Laboratórios Cívicos Urbanos - documento de trabalho

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laboratórios cívicos urbanos:contributo para uma governação local participada em

portugalJOSÉ CARLOS MOTA, DCSPT – UA 13/12/2017

jcmota@ua.pt

Eleições legislativas 43% abstenção

4.170.196 não votantes (2015)

«Os cidadãos não se interessam,não participam!»

Será?

Como está a relação entre os cidadãos e a política?

Como está a relação entre os cidadãos e a política?(a nível local)

Taxa de abstenção eleições autárquicas 2017: 45%

O poder local é valorizado por• Estar próximo dos cidadãos• Dispor de um aprofundado conhecimento

da realidade• Responder rápida e eficazmente aos

problemas

Como explicar a crescente abstenção nas eleições autárquicas?

Como está a relação entre os cidadãos e a política? (a nível local)

Assembleias municipais Reuniões públicas do Executivo Municipal

Atendimento ao público

-> Participação reativa, respondendo a problemas particulares;-> Espaços pouco apelativos (regulamento, horários, regras de diálogo)-> Desconfiança (parte a parte)

«a notícia da crise da participação é manifestamente exagerada»

Como está a relação entre cidadãos e a política?(a nível local)

«a notícia da crise da participação é manifestamente exagerada»

«we initiated a study on medium-sized collaborative cities, observing the governance in place (from political leadership to citizens impetus) and the different types of collaborative projects. Aveiro has been shortlisted and will be part of the study» Ouishare

E a relação entre cidadãos e a academia?

• A universidade «torre de marfim»

• Academia detentora do conhecimento e formadora de recursos humanos

• Relação distante com a comunidade

• Privilegiar a transferência de conhecimento (empresas)

E a relação entre cidadãos e a academia?

Entretanto, algo está a mudar…

• Novas relações de cooperação da universidade com as regiões;

• Surgimento de novas interfaces de transferência de conhecimento para empresas e autarquias (Plataformas Tecnológicas)

• Ensaio de formas inovadoras de trabalho com a comunidade (universidade cívica)

• A terceira missão da universidade ou uma nova forma integrada de entender as três missões (ensino, investigação e cooperação) na relação com a sociedade;

The Civic University (Source: Goddard, Hazelkorn, Kempton and Vallance, 2016)

E será que o país conhece e valoriza o conhecimento existente nas suas comunidades?

Eduardo Marçal Grilo

Haverá novas formas de ligar comunidades, poder local e academia?

Novas formas de colaboração que vão para além de:• Projetos académicos (investigação

aplicada);• Consultoria (planos e projetos);• Voluntariado;

para uma relação mais intensa, duradoira, útil, inovadora e experimental?

Laboratórios cívicos urbanos, o que são?

laboratórios cidadãos definidos como• um espaço informal de escuta de

necessidades e anseios coletivos;• um local de encontro de saberes e

competências diversos;• um território de experimentação de

projetos e políticas;• uma incubadora de comunidades.

Antonio Lafuente, investigador do Centro de CienciasHumanas y Sociales CSIC e o director do Laboratório dos Comuns sediado no Medialab-Prado em Madrid

http://medialab-prado.es/laboratorio_del_procomun

Laboratórios cívicos urbanos, o que visa?

• Criar novo conhecimento;• Prototipar soluções para problemas urbanos

(experimentar com risco);• Melhorar a governação local, através da

experimentação controlada para que se correr mal não haja problemas, mas se correr bem, possa ser replicada;

• Não é de produção rápida de soluções!• Não é um espaço de urgência para problemas agudos!

(Lafuente, 2017)

Laboratórios cívicos urbanos, quem pode participar?

• Todos podem participar (cidadãos comuns, artistas, cientistas, técnicos e tecnólogos …)

• Modalidade aberta (partilha de dados, metodologias, resultados, …)

• Comunidade de aprendizagem coletiva (trabalhar e viver juntos; aprender a escutar, afectar-se pela diversidade de pontos de vista, desaprender)

(Lafuente, 2017)

Laboratórios cívicos urbanos, como funciona?

