Post on 17-Apr-2015
Orientador: Prof. Dr. Domingo M. Braile
Fechamento Percutâneo do Ducto Arterial Persistente com Molas de
Liberação Não Controlada. Eficiência e Segurança
Tese apresentada à Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto para obtenção do título de
Doutor no Curso de Pós-Graduação em Ciências
da Saúde, Eixo Temático Medicina Interna
José Luiz Balthazar Jacob
- Persistência do canal arterial
- Prevalência 1:2.000
- Predomínio do gênero feminino 2 a 3:1
- Risco de endocardite infecciosa
Ducto Arterial
- Estrutura fetal indispensável
– Experiência inicial - 1992
– Mecanismo de oclusão
– Evolução da utilização
Fechamento Percutâneo
Molas de liberação não controlada
O objetivo deste trabalho foi determinar os limites da eficiência e segurança do fechamento percutâneo do canal arterial persistente com molas de liberação não controlada, levando-se em conta os diferentes diâmetros da malformação
Objetivo
Estudo prospectivo histórico
Junho 1995 a Outubro 2002
63 procedimentos em 55 pacientes
47 Procedimentos com mola única (grupo I)
16 Procedimentos com múltiplas molas (grupo
II)
Casuística e Método
55 pacientes - 36 do gênero feminino
Tipos morfológicos de canal arterial
Caracterização da Amostra
Tipo A = 43 pacientes
Tipo B = 02 pacientes
Tipo C = 03 pacientes
Tipo D = 02 pacientes
Tipo E = 05 pacientes
Classificação de Krichenko et alAm J. Cardiol 1989;63:877-82
47 procedimentos em 44 pacientes
– Idade média + DP = 5,3 + 4,2 anos ( 0,8 a 18 anos) mediana = 4 anos
– 38 assintomáticos
– 27 gênero feminino
Grupo IMola Única
Grupo II
16 procedimentos em 13 pacientes
Idade média + DP = 5,8 + 5,9 anos ( 0,9 a 21 anos)
mediana = 3 anos
08 assintomáticos
10 gênero feminino
Múltiplas Molas
Critérios de Exclusão
a) Idade inferior a 6 meses
b) Canais arteriais com mais que 2 mm de
diâmetro associados a outras cardiopatias
que implicassem em cirurgia imediata
c) Canais arteriais com diâmetros iguais ou
maiores que 4 mm
Sedação ou anestesia local
Antibioticoterapia (Cefalotina)
Punção de artéria femoral
–se necessário, punção de veia femoral
Introdutor 5 ou 6F
Heparina na dose 50 a 100 U/Kg peso
Condutas Gerais
Posicionamento do paciente em projeção
lateral esquerda 90º
Aortograma para definição da morfologia e do
menor diâmetro do canal (diâmetro de
referência)
Diâmetros utilizados para comparação:
Condutas Gerais
< 2 mm> 2 < 3 mm (2,1 - 2,9mm)> 3 mm
Aortograma de controle após 20 minutos da
liberação
Tempo de fluoroscopia
Condutas Gerais
Mola Única
Escolha da mola
–que formasse pelo menos 3 alças
–com diâmetro 2 a 2,5 vezes maior que o de referência
Liberação retrógrada
Cateter Judkins para CD e guia 0,038 ou
0,035
E. J. S. - 3 anos
Ao
TP
Definir o número de molas Escolha das molas
–alças podiam ter diâmetro menor que
2 a 2,5 vezes o de referência
–uma podia formar apenas 2 alças Liberação retrógrada e anterógrada
–Seqüencial
–Simultânea
Múltiplas Molas
TPAo
Ao
Ao
a b
dc
G. F. 2 anos
F. C. P. - 5 anos
TP
Ao
Ao
a b
c d
TP Ao
Adequado posicionamento da mola
no canal arterial, independentemente
da presença de fluxo residual
Sucesso da Liberação
Embolização de molas para:
Fluxo residual por mais de 30 dias
Migração tardia de mola até 30 dias
Reaparecimento de fluxo até 30 dias
Hemólise
Sangramento necessitando hemoderivados
Complicações vasculares
Complicações Precoces
artérias pulmonares
aorta
Fluxos residuais que
desapareceram até 30 dias
Ausência temporária de pulso
femoral por espasmo arterial, não
necessitando de intervenções
Intercorrências Transitórias
Cateter Lehman ou cateter guia de
angioplastia posicionado em contato com a
mola
Fio guia 0,014 de angioplastia coronária
dobrado ao meio
Laço Amplatz Goose Neck
Laço Scithec
Resgate de Molas
Ecocardiograma com Doppler colorido 4 a 6hs
e 24hs após o procedimento
Repetição após 30 dias:–fluxo residual presente repetição trimestral
–ausência de fluxo residual repetição semestral ou
anual
Profilaxia para endocardite infecciosa por 12
meses
Conduta Pós-procedimento
Estenose de artéria pulmonar esquerda
Coarctação de aorta
Aneurisma do canal ocluído
Aparecimento de fluxo após 30 dias
Endocardite Infecciosa
Novos procedimentos para oclusão de fluxos
persistentes
Complicações Tardias
Estatística descritiva
Teste t de Student
Teste exato de Fisher
Foram considerados significativos os
resultados com P< 0,05
