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LIXO: REFLEXÕES E DESAFIOS
Autora: Ezilda Alves dos Santos1
Orientadora: Karin Linete Hornes2
Resumo:
O presente artigo é parte integrante das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pelo Governo do Estado do Paraná, para a formação continuada dos professores. O tema do projeto se refere à problemática do lixo. Para realização deste, buscou-se apoio em referenciais teóricos que apresentassem a significância do lixo e de seus variados resíduos fazendo um aporte com o sistema econômico e a forma de produção vigente, juntamente com a educação. Após estas leituras optou-se por trabalhar com os resíduos do tipo sólido que são os mais produzidos no ambiente escolar e familiar. Em seguida, iniciou-se a construção de um projeto interdisciplinar que tinha como principal objetivo a busca da sensibilização dos discentes e docentes com relação à problemática lixo e o consumo. Neste laboro foram propostas diversas atividades como poemas, gráficos, desenhos, medições, vídeos, saídas a campo que contemplassem a temática juntamente com um processo interdisciplinar escolar. O projeto em questão foi desenvolvido em conjunto com os alunos da 7ª série do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Bela Vista, no município de Telêmaco Borba, em cumprimento de uma das metas do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional). Findada a aplicação do projeto pode-se construir os resultados do trabalho que proporcionou a elaboração das considerações finais. Palavras-chave: Lixo; consumo; meio ambiente; educação.
1 Introdução
O consumismo desenfreado, a falta de preocupação em relação ao meio
ambiente são problemas evidentes entre a população na atualidade. Além disso, a
mídia e a publicidade vêm incitando cada vez mais o consumidor a ter sempre um
produto novo. Muitas vezes, estes artefatos tem apenas um novo designer
cumprindo com a mesma função do anterior. E assim, começam as trocas e os
desperdícios criados por um fetiche, jogando fora o anterior, aumentando a
produção do lixo.
__________________
Professora de Geografia da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná Professora Doutora do Departamento de Geografia da UEPG
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Outro fator determinante no aumento da geração do lixo é explosão
demográfica e a urbanização, verificadas a partir da Revolução Industrial. A partir
daí os impactos ambientais sobrevieram com uma intensidade muito grande devido
aos mais variados tipos de poluição, entre eles a poluição produzida pela geração de
lixo (FADINI E FADINI, 2001, p.9).
Destarte, propôs-se discutir, como os discentes concebem a geração de
resíduos e os impactos que esses causam no meio ambiente. O que fazer para
reduzir a quantidade de lixo produzido? Será que apenas reutilizar e reciclar são
ações suficientes?
A sociedade contemporânea, segundo alguns estudiosos, entre eles Jean
Baudrillard apud Santos (2007, p. 48), é considerada “sociedade de consumo”. Por
mais que se diga que consumir é um ato de liberdade, vê-se a necessidade de uma
mudança de postura. A crescente quantidade de lixo gerado diariamente no mundo
converte-se em prejuízos ambientais e passa a interpor na qualidade de vida da
população. Desse modo, LEFF (2001, p.231) afirma que:
A questão da qualidade de vida irrompe no momento em que a massificação do consumo converge com a deterioração do ambiente, a degradação do valor de uso das mercadorias, o empobrecimento crítico das maiorias e as limitações do Estado para prover os serviços básicos à uma crescente população marginalizada dos circuitos da produção e do consumo.
A escolha do referido tema vem de encontro com o que afirma Paulo Freire
apud Coelho (2002, p.17), “A educação deve ajudar o homem brasileiro a inserir-se
criticamente no processo histórico e libertar-se, pela conscientização da síndrome do
ter e da escravidão do consumo”. Assim, as escolas sobressaem-se como espaços
privilegiados na implementação de atividades que propiciem reflexões sobre os
seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com o meio
ambiente.
O tema proposto para estudo está em consonância com as Diretrizes
Curriculares Orientadoras da Educação Básica - Geografia, a qual “propõe uma
análise social, política e econômica do espaço geográfico, que vise superar a
dicotomia entre Geografia Física e Humana” (PARANÁ, 2008, p.47). Também
contempla a dimensão socioambiental do espaço geográfico, apontada como
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conteúdo estruturante da disciplina de Geografia para o Ensino Fundamental (Anos
Finais) e para o Ensino Médio da rede pública do Paraná (PARANÁ, 2008, p. 71)
Para a elaboração do projeto de intervenção pedagógica intitulado “Lixo:
reflexões e desafios”, apresentado como requisito de avaliação parcial referente ao
primeiro período do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, foi realizada
a revisão bibliográfica que trata do tema para a fundamentação teórica do mesmo.
No segundo período, elaborou-se uma Unidade Didática, com o título de “O
lixo nosso de cada dia”, o qual foi implementado na escola durante o terceiro período
do PDE. Pretendeu-se com este material, levar os alunos a identificar as várias
definições do que se considera “lixo”, distinguir consumo de consumismo e
sensibilizá-los à aplicação dos cinco R’s do meio ambiente: REPENSAR hábitos e
atitudes; REDUZIR a geração e o descarte; REUTILIZAR, aumentando a vida útil do
produto; RECICLAR transformando num novo produto e RECUSAR produtos que
agridam a saúde e o ambiente (COELHO, 2008).
Tal unidade foi organizada, pedagogicamente, em seis capítulos, os quais
trazem textos informativos que, por meio da realização de atividades
complementares, teve como propósito levar os alunos a refletirem sobre a temática
apresentada.
O objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, o qual é (re) criado
pela sociedade e modificado por ela, cabe ao professor, em sua prática pedagógica,
buscar possibilidades que auxilie o educando a aprofundar seus conhecimentos
acerca das relações Homem/Natureza, construindo assim uma visão holística do
espaço e da sociedade em que está inserido.
De acordo com Cavalcanti (2005, p.24):
A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a formar raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço. Trata-se de possibilitar aos alunos a prática de pensar os fatos e acontecimentos enquanto constituídos de múltiplos determinantes; de pensar os fatos e acontecimentos mediante várias explicações, dependendo da conjugação desses determinantes, entre os quais se encontra o espacial. A participação de crianças e jovens na vida adulta,seja no trabalho, no bairro em que moram, no lazer, nos espaços de prática política explícita, certamente será de melhor qualidade se estes conseguirem pensar sobre seu espaço de forma mais abrangente e crítica.
