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28/02/2015 às 10h30 - Atualizada em 02/03/2015 às 13h23
Máfia do bilhete único: Golpistas agem à luz do dia na Av.
Presidente Vargas
Terça-feira, 22 de março de 2016
Jornal do Brasil
Stefano Miranda*
Já imaginou pegar um ônibus e, mesmo sem saber, estar contribuindo com um golpe à economia popular?
Pois é: na cidade do Rio de Janeiro, passageiros das linhas intermunicipais estão sofrendo com esse
problema na Avenida Presidente Vargas, Centro da cidade. Em plena luz do dia, golpistas se oferecem
para pagar as passagens através do bilhete único e, em troca, receber o dinheiro dos passageiros. Eles
oferecem um preço um pouco mais em conta e emprestam o cartão para o passageiro liberar a roleta.
Os golpistas ficam nos pontos esperando os passageiros embarcar, e devido ao preço mais alto, os alvos
são passageiros de linhas intermunicipais, que vão para outras cidades da Região Metropolitana do Rio. Os
valores das tarifas variam de acordo com a distância do trajeto. O mais impressionante é que a menos de
um quilômetro do local fica a sede da Secretaria de Ordem Pública (Seop).
Mas como eles ganham dinheiro com isso, se para passar o bilhete único na catraca é preciso ter crédito
no cartão? De acordo com a regra do RioCard, caso a passagem seja mais cara do que a tarifa do cartão,
é descontado um valor máximo de R$ 5,90. As linhas escolhidas pelos golpistas custam mais do que isso.
Eles recebem o pagamento, passam o cartão para os passageiros, que liberam a roleta e devolvem para o
golpista.
Para convencer as pessoas a aceitarem a proposta, os golpistas
oferecem a passagem um pouco mais barata do que seria pago ao
cobrador, às vezes, o valor chega a 20% a menos. E ainda sim eles
saem ganhando.
O auxiliar administrativo Renato dos Anjos, morador de Niterói,
comentou que utiliza o ponto da Presidente Vargas diariamente, e
até hoje nunca viu uma abordagem da polícia aos infratores.
A Polícia Militar foi procurada para comentar o assunto, mas se
limitou a dizer que “a denúncia deveria ser encaminhada para a
Polícia Civil para que a mesma faça a devida investigação”.
Já a Polícia Civil disse que não existem registros de denúncias sobre essa fraude, mas que a ação deve ser
enquadrada como crime contra a economia popular, e que a Polícia Militar ou a Guarda Civil são
responsáveis por fazer a abordagem a esses golpistas.
“O responsável por fazer essa abordagem aos golpistas é a Polícia Militar. Nós não temos registros de
ocorrências desse tipo no nosso sistema. Mas essa prática é considerada crime contra a economia popular,
e prevê pena dois a dez anos de prisão”, informou a Polícia Civil.
Rio
Golpistas possuem pilhas de cartões
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A RioCard emitiu uma nota a respeito do caso:
A RioCard, responsável pela gerência do Bilhete Único, comentou com o Jornal do Brasil sobre o assunto.
Veja a nota, na íntegra, emitida pelo órgão:
"A compra e venda ilegal de créditos, com o fim de explorar terceiros, é considerada crime contra a
economia popular, e a RioCard apoia ações que coíbam esse tipo de atividade ilegal, como as que vêm
sendo feitas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado e pela Delegacia de
Defraudações.
Vale a pena ressaltar que sempre que se observam práticas ilícitas, a RioCard repassa informações às
autoridades policiais. A Central de Relacionamento RioCard, no telefone 2127-4000, também pode ser
acionada, assim como o Disque Denúncia, no telefone 2253-1177".
Golpe com bilhete único não é novidade
No dia 16 de setembro, de 2014, o Jornal do Brasil publicou uma reportagem denunciando um esquema
parecido que estava acontecendo na Rodoviária Novo Rio.
>> Sem grandes eventos, entorno da Novo Rio volta ser reduto do crime
Na época, os golpistas compravam das pessoas um cartão da RioCard por um valor abaixo dos créditos
ativos no cartão, para mais tarde ser usado na compra de passagens em guichês já determinados no
interior da rodoviária.
Após comprar os bilhetes, os criminosos vendiam aos passageiros nos arredores do terminal, por valores
promocionais.
*Do Projeto de Estágio do JB
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