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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título MODERNIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO: IMPACTOS SOBRE A OCUPAÇÃO E O ÊXODO RURAL NO MUNICÍPIO DE MARIA HELENA-PARANÁ.
Autor Maurílio Vilas Boas
Disciplina Geografia
Escola de Implementação do Projeto
Colégio Estadual Leonídia Pacheco – Ensino Fundamental e Médio.
Município Maria Helena
Núcleo Regional de Educação
Umuarama/PR
Orientador Prof.ª. Gisele Ramos Onofre
IES Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão
Relação interdisciplinar Geografia, História, Língua Portuguesa, Arte
Público-Alvo Alunos do 9º Ano.
Resumo A presente Unidade Didática tem como objetivo elaborar estudos teórico-práticos acerca do desenvolvimento histórico do espaço rural, bem como dos impactos econômicos e sociais ocorridos no espaço agrário do Município de Maria Helena – Paraná. O estudo será realizado com os alunos do 9º Ano do Colégio Estadual Leonídia Pacheco da cidade de Maria Helena - Paraná nas várias possibilidades de exploração do conteúdo proposto, por meio de explicação teórica, debates, apresentação e discussões de vídeos e imagens da cidade, atividades orais e escritas, trabalhos em grupo, pesquisas na internet, entrevistas e passeio no campo. A avaliação será diagnóstica, contínua, acontecendo em todos os momentos do processo de ensino e aprendizagem, buscando verificar o que os alunos aprenderam, se os objetivos propostos foram atingidos e se a intervenção foi conduzida de forma adequada. A avaliação se constituirá em uma ferramenta indispensável na verificação da aprendizagem contínua dos(as) alunos(as), destacando as superações e/ou limitações apresentadas, direcionando os alunos e professor na busca de abordagens que contemplem métodos didáticos adequados para a disciplina de Geografia.A partir dos indícios das representações manifestadas pelos alunos, pretendemos indicar possibilidades de intervenção para atuação a atuação docentes ao tratar da temática.
Palavras-chave Modernização, agricultura, êxodo rural.
Material Didático Unidade Didática
APRESENTAÇÃO
O desafio que se apresenta na contemporaneidade é a revisão de práticas
pedagógicas contextualizadas de modo a possibilitar um ensino de Geografia como
exercício de cidadania, contemplando significados que fazem parte do cotidiano dos
alunos. Assim, a preocupação com a contextualização e conscientização dos
espaços geográficos será presenciada no desenvolvimento das atividades
desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional, da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná-PDE/PR, junto aos alunos do 9º ano do Ensino
Fundamental.
Ao refletirmos sobre o espaço agrário no cotidiano dos alunos, sobretudo,
frente ao processo da modernização da agricultura, pressupomos que os mesmos
possam ser levados a repensar o seu papel na sociedade. Segundo Moreira (1994)
é preciso pensar na constituição do espaço agrário, no estabelecimento das
relações com as contradições que o coloca em constante movimento, auxiliando os
alunos a transitarem do espaço agrário ao urbano com uma melhor compreensão.
A proposta desta Unidade Didática encontra respaldo no quadro dos
conteúdos estruturantes das DCEs – Paraná (2008) de Geografia. A intenção é
contribuir com a evolução conceitual dos alunos, permitindo-lhes uma reflexão sobre
as questões relativas às causas e consequências do êxodo rural no município,
compreendendo o seu papel na transformação da sociedade
Acreditamos que a proposta é relevante, já que é imprescindível pensarmos
os conteúdos de geografia abordando as principais transformações que perpassam
o espaço agrário, sobretudo, frente à modernização tecnológica da agricultura que
reflete processos sociais no município em estudo.
Assim, ao trabalhar com a temática relativa aos impactos sociais gerados
pela modernização da agricultura no espaço agrário do município de Maria Helena –
Paraná serão elaborados estudos teórico-práticos acerca do desenvolvimento
histórico do espaço rural, bem como dos impactos econômicos e sociais ocorridos
neste espaço agrário.
Esta Unidade Didática apresenta-se organizada da seguinte forma:
Unidade I – Histórico do Município de Maria Helena
Unidade II- Modelo agrícola implantado no município de Maria Helena a
partir do ano de 1970 em substituição ao café;
Unidade III- Dinâmica populacional do município e os reflexos provocados
pela modernização da agricultura;
Unidade III- Impactos sociais gerados pela modernização tecnológica da
agricultura no espaço rural;
Unidade VI - Processo de modernização da agricultura no município com
ênfase na incorporação da tecnologia, na concentração fundiária e esvaziamento do
campo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O espaço agrário brasileiro passou por grandes conflitos e merece ser
submetido a uma análise comprometida com a transformação mundial. Diferentes
autores versam sobre as mudanças que marcaram o decorrer do tempo histórico, e
que são responsabilizadas pela configuração vivenciada no momento atual,
sobretudo, frente ao processo de modernização da agricultura. A partir da segunda
metade do século XX, a agricultura brasileira passou a apresentar características
inovadoras e especializações técnicas, científicas e organizacionais que articuladas
contribuíram para a criação de novos usos do tempo (ROCHA, 2009).
Tais configurações contribuíram para a transformação do espaço agrário
brasileiro que passou a apresentar modificações visíveis na sua estrutura territorial.
Tais mudanças, segundo Rocha (2009, p. 76) “são fruto de políticas implementadas
desde a década de 1930 pelo Estado Novo, com vistas a um novo dinamismo
territorial no Brasil”.
Ferreira (2005) retrata que a partir do início dos anos 1930, a decadência do
café favoreceu a diversificação das atividades agrícolas e dinamização do processo
de industrialização pelas novas possibilidades que se abriam com a substituição de
importações, marcando a impossibilidade de manter o ritmo de crescimento das
exportações ou de aceleração, impondo, assim, a substituição de importações –
especialmente, das indústrias. Ao mesmo tempo, deu-se início ao desenvolvimento
das indústrias têxtil. Nesse sentido, segundo o autor:
O aumento da produção interna ocorreu utilizando-se a capacidade instalada em ritmo superior ao do período 1933-39. Neste intervalo, se constatou um expressivo crescimento da produção têxtil. Paralelamente ao aumento das exportações, verificaram-se acúmulos de grandes saldos na balança comercial, inclusive, devido às dificuldades para importar. Esses saldos, por sua vez, tendiam a pressionar, para baixo, a taxa de câmbio, provocando valorização da moeda nacional, podendo comprometer as exportações. Diante disso, o governo fixou a taxa de câmbio, no sentido de proteger o setor cafeeiro, objetivando manter a sua renda em moeda nacional (FERREIRA, 2005, p. 60).
