Post on 22-Aug-2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
LAYSA PIMENTA BUENO
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA
DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium
macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO
USADO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Barra do Garças – MT
2019
LAYSA PIMENTA BUENO
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DOS
COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium
macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO USADO
NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Barra do Garças – MT
2019
Monografia apresentada à banca examinadora do
Curso de Engenharia de Alimentos do Campus
Universitário do Araguaia – UFMT, como
exigência para aprovação do curso de Bacharel
em Engenharia de Alimentos.
Orientadora: Profª. Drª. Luciana Costa Lima
LAYSA PIMENTA BUENO
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DOS
COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium
macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO USADO
NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Barra do Garças – MT
2019
Monografia julgada e aprovada, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia de Alimentos do Campus
Universitário do Araguaia – UFMT.
Dedico este trabalho à minha
amada avó (in memoriam), por todo
amor e incentivo para que lograsse
com êxito meus objetivos. Sua
lembrança inspira e me faz persistir.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por minha vida, saúde e força para superar todas as
dificuldades impostas no meio do caminho.
Aos meus pais que sempre me apoiaram em todas as decisões, por todo amor e carinho.
Cada conquista é tão minha quanto deles.
Minha família e amigos pela força e compreensão durante toda a trajetória da faculdade,
pelos conselhos e apoio nos momentos difíceis.
Agradeço à minha orientadora e todo o corpo docente do curso de Engenharia de
Alimentos pelo ensino ao longo da graduação, assistência, gentileza e pelas contribuições e aos
técnicos pela paciência e ajuda em laboratório.
RESUMO
O cranberry cientificamente conhecido como Vaccinium macrocarpon vêm exibindo um
interesse público de modo gradativo, como alvo de estudo para o conhecimento de
importantes características benéficas à saúde associada aos seus compostos fitoquímicos.
Os compostos fenólicos presentes no fruto possuem um elevado poder antioxidante.
Apresenta uma das mais altas concentrações de proantocianidinas, como o componente
fenólico de maior importância para a prevenção de infecções urinárias. Considerando
estes fatores, o objetivo do presente trabalho foi quantificar parâmetros químicos e avaliar
a capacidade antioxidante e antimicrobiana in vitro dos compostos fenólicos presentes na
fruta desidratada e no medicamento fitoterápico à base de cranberry, sobre cepas
multirresistentes de Escherichia coli, visando o combate a infecções do trato urinário. As
análises de caracterização química se deram a partir da determinação de sólidos solúveis,
pH e acidez titulável, a capacidade antioxidante pelos ensaios de captura frente aos
radicais livres DPPH e ABTS●+ e antimicrobiana a partir da difusão por cavidade em ágar.
Dos resultados obtidos dos parâmetros químicos, o fruto desidratado exibiu 4,62ºBrix de
sólidos solúveis, pH de 2,70 e 1,28 g/100g de acidez titulável, enquanto que o
medicamento apresentou 9,25ºBrix, um pH de 2,73 e 4 g/100g de acidez titulável. Ambos
os extratos exibiram um conteúdo total de compostos fenólicos semelhantes, não
diferindo estatisticamente (p ≤ 0,05), com 853, 29 mg GAE/100g na fruta desidratada e
841,24 mg GAE/100g no medicamento. Em relação à capacidade antioxidante, a fruta
desidratada exibiu um maior potencial, com 14599,40 μmol TE/100g frente ao radical
ABTS●+ e ao radical DPPH, 6489,97 μmol TE/100g. A partir dos ensaios de atividade
antimicrobiana, os extratos apresentaram halos de inibição frente as cepas
multirresistentes avaliadas, conferindo uma ação inibidora ativa. Portanto, conclui-se que
quanto à capacidade antioxidante, a fruta exibe uma maior capacidade de combater os
danos dos radicais livres, em relação ao medicamento. Quanto à atividade antimicrobiana,
o medicamento fitoterápico assim como a fruta desidratada apresentam ação inibidora
frente à Escherichia coli, com poder de consumo de modo a prevenir a adesão das
bactérias alojadas no interior do canal da urina nas infecções do trato urinário.
Palavras-chave: compostos fenólicos, antioxidante, caracterização química.
ABSTRACT
The cranberry scientifically known as Vaccinium macrocarpon have been exhibiting a
public interest gradually, as a study target for the knowledge of important health benefits
associated with its phytochemical compounds. The phenolic compounds present in the
fruit have a high antioxidant capacity. It presents one of the highest concentrations of
proanthocyanidins, as the phenolic component of major importance for the treatment and
prevention of urinary infections. Considering these factors, the objective of the present
work was to quantify chemical parameters and to evaluate the antioxidant and
antimicrobial activity in vitro of the phenolic compounds present in dehydrated fruit and
the herbal medicine cranberry based on strains of Escherichia coli, in order to combat
infections of the urinary tract. The chemical characterization analyzes were based on the
determination of soluble solids, pH and total titratable acidity, the antioxidant capacity
by the DPPH and ABTS●+ free radical and antimicrobial from agar cavity diffusion. From
the results obtained by the chemical parameters, the dehydrated fruit showed 4.62 º Brix
of soluble solids, pH of 2.70 and 1.28 g/100g of total acidity, while the product presented
9,25 º Brix, a pH of 2,73 and 4 g/100g total acidity. Both extracts showed a total content
of similar phenolic compounds, not statistically differing (p ≤ 0.05), with 853, 29 mg
GAE/100 g in the dehydrated fruit and 841.24 mg GAE/100 g in the medicament. In
relation to the antioxidant capacity, the dehydrated fruit had a higher potential, with
14599.40 mol TE/100 g, compared to the radical ABTS●+ and the DPPH radical, 6489.97
μmol TE/100 g. From the antimicrobial activity assays, the extracts presented inhibition
halos against the multiresistant strains evaluated, conferring an active inhibitory action.
Therefore, it is concluded that the antioxidant capacity, the fruit exhibits a greater capacity
to combat free radical damage, in relation to the drug. As for the antimicrobial activity,
the herbal medicine as well as the dehydrated fruit present an inhibitory action against
Escherichia coli, with consumption power in order to prevent the adhesion of the bacteria
housed inside the urine channel in urinary tract infections.
Keywords: phenolic compounds, antioxidant, chemical characterization.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fruto do Vaccinium macrocarpon (Cranberry)........................................................14
Figura 2 - Comparação do poder antioxidante do Cranberry em relação às frutas normalmente
consumidas................................................................................................................................15
Figura 3 - Atividade de antiadesão bacteriana da proantocianidina presente no Cranberry e em
outros alimentos........................................................................................................................16
Figura 4 - Valores de ORAC (Capacidade de Absorbância do Radical Oxigênio) em diversas
frutas e vegetais.........................................................................................................................17
Figura 5 - Estrutura básica das proantocianidinas.....................................................................20
Figura 6 - Estruturas química das proantocianidinas B2 e A2...................................................20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização dos sólidos solúveis, pH e acidez titulável presente nas amostras à
base de cranberry.......................................................................................................................34
Tabela 2 - Determinação de compostos fenólicos totais dos extratos fenólicos à base de
cranberry...................................................................................................................................35
Tabela 3 - Determinação da capacidade antioxidante dos extratos fenólicos à base de cranberry
através da captura dos radicais livres DPPH e ABTS.................................................................36
Tabela 4 - Avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos à base de cranberry na
concentração de 1000 mg/mL, frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli..................38
Tabela 5 - Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos fenólicos à
base de cranberry frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli......................................39
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 13
2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 13
2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 14
3.1 Cranberry ............................................................................................................ 14
3.2 Fitoterapia ........................................................................................................... 17
3.3 Compostos fenólicos ........................................................................................... 18
3.4 Antioxidantes ...................................................................................................... 21
3.5 Atividade antimicrobiana .................................................................................. 22
3.6 Infecção do Trato Urinário (ITU) ..................................................................... 23
3.7 Resistência microbiana ...................................................................................... 25
4. MATERIAS E MÉTODOS ................................................................................. 27
4.1 Obtenção das matérias-primas .......................................................................... 27
4.2 Preparo das amostras ......................................................................................... 27
4.2.1 Extração dos compostos fenólicos .............................................................. 27
4.3 Caracterização química das amostras .............................................................. 27
4.3.1 Determinação de sólidos solúveis ............................................................... 27
4.3.2 Determinação de pH .................................................................................... 28
4.3.3 Determinação de acidez titulável ............................................................... 28
4.4 Determinação de compostos fenólicos totais ................................................... 29
4.5 Capacidade antioxidante ................................................................................... 29
4.5.1 Sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) ...................... 29
4.5.2 Captura do radical livre ABTS●+ .............................................................. 30
4.6 Atividade antimicrobiana .................................................................................. 30
4.6.1 Preparo das amostras .................................................................................. 30
4.6.2 Cepas microbianas ....................................................................................... 31
4.6.3 Difusão por cavidade em ágar .................................................................... 31
4.6.4 Concentração Inibitória Mínima – CIM ................................................... 31
4.7 Análise estatística ................................................................................................ 32
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 33
5.1 Caracterização química ..................................................................................... 33
5.2 Teor de compostos fenólicos totais .................................................................... 35
5.3 Capacidade antioxidante .................................................................................... 36
5.4 Atividade antimicrobiana .................................................................................. 37
6. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 41
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 42
11
1. INTRODUÇÃO
O Cranberry é um pequeno arbusto com meio metro de altura, conhecido popularmente
como arando vermelho americano, mirtilo-vermelho. O seu fruto possui um sabor ácido e tem
de 1 a 2 cm de diâmetro e pesa cerca de 1 a 2 gramas. Parte da planta por volta do ano de 1620
era usada como meio de conservação de alimento por um longo período, além de ser utilizada
como fins medicinais na fitoterapia (TEIXEIRA, 2012). A fruta é conhecida cientificamente
como Vaccinium macrocarpon e faz parte da família Ericaceae. É nativa de países nortes
americanos onde se desenvolve em ambientes úmidos, como florestas e pântanos (SAONA et
al., 2010).
O fruto é composto por ácido orgânico, flavonoides, catequinas, antocianidinas,
proantocianidinas e 88% de água. Por ser nativa de países estrangeiros, pode ser encontrada na
forma de extratos, sucos e frutas secas, contendo geralmente de 10 a 25% apenas da fruta
concentrada. As proantocianidinas presentes no cranberry, compostos fenólicos naturais, são
taninos condensados que oferecem função de barreira contra micro-organismos e possuem
excelentes fontes antioxidantes de alta qualidade (SALO et al., 2011).
Os compostos fenólicos são substâncias que possuem um ou mais substituintes
hidroxílicos com um anel aromático, incluindo seus grupos funcionais. Estão distribuídos por
meio de moléculas mais simples, como os ácidos fenólicos e os flavonoides, assim como os de
alto peso molecular, os taninos, que são divididos de acordo com seu tipo estrutural: taninos
hidrolisáveis e taninos condensados, as proantocianidinas (SOARES et al., 2008). São
encontrados nas plantas e estão relacionados, primordialmente, com a proteção, conferindo uma
eficiente resistência a micro-organismos, além de constituírem os antioxidantes mais
abundantes. Estes compostos nos alimentos, podem influenciar a qualidade sensorial e o valor
nutricional, conferindo atributos como textura, amargor, cor e adstringência (EVERETTE et
al., 2010).
Nos últimos anos houve uma crescente atenção ao papel da dieta na saúde humana.
Vários estudos epidemiológicos indicaram que a alta ingestão de produtos de origem vegetal
está ligada diretamente com uma redução no risco de uma grande variedade de doenças
crônicas, como o câncer. Estes efeitos têm sido atribuídos aos compostos que possuem
capacidade antioxidante, como as vitaminas C e E, os carotenoides e os flavonoides. Esses
compostos absorvem radicais livres, inibindo a cadeia de iniciação ou interrompendo a cadeia
de propagação das reações de oxidação promovidas pelos radicais (PODSEDEK, 2007).
12
A Infecção do Trato Urinário (ITU), é uma das infecções bacterianas mais comum entre
idosos, mulheres e crianças, cerca de 19 a 30% dos pacientes apresentam reincidência em menos
de um ano de tratamento (BEGCEVIC et al., 2012). A mobilidade bacteriana desempenha um
papel fundamental na superfície dos micro-organismos, na propagação e colonização de
bactérias ao longo do tecido. Essa mobilidade contribui para a formação de uma estrutura que
é associada a comunidade das bactérias, o biofilme (BISWAS et al., 2012). A identificação de
compostos que impedem essa mobilidade bacteriana, oferece um potencial de aplicação para a
limitação destes micro-organismos na superfície do tecido. Os compostos presentes no
cranberry foram identificados por interferirem na adesão das bactérias em tecidos diferentes, a
propriedade antiaderente desta fruta está atribuída em grande parte pela presença das
proantocianidinas (BROW; SHIPLEY, 2011).
A fitoterapia vem tomando espaço ao longo dos anos como uma área da medicina
integrativa que mais obtém evolução com estudos científicos, que comprovam a eficácia de
plantas medicinais, principalmente as com finalidade terapêuticas, por meio de estudos
farmacológicos e químicos. Um dos fatores chave como contribuição para a pesquisa do
potencial bioativo das plantas, é a resistência a antibióticos convencionais adquirida ao longo
do tempo por diversos micro-organismos (SANTOS et al., 2011; FREITAS et al., 2014).
A prevenção e o tratamento com a utilização de antimicrobianos para o combate dessa
e de outras infecções bacterianas, tornou-se uma problemática com um crescimento gradual ao
longo do tempo. Vêm apresentando consequências negativas para o paciente, principalmente
pelo fato de se tratar de bactérias altamente resistentes. Por esse motivo, a busca por novos
compostos fitoterápicos como alternativa tem sido de grande eficácia. Assim, o presente estudo
teve por objetivo avaliar o cranberry, por apresentar resultados positivos como meio
antioxidante fenólico poderoso quando comparado às frutas comuns, estabilizando os radicais
livres e uma alta atividade antimicrobiana, com a capacidade de antiaderência bacteriana
promovida pelas proantocianidinas.
13
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Este trabalho tem por objetivos avaliar a capacidade antioxidante e antimicrobiana in
vitro dos compostos fenólicos presentes na fruta desidratada e no medicamento fitoterápico a
base de cranberry (Vaccinium macrocarpon) sobre cepas multirresistentes de Escherichia coli,
visando o combate a infecções do trato urinário.
2.2 Objetivos específicos
• Submeter as amostras da fruta desidratada e do medicamento fitoterápico à extração dos
compostos fenólicos;
• Determinar parâmetros químicos das amostras, tais como: sólidos solúveis, acidez
titulável e pH;
• Determinar o teor de compostos fenólicos totais dos extratos, assim como sua
capacidade antioxidante pela captura de radicais livres;
• Detectar a atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos frente a cepas
multirresistentes de Escherichia coli;
• Determinar as Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) dos extratos fenólicos sobre
as cepas.
14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Cranberry
O cranberry é cientificamente conhecido como Vaccinium macrocarpon de subgênero
Oxycoccus, é pertencente à família Ericaceae e amplamente cultivado nos países norte-
americanos em áreas pantanosas e acídicas. O fruto é uma falsa baga, maior que as próprias
folhas; inicialmente é característico pela cor branca, logo após o processo de amadurecimento
apresenta um forte avermelhado, como mostrado na Figura 1, e é característico por apresentar
uma pronunciada acidez (pH<2,5). Por não ser nativo do Brasil, pode ser encontrado apenas na
forma desidratada, de suco, comprimidos e sachês manipulados à base de extrato seco e também
na forma de cápsulas gelatinosas. Em sua composição conta com a presença da proantocianidina
tipo A, substâncias com alto potencial antioxidante (DUARTE et al., 2006).
Figura 1 – Fruto do Vaccinium macrocarpon (Cranberry). Fonte: Getty, (2018)
Inicialmente foi usado pelos norte-americanos em razão dos seus benefícios
relacionados a dieta e como uma solução usada na desinfecção de feridas, diminuindo as dores
causadas por higiene bucal e dental e por indigestão. Em diversos países o cranberry foi usado
na prevenção de pedras nos rins, alguns problemas urinários, e também como medicamento
popular para ITU antes da introdução de antibióticos, sendo ainda utilizado para esta finalidade
(DESSÍ et al., 2011).
Este fruto é constituído por níveis moderados de vitamina C, manganês e fibra dietética.
Apresenta mais de 80% de água, 10% de carboidratos e outros constituintes tais como,
flavonoides, catequinas, triterpenóides, antocianinas, compostos polifenólicos (taninos) e
15
ácidos orgânicos, sendo que a maior parcela de ácidos é composta pelos ácidos cítrico, málico
e quínico, assim como pequenas quantidades do ácido benzoico e glucurônico.
O componente de maior importância para a prevenção de infecções urinárias são os
taninos, que podem ser condensados ou hidrolisáveis, também conhecidos como
proantocianidinas (PAC) (FEGHALI et al., 2012).
Os compostos fenólicos presentes no cranberry apresentam um elevado poder
antioxidante, com 50 vezes mais que a vitamina E e 20 vezes mais que a vitamina C. Possui
uma das mais altas concentrações de PACs totais por grama, chegando a 418,8mg/100g,
significativamente mais quando comparado com outras frutas vermelhas: a ameixa (215,9), o
mirtilo cultivado (179,8) e o morango (145). São alvo de estudo para o reconhecimento de
importantes características benéficas a saúde, por servir como uma boa fonte suplementar de
antioxidantes (FERGUSON et al., 2004).
De acordo com Prior et al. (2001), com um estudo publicado na edição do Journal of
Agricultural and Food Chemistry em novembro de 2001, o cranberry pode conter elevados
antioxidantes fenólicos e outros fitonutrientes com o potencial de impedir danos oxidativos
causados pela espécie reativa do oxigênio. Quando comparados a 19 frutas comuns de consumo
facilitado, estes antioxidantes podem ter um papel de grande importância na prevenção de
doenças cardiovasculares e em alguns tipos de câncer, como exemplificado na Figura 2.
Figura 2 – Comparação do poder antioxidante do Cranberry em relação às frutas normalmente consumidas.
Fonte: Prior et al., (2001).
A PAC presente no fruto também apresenta um potencial inibidor quanto a adesão de
bactérias ao epitélio do trato urinário, como visto na Figura 3. Estes taninos condensados
possuem propriedades antibacterianas, antivirais e antiaderentes que inibem a atividade do
hospedeiro. O bloqueio da adesão fimbrial previne a Escherichia coli e outras gram-negativas
16
de colonização, fator esse que reduz significativamente uma bacteriúria e por consequência, o
consumo de antibióticos (VIEIRA et al., 2005).
Figura 3 – Atividade de antiadesão bacteriana da proantocianidina presente no Cranberry e em outros alimentos.
Fonte: Howell et al., (2005).
Outras pesquisam também denotaram a eficácia do cranberry na prevenção de ITU
(Infecções do Trato Urinário) a suas propriedades antiaderentes, de modo que a E. coli,
principal causa desse tipo de infecção, apresenta adesinas fimbriais que são inibidas pela PAC
(RAZ et al., 2007).
Estudos confirmaram que as PACs deste fruto são bem absorvidas, visto que, uma vez
absorvidas na corrente sanguínea passam a apresentar vulnerabilidade a outros locais do corpo,
funcionando como agentes de antiadesão e antioxidantes. Logo seu consumo regular, não só
ajuda a manter a saúde, mas reduz o número de infecções, e sendo assim evita que sejam
ingeridas altas doses de antibióticos, reduzindo ainda a probabilidade de aparecimento de
bactérias resistentes, sendo que este é um problema de saúde pública de proporção global
(IBRAHIM et al, 2015).
Pesquisas preliminares sugerem também que dietas que contêm frutas e vegetais com
altos valores de ORAC (Oxigen Radical Absorbance Capacity) podem fornecer proteção contra
a perda da coordenação e da memória associadas à idade elevada. O cranberry marca a elevação
na escala antioxidante em 1750 unidades de ORAC por 100g da fruta fresca, como observado
na Figura 4 (ALFONSO et al., 2010). Além disso, o cranberry contêm quantidades
significativas de flavonoides e de compostos polifenólicos capazes de inibir a oxidação da
17
lipoproteína de baixa densidade (LDL), contribuindo assim, com a redução do risco de
desenvolver doença de coração, melhorando os níveis de colesterol, a aterosclerose, diminuindo
o risco de ataque cardíaco (BONIFAIT; GRENIER, 2010).
Figura 4 – Valores de ORAC (Capacidade de Absorbância do Radical Oxigênio) em diversas frutas e vegetais.
Fonte: USDA-Agricultural Research Service.
3.2 Fitoterapia
De acordo com Santos et al. (2011), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) conceitua como medicação fitoterápica aquela obtida unicamente por matérias-
primas de origem vegetal, com qualidade e garantia no tratamento e que tanto os riscos quanto
à eficácia sejam obtidos por estudos etnofarmacológicos, ensaios clínicos ou documentações
técnico científicas.
Desde antigamente o uso de plantas medicinais como via terapêutica vem sendo
mencionado por civilizações como Egito, China, Grécia e Índia, porém há evidências históricas
e arqueológicas que cerca de 10.000 anos atrás as características curativas das plantas
medicinais já eram usadas, desse modo, durante muitos séculos, medicações à base de plantas
fizeram parte dos principais tratamentos contra diversas doenças que a humanidade enfrentava.
A partir do elevado número de doenças e da dificuldade de acesso aos medicamentos nos países
em desenvolvimento, a prática popular da fitoterapia ainda é abundantemente exercida, sendo
guiada para estudos farmacológicos, que com o avanço científico, possibilitou a descoberta e a
18
identificação de produtos naturais para tratamentos mais efetivos. O Reino Vegetal proporciona
aproximadamente 25% dos fármacos de origem natural usados na atualidade, e por este motivo
é visto como uma rica fonte de compostos ativos pela sua múltipla diversidade química
(ANDRADE, 2013; LIMA et al., 2014).
As plantas são consideradas excelentes aliadas no combate e na prevenção de doenças
na população em geral, o que possibilitou o maior entendimento sobre as plantas e o seu poder
medicinal, e esse conhecimento é usado como incentivo para pesquisas experimentais com o
intuito de identificar o potencial bioativos destas plantas, para que possam ser utilizadas como
princípio ativo pela indústria farmacêutica (FREITAS et al., 2014). Visto que há grandes
vantagens no uso das plantas, através do seu baixo custo e grande disponibilidade para a
população de baixa renda, além de fornecer a consciência da eficácia do uso da fitoterapia como
mobilidade terapêutica. (SOARES et al., 2008; SANTOS et al., 2011).
Frequentemente as plantas medicinais têm sido alvo nas investigações cientificas, sendo
que alguns dos fatores que contribuem para, são os elevados números de espécies vegetais
existentes e a atividade inibitória de bactérias e fungos comprovada. Essa ação de inibição é
concedida pela atividade no metabolismo secundário dos vegetais, que os fazem produzirem
substâncias antibióticas utilizadas por esse vegetal como mecanismo de defesa e proteção contra
seus inimigos naturais (SOUZA et al., 2014).
Bactérias resistentes a inúmeros antimicrobianos representa uma barreira na prevenção
de infecções, por esse motivo é notória a necessidade de novas substâncias com capacidade
antimicrobiana utilizadas como meio de combate aos micro-organismos (PEREIRA et al.,
2004). Deste modo, como as plantas possuem uma grande variedade de moléculas, a descoberta
destas com atividade bacteriana tem sido a prioridade de muitos especialistas, por serem
consideradas fontes promissoras de novos agentes antimicrobianos (ANDRADE, 2013).
3.3 Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos, são definidos quimicamente como substâncias que em sua
estrutura, apresenta um anel aromático unido a um ou mais grupos hidroxílicos, o que inclui
seus grupos funcionais, conferindo seu poder antioxidante. São produtos do metabolismo
secundário que incluem uma grande variedade estrutural, simples e complexas. Nos vegetais
podem ser encontrados cerca de cinco mil fenóis, sendo os encontrados com mais abundância:
os flavonoides (antocianinas, flavonóis e derivados), ácidos fenólicos (ácido benzoico,
cinâmico e derivados), fenóis simples, taninos, ligninas e cumarinas (JIMÉNEZ, 2010).
19
Podem ser sintetizados por meio de duas rotas bioquímicas: a rota do ácido malônico e
a rota do ácido chiquímico. A grande maioria dos compostos fenólicos secundários presentes
nas plantas são derivados da fenilalanina (rota do ácido chiquímico), a partir da eliminação de
uma molécula de amônia para a formação do ácido cinâmico. Em reações posteriores, são
adicionados grupamentos hidroxila e outras substâncias, dando origem a compostos mais
complexos, os flavonoides, taninos e a lignina (SALISBURY; ROSS, 1994; TAIZ; ZEIGER.
2004).
Estes compostos estão inteiramente presentes nas plantas e se alojam em todas as partes
dos vegetais (frutos, flores, folhas, raiz e caule). Apesar de serem a classe de metabólitos
secundários com maior estudo, ainda há funções desconhecidas de alguns compostos. Dentre
algumas de suas funções, pode-se citar ações como pesticidas naturais, sinalizadores para
reações de interação com micro-organismos, antibióticos, afinidade com alguns insetos
polinizadores, proteção contra radiação UV, além de função estrutural que exerce estabilidade
à planta (HELDT, 1997).
Os compostos fenólicos são considerados antioxidantes primários nas plantas, em
consideração que há uma relação direta entre o conteúdo total de fenólicos e as propriedades
antioxidantes de uma determinada espécie de vegetal. (SHYLAJA; PETER, 2004).
Embora o esqueleto básico permaneça o mesmo, o número e a posição dos grupos
hidroxílicos no grupo de fenol são considerados relacionados diretamente com a sua toxicidade
relativa para os micro-organismos e são principais características estruturais que influenciam a
capacidade antioxidante de fenóis, evidenciando o aumento da toxicidade como resultado da
hidroxilação (COWAN, 1999; BORGES et al., 2013). Além disso, alguns pesquisadores
evidenciaram que os fenóis que apresentam mais índice de oxidação, possuem propriedades
antimicrobianas mais elevadas (COWAN, 1999; SCALBERT, 1991; SAMY;
GOPALAKRISHNAKONE, 2010).
As proantocianidinas, ou taninos condensados, são uma mistura de oligômeros e
polímeros de flavonoides, onde sua presença é determinada pela cor, textura e sabor
(ARIMBOOR et al., 2012). São os componentes mais importantes de várias plantas, frutas
vermelhas, vinhos, nozes e alguns leguminosos (LIU et al., 2013). Em sua composição, há
unidades de flavan-3-ol (MATEOS-MARTÍN et al., 2012).
As procianidinas são as estruturas típicas das proantocianidinas, constituídas por
catequinas e epicatequinas (CHEN et al., 2014). São designadas por prodelfinidinas, quando
em sua composição, possuir epigalocatequina e propelargonidina, quando constar em sua
20
composição epi-afzelechim. Algumas destas moléculas podem ser esterificadas com outras
moléculas, como o ácido gálico ou a glucose (FU et al., 2014).
As proantocianidinas podem se dividir em várias classes, se baseando nas ligações
formadas entre elas mesmas e nos padrões de hidroxilação de suas unidades estruturais, como
mostrado na Figura 5 (FU et al., 2014).
Figura 5 – Estrutura básica das proantocianidinas. Adaptado de FU et al., (2014).
Entretanto, as procianidinas se encontram em duas formas, o tipo A e o B, sendo que a
diferença consiste nas ligações ocorridas nas unidades estruturais, ou seja, o tipo A possui uma
dupla ligação, enquanto que o tipo B possui apenas uma ligação, como exemplificado na Figura
6 (CHEN et al., 2014b; MÄÄTTÄ-RIIHINEN et al., 2005). Estas formas também induzem
diferentes efeitos (CHEN et al., 2014b).
Figura 6 – Estruturas químicas das procianidinas B2 e A2. Adaptado de Mateos-martin et al., (2012).