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A intenção do trabalho com os discentes é justamente proporcionar a estes a
possibilidade de articular o conhecimento produzido em sala da aula com o seu
cotidiano. Assim espera-se que os mesmos possam desenvolver um pensamento
mais crítico a respeito da produção de lixo.
1.1 O lixo urbano
Sempre que se discute o assunto “lixo urbano”, se destaca o problema dos
grandes centros. Contudo, a questão da produção e acúmulo do lixo não se limita às
regiões metropolitanas, pois as pequenas cidades também são atingidas. Segundo
LEFF (2001, p.287):
Nada mais insustentável do que o fato urbano. A cidade converteu-se, pelo capital, em lugar onde aglomera a produção, se congestiona o consumo, se amontoa a população e se degrada a energia. Os processos urbanos se alimentam da superexploração dos recursos naturais, da desestruturação do entorno ecológico, do desencadeamento dos lençóis freáticos, da sucção dos recursos hídricos, da saturação do ar e da acumulação do lixo.
Falar de lixo exige primeiro a conceituação e a compreensão deste tema.
Derivada do termo latim lix, a palavra lixo significa "cinza" e pode ser interpretada
como sujeira, imundice, coisas inúteis e sem valor. Segundo o Dicionário Aurélio
(2001, p.462), lixo é "Tudo o que não presta e se joga fora; Coisa ou coisas inúteis,
velhas, sem valor; Resíduos que resultam de atividades domésticas, industriais,
comerciais." Jardim e Wells (1995, p. 23) definem lixo como [...] os restos das
atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis, ou
descartáveis.
Segundo a Norma Brasileira Registrada (NBR/ABNT 10.004/2004) resíduos
sólidos ou semissólidos são aqueles que:
resultam da atividade da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Considera-se também resíduo sólido os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
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água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água ou exijam, para isso, soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.
Em média, segundo Jardim e Wells (1995, p.24), os resíduos são compostos
por: 65% de matéria orgânica; 25% de papel, 4% de metal; 3% de vidro e 3% de
plástico.
No lixo doméstico são encontrados restos de tintas, solventes, aerossóis,
produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, pilhas. Estes
são denominados de resíduos perigosos por possuírem substâncias químicas
nocivas ao meio ambiente. E podem também contaminar os seres humano por
conterem metais pesados como o mercúrio, o chumbo, o cádmio e o níquel
(BRASIL, 2005, p. 117).
O aumento na geração de resíduos traz várias consequências negativas
como o custo cada vez mais alto para a coleta e o tratamento do lixo, dificuldades
para encontrar áreas disponíveis para sua disposição final e grande desperdício de
matéria-prima (BRASIL, 2005, p.114).
Dados do IBGE (2000) mostram que, entre 1991 e 2000, enquanto a
população cresceu cerca de 15%, a coleta de resíduos urbanos evoluiu 49%. Mesmo
a coleta de resíduos ter evoluído, se esta não se mostrar eficiente e a disposição
dos resíduos ocorra de maneira inadequada, poderá causar prejuízos à saúde
pública e ao meio ambiente.
Na última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada em 2000
pelo IBGE, foi registrada que somente 33% (1814) dos 5.475 municípios coletavam a
totalidade dos resíduos domiciliares gerados nas residências urbanas de seus
territórios.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2000):
Hoje, quando a média de produção de resíduos domésticos já é de um quilo por habitante/dia, a coleta chega a mais de 100 mil toneladas diárias (cerca de 20% do lixo doméstico não é coletado). Cerca de 50% do coletado vão para lixões a céu aberto; 25% para aterros mais ou menos adequados; para a reciclagem, menos de 1%.
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Os lixões, como são chamados, são terrenos onde se depositam enormes
quantidades de lixo a céu aberto, sem nenhum critério ou preparo do solo (BRASIL,
2005, p. 119). Além de aviltar a paisagem e produzir mau cheiro, os lixões colocam
em risco o meio ambiente e a saúde pública. Os resíduos sólidos, quando em
decomposição, produzem gases, principalmente o metano (CH4), e o dióxido de
carbono (CO2) com o metano e outros gases atmosféricos contribuem para o
aquecimento global da Terra, já que são gases de efeito estufa (BRASIL, 2005, p.
119). Além disso, como consequência da degradação de resíduos e da infiltração da
água das chuvas ocorre a formação de um líquido escuro, denominado de chorume
com alta capacidade de contágio do lençol freático (BRASIL, 2005, p. 119).
Já o aterro sanitário é uma técnica ambientalmente segura de disposição de
resíduos, surgiu na década de 1930 e vem se aprimorando com o tempo (BRASIL,
2005, p. 122). Este método consiste em depositar o lixo em local preparado para
esse fim, isolando-o do meio ambiente externo por meio de cobertura das camadas
de lixo que são compactadas, diminuindo o volume e impedindo a emissão de
odores (BRASIL, 2005, p. 122). Nos locais se faz a drenagem de gases por meio de
dutos, evitando explosões e combustão espontâneas (BRASIL, 2005, p.122).
Outra alternativa para a disposição final dos resíduos é o aterro controlado.
Porém, não é considerado o mais adequado, pois não evita a contaminação da
água, do solo e do ar. Isso se deve ao fato de não prepararem o local para o
isolamento do lixo, tanto no que diz respeito ao meio ambiente externo como em
relação ao solo (BRASIL, 2005, p. 123).
A geração de resíduos nas cidades do Brasil é relativa, pois depende do
número de habitantes aliado ao poder de compra da população. Segundo dados da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizado pelo IBGE, em 2000, o Brasil
produz aproximadamente 228.413 toneladas diárias de lixo. A média per capita é de
1,2 kg (IBGE, 2006), chegando próximo à países desenvolvidos da Europa e do
Japão que é de 1,63 kg/dia por habitante (APRELPE, 2009).
No município de Telêmaco Borba, com uma população de aproximadamente
70 mil habitantes, segundo Francisco Bahena, Chefe da Divisão de Serviços
Públicos, departamento responsável pela limpeza urbana, são coletados diariamente
cerca de 65 toneladas de lixo, aproximadamente 0,93 kg dia/habitante, que são
destinados ao aterro sanitário. A Prefeitura Municipal de Telêmaco Borba gasta,
anualmente, com o lixo e a limpeza pública cerca de 790 mil reais. De acordo com
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Francisco Bahena, a coleta de lixo abrange 100% do município.