Nessa direção, os interesses dos fazendeiros e dos industriais ligados ao
mercado interno foram interligados, já que em razão das restrições de importações
que impossibilitavam a manutenção da renda do setor cafeeiro, mantinha-se a
procura dos produtos internos, transparecendo, assim, ao contrário das situações
anteriores de proteção ao café, os interesses convergentes, explícitos, da classe
burguesa urbano-industrial e da oligarquia cafeeira no protecionismo adotado.
À medida que os processos de desenvolvimento locais foram acontecendo,
houve uma tendência gradativa das relações tradicionais e desse modo,
constatamos o advento das importações de meios de produção mais modernizados
já na década de 1950. De acordo com Serra (1983), o espaço agrário brasileiro
passou por modificações, sobretudo, em razão do processo de modernização da
agricultura. A utilização de técnicas, máquinas e equipamentos modernizados1, deu
ao país, paisagens rurais agrárias distintas.
Por sua vez, Almeida e Rigolin (2005) comentam que as transformações do
espaço geográfico brasileiro estão relacionadas ao movimento de migração de
pessoas em decorrência de sua mobilização de uma área para outra, especialmente,
frente ao processo de mecanização das lavouras, que ao incorporar novos padrões
tecnológicos no espaço agrário, provocou o êxodo rural desde a metade do século
XX.
Teixeira (2005) ressalta que na década de 60, o processo de modernização
da agricultura foi consolidado com a implantação de um campo industrial no Brasil,
voltado para a produção de equipamentos e insumos para a agricultura. A produção
1 Por modernização do espaço agrário entendem-se as transformações na forma de produção agrícola por meio
de substituição das técnicas agrícolas tradicionais por técnicas modernas. Por exemplo, a enxada pelo arado, o animal pelo trator, o esterco orgânico ou estrume por adubo químico, etc (SILVA, 1998).
agrícola aderiu às inovações com a entrada dos processos industriais ao campo,
com o pacote tecnológico da Revolução Verde que, segundo Hespanhol (2008, p.
371) “foi difundido no mundo, atingindo, inclusive alguns países subdesenvolvidos”.
O pacote tecnológico da Revolução Verde contribuiu para a implementação
da produção agrícola em todo o mundo, especialmente no território brasileiro, com a
utilização de diferenciadas “técnicas agrícolas modernas como fertilizantes,
agrotóxicos e irrigação, com a intenção era de aumentar a produção e a
produtividade. Entre outras produções, a cana-de-açúcar, a laranja, o café, a batata,
as frutas cítricas e, mais especificamente, a soja (FERREIRA, 2013). Nessas
perspectivas, Hespanhol (2008) considera que:
Apesar do aparente sucesso da modernização da agricultura, o passivo ambiental dela decorrente é muito grande. A expansão de monoculturas e o uso indiscriminado de máquinas, implementos, fertilizantes químicos e de biocidas comprometeram a qualidade ambiental de vastas áreas dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos (HESPANHOL, 2008, p. 327).
Em outros termos significa dizer que o processo de modernização da
agricultura garantiu um relativo sucesso econômico no tocante à ampliação e a
complexidade do campo industrial no Brasil; não obstante, ao contrário, não
conseguiu ao longo sua trajetória uma garantia de efetivação de níveis aceitáveis de
justiça sócio-econômica e ambiental. .
De acordo com Mesquita (2009, p. 05), o processo de modernização da
agricultura transitou por três momentos decisivos:
[...] a constituição dos CAIs (Complexos Agroindustriais), a industrialização da agricultura’ e, recentemente, a integração de capitais intersetoriais sob o comando do capital financeiro. A constituição dos CAIs se dá na década de 1970, com a integração técnica intersetorial entre as indústrias que produzem para agricultura, a própria agricultura e as agroindústrias processadoras. Essa integração tornou-se possível a partir da internalização da produção de máquinas e insumos para a agricultura (DI). Sua consolidação foi viabilizada pelo capital financeiro, basicamente através do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) e das políticas de agroindustrialização, especificamente, instituídas, a partir dos chamados fundos de financiamento (MESQUITA, 2009, p. 05).
Com a modernização da agricultura, segundo Teixeira (2005), as indústrias
de equipamentos e insumos passaram a pressionar, direta ou indiretamente o setor
agrícola, almejando vendas cada vez maiores. Entretanto, o autor entende que o
grande impulso na transformação da base técnica da produção agrícola aconteceu
com o incentivo governamental, por meio do crédito rural ofertado aos produtores,
especialmente, a partir de meados da década de 1960.
O crédito rural oficial, principal instrumento utilizado para promover a modernização da agricultura foi altamente seletivo, pois a sua oferta se restringiu aos médios e grandes produtores rurais. Os pequenos arrendatários, parceiros e meeiros com reduzido ou nenhum patrimônio não tiveram acesso ao crédito oficial em razão de não disporem das garantias exigidas pelo sistema financeiro. No início dos anos 1980 o padrão de financiamento público da agricultura brasileira se esgotou em decorrência do aprofundamento da crise fiscal do Estado. A partir de 1984 as taxas de juros que incidem sobre o crédito rural oficial se tornaram positivas. O período que se estende de 1980 até o início dos anos 1990, foi marcado pela instabilidade macroeconômica. O Estado se voltou para a gestão da crise, não sendo estabelecidas políticas públicas com horizontes de médio e longo prazo (HESPANHOL, 2008, p. 382).
Com base nesse pensamento, os produtores possuidores de terras
receberam empréstimos do sistema financeiro, garantindo crédito rural farto e fácil.