As propriedades físico-químicas das proantocianidinas dependem do seu tamanho e
estrutura química (ARIMBOOR et al., 2012), no entanto possuem propriedades comuns, como:
formação de complexos estáveis com íons metálicos e proteínas (CHEN et al., 2014). Tem
como principal característica, a capacidade de eliminar espécies reativas de oxigênio, incluindo
tipos de oxigênio radical e não-radical, tais como: O2●-, HO●, H2O2; outros radicais livres
21
resultantes da oxidação, bem como os que derivam de proteínas, ácidos oligonucleicos e
lipoproteínas de baixa densidade (CHEN et al., 2014a).
O grau de polimerização destes taninos é de uma elevação extrema, fator esse que
determina sua capacidade antioxidante (ARIMBOOR et al., 2012; HUMMER et al., 2008). A
diferença de tamanho, presença de grupos funcionais e o número de átomos, torna a sua
separação complicada. Contudo, se colocadas em meio ácido, a dissociação em monômeros
apresenta maior eficácia, sendo que a despolimerização destas estruturas dá origem a unidades
de flavan-3-ol ou aos seus intermediários (HÜMMER et al., 2008; RÖSCH et al., 2004).
Inúmeros efeitos farmacológicos associados às proantocianidinas vêm ganhando espaço
na literatura, por apresentar benefícios a saúde. As propriedades mais evidenciadas são:
antioxidantes, antimicrobianas, anticarcinogênicas (CHEN et al., 2014a), propriedades
cardioprotetoras e contra aterosclerose (HÜMMER et al., 2008). Também têm demonstrado
inibições de peroxidação lipídica, agregação das plaquetas, permeabilidade capilar e a
perturbação nos sistemas enzimáticos, incluindo a lipoxigenase, ciclooxigenase e a fosfolipase
A2 (FINE, 2000).
3.4 Antioxidantes
A oxidação é um dos principais fatores da deterioração química, o que resulta na
deterioração da qualidade nutricional, textura, sabor, cor e segurança dos alimentos (ROSA et
al., 2010). Assim, os antioxidantes são definidos como moléculas orgânicas que possuem a
capacidade de promover a saúde, protegendo as células contra os danos que os radicais livres
causam no corpo e reativas espécies de oxigênio que, de outra maneira exerceriam efeitos
metabólicos nocivos (GOUFO; TRINDADE, 2014). Deste modo, a exposição aos radicais
livres possibilitou o desenvolvimento de determinados mecanismos defensivos com:
mecanismos de reparação, prevenção, defesas físicas e antioxidantes (VALKO et al., 2007).
Os antioxidantes podem ser identificados como primários e sinergistas, e estes últimos
por sua vez são substâncias com menor ou nenhuma capacidade antioxidante, mas que possuem
o poder de aumentar a atividade do antioxidante primário quando usado em combinações
adequadas, atuando como removedores de oxigênio e agentes complexantes. Os removedores
de oxigênio, como por exemplo o ácido ascórbico, reagem com o oxigênio livre, afastando-o
de um sistema fechado. Já os agentes complexantes, como o ácido etilenodiamino tetra acético
(EDTA) e ácido cítrico, paralisam íons metálicos pró-oxidantes (como os de cobre e ferro), o
que eleva a energia de ativação das reações iniciais da autoxidação (ARAÚJO, 2001).
22
Os antioxidantes primários são compostos fenólicos que através da doação atômica de
hidrogênio, interrompem as reações em cadeia, promovendo a inativação ou remoção dos
radicais livres que se formam durante a iniciação ou propagação da reação. O átomo de
hidrogênio ativo do antioxidante é absorvido pelos radicais livres com maior facilidade que os
hidrogênios alílicos das moléculas insaturadas. Desse modo, são formadas espécies inativas
para a reação em cadeia e um radical estático procedente do antioxidante. Este radical,
imobilizado pela ressonância do anel aromático, é incapaz de iniciar ou propagar as reações
oxidativas (RAMALHO; JORGE, 2006).
Os antioxidantes fenólicos naturais, segundo Frankel (1999), tem como função inibir a
oxidação biológica por meio de um mecanismo complexo em numerosas etapas. Estes
compostos por sua vez, podem participar de variados mecanismos de defesa antioxidante, desde
a captura de oxidantes ativos, a redução de reativos intermediários, a indução de sistemas de
reparo e até a prevenção da formação de agentes oxidantes.
Nas plantas os compostos fenólicos, produtos de seu metabolismo secundário,
interagem com mecanismos de defesa contra danos de oxidação causados por espécies reativas
de oxigênio. A capacidade antioxidante destes compostos está interligada a vários mecanismos,
como a doação de hidrogênio, a neutralização ou captura de radicais livres, além de agirem
como substrato para radicais livres hidroxil e superóxido (RICE-EVANS et al., 1995; PIETTA,
2000; NÍCIFOROVÍC et al., 2010). Deste modo, agem tanto na etapa de iniciação quanto na
propagação do processo de oxidação (SOUZA et al., 2007).
Os antioxidantes sintéticos mais aplicados na indústria de alimentos são o
butilhidroxianisol (BHA), o butilhidroxitolueno (BHT) e a butilhidroxiquinona terciária
(TBHQ), classificados como antioxidantes primários (BOZKURT, 2006; NÍCIFOROVÍC et
al., 2010). No entanto, devido alguns antioxidantes sintéticos estarem relacionados a questões
de toxicidade e à preferência dos consumidores por alimentos saudáveis, atenta-se atualmente
por um crescente interesse na busca por antioxidantes naturais e aptos na preservação dos
alimentos, inibindo alterações indesejáveis causadas pelas reações de oxidação e também
aplicado como um fator benéfico na saúde humana (JAYAPRAKASHA et al., 2004;
GACHKAR et al., 2007; OKE et al., 2009; EBRAHIMABADI et al., 2010).
3.5 Atividade antimicrobiana
As frutas possuem ricas fontes de substâncias bioativas como ácidos orgânicos e
compostos fenólicos, que podem apresentar atividade antimicrobiana. Alguns autores
23
evidenciam as propriedades antimicrobianas de compostos fenólicos e extratos de frutas e
plantas, contra micro-organismos patógenos transmitidos por alimentos (DUNG et al., 2008;
KUETE et al., 2008; WU et al., 2008), e os indícios mostram que os compostos fenólicos são
alguns dos principais componentes que possuem atividade antimicrobiana, na maioria das vezes
agindo sinergicamente entre eles em outras moléculas, como ácido ascórbico e carotenoides
(THITILERTDECHA et al., 2008).
Pesquisam revelam que a atividade antimicrobiana está relacionada à ação antioxidante
dos fitoquimicos, compostos encontrados em vegetais que têm efeito benéfico na saúde, que
pode variar de acordo com o gênero de bactéria a ser estudada e a da concentração. Alterações
estruturais nas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas podem induzir diferenciados danos
quando a bactéria é submetida a compostos antimicrobianos, pois as distinções desses grupos
estão primordialmente nas suas propriedades de permeabilidade membranosa e nos
componentes de superfície (MATASYOH et al., 2009; WU et al., 2008; THITILERTDECHA
et al., 2008).
O mecanismo de ação dos compostos fenólicos pode ser descrito por sua ação gradativa
na parede celular, à coagulação do citoplasma, à desregulação do sistema de transporte de íons
e elétrons no sistema membranoso, danos à membrana citoplasmática e ao extravasamento de
material celular. Uma característica importante dos polifenóis é seu poder hidrofóbico, o que
lhes concede a difusão lipídica na membrana celular da bactéria, nas mitocôndrias e em outros
componentes celulares como enzimas e proteínas, desestabilizando as estruturas e tornando-as
mais permeáveis (BURT, 2004). A ruptura membranosa citoplasmática induz a saída de
elementos vitais à células como íons, purinas, ácidos nucléicos e fosfatos ou a entrada de
nocivas substâncias do metabolismo da bactéria (TAVARES, 1999).
A composição química e a estrutura dos compostos fenólicos abalam seu modo de ação
e capacidade antibacteriana, no que se refere principalmente ao número de grupamentos
hidroxila no anel fenólico e à posição. Além disso, as interações químicas entre os elementos
antimicrobianos são observadas, destacando efeitos sinérgicos, mas também efeitos
antagônicos (BURT, 2004).
3.6 Infecção do Trato Urinário (ITU)
A infecção do trato urinário representa um frequente sitio de infecção tanto em pacientes
de comunidades como em pacientes internados em unidades hospitalares, representando umas
das principais causas de infeção nosocomial. É responsável por cerca de 40% do total de
24
infecções nosocomiais de acordo com o Center for Diseases Control and Prevention (CDC),
Centro de Controle e Preservação de Doenças nos EUA como variável prevalência entre 1 a
10% (WONG e HOOTON, 1981).
O sexo feminino apresenta maior exposição do que o masculino em casos de infecção
urinária. Mulheres adultas possuem 50 vezes mais chances de contrair ITU do que homens,
onde 30% delas apresentam a infecção sintomática ao longo da vida. A principal rota de
contaminação do trato urinário ocorre por via ascendente, por esse fato atribui-se à menor
extensão anatômica da uretra feminina com maior proximidade entre a vagina e o ânus,
característica da genitália feminina (MASSON et al., 2009).
Embora mais comum em mulheres, a ocorrência de ITU cresce entre homens acima de
50 anos (HEAD, 2008). Os fatores que mais implicam neste aumento, são as ocorrências de
doenças prostáticas e a instrumentação das vias urinárias, incluindo o cateterismo vesical. Entre
indivíduos hospitalizados e idosos, as taxas de incidências também são elevadas pela presença
de morbidades que elevam a susceptibilidade às infecções (LOPES et al., 2004).
ITU é definida pela presença de bactérias alojadas no interior do canal urinário, tendo
como limite mínimo aceitável a existência de 100.000 unidades formadoras de colônias
bacterianas por mililitro de urina (UFC/mL) (MASSON et al., 2009). Os sintomas e sinais
incluem urgência miccional, polaciúria, alteração no aspecto e coloração da urina, com
aparecimento de urina turva acompanhada de alterações no sedimento urinário, disúria, piúria,
hematúria (>10.000 leucócitos/mL). A ocorrência de dor abdominal é um dos sintomas mais
comuns, notados em topografia do hipogástrio (projeção da bexiga) e no dorso (projeção dos
rins) podendo ocasionar febre (LOPES et al., 2004).
A ITU pode ser sintomática, ou na ausência de sintomas, assintomáticas, recebendo a
denominação de bacteriúria (bactérias na urina) assintomática. Em relação à localização, é
classificada como baixa ou alta. Na ITU baixa que caracteriza o diagnóstico de cistite, a urina
pode apresentar turbidez pela presença de piúria, e/ou avermelhada pela presença de sangue,
causada pelo próprio processo inflamatório. A ITU alta também denominada pielonefrite,
inicia-se habitualmente com quadro de cistite sendo acompanhada de uma elevada febre
associada a calafrios e dor lombar na maioria dos casos. A intensidade dos sintomas é
diretamente proporcional à gravidade da pielonefrite (LOPES et al., 2004).
É de grande utilidade clínica enfatizar as infeções complicadas e não complicadas. Os
fatores de virulência bacteriana e a integridade dos mecanismos defensivos do hospedeiro, são
os principais elementos do curso da infecção. Na ITU não complicada, onde habitualmente há
incidência maior de cistite, a Escherichia coli é a bactéria responsável pela grande maioria dos
25
casos. Enquanto que nas ITUs complicadas, frequentemente ligada as pielonefrites, o espectro
de bactérias envolvidas é mais amplo, incluindo bactérias Gram-positivas e Gram-negativas
com elevada frequência de organismos multirresistentes, associados à presença de fatores
complicantes (WAGENLEHNER; NABER, 2006).
Os agentes etiológicos, em ordem de frequência, que estão envolvidos na incidência da
ITU adquirida nas comunidades são: a Escherichia coli, o Staphylococcus saprophyticus,
espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis (RAHN, 2008).
Casos de micro-organismos que produzem a β-lactamase de espectro estendido (ESBL),
enzimas responsáveis pela resistência bacteriana a antibióticos, tem apresentado um
crescimento gradual entre os pacientes com ITU complicada (FIRCANIS e MCKAY, 2010).
Esse aumento inclui a Escherichia coli multirresistente, o que dificulta o tratamento da
infecção, além de exigir dos pacientes o uso de antibióticos com maior frequência (OTEO et
al., 2010).
3.7 Resistência microbiana
As bactérias ao longo do tempo vêm apresentando um certo tipo de resistência aos
antimicrobianos, fator esse adquirido por mutação ou transferência de genes resistentes de
outras bactérias. Foram determinados mecanismos de ação dos antimicrobianos, seja através de
atividade bactericida ou por meio de atividade bacteriostática. Visto que alguns padrões são
estipulados como: alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática, ação inibitória na
síntese da parede celular, alteração ou inibição da síntese proteica e atuação nos ácidos
nucleicos são os meios de ação, sendo que para o antibiótico exercer sua função, é preciso se
ligar a um determinado sitio da bactéria, para que ocorra a interferência em seu metabolismo.
Neste aspecto, as bactérias desenvolveram variadas formas de sobrevivência, tais como:
impenetrabilidade, bomba de efluxo, que consiste no bombeamento ativo de antimicrobianos
do meio intracelular para o extracelular, proteção ribossômica, β-lactamases de espectro
estendido, resultando em uma crescente resistência aos antibióticos, como um fator de risco a
doenças infecciosas (LOPES, 2009).
Segundo Terrível et al. (2013), informações da Organização Mundial de Saúde (OMS)
apontam para o descontrolado crescimento das resistências microbianas aos antibióticos
convencionais, que perdem a eficácia clínica, dificultando o tratamento dos pacientes e exigindo
o uso de antibióticos de amplo espectro no tratamento de infecções não tão complexas. Esta
resistência tem apresentado uma expansão acelerada devido ao uso inadequado dos antibióticos,
26
visto que, existe uma evidente correlação entre um consumo maior de antibióticos e níveis
crescentes de resistência microbiana (LOUREIRO, 2012).
A resistência aos antimicrobianos é considerada um sério problema de saúde pública no
mundo, visto que ameaça a eficiência no tratamento que é empregado para doenças infecciosas
de etiologia bacteriana. O uso incorreto e irracional de medicamentos, diagnósticos incoerentes
as infecções e ausência de um sistema epidemiológico de vigilância global, são algumas
problemáticas que contribuem para a obtenção da resistência, contribuindo como consequência
direta para infecções mais agressivas e de difícil controle tanto na comunidade quanto no
ambiente hospitalar (ARANTES et al., 2013).
O crescente número de cepas bacterianas cada vez mais resistentes à quimioterapia,
eleva o tempo de internação, exige medicação de maior preço de difícil acesso e aumenta a
mortalidade na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No Brasil, cerca de 5 a 15 % dos pacientes
hospitalizados e 25 a 35% dos admitidos em UTIs contraem infecção hospitalar, sendo esta a
quarta causa de mortalidade (COIMBRA et al., 2012; REIS et al., 2013).
A resistência microbiana é um problema gradativo, que apresenta perspectivas futuras
incertas quanto ao uso de drogas antimicrobianas. Deste modo, há uma urgência nas medidas
usadas para encarar essa problemática, entre elas um rígido controle no uso dos antibióticos, o
desenvolvimento de pesquisas para um melhor entendimento nos mecanismos genéticos que
levam a resistência microbiana e uma série de estudos como a etnofarmacologia, que estuda o
conhecimento popular sobre fármacos de determinado grupo social, e que vem demostrando
uma vasta fonte de novos medicamentos a fim de buscar o conhecimento e desenvolvimento de
novas drogas mais naturais (LOGUERCIO et al., 2005; ARANTES et al., 2013).
27
4. MATERIAS E MÉTODOS
4.1 Obtenção das matérias-primas
Os frutos de cranberry desidratados foram adquiridos em um Hortifruti localizado na
capital do estado de Goiás, Goiânia e o medicamento fitoterápico foi obtido em uma farmácia
local. As matérias-primas foram conservadas ao abrigo de luz para análise nos laboratórios de
Tecnologia e Análise de Alimentos, localizados na cidade de Barra do Garças - MT, pertencente
ao Instituto de Ciências Exatas e da Terra – Campus Universitário do Araguaia – UFMT.
4.2 Preparo das amostras
Os frutos desidratados e o medicamento fitoterápico, foram avaliados quanto ao seu
nível de sólidos solúveis, pH e acidez titulável. Quanto as capacidades antioxidantes e
antimicrobianas, foram realizadas a partir dos compostos fenólicos extraídos das matérias-
primas, onde os mesmos foram estocados sob refrigeração em freezer comercial (-18ºC) até o
momento das análises, não ultrapassando o limite de 24 horas.
4.2.1 Extração dos compostos fenólicos
Os extratos fenólicos de cada amostragem foram obtidos por meio da metodologia
relatada por Barcia et al. (2015), com modificações. Foram pesados 2 gramas das amostras em
triplicatas, submetidas a uma solução de extração composta por metanol, água e ácido fórmico
(50:48,5:1,5 v-1.v-1.v-1) e expostas a ultrassom por 15 minutos. A solução foi centrifugada,
filtrada e elevada com a solução extratora em balão volumétrico de 50 mL.
4.3 Caracterização química das amostras
4.3.1 Determinação de sólidos solúveis
As análises de sólidos solúveis foram realizadas conforme metodologia descrita nos
métodos de análise do Instituto Adolfo Lutz (2008). O método consistiu em pesar 10 g de
amostra e diluir em 100 mL de água destilada, homogeneizando em seguida. Duas gotas, com
28
auxílio de um algodão, foram transferidas para o prisma do refratômetro (Biobrix Modelo
2WAJ), a leitura dos sólidos solúveis foi realizada de forma direta em escala graduada de °Brix.
4.3.2 Determinação de pH
Por meio da metodologia descrita por Samelis et al. (1994) com modificações, os
valores de pH das amostras foram medidos em pHmetro digital (Gehaka PG1800). Foram
pesados em balança analítica aproximadamente 5 gramas de cada amostra, onde foram
homogeneizadas em 45 mL de água destilada por 2 minutos. A leitura foi realizada após a
estabilização do pHmetro.
4.3.3 Determinação de acidez titulável
O método baseou-se de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz
(2008). É aplicável aos diversos produtos de frutas pela determinação da acidez expressa em g
do ácido orgânico predominante (ácido cítrico) por 100 g de amostra.
Foram pesados em balança analítica aproximadamente 5 gramas de cada amostra
homogeneizadas em 100 mL de água destilada, onde foi adicionado 0,3 mL de solução de
fenolftaleína na solução a ser titulada. A titulação foi realizada por meio da solução de hidróxido
de sódio 0,1 mol/L sob constante agitação, até o momento de viragem da coloração persistente
por 30 segundos. O índice de acidez foi expresso pela seguinte equação:
𝑉 𝑥 𝐹 𝑥 𝑀 𝑥 𝑃𝑀
10 𝑥 𝑃 𝑥 𝑛= 𝑔 𝑑𝑒 á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑜𝑟𝑔â𝑛𝑖𝑐𝑜 𝑚/𝑚 𝑜𝑢 𝑚/𝑣
Onde:
V = volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação em mL;
F = fator de correção da solução de hidróxido de sódio;
P = massa da amostra em g;
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio;
PM = peso molecular do ácido correspondente em g;
N = número de H+ do ácido orgânico.
29
4.4 Determinação de compostos fenólicos totais
Os compostos fenólicos totais foram determinados pelo método colorimétrico adaptado
de Singleton, Orthofer e Lamuela-Raventos (1999), com modificações. O método consistiu na
reação de 5 mL do extrato com 2,5 mL de Folin-Ciocalteau (diluição 1.10 em água destilada),
adicionou-se após 5 min, 2 mL de carbonato de sódio 7,5 % (m.v-1).
Preparou-se uma curva padrão de ácido gálico com concentrações variadas dos pontos
de 0,01 – 0,08 mg/mL. A leitura em espectrofotômetro Kasuaki UV-VIS foi feita a 740 nm após
2 horas de reação na ausência de luz. Logo após houve uma comparação das amostras com a
curva padrão. Os resultados foram expressos em mg de equivalência ácido gálico (GAE) por
100 g de amostra.
4.5 Capacidade antioxidante
Foram utilizados dois métodos de análise para a verificação da capacidade antioxidante
dos extratos fenólicos, obtidos a partir do cranberry desidratado e do medicamento fitoterápico
em pó.
4.5.1 Sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH)
A análise foi realizada por meio da metodologia descrita por Brand-Willians et al
(1995), com modificações. Preparou-se uma solução de DPPH a partir de 24 mg do radical livre
DPPH, onde o mesmo foi dissolvido em 100 mL de metanol. Para a análise, uma alíquota
contendo 10 mL dessa solução foi diluída em 45 mL de metanol, a qual teve sua absorbância
ajustada para 1,1 ± 0,02 em espectrofotômetro Kasuaki UV-VIS a 517 nm. Em tubos de ensaio
protegidos contra a luz, adicionou-se 100 µL do extrato fenólico junto a 3,9 mL da solução
diluída de DPPH, e agitados em equipamento vortex (Norte Científica, modelo NA 3600).
Preparou-se também, uma curva padrão de Trolox diluído em metanol com
concentrações variadas dos pontos de 50 – 2000 µmol/L. A leitura foi feita a 517 nm após 30
minutos de reação na ausência de luz, onde logo após houve uma comparação das amostras
com a curva padrão de Trolox, desta forma, os resultados foram expressos em µmol de
equivalência Trolox por 100 g da amostra.
30
4.5.2 Captura do radical livre ABTS●+
A capacidade antioxidante dos extratos fenólicos foi avaliada através do potencial
redutor frente ao cátion do ácido 2,2’-azinobis-(3-etil-benzotiazolino-6-sulfônico), por meio da
metodologia descrita por Re et al. (1999). Preparou-se uma solução de ABTS●+ com
concentração 7 mmol/L em persulfato de potássio 2,45 mmol/L, mantida à temperatura
ambiente na ausência de luz por 16 horas, para ativação do radical. Esta solução passou por
diluição em etanol até uma absorbância de 0,70 (±0,02) em espectrofotômetro Kasuaki UV-
VIS a 5734 nm.
Adicionou-se em tubos de ensaio, 30 µL do extrato fenólico e 3 mL do radical ABTS●+
diluído, os quais foram agitados em equipamento vortex (Norte Científica, modelo NA 3600) e
transferidos para o banho-maria a 30ºC por 25 minutos na ausência de luz.
Preparou-se também, uma curva padrão de Trolox diluído em álcool etílico com
concentrações variadas dos pontos de 50 – 2000 µmol/L. A leitura foi feita a 734 nm, onde logo
após houve uma comparação das amostras com a curva padrão de Trolox, desta forma, os
resultados foram expressos em µmol de equivalência Trolox por 100 g da amostra.
4.6 Atividade antimicrobiana
A atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos do fruto desidratado e do
medicamento fitoterápico à base de cranberry, foi verificada pelo método de difusão por
cavidade em ágar, além da determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Este método
se baseia na atividade antimicrobiana através da formação de halos de inibição, por meio do
crescimento dos patógenos no ágar ao redor dos poços.
4.6.1 Preparo das amostras
De acordo com Parekh et al. (2005), para evitar a interferência do solvente extrator na
realização dos testes antimicrobianos, utiliza-se o composto Dimetilsulfóxido (DMSO) como
solvente junto aos extratos fenólicos concentrados, usado como solução controle. A partir do
concentrado, pesou-se 1000 mg de cada um dos extratos diluídos em 1mL de DMSO a 10%
(v/v), sendo 1000 mg/mL a concentração inicial. Para solução controle, utilizou-se o DMSO e
31
a solução usada para a extração dos compostos fenólicos na mesma proporção da concentração
inicial.
4.6.2 Cepas microbianas
Utilizou-se 3 cepas multirresistentes de Escherichia coli: Escherichia coli NEWP0018
(código PA254), Escherichia coli NEWP0022 (código PA255) e Escherichia coli NEWP 0039
(PA256) cedidas por uma rede de produtos para laboratório, Newprov, da cidade de Pinhais –
PR. As cepas foram estocadas e mantidas em meios de culturas apropriados, de acordo com o
CLSI (2012) e avaliadas quando ao seu perfil de resistência.
4.6.3 Difusão por cavidade em ágar
As 3 cepas multirresistentes de Escherichia coli foram cultivadas em tubos de ensaio
contendo 10 mL de TSB (Caldo Triptona de Soja). Essas cepas patógenas foram semeadas com
o auxílio de swab estéril em placas de Petri com 15 mL de TSA (Ágar Triptona de Soja). Logo
depois da completa absorção do inóculo pelo meio de cultura, foram feitos poços de
aproximadamente 8 mm aos quais foram adicionados 100 µL dos extratos. As placas foram
incubadas a 37ºC por 24 horas. O ensaio foi realizado em duplicata, tendo como controle, uma
solução contendo o DMSO a 10% (veículo utilizado para a diluição dos extratos). A atividade
antimicrobiana foi mensurada pela zona de inibição ao redor dos poços contendo os extratos
fenólicos, medidos através de um paquímetro Universal Digital 150mm em Aço Inox - MTX-
316119 (MUFANDAEDZA et al., 2006).
4.6.4 Concentração Inibitória Mínima – CIM
Os testes para avaliar a CIM das amostras foram realizados utilizando-se os mesmos
critérios empregados nos ensaios de avaliação da atividade antimicrobiana. As amostras que
apresentaram atividade antimicrobiana na concentração inicial (1000 mg/mL), foram diluídas
obtendo-se concentrações diferentes (800, 400 e 200 mg/mL).
Foi considerada a CIM, a menor concentração das amostras capaz de inibir o
crescimento bacteriano, após incubação a 37ºC por 24 horas.
32
4.7 Análise estatística
As análises de caracterização química e antioxidantes foram realizadas em triplicata,
onde os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), avaliando o
coeficiente de determinação (R2) e análise estatística pelo teste de Duncan, a fim de verificar as
diferenças existentes entre as amostras a um nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). A análise
dos dados foi realizada através do software específico.
Os ensaios antimicrobianos foram realizados em duplicata e os resultados foram
expressos por meio da média aritmética dos diâmetros dos halos de inibição. Os extratos em
estudo são considerados ativos quando a média dos halos for igual ou superior a 8 mm de
diâmetro (NAQVI et al., 1991; CATÃO et al., 2005).
33
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Caracterização química
A Tabela 1 apresenta parâmetros referentes a caracterização química das amostras da
fruta desidratada e do medicamento fitoterápico à base de cranberry, através de procedimentos
analíticos para determinação de sólidos solúveis, pH e acidez titulável. Por meio dos dados
obtidos pode-se constatar uma divergência entre as amostras em todos os parâmetros
determinados, uma vez que houve uma diferença significativa (p ≤ 0,05) entre as mesmas.
Em relação ao teor de sólidos solúveis obtidos em Tabela, a amostra da fruta desidratada
apresentou 4,62º Brix, diferindo do valor relatado por Zatylny et al. (2005) de 18,3 ºBrix e por
Celik et al. (2008), de 9,3º Brix do cranberry em fase de maturação final, maduro. Essa
diferença se deve a condição desidratada da fruta, que apesar da diminuição de atividade de
água e concentração dos compostos, há degradação química de nutrientes, como a perda de
ácido ascórbico, levando à deterioração da qualidade do produto final, com a redução das
propriedades nutricionais e alterações na cor e sabor. O conteúdo de sólidos solúveis é um
indicativo da quantidade de açúcares existentes na fruta, considerando que outros compostos,
em menores proporções, como os ácidos, as vitaminas, os aminoácidos e algumas pectinas,
também fazem parte da composição dos sólidos solúveis da fruta (KLUGE et al., 2002).
Entretanto, varia de acordo com o tipo de cultivar, o grau de maturação e do intervalo de tempo
entre a colheita e o consumo (HAARD, 1996). O baixo teor de sólidos solúveis pode ser devido
à conversão de açúcares em ácidos orgânicos, assim como sua utilização por micro-organismos
responsáveis pela fermentação ou ainda hidrólise durante o armazenamento. Ainda segundo
Cano-Chauca (2000), o baixo conteúdo a partir do armazenamento está relacionado com o
ganho de umidade, ou seja, quanto maior for o teor úmido menor será a leitura do ºBrix. Já o
medicamento fitoterápico apresentou um conteúdo de 9,25 ºBrix, acima do regulamento técnico
de qualidade dos produtos à base de cranberry da Portaria nº 94, de 30 de agosto de 2016 do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que relata um parâmetro mínimo de 7,50
ºBrix (BRASIL, 2016). O elevado teor se deu pela presença da maltodextrina, um carboidrato
complexo de rápida absorção, apresentando uma quantidade de 4,2 g em uma porção de 5 g.
De acordo com Mata et al. (2005), a maltodextrina aumenta o conteúdo de sólidos solúveis,
reduzindo a higroscopicidade. Este comportamento se deve ao fato de sua baixa
higroscopicidade e eficiência como agente carreador, no sentido de reduzir a higroscopicidade
34
dos produtos desidratados. Assim, quanto menor a absorção de água, maior será a leitura do
ºBrix.
Tabela 1 – Caracterização dos sólidos solúveis, pH e acidez titulável (AT) presente nas
amostras à base de cranberry.
Amostras Caracterização Química
Sólidos solúveis (ºBrix) pH AT (g/100g)
FD 4,62 ± 0,10a 2,70 ± 0,005a 1,28 ± 0,02a
MF 9,25 ± 0,005b 2,73 ± 0,008b 4,00 ± 0,03b
Legenda: FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico. Médias seguidas por letras iguais nas colunas
não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)
De acordo com os dados dispostos na Tabela 1 para o pH, a fruta desidratada apresentou
2,70, em contrapartida ao mencionado por Oszmianski et al. (2015), de 3,1. Segundo Freire et
al. (2009), decorrido o processo de desidratação, o valor acidificado do pH se deu
provavelmente pela hidrólise dos açúcares presentes e ao tempo de armazenamento. O
medicamento fitoterápico obteve pH de 2,73. O caráter ácido implica diretamente ao composto
ativo do fármaco, a proantocianidina, um tanino de alto peso molecular com baixa absorção
(RASMUSSEN et al., 2005). O grau de polimerização destes taninos é de uma elevação
extrema (ARIMBOOR et al., 2012; HUMMER et al., 2008). A diferença de tamanho, presença
de grupos funcionais e o número de átomos, torna a sua separação complicada. Contudo, se
colocadas em meio ácido, a dissociação em monômeros apresenta maior eficácia, sendo que a
despolimerização destas estruturas dá origem a unidades de flavan-3-ol ou aos seus
intermediários (HÜMMER et al., 2008; RÖSCH et al., 2004).
Conforme Tabela 1, a acidez titulável foi determinada a partir do ácido cítrico, ácido
orgânico majoritário no cranberry com 0,94 g/100g segundo Huopalahti et al. (2000). A fruta
desidratada apresentou um teor de 1,28 g/100g, menor que o valor relatado por Oszmianski et
al. (2015) de 2,33 g/100g e por Uwieczkowska et al. (2004) com 2,2 g/100g de ácidos
orgânicos. A acidez indica o sabor ácido em balanço com os teores de açúcares, o que é
representado pela presença de ácidos orgânicos e é um importante atributo de qualidade
(KLUGE et al., 2002). O baixo teor constatado em estudo se deu pela desidratação do fruto,
onde há redução de valores nutricionais. De acordo com KLIEWER et al. (1967), a degradação
de ácidos orgânicos é decorrente de fatores como o tipo de cultivar, grau de maturação da fruta,
procedimentos que envolvem temperatura elevada e tempo de armazenamento. O medicamento
fitoterápico apresentou um grau de acidez mais elevado, de 4,00 g/100g em relação ao cranberry
35
in natura e ao suco da polpa triturada, com 3,02 g/100g segundo Oszmianski et al. (2015). A
maior acidez se deu ao fato de o medicamento conter em sua composição o ácido cítrico como
acidulante, que de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), um produto pode ser classificado como acidulante quando é capaz de aumentar a
acidez de um alimento ou conferir a ele sabor ácido.
5.2 Teor de compostos fenólicos totais
A partir do método colorimétrico aplicado neste estudo, pode-se determinar a
concentração de compostos fenólicos totais presentes nos extratos fenólicos da fruta desidratada
e medicamento fitoterápico à base de cranberry, expressos em mg de equivalência ácido gálico
(GAE) por 100g de amostra, como mostrado na Tabela 2.
Tabela 2 – Determinação dos compostos fenólicos totais dos extratos fenólicos à base de
cranberry.
Extratos fenólicos Compostos Fenólicos Totais (mg GAE/100g)
FD 853,29 ± 21,79a
MF 841,24 ± 29,84a
Legenda: FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico. Médias seguidas por letras iguais nas colunas
não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)
De acordo com os resultados enfatizados em Tabela, os extratos não diferem
estatisticamente entre si (p ≤ 0,05), apresentando teores de compostos fenólicos semelhantes.
Celik et al. (2008) relataram variações de fenólicos totais no cranberry de 4745 a 7990 mg
GAE/kg. Côté et al. (2011) exibiram extratos do fruto de 97,26 a 188,69 mg GAE/g de fenólicos
totais.
As discrepâncias no conteúdo dos compostos fenólicos, segundo Soares et al. (2008),
podem ser influenciadas por vários fatores, tais como espécie, cultivar, maturação, práticas de
cultivo, origem geográfica, estágio de crescimento, condições de colheita, processo de
armazenamento e conservação das frutas. Celik et al. (2008) constataram que o decréscimo de
fenólicos totais está evidenciado como um processo típico de maturação.
A particularidade da metodologia relacionada a extração, ao solvente extrator e aos
fenólicos usados como padrão para a quantificação dos compostos fenólicos também pode
contribuir na diferença do teor de fenólicos encontrados neste estudo.
36
Para uma melhor obtenção de compostos fenólicos faz-se necessário uma escolha
apropriada do solvente, uma vez que os compostos vegetais apresentam natureza distintas e
polaridades diferentes (MATTOS, 2013). Segundo Antolovich et al. (2000), não é uma tarefa fácil
encontrar um método único de extração que seja adequado para a análise, devido à diversidade das
estruturas químicas e variação de sensibilidade dos compostos às condições de extração.
5.3 Capacidade antioxidante
A Tabela 3 apresenta os valores médios encontrados nos ensaios de captura de radicais livres
(DPPH e ABTS●+) frente aos extratos fenólicos da fruta desidratada e medicamento fitoterápico à
base de cranberry, representados na concentração de μmol de equivalente Trolox/100g de extrato.
Tabela 3 – Determinação da capacidade antioxidante dos extratos fenólicos à base de cranberry
através da captura dos radicais livres DPPH e ABTS.
Extratos fenólicos Capacidade Antioxidante
DPPH (μmol TE/100g) ABTS●+ (μmol TE/100g)
FD 6489,97 ± 36,34a 14599,40 ± 150,56a
MF 4656,90 ± 45,26b 5865,01 ± 51,53b
Legenda: FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico. Médias seguidas por letras iguais nas colunas
não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)
A partir dos dados ressaltados em Tabela, pode-se notar uma diferença significativa (p
≤ 0,05) entre os extratos frente aos radicais livres. A fruta desidratada exibiu uma maior
capacidade antioxidante em comparação com o medicamento fitoterápico, que apresentou uma
menor capacidade.
De acordo com Celik et al. (2008), os métodos que visam a capacidade antioxidante
equivalente ao trolox, a atividade se eleva com o acumulo das antocianinas. Em estudo,
demonstraram que algumas propriedades químicas e capacidades antioxidantes dos frutos de
cranberry são afetadas pelos estágios de maturação. Constataram que o conteúdo total de
antocianinas aumentou no fruto maduro, estágio final de maturação.
Vários autores obtiveram resultados semelhantes quanto a capacidade antioxidante do
fruto e resíduo sólido do cranberry. Paredes-López et al. (2010) relataram pelo método de
DPPH concentrações variando de 2530 a 3550 µmol TE/100g, enquanto Namiesnik et al.
(2013) frente ao radical ABTS●+ variando de 1072 a 7276 µmol TE/100g. Oszmianski et al.
37
(2015) relataram pelo método de DPPH concentrações variando de 14484 a 15694 µmol
TE/100g e 19446 a 27522 µmol TE/100g frente ao radical ABTS●+.
A capacidade antioxidante dos flavonoides é proporcional a um número total de grupos
OH (APAK et al., 2008). As procianidinas, estruturas típicas das proantocianidinas, diméricas
e oligoméricas do tipo B, presentes no cranberry em menor quantidade do que as procianidinas
do tipo A, são mais eficazes na remoção de radicais peroxil do que as catequinas, provavelmente
devido à presença de ligações que aumentam a capacidade de remoção dos elétrons do radical
fenil (URSINI et al., 2001). Em produtos à base de frutas vermelhas, as antocianinas estão entre
os principais constituintes antioxidantes, e as proantocianidinas também são antioxidantes
eficazes. Lee e Smith (2010) comprovaram que a epicatequina e procianidina B2 tiveram uma
contribuição relativa de 40% para a capacidade antioxidante total de maçãs através do método
ABTS●+.
A determinação da capacidade antioxidante dos extratos fenólicos depende do tipo de
solvente, devido à diferença nos potenciais antioxidantes e à polaridade dos compostos
(ANREO; JORGE, 2006). Segundo Liu et al. (2000), para obtenção de uma eficiente extração
de compostos fenólicos de uma matriz vegetal é necessário ser feita a combinação de solventes
de alta polaridade.
5.4 Atividade antimicrobiana
Os ensaios de atividade antimicrobiana evidenciaram que na concentração inicial (100
mg/mL) frente as cepas multirresistentes de Escherichia coli, os extratos fenólicos tanto do
fruto desidratado como do medicamento fitoterápico à base de cranberry, apresentaram halos
de inibição, de acordo com a Tabela 4. Houve uma diferença significativa apenas nos halos da
cepa MR 039, onde o medicamento fitoterápico apresentou um diâmetro maior de inibição em
relação ao fruto desidratado, enquanto que nas cepas MR 018 e MR 022 os halos foram
relativamente iguais. Quanto a solução controle, segundo Catão et al. (2005), o produto que
apresenta uma média aritmética dos halos iguais ou inferiores a 8 mm de diâmetro, não exibe
um potencial inibidor.
38
Tabela 4 – Avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos à base de cranberry
na concentração de 1000 mg/mL, frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli.
Cepas microbianas Extratos Fenólicos / Diâmetro dos halos de inibição (mm)
FD MF SC
Escherichia coli MR 018 11,45 ± 0,13a 11,38 ± 1,08a 7,49 ± 0,28a*
Escherichia coli MR 022 12,50 ± 0,49a 12,14 ± 0,25a 7,37 ± 0,25b*
Escherichia coli MR 039 10,23 ± 0,14a 11,49 ± 0,12b 7,34 ± 0,12c*
Legenda: MR – Multirresistente, FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico, SC – Solução Controle
(DMSO + solução extratora). (*) Não apresenta atividade antimicrobiana com diâmetro ≤ 8mm. Médias seguidas
por letras iguais nas linhas não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)
De acordo com Mothana & Lindequist (2005), amostras com halos de inibição de 8 a
13 mm de diâmetro possuem ação inibidora ativa. Com base nesse estudo, os extratos
apresentaram atividade antimicrobiana frente as cepas avaliadas. Muitos pesquisadores
atribuem essa ação antimicrobiana, ao teor de compostos fenólicos presentes em frutos e
produtos de origem vegetal (CABRAL et al., 2009; AL-HABIB et al., 2010; KUMAR et al.,
2011; MARTINS, 2011). Essa ação antimicrobiana é associada ao teor de taninos, os quais
possuem capacidade de interação com proteínas, inibindo a atividade enzimática (ENGELS et
al., 2009; MIRGHANI et al., 2009).
Os compostos fenólicos encontrados em abundância no cranberry, proantocianidinas
de alto peso molecular, são considerados os componentes com maior relevância na prevenção
contra bactérias patogênicas (JESUS, 2013; SERRANO et al., 2009). De acordo com Heinonen
(2007), as proantocianidinas do cranberry, em uma dose diária de 36 mg, ajudam reduzir a
adesão de certas classes de Escherichia coli no trato urinário. Puupponen-Pimia et al. (2005)
também relataram um efeito inibitório significativo de várias concentrações de extratos de
cranberry contra Salmonella ssp., Typhimurium e Staphylococcus aureus. Com a utilização do
pó liofilizado com 2 mg / mL, ambas as cepas patogénicas das bactérias foram claramente
afetadas.
Vários mecanismos podem explicar o efeito da proantocianidina tipo A na inibição do
crescimento de bactérias: a desestabilização da membrana citoplasmática, a permeabilização da
membrana celular, a inibição de enzimas microbianas extracelulares, as ações diretas no
metabolismo microbiano e a privação dos substratos necessários para o crescimento microbiano
(HEINONEN, 2007). Sabe-se que as proantocianidinas ligam metais e formam complexos que
envolvem os seus grupos o-difenol, uma propriedade que confere características negativas no
que diz respeito à biodisponibilidade de micronutrientes minerais essenciais, especialmente
39
ferro e zinco (HOUSE, 1999). A carência de ferro pode limitar severamente o crescimento
bacteriano, e tem sido sugerido que a capacidade de se ligar ao ferro representa outro
mecanismo pelo qual as proantocianidinas inibem a atividade bacteriana (DIXON et al., 2005).
Ibrahim et al. (2015) afirmaram que ao utilizar diferentes solventes aos extratos de
cranberry, houve a decorrência de diferentes atividades. Foi constatado que o extrato
metanólico inibiu mais significativamente o crescimento bacteriano in vitro quando comparado
ao extrato aquoso, em concordância com o presente estudo onde a solução hidroalcoólica
apresentou uma considerável atividade antimicrobiana. Rahbar e Diba (2010) obtiveram
resultados semelhantes, que comprovaram o efeito antimicrobiano do extrato metanólico de
cranberry em diferentes concentrações, visto que foram capazes de inibir o crescimento de
micro-organismos uropagênicos como a Escherichia coli.
A sensibilidade dos micro-organismos aos extratos foi representada pela concentração
inibitória mínima (CIM) de cada bactéria para cada extrato em diferentes diluições. Na cepa de
Escherichia coli MR 018, a CIM que correspondeu à menor concentração capaz de inibir o
desenvolvimento visível da bactéria no fruto desidratado e no medicamento fitoterápico, foi a
concentração de 200 mg/mL. Na cepa MR 022, a CIM que correspondeu à menor concentração
no fruto desidratado foi a de 400 mg/mL, enquanto que no medicamento fitoterápico obteve-se
na concentração de 800 mg/mL. Por fim, na cepa MR 039, a CIM que correspondeu à menor
concentração no fruto desidratado e no medicamento fitoterápico foi a concentração de 400
mg/mL, como ressaltado na Tabela 5.
Tabela 5 – Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos fenólicos à
base de cranberry frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli.
Cepas microbianas
Extratos Fenólicos / Diâmetro dos halos de inibição (mm)
FD (mg/mL) MF (mg/mL)
1000 800 400 200 1000 800 400 200
Escherichia coli MR 018 11,45 11,66 09,43 10,07 11,38 09,02 08,65 10,60
Escherichia coli MR 022 12,50 10,13 08,85 04,74* 12,14 09,43 - 03,71*
Escherichia coli MR 039 10,23 10,86 09,35 04,03* 11,49 10,41 09,16 -
Legenda: MR – Multirresistente, FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico (*) Não apresenta
atividade antimicrobiana com diâmetro ≤ 8mm. (-) Ausência de halo de inibição. Fonte: Autor (2019)
Conforme definições da ANVISA, os extratos que apresentam ação antimicrobiana
podem ser classificados em duas categorias, no estudo em questão se encaixam como
concentração – dependentes. Exibem propriedades de destruição de bactérias em função de sua
40
concentração, ou seja, quanto maior a concentração, mais rápida e eficaz a erradicação do
patógeno. No caso de dependência da concentração, o melhor parâmetro indicador é o pico de
concentração do antimicrobiano em relação à CIM. Fato esse que ocorre na concentração inicial
em alguns extratos, exibindo maiores halos de inibição, com o aumento da diluição há uma
diminuição dos diâmetros.
Segundo Von Baum & Marre (2005), cepas patogênicas de Escherichia coli têm sido
identificadas como causa de ITU e a frequente resistência a pelo menos duas classes de
antimicrobianos, o que restringe a disponibilidade de opções terapêuticas. Diversos autores, em
pesquisas in vivo, relataram a presença de favoráveis efeitos após o consumo de produtos à base
de cranberry em pacientes que apresentaram processos infecciosos (KONTIOKARI et al.,
2001; WU et al., 2008; DIARRA et al., 2013). Em relação à atividade antimicrobiana in vitro,
os resultados encontrados neste estudo estão em concordância com vários autores que
comprovaram a presença do efeito inibidor ativo de produtos à base de cranberry frente a
Staphylococcus aureus, Salmonella spp. e Escherichia coli (HEINONEN, 2007; WU et al.,
2008; CÔTÉ et al., 2010).
41
6. CONCLUSÕES
Diante os parâmetros químicos analisados neste estudo, o fruto desidratado apresentou
resultados inferiores quando comparado ao in natura por outros autores.
Todavia, em relação à sua capacidade antioxidante, a fruta desidratada apresentou um
alto teor antioxidante, por conter em sua estrutura compostos bioativos promissores. Em geral,
os resultados mostraram que a fruta contém quantidades significativas de compostos
antioxidantes ativos.
Assim como a fruta desidratada, o medicamento fitoterápico exibiu halos de inibição
frente aos ensaios de atividade antimicrobiana, apresentando uma ação inibidora ativa frente as
cepas de Escherichia coli avaliadas. Podendo ser usados na prevenção de infecções do trato
urinário, de modo a prevenir a adesão das bactérias alojadas no interior do canal urinário.
Porém, é necessário análises futuras de caráter quantitativo que comprovem o poder bactericida
do cranberry.
Portanto, em decorrência de fatores que visam a disponibilidade da fruta desidratada em
uma determinada área geográfica, é a melhor opção ao combate a radicais livres e ao uso de
caráter preventivo apenas, para as ITU’s. Devido à ausência da fruta e/ou a facilidade de
obtenção e manuseio de fármacos, o medicamento fitoterápico também apresenta essa
capacidade preventiva.
Mais pesquisas devem ser realizadas para caracterizar e monitorar a evolução dos
compostos fenólicos encontrados no cranberry para a aplicação industrial do fruto em beneficio
à saúde.
42
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59
TERMO DE CORREÇÃO DA MONOGRAFIA
Declaro que o acadêmico (a) Laysa Pimenta Bueno efetuou as correções necessárias no
trabalho de curso intitulado: Avaliação da capacidade antioxidante e antimicrobiana dos
compostos fenólicos presentes em cranberry (vaccinium macrocarpon) desidratada e em
medicamento fitoterápico usado na prevenção de infecções do trato urinário , no Câmpus
Universitário do Araguaia na Universidade Federal do Mato Grosso, como requisito parcial
para obtenção de grau de Bacharel em Engenharia de Alimentos em (data da correção).
Data da entrega: 10, Abril, 2019.
ASSINATURAS: