas;
Sentem dificuldades em permanecer por muito tempo sentados;
Que a relação professor-aluno deveria ser melhor;
Grande maioria dos alunos sentem necessidade em poder brincar
mais.
Analisando os resultados do Pré-questionário referente a disciplina de
Educação Física, onde os estudantes do sétimo ano responderam sem saber
qual a intenção do mesmo:
Afirmam que é importante brincar;
Que precisamos brincar cada vez mais;
Que os jogos e as brincadeiras auxiliam no seu desenvolvimento
físico, mental e social, estimulando a criatividade melhorando o
conhecimento, assim a escola torna-se atrativa e dinâmica,
fazendo com que aprendam superar os desafios, desenvolvendo
novas habilidades, enriquecendo seus relacionamentos,
interagindo e assumindo o papel de líder no seu dia a dia e na
sociedade.
Observando os resultados do Pós-questionário, referente a disciplina de
Educação Física, após o desenvolvimento do Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola, pode-se concluir através dos dados onde os estudantes
evidenciam que:
A disciplina de Educação Física é fundamental no Ensino em
Tempo Integral, auxiliando para que possam compensar o tempo
em que permanecem em sala de aula sentados;
Concordam plenamente que cada vez mais deve-se estimular o ato
de brincar;
Afirmam ser importante jogar e brincar;
Entendem que os jogos e as brincadeiras, ajudam no
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem;
Definem totalmente, que os jogos e as brincadeiras ajudam no
desenvolvimento físico, mental e social;
Identificam que os jogos e as brincadeiras ajudam a desenvolver a
criatividade melhorando o seu conhecimento;
Determinam que, modificando a realidade através dos jogos e as
brincadeiras, a escola torna-se alegre, atrativa e dinâmica, assim
a aprendizagem será significativa, desenvolvendo diferentes
formas de convivência social, incorporando valores e ampliando o
conhecimento, oportunizando uma vida de qualidade através da
ludicidade;
Compreendem que, com os jogos e as brincadeiras estarão tendo
a liberdade de sonhar, sentir, decidir e agir, superando os desafios
que a vida os proporcionará;
Enumeram que jogar e brincar desenvolve a criatividade,
enriquece o relacionamento, aumenta a interação e a integração,
fazendo com que aprendam superar desafios, desenvolvendo
novas habilidades, enriquecendo seus relacionamentos,
interagindo e assumindo papel de líder no seu dia a dia e na
sociedade.
Concluem que realmente a escola deve provocar o desejo pela
prática, pela reflexão de formas agradáveis, para brincar e jogar
cada vez mais dentro e fora da escola.
CONCLUSÃO
Ao término deste trabalho, pode-se concluir que este projeto teve por
objetivo, trabalhar a importância dos jogos e as brincadeiras no processo de
desenvolvimento dos alunos do Ensino Fundamental em Tempo Integral,
buscando uma resposta, para compensar o tempo em que os estudantes
permanecem na escola, possuindo pouco tempo para brincar. Assim, o problema
que norteou este estudo consistiu em encontrar meios para compensar esse
tempo, através de atividades lúdicas que contribuíram para o processo de ensino
e aprendizagem.
Os objetivos foram alcançados, podendo ser observados através das
respostas dos próprios alunos nos Gráficos. No decorrer da realização das
atividades da Unidade Didático Pedagógica os alunos foram absorvendo,
participando e se engajando na proposta. Analisando todo o contexto de
desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, ela é o local
adequado para desenvolver os jogos e as brincadeiras, podendo utilizar todo o
potencial de educar através do lúdico, assim modificando comportamentos,
aproveitando o poder transformador dos jogos para garantir um aprendizado de
qualidade, possibilitando ao educando agir de maneira situada, diversificada,
criativa, crítica e atuante, partindo do que ele já conhece sendo assim
significativo para o desenvolvimento integral do aluno.
Finalizando, posso salientar, que o professor de Educação Física é o
fomentador escolar, podendo assim investigar dificuldades que ocorrem em sala
de aula, verificando e trabalhando qual é a importância que os jogos e as
brincadeiras trazem para aprendizagem e qual o papel da disciplina de Educação
Física na formação lúdica durante o processo de ensino e aprendizagem. Neste
contexto, o PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, estimulou novas
reflexões, ações e mudanças.
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