Post on 19-Jun-2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS COLÉGIO TECNICO CIENCIAS SOCIAIS
GEOPOLÍTICA PROF. ELIEZER
“OS INIMIGOS ÍNTIMOS DA DEMOCRACIA”,
DE TZVETAN TODOROV
Turma: 301 Nomes: Alice Freitas, Esther Iolanda, Isabela Conceição, Keslya Jennifer, Julia Alvarenga, Maria Clara.
Os inimigos não são mais externos, são internos, íntimos.
O LIVRO E O AUTOR Informações básicas sobre o livro e o seu autor
• Tzvetan Todorov, o autor do livro, é
um filósofo e linguista búlgaro.
• Frequentou o curso de Filosofia da Linguagem
• Atualmente dirige o Centro de Pesquisa sobre as
Artes e a Linguagem de Paris.
• Publicou um número considerável de obras, que
estão hoje traduzidas em vinte e cinco idiomas
QUESTