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o dia 6 de dezembro, a Ema-ter-MG comemora 58 anos.

E motivos não faltam para asfestividades.As restruturaçõesinternas, alinhadas ao Choquede Gestão do Governo estadual,e o desenvolvimento de diver-sos programas trouxeram maisbenefícios para a sociedade e me-lhoria do bem-estar das famíliasmineiras. Além disso, houveconquistas significativas tam-bém para os profissionais da Em-presa, como a recuperação sala-

A alegria tomou conta da Emater-MG, em setembro, com a conquista do Prêmio Melhores do Agronegócio, da Revista GloboRural. A Empresa foi escolhida a melhor do Brasil no setor de desenvolvimento agropecuário.O presidente da Emater-MG, José

Silva, recebeu o prêmio em São Paulo, no dia 18 de setembro, acompanhado pelos diretores administrativo e financeiro,Vicente José Gamarano; Técnico, Roberval Juarês de Andrade; e de Promoção e Articulação Institucional, Fernando José Mendes

Aguiar, além de gerentes e técnicos de várias unidades da Empresa. Mais informações na página 3.

MUITOS MOTIVOS PARA COMEMORAR

• Presença em 786 municí-pios de Minas Gerais

• 438.000 produtoresatendidos (recorde na ex-tensão rural)

• 320 Planos Municipaisde Desenvolvimento Ru-ral Sustentável em execu-ção

• 2.670 Programas Comu-nitários de Desenvolvi-mento Rural Sustentávelem 11.043 comunidadesrurais

• 183.341 produtores ru-rais com assistência téc-nica em práticas de pre-servação, conservação ereabilitação ambiental

• 7.763 famílias atendidas,em 120 assentamentos deReforma Agrária

• 480.553 famílias benefi-ciadas pelo Minas SemFome

SUCESSO EMNÚMEROS

Horta do Minas Sem Fomeajuda na recuperação dedependentes químicos.Página 4

Revitalização do Rio SãoFrancisco empolgaprodutores e supera metas.Página 12

Ação extensionista mudavida de casal deagricultores em BoaEsperança, no Sul.Página 14

Papel de destaque noPrograma de Combate àPobreza Rural.Página 20

Projeto Agricultura Urbana, que integra o Programa Estruturador Minas Sem fome. É uma alternativade produção agrícola com qualidade e bases sustentáveis, direcionada às famílias de baixa renda doscentros urbanos, às entidades como escolas públicas, creches e asilos. Tem o objetivo de contribuir nocombate à fome, na promoção da inclusão social, na geração de renda mediante a comercialização doexcedente e na segurança alimentar.

Livro Emater-MG – Minas Faz História. “É um relato sobre a história da Emater-MG e de como suaatuação mudou a vida das comunidades em Minas Gerais, contribuindo para o desenvolvimento ruralsustentável”, define Flávio Antônio, gerente da Divisão de Recursos Financeiros, coordenador e pro-dutor editorial do livro, juntamente com o jornalista Harildo Norberto Ferreira. Flávio diz que além de seruma homenagem aos técnicos do campo, que escreveram os causos de sucesso, a publicação tambémpermitirá a transmissão de conhecimento por toda a Empresa e a divulgação do trabalho da Emater-MG.

rial, investimento na Ceres (pla-no de previdência complementar)e a implantação do Programa In-tegrado de Melhoria (PIM). Portudo isso, neste ano, comemora-mos os resultados e a vitória daconsolidação como a melhor em-presa de Assistência Técnica eExtensão Rural na promoção dodesenvolvimento sustentável. Eainda celebramos, pela primeiravez, o Dia Nacional do Extensio-nista Rural, criado em 2005, poriniciativa da Associação Brasileira

das Entidades Estaduais de As-sistência Técnica e Extensão Ru-ral (Asbraer).

O aniversário da Emater-MG éum importante momento de con-fraternização, quando temos aoportunidade de homenagear osprofissionais da empresa e todosaqueles que contribuem para osucesso da extensão rural. As co-memorações acontecem nos dias4 e 5 de dezembro, com muitasnovidades e dois importanteslançamentos:

2 Dezembro de 2006

A equipe de profissionais daEmater-MG tem trabalhadocom empenho e dedicaçãopelo desenvolvimento ruralsustentável e melhoria da qua-lidade de vida dos mineiros emineiras. Com criatividade eempreendedorismo, estamos, acada dia, qualificando os ser-viços prestados pela Empresa,contribuindo para tornar Minasainda melhor e nos consolidan-do como a melhor empresa deAssistência Técnica e Exten-são Rural na promoção do de-senvolvimento sustentável.

Ser eleita a melhor empresado Brasil no setor de desen-volvimento agropecuário foiuma grande vitória da nossaEmpresa e de cada um dos pro-fissionais que aqui trabalham.É o reflexo do reconhecimentoda sociedade da qualidade, efi-

VALORIZAÇÃO DE PESSOASciência e importância do traba-lho por nós desenvolvido.

Tornar a Emater-MG umadas melhores empresas paratrabalhar é outro desafio, porisso investimos na valorizaçãodos nossos profissionais. Re-centemente, criamos o ProjetoIntegração que, por meio devárias ações, busca conscien-tizar os profissionais sobre aimportância de cada um para aconquista dos bons resulta-dos da Empresa. Uma destasações é este jornal, o Ematerem Ação, uma publicação tri-mestral que divulgará os pro-jetos, as ações e os resultadosda Empresa, sempre com foconos profissionais que atuamnas conquistas da Emater-MG.

Círlei de Lourdes da Silvei-ra Pereira é Bem-estar Socialem Santa Vitória, Uregi Uber-lândia. Na Empresa há 40anos, ela iniciou as ativida-des na área administrativa,em 1966, no município deItuiutaba, também no Triân-gulo Mineiro. Em 1972, pas-sou dois meses em treina-mento em Viçosa (Zona daMata), quando, então, assu-miu as atividades de BES, pri-meiramente em Santa Vitóriae depois em Gurinhatã, ondeatuou até 1988. Em 1999, vol-tou para Santa Vitória. A co-lega confessa ser apaixona-da pela Extensão Rural e aalegria em ser extensionista,conquistou toda a família, quesempre a apoiou.

Emater em Ação: O que háde melhor na profissão de ex-tensionista?

Círlei: Viver em contato

Uma paixão de 40 anoscom as famílias rurais, tra-balhando pela melhoria davida das pessoas, quer sejacomo extensionista oumesmo como uma amiga, jáque algumas vezes deixa-mos de ser técnicos parasermos ouvintes. É muitogratificante ver as pesso-as crescendo e melhoran-do.

Emater em Ação: Comoestá a Emater-MG hoje, nasua opinião?

Círlei: A Empresa estápassando por muitas mu-danças e um grande cres-cimento. Nosso trabalhohoje é mais reconhecido evalorizado pela sociedade.Temos mais credibilidade.Costumo dizer que a Ema-ter-MG estava na UTI eagora está melhor, maisatuante e dinâmica.

Emater em Ação: Qual amensagem para os novosextensionistas?

Círlei: A minha trajetó-ria na Empresa foi muitoboa, pois sempre encontreipessoas que acreditaramno meu trabalho e me apoi-aram. Se eu pudesse reco-meçar minha carreira serianovamente como extensi-onista, então, para os no-vos colegas posso dizerque, independentementedo tempo que permanece-rem na Emater, façam o tra-balho com amor.

EDITORIAL

José Silva SoaresPresidente

Uma publicação da Empresa deAssistência Técnica e Extensão Ruraldo Estado de Minas Gerais, vinculadaà Secretaria de Estado de Agricultura,Pecuária e Abastecimento

Governador do Estado de MinasGeraisAécio Neves da Cunha

Secretário de Estado da Agricultura,Pecuária e AbastecimentoMarco AntonioRodrigues da Cunha

Diretoria Executiva da EMATER–MG

Presidente: José Silva Soares

Jornal Emater em AçãoDiretor Administrativo e Financeiro:Vicente José Gamarano

Diretor de Promoção e Articulação Institucional:Fernando José Aguiar Mendes

Diretor Técnico:Roberval Juarês de Andrade

Gerente da Assessoria deComunicação: Denize Alves

Edição: Miriam Fernandes

Repórteres:Ângela BarbosaEdna Souza

Giordanna MeirellesHarildo FerreiraTerezinha Leite

Revisão: Lizete Dias

Projeto Gráfico e diagramação:Cezar Hemétrio

Fotografias:Alexandre Souza Soares e ArquivoEmater-MG

Impressão:Santa Clara Editora Produção de LivrosLtda.

Tiragem: 5 mil exemplares

Emater-MGAvenida Raja Gabáglia 1626 – BairroLuxemburgo – Belo Horizonte – MG- CEP 30350-540 – (31) 3349-8241www.emater.mg.gov.brjornal@emater.mg.gov.br

Conscientizar os empregados sobre a importância de cada umpara a conquista dos bons resultados da Empresa é o objetivo doProjeto Integração, do qual faz parte o jornal Emater em Ação. Apublicação, de circulação trimestral, traz notícias de todos os pólose dos departamentos da Unidade Central, além de informações ins-titucionais da Emater-MG.

Outra ação do projeto é o Raio-X, que está promovendo encon-tros quinzenais no Auditório da Unidade Central, onde cada depar-tamento apresenta seus profissionais, papéis estratégicos e servi-ços prestados. A primeira apresentação foi do Departamento de Ad-ministração, no dia 13 de novembro, quando os colegas puderamtambém mostrar seus talentos, num animado show musical.

O Projeto Integração faz parte do Programa Estruturador de Valo-rização de Pessoas, voltado para o desenvolvimento profissional epessoal dos profissionais da Emater-MG, em processos de constru-ção coletiva fundamentados na participação e responsabilidade.

Projeto Integração

Círlei: trabalho reconhecido

Giordanna Meirelles

3Dezembro de 2006

A Empresa de AssistênciaTécnica e Extensão Rural doEstado de Minas Gerais (Ema-ter-MG) foi escolhida a melhorempresa do país no setor deDesenvolvimento Agropecuá-rio, pelo Anuário do Agrone-gócio, edição 2006, da revistaGlobo Rural.

“É uma vitória de todos. Esseprêmio representa o trabalho daequipe da Emater-MG. É umaprova de que é possível parauma empresa pública ser bem-sucedida na utilização de mo-dernas ferramentas de gestão,no mesmo nível das grandesempresas privadas”, afirmou opresidente da Emater-MG, JoséSilva.

Novo foco de atuação

O presidente da Emater-MG,que também dirige a Associa-ção Brasileira das EntidadesEstaduais de Assistência Téc-nica e Extensão Rural (Asbra-er), ressaltou a valorização dotrabalho conjunto e das parce-rias para o fortalecimento daagricultura familiar.

“A proposta foi que passás-semos a levar o benefício dire-tamente às pessoas. Dessa ma-neira, o produto deixou de sera finalidade das ações e pas-sou a ser o meio para melhorar

E MATER–MG AMELHOR DO PAÍS

a qualidade de vida das pes-soas”, disse José Silva. Ele des-tacou, ainda, os quatro pilaresque elegeu para a condução daempresa desde que assumiu em2003: choque de gestão, pro-fissionalização, investimentosem pessoas e parcerias. A Ema-ter-MG está presente em 784municípios do Estado de Mi-nas Gerais (mais de 92% do to-tal) e atende a 438 mil agricul-tores em todo o Estado.

Segundo José Silva, um am-plo esforço vem sendo realiza-do, em todas as áreas da em-presa, para a adoção plena deferramentas gerenciais moder-nas, ainda pouco comuns nosetor público. Com isso, alémde economia, a empresa ganhatambém em agilidade. Umexemplo é o pregão eletrônico(pela Internet) para as comprasde bens e serviços, que já re-presenta economia média de25% em relação ao sistemaconvencional de licitação.

As campeãs em cada setordo Prêmio Melhores do Agro-negócio foram selecionadascom base na somatória de pon-tos em oito critérios estabele-cidos pela revista Globo Rural,em parceria com a Serasa (em-presa de análise e gerencia-mento de crédito).

José Silva, em audiência com o vice-governador eleito e secretário de Planejamento eGestão, professor Antônio Anastasia, aproveitou para agradecer o apoio e

compartilhar o prêmio recebido pela Emater-MG

Desafios e conquistas

A Emater-MG vive um novotempo na extensão rural, comfoco nas pessoas e no desen-volvimento sustentável, comoforma de promover a inclusãosocial, a redução das desigual-dades sociais e a melhoria daqualidade de vida em MinasGerais. Defensor de uma exten-são rural cada vez mais partici-pativa, que estimule os agricul-tores e as comunidades a seunirem na criação de projetosde desenvolvimento e formu-lação de políticas públicas,José Silva Soares, presidenteda Emater-MG, conta um pou-co da sua experiência nessesquatros anos à frente da Em-presa:

Jornal - Quaisforam os maioresdesafios destesquatro anos degestão?

José Silva – Omaior desafio foi li-derar uma empresapública utilizando eadaptando ferra-mentas modernas da iniciativaprivada, que implantamos apartir do choque de gestão, al-cançando como resultado umamudança de cultura, para umaempresa mais ágil, mais trans-parente, mais eficaz e competi-tiva, tendo como foco as pes-soas e os benefícios para a so-ciedade.

Jornal – Há alguma con-quista que o senhor consideremais especial?

José Silva – Sim, foi fazer daEmater-MG, em uma granderede de trabalho, de solidarie-dade, de parcerias, com a par-ticipação decisiva de todos osfuncionários, a melhor empre-sa do Brasil em desenvolvi-mento agropecuário. E foi es-pecial porque quebrou o para-digma da impossibilidade de secompetir com a iniciativa pri-vada. Das 30 melhores empre-sas brasileiras do agronegócio,uma em cada segmento, a Ema-

Presidente da Emater-MG comemora e divide o sucessocom parceiros e profissionais da empresa

ter-MG foi a única empresa pú-blica a conquistar o primeirolugar, o que se deve, como eudisse, ao engajamento de to-dos os seus funcionários, coma liderança do governador Aé-cio Neves, que levou o Estadoa ser mais eficaz, provocador emotivador do desenvolvimen-to em Minas Gerais.

Jornal – Quais os próximosdesafios da Emater-MG?

José Silva – Um deles é, semdúvida, manter-se no topo quealcançamos. Para isso, é preci-so continuar cada vez mais in-vestindo em pessoas, tanto in-ternamente quanto externamen-te, garantir os avanços até aquiconquistados, crescer mais e se

consolidar, a cadadia, como um em-presa de desenvol-vimento sustentá-vel, de desenvolvi-mento social, volta-da para a promoçãoda qualidade devida, alcançandosempre maior eqüi-

dade entre pessoas e regiõesdo Estado.

Jornal - Como o senhor ava-lia a extensão rural no Brasil,hoje?

José Silva - A extensão ruralbrasileira vive um momentomuito especial, de avançosconcretos e reflexões madurassobre os seus rumos. Uma con-quista importante é que hoje asociedade vê a extensão ruralcom a certeza de que não é pos-sível implementar políticas pú-blicas para o desenvolvimentolocal, regional, para a inclusãosocial, sem contar com os seusserviços. A extensão rural estápresente em mais de 4.300 mu-nicípios brasileiros, e esta redeé, sem dúvida, uma das princi-pais ferramentas para os bonsresultados dessas políticas pú-blicas de combate às desigual-dades sociais e à exclusão, queestão entre os maiores desafi-os da sociedade brasileira.

“É precisocontinuar

cada vez maisinvestindo em

pessoas”

4 Dezembro de 2006

Dependentes químicos daFazenda Sociedade Vida e Re-nascer, em Conceição do Pará,no Centro-Oeste mineiro, con-tam com importantes ferramen-tas na terapia de recuperaçãoe na segurança alimentar dogrupo, graças à parceria com oescritório local da Emater-MG.A ação começou em 2005, coma doação de pintainhas e insu-mos e o início das lavouras demilho, do Programa Minas SemFome. Atualmente estão ematividades os projetos de hor-ta e de aves de postura.

Os internos trabalham nashortas que produzem legumese verduras, utilizados nas re-feições que eles mesmos pre-param. As aves de posturatambém contribuem com a pro-dução de ovos, utilizados nafabricação de pães e quitandasque são consumidos pelos in-ternos. A instituição abrigacerca de 80 dependentes, emregime de internato, num pra-

zo mínimo de nove meses.“Tempo de gestação de umavida humana”, explica a dire-tora Maria Vera Cançado Sil-va. Segundo ela, esse é o tem-po mínimo para livrar uma pes-soa do uso de drogas.

EM CONCEIÇÃO DO PARÁ, LUTACONTRA A DEPENDÊNCIA QUÍMICAParceria com entidade de recuperação dá oportunidade de trabalho e melhora alimentação dos internos

TEREZINHA LEITE

Esaú (camisa vermelha e crachá) junto aos internos que cuidam da horta

A recuperação dos depen-dentes químicos exige ativida-des diversas, num processobatizado de laboraterapia.“Para treiná-los a lidar com ashortas e a criação de galinhas,organizamos vários cursos de

capacitação em hortas e cria-ção de aves”, conta o extensi-onista Esaú Gonçalves Neto.Para a diretora Vera, o trabalhoé considerado positivo e fun-damental no tratamento. “Elessão conscientizados da impor-tância do trabalho. Aquelesque nunca exerceram nenhumaatividade aprendem a fazer”,enfatiza.

Além do trabalho, o trata-mento se vale da espiritualida-de e dos preceitos dos Alcoó-licos Anônimos (AA). Tudocom muita disciplina, segundoVera. Sobre a produção dashortas, a diretora admite queapós o convênio com a Ema-ter-MG, a alimentação ofereci-da aos internos ganhou emqualidade. É que por ser umaentidade filantrópica, sem finslucrativos, a fazenda enfrentadificuldades, pois vive basica-mente de doações e das con-tribuições de alguns internos.“Apenas aqueles com familia-res que têm alguns recursoscontribuem”, revela.

O trabalho do escritório lo-cal da Emater-MG de São Brásdo Suaçuí com agricultores fa-miliares do município recebeuelogios da coordenação regi-onal da Emater-MG de Sete La-goas, durante o encerramen-to do concurso de Produtivi-dade de Milho do Centro-Oes-te de Minas Gerais, em 6 deoutubro, em Sete Lagoas. Aunidade local de São Brás doSuaçuí foi uma das nove ho-menageadas, escolhidas entre35 unidades locais de outrosmunicípios, pelo bom desem-penho no trabalho com os pro-dutores.

O desenvolvimento susten-tável está no foco das ações

Desenvolvimento Sustentável no focodas ações da equipe de São Brás do Suaçuí

que a Emater-MG desenvolveno município. Uma série de ati-vidades realizadas durantetodo o ano contribui para estemérito. Dentre elas estão: rea-lização do concurso municipalde produtividade de milho;Dia de Campo de São Brás;participação da Vitrine do Mi-lho na cidade de Papagaio(MG); participação no Circui-to do Milho em Barroso (MG)e uma série de palestras queressaltou a importância dosistema de plantio direto comênfase na integração lavoura-pecuária.

O estimulo ao plantio dire-to, com a introdução de tec-nologias alternativas, chamou

a atenção de coordenadoresda Emater-MG e profissionaisda Embrapa Milho e Sorgo.Exemplo disso é a plantadeirade tração animal de uma linha,adquirida por um grupo deoito pequenos produtores,como também o pulverizadormanual de 20 litros.

Outro investimento que co-loca São Brás do Suaçuí emdestaque foi a compra de umtanque de resfriamento de lei-te, com capacidade para 1.000litros, por um grupo de 10 pro-dutores. O equipamento do-brou o lucro deles. Também re-cebeu elogios o trabalho de-senvolvido na unidade de-monstrativa de plantio direto

de adubação verde, na comu-nidade de Rio Abaixo.

Para os próximos meses, aunidade local da Emater-MGde São Brás do Suaçuí planejaavaliar o resultado das duasunidades demonstrativas comsementes de milho e braquiá-ria, que foram montadas nascomunidades de Ponte Peque-na e Rio Abaixo, com o objeti-vo de demonstrar a integraçãolavoura-pecuária. O plantio di-reto é um método de produ-ção que traz economia para oagricultor e respeita o meioambiente, já que conserva osolo (evita erosões e mantémos valores nutricionais e aágua) e evita desmatamento.

5Dezembro de 2006

A fruticultura como fonte derenda ganha a cada dia maisadeptos nas propriedades ru-rais dos municípios atendidospelos extensionistas das Uni-dades Regionais da Emater-MG de Sete Lagoas e Belo Ho-rizonte. Há cerca de quatroanos, os técnicos de diversosescritórios locais da região vêmincentivando os produtores aatender este mercado potenci-al das rotas de turismo, estra-das e rodovias. E já são váriosos exemplos bem-sucedidosdessa iniciativa.

No municipio de Ribeirão dasNeves, Eli Barbosa tem um po-mar às margens da BR-040 (a 5km da Ceasa, no sentido BH-Sete Lagoas), com 110 goiabei-ras plantadas há 6 anos. A pro-dução (100 quilos/ano) é qua-se toda vendida em bancasnum posto de vendas nas pro-ximidades da rodovia, comvalor de R$ 4 a R$ 5 o quilo,superando em até três vezes opreço praticado na Ceasa Mi-nas, segundo o engenheiroagrônomo Juscelino Rabelo,que coordena em Sete Lagoas

a equipe de técnicos da áreade fruticultura.

O trabalho do cultivo de aba-caxi em Inhaúma por um grupode produtores da comunidadeQuartéis também merece des-taque. Embora a primeira co-lheita comece nesse mês de de-zembro, os sete produtores nãoescondem a expectativa deconquistar os potenciais con-sumidores que por lá transitamem busca de lazer nas áreas depesque-pagues, hotéis fazen-das e centro cultural. A emprei-

FRUTICULTURA NAS ROTAS DO TURISMOUnidades Reg iona i s de Sete Lagoas e BH es t imulam produtores a a tender

potenc ia l de mercado em expansãoTEREZINHA LEITE

tada tem tudo para dar certo,principalmente com a introdu-ção de um conjunto de irriga-ção, a ser doado em breve pelaCemig. O equipamento seráusado na implantação de umprojeto de cultivo da fruta,numa área de 4 hectares. A pers-pectiva é de que a irrigação dacultura aumente a produtivida-de, permitindo a produção doabacaxi também na entressafra.

Em Lapinha, no municípiode Lagoa Santa, o agricultorJosé Pereira Pacheco, que há

cinco anos cultiva goiabas (300pés), em 1,5 hectare de sua pro-priedade, está se reestruturan-do para integrar sua comerciali-zação, na rota de turismo daGruta da Lapinha. Além de ven-der a goiaba, para consumo innatura, Pacheco tem uma indús-tria de processamento de fru-tas há três anos, onde produzdoces de goiaba e bananada,com a marca Lapinha. São cin-co toneladas de doce por mês,que além de serem vendidas emMinas também abastecem osEstados do Paraná, São Paulo eSanta Catarina. Segundo o pro-dutor, seu objetivo é abrir a fa-brica à visitação dos turistas daLapinha.

Outro bom exemplo vem deOuro Preto. No distrito de Ca-choeira do Campo há um proje-to modelo para construção deuma central de comercialização(em fase inicial de construção)que irá apoiar os produtores doPrograma Municipal de Fruti-cultura. Implantado há 3 anosgraças aos trabalhos da Ema-ter-MG e Secretaria municipalde Agricultura, o projeto temcomo meta ser uma central devenda de frutas na maior rotade turismo do Estado.

O processamento da cana de açúcar na comunidade deSão Sebastião da Lontra, a 25 quilômetros do município deSete Lagoas, está abrindo uma perspectiva de geração derenda e emprego para as mulheres, numa localidade rural ondepredominam a agricultura de subsistência e a maioria doshomens trabalha em uma pedreira de pedras portuguesas.Uma fábrica artesanal de açúcar mascavo e rapaduras (co-mum, com sabores e rapadurinha) foi montada em 2005 e temcapacidade para produzir 160 quilos dos produtos por dia.

A fábrica beneficia cerca de 12 famílias e foi montada apartir de projeto elaborado pela Emater-MG em parceria coma Associação Comunitária de São Sebastião da Lontra. Osrecursos para a construção do local vieram do Governo fede-ral e da administração municipal.

Além de trabalhar pela captação de recursos para a monta-gem da fábrica, a Emater-MG também prestou e presta assis-tência para a produção de cana. Nesse sentido, foi de funda-mental importância a implantação, em parceria com a Epamig,de uma unidade demonstrativa de variedades de cana maisapropriadas para abastecer a pequena indústria, segundo aextensionista da Emater-MG Alcione Miriam de Carvalho.

A presidente da Associação Comunitária de São Sebastiãoda Lontra, Mangélia Aparecida Alves dos Santos, ainda nãoestá satisfeita com o número de famílias beneficiadas, masaposta que a liberação do selo da vigilância sanitária para afábrica irá incrementar a atividade e incluir um número maiorpessoas do povoado. O processo para a liberação do selo jáestá em andamento e depende de recursos para mudançasna estrutura física do espaço onde são produzidas as rapa-duras e o açúcar.

Rapadura aumenta renda em São Sebastião do LontraTEREZINHA LEITE

Eli Barbosa tem bom rendimento com sua produção de goiabas, na BR-040

6 Dezembro de 2006

As parcerias têm sido o com-bustível principal para o Proje-to de Revitalização da Sub-Ba-cia Hidrográfica do Ribeirão doToco, em Carneirinho. Com oapoio do prefeito Cássio Rosade Assunção e em parceriacom Instituto Estadual de Flo-restas (IEF), Conselho Muni-cipal de Desenvolvimento Ru-ral Sustentável e produtoresrurais, foi possível desenvol-ver um bem-sucedido trabalhoambiental de recuperação,conservação e preservação derecursos naturais renováveis(solo, água e vegetação) naSub-Bacia Hidrográfica do Ri-beirão do Toco, numa área de78,158 hectares.

O terraceamento em aproxi-madamente 10 hectares e aconstrução de 46 bacias decaptação de água compõem,entre outras ações, a primeiraetapa do projeto, com conclu-são prevista para dezembro de2006. Para alcançar esta meta,o extensionista local, Alexan-dre Luiz Neves, destacou aparticipação da Prefeitura, quecedeu o maquinário para o

obra. “Revitalização da mata detopo, assim como o cercamen-to da nascente do córrego, dasáreas de mata ciliar e outraspráticas mecânicas e florestaistambém estão sendo realizadasnesta primeira etapa”, acres-centa o engenheiro agrônomo.

Na segunda etapa, com tér-mino previsto para julho de2007, o enfoque maior será nasatividades de educação ambi-

ental e divulgação. “Isto por-que este projeto está sendoexecutado em nível local, mascom uma visão global e queservirá como modelo não so-mente para futuros trabalhosambientais de recuperação,conservação e preservação derecursos naturais renováveis,mas também para a formação ecapacitação de agentes multi-plicadores”, destaca Alexan-

dre, que conta com a parceriade sua colega de escritórioSandra Maria de Souza (exten-sionista de Bem-estar Social)na mobilização e capacitaçãoda comunidade.

Ele conta que a nascente doribeirão estava começando aficar assoreada, o que gera pre-ocupação, pela possibilidadede redução do volume de águapara consumo animal. A sub-bacia é compreendida pelaspropriedades rurais de AntônioBelmiro Machado, VicenteLima, Emerson e José AntônioRuvieri, que, segundo Alexan-dre, estão sendo importantespara o sucesso da parceria, damesma forma que o CMDRS,que reúne cerca de 600 produ-tores em 18 comunidades. Aescolha da região levou emconta o fácil manejo, por seruma área reduzida. “Assim, oprojeto pode ser concluído acurto prazo e serve como pilo-to. É como uma Unidade De-monstrativa, que servirá deexemplo até para outras regi-ões do Estado”, afirma o exten-sionista.

EXEMPLO DE PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAISParceria com a Prefeitura garante revitalização de ribeirão em Carneirinho

A Emater-MG tem agora es-critório local no município deComendador Gomes. A inaugu-ração aconteceu no dia 11 denovembro, com as presençasdo prefeito Frontino Esio San-tana, do presidente da Emater-MG, José Silva, do gerente re-gional de Uberaba, GustavoLaterza de Deus, do coordena-dor técnico de culturas, WillyGustavo de la Piedra Mesones,além de extensionistas dos es-critórios de Frutal, Itapagipe,Campo Florido e São Francis-co de Sales. José Silva entre-gou 50 sacas de milho do pro-grama Minas Sem Fome e anun-ciou que ainda virão sementesde hortaliças e feijão e demaisinsumos, além de cursos decapacitação.

A nova unidade está funcio-

Unidade de Uberaba: 100% dos municípios conveniados

nando todas as terças-feiras,sob a responsabilidade do en-genheiro agrônomo AndréAugusto Gimenes Cardoso, no

mesmo prédio do SindicatoRural de Comendador Gomes.No local também funciona umescritório do IMA.

Também prestigiaram a inau-guração o deputado federalNárcio Rodrigues, o deputadoestadual Zé Maia, o presiden-te da Câmara Municipal deComendador Gomes, SinomarFerreira, o presidente do Sin-dicato Rural, Adejunio Queirozde Barcelos, além de prefeitos,autoridades e representantesda imprensa da região do Tri-ângulo mineiro.

O gerente regional GustavoLaterza comemora também areinauguração do escritório deIturama e as negociações avan-çadas para implantação de es-critórios locais de Delta e Pla-nura. “A nossa perspectiva échegar ao final do ano com100% dos 24 municípios quecompõem a Uregi conveniadoscom a Emater-MG”.

O prefeito Frontino Ésio Santana cumprimenta o presidente da Emater-MG, José Silva

Em visita a uma das obras, Alexandre e o secretário municipal e presidente doConselho de Desenvolvimento do Pontal do Triângulo, José Alves Machado (de azul)

7Dezembro de 2006

É grande a expectativa no mu-nicípio para a implantação daagroindústria de processamentode frutas, dentro do ProgramaMinas Sem Fome. Será mais umaalternativa de renda para as famí-lias da região, que vivem pratica-mente da agricultura de subsis-tência, com ênfase na pecuárialeiteira.

Um importante passo paramudar esse quadro foi dado emoutubro, com a capacitação emprocessamento de frutas, para 31famílias da comunidade Vila Co-queiros. Entre os temas, boas prá-ticas de fabricação, com desta-que para a importância da higie-ne, características gerais dos do-ces de frutas, custo de produçãoe tecnologias de processamentode frutas cristalizadas, geléias,polpadas e compotas.

Agora, os participantes, que jáhaviam recebido orientações so-

Alinhar projetos e ações paraampliar o desenvolvimento da re-gião. Com este propósito, o ge-rente da Unidade Regional daEmater-MG em Unaí, Manoel Fa-ria Duque Filho, liderou, no dia 8de novembro, a visita de um gru-po de prefeitos (de Arinos e JoãoPinheiro), secretários municipaise empresários da Região Noroes-te ao secretário de Desenvolvi-mento Regional e Urbano, Mano-el Costa. A proposta era discutirum plano para estimular a expan-são nos projetos agroindustriaisna região. Foi apresentada umacesta de projetos, que abrangemdesde a produção de biodiesel e asilvicultura com integração de la-voura e pecuária, até o incremen-to na cadeia produtiva de leite ederivados, entre outros.

“Nossa preocupação é definirum plano de desenvolvimento,com maior atuação pública, poisaté agora, a região tem crescimen-to muito mais em função da inicia-tiva privada. É preciso buscar maisarticulação das secretarias do Go-verno do Estado, pois os esfor-ços têm sido feitos de forma dis-

NOROESTE UNE ESFORÇOS PELO DESENVOLVIMENTOMIRIAM FERNANDES

de Desenvolvimento Territorial doNoroeste de Minas (Adesnor) eo Conselho Territorial de Desen-volvimento Sustentado do Noro-este (COTEN), entidades forma-das por lideranças políticas e em-presariais. Além disso, integra aAliança para o DesenvolvimentoRegional, um programa da Orga-nização das Nações Unidas paraAgricultura e Alimentação (FAO),que contempla a expansão agrí-cola e os aspectos cultural, social,econômico, de infra-estrutura, am-biental e político-institucional.

Itapagipe prepara implantação de agroindustria do Minas Sem FomeMIRIAM FERNANDES

bre associativismo e gestão co-letiva, estudam um bom nomepara a marca de doces cristaliza-dos e de corte, que sairão da pe-quena fábrica rotulados e deacordo com todas as normas le-gais de produção.

“Essa agroindústria trará inú-meros benefícios para essas fa-

persa”, disse o secretário ManoelCosta, em apoio ao grupo.

O gerente da Emater-MG deUnaí fez uma apresentação daspotencialidades e dificuldades deregião, e ressaltou: “O Noroeste éo celeiro agrícola do Estado, masprecisamos desenvolver mais osserviços e a indústria. Precisamosgerar mais empregos e reduzir asgrandes desigualdades regio-nais”, afirmou Manoel Duque.

A Emater-MG tem posição dedestaque no desenvolvimento doNoroeste, pois integra a Agência

MINAS SEM FOME EM ARINOS

Cerca de 200 pessoas, entreautoridades, extensionistas daEmater-MG e agricultores famili-ares prestigiaram no dia 1º de no-vembro, em Arinos, a entrega deinsumos do Programa MinasFome. O evento, que aconteceuna Câmara Municipal da Cidade,contou com a presença do presi-dente da Emater-MG, José Silva.

No total, foram entregues 417conjuntos para a implantação dehortas coletivas, 2.242 para hor-tas individuais, 300 bandejas deisopor, 150 sacos de 25 quilos desubstrato, 2.225 sacos de 20 qui-los de semente de milho e 1.682sacos de 10 quilos de sementede feijão para os 15 municípiosda Unidade Regional de Unaí.

Segundo a coordenadora Re-gional de Bem-Estar Social daUregi Unaí, Marta Cristina Beberde Souza Rocha, o momento foide especial importância para adiscussão do desenvolvimentosustentável do Noroeste minei-ro. “Na ocasião foram estreitadasparcerias com o objetivo de pro-mover a agricultura familiar”, res-saltou.

O gerente regional de Unaí, Manoel Duque (direita), ao lado do secretário ManoelCosta e lideranças da região

mílias, pois além da agregação devalor à produção, irá aumentar aocupação de mão-de-obra, commelhoria da qualidade de vida dacomunidade”, avalia Juliana Mar-tha de Souza, extensionista deBem-Estar Social do escritóriolocal. Ela ressalta ainda as parce-rias, no projeto, da Prefeitura

Municipal de Itapagipe e da Fun-dação Arthur Bernardes (Funar-be), ligada à Universidade Fede-ral de Viçosa, que está cedendoos equipamentos.

Juliana está há um ano no es-critório de Itapagibe. Para lá, elalevou sua experiência de doisanos no Projeto Jaíba, onde osprodutores já têm um forte con-ceito de organização comunitá-ria e gestão de pequenas agroin-dústrias. “A dificuldade maioraqui é reunir os produtores, poisas distâncias são bem grandes.Mas, felizmente, o que não faltaé vontade de trabalhar. As alu-nas do curso já estão ansiosaspara iniciar a produção, pois seráuma grande oportunidade decontribuir para aumentar a rendafamiliar”, ressalta a extensionis-ta, que conta com a colaboraçãodo extensionista Gleicon Rodri-gues Soares para dar assistênciaàs 11 comunidades atendidaspelo escritório local.

A extensionista Juliana (de crachá) e as alunas, ao final da capacitação

8 Dezembro de 2006

A Unidade Regional (Uregi) daEmater-MG de Ipatinga, em par-ceria com a Prefeitura Municipale a Associação Municipal do Valedo Aço (AMVA), está implantan-do na região o Programa Cintu-rão Verde. O objetivo é promovero desenvolvimento agropecuá-rio e turístico do Vale do Aço, in-tegrando os municípios de acor-do com suas potencialidades.

Lançado em abril deste ano, oprograma abrange 16 municípiose tem como objetivos incentivara produção, o associativismo e acapacitação profissional paraagricultores. Em quatro anos, to-dos os projetos deverão estar im-plantados. Os benefícios para apopulação rural e urbana, alémdo aumento da produção e daqualidade dos alimentos, inclu-em geração de renda e preserva-ção ambiental. O gerente da Uni-dade Regional da Emater-MG emIpatinga, Sebastião Braga, contaos detalhes do programa:

Jornal: Quais serão as açõesdeste programa?

Sebastião Braga: Inicialmen-te, este programa atingirá 16 mu-nicípios, que são associados áAMVA. Nossa pretensão é es-tendê-lo aos 28 municípios per-tencentes à Uregi de Ipatinga. Asações do programa já acontecem,pois é o trabalho de rotina da Ema-ter-MG, nosso dia-a-dia. Nós es-tamos procurando a sinergia des-sas ações na organização do tra-balho, desenvolvendo projetosregionais e integrando os muni-cípios por projetos. Como porexemplo, unir os que já trabalhamcom a produção olerícola, pecu-ária, apicultura, piscicultura, sil-vicultura, turismo rural buscan-do a sustentabilidade.

Jornal: Como vai ser a dinâmi-ca desse trabalho?

Sebastião Braga: Nem todosos municípios desenvolverãotodos os projetos que compõemo programa. Estaremos respeitan-do as aptidões de cada um, ashabilidades dos produtores e acapacidade produtiva da região.Nossa proposta é que o Leste

CINTURÃO VERDE EM IPATINGATodos os elos da cadeia serão beneficiados, dos agricultores até o consumidor final

ÂNGELA BARBOSA

seja tratado como uma célula úni-ca e os municípios como partedesta célula. Ou seja, os municí-pios que tenham aptidão para apiscicultura terão esta aptidãotrabalhada. Se são quatro ou maismunicípios, vamos trabalhar umaproposta para todos eles, bus-cando recursos, investindo emnovas tecnologias e capacitan-do os produtores. Haverá um pro-grama específico para cada pro-duto nos diversos municípios. Omais importante é respeitar a ap-tidão, habilidade e a capacidadeprodutiva da região. Não será umpacote tecnoló-gico, mas sim odesenvolvimen-to das aptidõesregionais, combases sustentá-veis, focandoprincipalmente ohomem e seu de-senvolvimento.

Jornal: Quaisserão os benefí-cios para os agricultores e a po-pulação desses municípios?

Sebastião Braga: Os agricul-tores poderão obter maior rendae com geração de trabalho. Oconsumidor final, com este in-centivo à produção e com a ado-ção de práticas conservacionis-tas terá, à sua disposição, pro-dutos em quantidade e qualida-de, mais saudáveis e a preçosacessíveis.

Jornal: Já foi negociada com aCeasa uma Unidade para Ipatin-ga. Quais serão os benefícios?

Sebastião Braga: Hoje, a co-mercialização no Vale do Aço

acontece no estacionamento doestádio Ipatingão, de forma bas-tante precária. O volume é supe-rior ao comercializado na Ceasade Caratinga e Governador Vala-dares. Acreditamos que no Ipa-tingão a comercialização ultrapas-se a R$ 4 milhões de reais/ano, oque significa que estamos comer-cializando em uma Ceasa sem es-trutura. O estabelecimento da Ce-asa vai complementar o Progra-ma e ampliar as possibilidades denegócios e de geração de empre-go. Será beneficiada toda a po-pulação do Vale do Aço (Ipatin-ga, Timóteo, Coronel Fabricianoe Santana do Paraíso) onde te-mos aproximadamente 550 milpessoas e também o Colar Me-tropolitano, que são os municí-pios limítrofes do Vale do Aço,com uma população aproximadade um milhão de pessoas, que sealimentam de produtos comerci-alizados no Ipatingão. A Ceasaserá abastecida também com pro-dutos produzidos pelos produ-tores do Cinturão Verde e serábeneficiada a comunidade e o co-mércio de alimentos que terão

seus produtosmais valorizadoscom agilidade esegurança ali-mentar da produ-ção.

Jornal: Qualo prazo da con-clusão desseprograma e insta-lação da unidadeda Ceasa?

Sebastião Braga: Este é umprograma dinâmico, algumasações já estão acontecendo. OCinturão Verde já existe. Acredi-tamos que nos próximos quatroanos o cinturão estará operandode forma integrada. E a partir daí,teremos que fazer reajustes, ava-liações e novas propostas. Sãomuitos os parceiros nesta emprei-tada. Quanto à instalação do Ce-asa em Ipatinga, várias ações jáforam iniciadas. Acreditamos quenum prazo máximo de dois anos,as comercializações já estejamocorrendo nas novas instala-ções.

O desenvolvimento do turis-mo rural no Vale do Aço e noVale Rio Doce está entre as prio-ridades da Emater-MG em Go-vernador Valadares. E potencialjá existe: são 54 empreendimen-tos rurais que investem em agro-turismo. Este é o resultado dolevantamento realizado pelosalunos dos cursos de Turismodo Centro Universitário do Les-te Mineiro (Unileste) e Univer-sidade do Vale do Rio Doce (Uni-vale), em parceira com a Emater-MG nos municípios de Belo Ori-ente, Bugre, Coronel Fabriciano,Iapú, Ipatinga, Governador Va-ladares, Marliéria e Timóteo,apresentado no II Encontro deTurismo Sustentável no MeioRural, realizado em outubro, emGovernador Valadares.

O objetivo do encontro foi de-senvolver o setor de turismo nomeio rural e consolidar a elabo-ração de um roteiro para a re-gião Leste do Estado. Nas pro-postas e estratégias a serem for-muladas, a prioridade será a par-ticipação de empreendedores,com vistas à geração de ocupa-ção e renda. O evento reuniu cer-ca de 260 representantes dos se-tores público e privado de 22municípios do Leste de MinasGerais.

ALTERNATIVA

A extensionista de Bem-estarSocial da Emater-MG, Sandra La-Gatta, destaca o potencial deGovernador Valadares para odesenvolvimento do turismo ru-ral: "A proposta é proporcionaruma alternativa de renda e ocu-pação do meio rural".

De acordo Sônia Chambella,proprietária do Pesque-PagueTambaqui, os empreendedoresrurais estão esperançosos coma consolidadação do circuito:”Acreditamos que todos os be-nefícios que vierem via Secreta-ria de Estado de Turismo de Mi-nas Gerais (Setur) ou outra fon-te de recursos, vão contribuirpara o desenvolvimento do se-tor na região e será importantepara fortalecer e divulgar os em-preendimentos”.

Em GovernadorValadares,incentivo aoturismo rural

Sebastião Braga: trabalho integrado

“O consumidorterá produtos

mais saudáveis ea preços

acessíveis”

9Dezembro de 2006

A Unidade Regional deGuanhães realizou, em outu-bro, o treinamento da primeiraturma do Projeto de Capacita-ção de Jovens Rurais, que in-tegra o Programa Minas SemFome. Participaram jovensprodutores dos municípios dePeçanha, Braúnas, Virginópo-lis, Sabinópolis, Guanhães eDivinolândia de Minas. A aber-tura do curso foi prestigiadapelo prefeito municipal deGuanhães, Oswaldo de CastroPinto e pelo gerente regionalda Emater-MG, Túlio CésarMeirelles

Uma outra turma, de 25 inte-grantes, participou do treina-mento realizado pela UnidadeRegional de Cataguases. Fo-ram beneficiados jovens agri-cultores familiares dos muni-cípios de Cataguases, Desco-

Capacitação de jovens rurais a pleno vaporGuanhães e Cataguases já formaram as pr imeiras turmas do Projeto

Os jovens de Guanhães e municípios próximos no treinamento

berto, Mercês, Mirai, RioNovo, São João Nepomuceno,Silveirânia e Tocantins. A aber-tura solene da capacitação foi

realizada em Miraí, com a par-ticipação do prefeito SérgioLuiz Rezende, do gerente re-gional da Emater-MG de Ca-

taguases, Noel de AquinoCampos, instrutores, técnicosda Emater-MG e diversas lide-ranças urbanas e rurais do mu-nicípio.

O Projeto de Capacitação deJovens Rurais, lançado em se-tembro, tem como objetivocontribuir para a formação dejovens agricultores de 16 a 25anos. O projeto abrange as se-guintes temáticas: Agroecolo-gia, Participação e Gestão So-cial, Segurança Alimentar eAssociativismo. A primeiraação foi o Curso Preparatóriode Multiplicadores, realizadoem 26 de setembro, em BeloHorizonte, para capacitar exten-sionistas e coordenadores téc-nicos de todo o Estado para adisseminação do projeto e paraa implementação de 25 cursosprevistos para 625 jovens.

O sabor da merenda dosalunos das escolas munici-pais e das creches de BeloOriente, no Vale do Aço, estámais doce: é que as criançasestão recebendo sachês demel para complementar a ali-mentação. Por semana, cadaum dos 5 mil alunos da cida-de recebe três sachês, queequivalem a uma dose sema-nal de 21 gramas. Por mês,cada aluno recebe quase oequivalente ao que é consu-mido por cada brasileiro emum ano (120 gramas).

Os 38 apicultores da Asso-ciação de Apicultores de BeloOriente (Aapibelo) produzementre 40 e 50 toneladas de melpor ano, produção que era ex-portada em grande parte paraa Alemanha. Com o embargoeuropeu às exportações bra-sileiras, foi preciso buscaroutros mercados. A Associa-ção conseguiu fechar umcontrato de exportação com

os Estados Unidos, mas nãoconcentrou esforços apenasno mercado externo. Em par-ceria com a Emater-MG, sur-giu a idéia de oferecer o pro-duto como complemento àmerenda escolar. Voltado aosapicultores carentes, o proje-to está proporcionando acada um deles um aumento

de renda de cerca de R$200,00por mês, segundo o presi-dente da Aapibelo, Jânio Le-ocádio.

No início, os apicultores ti-veram dificuldade em proces-sar e embalar o mel produzi-do. A solução veio de outraparceria, com a Associaçãode Apicultores do Vale do

MERENDA MAIS DOCE EM BELO ORIENTEMel enriquece alimentação de crianças e aumenta renda de apicultores

Aço, a Apivale, que fica emIpatinga. "Estamos com umalucratividade de 100% a maisdo que tivemos no mesmoperíodo do ano passado",conta o presidente da Aapi-belo. O projeto de introduçãodo mel na merenda escolartraz benefícios para as crian-ças, que estão recebendo umproduto natural - que possuia maioria dos elementos mi-nerais essenciais para o or-ganismo humano - e para osapicultores, que aumentam arenda.

Mas a principal bandeira doprojeto está ligada à mudan-ça de hábitos de consumoque a nova idéia pode trazer."Queremos levar as pessoasa parar de enxergar o mel ape-nas como um remédio e simvê-lo como um alimento nu-tritivo e essencial", argumen-ta o engenheiro agrônomo daEmater-MG, José Dias da Ro-cha.

O projeto beneficia 5 mil alunos da rede pública

10 Dezembro de 2006

A feira livre da agriculturafamiliar de Almenara, criadaem fevereiro de 2006, está pro-movendo o acesso ao merca-do e a elevação da renda dosagricultores locais. Funcionanas sextas-feiras e sábados,perto do Mercado Municipal.Os 15 agricultores de 15 co-munidades rurais estão ob-tendo uma renda semanal deaproximadamente R$ 150. Amaior atração da feira é o bijufeito na hora, além de produ-tos derivados da mandioca,biscoitos, doces, frutas, con-dimentos, entre outros.

“A experiência me ajudou amudar muita coisa, principal-mente porque, com o conhe-cimento passado pelos técni-cos, consigo agora recebermais pelos meus produtos.Hoje a minha vida é outra”,afirma a produtora LucileneSantos Almeida, da comuni-dade Sapata.

“A expectativa é de queeste seja o principal ponto decomercialização de produtos

Nas barracas padronizadas, são oferecidos alimentos com qualidade garantida

MAIS ACESSO AO MERCADO CONSUMIDOR

da agricultura familiar e quemais comunidades possamparticipar, oferecendo ao con-sumidor produtos de melhorqualidade, com melhor pre-ço, com venda direta sem in-termediação”, informa a ex-tensionista de Bem-estar So-cial da Emater–MG em Alme-nara, Milene Oliveira Angelo.

Este projeto teve o apoio devários parceiros: Prefeitura

Pedra Azul: cachaça artesanal de qualidade em assentamentoUm exemplo de sustentabili-

dade e de trabalho participati-vo é o desenvolvido no Proje-to de Assentamento Nova Ser-rana, no município de PedraAzul, no Vale do Jequitinho-nha. São 27 famílias, associa-das à Associação Projeto deAssentamento Nova Serrana,que optaram por cultivar acana-de-açúcar e processar aprodução de forma coletiva. Aprodução dos 41 hectares édestinada exclusivamente àprodução de cachaça artesanalde qualidade.

Há 8 anos tem sido feito umtrabalho de extensão rural decaráter participativo, em que osassentados, de forma coletiva,optaram por investir na ativi-dade de produção de cachaça

municipal, Emater–MG, Se-brae, APPRA (Associaçãodos Pequenos Produtores daAgricultura Familiar de Alme-nara), Sindicato dos Traba-lhadores Rurais, CMDRS(Conselho Municipal de De-senvolvimento Rural Susten-tável), Banco do Brasil, Coo-pleal, Bancoob, Senar e Con-tag, por meio do Projeto Man-diocultura.

De acordo com Milene Oli-veira, a feira foi criada por-que o Mercado Municipalnão oferecia estrutura ade-quada para comercializaçãodos produtos. “Na maioriadas vezes a exposição da pro-dução era feita no chão, sema preocupação com aspectoshigiênico-sanitários e ergonô-micos”, explica.

Sucesso também em Colu-na

Agricultores rurais de Co-luna (Uregi de Diamantina)também organizaram uma fei-ra livre, lançada no dia 21 deoutubro. A feira é realizadaaos sábados e está levandoaos agricultores da região aperspectiva de diversificar asatividades rurais, atualmenteconcentradas na pecuária. Ainiciativa partiu dos própriosprodutores, que se organiza-ram, com o apoio da Emater–MG, para formar uma associa-ção. A equipe local tambématuou na organização de cur-sos de horticultura, implanta-ção de hortas comunitárias econfecção de barracas compadronização.

artesanal de qualidade, por seruma atividade rentável e tradi-cional no município. A informa-ção é dos técnicos da Emater–MG José Geraldo Lisboa deMatos, Suzanir David Ferraz eOdílio Teles Teixeira, que pres-tam assessoria técnica ambien-tal e social aos assentados.

“Com organização e partici-pação do grupo nos processoscomunitários, que foram ampla-mente trabalhados pela Emater–MG, com os objetivos de de-mocratizar e agilizar as tomadasde decisões conjuntas, o gru-po optou por uma exploraçãocoletiva de uma Unidade deProcessamento de cana-de-açúcar”, acrescenta José Geral-do.

A Unidade de Processamen-

to foi construída com recursosdo PRONAF-A, liberados peloBanco do Brasil. A fabricaçãoda cachaça respeita o padrãoexigido pelo Ministério da Agri-cultura, com o objetivo de ob-ter o registro posterior.

As lavouras são individuais,exploradas nos lotes, com utili-zação da mão-de-obra familiar.Toda a produção se baseia nosprincípios da agroecologia, como objetivo de reduzir os custose a contaminação ambiental.Atividades como o corte e otransporte da cana são feitospor meio de mutirão.

Na safra 2005-2006, juntos osassentados produziram cercade 55 mil litros de cachaça arte-sanal, comercializada na micror-região de Pedra Azul e parte da

Bahia, sendo utilizada comofonte de recursos para paga-mento dos projetos do PRO-NAF-A, que se encontram to-dos em dia.

“Estamos trabalhando comobjetivo de melhorar aindamais, a cada dia, inclusive for-talecendo as parcerias”, afirmao assentado Derneval Floren-tino Lima.

Para o futuro, o Assentamen-to Nova Serrana projeta redi-mensionar a unidade de pro-cessamento, registrá-la no Mi-nistério da Agricultura, criaruma marca comercial e partici-par formalmente do mercado debebidas destiladas, em que seinsere a nossa conhecida “Ca-chaça Artesanal de Qualidade”do Estado de Minas Gerais.

Feira Livre da Agricultura Familiar de Almenara melhora renda de agricultores familiares ÂNGELA BARBOSA

11Dezembro de 2006

A experiência desenvolvidapela Unidade Regional de Dia-mantina com o artesanato, como objetivo de buscar alternati-vas para o desenvolvimentorural sustentável, está desper-tando o interesse de outrosEstados. Maris Stela Pires Lima,extensionista em Bem-estarSocial do escritório local deDiamantina, e a artesã NilmaMaria de Oliveira estiveram emPorto Alegre, em outubro, paraparticipar do VI Simpósio Bra-sileiro de Etnobiologia e Etno-ecologia.

No convite, a comissão or-ganizadora ressaltou: “Esta ini-ciativa merece destaque devi-do a diversos aspectos: a ca-pacidade de congregar diferen-tes segmentos sociais e insti-tucionais, o seu âmbito deabrangência regionalizado, orespeito à diversidade culturale ecológica local, estimulandoa geração de renda, permitindotambém colocar em pauta anova política de extensão ru-ral.”

No evento, Maris Stela Limae Nilma Oliveira apresentarama experiência “Gestão Coletivada Produção Artesanal”, de-

senvolvida nas comunidadesrurais de Galheiros e Planaltode Minas, do município de Di-amantina, e em comunidadesrurais dos demais municípios daárea de abrangência do Circui-to dos Diamantes, que envol-ve diretamente 370 artesãos.

O trabalho nas comunidadesde Galheiros e Planalto envol-ve 70 artesãos, que têm umaprodução de 5.040 peças pormês, com sempre-vivas e palha

DIAMANTINA MOSTRA RESULTADOS EM EVENTO NACIONAL

Almenara, Capelinha, Dia-mantina e Teófilo Otoni sãoas Unidades Regionais quecompõem o Pólo Nordeste deMinas, região marcada porfortes bolsões, onde as desi-gualdades sociais, que vêmvarando séculos, nos reme-tem a índices de desenvolvi-mento humano (IDH) bemabaixo da média do Estado edo País – 0,63.

Se por um lado temos es-sas diferenças, por outro te-mos superado com compe-

Extensionista e artesã participam de simpósio no Rio Grande do Sulde milho. Mesmo com apenas60% da capacidade de produ-ção, a renda extra para cada ar-tesão é de um salário mínimo.

Nos demais municípios doCircuito dos Diamantes o tra-balho começa a tomar forma nocontexto regional e as matéri-as-primas trabalhadas são: fi-bras (bananeira, taboa, bagaçode cana) bambu, sementes, ce-râmica, cabaça, bucha vegetal,cipó, capim e pedra sabão.

“O foco do trabalho temcomo base a qualidade de vida,o desenvolvimento de pesso-as, a inclusão social, o respeitoe a preservação do ambiente, oresgate da cidadania, a gestãosocial, a geração de renda e asustentabilidade”, diz MarisStela Lima. Além da apresenta-ção da experiência, Maris Stelae Nilma Oliveira participaram daexposição da mostra de artesa-nato na Feira Expressões doBrasil e de uma mesa redonda.Para o gerente da Unidade Re-gional da Emater-MG em Dia-mantina, Geraldo Durães, o in-teresse despertado por essasexperiências mostra o sucessoda busca de alternativas para aregião _ com importante parti-cipação de todas as equipeslocais. “O extrativismo mineral(garimpo) e vegetal (flores se-cas e carvão), em tempos desustentabilidade, precisam serrepensados e se adequar ambi-entalmente”, afirma. “Estamostrilhando um caminho bem-su-cedido com as rendas de ori-gem não agrícolas, onde o eixodo artesanato vai se consoli-dando”, conclui Geraldo Du-rães.

tência nossas carências. E nãoé nenhuma pretensão; é comumouvirmos por aqui: se nossaregião for dotada de infra-es-trutura mínima necessária, Mi-nas em breve colherá os frutosdestes investimentos, senãovejamos: o Pólo Nordeste deMinas tem uma população nu-merosa no meio rural, em tornode 70%. Além das culturas desubsistência, tem também atransformação da cana-de-açú-car em rapadura, cachaça e açú-car mascavo; a produção docafé das Chapadas de Minas,e as pecuárias leiteira e de cor-te.

A região tem um potencialemergente na fruticultura, em

que se destacam a produção debanana, manga, marmelo e omorango; as maravilhas do cer-rado, como o pequi, a gabiro-ba, cagaita e mangaba e tantasoutras fruteiras.

Nossos minerais saem semquase nenhuma agregação devalor. Da argila à palha de mi-lho e sempre-vivas, do couro àtaboa, da madeira ao fio de al-godão, nossos artesãos vãotraçando, junto com poetas ecantadores, o rastro da culturadessa gente.

O Pólo é composto de 86municípios, com uma popula-ção de 254 trabalhadores daExtensão Rural entre técnicose técnicas, assistentes, auxilia-

res administrativos e serven-tes, que atendem 46 mil famí-lias espalhadas nesse Nordes-te, que vem desenvolvendosuas atividades de forma so-lidária, numa lógica de desen-volvimento territorial, em quea troca de experiência e a par-ceria constituem ponto bási-co dessa integração.

Por tudo isso podemos di-zer que o Pólo Nordeste daEmater-MG está mudandouma realidade, transforman-do-o no “MELHOR NORDES-TE DO PAÍS”.

O melhor Nordeste pode ser aquiGerentes do Pólo destacam potencial da região e o trabalho das equipes para superar carências

A artesã Nilma e a extensionista Maris Stela, junto aos trabalhos levados para PortoAlegre

Cayle José Martins,Geraldo Durães Pereira,

Heitor Bamberg Júnior eSandra Pereira Nascimento*

* Gerentes das Unidades Regi-onais de Capelinha, Diamantina,Teófilo Otoni e Almenara

12 Dezembro de 2006

2.847 bacias de captaçãode enxurrada construídas aolongo das estradas vicinaise em áreas críticas de dre-nagem natural

17 estabilizações de voço-rocas

228,4 km de terraços

8 barragens subterrâneas

50 hectares de áreas de-gradadas em pontos críticosdas sub-bacias recupera-dos

543.600 mudas de vegeta-ção nativa distribuídas, parauma área de 453 hectares dematas ciliares

14 hectares de mata detopo recuperadas, com oplantio de 16.800 mudas deespécies nativas, algumasde importante valor econô-mico, por serem frutíferasou de madeira de lei

43 nascentes cercadas,além de plantio de mudas deespécies nativas em seu en-torno

REVITALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO SUPERA METASTEREZINHA LEITE

Produtores abraçam a causa e comemoram os resultados, junto com as equipes da Emater-MG

O PROJETO EMNÚMEROS

Formação de multiplicadores contribui com o sucesso do projeto

Foi um sucesso a I Semanada Agricultura Familiar doProjeto Jaíba, realizada de 6 a12 de novembro. O objetivofoi promover a inclusão so-cial e a integração das famíli-as rurais. A programação in-cluiu palestras sobre temasde saúde, além de oficinas,peças teatrais, concurso de

No perímetro de irrigaçãoGorutuba, em Nova Porteiri-nha, agricultores familiaresque exercem atividades depecuária começaram a rece-ber, em outubro, mudas decana-de-açúcar para melhorara alimentação do gado no pe-ríodo da seca. No total forambeneficiadas 20 famílias. Aformação de viveiros com va-riedades melhoradas de canafaz parte de uma das oito me-

Jaíba reune famílias rurais

música e forró, mostra de ar-tesanatos, futebol, cavalga-das e atividades recreativaspara a garotada, bem comoexcursões técnicas. Um dosdestaques foi a palestra so-bre comercialização e comér-cio justo, que tem desperta-do o interesse de vários pro-dutores.

Procriar melhora alimentação do gadotas do Procriar (Projeto deAprimoramento da Pecuáriade Leite das Regiões do Nor-te de Minas e Vale Jequitinho-nha). Segundo o coordenadorregional de Bovinocultura daEmater-MG, Luiz Aroldo Oli-veira Almeida, 27 proprieda-des em 18 municípios estãosendo acompanhadas para aescolha das que se tornarãounidades demonstrativas aofinal de 2007.

A Emater-MG, em parceriacom a Codevasf (Companhiade Desenvolvimento dos Va-les do São Francisco e Parna-íba) está concluindo as me-tas previstas no Projeto deManejo Integrado de Sub-bacias Hidrográficas Selecio-nadas na Bacia do Rio SãoFrancisco. E com muitos mo-tivos para comemorar. Asações para o controle do pro-cesso erosivo, recuperação erecomposição da coberturavegetal e educação ambien-tal nos 17 municípios ondepassam os rios Verde Grande,Pacuí e Pajeú, afluentes doVelho Chico, geraram uma sa-tisfação muito grande naspopulações rurais e urbanasbeneficiadas.

O resultado foi que muitosbeneficiários decidiram ban-car por conta própria as açõesprevistas no projeto. “A acei-tação do projeto foi tão boa,que muitos produtores au-mentaram as obras em 30%,como no caso das bacias decaptação de enxurrada e ter-raceamento”, conta um doscoordenadores da Emater-MG que trabalham com o pro-jeto, Reinaldo Nunes de Oli-veira, de Montes Claros.

Em Mato Verde, na Fazen-da Genipapo, o agricultor fa-

miliar José Luiz Barbosa deSouza é exemplo de esperan-ça que o projeto levou para apopulação local. Acostuma-do a sofrer com a escassez daágua – o período de seca, quese inicia em abril pode, se pro-longar até novembro – JoséLuiz festeja a construção deuma barragem subterrâneaem sua propriedade e só estáesperando o aumento daschuvas para iniciar o plantiode milho e capim para alimen-tar o gado. “Talvez feijão earroz também. O período deseca é muito longo e com essabacia espero segurar maiságua. Penso também em cons-

truir uma cisterna para ajudarnas criações (gado, porco,galinha) e mais uma barragem,em outra propriedade de 23hectares que tenho”, conta.

Seu conterrâneo Edgar Fa-gundes Jácome também co-memora as 19 bacias de cap-tação de enxurradas constru-ídas na Fazenda Barreiro,onde mora desde que nasceu,há 35 anos. “Minha proprie-dade tem muito declive equando chove causa erosão.Com as águas de enxurradasretidas a terra fica úmida.Além disso evita a formaçãode buracos, que podem ma-chucar o gado”, ressalta.

13Dezembro de 2006

A participação da Emater-MGno processo de reassentamen-to das famílias atingidas pelaconstrução da Usina Hidrelétri-ca de Irapé, no Vale Jequitinho-nha, vem estimulando o desen-volvimento sustentável das co-munidades. A assistência aosagricultores assentados abran-ge 102 propriedades rurais de 17municípios da região. O associ-ativismo norteia as ações que aempresa está desenvolvendocom 28 associações de agricul-tores familiares, conforme o Pla-no de Desenvolvimento Susten-tável de Reassentamento (PDR)elaborado para cada uma dasentidades. O PDR prevê aces-so das famílias a projetos soci-ais, que envolvam saneamento,saúde, educação, lazer e habita-ção, entre outros aspectos.

O fortalecimento do associa-tivismo já está mudando a vidade 42 famílias, representadaspela Associação Nova Vida deSussuarana, em Cristália, muni-cípio com o maior número de as-sentados. Segundo LaércioRocha Baldaia, casado, 32 anos,residente na fazenda Alvoradae presidente da associação, coma contribuição de todos a enti-dade já pode se orgulhar de teruma sede, após sete anos deexistência. A conquista só foipossível porque cada uma dasfamílias associadas doou R$500,00 dos R$ 4.500,00 recebidoscomo parte de indenização pagapela Cemig. Para Laércio, o re-

sultado reforça o valor do traba-lho coletivo desenvolvido pelaentidade. “O associativismo éuma maneira de compartilharcom vizinhos e amigos”, afirma.

A opinião é reforçada por JoséCarlos Pereira da Cruz, casado,28 anos, residente na FazendaPiabanha, também em Cristália.“A associação é um meio detransporte para buscar benefíci-os para todos. Nela você temmais facilidade de conquistarseus objetivos. É uma maneirade também de ajudar as pesso-as”, diz. José Carlos faz parte deuma população de 36 famíliasrepresentadas pela Associaçãodo Reassentamento Nova Vidade Irapé, que agrupa 12 fazen-das, localizadas nos municípiosde Cristália e Botumirim.“Estamos oferecendo um arca-bouço para dar sustentabilida-de ao projeto Irapé”, sintetiza ogestor do projeto da Emater-MG,João Carlos Guimarães, acentu-ando o avanço no campo sócio-político, com a inclusão dos agri-cultores nos Conselhos Muni-cipais de Desenvolvimento Ru-ral Sustentável (CMDRSs), pormeio das associações. Atual-mente, cerca de 70% delas játêm representantes no CMDRde seu município.

SAIBA MAIS SOBRE A USINA

A Usina de Irapé é considera-da a maior e mais importante obrahidráulica, realizada no Rio Je-quitinhonha, com recursos daCemig e do Governo do Estado.

ASSOCIATIVISMO É O LEMA EM IRAPÉ

TEREZINHA LEITE

Um dos grandes desafios dopequeno produtor rural é a co-mercialização de seus produtoscom preço justo. E, no ProjetoJaíba, esse desafio vem sendosuperado com a parceria entrea Emater-MG e a CompanhiaNacional de Abastecimento(Conab), no Programa de Com-pra Antecipada da AgriculturaFamiliar com Doação Simultâ-nea. Em vigor desde 2004, o pro-grama beneficia atualmente 527famílias do Jaíba, cadastradasem seis associações com 10projetos de doação simultânea.Somente em um dos projetos,que envolve 125 famílias, a Co-nab garantiu compras no valorde R$ 312.500,00.

O Programa funciona assim:a Emater-MG, em parceria com aassociação representativa dacomunidade, formula o projetoque é apresentado à Conab. Seaprovado, a Conab passa acomprar produtos da agricultu-ra familiar (in natura e proces-sado) para serem doados a hos-pitais, creches e escolas públi-cas, garantido a segurança ali-mentar destas instituições.

Só no Jaíba, cerca de cincoescolas públicas são beneficia-das. O sucesso é tão grande que

novas famílias estão querendose cadastrar, comenta Raphae-la Pinheiro de Souza, extensio-nista da unidade regional daEmater-MG no Jaíba. “O peque-no produtor é beneficiado duasvezes. Primeiro porque tem ga-rantida a venda de seu produtoe segundo porque seu filho re-ceberá a merenda escolar, pre-parada com as doações da Co-nab”, acentua a técnica.

O presidente da Associaçãode Irrigantes da Área Nova Es-perança, Ailson Mendes Ra-mos, 30 anos, além de diminuiras perdas da produção, o pro-grama inibe a atuação dos atra-vessadores e fortalece a atua-ção coletiva. Ailson é proprie-tário de uma área de 10 hecta-res no Jaíba e lidera um grupode 18 associados, que vendemprodutos como mandioca, ba-nana, mamão e hortaliças.

Venda garantida para agricultores familiares do JaíbaSucesso no Programa de Compra Antecipada, em parceria

com a ConabTEREZINHA LEITE

Está localizada entre os muni-cípios Berilo e Grão Mogol. Foiinaugurada em abril de 2006 erecebeu oficialmente o nome deUsina Hidrelétrica JuscelinoKubitschek, embora seja co-nhecida como Usina Irapé, porestar localizada em uma área ín-greme, onde o acesso só podiaser feito a pé. Para sua constru-ção foi necessária a inundaçãode 11 mil hectares de área, o queafetou a população rural de setemunicípios da região (Berilo,Grão Mogol, Turmalina, JoséGonçalves de Minas, Leme doPrado, Cristália e Botumirim).

As 637 famílias desaloja-das de suas terras foram re-assentadas em 102 fazendasde 17 municípios. Todo o pro-cesso foi feito conforme Ter-mo de Acordo firmado entreCemig, Comissão de Atingi-dos pela Barragem e Ministé-rio Público. A partir de 2003,a Emater-MG passou a pres-tar assistência técnica e ex-tensão rural aos atingidos,conforme o documento e con-vênio firmado posteriormen-te com Cemig, por um perío-do de oito anos, podendo serrenovado.

A equipe de Cristália entrega o PDR a reassentados

A merenda dos alunos da rede públicamelhorou com o programa

14 Dezembro de 2006

Agradecimento aos extensionistas

UMA HISTÓRIA DE PROSPERIDADE NO CAMPOEm Boa Esperança, casal muda a vida com a piscicultura, graças à orientação da Emater-MG

EDNA SOUZA

conseguimos aos técnicosda Emater-MG”.

O extensionista WillemAraújo acredita que, comeste resultado, a Emater-MGcumpriu plenamente seupapel de mediador do proces-so de desenvolvimento sus-tentável da população rural,que conseguiu acesso a me-lhores condições de vidapara toda a família.

O personagem principaldesta história, segundo aprodutora Nelma, é o exten-sionista Cláudio Salim, queincentivou a criação de peixeem tanque rede, atividade daqual até então nunca tinhaouvido falar. “Hoje estamosrecebendo assistência técni-ca do engenheiro agrônomoWillem Araújo (extensionis-ta local), e podemos dizer quedevemos a prosperidade que

Nelma e Matuzalém mostram os peixes prontos para a venda

Eles mudaram radicalmentesuas vidas em menos de cincoanos. Deixaram para trás momen-tos de muita dificuldade para setornarem piscicultores com gran-de clientela. E agora almejamconcretizar o sonho de se torna-rem empresários. Nelma Apare-cida e Matuzalém de Almeida:três filhos (18, 15 e 7 anos) e umgrande sentimento de realizaçãoe prosperidade.

Tudo começou em 2001, quan-do conheceram Cláudio Salim,técnico agrícola da Emater-MGem Boa Esperança (hoje no es-critório local de Elói Mendes).Seguindo sua orientação, Ma-tuzalém conseguiu recursos comfinanciamento do Pronaf – Cus-teio e iniciou, com R$ 6 mil, a re-cuperação da lavoura de caféplantada em área de cinco hec-tares que possuía na comunida-de Barro Preto, onde vivem cer-ca de 250 famílias, e investiu tam-bém na piscicultura com recur-sos de R$ 7.800,00 do Pronaf –Mulher, financiado em 2004.

Antes, contando apenas coma lavoura de café, eles consegui-am arrecadar uma média de 80sacas (de 60 quilos) por ano,com uma renda bruta anual deR$ 12 mil, o que não dava parapagar nem os custos da produ-ção. Na entressafra, entre maioe agosto, ele e Nelma trabalha-vam nas fazendas da região, ga-nhando R$ 15 ao dia para fazerqualquer tipo de serviço, desdeadubação, plantio e colheita, atécapina em pasto. “A gente so-fria muito, o que ganhávamos maldava para sustentar a família”,diz Nelma. Não tínhamos assis-tência técnica da Emater e che-gamos a passar até um ano semcolher o café plantado.

Morando nas proximidades doReservatório da Hidrelétrica deFurnas, com água ‘passando nofundo do quintal’, como diz Ma-tuzalém, ele acreditou no proje-to de piscicultura, incentivadopelo técnico da Emater-MG. Como dinheiro, deu início à ativida-de de cria, recria e engorda de

peixes em tanques redes. “Com-pramos cinco tanques redes, 5mil alevinos e 90 sacos de raçãoe iniciamos uma produção fami-liar: eu, a mulher e os filhos”, dis-se. Além dos investimentos, osdois foram escolhidos para par-ticipar de um programa da Se-cretaria Especial de Aqüiculturae Pesca da Presidência da Repú-blica, sendo beneficiados com10 tanques redes, aquisição de10 mil alevinos, um barco e ra-ção suficiente para a produçãode peixes, assumindo o compro-misso de doar metade a entida-des de assistência social da ci-dade. Já na primeira safra de pei-xes, foram obtidas mais de 10 to-neladas de tilápias, sendo reali-zado, inclusive, um dia-de-cam-po na propriedade, atraindo pro-dutores de toda a região.

Com seis meses de trabalho, eos peixes já prontos para a ven-da, eles começaram a busca pormercado. A princípio era de casaem casa, até conquistarem umaclientela maior. De uma média de30 a 40 kg entregues duas vezespor semana, passaram a entre-gar mais de 250 kg para super-mercados, açougues, restauran-tes e bares do município, a pre-ços variados, com a aquisiçãode outros sete tanques redes.Hoje a clientela é variada, e vari-ada também é a forma de entre-ga do produto. Eles comerci-alizam a tilápia limpa, em bande-jas, em postas ou inteiros evis-cerados. A partir de R$ 5 o quilo,a média arrecadada chega aR$1.300 por semana.

A renda familiar aumentousubstancialmente, segundo o

produtor, e ambos sentem-se re-alizados. “Estamos muito satis-feitos, podendo melhorar nos-sas condições de vida”, informaNelma. Inclusive, com a aquisi-ção de mais tanques redes, elescomeçaram a fornecer peixe tam-bém para pesque e pague da re-gião e para um restaurante japo-nês em Varginha, para a prepa-ração de sashimi (prato típico,em que o peixe é servido cru),que exige matéria-prima fresca ede boa qualidade.

A melhoria das condições devida alavancou a auto-estima dafamília. Nelma conseguiu trocaros móveis e pretende fazer umaboa reforma na casa, aumentan-do o número de cômodos. Dacondição de bóia-fria, hoje elatem até uma pessoa para ajudá-la no trabalho. Matuzalém con-seguiu montar uma estruturacompleta para preparo e armaze-namento do pescado, segundonormas da Vigilância Sanitária.Ele adquiriu uma empacotadeirapara selar as embalagens, um fre-ezer e uma máquina de jatod’água para higienização da ca-minhonete, com que faz a entre-ga dos peixes que, agora, segun-do ele, “é só por encomenda,para não perderem a qualidade”.

Os filhos começaram a estu-dar, e o mais velho passou a seresponsabilizar pela lavoura decafé, que está totalmente recu-perada e em produção. São cer-ca de 16 mil plantas, que ocu-pam 5 hectares da propriedade,com previsão de plantio de maiscinco mil.

Para Matuzalém, um grandeganho também foi o relaciona-mento com as pessoas. “Hojesou conhecido em qualquer lu-gar”. Até mesmo sua mulher Nel-ma foi convidada para apresen-tar o Pronaf – Mulher e mostraro trabalho desenvolvido na pro-priedade da família, em junhopassado, no Seminário Estadualde Extensão Rural – 2006,even-to realizado pela Emater-MG noOuro Minas Palace Hotel, emmarço. “Apresentei o trabalhonum painel com fotos e reporta-gens e dei muitas entrevistas”.

15Dezembro de 2006

Vários são os caminhos e ins-trumentos a serem utilizadospara que possamos nortear e, omais importante, revitalizar aagropecuária nacional, tendocomo base a participação popu-lar. A organização, tanto em ní-vel de capital social quanto deestruturas de suporte produti-vos, é, sem dúvida, imprescindí-vel ao alcance desta meta, mas,para isto, necessitamos de es-paço para que isso se torne pos-sível.

A Feira de Agronegócios –instrumento eficiente para divul-gar novas tecnologias para osetor – proporciona esses espa-ços que permitem a socialização

entre órgãos e instituições de as-sistência à área rural, assimcomo o fortalecimento e maiordivulgação das organizaçõespresentes na região, como as-sociações e cooperativas. É maisum instrumento utilizado paraestimular os agricultores a per-manecerem na atividade.

Realizada pela segunda vezconsecutiva, com o apoio doSindicato dos Produtores Ruraise da Prefeitura Municipal, a Fei-ra de Agronegócios em Passosobteve tanto sucesso, e os ob-jetivos foram alcançados de for-ma tão eficiente, que o eventopassou a fazer parte do calendá-rio regional e estadual de even-tos do setor.

Feira de agronegócios revitaliza a agriculturaMARCOS ANTÔNIO FABRI JÚNIOR* É importante ressaltar que a

agricultura familiar é responsá-vel por 40% da arrecadação dorecursos financeiros no setor.Mas, infelizmente, é a que maissofre com os efeitos negativosdo desestímulo, da descapitali-zação e da desorganização.

BONS EXEMPLOS

Entretanto temos exemplos deagricultores que estão conse-guindo amenizar estes efeitos,por meio da organização e diver-sificação de suas atividades eco-nômicas.

Mas a recomendação ao pro-dutor é o cuidado na busca deatividades alternativas. É preci-so conhecer bem todos os seg-mentos, seja em nível produti-

vo, seja quanto à comercializa-ção e ao escoamento da produ-ção.

Pensando nisto, criou-se umespaço durante a feira para a re-alização de minicursos na áreade agropecuária, artesanato,processamento de alimentos eoutros, com a finalidade de le-var aos participantes (produto-res, alunos ou técnicos) um mo-delo de desenvolvimento quebusca, de forma participativa, aeqüidade com respeito à nature-za, ao desenvolvimento huma-no e social (desenvolvimentosustentável).

MORANGO RENDE PRÊMIO E DESTAQUE NA GLOBO RURALJovem extensionista de Estiva, há menos de dois anos na empresa, incentiva produção sem agrotóxicos

Em Estiva, segundo municí-pio maior produtor de moran-go do País, com 13 mil tonela-das de frutas colhidas, atrássomente de Pouso Alegre (15mil toneladas), muitos dos2.578 produtores conseguiramreduzir o uso de agroquímicose até utilizar novas técnicaspara aumentar a produção. Naorientação aos produtores,uma jovem extensionista, naempresa há menos de doisanos, tem se destacado e atéfoi citada em reportagem espe-cial na edição de novembro daRevista Globo Rural.

Um dos produtores assisti-dos é Luiz Gabriel Borges, queconseguiu, com seu invento“Taquara Chinesa”, o segun-do lugar no Prêmio Criativida-de Rural, instituído pela Ema-ter-MG, em 2005. Ele foi orien-tado e incentivado a participarpela extensionista local da Ema-ter-MG, engenheira agrônomaFlávia Maia Gonçalves. Tendoingressado na Empresa em ja-neiro de 2006, Flávia afirma queum acontecimento assim “é umgrande impulso ao trabalho quea gente desenvolve”.

A notícia chegou pelo FIQUEPOR DENTRO, informativo in-terno da Emater-MG. “Foi umasurpresa, não esperava. Nãopelo projeto que tinha tudopara ser bem classificado, masporque tudo foi elaborado commuita rapidez”, explica. O pai,Pedro Rogério Gonçalves, tam-bém engenheiro agrônomo,atuando como extensionista daEmater há 30 anos, hoje lotadono escritório local em Jesuânia,ficou orgulhoso com a atuaçãode Flávia e se mostrou emocio-nado com a premiação da filha,que aconteceu no último mêsde junho, no auditório da Uni-dade Central da Emater-MG.CRIATIVIDADE

O diferencial do projeto é aeliminação de agrotóxicos, obaixo custo e a criatividade,adaptando o material que eletinha disponível.

“A invenção é simples”, ex-plica Flávia. Uma estrutura debambu (daí o nome do projeto_ Taquara Chinesa) sustenta ostubetes feitos de lona e costu-rados à mão e evita o contatodas mudas de morango com osolo, como um jardim suspen-so, reduzindo em até 50% a ne-cessidade de uso de defensi-

vos. Em área de 200 metrosquadrados, a estrutura elimina,também, as chances do chama-do “vermelhão”, doença cau-sada por fungos, que torna omorango impróprio para con-sumo e se alastra facilmente en-tre as mudas. “Embora traba-lhosa, a invenção é criativa eeficiente. A economia em rela-ção à produção tradicional, emtubetes, chega a cerca de90%”, afirma a extensionista.Para montar a estrutura, LuizGabriel gastou cerca de R$900,00 e com um computador

completo, agora “plugado” àinternet, ele está “em busca damuda perfeita”, diz.

Segundo a extensionista, obom desempenho das lavourasfez da cidade uma grande pro-dutora de morango em MinasGerais e um dos melhores cam-pos de pesquisa do Estado.Embora 44% da produção domunicípio cheguem ao merca-do sem agrotóxico , para Fláviaainda é pouco. “O grande de-safio é conseguir que toda aprodução saia daqui sem agro-tóxico”, afirma.

* Gerente da Unidade Regionalde Passos da EMATER–MG

EDNA SOUZA

Flávia e o pai, também extensionista, Pedro Rogério Gonçalves

16 Dezembro de 2006

São 24 produtores produ-zindo 600 mil litros anuais decachaça na região de Juiz deFora, que congrega 13 muni-cípios. O projeto da cachaçade alambique teve início em1998, com a criação da Asso-ciação dos Produtores e Ami-gos da Cachaça Artesanal deQualidade de Juiz de Fora eRegião (APRACA), e foi de-senvolvido pela equipe deseis extensionistas da Ema-ter-MG. O grupo tinha, então,apenas um estabelecimentocom registro no Ministérioda Agricultura.

A primeira etapa do progra-ma constituiu-se de açõescentradas na capacitação detécnicos, produtores e alam-biqueiros, realizadas pelaEmater-MG. “Foram 15 técni-cos e 86 produtores treina-dos, e, em parceria com o Mi-nistério da Agricultura, foielaborado um trabalho inte-grado, com o objetivo de ava-liar a situação de cada esta-belecimento produtor e ascondições necessárias aoatendimento da legislaçãovigente”, diz o extensionistado escritório local CândidoAntônio Rocha, que, juntocom Severino RodriguesCosta, faz parte da equipeque presta assistência técni-ca aos produtores. “Nestaetapa”, diz Cândido, “todosos produtores participantesdo programa receberam umavisita técnica para estudo decasos. O resultado foi a le-galização de 11 produtorescom 13 marcas registradas,comercializadas individual-mente”, informa.

Segundo ele, um plano deação foi montado também

para garantir um produto comespecificidade direcionadapara a comercialização. Via-bilizado pelo Consórcio In-termunicipal da Zona daMata e Vertentes, juntamen-te com o Sebrae, o plano ela-borado indicou a necessida-de de os produtores de ca-chaça redirecionarem suaestratégia. Nesse estudo, foirecomendada a criação deuma unidade regional de en-garrafamento que agregassea produção dos associadosem torno de uma única mar-ca, possibilitando, desta for-ma, maior competitividadeno mercado. O resultadodesta ação foi a criação daCooperativa dos Produtoresde Cachaça de Alambique deJuiz de Fora e Região (COO-CAJUR), atualmente em fasede organização.

Considerada o principaldesafio para os envolvidosna atividade, a comercializa-ção, dificuldade que passa amaioria dos produtores doEstado, tem sido alvo de es-tudos. Por este motivo, osprodutores estão retomando

as discussões em torno doprojeto da engarrafadora econseguiram adquirir terrenopróprio para sua instalação,materializando assim um so-nho. “O trabalho agora é deagregação deste grupo, deforma a obter a convergên-cia de interesses em tornodeste projeto”, continua otécnico que informa ser estaa maior expectativa para aconsolidação e viabilidadeda produção de cachaça naregião.

Emater-MG, Secretaria deAgropecuária e Abasteci-mento da Prefeitura de Juizde Fora, Ministério da Agri-cultura são os principais par-ceiros dos produtores nesteprograma, contando tambémcom o apoio do Sebrae-MG,UFJF e Banco do Brasil.

Juiz de Fora, Lima Duarte,Belmiro Braga, Matias Bar-bosa, Goianá, Piau, Rio Pom-ba, Silveirânia, Santana deCataguases, Santa Rita de Ja-cutinga, Santa Bárbara deMonte Verde e São João Ne-pomuceno são os municípi-os que fazem parte da região.

C A C H A Ç A D E A L A M B I Q U ECOM QUALIDADE GARANTIDAProjeto consegue adequar produtores às normas do Ministério da Agricultura

EDNA SOUZA

A moagem da cana é uma das etapas acompanhadas pelo projeto

Encontrar alternativas para avalorização da agricultura fa-miliar, com tecnologias de bai-xo custo, é o foco da ação ex-tensionista em Antônio Pradode Minas. A Emater-MG local,com o apoio da Prefeitura mu-nicipal e Câmara de Vereado-res, realizou em 15 de setembroo 1º Encontro de ProdutoresRurais. O evento contou coma participação de mais de 80produtores rurais, autoridadese visitantes de outras cidades.Um dos destaques da progra-mação foi a palestra sobre re-cuperação e formação de pas-tagens a baixo custo, por meioda integração lavoura/pecuá-ria. A palestra ficou sob respon-sabilidade do coordenador re-gional de Bovinocultura, .An-tônio Domingues de Souza.Também foram abordados oassociativismo e o cooperati-vismo; plantio de eucalipto napequena propriedade rural;importância da Agricultura Fa-miliar.

O extensionista Luciano Gui-marães, do escritório local daEmater-MG, afirma que o baixoíndice de associativismo é umdos maiores entraves ao de-senvolvimento sustentável nomunicípio. Ele fez um alerta aosprodutores rurais, durante oevento, para que procurematuar em conjunto, como for-ma de superar as dificuldadescomuns.

De acordo com Luciano, umadas palestras que mais desper-taram atenção foi sobre Plan-tio de Eucalipto na PequenaPropriedade Rural, proferidapelo Gerente do Núcleo Flores-tal do Instituto Estadual deFlorestas de Muriaé, enge-nheiro florestal Fernando Ge-sualdi Reiff. “Por meio de par-ceria com a Prefeitura e o IEF, omunicípio recebeu em outubro40 mil mudas de eucalipto, maisos insumos para serem doadosaos produtores rurais”, contouLuciano.

Antônio Prado de

Minas busca

desenvolvimento

com baixo custo

17Dezembro de 2006

Região privilegiada, localizadaentre as principais capitais doPaís, a Zona da Mata mineira ficaentre Belo Horizonte, Rio de Ja-neiro e Vitória, com proximidadetambém da cidade de São Paulo,e tem características peculiares.Possui uma boa malha rodoviá-ria, recortada por estradas fede-rais e estaduais, com cidades pró-ximas umas das outras, o que fa-cilita a comunicação. A topogra-fia, de montanhosa a ondulada,com algumas baixadas e salpica-da de nascentes, se presta àsmais variadas explorações, comoo turismo rural e ecológico, gra-ças à existência de cachoeiras esedes centenárias de fazendas re-manescentes da Mata Atlântica.A agroindústria rural caseira étambém destaque na região.

Com comércio, indústria e es-trutura de serviços bastante de-senvolvidos, sua sustentaçãoeconômica está fortemente liga-da à agricultura, com predominân-cia para a agricultura familiar (94%das propriedades têm menos de100 hectares), sendo a pecuáriade leite e a cafeicultura as princi-pais explorações. Importante pólopiscicultor, tem também grandepotencial para ampliar a fruticul-tura, a olericultura, a apicultura ea integração ovinocultura/cafei-cultura. As agroindústrias detransformação estão presentestambém em toda a região, queabriga o Parque Estadual da Ser-ra do Brigadeiro.

Atuando na região em quasetodos os 125 municípios da Zonada Mata, a Emater-MG está or-

ganizada em seis unidades regi-onais, a saber: Manhuaçu, Viço-sa e Ponte Nova (Bacia do rioDoce); Muriaé, Cataguases e Juizde Fora (Bacia do Paraíba do Sul).No município estão também pre-sentes a Ruralminas, a Epamig, oIma, a Emprapa/CNPGL, univer-sidades federais, universidadeestadual e diversas faculdades,o que faz da região uma extensarede de conhecimento tecnoló-gico e científico, que pode impul-sionar o desenvolvimento sus-tentável.

Um projeto para a criação deum Centro de Excelência em Agri-cultura está sendo desenvolvi-do em Muriaé, tendo a parceriada Secretaria de Estado da Agri-cultura e a prefeitura municipal,para o treinamento de técnicos,agricultores e demais profissio-nais ligados ao agronegócio, aser instalado na sede da Ruralmi-nas, cuja infra-estrutura vai de-pender ainda de investimentopara reforma, a fim de atender àessa finalidade.

Apesar de todas essas vanta-gens e potencialidades, a Zonada Mata mineira tem o penúltimoPIB per capita, quando compara-da com as outras regiões do Es-tado, ficando evidente a neces-sidade de se investir na região,para recuperar a pujança econô-mica do passado, e não há me-lhor começo do que iniciar peloconhecimento, pela educação,pela qualificação daqueles queestão investindo na atividadeagrícola.

Potencial diversificado na regiãoPaulo Alexandre de Oliveira Carvalho*

* Engenheiro agrônomo

Gerente da Unidade Regional de Muriaé

A inclusão social de pesso-as carentes da comunidade,oferecendo-lhes melhor aces-so à saúde, foi o objetivo doprojeto de implantação de umahorta orgânica de ervas medi-cinais desenvolvido pela Ema-ter-MG local, em parceria coma Paróquia Nossa Senhora daConceição da Barra, na comu-nidade da Barra, no municípiode Muriaé.

Convidado pela Pastoral daSaúde, em 2005, o extensionis-ta da Emater-MG José Luiz deFreitas Paixão elaborou o pro-jeto de implantação da horta,incluíndo área de secagem eprocessamento e uma peque-na farmácia de produtos fito-terápicos.

O projeto surgiu da deman-da de famílias de baixa rendada comunidade por produtosde baixo custo e menos agres-sivos à saúde. Até julho desteano mais de 100 pessoas fo-ram atendidas. O trabalho temchamado a atenção de outrasáreas do município e há até es-colas agendando visitas, no in-tuito de repassar idéias de edu-cação ambiental aos estudan-tes.

Segundo José Luiz, “o for-mato da horta, instalada noCentro Educacional Dom Del-

fim, obedeceu a um projeto di-dático, em forma de corpo hu-mano. Cada parte desse “cor-po humano” recebe um cantei-ro com plantas medicinais re-lacionadas ao tratamento deproblemas de saúde corres-pondentes àquele órgão. Porexemplo, na região da cabeçaplantou-se ervas relacionadasao sistema nervoso”.

COMPOSTO ORGÂNICOPara o projeto foram selecio-

nadas 40 espécies, indicadaspara 25 problemas de saúde. “Ométodo utilizado foi o levanta-mento dos principais proble-mas de saúde da comunidadeque poderiam ser tratados como uso de plantas medicinais”,explica Freitas.

Para o preparo dos cantei-ros, utilizou-se composto orgâ-nico produzido no próprio lo-cal. Foi utilizada também umacobertura de folhas mortas, re-sultado da limpeza rotineira dopátio da escola.

Um farmacêutico deverá ficarresponsável pela supervisãoda farmácia, que deverá funci-onar também nas dependênci-as da igreja, em outra sala. Ini-ciadas em janeiro deste ano,espera-se beneficiar, com estaatividade, cerca de 1.800 pes-soas por ano.

EDNA SOUZA

Projeto é voltado para atender comunidade local de baixa renda

HORTA MEDICINALORGÂNICA EM MURIAÉ

O extensionista José Luiz é o responsável pela implantação da horta

18 Dezembro de 2006

HARILDO FERREIRA

GESTÃO PROFISSIONAL FAZ A DIFERENÇAEscritório de Gerenciamento de Projetos tem foco no planejamento

O gerenciamento intensivo érealizado em todos os progra-mas estruturadores da Emater-MG, sob coordenação do Escri-tório de Gerenciamento de Pro-jetos (EGP) da Empresa, criadoem 2005. Cada um dos progra-mas – são 11 programas estru-turadores – tem um gestor e umadjunto, responsáveis pelo ge-renciamento.

A criação do Escritório de Ge-renciamento de Projetos, infor-ma seu coordenador, José Ri-cardo Miglioli, deveu-se à de-manda da Emater-MG em fazer agestão de políticas públicascomo os Programas Minas SemFome e Revitalização do Rio SãoFrancisco, entre outros projetosestruturadores do Governo doEstado de Minas Gerais. E ain-da, acrescenta Miglioli, comosuporte às diretrizes do Planeja-mento Estratégico da Empresa,focadas no desenvolvimentorural sustentável.

Perspectivas

“Este novo foco de implemen-tação de políticas públicas pelaEmater-MG expandiu suas áre-as de atuação, criando a neces-sidade de um gerenciamento efi-caz, com sistemas eficientes degestão nos diversos programasque a Empresa executa em todoo Estado”, explica o coordena-dor. Com o Programa Minas SemFome, por exemplo, foram exe-cutadas ações de logística detransporte, licitações de semen-tes, equipamentos e outros in-sumos para milhares de lavou-ras comunitárias, hortas, poma-res e criações de aves, num vo-lume tal que, sem o gerenciamen-to intensivo, certamente a Em-presa não teria capacidade degestão do programa.

Segundo José Ricardo, em2007 o gerenciamento intensivoestará implantado em todas asunidades da Empresa. Em 2006,nove Unidades Regionais, das32 da Empresa, estão fazendo o

gerenciamento intensivo de doisprogramas; no próximo ano, to-das as Unidades terão projetoscom gerenciamento intensivo ese iniciará o processo nas Uni-dades Locais. Ainda em 2007, aUnidade Central estará execu-tando o sistema em todos oscontratos e convênios da Em-presa.

“Esta ampliação, evidente-mente, é precedida de uma ca-pacitação de todas as equipesde trabalho”, explica o coorde-nador. Em 2006, José RicardoMiglioli apresentou o sistema deGerenciamento Intensivo daEmater-MG no I Congresso Bra-sileiro de Gerenciamento de Pro-jetos, em Florianópolis, e no mêspassado uma equipe de gesto-res do Banco Central, de Brasí-lia, esteve na Emater-MG paraconhecer o Escritório e as ferra-mentas utilizadas pela Empresana gestão de seus programas es-truturadores. O sistema foi ain-da apresentado por Miglioli noIII Fórum Latino Americano deProjetos em Governo, em Brasí-lia, em setembro desde ano.

Engenheiro agrônomo, forma-do em 1991 em São Paulo, JoséRicardo Miglioli iniciou sua car-

reira na Emater-PR, tem Especia-lização em Administração Rural,pela Ufla, e MBA em Gerênciade Projetos pela Fundação Ge-túlio Vargas. Profissional daEmater-MG desde 1995, foi ge-rente regional em Caxambu, noSul do Estado, e é gerente-ad-junto estadual do Programa Mi-nas Sem Fome.

José Ricardo: gerenciamento intensivo de programas estruturadores

FASES DOGERENCIAMENTO

• Planejamento: o planode ação do trabalho;

• Acompanhamento: aná-lise e avaliação do exe-cutado com o planejado;

• Correção de rumos, casoas metas não estejamsendo atingidas;

• Encerramento do pro-grama, com o registro desua dinâmica e as liçõesapreendidas que servi-rão de base para o ge-renciamento de outrosprojetos.

No último dia 14 de novem-bro foi realizada, na UnidadeCentral, com a presença dopresidente José Silva, a primeiradas sete reuniões de Avaliaçãodo Acordo de Resultados, comgerentes das unidades quecompõem o Pólo Central (BeloHorizonte, Curvelo, Divinópo-lis, Ceame/Bambuí, Sete Lago-as e São João Del Rei). “A reu-nião é importante para que to-dos gerentes possam acompa-nhar o andamento dos proje-tos de seus pólos e avaliar osresultados obtidos”, afirmou ogerente da Assessoria de Pla-nejamento e DesenvolvimentoEstratégico, Gelson Soares.

Em agosto, os gerentes regi-onais assinaram os Acordos deResultados firmados perante opresidente da Emater-MG, JoséSilva. Entre as metas, estão aampliação do número de agri-cultores familiares atendidos,da contratação e assistênciatécnica no crédito rural (Pro-naf), e da elaboração dos Pla-nos Municipais de Desenvol-vimento Rural Sustentável. Emnome de todos os gerentes re-gionais, o de Montes Claros,Ricardo Demicheli, agradeceua confiança: “É uma honra re-presentá-los neste momentosolene, histórico. São metasdesafiadoras mas, quanto setrabalha em conjunto, as coi-sas se desenvolvem bem e po-demos fazer um bom trabalhona gestão pública”.

Os documentos assinadospelos gerentes seguem os prin-cípios do Acordo de Resulta-dos firmado em 5 de junho de2006 com a Secretaria Estadualde Agricultura, Pecuária eAbastecimento (Seapa), com ainterveniência das Secretariasde Planejamento e Gestão e deFinanças. Uma das metas maisambiciosas é a do Projeto Jaí-ba, de atender 100% dos agri-cultores familiares lá instala-dos, até o final de 2007.

PRIMEIRAAVALIAÇÃO DOSACORDOS DERESULTADOS

19Dezembro de 2006

Entre os muitos motivos para amigração dos jovens de comuni-dades rurais para os grandes cen-tros urbanos está sem dúvida afalta de perspectivas de trabalhoque, por sua vez, é fruto de variá-veis como a falta de políticas pú-blicas focadas nesse segmento dapopulação rural. O resultado é queesses jovens, que não encontramperspectivas de melhoria de vidano meio rural, migram sem as con-dições adequadas para se esta-belecerem profissionalmente nosmeios urbanos, agravando aindamais a desigualdade social que éum dos maiores desafios do País.

É neste contexto que a Emateriniciou, neste ano, um trabalhoespecífico com a juventude rural,em todo o Estado. Não há ainda

Trabalho com a juventude ruralum programa estruturado, explicaa coordenadora dos trabalhosLázara Alves Rezende, “pois aidéia é construí-lo com a partici-pação dos jovens, e não um pro-grama que lhes chegue pronto eacabado”.

Neste segundo semestre de2006, quando as ações efetiva-mente se iniciaram, 625 jovenspassaram por 25 cursos decapacitação, em quatro áreas: ges-tão social; segurança alimentar;associativismo e cooperativismo;e agroecologia. Nesta etapa, quea coordenadora denomina de pri-meira fase dos trabalhos, a priori-dade é mobilizar, organizar e sis-tematizar as demandas e expecta-tivas dos jovens do meio rural eagregar parcerias ao trabalho.

Formação para a cidadania

“Estamos discutindo com os jo-vens para onde o programa deveapontar e caminhar. Identificadasas expectativas e potencialidadesda juventude rural, em cada regiãodo Estado, a Emater quer construircom eles um programa permanen-te, privilegiando sua participação,fortalecendo ou mesmo resgatan-do seus direitos de cidadania, quepassa pela construção não apenasde processos de produção agríco-la, mas sobretudo na construçãode processos que garantam a ple-na realização das potencialidadesda juventude através da participa-ção social na proposição de políti-cas públicas que contemplem suasnecessidades e demandas de

melhoria da qualidade de vida",afirma a coordenadora.

Em 2007, acrescenta LázaraRezende, a prioridade passa a ser aformatação do programa. “Destaprimeira fase, já tivemos uma certe-za: há uma energia enorme nos jo-vens do meio rural, há uma vonta-de de participar, de criar perspecti-vas de trabalho e renda, uma imen-sa energia para a transformação dasatuais condições em que se encon-tram. A Emater tem uma história detrabalho com a juventude rural, comos Clubes 4 S. Os tempos e os de-safios evidentemente são outros,mas a Extensão Rural e os jovenssaberão superá-los, na perspecti-va do desenvolvimento rural sus-tentável”, conclui a coordenadorada Emater-MG.

Planejamento da compra, aqui-sição e gestão da entrega do ma-terial ou da prestação do serviçolicitado. Este é o ciclo da dinâmicapara garantir qualidade em todosos processos efetuados pela Co-missão Permanente de Licitação(CPL) da Emater-MG, fruto de umintenso movimento de reestrutu-ração do setor.

Os objetivos deste processo demodernização, afirma o gerente daDivisão de Recursos Materiais,Rodrigo Matias Ferreira, “são aca-bar com os atrasos na conclusãodos processos de licitação e esta-belecer condições para um efeti-vo acompanhamento da execuçãofísica e financeira de convêniosexecutados pela Emater-MG”.

As transformações do setor seiniciaram com a adoção do Pre-gão Eletrônico para todas as com-pras da Empresa, o que gerou deimediato uma economia média de25% em todas as compras. Além,evidentemente, de garantir maiortransparência na gestão dos re-cursos públicos. Entretanto, osobstáculos revelados em formasde atraso e dificuldades de acom-panhamento dos processos per-sistiram. Com a consolidação donovo foco de atuação da Empre-sa, de implementação de políticaspúblicas, seus serviços se expan-diram de forma exponencial.

Rodrigo Matias conta que, ape-nas para a compra de equipamen-tos e materiais para o Projeto deAgroindústrias do Minas SemFome, foram conduzidos 270 pro-cessos (veja quadro). Além disso,houve grande esforço para a aqui-sição de equipamentos de infor-mática e outros instrumentos ne-cessários à ação extensionista.

Agilidade

“O foco orientador das mudan-ças foi a melhoria das condiçõesde trabalho no setor e mais efici-ência e qualidade no atendimen-

to”, explica o gerente. O movimen-to de reestruturação se assentouna criação de quatro núcleos ope-racionais, cada um operando de-terminadas etapas de todo o pro-cesso de licitações; a elevação denove para 17 profissionais no se-tor; a criação do núcleo de GestãoPatrimonial e Negócios com o In-terior, racionalizando estruturasoperacionais e melhorando a ges-tão de materiais pelas Unidadesda Empresa no interior do Estado;a adoção do Planejamento deCompras para os projetos estru-turadores e outros de maior porte,

• 400 mil famílias aten-didas com aquisição desementes e insumos paralavouras

• 40 agroindústriascomunitárias

• 75 projetos de rede dedistribuição de água emcomunidades rurais

LICITAÇÕES: RACIONALIZAÇÃO MELHORA PROCESSOSelaborado na data da assinaturade convênios desses programas;a criação de dois bancos de da-dos, um com especificação debens materiais e outro de gestãode fornecedores.

“É necessário ressaltar o rele-vante participação de todos osgerentes e coordenadores de pro-gramas e o firme engajamento doscolegas do setor para o sucessodeste choque de gestão na Co-missão Permanente de Licitação.Sem esta participação e adesão àsnovas dinâmicas, o setor poderiase tornar um obstáculo sério à ex-pansão dos serviços da ExtensãoRural”, conclui Rodrigo Matias.

COMPRAS PARA OMINAS SEM FOME

O gerente Rodrigo Matias junto à equipe da licitação, agora ampliada.

20 Dezembro de 2006

O município de São Francis-co está sendo beneficiadocom 30 projetos de abasteci-mento de água, por meio doPrograma Minas Sem Fome.Serão atendidas 30 comunida-des rurais, num total de 960famílias de agricultores famili-ares. O projeto inclui com cap-tação com conjunto moto-bomba, redes de recalque, ar-mazenamento e distribuiçãode água até as residências ru-rais. Os materiais e equipa-mentos já estão chegando àscomunidades.

“Os projetos foram elabora-

MAIS ÁGUA PARAO NORTE DE MINAS

Projetos de abastecimento do Minas Sem Fomebeneficiam 5 mil pessoas em São Francisco

dos pela Emater-MG e têmcomo objetivo atender a prin-cipal demanda das comunida-des rurais do Norte de Minas,que é o abastecimento de águapara o consumo humano, queno caso no município de SãoFrancisco, atenderá a quase 5mil pessoas”, informa o geren-te da Unidade Regional de SãoFrancisco, José Ricardo Rose-no. A implantação e a gestãodos projetos serão realizadosde forma coletiva, pelas pró-prias comunidades, com auxí-lio do escritório local de SãoFrancisco.

O gerente regional José Ricardo Roseno e os reservatórios do projeto

São 188 municípios do Esta-do de Minas Gerais, a maioriana área de atuação do Institu-to Mineiro de Desenvolvimen-to do Norte e Nordeste de Mi-nas (Idene) os alvos de açõesdo Programa de Combate à Po-breza Rural (PCPR), ProgramaEstruturador do Governo deMinas Gerais, em parceria como Banco Mundial (Bird) e ascomunidades que serão aten-didas. Com recursos totais deUS$ 46,8 milhões (US$ 35 mi-lhões do Bird), espera-se redu-zir os índices de desigualdadesocial.

A meta é o atendimento de93 mil famílias de agricultoresfamiliares até janeiro de 2010,o horizonte do programa, comações de natureza produtiva,social e de infra-estrutura paraas comunidades. A Emater-MGparticipa da execução do PCPRdesde o último mês de setem-bro, com a coordenação do ex-tensionista Cláudio AugustoBortolini.

“No momento estamos comtrabalho intensificado de as-

EMATER–MG NO PROGRAMA DECOMBATE À POBREZA RURAL

sessoria aos municípios obje-tivando a formação, reestru-turação ou readequação dosConselhos Municipais de De-senvolvimento Rural Sustentá-vel – CMDRs. Este trabalho éfundamental para a efetivida-de do Programa, que pressu-põe os CMDRs como gestoressociais em nível local. Para tan-to, os CMDRs deverão estardevidamente homologadosjunto ao Conselho Estadual deDesenvolvimento Rural Sus-tentável”, explica Bortolini.

Municípios que estão comos Conselhos regularizados játêm apresentado projetos aoIdene, órgão da Secretaria Ex-traordinária para o Desenvol-vimento dos Vales do Jequiti-nhonha, Mucuri e Norte deMinas, que coordena o proje-to. Além dos municípios daárea de atuação do Idene, tam-bém serão contemplados peloPCPR alguns outros da micror-região de Curvelo, na área cen-tral do Estado.

Para cada município, em mé-dia, serão destinados recursosde US$ 224 mil, nos quatro anosde execução do PCPR.

O Programa Integrado deMelhoria (PIM), lançado em4 de agosto, está despertan-do o entusiasmo dos profis-sionais da Emater-MG. Mes-mo antes de o PIM se tornarrealidade na Emater-MG, aequipe do Projeto Jaíba já ti-nha uma rotina de trabalhointerno que incluía discussãoem equipe das metas e desa-fios. “Com a oficialização doprograma vamos conseguirsistematizar as ações e torná-las mais eficazes”, ressalta ogerente da regional, José Aloi-zio Nery. Segundo ele, a ges-tão participativa vai ganharnovo impulso, com a forma-ção de grupos para cuidar daorganização interna do escri-tório, melhorar a comunicação

interna e atuar no planejamen-to das viagens. A UnidadeCentral e as unidades regio-nais Projeto Jaíba e Divinó-polis serão as vitrines de im-plantação do PIM e servirãode modelos para as demaisunidades da empresa.

O PIM é um sistema de ges-tão participativa da empresa,por meio de formação de equi-pes, com a finalidade de pro-por e atuar na melhoria dosprocessos do dia-a-dia. Co-nhecidas nas organizaçõespúblicas e privadas como for-ma eficaz de gestão, os gru-pos de melhoria contínua exis-tem para a valorização dasidéias dos trabalhadores nabusca de soluções de proble-mas internos.

Entusiasmo com o ProgramaIntegrado de Melhoria

Os melhores cafés de MinasGerais alcançaram ágio de atécinco vezes sobre o valor de mer-cado, no leilão realizado no últi-mo dia 27 de outubro, em Lavras,na final do 3º Concurso de Qua-lidade Cafés de Minas, promo-vido pela Emater-MG e Univer-sidade Federal de Lavras (Ufla).

Foram comercializados 13 lo-tes, com um total de 328 sacasde café. Entre os compradoresestavam representantes das em-presas mais conceituadas inter-nacionalmente, no ramo de ca-fés especiais. “Esse leilão foi um

Café: qualidade reconhecidadiferencial importante do con-curso, pois conferiu visibilida-de aos produtores mineiros, nomercado externo de cafés espe-ciais”, destacou o diretor técni-co da Emater-MG, Roberval Jua-rês de Andrade.

O número de inscrições esteano foi mais de 80% superior aoda última edição. O concurso éuma ação do Programa Estrutu-rador Agrominas Café, projetoestruturador do Governo deMinas Gerais coordenado pelaSecretaria de Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento.

HARILDO FERREIRA