No Brasil, o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos é de
responsabilidade das Prefeituras Municipais. No entanto, ainda é bastante reduzido
o número de municípios que possuem um bom gerenciamento dos resíduos.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE
em 2000, 64% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos em lixões;
apenas 14% possuem aterro sanitário e 18%possuem aterro controlado. Há ainda a
necessidade de se fomentar a totalidade da limpeza pública (coleta, varrição,
tratamento, destino final) para toda a população brasileira, haja vista que cerca de
30% de resíduos gerados não são coletados no país (IPT/CEMPRE, 2000).
Um caminho para minimizar o problema do lixo é apontado pelo Princípio
dos Cinco Erres (5 R’s): REPENSAR hábitos e atitudes; REDUZIR a geração e o
descarte; REUTILIZAR; RECUSAR produtos que agridam o meio ambiente e
RECICLAR (COELHO, 2008).
Percebe-se, em análise a esses 5 R”s, que o mais importante na redução de
resíduos é REPENSAR hábitos e atitudes, enquanto a RECICLAGEM está em
último lugar desses princípios. No entanto, entende-se que a reciclagem é uma
maneira de se pensar em proteção ambiental. Contudo, como avalia Blaut (1996/97,
p. 11), a resolução da problemática dos resíduos sólidos tem sido enfocada apenas
na reciclagem, reforçando assim a ideologia do consumismo, não se preocupando
com o planejamento e direcionamento dos resíduos.
Para Adams apud Layrargues( 2005, p.209):
[...] trata-se de uma falsa segurança, que significa a alienação da realidade, a qual cumpre a função de gerar a sensação de um comportamento ambientalmente correto – a reciclagem – contribuirá para a resolução de um problema, quando, na verdade, camufla a crítica ao consumismo.
Nos países desenvolvidos há muito tempo já é realidade a questão da
responsabilidade pós-consumo, na qual as empresas devem admitir os custos
ambientais com a geração dos resíduos produzidos a partir dos seus produtos. Na
Alemanha, por exemplo, foi editada a Lei de Economia de Ciclo Integral e Gestão de
Resíduos, em 1994, por meio da qual “ampliou-se a responsabilidade do fabricante a
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todo o ciclo de vida de seu produto, desde a fabricação, passando pela distribuição e
uso, até sua eliminação” (JURAS, 2001). Na França a situação é a mesma, pois “em
1992, atribuiu-se aos embaladores a responsabilidade pela eliminação de resíduos
de embalagens que resultam do consumo doméstico de seus produtos” (JURAS,
2001).
No Brasil, foi sancionada no dia 02 de agosto e 2010, pelo presidente Luís
Inácio Lula da Silva, a Lei nº 12305/2010 (Lei do Lixo). A mesma institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, que obrigará as empresas produtoras a recolher os
produtos descartados inclusive o eletrônico, proíbe os lixões e estabelece que as
embalagens sejam fabricadas com materiais recicláveis. A referida lei estabelece
responsabilidades compartilhadas entre governo, indústria, comércio e
consumidores sobre o destino final do lixo.
1.2 O papel do sistema econômico na geração de resíduos
A humanidade, desde sua origem, possui necessidades básicas de
sobrevivência. Para supri-las, recorre-se a produtos que satisfaçam tais
necessidades. Porém, na atualidade, as sociedades se apropriam da natureza em
ritmo bastante acelerado, com grande prejuízo ambiental, não mais para prover o
que lhe é indispensável, e sim, para atender os interesses do capitalismo, que se
fundamenta no acúmulo de capital.
Este sistema econômico é responsável por um estilo de vida marcado por
um intenso consumo de produtos. Estes produtos em sua grande maioria são
“descartáveis”. Esta inutilização de objetos é a garantia que o referido sistema
encontrou de criar um modelo produtivo em conjunto com um modelo consumista,
objetivando o lucro.
Uma das ferramentas utilizadas para estimular o consumo, é sem dúvida
nenhuma, a publicidade que acaba servindo de fetiche. Muitas das vezes, a
propaganda acaba por incitar a população a adquirir um produto, mesmo que esse
não lhe seja necessário no momento (BRANCO, 2000, p. 44).
Em consequência desse consumo desenfreado, vê-se a geração de
resíduos. Conforme Figueiredo (1995, p. 213):
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A geração de resíduos nos moldes atuais é consequência de um modelo de “desenvolvimento” e, portanto, de um conjunto de valores, absolutamente incompatível com a sustentação do planeta e desprovido de qualquer fundamento ético.
Outro fator que colabora para o aumento da produção de resíduos são as
embalagens. Apesar de serem de fundamental importância, principalmente para a
conservação de alimentos, na atualidade as embalagens tem poder de exercer
fascínio e atrair o consumidor para a aquisição de determinados produtos, os quais
agregam o valor da embalagem, pelo qual se paga (ABRE - Associação Brasileira de
Embalagens). Segundo dados da ABRE, as embalagens são responsáveis por 80%
das decisões de compra.
1.3 Meio ambiente: inquietações mundiais
Os problemas ambientais gerados em consequência do desenvolvimento
econômico após a Segunda Guerra Mundial, produziram inquietações em diferentes
esferas da sociedade e a degradação ambiental foi compreendida como problema
global.
Vários acontecimentos, de âmbito internacional contribuíram para a discussão
da temática ambiental. Para Leff (2001, p.15-16) “a crise ambiental se torna evidente
nos anos 60, refletindo a irracionalidade ecológica dos padrões dominantes de
produção e consumo e, marcados os limites do crescimento econômico”.
A preocupação com o meio ambiente e o crescimento dos movimentos
ambientalistas mundiais despertou com o lançamento, em 1962 do livro “Primavera
Silenciosa”, escrita por Rachel Carson. Jornalista e bióloga chamava a atenção para
o prejuízo da qualidade de vida, resultante do uso excessivo de produtos químicos e
seus efeitos sobre os recursos naturais.
A partir da década de 1970, iniciaram-se discussões sobre o meio ambiente,
por meio de conferências e criação de programas voltadas para a organização de
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um modelo de desenvolvimento que modifique os padrões de consumo de forma a
reduzir as pressões ambientais e atender as necessidades básicas da humanidade.
Dessa forma, foram convocados todos os chefes de Estados para a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, também conhecida como
Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, em junho de 1992. Nesta
conferência foi organizado e aprovado um planejamento global denominado de
Agenda 21, com a finalidade de normatizar o processo de desenvolvimento, com
base nos princípios da sustentabilidade.
Em 2002, na África do Sul, aconteceu a Rio+10, conferência realizada com
representantes de 191 países com o objetivo de verificar as realizações feitas desde
a Rio 92.
