Post on 13-Nov-2015
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NEURORRADIOLOGIA
CONCEITOS BSICOS
Arnolfo de Carvalho Neto (arnolfo@ufpr.br)
ANATOMIA DO ENCFALO
O encfalo dividido, basicamente, em hemisfrios cerebrais, tronco e cerebelo (figura 1).
Ele composto por 2 tipos de tecidos: a substncia cinzenta, onde esto os neurnios (crtex, tlamos e ncleos profundos) e substncia branca, que
so os tratos de axnios. Entre a substncia cinzenta e a branca mielinizada h
uma diferena de concentrao de gua de cerca de 5-10%, suficiente para
diferenciar os dois tipos de tecidos pela TC e pela RM (figura 2).
FIGURA 1: CORTE SAGITAL DO ENCFALO
O encfalo apresenta um sistema interno de cavidades, o sistema
ventricular, composto pelos ventrculos laterais, um terceiro ventrculo mediano,
o aqueduto e o quarto ventrculo na fossa posterior (figura 3).
Alm dos tecidos nervosos, outras estruturas, que fazem parte da
proteo, so muito importantes. A primeira delas a caixa craniana, que no
adulto inextensvel. Ela forma a cavidade craniana que no nica, mas est
subdividida em fossas anterior, mdia e posterior; separadas pela asa do
esfenide e pelo rochedo respectivamente. Nos traumas fechados estes ossos
e o assoalho da fossa anterior (que no liso, apresentando irregularidades)
so obstculos contra os quais o encfalo bate (figura 4).
FIGURA 2: SUBSTNCIA BRANCA E CINZENTA
Alm das estruturas sseas so muito importantes as meninges: dura-mater, aracnide e pia-mater. A dura capa fibrosa muito resistente, que
recobre e est firmemente aderida a todas as superfcies sseas, e tambm
emite projees que ajudam a subdividir a cavidade craniana. As principais so
a foice cerebral e a tenda do cerebelo (figura 5).
A pia muito fina e est aderida ao parnquima e entre as duas h a aracnide e um grande espao chamado sub-aracnide, onde fica o lquor. Os
demais espaos entre as meninges so virtuais: o extra ou epidural (entre a
dura e o osso) e o subdural (entre dura e a aracnide) (figura 6).
Finalmente, importante o lquido cfalo-raquidiano, produzido nos
ventrculos, ele sai para o espao sub-aracnide pelos forames entre tronco e
cerebelo e tanto desce em torno da medula como sobe para as convexidades
cerebrais, ocupando os sulcos e as cisternas.
No plano microscpico, muito importante lembrar que a microcirculao do encfalo toda particular. Como forma de proteo, os
capilares no possuem poros e a membrana basal contnua, por isto a
maioria das substncias no passa para o espao extra-vascular (meio
interno). O transporte seletivo. Este mecanismo chamado de barreira
hemato-enceflica (figura 8) e sua importncia grande tambm no equilbrio
hdrico, pois, como j dissemos, o encfalo est contido numa caixa
inextensvel e no possui um sistema linftico para eliminar o excesso de gua.
ESPAOS LQUIDOS
SUBARACNIDE: SULCOS
CEREBRAIS
CEREBELARES
CISTERNAS
FOSSA POSTERIOR
MAGNA
PONTO-CEREBELAR
PERIMESENCEFLIA
PERIBULBAR
SUPRATENTORIAL
FISSURAS SILVIANAS
FISURA INTER-HEMISFRICA
SUPRA-SELAR
AMBIENS
VEO INTERPSITO
VENTRCULOS
LATERAIS
TERCEIRO
AQUEDUTO CEREBRAL
QUARTO
SEMIOLOGIA EM NEURORRADIOLOGIA
A investigao do encfalo na era pre-tomografia computadorizada era
extremamente complicada, porque todas estruturas enceflicas (tecido
cerebral, meninges, lquor) tm densidade de gua, no havendo contraste. As
radiografias simples s mostram as estruturas sseas, que raramente so
envolvidas pelas doenas do encfalo. Assim, era necessrio injetar
diretamente ar ou contraste na cavidade craniana ou ento fazer uma
angiografia e tentar diagnosticar indiretamente as doenas, pois a angiografia
mostra apenas os vasos.
A tomografia computadorizada (TC) e a ressonncia magntica (RM)
permitem uma demonstrao anatmica fantstica, provavelmente a mais
detalhada de todo corpo, devido a sua constituio, onde o lquor serve como
forma de contraste natural, e ausncia de movimentos, que permite que
sries demoradas, como as de RM no sejam prejudicadas.