Análise Estatística
Menor Diâmetro do Canal Arterial
Resultados
Total (n=63): 0,8 e 3,4mm ( média + DP = 1,8 + 0,7)
Grupo I (n=47): 0,8 a 3,4mm ( média + DP = 1,6 + 0,5)
Grupo II (n=16): 2,2 a 3,4mm ( média + DP = 2,9 + 0,3)
P< 0,001
Utilizadas 84 molas nos 63 procedimentos
Sucesso de liberação: 88,9%
Embolização para A.P. = 11,1%
Embolização de 9 molas em 7 procedimentos
Molas resgatadas: 6
Não ocorreu óbito relacionado ao
procedimento
Alta hospitalar após 24h (exceto 2 pacientes)
Resultados
Tempo de Fluoroscopia
Grupo I (n=47): 9 a 41 minutos ( média + DP = 14,8 + 6,8)
Grupo II (n=16): 21 a 52 minutos ( média + DP = 31,9 + 9,5)
P< 0,001
Intercorrências Transitórias
Fluxos residuais = 18,5%
Alterações de pulsos femorais: 4,7%
Grupo I: 13,9% fluxos residuais 2,3% alterações de pulsos femorais
Grupo II: 36,3% fluxos residuais 12,5% alterações de pulsos femorais
Complicações nos grupos I e II:
Complicações Grupo I (47 proc) Grupo II (16 proc)Embolização para pulmões
Embolização para aorta
Fluxo residual (>30 dias)
Complicações vasculares
Migração tardia (30 dias)
Reaparecimento de fluxo (30 dias)
Hemólise
Sangramento (hemotransfusão)
3
-
1
-
1
1
1
-
4
-
1
1
-
-
1
-
proc = procedimento; Grupo I: procedimentos realizados com mola única; Grupo II: procedimentos realizados com múltiplas molas.
Ao
TP
Ao
c d
ba
Grupo I x Grupo II(n=47) (n=16)
75%
93,6%
25%
6,4%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
P=0,06
Grupo II
Grupo I 56,2%
85,1%
43,8%
14,9%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P=0,03
Grupo II
Grupo I
< 2mm x > 2mm(n=40) (n=07)
Grupo I
< 2mm
> 2mm
P=0,002
100%
57,1%
0,0%
42,9%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
95%
28,6%
5,0%
71,4%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P<0,001
< 2mm
> 2mm
Seqüencial x Simultânea(n=11) (n=05)
Grupo IITécnica
Seqüencial
Simultânea
P=0,24
63,6%
100%
36,4%
0%0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
36,4%
100%
63,6%
0%0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P=0,03
Seqüencial
Simultânea
< 2mm x >2mm(n=40) (n=23)
P<0,001
100%
69,6%
0%
30,4%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
< 2mm
> 2mm
95%
47,8%
5%
52,2%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P<0,001
< 2mm
> 2mm
DiâmetroAmostra Total
< 2mm x >2 <3mm*(n=40) (n=12)
< 2mm
> 2 <3mm
P=0,05
100%
83,3%
0%
16,7%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
95%
66,7%
5%
33,3%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P=0,02
< 2mm
> 2 <3mm
* Duas molas em canais >2 <3mm = sem complicações
Diâmetro
Amostra Total
< 2mm x > 3mm*(n=40) (=11)
< 2mm> 3mm
P<0,001
100%
54,6%
0%
45,4%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
95%
27,3%
5%
72,7%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P<0,001
< 2mm> 3mm
* Molas múltiplas em canais > 3mm mantém piores resultados Embolização P=0,001
Complicações P<0,001
Diâmetro
Amostra Total
>2 <3mm x > 3mm*(n=06) (n=10)
Diâmetro
* Técnica simultânea em canais > 3mm = sem complicações
> 2 < 3mm
> 3mm
P=0,23
100%
30%
0%
70%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sem complicações Complicações
P=0,01
100%
60%
0%
40%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sem embolização Embolização
> 2 < 3mm
> 3mm
Múltiplas Molas
<3mm x >3mm(n=52) (n=11)
< 3mm> 3mm
P=0,001
96,1%
54,6%
3,9%
45,4%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem embolização Embolização
88,5%
27,3%
11,5%
72,7%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sem complicações Complicações
P<0,001
< 3mm> 3mm
DiâmetroAmostra Total
Seguimento
Média + DP = 57,2 + 22,7 meses (mediana = 65 meses)
Complicações tardias: 3 novos procedimentos
Não ocorreu óbito tardio
01 a 87 meses
Conclusão
1) O fechamento percutâneo com molas de
liberação não controlada é o procedimento de
escolha em canais arteriais com diâmetros
menores ou iguais a 2mm, devido à eficiência,
segurança e baixo custo
2) O procedimento tem alta eficiência, segurança
e baixo custo no fechamento de canais
arteriais com diâmetros maiores que 2mm,
mas menores que 3mm, quando realizado com
duas molas de liberação não controlada
Conclusão
3) Tanto a eficiência, quanto a segurança são
drasticamente reduzidas no fechamento de
canais arteriais com diâmetros iguais ou
superiores a 3mm, mesmo quando realizado
com uso de múltiplas molas de liberação não
controlada
Conclusão