No estado do Paraná a Agenda 21 Escola (A21E), mostra-se como uma
ferramenta de planejamento, do qual a comunidade escolar toma parte no processo
de construção coletiva, fundamentado no princípio da gestão democrática. Suas
ações podem partir da identificação da problemática, levando-se em consideração o
cotidiano escolar e a estrutura da própria escola.
Dentro desta perspectiva, o Projeto de Intervenção na Escola esteve em
concordância com as Diretrizes Curriculares Orientadora da Educação Básica do
Paraná, a qual se refere à questão socioambiental como (PARANÁ, 2008, p.71):
[...] um sub-campo da Geografia e, como tal, não constitui mais uma linha
teórica dessa ciência/disciplina. Permite abordagem complexa do temário
geográfico, porque não se restringe aos estudos da flora e da fauna, mas à
interdependência das relações entre sociedade, elementos naturais,
aspectos econômicos, sociais e culturais.
É de fundamental importância trazer esta discussão para a sala de aula, pois
possibilita reflexões em busca de novas atitudes que contribuam para se repensar as
relações entre o homem e a natureza.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável –
Rio+20 - realizada no período de 13 a 22 do mês de junho de 2012, na cidade do
Rio de Janeiro, contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável
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para as próximas décadas. . De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (IDEC, 2012), “o objetivo desta conferência é assegurar um
compromisso político, abordar os novos desafios, avaliar o progresso e lacunas com
relação ao desenvolvimento sustentável”.
1.4 Desenvolvimento sustentável: utopia ou possibilidade
O desenvolvimento, da maneira que tem se efetivado na atualidade, tornou-
se uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que traz benefícios à população
por meio do desenvolvimento tecnológico e científico, traz também inúmeros
prejuízos ao meio ambiente, pois esta forma de desenvolvimento se dá em
detrimento dos recursos naturais essenciais, gerando uma crise ambiental de
proporção global.
De acordo com Guimarães apud Rampazzo (2002, p.161), vive-se num
período caracterizado pelo “esgotamento de um estilo de desenvolvimento que se
mostrou ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”.
Assim, a partir de discussões entre chefes de Estado sobre esta temática,
chegou-se à conclusão da necessidade de se pensar em maneiras de se produzir o
desenvolvimento de forma mais sustentável.
O termo “desenvolvimento sustentável” é abrangente, engloba aspectos
econômicos, sociais e ambientais, e foi expresso no Relatório Brundtland (1992)
como o “desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem
comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias
necessidades” (MOUSINHO, 2003, p. 348).
A aplicação do desenvolvimento sustentável deve fundamentar-se em três
colunas: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental.
Para Almeida (2002, p.26):
A noção de sustentabilidade, tomada como ponto de partida para uma reinterpretação dos processos sociais e econômicos e de suas relações com o equilíbrio dos ecossistemas, parece enriquecedora, demandando a construção de um aparato conceitual capaz de dar conta de seus múltiplos
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aspectos. [...] pode remeter à sociedade a capacidade de produzir o novo, redimensionando suas relações com a natureza e com os indivíduos.
É sabido que para se chegar a um desenvolvimento sustentável há desafios,
principalmente no que diz respeito à forma de produção e consumo. Porém, como
escreve Sachs apud Rampazzo (2002, p.184), “deixar de crescer para livrar-se dos
impactos negativos do crescimento sobre o meio ambiente é uma proposição
intelectualmente simplista e politicamente suicida”.
É necessário que haja por parte da sociedade uma compreensão em relação
ao desenvolvimento econômico e tecnológico, entendendo que estes devem estar
em concordância com a natureza. Também é importante o comprometimento da
sociedade em suas relações entre si e com a natureza.
Dessa forma, Becker apud Rampazzo (2002, p.186), descreve:
Sem sonhos, sem ilusões, com os pés na realidade, mas nem por isso pessimista e/ou fatalista, pois embora dentro de limites muito claros e barreiras muito precisas, é aconselhável reconhecer que existe nas transformações atuais uma vaga possibilidade de a humanidade galgar a um patamar superior nas suas relações. Seja nas relações entre os homens, seja nas relações dos homens com a natureza, seja nas relações de poder, há a possibilidade de recuperar, mesmo que em parte, a capacidade criativa e inovadora dos indivíduos, recuperar o indivíduo enquanto indivíduo, recuperar o sujeito enquanto sujeito do processo.
Não restam dúvidas que o desenvolvimento econômico, fundamentado nos
princípios do capitalismo, tem afetado o meio ambiente, sem possibilidades de
reversão. Isso tudo aponta para “a necessidade urgente de mudanças nos
paradigmas da economia e de uma nova racionalidade econômica em que a
sustentabilidade seja o novo elemento reorganizador” (MERICO apud RAMPAZZO,
2002, p.187).
Para que o desenvolvimento sustentável se efetive, vê-se também a
necessidade de mudança de hábitos e atitudes por parte da sociedade. Nesse
sentido, ressalta Leff (2001, p. 222) que, “sem uma mudança nos valores que
orientam a sociedade, através da educação ambiental, não há como alcançar os
objetivos do desenvolvimento sustentável”.
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Ainda a respeito da concretização do desenvolvimento sustentável Fadini e
Fadini (2001, p.10) observam:
A aparente utopia de um meio ambiente que concilie desenvolvimento associado à sustentabilidade ambiental, qualidade de vida e igualdade social só será alcançada com muita reflexão, boa vontade, esforços pessoal e comunitário, disposição e ações políticas aliadas. Ao fundamental entendimento de que o planeta como um todo é afetado por cada atitude isolada.
Portanto, o desenvolvimento sustentável pode ser praticado se cada ator,
dentro da sociedade, desenvolver seu papel. Neste contexto, a função da escola
passa de mera transmissora do conhecimento à articuladora, contribuindo para que
os discentes desenvolvam atitudes conscientes em prol de um ambiente
harmonioso.
2 Desenvolvimento
2.1 Projeto de intervenção
A implementação do projeto foi realizada na Escola Estadual Bela Vista,
situada à Rua Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, nº 79, no bairro Bela
Vista, na cidade de Telêmaco Borba. A referida escola ocupa um prédio onde há
dualidade administrativa, dividindo assim o espaço com a Escola Municipal Prof.
Bento Mossurunga, desde sua fundação em 1992.
A escola conta com 12 salas de aula, onde funcionam 10 turmas, sendo 7 no
período da manhã e 3 no período noturno. Também possui uma secretaria, uma
sala de professores, laboratório de informática, refeitório, 1 depósito para merenda, 1
sala improvisada para depósito de material de limpeza, 1 quadra coberta, 3
sanitários para uso dos discentes.
Atualmente, atende um contingente de 219 alunos. Seu quadro profissional
conta com 35 pessoas, sendo 23 professores, 1 Intérprete Libras, 2 pedagogos, 4
agentes educacionais I e 4 agentes educacionais II. A diretora da escola está na
administração da mesma desde a sua fundação.
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O Projeto de Intervenção proposto foi apresentado primeiramente para a
direção, equipe pedagógica, professores e demais funcionários da escola durante a
Semana Pedagógica de julho de 2011.
Primeiramente, o objetivo da proposta era de trabalhar com todos os
discentes. Porém, devido ao curto prazo de sua aplicação, que foi no período de
agosto a dezembro de 2011, com uma carga horária de 3 horas semanais, não foi
possível envolver todos, por isso optou-se, aleatoriamente, pelos alunos da 7ª série.
Como eram duas turmas, houve a necessidade de se realizar uma seleção prévia
entre os alunos para que 30 deles participassem. A estrutura do projeto e as
atividades propostas que foram elaboradas não comportavam um número maior de
envolvidos, pois o trabalho não se realizara a contento. Além disso, o projeto se
desenvolveu no horário de contra turno e nem todos tinham disponibilidade de
tempo porque participam de um programa municipal denominado “Guarda Mirim”.
Num primeiro momento foi feito o convite aos alunos, como o número ainda era
grande, foi necessário fazer um sorteio entre os mesmo.
A primeira atividade realizada teve por objetivo a formação de conceitos de
“paisagem”, “lugar” e “espaço”, baseada nas ideias de Milton Santos (2008) e Tuan
(1983). Num primeiro momento foi solicitado que cada aluno representeasse, por
meio de desenho, uma paisagem. Outra atividade solicitada foi a descrição textual
de um determinado lugar de escolha própria, onde os educandos deveriam apontar
os aspectos que mais lhes chamaram a atenção. Outra atividade proposta foi a
descrição da paisagem no percurso casa/escola, mencionando o que se pode
perceber pela visão, olfato, tato e audição.
Com a intenção de descobrir quais eram as concepções que os alunos e as
famílias têm sobre a temática lixo, foi desenvolvido um questionário diagnóstico. O
referido instrumento foi dividido em duas partes: a primeira destinava-se a colher
informações sobre o consumo da família e a segunda, a verificação das ações
referentes à disposição do lixo produzido em suas residências. Para tanto, elaborou-
se as seguintes questões:
Quanto ao consumo de sua família, responda:
1-Você e sua família utilizam sua própria sacola quando vão às compras?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
2- Você e sua família pensam se realmente precisam daquele produto na hora da
compra?
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( ) sim ( ) não ( ) às vezes
3- Você e sua família procuram produtos duráveis e resistentes, evitando comprar
produtos descartáveis?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
4- Você e sua família costumam consertar produtos em vez de descartá-los ou
substituí-los por novos?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
5- Você costuma trocar seu aparelho de celular por outro mais sofisticado?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
6- As embalagens dos produtos lhes chamam a atenção para a compra dos
mesmos?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
7- Você costuma ler os rótulos dos produtos para conhecer as suas recomendações
ou informações ambientais?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
8- Quanto ao Princípio dos 5 R’s, qual você considera mais importante?
( ) reutilizar ( ) reciclar ( ) recusar
( ) reduzir ( ) repensar
Quanto à disposição do lixo produzido em sua residência, responda:
1-Existe no seu bairro a coleta de lixo regularmente:
( ) sim ( ) não
2- Em sua casa, é separado o lixo orgânico do não orgânico?
( ) sim ( ) não ( ) desconheço
3- Você e sua família fazem a coleta seletiva do lixo?
( ) sim ( ) não
5- Caso sua resposta anterior for não, qual o motivo?
( ) dá muito trabalho ( ) desconheço o assunto
6- Você sabe qual o destino final do lixo em seu município?
( ) sim ( ) não
7- Se sua reposta anterior for afirmativa, qual é o lugar de deposição final do lixo em
seu município?
Após aplicação do questionário diagnóstico foi introduzido o tema “lixo”. Neste
16
momento os alunos puderam expor sua própria definição para a palavra lixo, as
quais foram sendo anotadas no quadro pela professora proponente. Em seguida a
esta atividade os alunos foram até o laboratório de informática onde puderam
pesquisar e constatar a classificação dos resíduos acessando o site
<http://pt.scribd.com/doc/23562204/NBR-10004-2004-Classificacao-de-Residuos-
Solidos> em 29/09/2011.
De posse então deste conhecimento e da verificação de diversos conceitos,
incluindo o da ABNT, a respeito da palavra lixo, foi realizada a quantificação e a
caracterização do lixo das dependências da escola. Munidos de máscaras e luvas,
os alunos puderam coletar das salas de aula, secretaria, sala dos professores,
cantina e pátio da escola tudo o que foi descartado, estando ou não nas lixeiras. Em
seguida os resíduos foram pesados e separados para saber que tipos de matérias
foram descartados, fazendo assim a caracterização dos mesmos. Para
complementar o objetivo desta atividade apresentou-se aos alunos dados referentes
à quantidade de matéria-prima e energia necessária para a produção de papel.
Foi proposto estender ao domicilio dos discentes a atividade de quantificação
e caracterização.
Em continuidade ao tema, como forma de diversificar a metodologia,
possibilitou-se o trabalho com a crônica “O Lixo” de Luis Fernando Veríssimo, onde
se questionou: De que forma as personagens já se conheciam? É possível traçar o
perfil socioeconômico da população a partir da análise do lixo gerado por ela?
Para se ter uma visão sobre o lixo no município de Telêmaco Borba, um
grupo de 10 alunos foi até a sede da Divisão de Serviços Públicos da Prefeitura
Municipal com a finalidade de entrevistar o senhor Francisco Bahena, chefe deste
departamento, responsável pela limpeza pública.
Outra atividade desenvolvida com os alunos foi a análise crítica do
documentário “A história das coisas”, produzido por Annie Leonard, especialista
em sustentabilidade ambiental e temas de saúde. O referido vídeo mostra
problemas sociais e ambientais criados como consequência do nosso hábito
consumista; mostra como funciona o sistema capitalista de extração, produção,
distribuição, consumo e tratamento de lixo.