O crédito rural para investimento e custeio, segundo Fleischfresser (1988, p. 53) foi
colocado “[...] à disposição dos produtores rurais, independente da região, desde
que tivessem terras próprias e de determinada dimensão, ou um contrato formal de
arrendamento”, contribuindo para a redução do diferencial de acumulação entre os
produtores de diferentes regiões. Entretanto, o volume de crédito do Estado não foi
distribuído de forma igualitária entre as diferentes regiões e categorias de
produtores.
Por conseguinte, o avanço contínuo da industrialização e urbanização
exerceu forte influência no espaço agrário brasileiro que passou a produzir
diferentes alimentos e produtos para:
[...] exportação para controlar a balança comercial do país. No entanto, o referido desenvolvimento se dá principalmente via capital internacional, com uma crescente participação das empresas multinacionais, com interesses em manter o setor rural cada vez mais subordinado aos recursos por elas
produzidos. Argumentavam que o arcaico setor rural seria um entrave para o desenvolvimento econômico, não conseguindo responder à demanda do setor urbano – industrial (TEIXEIRA, 2005, p. 25-26).
Contudo, até meados da década de 1960, a exportação não contribuía para
o aumento da agricultura que não produzia alimentos e matérias-primas suficientes
para a demanda urbana/industrial, e os preços dos produtos agrícolas eram
ajustados continuamente (TEIXEIRA, 2005). Complementa o autor, que a crise no
setor petroleiro ocorrida na década de 1970 atribuiu novos desafios ao espaço
agrário brasileiro, já que além da produção de alimentos e divisas foi trabalhada a
produção de alternativas energéticas ao petróleo, dando surgimento ao Programa
Nacional de Álcool (PROÁLCOOL)2.
Nessa direção, na época, a monocultura da cana-de-açúcar passou a exigir
espaços cada vez maiores para produção, provocando no ano de 1975, a
substituição dos espaços agrários destinados à produção de alimentos, por uma
produção maior de cana-açúcar, bem como de outros produtos para o exterior.
As transformações relacionadas à concentração da propriedade e uso da
terra, bem como as relações de trabalho e produção exerceram forte influência no
êxodo rural, tendo as primeiras manifestações de crise com a entrada da atividade
cafeeira, entre a década de 1960 e 1970, desarticulando a economia agrícola
(ABRAMOVAY, 1992).
Nesse particular, comenta Fleischfresser (1988), que nos anos 1970, houve
motivos para alterações expressivas na base produtiva da agricultura, mudando
radicalmente o movimento que marcou a trajetória da população rural nas três
décadas anteriores, já que:
[...] a população rural cresceu a altas taxas, apresentando um saldo migratório positivo de aproximadamente 2.800 mil habitantes. Em apenas
2 O Programa Nacional do Álcool ou Proálcool foi criado em 14 de novembro de 1975 pelo decreto n° 76.593,
com o objetivo de estimular a produção do álcool, visando o atendimento das necessidades do mercado interno e externo e da política de combustíveis automotivos. De acordo com o decreto, a produção do álcool oriundo da cana-de-açúcar, da mandioca ou de qualquer outro insumo deveria ser incentivada por meio da expansão da oferta de matérias-primas, com especial ênfase no aumento da produção agrícola, da modernização e ampliação das destilarias existentes e da instalação de novas unidades produtoras, anexas a usinas ou autônomas, e de unidades armazenadoras.
uma década, 1970-1980, o saldo migratório foi negativo em cerca de 2.600 mil pessoas. A população excedente dos cafezais localizados no Norte do Paraná se deslocava em direção as ainda existentes fronteiras agrícolas no Estado. Entretanto, nos anos 70, quando gradativamente se esgota a fronteira agrícola, concomitante ao processo de intensificação no uso da moderna tecnologia e a substituição de culturas, agora não mais somente o café, mas também alimentares como a soja e pecuária, verifica-se uma notável evasão da população residente no meio rural (FLEISCHFRESSER, 1988, p. 21).
O movimento de redução da população rural no Paraná surpreendeu,
sobretudo, em razão da redução do espaço de tempo em que se verificaram tais
mudanças. As alterações na base técnica produtiva, de relações de produções, força
de trabalho e estrutura fundiária paranaense foram intensificadas, pois conforme
relata Fleischfresser (1988) que:
[...] um significativo uso de força mecânica entre os estabelecimentos rurais no Estado paranaense, que passa de 3% em 1970 para 44% em 1980, atingindo participação próxima à dos estabelecimentos com força animal (56%) no final da década. Esse grande incremento na adoção de máquinas, verificado entre 1970 e 1975, pode ser creditado às políticas agrícolas, que nesse período, o do “milagre”, foram sensivelmente estimulante ao setor, situação que se modera após essa fase, com o agravamento da crise econômica nacional (FLEISCHFRESSER, 1988, p.27-28).
A intensificação da modernização da agricultura contribuiu para as
mudanças nas relações sociais de produção, a expropriação de pequenos
proprietários ou parceiros, bem como a intensificação do uso de serviços de
trabalhadores autônomos (bóias-frias) e/ou trabalho assalariado revelou as novas
configurações na organização e modernização da produção agrícola. A política de
modernização, cujo elemento central é o crédito subsidiado, teve importantes efeitos
na tecnificação agrícola (FLEISCHFRESSER, 1988).
Conforme Serra (1983), após as geadas de 1975, com a erradicação dos
cafeeiros, os espaços agrários paranaense foram liberados para novos cultivos
antes que outros estados brasileiros. Segundo o autor, alguns fatores contribuíram
para isso, já que:
[...] O Paraná modernizou sua agricultura na esteira do processo já em fase adiantada em outros estados, dentro de seu espaço agrário interno algumas regiões também vão inovar na esteira de outras. Ou seja: o mesmo tempo e com a mesma velocidade todas as regiões agrícolas. As desigualdades tecnológicas vão estar diretamente ligadas, em primeiro lugar às condições naturais, caso do clima e do relevo, e ao processo histórico em que se deu a ocupação pioneira e, em segundo lugar, à dinâmica política e econômica e à estrutura fundiária que vão caracterizar os compartimentos regionais, tornando-os mais ou menos suscetíveis às inovações (SERRA, 1983, p. 51).
A modernização trouxe um aumento considerável na produção agrícola,
acentuando a exportação e contribuindo para o crescimento da economia nacional,
acabando por beneficiar apenas parte da produção destinada às exportações, em
atendimento à elite rural (TEIXEIRA, 2005). Esse autor considera que tal fato causou
impactos ambientais significativos no espaço agrário brasileiro, em razão da
utilização de produtos tóxicos sem os cuidados necessários em seu manuseio. Além
disso, viabilizou o desemprego no campo e o consequente êxodo rural.
Serra (1983) ressalta que o trabalhador rural foi a categoria mais penalizada
juntamente com o pequeno produtor rural familiar independente, pagando o preço
mais alto em razão das transformações processadas na estrutura agrária
paranaense. O autor comenta ainda que na região norte do paranaense, por
exemplo, o processo de modernização agrícola, foi seguido pela substituição intensa
de culturas diferenciadas que contribuiu fortemente para alterações demográficas,
com a conseqüente diminuição do efetivo total da população, alterando a vida rural-
urbana nas principais cidades do norte do Paraná.
Fleischfresser (1988) complementa que as transformações ocorridas no
Paraná foram sentidas, especialmente, na região Oeste do Paraná, impulsionadas
pelo avanço de máquinas, equipamentos, sementes selecionadas, crédito
abundante, entre outros, sobretudo para a produção de soja e trigo, alterando,
assim, a economia agrícola do oeste do Paraná. As transformações contribuíram
para a ocorrência de novas formas de estruturação de produção e comercialização,
refletindo na pauta dos produtos de exportação, na agroindústria, comércio,
emprego, entre outros.
O processo de modernização, na perspectiva da consolidação do
capitalismo no espaço agrário brasileiro, conforme Serra (1983, p. 53) contribuiu
para resultados positivos, “tanto no Paraná como nas demais regiões brasileiras
onde foi implantado. Sob a ótica dos impactos sociais que gerou, no entanto, os
resultados foram adversos”. Para este autor, o trabalhador rural foi quem mais
sofreu o impacto negativo em virtude das transformações acionadas pela estrutura
agrária paranaense, ao lado do pequeno produtor rural familiar independente.
Do exposto, as bases do processo de modernização do espaço agrário
brasileiro estão assentadas numa construção dialética constante, já que a estrutura
espacial evidencia as contradições intrínsecas ao processo que contribuíram
fortemente para o êxodo rural, a partir da década de 1930. Em razão das
transformações do espaço agrário surgiram movimentos contrários em consequência
da crise que transitou neste espaço, apontando novas perspectivas de reprodução
social.
No Brasil, as profundas transformações políticas da década de 90, com a
implementação do processo democrático de participação social, a definição de co-
responsabilidades na área da educação, o aumento do nível de exigência de uma
sociedade cada vez mais organizada e consciente dos seus direitos, tornaram o
reexame de muitos valores indispensáveis para a prática educativa transformadora,
especialmente, para aqueles que sustentam a elaboração de um projeto de escola
compatível com uma nova realidade.
Essa visão transformadora, conforme Macedo (2000) sinalizou um ensino de
qualidade, no sentido de formar cidadãos capazes de interferir criticamente na
realidade para transformá-la. Assim, entendemos a necessidade de contemplar um
ensino de geografia na escola que possibilitem adaptações às complexas condições
e alternativas de trabalho que levem os alunos a aprenderem a lidar com efetividade
na produção e circulação de novos conhecimentos e informações, que têm sido
avassaladores e crescentes.
Todavia, para manter certa coerência com o plano de reconstruir sociedades
novas e democráticas, os educadores devem contribuir para uma prática educativa
que:
[...] alicerçada em nova práxis educativa, expresse conceitos diferentes de educação em consonância com o plano para a sociedade como um todo. Para que isso se dê, o primeiro passo é identificar os objetivos da educação dominante herdada. A seguir, é necessário analisar como funcionam os métodos utilizados pelas escolas dominantes, como legitimam os valores e significados dominantes e como, ao mesmo tempo, rejeitam a história, a cultura e as práticas lingüísticas da maioria dos alunos subalternos. Essa nova escola, afirma-se, deve também ser informada por uma Pedagogia radical, que torne concretos valores tais como solidariedade,
responsabilidade social, criatividade, disciplina a serviço do bem comum, vigilância e espírito crítico (MACEDO, 2000, p. 96).
Nessa direção, à escola cabe realizar uma formação crítica, por meio de um
processo de ensino e de aprendizagem de conhecimentos, habilidades, valores,
atitudes, formas de pensar e de atuar na sociedade que considere o resgate das
características específicas dos alunos como sujeitos histórico-sociais. Nesse sentido,
a contribuição de Saviani (1989) tem sido determinante para esta compreensão da
tarefa escolar, ao evidenciar que:
Para esta compreensão pedagógica cabe à escola dosar e sequenciar o saber sistematizado, o conhecimento científico, tendo em vista o processo de sua transmissão-assimilação. A tarefa que se impõe é organizar o saber escolar, ou seja, tomar como elemento norteador das atividades da escola a socialização do conhecimento sistematizado. O currículo deve ser entendido, a partir dessa leitura, como o conjunto das atividades nucleares da escola (SAVIANI, 1989, p. 11).
A mediação da escola consiste na superação do saber difuso, parcial,
desarticulado que os alunos apresentam no início do processo de escolarização
para o saber sistematizado, mais organicamente articulado ao final da sua
escolarização, favorecendo, assim, a compreensão das relações sociais nas quais
os mesmos estão inseridos, instrumentalizando-os, ainda que parcialmente, para
agirem e nela atuarem com consciência e autonomia.
Neste particular, ao trabalhar as questões relativas aos impactos sociais
gerados pela modernização da agricultura no espaço agrário, acreditamos na
necessidade de ampliar as relações dos alunos com o conteúdo, englobando a
pluralidade e a diversidade como meio de potencializar a prática educativa.
Para Freire (1981), o processo educativo implica na formação crítica dos
alunos, possibilitando uma leitura da realidade além do discurso ideológico proposto
pela estrutura capitalista. O autor abre reflexões profundas no processo educacional,
em que o processo de ensino e de aprendizagem, não se restringe apenas à
compreensão do código, mas a uma tomada de consciência da realidade e de
libertação do estado de passividade e alienação, para um estado de participação e
transformação da sociedade.
Logo, entendemos a importância de aprofundar estudos de geografia
agrária, identificando as diferentes formas de ocupação e uso do espaço agrário,
proporcionando a compreensão da organização e a dinâmica da produção familiar e
refletindo sobre a sua importância para o desenvolvimento socioeconômico
brasileiro, transformando, assim, o processo educativo numa reflexão crítica da
realidade.
Para Oliveira (1996, p. 63), “[...] a relação do homem com sua realidade
social não é imediata, mas mediatizada pela apropriação do conhecimento
científico”. Nesse mesmo sentido, o processo de transformação social, segundo
Vieira (2004), a participação da educação escolar pode acontecer de forma indireta
e mediata. Para a autora, isso significa dizer que, de modo específico, ela pode
atuar junto à consciência das pessoas que agem na prática social, levando-os a
encontrar, nas contradições presentes em sua realidade social vivenciada, as
possibilidades histórico-concretas existentes e as condições necessárias para a
superação de tais contradições. Sendo assim, entendemos que a transformação
social da qual participará a educação é possível pela transformação dos indivíduos.
A autora considera que:
A ciência geográfica, como um dos componentes curriculares do ensino básico, devido a sua natureza teórico-metodológica, mostra-se como um importante instrumento de conscientização do indivíduo acerca de sua realidade espacial e de seu papel social dentro dessa realidade. Fato este que poderá contribuir para possíveis modificações e aprimoramento da nossa sociedade. Para tanto, é preciso que esta disciplina coloque o indivíduo-educando em contato com um conhecimento geográfico que o leve a compreender a sua realidade como uma totalidade e a detectar as
contradições existentes nela (VIEIRA, 2004, p. 31).
Nesse sentido, necessitamos de uma educação articulada a uma proposta
pedagógica que tenha como foco a transformação da sociedade e não a sua
conservação e perpetuação. Para isso, é preciso contar com uma prática educativa
transformadora que propicie uma relação efetiva dos alunos com a realidade,
ultrapassando “[...] o processo de compreensão-adaptação desta realidade,
conseguindo assim adaptar a realidade a si, isto é, transformá-la e, assim, “produzir
a sua própria existência” (SAVIANI, 1991, p.19).
Ao tratar da disposição dos conteúdos sobre o processo de modernização,
os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – Brasil (1998) estabeleceu algumas
críticas, orientando o professor a refletir, criticar com os alunos a crença de que as
tecnologias importadas e suas consequentes inovações sejam capazes de:
[...] por si só de gerar os impactos necessários para o desenvolvimento da sociedade brasileira. Fazer com que os alunos percebam que essas tecnologias e seus benefícios se voltaram para os grandes empreendedores do campo que por sua vez passaram a ter seus interesses atrelados às empresas multinacionais em sua grande maioria voltadas para produtos de exportação, inclusive para beneficiar os avanços tecnológicos nos setores secundários e terciários das grandes cidades. (BRASIL, 1998, p.69)
Portanto, seguindo as considerações propostas nos PCNs–Brasil (1998), o
ensino de Geografia na escola precisa estar compromissado com conteúdos
articulados à realidade dos alunos, e que possam contribuir efetivamente para a
formação da sua criticidade em relação ao tipo de realidade vivenciada, com
respeito às singularidades de cada grupo de aluno. Isso leva a pensar na ideia de
uma proposta de ensino de Geografia destinada a proporcionar uma efetiva
compreensão do espaço agrário brasileiro que tenha como pressuposto um
processo de formação do indivíduo consciente.
O fato de a geografia colocar alunos e professores em contato direto com o
mundo, a partir de suas próprias experiências cotidianas, leva-nos a refletir sobre
essa experiência particular que, segundo Moreira (1994, p. 58) transforma a
geografia em um saber de significado político, “e se põe em contato direto com
nosso mundo exterior, com o seu todo e com cada um de seus elementos, a um só
tempo. Se nisso reside sua peculiaridade, da qual deriva sua natural popularidade,
reside nisto igualmente seu amplo significado político”.
Portanto, ao tratar dos conteúdos relativos ao impacto da modernização da
agricultura, podemos contribuir para o processo de conscientização dos alunos a
respeito da temática, auxiliando-os na construção de uma percepção crítica da
realidade que os cerca, contrapondo-se ao discurso ideológico neoliberal, pautado
no capitalismo, já que:
[...] apesar das diferenças socioespaciais, tanto filhos de camponeses como filhos de trabalhadores da indústria das grandes cidades, têm algo em comum: a marginalização provocada pelo capitalismo. Todos são filhos de trabalhadores, pobres, oprimidos e não dos detentores do capital. Por isso, há necessidade da compreensão da essência dessas realidades, por parte dos professores e dos alunos (CAMACHO, 2008, p. 32).
Nessa direção, entendemos que o ensino de geografia não se faz de
maneira neutra, mas como prática social, capaz de contribuir para romper ou mesmo
reforçar o modelo de reprodução capitalista. Assim sendo, é importante atuar de
forma a contribuir para uma educação real, em que a questão agrária dentro da sala
de aula possa estar presente de forma articulada e compromissada com a vivência
dos alunos oriundos das áreas rurais, assim como daqueles que mesmo distante da
área rural vivenciam esta mesma realidade de diferentes formas.
Pressupomos que a construção, desconstrução e reconstrução do
conhecimento na disciplina de Geografia implicam na impossibilidade de sua
reprodução e de sua transmissão. O condicionamento, a reprodução, as relações
impositivas e prepotentes que se apresentam nas práticas conservadoras, segundo
Demo (1994), não podem ser consideradas como sendo aprendizagem, já que
educação não é neutra, portanto, não é possível submeter o aluno ao ambiente e
reproduzir o seu destino histórico.
Segundo Moraes (2004), na realidade, cada aluno pode descobrir o caminho
ao caminhar, ao mesmo tempo em que influencia e determina a escolha do seu
percurso continuamente. Para o autor:
Esta compreensão certamente reafirma o nosso compromisso com a abertura ao diálogo como atitude de vida, como convicção importante, o que sabemos que não é nada fácil, pois implica um ato de desapego em relação aos próprios conceitos e categorias conhecidas. O diálogo pressupõe não apenas abertura da mão, mas principalmente abertura da mente, dos olhos e do coração para que possamos sentir e pensar corretamente e aprender algo novo. É fundamental, para que possamos saber ver, saber conversar, saber esperar, saber amar e saber abraçar (MORAES, 2004, p. 171).
Isso leva a pensar em novos rumos para o ensino, em que sejam priorizados
os conteúdos que façam sentido para o momento de vida presente dos alunos, e
que ao mesmo tempo favoreçam o aprendizado contínuo. Demo (1994) aponta a
necessidade da utilização de metodologias diferenciadas que priorizem uma
construção de argumentação capaz de favorecer a criatividade, a compreensão dos
limites e alcances lógicos das explicações, já que:
A construção do conhecimento supõe acesso ao conhecimento disponível. A transmissão do conhecimento é necessidade crucial, instrumental de qualquer proposta construtiva. Em termos de metodologia científica, as versões ligadas, sobretudo, à hermenêutica insistem em que conhecemos, partindo do já conhecido. Não existe cabeça vazia, digamos analfabeta, porque todos temos contexto cultural e histórico, e relações já estabelecidas em termos de saber. Pode não ser ciência, mas será sabedoria, bom senso, experiência acumulada (DEMO, 1994, p. 45).
Nesta perspectiva, cabe ao professor facilitar os processos de elaboração
daquele que aprende e acompanhar o curso do seu desenvolvimento, ouvindo suas
elaborações e situando-as em termos das possibilidades lógicas da representação.
Os conceitos não são ensinados, tudo o que se pode fazer é criar situações para
que sejam formulados pelos alunos. De acordo com Demo (1994), isso exige que no
espaço escolar sejam criadas situações que possibilitem aos aprendizes atuarem
diretamente sobre os objetos de conhecimento, e através de sua própria ação
cognitiva, possam ser capazes de estabelecerem as relações de análise e de
generalização possíveis..
Diante disto, acreditamos na necessidade de pensar em um ensino de
geografia agrária vinculado com a realidade local do Município de Maria Helena -
Paraná, possibilitando a construção de valores de identidade e pertencimento por
parte dos alunos com a cidade.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
O estudo será realizado com os alunos do 9º Ano do Colégio Estadual
Leonídia Pacheco da cidade de Maria Helena – Paraná nas várias possibilidades de
exploração do conteúdo proposto, envolvendo um total de 30 (trinta) alunos,
perfazendo um total de 08 (oito) encontros, totalizando 32 (trinta e duas) horas de
implementação pedagógica.
Serão realizadas oficinas pedagógicas para o desenvolvimento da proposta
de intervenção, por meio de estratégias diversificadas como:
- Explicitação oral: o professor apresentará o conteúdo nas várias
possibilidades de exploração;
- Entrevistas: os alunos entrevistarão alguns pioneiros do município para
conhecer a representação destes;
- Recursos audiovisuias: serão utilizados textos, filmes, vídeos, programas
de reportagem e imagens que possam oferecer subsídios para a compreensão da
temática;
- Pesquisas na internet: pesquisar sobre a política de desenvolvimento e o
impacto sobre o trabalho do campo;
- Debates: professor e alunos debaterão sobre os pontos favoráveis e
desfavoráveis da modernização da agricultura, com destaque para os produtores
rurais;
- Produção escrita: os alunos (em duplas) farão registros dos principais
pontos debatidos.
- Aula de campo: visitas ao espaço rural. A aula de campo propiciará um
trabalho diversificado ao contemplar as interrelações presentes entre os elementos
do ambiente e da produção social, enriquecendo a visão de mundo dos alunos.
Contudo, essas e outras estratégias serão utilizadas, na medida em que a
intervenção na escola for acontecendo, buscando averiguar as necessidades em
termos de conteúdo para a incorporação de novas estratégias e encaminhamentos.
atividades
UNIDADE i
HISTÓRICO DA COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MARIA HELENA-PR
Testando os Conhecimentos prévios
Você gosta da sua cidade?
O que você sabe sobre a colonização do município?
Você sabe quando a sua cidade foi fundada?
Você tem conhecimento sobre as primeiras famílias que ocuparem a cidade?
E a sua família?
Você conhece algum pioneiro?
Quais os principais eventos da cidade?
Leia o texto a seguir Município de Maria Helena assim como a maioria das cidades do noroeste do Paraná surgiu do movimento colonizador em busca de terras para o plantio do café. A partir do início do século XX a ampliação da área cafeeira, proporcionou a criação de muitas cidades, numa onda que se deslocava de leste para oeste, desbravando todo o norte do estado. Este era o tempo da “euforia” do café, provocada pelos altos preços pós-guerra, no mercado internacional. Em 1947 o Sr. Moacir Loures Pacheco proprietário da colonizadora do Paraná Ltda. conseguiu oficializar junto ao governo, como de sua propriedade as terras que hoje constituem o município de Maria Helena. A fundação da sede foi em 1953. Na ocasião ergueu-se um cruzeiro, onde hoje está situada a igreja Matriz de Maria Helena. Antes disso várias famílias, algumas da região nordeste do país já haviam se instalado, atraídas pelos baixos custos e longos prazos para pagamento das terras. Também vieram algumas famílias de origem nipônicas provenientes de Marialva e Mandaguari, cidades vizinhas a Maringá. Estes migrantes encontraram na região cerca de 400 famílias Xetás, nação indígena que habitava o noroeste do estado e hoje já considerada extinta. Pela Lei n.º 12 de 25 de abril de 1955, Maria Helena foi elevada à categoria de distrito pertencente ao município de Peabiru, porém mais tarde com a criação do município de Cruzeiro do Oeste, pelo advento da lei n.º 253 de 28 de novembro de 1954, privilegiou toda a área do Norte Novíssimo como era chamada esta região. Cruzeiro do Oeste sendo elevada a município, Maria Helena passou a condição de distrito e teve como interventor o Sr. José Wanderley Buscarons. Neste período registrou-se um grande crescimento populacional, como também ampliou o desenvolvimento agrícola e comercial. Foi elevada a categoria de município apenas em 25 de julho de 1960, com a lei número 4.245, desmembrando-se de Cruzeiro do Oeste e sendo instalada em 15 de novembro de 1961.
Disponível em <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/md_sandra_mara_prado.pd
f>.
Discussões em grupos
1. Onde se localiza o Município de Maria Helena?
2. Onde se iniciou a história da cidade?
3. Por qual Companhia foi fundada?
4. Quando a cidade foi elevada a categoria de município?
5. Quais os primeiros habitantes?
6. De onde vieram?
7. Por que os tempos da colonização foram difíceis?
8. De onde vieram as primeiras famílias?
AGORA FAÇAM UMA SÍNTESE COM AS RESPOSTAS
REGISTRE SEUS APONTAMENTOS AQUI
Vamos Localizar a cidade de Maria helena no
mapa
Imagem: Brazil Location
Fonte: Wikipédia
Imagem: Paraná – Município de Maria Helena
Fonte: Wikipédia
Imagem: 69580186,00
Fonte: Revista Globo Rural
Visite o site abaixo e conheça mais sobre a sua cidade
<http://mapstore.eco.br/mapa_carta_hipsometria_altitudes_relev
o_srtm_topo30_brasil_regiao_sul_parana_mesorregiao_noroeste_paranaense_microrregiao_umuarama_municipio_de_maria_he
lena_14708>
Laboratório de Informática da Escola
Para saber mais pesquise sobre: Qual a unidade federativa do município?
Em qual região está situada a cidade de Maria Helena?
Qual a região metropolitana?
Quais os municípios limítrofes?
Qual a distância do município até a capital?
Qual o tipo de solo da região?
Complete o quadro abaixo
Características geográficas
Área
População
Densidade
Clima
Fuso horário
Indicadores
IDHM
PIB
PIB per capita
Sugestões de sites para pesquisa
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Helena_(Paran%C3%A1)>
<http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=411470>
http://www.cidade-brasil.com.br/municipio-maria-
helena.html
Conheça algumas imagens ATUAIS da cidade
Imagem: Prefeitura municipal de Maria helena
.
Fonte: Vilas Boas
Imagem: Câmara Municipal
Fonte: Vilas Boas
Imagem: Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças
Fonte: Vilas Boas
Imagem: 25 0152
Fonte: Portal Dia a Dia
Imagem: dsc 00876
Fonte Portal Dia a Dia
Para conhecer mais visite o site abaixo
Com base nas imagens (em duplas) redija um texto, para posterior
apresentação aos outros grupos, sobre o passado e o presente do município de
Maria Helena.
http://www.cidade-brasil.com.br/municipio-maria-helena.html#vizinhos.
UNIDADE i I
atividade produtiva em substituição ao café
Vamos Aprender sobre a atividade produtiva do
município de MARIA HELENA
Inicialmente, o professor explorará o conteúdo sobre as mudanças no cenário
do setor agrícola no país. O conteúdo será ministrado como aula teórica e debates,
com a utilização de slides desenvolvidos no Power Point ou BR OFFICE. Para a
preparação dos slides, o professor utilizará o conteúdo apresentado na
fundamentação teórica apresentado nesta Unidade.
Com base no conteúdo ministrado pelo professor
complete o quadro abaixo
Períodos Fatos
Princípio do século XX
Ano (1929)
Década de 50
Ano (1957)
Anos (1963/1964/1966)
Vamos ler e compartilhar com os conhecimentos
A pecuária é predominante de corte, sendo a principal atividade produtiva do município, com
rebanho de 48.000 cabeças de gado de corte, o que denota uma produção do tipo extensiva,
somando 4.200 cabeças de gado misto (leite e corte). Embora menos significativas, a produção de
suínos com 500 cabeças e um incremento substancial de aves para corte de 420.000 cabeças
(verificar quadro) fazer parte desta atividade produtiva.
Atividade Pecuária
Tipo | Número de Cabeças
Gado de corte | 48.000
Gado misto | 4.150
Suínos | 500
Aves | 420.000
Ovinocultura | 750
A estrutura fundiária rural é de propriedade de médio porte. A maioria das fazendas tem entre
11 a 50 ha como mostra o quadro abaixo. Apenas 100 propriedades gram em torno de 101 a 1000
ha.
Os proprietários de terras com mais de 101 há, segundo fontes da prefeitura, não moram em
Maria Helena, residem nos grandes centros e aplicam todo o capital oriundo da produção
agropecuária fora do município. As áreas improdutivas giram em torno de 2.200 ha correspondendo
4,47% da área total do município. Nas terras arrendadas (2.330 ha) a predominância é o plantio de
soja, mandioca e milho.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Helena_(Paran%C3%A1)>
Conheça os principais cultivos
Cultivo Área | (há)
Café | 463 Milho | 3.500 Algodão | 200 Feijão | 450 Mandioca | 850 Soja | 2.000 Cana | 700 Amora | 35
Pastagens | 34.486 Matas Naturais | 3.200
Outras áreas | 3.266
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Helena_(Paran%C3%A1)
Agora, Responda no Caderno
1) Qual a atividade produtiva predominante no município?
2) Depois da pecuária, qual a produção que mais se destaca no município?
3) Onde residem a maioria dos proprietários das terras do município?
4) Qual o total de área improdutiva?
5) Qual a produção predominante nas ares arrendadas?
Para saber mais sobre o assunto acesse:
<http://www.ipardes.gov.br/cadernos/Montapdf.php
?Municipio=87480>
UNIDADE i II
Impacto da Modernização da Agricultura
Inicialmente o conteúdo será ministrado como aula teórica. O conteúdo será
mediado por meio de uma aula expositiva e debates, com a utilização de slides
desenvolvidos no Power Point ou BR OFFICE. Para a preparação dos slides, o
professor utilizará o conteúdo apresentado na fundamentação teórica apresentado
nesta Unidade.
A aula expositiva tratará dos principais fatores que contribuíram para
impulsionar a mudança na configuração do espaço de Maria Helena, dando
destaque à política de crédito agrícola, destinado à compra de máquinas, insumos e
sementes selecionadas, considerando que tais fatores impactaram fortemente o
rendimento das lavouras, colocando a agricultura nos moldes do capitalismo.
Fonte de Pesquisa
FLEISCHFRESSER, V. Modernização tecnológica da agricultura: contrastes regionais e diferenciação social no Paraná da década de 70. Curitiba: livraria do Chain: CONCITEC: IPARDES, 1998.
Atividade em grupos
a) Elencar os pontos positivos e negativos do Processo de Modernização da agricultura
Pontos positivos
Pontos negativos
b)Debater os principais pontos elencados no quadro acima
c) Fazer uma síntese do conteúdo abordado
UNIDADE vI
Incorporação da tecnologia, concentração fundiária e o
esvaziamento do campo
Vamos Assistir aos vídeos
Responda no Caderno
Quais as principais alterações nas bases do modo de produção
agrícola na década de 70?
Quais os setores mais atingidos?
O que ficou visível com o advento da modernização da
agricultura no Paraná?
“Modernização da Agricultura” <http://www.youtube.com/watch?v=xX-KCdkgWHk.
http://www.cidade-brasil.com.br/municipio-maria-
helena.html>
<http://www.youtube.com/watch?v=F0FpuA9>.>l-4
Qual o impacto da modernização da agricultura para a região
do município de Maria Helena?
Vamos refletir sobre a sobrevivência das pequenas propriedades frente ao processo de
modernização da agricultura, acessando os seguintes vídeos.
Agora responda
Comparando o primeiro vídeo com o segundo, respondam:
O que você entendeu sobre agricultura familiar?
Qual a importância das pequenas propriedades agrícolas no seu
município?
O que mais chamou a sua atenção no vídeo apresentado?
Passeio no campo
Vamos conhecer uma área rural do Município de Maria Helena, após
agendamento e consentimento prévio do proprietário.
Brasil: um planeta faminto e a agricultura brasileira”, <http://www.youtube.com/watch?v=aoiP-
WK3V8o&feature=pyv>
Agricultura Familiar”, disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=GWr4jCS2aLQ>
Partiremos de uma realidade local delimitada (visita a uma propriedade familiar)
para investigar a sua constituição histórica e realizar comparações com outros lugares
próximos ou distantes.
Na oportunidade, vamos fotografar o local e fazer uma “roda de conversa” com o
proprietário.
Sugestões para Entrevista
Como é a vida no campo?
Há quanto tempo moram no campo?
Como é a vida do pequeno agricultor?
Quantas pessoas vivem do cultivo do campo em sua casa?
Quais as principais dificuldades do pequeno agricultor?
Quais os fatores favoráveis da vida no campo?
Vocês trabalham com a agricultura orgânica ou convencional?
O que acham da incorporação das novas tecnologias?
Elabore um texto coletivo com base nas respostas das entrevistas
Agora, vamos debater sobre a Modernização da Agricultura a partir do
seguinte roteiro
a) Leitura e discussão do texto acima; b) Organizar a turma em dois grupos: o grupo dos prós e o grupo dos contras
(a favor da modernização e contra a modernização da agricultura). A divisão será aleatória, para estimular os alunos a argumentarem de forma com que possam defender o que lhes foi atribuído, mesmo que não seja o que realmente tenham como opinião pessoal;
c) Sortear qual grupo iniciará a atividade, estipulando um tempo fixo para as discussões. O grupo sorteado fará as argumentações em conformidade com a temática proposta, enquanto os alunos do outro grupo assistirão a discussão, com registros dos pontos que acharem interessantes, podendo argumentar contra ou a favor do que foi exposto. Após o término do tempo, o segundo grupo iniciará a sua discussão, enquanto o outro fará os registros de suas observações;
d) Encerrado o prazo, as anotações dos alunos serão recolhidas, com a posterior abertura de discussões para toda a turma. De acordo com a discussão, e a partir das informações obtidas, serão apontadas as possíveis lacunas e erros conceituais existentes aos alunos.
c) Ao final da aula os conteúdos serão expostos em um mural para compartilhar a temática com a comunidade escolar.
Assistam o vídeoclip da música de Dom e Ravel, intitulada “Obrigado ao Homem do Campo”.
Compartilhe as suas impressões referentes ao videoclip da música de Dom e Ravel com os colegas
Ao final todas as produções dos alunos, imagens, registros escritos, fotos,
pesquisas serão organizadas em um mural para apresentação à comunidade escolar.
AVALIAÇÃO
A avaliação será diagnóstica, contínua, acontecendo em todos os momentos
do processo de ensino e aprendizagem, buscando verificar o que os alunos
aprenderam, se os objetivos propostos foram atingidos e se a intervenção foi
conduzida de forma adequada.
Desta forma, a avaliação se constituirá em uma ferramenta indispensável na
verificação da aprendizagem contínua dos(as) alunos(as), destacando as
superações e/ou limitações apresentadas, direcionando os alunos e professor na
<http://www.youtube.com/watch?v=wQyyUzKIqAw>
busca de abordagens que contemplem métodos didáticos adequados para a
disciplina de Geografia.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. São Paulo: HUCITEC, 1992.
ALMEIDA, L. M. A.; RIGOLIN, T. B. Geografia. Série Novo ensino Médio, 2. ed. São Paulo: Editora Ática, 2005. (único volume/livro do professor).
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. 5ª a 8ª Séries. Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAMACHO, R. S. O ensino de geografia e a questão agrária: refletindo a partir da prática em sala de aula. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros. Três Lagoas-MS, n.8, ano 5, p. 26-51, Novembro, 2008. Disponível em: <http://www.ceul.ufms.br/revista-geo/Volume8_Novembro2008/V.8_Art2.pdf>. Acesso em: 03 de jun. de 2013.
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FERREIRA, A. Estado e economia no Brasil: 1930-1964. Fundamentos da construção de um capitalismo urbano-industrial periférico. Revista de Ciências Sociais, v.36, n. 1/2, p. 52-72, 2005.
FLEISCHFRESSER, V. Modernização tecnológica da agricultura: contrastes regionais e diferenciação social no Paraná da década de 70. Curitiba: livraria do Chain: CONCITEC: IPARDES, 1998.
FREIRE, P. Educação e mudança. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
______. Pedagogia do Oprimido. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
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