Devemos reconhecer, nos cortes, as estruturas nervosas e tambm as
referncias sseas, meninges e face. A TC apresenta importante perda de
resoluo na fossa posterior devido aos rochedos (tambm as fossas mdias
sofrem com artefatos de endurecimento do feixe), enquanto a RM, no
apresenta este problema, o que associado capacidade de formar imagens
com diferentes contrastes, torna a RM mais sensvel e melhor na
demonstrao anatmica, embora a TC permanea como excelente mtodo,
para a maioria das doenas.
fundamental entender alguns processos fisiopatolgicos prprios do
SNC, para obter das imagens, informaes preciosas no diagnstico da maioria
das doenas.
Em primeiro lugar, a caixa craniana inextensvel no adulto, cria uma
sria limitao de espao, pois o encfalo no tem para onde crescer nos
processos, que causam aumento de volume. O nico espao disponvel
aquele ocupado pelos lquidos, ou seja, sulcos, cisternas e ventrculos, que vo
sendo obliterados nas leses, que crescem (tumores, abscessos, hematomas,
etc), dando o chamado efeito expansivo ou de massa. Se, por outro lado, h
perda de volume enceflico, como na cicatrizao (gliose), os espaos lquidos
dilatam junto leso (efeito retrtil) (figura 1).
Quando uma leso continua crescendo, pode haver herniao (figura 2)
do SNC para o compartimento vizinho, seja atravs do forame magno (hrnia
de amigdalas cerebelares) (e), seja pelas subdivises das meninges, gerando
as hrnias subfalcina (a) e tentrio (hrnia de uncus) (b).
Quando a presso aumenta, h um limite acima do qual o sangue no
consegue penetrar na cavidade craniana, levando morte cerebral.
No nvel microscpico, o mecanismo da barreira hemato-enceflica pode
ser rompido em diversos processos, permitindo que macro-molculas passem
para o extra-vascular e haja acmulo de gua. A quebra da barreira hemato-
Figura 1: RM T1
enceflica traduzida por edema vasognico e impregnao pelos meios
de contraste (figura 3).
No edema vasognico a gua (hipodensa na TC e hiperintensa em T2
na RM) acumula-se mais na substncia branca, poupando o crtex (figura 4). A
impregnao o acmulo de contraste, que no deveria passar para o extra-
vascular. Obs: embora substncias diferentes, os contrastes da RM (gadolnio)
e da TC (iodo) tm farmacodinmica semelhante.
Se houver uma obstruo ao fluxo do lquor, em qualquer nvel, vai
haver hidrocefalia, (figura 5) com conseqente dilatao ventricular (nem toda
dilatao hidrocefalia). Como o sistema ventricular funciona como um auxiliar
na reabsoro de gua, observa-se edema periventricular nas hidrocefalias
com presso liqurica elevada.
PRINCIPAIS PROBLEMAS EM NEUROLOGIA QUE PODEM
EXIGIR INVESTIGAO POR IMAGEM
A maioria dos mdicos sente-se pouco confortvel diante das doenas
neurolgicas, pois existe a crena generalizada que neurologia complicada e
obscura e que o exame neurolgico muito difcil e demorado. Em parte isso
verdade, mas temos que considerar 2 pontos: 1) impossvel fugir das queixas
neurolgicas, voc goste ou no. Ou seja, s resta encarar o problema se no
quiser passar vergonha ou perder muitos clientes 2) os mtodos de imagem
ajudaram a simplificar bastante o diagnstico neurolgico na maioria dos casos
importantes. Por isso, voc no precisa mais ser uma enciclopdia de sinais
neurolgicos para tomar decises em doenas neurolgicas.
O primeiro passo desenvolver um exame neurolgico bsico, que sirva
para uma avaliao rpida, prpria de um no especialista (tipo for dummies).
Tenha no bolso do colete tambm alguns testes simples extras, que possam
ser acrescentados ao exame neurolgico bsico. claro que o fundo de olho
importante e tente aprender a execut-lo, mas, que ningum nos oua, a
maioria dos neurologistas tambm no sabe identificar edema de papila (se
voc for oftalmologista e no souber fazer um bom fundo de olho a sim bom
se preocupar!!). Outra coisa que deixa os mdicos gerais apavorados a
perspectiva de ter que fazer uma puno liqurica, mas no vou entrar nesta
confuso...
Assim, com um exame neurolgico bsico bem treinadinho e um pouco
de conhecimento das doenas d para tomar as decises na maioria dos
casos, sem recorrer ao neurologista de planto.
No tenho a pretenso de ensinar neurologia, mas, apenas facilitar
nosso curso, vamos dar uma olhadinha nos problemas ou queixas que um no
especialista encontra mais frequentemente no dia a dia do ambulatrio e nos
plantes (obs. a disciplina de Neurologia no curso de Medicina da UFPr dada
aps sexto perodo).
1. CEFALIA
A dor de cabea a queixa mais frequente nos ambulatrios e plantes
gerais. Na maioria das vezes no encontraremos uma etiologia para ela, mas
temos que excluir doenas que possam por em risco a vida do paciente ou que
possam ser tratadas com facilidade. Para facilitar a abordagem, podemos
classific-la em aguda e crnica.
1.1 Aguda: neste grupo esto doenas graves que podem por em risco a vida
do paciente, se no forem diagnosticadas rapidamente, por isso a utilizao
dos mtodos de imagem frequente.
a) Procure sinais de meningismo, que sugerem meningite ou hemorragia
subaracnoidea (HSA). A tomografia computadorizada sem contraste
endovenoso tem uma alta sensibilidade para hemorragia e normalmente est
disponvel nos pronto-socorros. Se no houver sangue e meningite for uma
hiptese, vai ser necessrio um exame do lquor, pois os exames de imagem
no so suficientemente sensveis para excluir meningite. Um lembrete, que a
RM pouco especfica para HSA e no substitui a TC.
b) Se uma doena das meninges no sugerida pela histria e exame fsico,
outras doenas importantes ainda podem ser a causa. Quase sempre, alm da
cefaleia de inicio recente, aparecero outros sinais neurolgicos, como torpor,
confuso mental, paresia de nervos cranianos, etc. b.1) A hidrocefalia aguda
pode ser identificada pela dilatao dos ventrculos e, muitas vezes, por edema
periventricular e pode ser diagnosticada pela tomografia sem contraste. b.2) A
trombose de seios venosos durais mais comum em mulheres utilizando
anticoncepcionais, em pacientes com doenas eu favoream tromboses ou por
infeces graves das orelhas mdias. um quadro raro, que deve ser
lembrado para procurar ativamente os sinais na TC ou na RM e prosseguir o
exame injetando contraste endovenoso, que confirma a trombose. . b.3)
Hematomas intraparenquimatosos agudos so facilmente identificados na TC
por serem muito densos (brancos). A RM tambm bastante sensvel mas
menos especfica.
c) causas frequentes e de bom prognstico so a enxaqueca e as cefaleias
idiopticas, que no tm achados caractersticos. Tenha cuidado ao relacionar
cefaleia s doenas dos seios paranasais. importante lembrar que velamento
de seios paranasais no igual a sinusite, acontecendo numa porcentagem
grande da populao. Uma causa de cefaleia relacionada a sinusopatia a
obstruo da via de sada do seio esfenoidal, que pela situao pode gerar
quadros de cefaleia indistinguveis das causas intracranianas.
1.2) Crnica: o sintoma mais comum da clinica diria e quase nunca tem
traduo nos exames de imagem. Muito postulam que no deve ser usado
exame de imagem, a no ser que haja outro sinal neurolgico associado
(edema de papila, dficit motor, alterao mental, etc.), mas, muitas vezes, o
paciente cobra do mdico um exame que o deixe mais tranquilo quanto a no
haver doena grave. Comumente se solicita uma TC sem contraste venoso
como mtodo de triagem, capaz de excluir causas como hidrocefalia, a maioria
dos tumores e outras leses expansivas.
2. TONTURAS E ALTERAES DO EQUILBRIO
So queixas extremamente frequentes. Primeiro preciso lembrar que o
equilbrio e a noo de posio no espao e deslocamento esto
primariamente relacionados ao aparato vestibular situado na orelha interna,
mas a queixa de tontura e falta de equilbrio mais complexa, pois pode
envolver tambm o sistema cardiocirculatrio.
Outra vez, uma boa forma de abordar o problema dividir em inicio agudo e
crnico. Os quadros crnicos leves so extremamente comuns e na maioria
das vezes associados ao envelhecimento normal ou patolgico do nosso
sistema vestibular. A maioria dos pacientes idosos, se questionados, vai contar
que sofre de tonturas eventuais, que do uma rpida sensao de
desequilbrio, especialmente ao fazer movimentos um pouco mais bruscos.
Eventualmente, como tambm h um alentecimento dos reflexos e perda de
flexibilidade muscular, pode ser a causa de quedas. importante avaliar as
condies cardiocirculatrias, porque, eventualmente, estes sintomas podem
ser causados por hipotenso ortosttica (especialmente se o paciente est
utilizando medicao anti-hipertensiva) ou arritmias cardacas. Se a avaliao
neurolgica sugerir uma alterao mais importante do equilbrio, importante
avaliar tambm a audio, pois lembre que o acstico acompanha o nervo
vestibular (assim como o facial) e uma perda lentamente progressiva da
audio pode no ser percebida ou atribuda idade, mas indicar a presena
de uma leso do ngulo ponto-cerebelar, como um schwanoma vestibular ou
um meningioma.
Os quadros agudos de tontura e desequilbrio impedem as atividades normais
do paciente, por isso so considerados mais graves pelo paciente e quase
sempre so a queixa principal da consulta. Podem ser causados por
labirintopatias tipo Menire, por polineurites e no esquecer os infartos
cerebelares.
Quando for necessrio investigar por imagem, o melhor mtodo a RM com
injeo de contraste, pois estuda melhor o ouvido interno e a fossa posterior do
encfalo.
3. DERRAMES OU DEFICTS NEUROLGICOS SBITOS
Pela sua gravidade, todo o mdico tem uma boa noo da conduta imediata
quando o paciente tem um quadro de derrame (ver a aula especfica).
Normalmente inicia-se a investigao por imagem utilizando uma TC sem
contraste, para rapidamente excluir hemorragias e outras causas que simulam
derrame, como hematomas subdurais crnicos e os tumores. A partir da, a
conduta depende de uma srie de fatores relacionados sua capacidade de
conduzir o caso sem o auxlio de um especialista.
4. CONVULSES E DESMAIOS
O paciente e seus acompanhantes podem contar claramente a histria de uma
convulso, especialmente se for do tipo tnico-clnica, mas outras vezes a
histria confusa e parece ter havido um episdio de perda de conscincia
sem testemunhas ou com descrio no clara.
importante, inicialmente, separar convulso de desmaio ou sncope. Vocs
sabem que sncopes so extremamente frequentes e relacionadas
instabilidade cardio-circulatria, exigindo investigao no neurolgica. Se
persistir a possibilidade de convulso, um exame de imagem deve ser
solicitado para excluir causas como cisticercose, infartos, tumores,
malformaes, etc. ideal iniciar por um RM com injeo de contraste.
5. ALTERAES DE CONSCINCIA
Excludas as causas metablicas, os exames de imagem podem indicar
causas como derrames, tumores, hidrocefalia, etc. A RM o mtodo ideal, mas
a TC mostra a maioria das doenas tratveis.
6. ALTERAO DE MEMRIA E DEMNCIA
Hoje em dia, a sensao de perda de memria uma queixa extremamente
frequente, que muitas vezes s uma associao do declnio normal da
memria prpria da idade associado ao estresse ou a depresso. Mas como
este um problema bastante complexo, melhor que seja avaliado por um
especialista, pois testar a memria e as outras funes cognitivas bastante
complicado.
Vale lembrar que os mtodos de imagem tm um papel bastante limitado nesta
rea, pois as alteraes morfolgicas do encfalo tm correlao muito frgil
com as alteraes funcionais, especialmente nas doenas degenerativas. Ou
seja, tenha cuidado ao solicitar uma RM (TC tem pouca utilidade) para
investigar perda de memria, pois voc pode acabar com um exame cujo
resultado pode ser de difcil valorizao.
Quando a alterao de memria mais aguda ela no uma demncia e
investigada como alterao de conscincia.
7. TRAUMA
Essa uma das poucas situaes em neurologia cuja avaliao simples. Se
houve, ou pode ter havido, trauma craniano e o paciente apresenta qualquer
sintoma ou sinal neurolgico ou teve perda de conscincia importante
solicitar uma tomografia computadorizada sem contraste. A partir da passa a
ser assunto para especialista.
8. AMORTECIMENTO / PARESTESIAS
Tambm uma queixa extremamente frequente e que pode ter diversas
causas. Est entre as queixas psicossomticas mais comuns. O paciente conta
amortecimentos e formigamentos transitrios e que no seguem padres
anatmicos claros. O problema que se voc atribuir todas queixas deste tipo
a psicadas vai acabar errando pois doenas como esclerose mltipla e at
infartos podem comear com estas queixas.
claro que importante que o exame fsico avalie a possibilidade de
neuropatias perifricas, outra causa importante desta queixa.
Se voc achar que vale a pena pedir um exame de imagem, solicite uma RM
com contraste, que pode identificar com facilidade leses da esclerose mltipla
e infartos.
9. LESES DE NERVOS CRANIANOS
A clnica depende do nervo envolvido. A mais comum a neuralgia do
trigmeo (V nervo), que investigada por RM, que na maioria das vezes no
se demonstra a causa da dor.
Diplopia tambm freqente (III, IV e VI), assim como a paralisia facial
(VII) e surdez neuro-sensorial (VIII). Tambm nestes casos, a RM com
contraste o melhor mtodo de imagem.
10. PROBLEMAS NEUROPEDITRICOS
Problemas como atraso do desenvolvimento, mal desempenho escolar e
hiperatividade so comuns no consultrio do pediatra. A maioria das vezes os
exames de imagem no tm importncia na investigao, pois a chance de
achar causas estruturais para estas queixas pequena, mas o pediatra
obrigado a solicitar um exame para acalmar os pais. Neste caso a RM sem
contraste o melhor mtodo, pois alm de mais sensvel, no utiliza radiao
ionizante, porm devemos lembrar que exames em criana, na maioria das
vezes exigem sedao e cada caso deve-se pesar os riscos em relao aos
benefcios.
MACETES PARA INTERPRETAR EXAMES DE
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO ENCFALO
1. CONHECER A ANATOMIA 2. SABER COMO O EXAME FOI FEITO (PLANO DE CORTE /
ESPESSURA DO CORTE / USO DE MEIOS DE CONTRASTE / ETC)
3. IDENTIFICAR OS ESPAOS LQUIDOS (VENTRCULOS E ESPAO SUBARACNIDE). OS CONTORNOS SO DADOS PELO CONTATO ENTRE O LIQUOR E O PARNQUIMA ENCEFLICO.
4. COMPARAR A SIMETRIA DAS ESTRUTURAS DO ENCFALO (MAS LEMBRE QUE ELA NO ABSOLUTA).
5. IDENTIFICAR IMAGENS SUSPEITAS. OLHAR O CORTE ANTERIOR E POSTERIOR
6. DESCARTAR ARTEFATOS (MOVIMENTO / VOLUME PARCIAL) 7. TENTAR CLASSIFICAR AS LESES EM EXPANSIVAS (REDUZ
OS ESPAOS LQUIDOS / CAUSA HERNIAES) E LESES RETRTEIS OU CICATRIZES (AUMENTA OS ESPAOS LQUIDOS).
8. TENTAR DEFINIR SE A LESO EST DENTRO DO PARNQUIMA (INTRA-AXIAL) OU FORA (EXTRA-AXIAL).
9. SE EXISTEM CALCIFICAES (DENSIDADE ALTA COMO O OSSO) E SE PODEM SER FISIOLGICAS (PLEXOS CORIDES / PINEAL / DURA-MATER)
10. PROCURAR REAS COM DENSIDADE DIFERENTE DO PARNQUIMA: MAIS ESCURA MAIS GUA (EDEMA / TUMOR / INFARTO) MAIS BRANCA (CALCIFICAO / HEMORRAGIA / IMPREGNAO PELO MEIO DE CONTRASTE).
11. FAZER A LISTA DAS DOENAS MAIS PROVVEIS
MACETES PARA INTERPRETAR EXAMES DE
RESSONNCIA MAGNTICA DO ENCFALO:
1. CONHECER A ANATOMIA 2. SABER COMO O EXAME FOI FEITO (TIPO DE CONTRASTE (T1,
T2, T2*, FLAIR, etc)/ PLANO DE CORTE / ESPESSURA DO CORTE / USO DE MEIOS DE CONTRASTE / ETC)
3. IDENTIFICAR OS ESPAOS LQUIDOS (VENTRCULOS E ESPAO SUBARACNIDE). OS CONTORNOS SO DADOS PELO CONTATO ENTRE O LIQUOR E O PARNQUIMA ENCEFLICO.
4. APROVEITAR A SIMETRIA DAS ESTRUTURAS DO ENCFALO (LEMBRE QUE ELA NO ABSOLUTA).
5. IDENTIFICAR IMAGENS SUSPEITAS. OLHAR O CORTE ANTERIOR E POSTERIOR
6. DESCARTAR ARTEFATOS (MOVIMENTO / VOLUME PARCIAL / FLUXO)
7. TENTAR CLASSIFICAR AS LESES EM EXPANSIVAS (REDUZ OS ESPAOS LQUIDOS / CAUSA HERNIAES) E LESES RETRTEIS OU CICATRIZES (AUMENTA OS ESPAOS LQUIDOS).
8. TENTAR DEFINIR SE A LESO EST DENTRO DO PARNQUIMA (INTRA-AXIAL) OU FORA (EXTRA-AXIAL).
9. PROCURAR REAS COM SINAL DIFERENTE DO PARNQUIMA: T1 = MAIS ESCURA MAIS GUA (EDEMA / TUMOR / INFARTO) MAIS BRANCA (HEMORRAGIA / IMPREGNAO PELO MEIO DE CONTRASTE) T2 = MAIS BRANCA MAIS GUA (EDEMA/ TUMOR/ INFARTO); MAIS ESCURA = SANGUE / CALCIFICAO / FLUXO.
10. FAZER A LISTA DAS DOENAS MAIS PROVVEIS
TERMOS USADOS NA RESSONNCIA MAGNTICA
TR: tempo de repetio entre os pulsos de radiofreqncia.
medida em milisegundos (ms).
TE: tempo aps o qual o sinal vai ser captado na bobina (para
isto, aplicado um pulso, que faz os spins inverterem seu
sentido, num tempo igual a TE/2)
T2: tempo de relaxamento 2 ou spin-spin. As leses com
mais gua ficam mais branca, o que o torna muito sensvel
para demonstrar leses no SNC.
T2*: tempo de relaxamento T2 sem a correo das
inomogenidades do campo, o que o torna muito mais curto que
o T2. usado para identificar calcificaes e depsitos de
sangue.
T1: tempo de relaxamento 1 ou spin-latice As leses com
mais gua ficam mais escuras. Mostra a anatomia com mais
detalhes, embora menos sensvel para leses. A impregnao
pelo gadolnio s aparece nas imagens baseadas em T1.
SEQNCIA: conjunto de imagens obtidas simultaneamente,
num determinado plano (axial, coronal, sagital) utilizando um
conjunto de parmetros (TR, TE, etc) de modo a ter contraste
baseado numa das propriedades dos tecidos (T1, T2,
densidade de prtons, etc).
FLAIR: seqncia com contraste T2 em que se inibe os sinais
da gua livre (ex. liquor) tornando mais fcil identificar leses
superficiais e periventriculares, alm de ressaltar o contraste
do parnquima para leses com mais gua tecidual.
SATURAO DE GORDURA: tcnica usada para suprimir o
sinal (alto) da gordura que pode impedir a identificao de
impregnaes pelo gadolnio.
SINAL NA RESSONNCIA MAGNTICA
GUA LIVRE: lquido no ligado s protenas, como o lquor, cistos,
etc.
GUA TECIDUAL: as molculas de gua que envolvem as protenas
ou esto nos espaos intracelular e extravascular dos tecidos. Esta
gua no suprimida na seqncia FLAIR.
GORDURA: os hidrognios ligados gordura tm freqncia de
precesso pouco diferente da gua. A gordura costuma ser branca
tanto em T1 quanto em T2 (use a gordura do subcutneo como
referncia).
OSSO CORTICAL: sempre escuro, pois no tem prtons livres. Olhar
sempre se a cortical prxima a uma leso est ntegra ou no.
OSSO ESPONJOSO: nos adultos predomina a medula amarela
(gordura), aparecendo hiperintensa em T1 e T2.
SANGUE: o hematoma pode ser qualquer sinal. Lembre de hematoma
com leses que tenham componentes muito escuros em T2 e
brancos em T1.
VEIA: a velocidade do fluxo varia muito. Pode ser branca ou negra.
Depende do tipo de seqncia.
ARTRIA: fluxo rpido, que pelo efeito flow void deixa a artria
escura, mas algumas seqncias podem mostrar artrias brancas.
SINAL NA RESSONNCIA MAGNTICA
T1 T2 FLAIR
GUA LIVRE
GUA TECIDUAL
GORDURA
OSSO CORTICAL
OSSO ESPONJOSO
SANGUE
VEIA
ARTRIA