O poema “Eu Etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade, foi interpretado
pelos discentes com a intenção de desenvolver a criticidade dos mesmos em
relação ao seu consumo.
17
Muitas vezes incorpora-se ao estilo de vida costumes que, além de
contribuir para o consumismo, para a degradação ambiental, também prejudicam a
saúde. Assim, buscando sensibilizar os alunos, foi realizada a atividade denominada
“O pé do consumo”, adaptado de Dias (2010, p.32-34), a qual consiste em desenhar
o contorno do pé (sem calçado) numa folha de papel. Em seguida, pôr sobre o
desenho o seu calçado (correspondente ao pé desenhado). Os alunos foram
questionados a respeito da confortabilidade dos calçados.
Em continuidade às atividades citadas acima, foi solicitado aos alunos que
elencaram, numa folha, ações que podem ser realizadas no dia-a-dia para
minimizar o consumo e, consequentemente, a produção de lixo. A partir das ações
relacionadas, trabalhou-se com o Princípio dos 5 R’s: REPENSAR, RECUSAR,
REUTILIZAR, RECICLAR e REDUZIR, os quais apresentam atos que podem
contribuir com o meio ambiente. Nesta atividade os alunos analisaram as ações e
qual a importância de cada uma delas na redução de resíduos.
Como atividade interdisciplinar, a professora de Ciências trabalhou com os
alunos, durante uma aula da sua disciplina, o tempo de decomposição de alguns
materiais e também os efeitos da contaminação de metais pesados nos seres
humanos.
O ápice deste trabalho foi a visita técnica no Aterro Sanitário do município de
Telêmaco Borba. Esta atividade só foi concebida mediante a preparação e aceitação
de um ofício enviado ao Departamento de Meio Ambiente em conjunto com a
autorização dos responsáveis pelos discentes.
2.2 Resultados
Durante a implementação do projeto na escola, o qual propôs o
desenvolvimento de reflexões a cerca da geração e a disposição de resíduos, pode-
se verificar que existem diversos desafios em relação a esta temática.
Na primeira atividade realizada com o objetivo de formar os conceitos de
“paisagem”, “lugar” e “espaço”, pode-se verificar, após a análise dos desenhos
elaborados pelos alunos, que os mesmos expõem o conceito de paisagem
vinculado à algo belo, pois a grande maioria apresentavam paisagens compostas
somente por elementos naturais. Nas descrições textuais os alunos trouxeram
18
lugares conhecidos direta ou indiretamente e também espaços frequentados por
eles. A totalidade dos textos apresentavam lugares relacionados à área urbana. A
partir da concretização das atividades, pode-se levar ao conhecimento dos
educandos definições respaldadas por conceituados geógrafos como Milton Santos
(1988,p.61) e Yi- Fu Tuan (1983, p.203).
Antes de introduzir a temática lixo, os alunos juntamente com suas famílias
responderam a um questionário diagnóstico, o qual foi descrito acima, no Projeto de
Intervenção.
Quanto ao consumo de sua família, as respostas foram as seguintes:
Pergunta 1: Cerca de 95% não costumam levar sua própria sacola quando
vai às compras. As sacolas plásticas apresentam-se como grande problema
para o meio ambiente (FILHO, 2010), porém muitas pessoas as utilizam para
acondicionar o lixo de suas casas, evitando a compra de sacos próprios para
este fim.
Pergunta 2: Exatamente 50% pensam se realmente necessitam do produto
antes de comprar; 33% não pensam, simplesmente compram; 17% às vezes
fazem esta análise.
Pergunta 3: A grande maioria, cerca de 77%, procura comprar produtos
duráveis e resistentes e evitam comprar produtos descartáveis; apenas 23%
responderam que às vezes tem esta atitude. Conclui-se com isso que um
número significativo de pessoas tem uma preocupação com relação ao tipo
de produto que estão comprando, refletindo esta ação tanto na questão
econômica quanto na ambiental.
Pergunta 4: Aproximadamente 63%, a maior parte dos alunos, responderam
que sim; cerca de 27% respondeu que às vezes tem esta prática e apenas
10% não costumam consertar produtos. Observa-se com isto que ainda é
um hábito entre as pessoas o conserto de produtos. Mesmo que o objetivo
desta ação seja a economia na família, acaba indiretamente contribuindo
para a redução do consumo.
Pergunta 5: Quase a totalidade dos alunos, cerca de 93% trocam seu
aparelho celular por outro mais sofisticado; apenas 7% responderam não.
Acredita-se que a população acaba sendo atraída por um aparelho com
19
multifunções e designer moderno. Também pode-se considerar a influência do
marketing e o fetiche que tal produto exerce nas pessoas (MARX, 1985).
Pergunta 6: A maior parte, cerca de 63%, não se deixa levar pelo fetiche das
embalagens: 20% dos alunos às vezes deixam que as embalagens interfiram
na compra; apenas 17% sentem-se atraídos pelas embalagens na hora da
compra.
Pergunta 7: As embalagens dos produtos lhes chamam a atenção para a
compra dos mesmos? A maior parte, cerca de 80% não costuma ler os rótulos
dos produtos; apenas 20% possuem esta prática. Vê-se assim a necessidade
de se desenvolver este hábito para que a população tenha um maior
conhecimento com relação aos produtos que consome.
Pergunta 8: A grande maioria, cerca de 83%, acredita que reciclar é mais
importante; 10% consideram que o mais importante é repensar seus hábitos e
atitudes; apenas 7% vê que o mais importante é reduzir a geração e o
descarte. Conclui-se que muitos ainda acreditam que a solução da
problemática do lixo está na reciclagem, com isso camufla-se a crítica ao
consumismo.
Com relação à disposição do lixo produzido em sua residência, as respostas
foram as seguintes:
Pergunta 1: A coleta de lixo é realizada em todas as localidades onde os
alunos moram.
Pergunta 2: Mais da metade, cerca de 57% responderam que fazem a
separação; 33% não o fazem; 10% desconhecem como é disposto o lixo de
sua casa.
Pergunta 3: A coleta seletiva é praticada por 53% das famílias; 47% não
possui esta prática. Destes que não praticam a coleta seletiva, 17% justificam
desconhecer o assunto; os outros 83% dizem dar muito trabalho para
separar o lixo adequadamente. Dessa forma, observa-se que há muito ainda
a ser feito, pois é fundamental a participação de toda a sociedade neste
programa, visando a economia de recursos naturais e a diminuição de lixo
nos “lixões” ou aterros.
