Negros Lanceiros - Prof. Anita Buarque Soares - EJA EMEF Nancy Pansera

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NEGROS LANCEIROS

CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE CIDADÃ

Professora Anita Buarque Soares

EMEF Nancy Pansera

1º SEGMENTOALFABETIZAÇÃO e PÓS –

ALFABETIZAÇÃO Eixo – Cultura, Cidadania e Meio AmbienteSubeixo – Cultura e CidadaniaTema – A construção da identidade cidadã a partir do estudo da formação étnica.

• Justificativa:

• Contribuir para a construção da identidade e da cidadania do aluno a partir do estudo da sua formação étnica.

• Objetivos:• Conhecer as origens da formação étnica do povo brasileiro em

geral.• Perceber-se como sujeito de direitos em sua sociedade, como

dono e membro. • Reconhecer a importância de seu papel social no mundo, na

comunidade da qual faz parte e no manejo da sua vida. • Desenvolver valores sociais, morais e espirituais. • Reconhecer a distinção entre conhecimento científico e senso

comum. • Compreender que os saberes e valores passados de geração em

geração pela Cultura Afrodescendente são o amálgama da formação do povo brasileiro.

• Metodologia:

• Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa. Com releituras multimodais, trabalhando sempre em grupos, através de variadas expressões artísticas, como a música, literatura e artes visuais.

Em Vygotsky: A construção social do ser. Em Paulo Freire: Filosofia freiriana - a

educação tem que provocar mudanças.

Ação: Conhecer, reconhecer , otimizar o potencial do aluno, e investir no seu capital social.

A participação dos Lanceiros Negros na Revolução Farroupilha

Releituras de telas de valor histórico

Caçada de boi, H. R. Wendroth

Batalha dos Farrapos, José Wasth Rodrigues

Combate de Porongos, Marina Lima

Carga de Cavalaria Farroupilha, Guilherme Litran

Poesia e música – Cesar Passarinho

Guri

Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesseUma mala de garupa e uma bombacha e me desse

Queria boinas e alpargatas e um cachorro companheiroPra me ajudar a botar as vacas no meu petiço sogueiro

Hei de ter uma tabuada e o meu livro "Queres Ler"Vou aprender a fazer contas e algum bilhete escreverPra que a filha do seu Bento saiba que ela é meu bem quererE se não for por escrito eu não me animo a dizer

Quero gaita de oito baixos pra ver o ronco que saiBotas feitio do Alegrete e esporas do IbirocaiLenço vermelho e guaiaca compradas lá no UruguaiPra que digam quando eu passe saiu igualzito ao pai

E se Deus não achar muito tanta coisa que eu pediNão deixe que eu me separe deste rancho onde nasciNem me desperte tão cedo do meu sonho de guriE de lambuja permita que eu nunca saia daqui

Negro da Gaita

Mata o silêncio dos mates, a cordeona voz trocadaE a mão campeira do negro, passeando aveludadaNos botões chora segredos, que ele juntou pela estrada

(Quando o negro abre essa gaitaAbre o livro da sua vidaMarcado de poeira e pampaEm cada nota sentida)

Quando o pai que foi gaiteiro, desta vida se ausentouO negro piá solitário, tal como pedra rolouE se fez homem proseando, com a gaita que o pai deixou

E a gaita se fez baú para causos e cançõesDo negro que passa a vida, mastigando solidõesE vai semeando recuerdos, por estradas e galpões

 

Negro de 35

A negritude trazia a marca da escravidãoQuem tinha a pele polianga vivia na escuridãoDesgarrado e acorrentado, sem ter direito a razão

Castrado de seus direitos não tinha casta nem greiNos idos de trinta e cinco, quando o caudilho era o reiE o branco determinava, fazia e ditava a lei

Apesar de racional, vivia o negro na encerraE adagas furavam palas, ensanguentando esta terraDa solidão das senzalas tiraram o negro pra guerra

(Peleia, negro, peleia pela tua independênciaSemeia, negro, semeia teus direitos na querência)

Deixar o trabalho escravo, seguir destino campeiroAs promessas de igualdade aos filhos no cativeiroE buscando liberdade o negro se fez guerreiro

O tempo nas suas andanças viajou nas asas do ventoFez-se a paz, voltou a confiança, renovaram pensamentosA razão venceu a lança e apagou ressentimentos

Veio a lei Afonso Arinos cultivando outras verdadesTrouxe a semente do amor para uma safra de igualdadePorque o amor não tem cor, sem cor é a fraternidade

(Peleia, negro, peleia com as armas da inteligênciaSemeia, negro, semeia teus direitos na querência)

Leis de defesa contra a prática de discriminação racial

Lei do Ventre Livre - 1871Lei dos Sexagenários - 1885Lei Áurea - 1888Lei Afonso Arinos - 1951Lei Caó - 1985Constituição Federal – 1988Lei 7.716 – 1989Estatuto da Igualdade Racial - 2010

General Netto

Filme

Fontes