Post on 28-Nov-2014
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Modulo 3 Bem-vindos ao módulo “A carreira docente: procedimentos da ação pedagógica”.
Neste módulo, vamos tratar de assuntos ligados ao cotidiano da escola, em especial, da sala de aula.
Nesta semana de trabalho, vamos conversar e refletir sobra a prática docente: desafios da sala de aula e do
fazer pedagógico, temas que envolvem também a organização de situações de aprendizagem.
Esperamos que ao final dessas horas de estudo, trabalho e reflexão, você esteja mais próximo à sua prática
no que se refere à gestão da sala de aula e às modalidades organizativas.
Vamos começar? Você se lembra de seu primeiro dia de aula na 5ª série? Como era a sua classe?
Você fez ginásio e colegial ou estudou no 1º e 2º graus? Como foi começar a ter vários professores?
Quais são suas lembranças desse seu tempo de estudante?
A seguir, selecionamos dois poemas do educador e poeta Moaci Carneiro. No livro A escola sem
paredes, o autor fala do cotidiano escolar com muita poesia, pois para ele “uma boa escola é um
sonho em construção”.
O Professor e o Sonho Eu quero ser professor
De uma escola que é arremesso
Pois cada dia é um começo.
Eu quero ser professor
Com asas de autoestima
Com lições de muitas rimas
Pois a vida reprimida
Parece, mas não é vida.
[veja o poema na íntegra ]
O outro eu da escola A escola não me recebeu
Deixou entrar um outro
Estranho, desconhecido
Parecido comigo
Mas bem distante de mim.
Eu o entrevejo
Nos registros da escola
Nas atividades da escola
Mas não o vejo em meus registros
Nem o encontro em minha vida.
[veja o poema na íntegra ]
A escola das suas memórias é diferente da escola de hoje? Agora reflita sobre as questões propostas.
A sua memória de escola se relaciona com algum dos poemas? Como?
Como a escola é caracterizada em cada poema?
De qual poema você mais gostou? Por quê?
Essas reflexões poderão enriquecer suas participações no fórum, mais adiante.
"A Qualidade da Educação sob o Olhar dos Professores" Para pensarmos na escola de ontem e de hoje, selecionamos alguns dados da pesquisa “A Qualidade da
Educação sob Olhar dos Professores” realizada em 2008 pela Fundação SM em parceria com a Organização
dos Estados Ibero-americanos - OEI , com o objetivo de estimular a reflexão e o debate para o
desenvolvimento da educação.
Participaram da pesquisa mais de 8.700 professores de Educação Básica de todo o Brasil.
Leia com atenção as quatro perguntas a seguir e reflita sobre suas respostas. Depois, confira os resultados da
pesquisa nos gráficos correspondentes, publicados pela Fundação SM em parceria com a Organização dos
Estados Ibero-americanos (OEI).
Clique na alternativa que considerar correta.
Gestão da sala de aula A gestão de sala de aula refere-se às ações desenvolvidas pelos professores para criar as condições
adequadas ao ensino e à aprendizagem. Esse conceito abarca desde temas cotidianos como a necessidade da
lição de casa até a importância do planejamento escolar. Além
desses aspectos, trataremos também dos tempos escolares, da
organização do dia a dia e das formas de agrupamentos. Na
gestão da sala de aula o professor deve ter a percepção da
melhor organização de espaço, de tempo e da atividade a ser
desenvolvida, visando as melhores formas de aprendizagem
para aquele conteúdo e para aquela turma. Com isso, otimiza as
aprendizagens individuais ou em grupos.
O segundo tema deste módulo diz respeito à organização de
situações de aprendizagem, as “modalidades organizativas”,
estratégias fundamentais à ação pedagógica comprometida com
a construção de saberes significativos.
Há ainda outros temas que dizem respeito à gestão da sala de aula, mas serão abordados em outros módulos
do curso: Competências e Habilidades; Avaliação; Inclusão e Sistema de Ensino.
Sala de aula, que espaço é esse? Na sua opinião, como deve ser a sala de aula ideal?
Observe as fotos de salas de aula e reflita sobre as semelhanças e diferenças que essas salas têm com a
escola que você considera ideal.
Para você, qual é a definição de sala de aula?
A sala de aula concretiza e centraliza a organização da prática pedagógica. Neste binômio, o mais
importante é a ideia de aula, pois o espaço “sala” pode ter diferentes configurações e características físicas,
pode inclusive acontecer a aula fora de uma sala convencional.
A sala de aula é um espaço no qual professor e alunos constroem e reconstroem uma „cultura de sala‟ a
partir de uma „cultura escolar‟ (Collins & Green,1992).
Sala tradicional vazia.
Espaço alternativo para a educação infantil
Jovens em aula de informática em escola do Estado de São Paulo.
(clique sobre a imagem para ampliar)
Planejamento Planejamento é uma palavra que faz parte da vida cotidiana. Planejamos as férias, uma viagem, uma
reforma, uma festa e até mesmo o fim de semana.
Na escola, o planejamento é um processo permanente que implica estudo e
reflexão, trabalho coletivo, conhecimento do contexto escolar e tem por
objetivo principal a construção de uma realidade, a realização de uma ação
num futuro próximo.
O documento que consolida essa construção coletiva pode ter vários nomes:
planejamento pedagógico, proposta pedagógica, projeto político-pedagógico,
projeto pedagógico ou plano da escola. Esse documento orienta o trabalho de
todos os envolvidos no processo educativo/pedagógico/escolar. Você,
professor(a) ingressante, precisa conhecer o planejamento anual, da escola e
da disciplina, para se interar das principais propostas da equipe da sua escola.
Esperamos que, em breve, você também faça parte da elaboração desse
documento.
Um plano de trabalho anual baseia-se no projeto pedagógico e nas orientações
curriculares da Secretaria da Educação e deve estar de acordo com as necessidades de
aprendizagem dos alunos da instituição.
Converse com os professores e/ou com o coordenador pedagógico de sua escola sobre o planejamento anual
de sua disciplina. Busque informações sobre a elaboração desse plano: quem participou, quais são as metas,
qual sua periodicidade etc.
Planejamento Você já observou como as pessoas reclamam da falta de tempo ou de como o tempo tem passado rápido
demais?
O tempo é uma dimensão significativa da experiência escolar, pois revela sua estruturação específica e a
valorização diferenciada das atividades pedagógicas. Há várias questões sobre o tempo escolar, algumas
definidas na legislação e outras a serem definidas pela própria unidade escolar.
Clique no botão abaixo para ler um texto sobre o assunto.
Ampliando: Clique aqui e leia o texto “Por que o tempo parece acelerar?” de
Airton Luiz Mendonça.
A Organização Tempo/Espaço no Cotidiano da Sala de Aula
Evelise Maria Labatut Portilho
Liliamar Hoça
O ensino organizado em ciclos pressupõe modificações no tempo/espaço escolar em função do processo de
aprendizagem dos alunos. Este trabalho analisa os procedimentos utilizados pelos educadores em escolas
organizadas em ciclos, com relação à integração tempo/espaço e aprendizagem no cotidiano da sala de aula.
É uma pesquisa de abordagem qualitativa, na qual se realizaram entrevistas com 11 profissionais, sendo
quatro pedagogas e sete professoras da 1ª etapa do Ciclo I, de duas escolas públicas da cidade de
Curitiba.Foi possível observar que os procedimentos utilizados pelos educadores, tanto em sala de aula
como fora dela, são atividades pontuais e partem das dificuldades que as professoras observam em relação
ao processo de aprendizagem dos alunos. As colocações realizadas pelas profissionais e a literatura
consultada demonstram que as discussões sobre a concepção de ciclo e a questão do tempo/espaço escolar
como período de formação e a aprendizagem necessitam ser retomadas para que se alcance o objetivo da
formação integral dos alunos.
Trabalho apresentado na ANPED SUL em Itajaí, junho/2008, disponível em:
http://www.metacognicao.com.br/textos/elementos%20tempo%20espaco.pdf .
A importância da rotina para a aprendizagem O trabalho do professor deve apoiar-se em algumas ações de extrema relevância para a
condução de suas aulas. Começando, é claro, pelo planejamento, mas não o planejamento
anual, aquele documento escolar, e sim o plano de aula, que o ajudará a perceber as melhores
escolhas didáticas para desenvolvimento da aprendizagem. Ao elaborar seu plano de aulas,
leve em consideração os seguintes aspectos. Clique em Saiba Mais para ler o artigo de
Fernando José de Almeida.
Clique aqui para ver as instruções do exercício.
Retome o excerto do texto já lido: “Eles (os gregos) distinguiam dois tipos de tempo: o cronos e o cairós. O primeiro é o tempo efetivamente medido, aquele do relógio e da rotina. O segundo é o tempo vivido, que, diferentemente do cronos, não se mede pelo tamanho, mas pela intensidade” (Fernando José de Almeida, Na escola tudo tem seu tempo) O plano de aula elaborado pelo professor é um recurso em que cronos e cairós estão presentes. Para você, como esse plano, que se coloca no tempo, mas que também busca intensidade no fazer pedagógico, pode ser desenvolvido em sala de aula, tomando como certas as diferenças que existem entre os alunos e a forma como aprendem?
O que a lição de casa significa para você? Você se lembra de como era sua relação com a lição de casa, quando era estudante do Ensino Fundamental?
E do Médio? Ao longo da sua escolaridade, essa relação sofreu alterações?
E hoje? O que você observa sobre a maneira como a lição de casa é vista por alunos, pais e professores?
Associe as duas colunas para ver como muitos alunos veem a lição de casa.
Associe e numere os itens apresentados na segunda coluna de acordo com a primeira coluna. Ao final clique
em Conferir.
A lição de casa é uma proposta pedagógica A lição de casa deve ser entendida como uma proposta pedagógica e, portanto, deve fazer parte da rotina e
do contrato didático. Os objetivos da lição de casa, bem como os compromissos de professores e alunos,
devem ser explicitados por e para ambas as partes. Além disso, a família também tem papel fundamental na
realização da lição de casa, por isso, precisa ser bem orientada.
E a parte da família?
Como os professores, a família também tem muitas dúvidas em como orientar os alunos na hora do dever de
casa.
É comum familiares perguntarem a professores e coordenadores pedagógicos:
É para ajudar?
Posso corrigir?
Posso ensinar?
Quando eu quero ensinar ele diz que eu não sei.
O que devo fazer? Devo obrigá-lo a fazer?
Posso deixar de castigo?
Será que não é muita/pouca lição?
Cabe ao professor orientar a família quanto à melhor forma de proceder na colaboração da lição de casa.
Para tanto, ele precisa estar seguro dos objetivos que pretende atingir e do papel da lição de casa no processo
de aprendizagem. A família é responsável por prover ambiente propício à execução da lição de casa, e esta
deve ser dimensionada de maneira que o aluno possa executá-la sozinho.
O que a lição de casa significa para os alunos? Você faz ideia de como os alunos se relacionam com a lição de casa e quais são suas principais queixas em
relação a essa estratégia pedagógica?
Observe que Calvin (na tira), em sua ingênua malandragem, se julga esperto ao “matar” uma pegadinha da
lição de casa. Para ele, nas lições há sempre uma tentativa da professora de ludibriá-lo.
Será que nossos alunos também pensam que, em algumas lições de casa, os professores têm por objetivo
penalizá-los?
Ou ainda, a lição é para o aluno ou para o pai realizar?
Pense rápido
Clique na alternativa que considerar correta e clique em Conferir.
Os desafios do trabalho em grupo
Na sua vida de estudante, certamente, você viveu situações de trabalho em grupo. Algumas, foram
produtivas e possibilitaram aprendizagens, outras talvez tenham sido frustrantes. Hoje, o que você pensa
sobre o trabalho em grupo? Quais são suas ideias a respeito dessa prática pedagógica tão utilizada?
Clique no botão abaixo e leia o texto de Luis Carlos de Menezes.
PARA REFLETIR Converse com estudantes do convívio pessoal (familiares, vizinhos, filhos de amigos, colegas dos seus
filhos) a respeito de trabalhos escolares feitos em grupo, dentro ou fora da escola. Observe o que eles
contam sobre:
O que faz o trabalho em grupo dar certo? (características que possibilitam o sucesso da empreitada)
Quais são os problemas em torno da realização do trabalho em grupo? (o que dificulta, atrapalha,
impede o bom aproveitamento por parte de todos?)
10 dicas sobre trabalho em grupo O trabalho em grupo deve ser proposto como um diferencial na dinâmica de aula, pois esse recurso é
extremamente eficiente para ajudar o aluno a desenvolver competências sociais. Para tanto, é necessário que
o professor fique atento às diversas situações que a proposta pode gerar, uma vez que o trabalho em grupo,
quando mal planejado, pode se tornar uma fonte de frustrações para todos os envolvidos.
Dica 1
Montagem dos grupos O professor deve escolher os grupos de trabalho com critérios bastante relevantes, não deve se
utilizar apenas de sorteios ou se pautar em afinidades, e sim, estar atento à produtividade do grupo
como um todo. Caso ele tenha evidências de que o grupo não esteja produzindo com qualidade e
distribuindo tarefas, é seu papel mediar novas configurações para o grupo.
Dica 2
Plano de trabalho/distribuição de tarefas Antes de propor um trabalho em grupo, o professor deve ter muita clareza em relação aos seus
objetivos. Deve organizar um roteiro e apresentá-lo aos alunos, para que os grupos possam distribuir
as tarefas. Deve também deixar claro que o trabalho em grupo não significa reunir um “amontoado
de trabalhos individuais”, onde cada um faz um “pedacinho”. É importante garantir que a coleta de
informações seja compartilhada, reelaborada coletivamente e definida da mesma forma.
Dica 3
Elaboração dos critérios avaliativos O professor deve apresentar aos alunos os critérios de avaliação de cada etapa do trabalho e dos
encontros do grupo. Assim, os alunos saberão os parâmetros pelos quais serão avaliados, tanto por
seus colegas como pelo professor.
Dica 4
Compartilhamento dos critérios avaliativos É necessário considerar, no tempo de trabalho, um período para que o grupo pare e analise a
participação de cada componente. A partir dessa análise, é possível aos componentes sugerir
alterações em sua atuação.
Dica 5
Criação de critérios pelo grupo de trabalho Uma proposta interessante é deixar que o próprio grupo acrescente seus critérios na ficha de
avaliação; assim, o professor pode verificar a percepção dos alunos sobre o trabalho que realizaram.
É comum os alunos serem muito rigorosos entre si, por isso, o professor deve fazer a mediação e
analisar a relevância dos critérios sugeridos.
Dica 6
Seleção de informação, articulação, desenvolvimento e
conclusão O professor deve sempre fazer uma pesquisa sobre a temática proposta aos alunos a fim de indicar
fontes (livros, sites, instituições etc.) no plano de trabalho. Também deve acompanhar como os
alunos estão realizando a coleta de dados, como estão selecionando as informações e articulando-as à
questão principal do roteiro. Tal acompanhamento trará, ao professor, evidências sobre os caminhos
escolhidos pelo grupo.
Dica 7
Formas de apresentação Os alunos deverão receber as orientações sobre como apresentar o trabalho. É necessário que o aluno
tenha liberdade para escolher pelo menos entre duas formas de apresentação.
Dica 8
Critérios de apresentação Os critérios de avaliação da apresentação, oral e/ou escrita, devem ser esclarecidos aos alunos, para
que eles possam se preparar e saber como serão avaliados. A clareza em relação aos critérios orienta
os procedimentos a serem desenvolvidos pelos alunos, auxilia-os no desempenho e facilita a
autoavaliação.
Dica 9
Análise dos trabalhos apresentados A apresentação de trabalhos em grupo pode ser enriquecida pela avaliação dos alunos que assistem à
apresentação dos colegas. Após observar outro grupo, o aluno pode ser convidado a descrever e
analisar o desempenho dos colegas e a sugerir diferentes procedimentos. O objetivo dessa avaliação
compartilhada é o aprimoramento do trabalho de todos; o professor pode, inclusive, incorporar as
sugestões à avaliação dos demais grupos.
Dica 10
Reflexão coletiva A conclusão, o fechamento de uma proposta de trabalho em grupo só acontece quando o professor
faz a devolutiva ao grupo, retomando o processo pautado no roteiro de trabalho e nos critérios de
avaliação. Esta devolutiva pode ser feita na presença de todos os alunos, para que a turma aproveite
os comentários do professor. O grupo precisa receber um retrato de sua evolução frente ao desafio
proposto no trabalho. Ao término de todas as apresentações, o professor pode convidar os alunos
para uma reflexão sobre os avanços do grupo-classe após a realização da proposta.
Modalidades organizativas PARA REFLETIR
Qual é o humor ou a crítica do cartum, ao lado?
Que prática pedagógica você reconhece na cena?
Quais são os interesses da professora? E do grupo de alunos?
O que eles têm em comum?
Outro grande desafio da gestão da sala de aula é a criação de um
ambiente que propicie aprendizagens significativas. Nesse sentido, o
professor deve contar com um conjunto de ações didáticas que,
articuladas aos objetivos, possibilitam um ambiente rico e
desafiador.
Atividades como observação, experimentação, entrevista, visitas
com roteiro, trabalho em grupo, seminário, exposição oral, painel e
outras são estratégias que podem tornar a aula mais dinâmica e
produtiva, auxiliando o professor na difícil tarefa de atrair e manter
o interesse dos alunos.
A charge acima mostra que as formas tradicionais de ensino nem sempre são as melhores.
(clique sobre a imagem para ampliar)
Dentre as diversas atividades, chamamos a atenção para as modalidades organizativas da aprendizagem.
Situações de aprendizagem ou modalidades organizativas "O quebra-cabeça das modalidades organizativas". Integrar atividades permanentes, sequências didáticas e
projetos de ensino requer planejamento e conhecimento claro dos conteúdos.
Leia o texto a seguir e, nas lacunas apresentadas, clique em Escolha uma alternativa e selecione o termo
que completará adequadamente o texto. Observe que a atividade está dividida em duas etapas. Ao final,
clique em Conferir.
Ampliando
“Gestão do tempo, apresentação dos conteúdos e organização das
atividades”
Trecho retirado do artigo “É possível ler na escola”, de D. Lerner, publicado originalmente na revista
Lectura y Vida, ano 17, nº 1, Buenos Aires, mar. 1996. Tradução para o português de Daniel Revah, Maíra
Libertad Soligo Takemoto, Rosangela Moreira Veliago e Suzana Mesquita Moreira. Revisão de Heloisa
Cerri Ramos.
Por que pedagogia de projetos? PARA REFLETIR
O jovem olha para o papel, para a lousa, para o professor e não se sente conectado ao universo escolar. O
resultado? Desinteresse. Esse foi o maior motivo de abandono dos bancos escolares segundo a pesquisa
„Motivos da evasão escolar‟, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada em abril de 2009.
A falta de interesse representou 40,3% das justificativas dadas pelos
jovens, entre 15 e 17 anos, para deixar de lado os estudos, ficando à frente
até mesmo da necessidade de trabalhar para ajudar a família (que foi de
27,1%). O estudo cruzou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) de 2004 a 2006, além de mencionar também
informações da Pesquisa Mensal do Emprego. (BONINO, R. “Escola,
uma questão de desejo?” In: revista Educação. São Paulo, ano 12, n. 146,
jun. 2009. p. 49.)
Surge, assim, a urgência de ressignificar o espaço escolar com seus
tempos, rituais, rotinas e processos, de modo que ele possa, efetivamente,
voltar-se para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, críticos, atuantes e
participativos, indispensáveis para a sociedade atual.
Por que pedagogia de projetos? A Pedagogia de Projetos visa à ressignificação do espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de
interações, aberto a múltiplas dimensões. O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para
entendermos o processo de ensino e de aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de
memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos. Nessa postura, todo conhecimento é
construído em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar
os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. A formação dos alunos não pode ser
pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer e intervir
no contexto não se encontram dissociados. "Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando
atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só
pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela
ação desencadeada."
Pedagogia de Projetos
Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de
construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva,
apenas um “aprendiz do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está
desenvolvendo uma atividade complexa e que nesse processo está se apropriando, ao mesmo tempo, de um
determinado objeto de conhecimento cultural e se formando como sujeito cultural” (Leite, 2007). Isso
significa que é impossível homogeneizar os alunos, é impossível desconsiderar sua história de vida, seus
modos de viver, suas experiências culturais, e dar um caráter de neutralidade aos conteúdos, desvinculando-
os do contexto sócio-histórico que os gestou.
Por que pedagogia de projetos? Abrantes (1995:62) aponta algumas características fundamentais do trabalho com projetos:
Por que pedagogia de projetos?
Quais são as condições que por si só não definem o que é um projeto? Antes de acessar as explicações,
reflita sobre cada um dos momentos listados a seguir.
Depois, clique nos itens para acessar o texto.
Encerrando o módulo
Lembre-se
Somos muitos professores no mundo: 50 milhões. Somos organizados e alguma coisa podemos fazer para
mudar a ordem das coisas. Segundo a Unesco, a profissão de professor é uma das mais fortemente
organizadas do mundo e as organizações de professores podem desempenhar e desempenham um papel
muito influente em vários domínios. A maior parte dos cerca de 50 milhões de professores que há no mundo
estão sindicalizados ou julgam-se representados por sindicatos. (Moacir Gadoti, no livro “Boniteza de um
sonho”.)
Referências bibliográficas ALMEIDA, F. J. de Na escola, tudo tem seu tempo. In: revista Nova Escola. São Paulo, ano XXIV,
n. 223, p.112-113, jun/jul. 2009.
BONINO, R. Escola, uma questão de desejo? In: revista Educação. São Paulo, ano 12, n. 146, jun.
2009. p. 49.
CARNEIRO, M. A. (Coord. Editorial Nilson José Machado) A escola sem paredes. São Paulo:
Escrituras Editora, 2002.
COLLINS, Elaine & GREEN, Judith (1992). Learning in classroom settings: making or breaking a
culture. In H. Marshall (ed.), Redefining Learnig: Roots of Educational Restructuring. Norwood:
NJ: Ablex, pp. 59-85.
GADOTTI, M. Boniteza de um sonho ensinar e aprender com sentidos. Campinas. Papirus, 1992.
IDEA. Instituto de Evaluación y Asesoramiento Educativo (Grupo SM, Espanha). A formação e a
iniciação profissional do professor e as implicações sobre a qualidade do ensino. Consultoria Profª
Dra. Gisela Wajsko. São Paulo: Edições SM, 2009, p. 22.
IDEA. Instituto de Evaluación y Asesoramiento Educativo (Grupo SM, Espanha). A Qualidade da
Educação sob Olhar dos Professores. Seminário de Educação para a Cidadania. Consultoria Maria
Malta Campos (Fundação Carlos Chagas) com a colaboração de Miriam Bizzocchi. São Paulo, 25 de
setembro de 2008.
MENDONÇA, A. L. Por que o tempo parece acelerar? Disponível em:
http://www.tribunadopovo.com/index.php?conteudo=noticias&id=723. Último acesso: 23/08/2010.
MENEZES, L. C. de. O aprendizado do trabalho em grupo. Revista Nova Escola Edição 222, maio
de 2009. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-
avaliacao/interacoes/aprendizado-trabalho-grupo-451879.shtml. Acesso em: 23/08/2010.
Portal Ensinando. Pedagogia de Projetos: interação no processo ensino-aprendizagem. Disponível
em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/5689/pedagogia-de-projetos-interacao-no-
processo-ensino-aprendizagem. Acesso em: 23/08/2010.
PORTOLHO, Evelise Maria Labatut e HOÇA, Liliamar. A Organização Tempo/Espaço no
Cotidiano da Sala de Aula. Trabalho apresentado na ANPED SUL em Itajaí, junho/2008. Disponível
em: http://www.metacognicao.com.br/textos/elementos%20tempo%20espaco.pdf.
RESENDE, T. F. Dever de casa: Questões em torno de um consenso. Disponível em:
http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-2625--Int.pdf. Acesso em:
23/08/2010.
SANTOMAURO, B. Com reportagem de Bianca Bibiano. Planejamento e financiamento - Edição
228, p. 34 XXIV - Ano | Dezembro 2009. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/politicas-
publicas/planejamento-e-financiamento/governo-federal-investe-mais-educacao-amplia-
escolaridade-obrigatoria-dru-pre-escola-ensino-medio-517615.shtml. Acesso em: 23/08/2010.
TARDIF, M.; LESSARD, C. A escola como organização do trabalho docente, in: O trabalho
docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas; tradução de
João Batista Kreuch. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009, p. 75-76.