Pergunta 4: A maior parte, cerca de 70%, não sabe qual o destino final do lixo
no seu município; apenas 30% tem essa informação. Porém, não sabem
20
distinguir lixão de aterro sanitário. Isto mostra a deficiência que muitos alunos
apresentam com relação a disposição final dos resíduos que produzem.
Os dados do referido questionário foram tabulados juntamente com o
professor de Matemática, e a partir destes, foram confeccionados os gráficos que
foram analisados pelos alunos.
Posteriormente à aplicação do questionário, os discentes puderam expor
oralmente sua própria definição de lixo. A intenção da referida atividade era
investigar o que os alunos percebem por lixo. Praticamente todos os alunos deram
para a referida palavra o mesmo significado: “coisas que não se usam mais”, “tudo
que não serve mais”. Estas definições vão ao encontro da afirmação de Jardim e
Wells (1995, p.23). Poucos alunos associam lixo com reaproveitamento, para eles
lixo “tudo aquilo que não vai ter utilidade para nós, mas para alguns pode ser
aproveitáveis”. “É aquilo que não queremos mais, mas para outras pessoas pode
servir para reciclarem”. Esta ideia de lixo se aproxima do conceito proposto por
Pereira Neto (1999, p.23) que afirma que “Lixo é uma massa heterogênea de
resíduos sólidos,[...] os quais podem ser reciclados e parcialmente utilizados,
gerando, entre outros benefícios, proteção à saúde pública e economia de energia e
de recursos naturais.”
Após a atividade relatada acima, os alunos foram levados ao laboratório de
informática para desenvolverem uma pesquisa sobre a classificação dos resíduos.
Tal atividade serviu como eixo para posterior classificação dos resíduos coletados
na escola.
A atividade de quantificação e caracterização do lixo recolhido na escola foi
desenvolvida durante o horário normal de aula, ou seja, no período da manhã. Os
alunos recolheram o lixo de cada dependência da escola e fizeram a pesagem do
mesmo. Nas salas de aula a quantidade de lixo foi entre 100 e 200 gramas, sendo
que os materiais mais encontrados foram folhas de caderno e embalagens de balas.
Buscando mudar este panorama, apresentou-se aos alunos dados referentes à
quantidade de matéria-prima e energia necessária para a produção de papel,
especificamente o caderno (IDEC, 2006), e como cada um pode estar participando
para diminuir o desperdício e com isso conservar os recursos naturais.
O lixo recolhido do pátio, cerca de 100 gramas, tinha como principal material
embalagens de balas, chicletes. O que se observou é que muitos alunos não
utilizam os recipientes próprios para jogarem o lixo.
21
Na cozinha a quantidade de sobra de merenda, cerca de 15,2 kg de
canjica, chamou a atenção dos alunos para o desperdício. Segundo a diretora, esta
quantidade se explica por ser lanche doce e os alunos preferirem lanche salgado.
Ainda na cozinha encontrou-se 4 kg de materiais como papel, papelão, caixas de
leite longa vida, latas de alumínio, sacolas plásticas, caixa de chá e pacote de
embalagem de pão, os quais são destinados à coleta seletiva. Os demais lixos
produzidos na escola são colocados em recipientes, coletados pela limpeza pública
e depositados no aterro sanitário.
Um dos objetivos do trabalho era o de estender a atividade ao domicílio do
discente, porém, a proposta não teve uma boa aceitação. Pois vários alunos não se
sentiram a vontade para levar o lixo de suas casas para serem analisados.
Justificaram que teriam que vir de suas casas com os sacos de lixo pela rua e que
isso era desagradável, pois poderiam sofrer algum tipo de gozação.
Com a interpretação da crômica “O Lixo” de Luis Fernando Veríssimo os
educando concluíram que é possível conhecer as pessoas, mesmo que não
diretamente, mas a partir da análise do que é descartado no seu lixo. Também, com
esta prática, pode-se ter um panorama da condição socioeconômica da população.
Na entrevista concedida pelo Chefe da Divisão de Serviços Públicos,
departamento da Prefeitura Municipal responsável pela limpeza urbana, pode-se
ter um panorama completo da realidade do lixo no município. O descarte é feito num
aterro sanitário legalizado, localizado fora do perímetro urbano, o qual possui
aproximadamente 5 (cinco) anos de vida. O lixo molhado vai para o aterro, enquanto
o seco, como é denominado a reciclagem, vai para a usina. Apesar de se ter a coleta
seletiva, ainda se encontra cerca de 40% de material reciclável junto com o lixo
comum. Apenas 10% dos resíduos são reciclados. Segundo Francisco Bahena
“temos que aumentar este índice”.
Na usina de reciclagem, todo material separado já tem destino certo, onde é
vendido para empresas de Telêmaco Borba, Ponta Grossa, Londrina e de outras
cidades. O dinheiro arrecadado serve para pagar impostos, despesas e o restante é
repartido entre os cooperados. Atualmente, 40 famílias dependem da reciclagem
para sobreviver, o trabalho é realizado pela COOPATEB (Cooperativa Ambiental de
Telêmaco Borba).
O município de Telêmaco Borba ainda não possui usina de compostagem.
Porém, próximo ao aterro e a usina de reciclagem está sendo preparado um espaço,
22
onde a gestão municipal pretende realizar a instalação da mesma.
Com o objetivo de sensibilizar os alunos com relação ao consumo
desenfreado, foi trabalhado com a interpretação do poema “Eu Etiqueta” de Carlos
Drummond de Andrade e com a atividade “O pé do consumo”. Apesar da
metodologia para o desenvolvimento da atividade “O pé de Consumo” ter sido
atraente, notou-se que foi a que menos sensibilizou os alunos. Mesmo estando
cientes das implicações expostas os discentes não mostraram interesse na mudança
de atitude, pois para os mesmos estar na moda significa “usar o que a maioria usa”,
independente dos prejuízos que suas atitudes possam causar, seja à sua saúde ou
ao meio ambiente.
Tais atividades serviram de base para o entendimento, por parte dos alunos,
do significado das palavras consumo e consumismo. Puderam também perceber as
atitudes de um consumidor consciente e compreenderam a importância e a
responsabilidade que as pessoas têm dentro dessa cadeia chamada consumo. Isto
pode ser também comprovado quando foi pedido para elaborarem uma lista com
ações que podem ser realizadas no dia-a-dia para minimizar o consumo e,
consequentemente a produção de lixo. Abaixo, estão as respostas que mais se
repetiram:
comprar produtos com menos embalagens;
levar sua própria sacola quando for ao mercado;
evitar produtos com embalagens descartáveis;
separar o lixo;
reutilizar materiais e embalagens para fazer artesanato;
consertar produtos em vez de comprar um novo;
pensar e repensar antes de fazer cada ato.
Em análise ao Princípio dos 5 R’s: REPENSAR, RECUSAR, REUTILIZAR,
RECICLAR E REDUZIR, os alunos puderam rever a importância de cada ação
relacionando-as à geração de resíduos. Sabe-se que a reciclagem apresenta
vantagens no aspecto ambiental: economia de recursos naturais extraídos para a
produção de novos produtos, diminui a quantidade de resíduos lançados em lixões,
em aterros controlados ou em aterros sanitários, entre outros. Ainda, como
vantagens, no aspecto econômico, a reciclagem economiza energia e água usadas
para a fabricação de novos produtos, gera emprego para muitas pessoas, diminui os
23
gastos com a coleta de lixo, gera emprego para muitas famílias.
Porém, é importante lembrar que o mais importante na redução de resíduos
é REPENSAR hábitos e atitudes. E este trabalho de sensibilização para a
conscientização deve ser constante, pois o consumo responsável e a diminuição de
lixo produzido são ações imprescindíveis para a melhoria do meio ambiente e da
qualidade de vida.
Com o objetivo de aliar a teoria à prática, os alunos foram levados até o
aterro sanitário, onde é depositado o lixo coletado no município. O responsável pelo
local acompanhou a visita técnica fornecendo importantes informações e respondeu
a questionamentos dos alunos. Sobre a quantidade de material depositado
diariamente, a informação veio a confirmar dados relatados por Francisco Bahena,
quando de sua entrevista à um grupo de alunos. Quando questionado com relação à
presença de catadores que não integram a Cooperativa Ambiental, o responsável
relatou que esta prática vem sendo coibida com a presença de fiscal no local. Apesar
desta ação, o controle ainda se mostra ineficaz, pois muitos catadores preferem
buscar materiais no próprio aterro. Em relação ao tratamento dado ao lixo ali
recebido, estes são depositados em valas impermeabilizadas e drenadas. Os
resíduos provenientes de serviços de saúde são destinados à valas sépticas
próprias para este tipo de resíduo.
A atividade acima descrita possibilitou aos discentes a compreender o
quanto é grave o problema do lixo e, também, o quanto ainda precisa ser feito para
se reduzir a quantidade de lixo produzido e, consequentemente os danos que este
causa ao meio ambiente.
3 Considerações finais
Pela relevância do tema proposto, o ideal era que a escola toda participasse
do referido projeto. Porém, pelo tempo que foi desenvolvido não foi possível
envolver todos diretamente, mas tiveram contato com dados levantados e gráficos
que foram elaborados e posteriormente expostos para o coletivo da escola. Além
disso, constatou-se, em loco, que uma intervenção de poucos dias não é suficiente
para mudar hábitos tão arraigados como os de consumo, de produção e descarte de
24
resíduos sólidos.
Desse modo, acredita-se que este tipo de trabalho deva ser incorporado ao
Projeto Político Pedagógico (PPP) do estabelecimento de ensino. Assim, para se ter
um melhor resultado vê-se a necessidade de se atingir o coletivo escolar e ser uma
constante. Dessa forma, sugere-se a inserção do tema no planejamento anual da
escola.
A participação dos alunos que se propuseram fazer parte do projeto ocorreu
de maneira intensa. Os mesmos puderam ter contato, por meio de atividades
desenvolvidas, com conhecimentos relevantes para a formação de conceitos básicos
da Geografia como paisagem, lugar e espaço.
As atividades desenvolvidas possibilitaram maior reflexão acerca do espaço
local e global, cooperando para a construção de uma visão mais holística entre
sociedade e natureza.
O desenvolvimento deste projeto mostrou a necessidade de se tratar a
questão da produção e destino dos resíduos sólidos com maior atenção, haja vista
que este, na atualidade, é um dos maiores problemas ambientais.
Apesar dos alunos elencarem ações que visam contribuir com a melhoria do
meio ambiente, reduzindo o consumo e a geração do lixo, vê-se que esta
contribuição, na prática, ainda não é a ideal.
Nota-se também muita desatenção por parte da sociedade, não por
ignorância, mas por comodidade ou falta de compromisso, não acreditando ser
responsável pelo lixo após colocar o mesmo num saco plástico para ser recolhido
por um caminhão.
Mesmo não aceitando participar da atividade na qual trariam o lixo de suas
casas para serem quantificados e caracterizados, os alunos mostraram preocupação
com a quantidade de lixo que uma pessoa produz. Os alunos relataram que, aqueles
que não tinham o hábito de fazer a separação do lixo, passaram a fazê-lo após a
visita ao aterro sanitário, onde puderam ver a quantidade de materiais que poderiam
ser destinados à reciclagem dispostos inadequadamente.
Destaca-se aqui que a reciclagem é muito importante por oferecer vantagens
ambientais e econômicas e por isso não deve ser descartada. Contudo, não se
pode acreditar que a mesma seja a única saída para eliminar a crise ambiental
gerada pela imensa quantidade de resíduos produzidos.
Entretanto, há de se refletir e buscar um estilo de vida que contribua com a
25
qualidade do meio ambiente. Rever hábitos de consumo, compreender que o “ser” é
mais importante que o “ter” são ações que devem ser levadas em consideração.
Nesta perspectiva, a educação é parte fundamental nesse processo.
Acredita-se que nesses novos tempos, a função da escola não se limita
apenas à absorção de conteúdos transmitidos, e sim, à produção de conhecimentos
e formar cidadãos capazes de atuar criticamente no meio em que está inserido,
como afirma Paulo Freire (apud COELHO, 2002, p.17).
Tem-se consciência de que há muito ainda que se fazer para que hábitos e
atitudes sejam repensadas em favor da melhoria do ambiente e que, apesar do
desenvolvimento deste trabalho ter sido de grande importância , é apenas um
começo e os resultados virão a médio e longo prazo.
Para tanto, exige-se o comprometimento por parte de toda a comunidade
escolar em dar prosseguimento às discussões desta temática, pois a
conscientização ambiental é indispensável no cotidiano escolar, haja vista ser a
educação agente de transformação de atitudes.
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