Post on 13-Feb-2016
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Quando escolhemos parceiros, leva-mos em conta muito mais que aspectos
sociais e culturais, incluindo padrões debeleza, valores, princípios, segurança e ob-jetivos comuns. “Todas as nossas expe-riências definem a forma como nos rela-cionamos com o mundo e, obviamente,não consideramos todas essas experiências conscientemente ao fazer escolhascomplexas como essa”, argumenta o psi-cólogo clínico Luciano Passianotto.
Apósfazeraescolha,oquemuitasve-zes se vê são casais perdidos em meio acobranças, acusações, com um se fa-
zendo de vítima, enquanto o outroem busca de um culpado. Esse ci-
clo é tão comum que eles nempercebem o quão mal estão
se fazendo.Segundo Alexan-
dre Caprio, co-b r a n -
ças, acusações e incompreensões estãomais ligadas à maneira como um esperaque o outro seja. “Se, desde criança, um ra-paz cresce tendo como modelos femininosmães, irmãs, tiase primasquecozinhem, la-vemepassemparaoshomensdafamília,en-tãoosujeitoentraráemconflitocomumana-morada quenão se comporte da mesmafor-ma. Se, desde criança, uma moça vê os mo-delos masculinos de sua família traíremmulheres, ela poderá desenvolver um me-do crônico de que isso aconteça com elatambém–e atépoderáescolherumper-fil parecido sem perceber. Os modeloscontidosemnossaaprendizagempo-dem nos levar a reproduzir as ale-grias e dramas que – há muitotempo - absorvemos e defini-mos como relacionamen-to”, diz. (JR)
O AMOR PODEO AMOR PODESER LEVESER LEVE
Juliana Ribeirojuliana.ribeiro@diariodaregiao.com.br
Todo mundo quer encontrarum amor que dure a vida to-da, mas esquece que, no dia
a dia, muitas vezes relacionar-senão é uma tarefa fácil. Na visãodo guru brasileiro Prem Baba(“o pai do amor”, como diz a tra-dução em sânscrito), relacio-nar-se pode ser a fonte de angústia de milhares de pessoas.
O desgaste emocional das re-lações está tão abrangente que
Sri Prem Baba resolveu usarsuas experiências pessoas no li-vro “Amar e Ser Livre – As basespara uma Nova Sociedade” (ed.Dummar/Agir), para responderaos corações aflitos que lhe procu-ram em busca de ajuda.
Em cima de suas experiências pessoais, o guru, formadoem psicologia e que já estudoudiversas fontes de autoconheci-mento, nos alerta sobre a impor-tância do relacionamento a doiscomo um dinamizador do desen-volvimento espiritual.
Permanecer em um relaciona-mento que perdeu a capacidade deoferecer crescimento ao casal é umerro comum. “Os casais cometem es-se erro por viverem no ‘piloto auto-mático’, na procrastinação. O serhumano é muito condicionado aoseu dia a dia e mudanças custammuito para acontecer. É precisomuita coragem e maturidade paramudar uma relação que traz sofri-mento e dor, mas a qual estamosacostumados”, alerta Armando Ri-
beiro. “Muitos pacientes dizem quepreferem permanecer na relaçãodoentia do que dar uma guinada,mas com o passar do tempo nota-mos que isso leva ao adoecimentofísico e emocional. Quantas doen-ças que enchem os consultóriosmédicos não são causadas por rela-ções tóxicas e comportamentos abu-sivos?”, questiona o especialista.
Sri Prem Baba alerta em seu li-vro que, se os dois parceiros estãorealmente se dedicando ao processo
de autoconhecimento, é bem possível que fiquem juntos a vida toda.No entanto, às vezes, um dá um sal-to, o outro não. Ou por alguma ra-zão ocorre um desencontro e a rela-ção deixa de ser uma oportunidademútua. Nesses casos, não tem senti-do permanecer juntos. Tirando to-do o romantismo, o relacionamentoé uma escola em contínuo processoevolutivo. O relacionamento é umcaminho, um meio, e não a estaçãode chegada, ensina o guru. (JR)
Para o psicólogo cogniti-vo-comportamental AlexandreCaprio, é possível amar de ma-neira construtiva. “O amor estáfundamentado na admiração eno respeito que um tem pelo ou-tro. Embora as pessoas semprese confundam, o sentimento deposse e as ofensas estão emuma direção completamente di-ferente da do amor.”
Segundo o psicólogo clínico Luciano Passianotto, posses-sividade é completamente in-compatível com o amor. “Oque ocorre é que muitas pes-soas sentem apego a outras, qua-se sempre por razões egocêntricas, e confundem isso comamor, simplesmente por não sa-berem o que realmente é amor.Se agarrar a uma pessoa ou ter
medo de perdêla é apego e nãoamor. Muitas pessoas pensam‘eu te amo e quero que você mefaça feliz’. Quem realmenteama tem em mente ‘eu te amo equero que você seja feliz’. Sãosentimentos muito diferentes”,garante.
“Amor é liberdade! Quemdiz que ama, mas impõe a seuparceiro a restrição da liber-dade, provavelmente nãoama de verdade ou ama de for-ma imatura e insegura. Amaré trabalhar para o outro serinteiro e não duas metades,como já defenderam algunsautores no passado”, enfatizaArmando Ribeiro, psicólogoe coordenador do Programade Avaliação do Estresse daBeneficência Portuguesa deSão Paulo. (JR)
COMPORTAMENTO�t
Devemos aprender a amar de formaconstrutiva. Relacionamentos precisam sercapazes de oferecer crescimento ao casal
ERROS DE QUEM NÃO SABE AMAR
�tPensar que o outro,de alguma forma, épropriedade nossa�tTentar respeitaro outro sem aprender a serespeitar antes�tTentar amar o outro semaprender a se amar antes�tPensar quenecessidade ou dependênciado outro é amor�t Pensar no amor comouma prestação de serviços
�t Limitar o conceito devida a um matrimônio, seisolando de amigos, família,pessoas, lugares para seconhecer e tantas coisaspara se fazer�t Pensar que a vida dooutro é sua vida só porquevocê se acomodou eabandonou seus sonhos emetas próprias para viverem função de alguém
Fonte: Alexandre Caprio, psicólogo
cognitivocomportamental
A complexa escolha do parceiro
Saia da zona de conforto
O amor não aprisiona
Sto
ck
Images/D
ivulg
ação
Domingo, 27 dedezembro de 2015
10
Quando escolhemos parceiros, leva-mos em conta muito mais que aspectos
sociais e culturais, incluindo padrões debeleza, valores, princípios, segurança e ob-jetivos comuns. “Todas as nossas expe-riências definem a forma como nos rela-cionamos com o mundo e, obviamente,não consideramos todas essas experiências conscientemente ao fazer escolhascomplexas como essa”, argumenta o psi-cólogo clínico Luciano Passianotto.
Apósfazeraescolha,oquemuitasve-zes se vê são casais perdidos em meio acobranças, acusações, com um se fa-
zendo de vítima, enquanto o outroem busca de um culpado. Esse ci-
clo é tão comum que eles nempercebem o quão mal estão
se fazendo.Segundo Alexan-
dre Caprio, co-b r a n -
ças, acusações e incompreensões estãomais ligadas à maneira como um esperaque o outro seja. “Se, desde criança, um ra-paz cresce tendo como modelos femininosmães, irmãs, tiase primasquecozinhem, la-vemepassemparaoshomensdafamília,en-tãoosujeitoentraráemconflitocomumana-morada quenão se comporte da mesmafor-ma. Se, desde criança, uma moça vê os mo-delos masculinos de sua família traíremmulheres, ela poderá desenvolver um me-do crônico de que isso aconteça com elatambém–e atépoderáescolherumper-fil parecido sem perceber. Os modeloscontidosemnossaaprendizagempo-dem nos levar a reproduzir as ale-grias e dramas que – há muitotempo - absorvemos e defini-mos como relacionamen-to”, diz. (JR)
O AMOR PODEO AMOR PODESER LEVESER LEVE
Juliana Ribeirojuliana.ribeiro@diariodaregiao.com.br
Todo mundo quer encontrarum amor que dure a vida to-da, mas esquece que, no dia
a dia, muitas vezes relacionar-senão é uma tarefa fácil. Na visãodo guru brasileiro Prem Baba(“o pai do amor”, como diz a tra-dução em sânscrito), relacio-nar-se pode ser a fonte de angústia de milhares de pessoas.
O desgaste emocional das re-lações está tão abrangente que
Sri Prem Baba resolveu usarsuas experiências pessoas no li-vro “Amar e Ser Livre – As basespara uma Nova Sociedade” (ed.Dummar/Agir), para responderaos corações aflitos que lhe procu-ram em busca de ajuda.
Em cima de suas experiências pessoais, o guru, formadoem psicologia e que já estudoudiversas fontes de autoconheci-mento, nos alerta sobre a impor-tância do relacionamento a doiscomo um dinamizador do desen-volvimento espiritual.
Permanecer em um relaciona-mento que perdeu a capacidade deoferecer crescimento ao casal é umerro comum. “Os casais cometem es-se erro por viverem no ‘piloto auto-mático’, na procrastinação. O serhumano é muito condicionado aoseu dia a dia e mudanças custammuito para acontecer. É precisomuita coragem e maturidade paramudar uma relação que traz sofri-mento e dor, mas a qual estamosacostumados”, alerta Armando Ri-
beiro. “Muitos pacientes dizem quepreferem permanecer na relaçãodoentia do que dar uma guinada,mas com o passar do tempo nota-mos que isso leva ao adoecimentofísico e emocional. Quantas doen-ças que enchem os consultóriosmédicos não são causadas por rela-ções tóxicas e comportamentos abu-sivos?”, questiona o especialista.
Sri Prem Baba alerta em seu li-vro que, se os dois parceiros estãorealmente se dedicando ao processo
de autoconhecimento, é bem possível que fiquem juntos a vida toda.No entanto, às vezes, um dá um sal-to, o outro não. Ou por alguma ra-zão ocorre um desencontro e a rela-ção deixa de ser uma oportunidademútua. Nesses casos, não tem senti-do permanecer juntos. Tirando to-do o romantismo, o relacionamentoé uma escola em contínuo processoevolutivo. O relacionamento é umcaminho, um meio, e não a estaçãode chegada, ensina o guru. (JR)
Para o psicólogo cogniti-vo-comportamental AlexandreCaprio, é possível amar de ma-neira construtiva. “O amor estáfundamentado na admiração eno respeito que um tem pelo ou-tro. Embora as pessoas semprese confundam, o sentimento deposse e as ofensas estão emuma direção completamente di-ferente da do amor.”
Segundo o psicólogo clínico Luciano Passianotto, posses-sividade é completamente in-compatível com o amor. “Oque ocorre é que muitas pes-soas sentem apego a outras, qua-se sempre por razões egocêntricas, e confundem isso comamor, simplesmente por não sa-berem o que realmente é amor.Se agarrar a uma pessoa ou ter
medo de perdêla é apego e nãoamor. Muitas pessoas pensam‘eu te amo e quero que você mefaça feliz’. Quem realmenteama tem em mente ‘eu te amo equero que você seja feliz’. Sãosentimentos muito diferentes”,garante.
“Amor é liberdade! Quemdiz que ama, mas impõe a seuparceiro a restrição da liber-dade, provavelmente nãoama de verdade ou ama de for-ma imatura e insegura. Amaré trabalhar para o outro serinteiro e não duas metades,como já defenderam algunsautores no passado”, enfatizaArmando Ribeiro, psicólogoe coordenador do Programade Avaliação do Estresse daBeneficência Portuguesa deSão Paulo. (JR)
COMPORTAMENTO
Devemos aprender a amar de formaconstrutiva. Relacionamentos precisam sercapazes de oferecer crescimento ao casal
ERROS DE QUEM NÃO SABE AMAR
Pensar que o outro,de alguma forma, épropriedade nossaTentar respeitaro outro sem aprender a serespeitar antesTentar amar o outro semaprender a se amar antesPensar quenecessidade ou dependênciado outro é amorPensar no amor como
uma prestação de serviços
Limitar o conceito devida a um matrimônio, seisolando de amigos, família,pessoas, lugares para seconhecer e tantas coisaspara se fazerPensar que a vida do
outro é sua vida só porquevocê se acomodou eabandonou seus sonhos emetas próprias para viverem função de alguém
Fonte: Alexandre Caprio, psicólogo
cognitivocomportamental
A complexa escolha do parceiro
Saia da zona de conforto
O amor não aprisiona
Sto
ck
Images/D
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ação
Domingo, 27 dedezembro de 2015
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