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Mesa redonda:Controlo de infecção: Trabalho de equipa e em equipa
A EQUIPA DE ENGENHARIA HOSPITALAR E O CONTROLO DE INFECÇÃO
J. Durão Carvalho
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A EQUIPA DE ENGENHARIA HOSPITALAR E O CONTROLO DE INFECÇÃO
A equipa de engenharia hospitalar residente nos hospitais e correntemente integrando o Serviço de Instalações e Equipamentos
Exerce a actividade no âmbito da engenharia clínica e hospitalar
desenvolvendo acções de manutenção das instalações e dos
equipamentos hospitalares, de exploração das redes e centrais
técnicas, bem como de concepção, projecto e obra em
remodelações e beneficiações
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A EQUIPA DE ENGENHARIA HOSPITALAR E O CONTROLO DE INFECÇÃO
Á equipa de engenharia hospitalar compete:
• Planear e executar a manutenção;
• Racionalizar a manutenção das instalações e dos equipamentos, para níveis de
fiabilidade e disponibilidade operacional adequados á sua utilização;
• Apoiar a gestão da vida útil dos equipamentos e optimizar o respectivo período de
substituição;
• Assegurar a exploração racional das centrais técnicas;
• Garantir as condições de segurança das instalações e dos equipamentos de acordo
com as normas aplicáveis;
• Assessorar o Conselho de Administração;
• Desenvolver acções de formação e divulgar normas.
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A EQUIPA DE ENGENHARIA HOSPITALAR E O CONTROLO DE INFECÇÃO
A equipa de engenharia hospitalar é composta por
• Engenheiros• Eventualmente Arquitetos• Técnicos de diversas especialidades• Operários
Dimensão das equipas residentes?Função da subcontratação de serviços que deve ter em conta a evolução tecnológica dos equipamentos e das instalações
A complementaridade das atividades na área da engenharia exige trabalho de equipa
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A contaminação microbiológica pode ocorrer por via :• Aeróbia • Da água sanitária• Das aguas residuais• Dos procedimentos incorretos São locais de risco acrescido:
Blocos operatórioQuartos de isolamentoCuidados intensivos Preparações assépticas
A intervenção da engenharia hospitalar é importante na
Arquitetura – definição de circuitos de pessoal, doentes, materiais e limpos
Tratamento do ar
Gestão dos sistemas de água sanitária
Gestão dos sistemas de águas residuais e na
Manutenção
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Arquitetura no controlo da infeção
Na programação e no projeto, com
Compartimentação de acordo com as atividades
Barreiras condicionantes dos maus procedimentos
Circulações diversas separadas
Tipo de acabamento das superfícies, em conformidade
com a atividade desenvolvida
Trabalho administrativo
Internamento de doentes
Atividade cirúrgica
Etc.
Na obra a qualidade do acabamento das superfícies, tendo em
conta
Custo
Duração
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Arquitetura no controlo da infeção
Ao programar-se (…) haverá de ser ponderado o ideal e o
possível, o muito bom e o satisfatório, atendendo sempre às
necessidades funcionais, às tendências tecnológicas e aos
custos. Eduardo Caetano
Cada uma das funções hospitalares merece um exame que
leve a uma racionalização do trabalho, comportando menos
fadiga para o pessoal, mais eficiência nos cuidados e, no
conjunto, uma maior rendibilidade dos investimentos feitos.
S. Halter
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Arquitetura no controlo da infeção
• Circulações horizontais (corredores simples, duplos ou duplos cortados)
• Circulações verticais (núcleos de escadas + elevadores)
• Comunicações verticais técnicas (telecomunicações e AVAC)
• Localização dos serviços de enfermagem é determinante
• Ideal/ não deveriam ser todos juntos :
– alimentos
– roupas
– medicamentos
– esterilizados
– consumíveis
– sujos
– lixos
– doentes
– funcionários
– visitas
– mortos
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Arquitetura no controlo da infeção
Quarto duplo (com I.S.)
Função :
Permanência do doente durante
o internamento
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Arquitetura no controlo da infeção
Função :
Trabalho de Enfermagem
Acesso e guarda dos processos
clínicos
Resposta à chamada de doentes
Reuniões pontuais da equipa de
enfermagem
Passagem de turno
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Arquitetura no controlo da infeçãoPreparação de Medicação /
Farmácia / Consumíveis Clínicos
Função :
Preparação de medicação
Armazenamento e distribuição de
medicamentos repostos diária/
(Pyxis) ou não diária/
Armazenamento de material de
consumo clínico segundo stock
preestabelecido (Kanban)
Armazenamento de soros
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Arquitetura no controlo da infeção
Lavagem e Descontaminação
Função :
Preparação do material clínico
reutilizável (ferros, copos,
taças,…)
Encaminhamento desse material
p/ esterilização
Lavagem e descontaminação do
material do higiene do doente
(bacias, jarras,…)
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Arquitetura no controlo da infeção Sujos
Função :
Despejo de sólidos e fluidos
corporais
Lavagem e descontaminação de
arrastadeiras e bacias
Recolha, triagem,
empacotamento e evacuação de
roupa e resíduos
Armazenamento de arrastadeiras
e bacias
Arquitetura no controlo da infeção
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Arquitetura no controlo da infeção
Limpezas
Função :
Despejo das águas residuais de
limpezas
Armazenamento de utensílios e
material de limpeza
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Agua sanitaria Depósito de Sacos
Função :
Armazenamento de sacos de
roupa suja e de lixo p/ recolha pela
equipa respectiva
Arquitetura no controlo da infeção
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O tratamento do ar no controlo da infeção
Poluição do ar
Poluentes gasosos
Partículas sólidas de origem mineral, vegetal ou animal
Bactérias e vírus associadas a partículas
Dimensão das partículas em suspensão no ar
Peso das partículas em suspensão no ar
Concentração das partículas de acordo com os locais e as actividades
Partículas emitidas pelo homem
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O tratamento do ar no controlo da infeção
Para baixar o numero de microorganismos no arde uma sala é necessário:
-Eliminar as poeiras contidas no ar novo introduzido pelos sistemas de
tratamento de ar
-Eliminar as partículas geradas no interior da sala
Para conseguir os objectivos anteriores com vista á obtenção de uma determinada
classe de ar é necessário:
- Filtrar-Renovar
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O tratamento do ar no controlo da infeção
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O tratamento do ar no controlo da infeção
A cadeia de filtragem
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O tratamento do ar no controlo da infeção
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O tratamento do ar no controlo da infeção
Medição de caudais e contagem de partículas pela equipa de engenharia
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Desenho da rede de abastecimento
Evitar pontos mortos
Existência de depósitos e cuidados de manutenção
Evitar a exposição de tubagem ao sol
Controlo de abastecimento de agua sanitária
Desinfeção da agua por cloragem
OMS considera aceitável uma concentração de 0,5 mg/l de cloro livre residual na
água, depois de um tempo de contacto de 30 minutos, garante uma desinfecção
satisfatória.
Valor do doseamento deve ter em conta o tempo de permanência da agua na rede
pH<8 para garantia do efeito biocida do cloro
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Controlo de abastecimento de agua sanitária
Temperatura da agua quente sanitária - Doença do legionário (Legionella Pneumophila)
Sistemas de aquecimento de agua com regulação e monitorização de temperatura porque a partir dos 60ºC
existe elevada taxa de inatividade bacteriana e entre 50 e 60ºC a taxa de crescimento é lenta
A circulação permanente da agua nas redes de agua quente
As incrustações, os biofilmes, os protozoários e a manutenção
Consequências da temperatura elevada e da temperatura baixa
As analises físico-químicas periódicas da agua de abastecimento pelo operador e analises microbiológicas
pela equipa hospitalar em laboratório acreditado
As torres de arrefecimento são proibidas nos hospitais
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A rede de aguas residuais
Caracterização de efluentes
Consumo de agua condiciona as caraterísticas dos efluentes– caudal
Analise físico-química periódica obrigatoria
Separação de redes
Infectados
Não infectados
Qualidade e traçado das redes
Condiciona a existência de derrames internos
Manutibilidade
Facil acesso a caixas de limpeza
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A manutenção
Controlo de infecção?
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Objetivo da manutenção
Garantir uma boa disponibilidade operacional dos equipamentos e das instalações durante todo o seu ciclo de
vida com o mínimo de custos e sem danos ambientais
Alguns conceitos utilizados em manutenção
Falha – estado no qual um activo físico ou sistema se encontra em que não é capaz de realizar a função
requerida com um nível de desempenho desejado
Avaria – resultado de um ou vários acontecimentos que colocam um sistema e/ou os seus constituintes
(subsistemas, conjuntos, subconjuntos e componentes) num estado em que este é impedido de executar a
função requerida
Fiabilidade- probabilidade de um item poder executar uma função requerida sob determinadas condições
durante um dado intervalo de tempo
MTBF (Mean Time Between Failures – tempo medio entre avarias) - exprime o tempo médio de bom
funcionamento, ou seja, o tempo que decorre, em média, entre duas avarias consecutivas, ou ainda, o tempo
médio entre manutenções correctivas
A manutenção
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Os conceitos de manutenção tem evoluído ao longo de décadas com destaque para o Japão e EUA.
A manutenção
Conceito de Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance – TPM), Japonês, que assenta em cinco pontos:
1 – Estabelecer objectivos que maximizem a eficácia;2 – Estabelecer um sistema global de manutenção produtiva que cubra integralmente o ciclo de vida;3 – Obter o envolvimento de todos os departamentos, tais como planeamento, operações e manutenção;4 – Obter a participação de todos os membros, desde a chefia superior ate aos operários;5 – Reforçar a motivação do pessoal, criando pequenos grupos autónomos de manutenção produtiva
Conceito de Manutenção Centrada na Fiabilidade ( Reliability Centered Maintenance RCM), americano, assenta nos níveis de desempenho exigidos ao equipamento, nas causas e consequências das falhas e na procura continua da melhor fiabilidade
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A manutenção
Manutenção correctiva – efectuada após a ocorrência de uma avaria
Manutenção preventiva sistemática – efectuada periodicamente ou por quantificação de
trabalho realizado
Manutenção condicionada – subordinada ao estado real do equipamento avaliado por
Observação periódica -inspecção
Observação continua - monitorização
Manutenção correctiva Manutenção preventiva
Sistemática Condicionada
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Disponibilidade operacional
Intervalo de tempo em que um equipamento ou uma instalação se encontra no estado que lhe permite executar as funções
requeridas
Instalações e equipamentos de saúde
- Elevada disponibilidade operacional
Como se obtém?- Através da manutenção
- Redundância
Quando se aplica?
- Criticidade clinica das funções executadas
- Custo de aquisição/instalação
- Custo da perda de produção
- Custo da manutenção
Indicador de produção da manutenção- custo da manutenção por 1000€ de produção
A manutenção
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A equipa de manutenção e o corpo clinico e de enfermagem
Exemplo: Plano de manutenção de um bloco operatório
Reparações de estruturas de alvenaria executadas por pessoal da construção civil
Ensaios de segurança elétrica e eventual substituição de componentes e reapertos se necessários executados por electricistas
Substituição de filtros de ar condicionado e reparações de natureza mecânica se necessário
Ensaio do sistema de ar condicionado e certificação da qualidade do ar executado por empresa acreditada
Manutenção do equipamento de anestesia, ventilação e monitorização executada pela equipa biomédica
A manutenção
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A equipa de manutenção e o corpo clinico e de enfermagem
A manutenção
A realização de ações de manutenção pela equipa de engenharia, própria, subcontratada ou mista,
tem de ser articulada com as equipas medicas, de enfermagem e técnicas de diagnostico.
As paragens tem de ser estabelecidas caso a caso e, se necessário, fora do horário normal de trabalho
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A EQUIPA DE ENGENHARIA HOSPITALAR E O CONTROLO DE INFECÇÃO
A engenharia hospitalar contribui para o controlo de infecção através do trabalho de uma equipa multidisciplinar cuja eficiência depende do trabalho em equipa com os profissionais da área clinica
Conclusão