• Escutar os problemas e necessidades das comunidades;

• Definir prioridades de ação não pré-concebidas (por ex. mobilidade, alimentação, habitação, inclusão, smart,…) mas a partir de diálogos com a comunidade;

• Construir soluções em grupo;• Experimentar no território em tempo

real.

(Lafuente, 2017)

Laboratórios cívicos urbanos, onde pode surgir?

• Edifício devoluto no centro da cidade ou na periferia;

• Espaço partilhado com outras funções;

• Não deve ser um espaço acabado, deve ser «construído» pelos participantes;

• Deve ser apropriável pela comunidade e receber as suas idiossincrasias.

(Lafuente, 2017)

Laboratórios cívicos urbanos, quem gere, que experiências existem e o que estão a fazer?

• Modelos de gestão pública ou partilhada (pública/associativa)

• Inspiração na cultura do amador/voluntário, esporádicas, instáveis, mudam, adaptativas

• Reflexões• Mapeamentos de memórias• Projetos de Urbanismo Tático (http://ergosfera.org/)• Iniciativas colaborativas (cozinhas cívicas)• Projetos de Arte Comunitária• Ferramentas tecnológicas• Ações de mobilização coletiva

(http://institutoelos.org/jogo-oasis/)• Factoria Civica Valencia

(https://valencia.factoriacivica.com/)

laboratórios cívicos urbanos,isso é muito bonito mas cá não funciona…

VIVACIDADEhttps://www.facebook.com/vivacidade.aveiro/

LABORATÓRIOS CIVICOS URBANOS – EXPERIÊNCIAS (I)

O “VivaCidade. Vestir os Vazios da Cidade” é um projeto de participação dos cidadãos para a intervenção urbana através da cultura, em Aveiro, promovido e coordenado por uma equipa constituída pela Câmara Municipal de Aveiro, pela 4iS – Plataforma para a Inovação Social e pela SETEPÉS, Lda. e tem como objetivo possibilitar a intervenção em espaços vazios na cidade, nomeadamente, espaços abandonados e sem função que podem ser úteis para a comunidade.

LARGO DE SÃO SEBASTIÃO

VIVOBAIRROhttps://www.facebook.com/vivobairro/

LABORATÓRIOS CIVICOS URBANOS – EXPERIÊNCIAS (II)

(…) VIVÓ BAIRRO um projeto de REVITALIZAÇÃO E ANIMAÇÃO DO BAIRRO HISTÓRICO DE AVEIRO desenvolvido em colaboração entre a CORDA e o projeto europeu COMMUNITY PARTICIPATION IN PLANNING que integra a Universidade de Aveiro, POLIMI Milão e a Belfast University

60 eventos, 150 dinamizadores, 100 instituições e empresas, 800 crianças

Sem orçamento, só com boas vontades!

VIVÓ BAIRRO, REVITALIZAÇÃO E ANIMAÇÃO DO BAIRRO HISTÓRICO4 TEMAS: BRINCAR, IDENTIDADE E MEMÓRIA, TROCA DE SABERES, ATRACTIVIDADE

AVEIRO SOUPhttps://www.facebook.com/aveirosoup/

LABORATÓRIOS CIVICOS URBANOS – EXPERIÊNCIAS (III)

O conceito SOUP surgiu há seis anos em Detroit e visa apoiar projetos com impacto na comunidade, em modalidade de crowdfunding e selecionados em cerimónia a realizar num jantar partilhado

18

23 PROPOSTAS RECEBIDAS ANA PAULA BATALHA LOPES 3 6 0 º [O MUNDO É TÃO VASTO QUANTO FOR O TEU OLHAR]

ANTÓNIO CONCEIÇÃO PINTURA MURAL/ARTE URBANABERNARDO CONDE QUINTA ECOLÓGICA DA MOITA – AVEIRO

CLAUDIA SCHRIEWER MIRANDA PINHEIRO AVEIRO AO COLO

DULCE ALEXANDRA FREIRE GOMES OFICINAS EM MOVIMENTO

EUNICE SALOMÉ AIRES ALMEIDA D’ARTE

FILOMENA SERRADO ADULTOS INSPIRADORES, CRIANÇAS FELIZESGRACIETE LUZES HENRIQUES SOU CUIDADOR!JOANA COIMBRA SOMOS SANTIAGO

JOAQUIM ANDRÉ VALENTE PAÇOS “COSTURAS – OFICINA DO BRINQUEDO ADAPTADO”

JORGE MORAIS CRIAÇÃO DE UM COOPERATIVA SOCIAL COM USO DE UMA “MOEDA LIVRE”

JOSÉ LUÍS MARTINS PEREIRA – ZÉ LU DAAC – DEPARTAMENTO DE APOIO ÀS ASSOCIAÇÕES CULTURAIS

LUCAS DE MACEDO ABRAÇAR SANTIAGOMARGARIDA FERREIRA PINTO O MEU BAIRRO É FIXE!MARIA JOÃO PEREIRA PARQUES VIVOS!OKSANA TYMOSHCHUK “ESTENDAL DÁ AVEIRO”RAFAEL CAMPANILE PROJETO “PÉ DE PALCO”

RITA ALMEIDA AVÓ VIP- PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO POSITIVO

RUI RAPOSO TUDO BEM?

SOFIA FERREIRAIMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO CED (CAPTURAR-ESTERILIZAR-DEVOLVER) EM ANIMAIS DE RUA NO DISTRITO DE AVEIRO.

SUSANA LOUREIRO WHO´S MY CITY / IDSUZANA CALDEIRA EDIÇÃO DE LIVRO “GUIA TURISTICO SOBRE A CIDADE”

VANESSA PINTO AUTUN PROJETO EDUCATIVO DE PREVENÇÃO DAS VIOLÊNCIAS EM CONTEXTO ESCOLAR

VITOR SANTOS INSTALAÇÃO DE TECNOLOGIA IBEACON NA CIDADE AO SERVIÇO DOS CIDADÃOS

PATROCINADORES E APOIOS

250 PARTICIPANTES

CELEBRAÇÃO FINAL

1. As cidades dispõem de diversos tipos de comunidades (de prática, de interesse e de lugar) que possuem um conjunto de recursos invisíveis (saberes, competências, espaços, redes institucionais, energia cívica, responsabilidade social);

2. As iniciativas cívicas organizadas em torno de interesses comuns e mobilizadoras de recursos invisíveis têm um enorme potencial de experimentação e de transformação das cidades e das comunidades;

3. Os cidadãos estão disponíveis para participar em exercícios de cocriação e corresponsabilização, desde que devidamente mobilizados e apoiados;

4. Os projetos cívicos são exercícios experimentais, de aprendizagem coletiva, devendo permitir a inovação e o erro; devem ser apoiados, compreendidos e incorporados os seus ensinamentos e resultados nas práticas das entidades públicas locais para dar robustez ao processo de mudança a longo-prazo;

LABORATÓRIOS CIVICOS URBANOS: APRENDIZAGENS

1. As sociedades enfrentam desafios complexos para os quais são necessárias novas respostas organizativas;

2. Os laboratórios cívicos urbanos, entendidos como espaços de intermediação entre as comunidades, o poder local e a academia, devem funcionar como lugares de experimentação na procura de respostas aos desafios societais identificados pelos participantes;

3. Estes laboratórios necessitam:• Lideranças credíveis e empenhadas;• Quadro de confiança entre os participantes;• Espaço acolhedor, aberto a todos, próximo das comunidades;• Identificar um quadro de valores e causas comuns;• Metodologias para envolver e alinhar os participantes no

exercício de co-desenho e co-ação.

LABORATÓRIOS CIVICOS URBANOS DESAFIOS PARA O FUTURO

Laboratórios Cívicos UrbanosJosé Carlos Mota, 8 dezembro 2017

Desafie a sua comunidade a criarum Laboratório Cívico Urbano.Se precisar de ajuda, contacte-nos:

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