O povo Hebreu - n 9

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O POVO HEBREURESUMO HISTÓRICO

Grupo Espírita Allan KARDECwww.luzdoespiritismo.com

• Ao tempo de Jesus, a Palestina não era mais um País independente; estava sob o domínio romano.

SITUAÇÃO POLÍTICA DOS ISRAELITAS AO TEMPO DE JESUS

• Por prudência e tato político, os romanos respeitavam as opiniões religiosas e os costumes dos povos que dominavam.

• Assim, embora obrigados a pagar pesados impostos a Roma, internamente os Judeus conservavam a liberdade de praticar sua religião e observar as suas tradições.

• Os romanos também permitiam que os povos dominados tivessem governo próprio, mas submetido à aprovação e nomeação imperial (reis, etnarcas e tetrarcas).

• Assim, no ano de 43 a. C. os romanos nomearam um

Rei para a palestina: Herodes, o Grande.

• Os Judeus detestavam Herodes, porque era idumeus (natural de Iduméia) e por suas tendências para outros hábitos religiosos.

• Quando Jesus nasceu, era esse Herodes, o Grande, que reinava na Palestina.

• Com a morte de Herodes, poucos anos depois, o reino foi dividido entre seus três filhos.

• Arquelau: a quem coube a Judéia, Samaria e Iduméia.

• Observação: No ano 6, Arquelau foi destituído e seus territórios passaram a ser governados diretamente por um procurador romano.

• Na época da condenação de Jesus Cristo, o procurador era Pôncio Pilatos.

• Herodes Ântipas: a quem coube a Galiléia e a Peréia.

• Felipe: que recebeu os territórios de além-Jordão: Batanéia, Auranites, Gaulanites, Ituréia e Panéias.

GOVERNO JUDAICO

• Sumo Sacerdote• Enfeixava o poder supremo, porque,

para os hebreus, o governo era teocrático (vinha de Deus e em nome dele era exercido).

• Sinédrio (Sanedrim)• Assembleia constituída de 71 membros

(altos dignitários do judaísmo), sempre presidida pelo Sumo Sacerdote, com na capital (Jerusalém).

• Era o maior poder, depois do Sumo Sacerdote, exercendo amplamente os poderes judiciário e executivo no campo religioso e civil, com apenas algumas restrições impostas pelos dominadores romanos.

• Dividia-se em 3 grupos mais ou menos iguais em número:

• Os Príncipes dos Sacerdotes: os sumos sacerdotes não mais em função e os chefes das famílias sacerdotais (eram saduceus).

• Os Anciãos do Povo: leigos pertencentes a famílias aristocráticas e importantes (também eram saduceus).

• Os Escribas (ou Doutores da Lei): Judeus (geralmente fariseus), estudiosos e intérpretes da Lei, dos Profetas e das Tradições.

• Nas outras cidades e nas aldeias, havia tribunais menores constituídos por juízes e escolhidos entre os anciãos.

• As penalidades aplicáveis eram: • a) Pena de Talião (para determinado

crime, uma penalidade igual a ele).• b) Multa em dinheiro.• c) Prisão.• d) Oferta de um sacrifício expiatório.

• e) Flagelação. A lei judaica só permitia 40 açoites.

• f) Excomunhão. Só se aplicava depois de algumas advertências.

• f) Excomunhão. Só se aplicava depois de algumas advertências. Consistia em considerar a pessoa como excluída da comunidade judaica.

• g) Pena de morte. Infligida por lapidação (apedrejamento). Depois que conquistaram o país, os romanos reservaram a si a aplicação da pena de morte.

SEITAS E PARTIDOS

• Durante a dominação selêucida (dos sírios), de 197 a 142 a.C. , formaram-se na Judéia diversos partidos ou seitas, que se mantiveram ativos até 70 d.C. e, portanto, existiam ao tempo de Jesus.

SEITAS E PARTIDOS

• Sob a dominação romana, a sociedade judaica se dividiu em diversos tipos de reação diante do império, indo desde a aceitação e colaboração, até a revolta armada, reação sempre através desses partidos ou seitas.

Saduceus

• Grupo formado pelos aristocratas (os anciãos, grandes proprietários de terra) e pelos membros da elite sacerdotal.

• Tinham o poder nas mãos e controlavam a administração da justiça no tribunal supremo (Sinédrio).

• No aspecto político, eram patriotas mas também os maiores colaboradores do dominador, numa política de conciliação, com medo de perderem seus cargos e privilégios.

• No aspecto religioso, opunham-se aos fariseus, porque não aceitavam nenhuma tradição oral e, mesmo da Lei escrita, somente admitiam o Pentateuco.

• Suspeitavam de tudo que fosse desenvolvimento posterior da Lei; não aceitavam a existência de espíritos, vida além-túmulo nem ressureição dos mortos.

• Era a influência religiosa ou política que exerciam sobre o povo (que preferia os ensinos dos escribas).

Fariseus (separado, apartado)

• Foram assim denominados ao tempo dos selêucidas, porque se puseram de parte, numa atitude de reserva hostil ante os dominadores.

• Era um partido pouco numeroso (cerca de 6.000 homens), formado por leigos vindos de todas as camadas sociais, principalmente artesãos e pequenos comerciantes; a maioria do clero pobre, que se opõe à elite sacerdotal, também começa a pertencer a esse grupo.

• De início, tinham por objetivo preservar a lei mosaica de influências estrangeiras, deturpadoras.

• Conheciam a Torá melhor que ninguém e diziam praticá-la melhor também, observando não só as determinações da lei, mas também outras prescrições impostas pela tradição.

• Sua doutrina era nobre e vizinha da do Cristo, porque fundamentada em Moisés e nos profetas.

• Infelizmente, caíram no formalismo. Apegados à letra e interpretações muitas vezes fantasistas e arbitrárias, presos às exterioridades mas se deixando dominar por vícios perniciosos.

• Não acreditavam em Jesus, na sua missão divina, pois esperavam um salvador, sim, mas humanamente poderoso, que erguesse o reino temporal dos judeus.

• Observação: Nem todo escriba é um fariseu, mas todo fariseu é um escriba, por causa do estudo que faz das leis, profetas e tradições.

Zelotas

• Fariseus pela doutrina, mas, em política, não ficam na resistência passiva, partem para a luta armada, matam os que julgam traidores da causa judaica.

• Por isso, são também chamados de sicários ou assassinos, as autoridades os consideram criminosos e terroristas, e são perseguidos pelo poder romano.

• O grupo é formado por pessoas que provêm especialmente da classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade, massacradas por um sistema fiscal impiedoso.

• Oriundos da Galiléia são movidos por um nacionalismo extremado e desejam expulsar os romanos, para formar um estado teocrático, governado por um descendente de Davi.

Essênios

• Era uma associação religiosa. Tinham por finalidade a busca de Deus através da lei de Moisés e da prática das virtudes (verdade, humildade, justiça, caridade etc.).

• Formavam uma verdadeira ordem, com superiores, noviciado e votos (entre os quais o do celibato) e praticavam a comunhão de bens.

• Ultrapassavam em rigor os próprios fariseus observando o sábado de uma maneira total, multiplicando as abluções.

• Suas doutrinas eram muito diferentes das do judaísmo oficial; para eles, a alma, já existente antes do corpo, recolhia-se provisoriamente no corpo antes de regressar ao anterior estado.

• As comunidades essênias estavam dispersas por várias aldeias; a principal (com 4 mil homens) encontrava-se no oásis de Engadi, não longe do Mar Morto.

• Só em 1947 veio à luz a vida interior desses mosteiros pré-cristãos, com a descoberta dos livros de orações e dos pergaminhos do Antigo Testamento, nas cavernas de Qûmram.

Nazirs ou nazireenos

• Eram judeus que, sem chegarem à austeridade dos essênios, colocavam-se, momentânea ou definitivamente, em situação moral análoga, embora continuassem a viver na sociedade.

Nazirs ou nazireenos

• Davam continuidade a uma velhíssima instituição (como Sansão ao tempo dos Juízes): consagravam-se a Deus (no mínimo durante um mês) e tomavam 3 compromissos: não cortar o cabelo, não beber vinho, não se aproximar das mulheres.

Herodianos

• Eram assim chamados os da corte de Herodes, os partidários dele e de sua família, cujo prestígio desejavam restabelecer na Palestina.

• Não se apresentam como um grupo social determinado, mas colaboram para a dependência dos judeus em relação aos romanos.

• Não veem com bons olhos os saduceus serem amigos dos romanos, nem simpatizam com os fariseus que esperavam um Messias que viesse restaurar a independência do país.

• São fortes opositores dos zelotas e vivem preocupados em capturar agitadores políticos na Galiléia.

• É de notar como os partidos e seitas, embora divergentes entre si, se unem contra Jesus, quando convém aos seus interesses políticos ou religiosos.

FONTE:

• Estudos Espíritas do Evangelho• Coleção: Estudos e cursos

• Therezinha Oliveira

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