Médici e a Ditadura Militar.

Post on 09-Jul-2015

1.358 views 6 download

description

Prof. Medeiros - Aula Especial na 1ª Mostra de Cinema & Debate sobre 50 Anos de Resistência à Ditadura Militar. E. E. Presidente Médici - Cuiabá-MT. 04/04/2014. www.historiasdomedeiros.blogspot.com

Transcript of Médici e a Ditadura Militar.

Médici: um ditador

para ser esquecido.

www.historiasdomedeiros.blogspot.com

Médici: um ditador

para ser esquecido.

www.historiasdomedeiros.blogspot.com

General Emílio

Garrastazu Médici

Médici: um ditador

para ser esquecido.

Médici: um ditador

para ser esquecido.

www.historiasdomedeiros.blogspot.com

Emílio Garrastazu

Médici, General

31 de Março ou 1º de Abril

de 1964?

31 de Março ou 1º de Abril

de 1964?

Uma Revolução

ou um Golpe de Estado?

Uma Revolução

ou um Golpe de Estado?

A Salvação da Democracia ou a Implantação

de uma Ditadura?

A Salvação da Democracia ou a Implantação

de uma Ditadura?

Com o Golpe de Estado foi criado o “Supremo Comando Revolucionário”,

formado pelos militares: Arthur da Costa e Silva (General),

Francisco Correia de Mello (Brigadeiro) e Augusto Rademaker (Vice Almirante).

O “Supremo Comando Revolucionário”

decretou o Ato Institucional Nº 1: eleições diretas suspensas e poderes

ampliados ao Presidente da República, inclusive de suspender mandatos

legislativos e outros “cargos”.

Os Atos Institucionais ... foram decretos emitidos durante os anos após o golpe militar de 1964 no Brasil. Serviram como mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares, estabelecendo para eles próprios diversos poderes extra constitucionais. Os Atos Institucionais eram mecanismos jurídicos para manter na legalidade o domínio dos militares. Sem estes mecanismos, a Constituição de 1946 tornaria inexecutável o regime militar, daí a necessidade de substituí-la por decretos mandados cumprir. Entre 1964 a 1969 foram decretados 17 atos institucionais regulamentados por 104 atos complementares. O governo divulgou que seu objetivo era combater a "corrupção e a subversão".

- Imediatamente inúmeras entidades civis sofreram

intervenção e seus principais dirigentes foram

presos.

- Estima-se que cerca de 50 mil pessoas tenham sido

presas durante os primeiros meses do governo militar.

- Entre o militares haviam dois grupos: os da “linha

dura” (defendiam um regime bastante rígido) e os

“intelectuais” (defendiam um regime de transição).

Nascimento: Messejana

(Fortaleza)-CE,

Profissão: Militar

(Marechal)

Período de Governo:

15.04.1964 a 15.03.1967

Tipo de eleição: indireta

Votos recebidos: 361

Posse: 15.04.1964, em

sessão conjunta do

Congresso Nacional,

presidida pelo Senador

Auro Soares Moura

Andrade, a fim de

completar o quinquênio

a terminar em 31.01.1966

(depois foi prorrogado

até 15.03.1967).

Humberto de Alencar

Castello Branco, Marechal

Mal. Castelo Branco (1964-1967)

- Em 1965 decretou o AI-2 (válido até 1979), que retoma as decisões do AI-1 e

acabou com o pluripartidarismo, instituindo o bipartidarismo (ARENA e MDB).

O Bipartidarismo:

ARENA (situação): apóia o governo, políticos da UDN, PSD e PSP; MDB (oposição consentida): composta pelo PSD, PTB, PCB (extinto

a sigla, mas havia os políticos), era uma oposição comportada que não colocava obstáculos ao governo. Obs.: - ARENA: Delfim Neto, Marco Maciel, ACM, Frederico Campos, Júlio Campos, Paulo Maluf... Surge daí o PDSPFLDEM;

- MDB: Itamar Franco, FHC, Mário Covas, Brizola, Miguel Arraes, Íris Resende, Dante de Oliveira, Bezerra... O PMDB e o PSDB surgem daí.

- Criou o Serviço Nacional de Informações (SNI).

- Elaborou o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), para eliminar a

inflação, melhorar a imagem (econômica) externa e estimular o

crescimento econômico.

- Substituição da estabilidade no emprego, que foi substituída pelo regime

do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Mal. Castelo Branco (1964-1967)

- O AI-3 impôs eleições indiretas para Governadores/Vice-Governadores

(eleitos pela Assembleias Legislativas);

- Os lugares onde a Arena ganhou os candidatos continuam no poder, mas

alguns eleitos pelo MDB são cassados e não puderam assumir seus cargos;

- Os prefeitos das capitais e das cidades de Segurança Nacional também passaram a ser escolhidos pelos

governadores (AI-3);

Mal. Castelo Branco (1964-1967)

- Em 1967 institui-se o AI-4, convocando uma Assembleia Nacional Constituinte,

dominada pelos políticos da Arena e pelos militares;

- A Constituição de 1967 saiu da maneira

que os militares queriam, mas o Congresso conseguiu inserir duas

ressalvas: proibição de fechar o Congresso

e criou-se a Imunidade Parlamentar.

Mal. Castelo Branco (1964-1967)

Charge de Hilde Weber, de 1967; ex-presidente

Castelo Branco cobre o Congresso Nacional

Nascimento: Taquari-RS, em 03.10.1902 Período de Governo: 15.03.1967 a 31.08.1969 Tipo de eleição: indireta Votos recebidos: 294 Posse: 15.03.1967, em sessão conjunta do Congresso Nacional, presidida pelo Senador Auro Soares Moura Andrade.

Arthur da Costa e

Silva, Marechal

- Eclodem mobilizações sociais em todo Brasil contra a Ditadura Militar.

- Forma-se a “Frente Ampla” com alguns

políticos tradicionais.

- Ocorrem passeatas em diversos locais, greves em Osasco e Contagem,

manifestação da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

- No Rio de Janeiro, em 1968, durante uma manifestação, ocorreu a morte do

estudante Edson Luís, gerando mais revoltas.

- Em Ibiúna-SP, a UNE tenta organizar um Congresso, mas seu participantes

são presos.

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

A Morte de

Edson Luís

Igreja da Candelária é cercada durante missa de sétimo dia de Edson Luis.

Padres defendem estudantes da polícia após missa de sétimo dia.

O

Congresso

da UNE de

Ibiúna-SP.

A Passeata

dos Cem

Mil

Rio de

Janeiro

26 de Julho

de 1968

Concentração em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Ala dos intelectuais, com Clarice Lispector, Oscar Niemayer, Milton Nascimento, etc.

Ala dos artistas, com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Edu

Lobo, entre outros.

- As manifestações eram legais, desde que fossem pacíficas.

- O deputado federal, Márcio Moreira

Alves, fez um discurso contra a Ditadura, discurso esquerdista (MDB). Os militares queriam prendê-lo, mas o deputado tinha

imunidade parlamentar, portanto para cassá-lo tinha que ser aprovado pelo

Congresso. Sua imunidade foi garantida e o exército cerca o Congresso com tanques.

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

Discurso de Márcio Moreira Alves

Senhor presidente, senhores deputados,

Todos reconhecem ou dizem reconhecer que a maioria das forças armadas não compactua com a cúpula militarista que perpetra violências e mantém este país sob regime de opressão. Creio ter chegado, após os acontecimen-

tos de Brasília, o grande momento da união pela democracia. Este é também o momento do boicote. As mães brasileiras já se manifestaram. Todas as classes sociais clamam por este repúdio à polícia. No entanto, isto não basta.

É preciso que se estabeleça, sobretudo por parte das mulheres, como já começou a se estabelecer nesta Casa, por parte das mulheres parlamentares da Arena, o boicote ao militarismo. Vem aí o 7 de setembro.

As cúpulas militaristas procuram explorar o sentimento profundo de patriotismo do povo e pedirão aos colégios que desfilem junto com os algozes dos estudantes. (...)

02/Setembro/1968

Seria necessário que cada pai, cada mãe, se compenetrasse de que a presença dos seus filhos nesse desfile é o auxílio aos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas. Portanto, que cada um boicote esse desfile.

Esse boicote pode passar também, sempre falando de mulheres, às moças. Aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens oficiais. Seria preciso fazer hoje, no Brasil, que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusas-sem a entrada à porta de sua casa àqueles que vilipendiam-nas.

Recusassem aceitar aqueles que silenciam e, portanto, se acumpliciam. Discordar em silêncio pouco adianta. Necessário se torna agir contra os que abusam das forças armadas, falando e agindo em seu nome. Creia-me senhor presidente, que é possível resolver esta farsa, esta democratura, este falso impedimento pelo boicote. Enquanto não se pronunciarem os silenciosos, todo e qualquer contato entre os civis e militares deve cessar, porque só assim conseguiremos fazer com que este país volte à democracia.

Só assim conseguiremos fazer com que os silenciosos que não compactuam com os desmandos de seus chefes, sigam o magnífico exemplo dos 14 oficiais de Crateús que tiveram a coragem e a hombridade de, publicamente, se manifestarem contra um ato ilegal e arbitrário dos seus superiores.

- Institui-se, então, em 13/12/1968 o AI-5. Iniciava-se os anos de chumbo.

- A alegação dos militares para instituir o AI-5 foi o discurso do Márcio Alves

(MDB) e a garantia de sua imunidade.

- Mas o interesse maior era conter as mobilizações sociais contra a Ditadura.

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

O PERÍODO MAIS TRISTE

DA HISTÓRIA BRASILEIRA!

O AI-5 foi um golpe dentro do golpe, a linha-dura que instituiu, passa por cima

da Constituição de 1967, pois ocorre:

O fechamento do Congresso por

tempo indeterminado. Cassação de mandatos e direitos

políticos. Estado de Sítio Permanente (direitos

civis suspensos): suspensão dos direitos civis e suspensão do habeas corpus.

Ampliação da Censura.

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

Os militares alegavam que era para garantir a moralização do país, mas era

para impedir a difusão de ideias de esquerda.

O AI-5 tentou impedir os movimentos

sociais legítimos, mas como resposta teve o surgimento da luta armada, através de

guerrilhas urbanas e rurais.

O AI-5 durou até 1979 (1968-1979).

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

Em 1969 Costa e Silva, já muito doente, é

afastado. O seu vice-presidente deveria

assumir, porém era civil e contra o AI-5.

Institui-se, então, o AI-12 que impediu a posse do vice (Pedro

Aleixo) de Costa e Silva, convocando, assim,

novas eleições.

Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)

Tropicália;

Jovem Guarda;

A Igreja até 1968 era neutra ou pró-ditadura, mas passa a dar apoio aos movimentos de esquerda, principalmente com Dom Paulo Evaristo Arns (cardeal de São Paulo);

Os intelectuais são repreendidos e muitos deles exilados.

Movimentos Culturais

Algumas Músicas Censuradas

Nascimento: Bagé-RS, em 04.12.1905

Período de Governo:

30.10.1969 a 15.03.1974

Tipo de eleição: indireta

Votos recebidos: 239, em sessão

conjunta do Congresso Nacional,

presidida pelo Senador Gilberto

Marinho.

Emílio Garrastazu

Médici, General

Emílio Garrastazu Médici

Emílio Garrastazu Médici nasceu em Bagé, no Rio Grande do Sul, no dia 4 de dezembro de

1905. Filho de um rico fazendeiro de origem italiana, estudou no Colégio Militar de Porto Alegre e

seguiu carreira no Exército.

Em 1957 assumiu a chefia do Estado Maior da 3° Região Militar de Porto Alegre a convite do

general Arthur da Costa e Silva, então comandante daquela unidade, com quem

estabeleceu forte amizade.

Emílio Garrastazu Médici

Promovido a general-de-brigada em 1961, foi nomeado comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, e apoiou o

Golpe de Estado de 1964, que depôs o presidente João Goulart e implantou uma

Ditadura no Brasil.

Exerceu o cargo de presidente da República como Ditador de 30 de Outubro de 1969 a 15

de Março de 1974.

Médici faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de Outubro de 1985.

Foi o mais repressivo dos governos militares;

Período do “Milagre Econômico”;

Surgem grupos de esquerda e de luta armada: VPR, ALN e MR-8.

Gen. Médici (1969-1974)

VPR (Vanguarda Popular Revolucionário): o líder que comandava as ações era o Carlos Lamarca. Durou até 1971, quando Lamarca morre; ALN (Aliança de libertação Nacional) era liderado por Carlos Marighela; MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro), colocaram esse nome em homenagem ao Che Guevara, que morreu na Bolívia no dia 8 de outubro de 1969.

Os guerrilheiros Carlos Marighela e Carlos Lamarca, assassinados no regime militar.

Crescimento Econômico

Miséria

Repressão Propaganda

O Milagre Econômico

Delfim

Neto

CENIMAR (Centro de Informações da Marinha); CIEX (Centro de Informações do Exército); OBAN (SP - Operação Bandeirantes). Surgiu da OBAN o II Exército; DOI-CODI (Departamento de Operações e Informações, Central de Operações de Defesa Interna);

Esses órgãos praticavam a repressão (tortura, morte, espionagem, vigilância sobre pessoas).

Órgãos de Repressão:

Gen. Médici (1969-1974)

Em 1969 lança-se duas emendas:

- AI-13: institui o exílio para as pessoas perigosas para o Brasil.

- AI-14: legalizou a pena de morte no Brasil, mas nunca foi usado oficialmente,

pois os assassinados são “desaparecidos”.

- O Governo Médici tem o triste mérito de ter controlado os movimentos de luta

armada, por meio da repressão e do exílio.

Gen. Médici (1969-1974)

Nascimento: Bento

Gonçalves-RS, em

03.08.1908

Profissão: Militar

Período de Governo:

15.03.1974 a

15.03.1979

Tipo de eleição:

Indireta

Votos recebidos: 400

Posse: 15.03.1964,

em sessão conjunta do

Congresso Nacional,

presidida pelo Senador

Paulo Torres.

Ernesto Geisel, General

Gen. Ernesto Geisel (1974-1979)

- Crise econômica (colapso do “Milagre Econômico”);

- Redemocratização;

- Abertura lenta, gradual e segura;

- Ocorrem as eleições para o Senado;

- Campanha política no rádio e na TV (surge o horário político gratuito);

“A abertura política precisa ser lenta e gradual.”

- O MDB começa a crescer em 1974 (elegeu 60% das vagas, mas não

conseguiu a maioria, pois neste ano apenas 1/3 do Senado foi renovado);

- Pacote de Abril (1977), que é o

último ato conservador, reacionário da ditadura: fechou o Congresso

Nacional e, quando reaberto, impôs alguns senadores “biônicos”.

Gen. Ernesto Geisel (1974-1979)

Vladimir Herzog

1937-1975

Vladimir Herzog

1937-1975

- Lei Falcão: proibição aos candidatos de falarem no horário político, ou seja, não podiam mais fazer campanha política de

forma aberta. Mostrava-se apenas o número e um currículo mínimo.

- Revogou o Ato Institucional Nº 5, que

tinha suspenso uma série de direitos democráticos.

Gen. Ernesto Geisel (1974-1979)

Nascimento: Rio de Janeiro (GB) - RJ, em

15.01.1918. Período de Governo:

15.03.1979 a 15.03.1985 Tipo de eleição: indireta Votos recebidos: 355 Posse: 15.03.1979, em sessão conjunta do Con-

gresso Nacional, presidida pelo Senador Luís Viana. Observação: O mandato presidencial, de acordo

com a Emenda Constitu-cional nº 08/77, passou a

ser de 6 anos. João Figueiredo foi o presidente de maior mandato, entre

os militares.

João Baptista de Oliveira

Figueiredo, General

Gen. João Figueiredo (1979-1985)

- Último presidente militar, com mandato de 6 anos (o único);

- Revogou o AI-2 (bipartidarismo)

- Permitiu o retorno do

Pluripartidarismo;

- Promulgou a Lei da Anistia;

- Campanha Diretas-já!

Os Partidos Políticos

República Ditadura Nova

Populista Militar República

UDN

PTB

PSD

PCB

ARENA

MDB

PDS

PMDB

PTB

PDT

PCB

PT

PFL e PP

PSDB

PPS

PSOL

DEM

- Em 1979 tem-se a Anistia. São perdoados os militantes que foram perseguidos e exilados,

mas também os militares que perseguiram e

mataram.

- Voltam: FHC, Brizola, Luís Carlos Prestes,

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque,

Fernando Gabeira, Íris Resende, Miguel

Arraes...

Gen. João Figueiredo (1979-1985)

1980 1990 2000 2010

ERA O FIM DA DITADURA MILITAR!

- Em 1984, a campanha Diretas-já que propunha uma ementa constitucional, trazendo de voltas eleições diretas, não teve sucesso, mesmo com uma grande mobilização popular; - Mas, em 1985 os militares não apresentaram candidato e dois civis concorreram à presidência.

Gen. João Figueiredo (1979-1985)

Até quando a nossa escola, através de seu nome,

continuará sendo um culto ao maior e mais sanguinário

ditador do Brasil

?

Até quando a nossa escola, através de seu nome,

continuará sendo um culto ao maior e mais sanguinário

ditador do Brasil

?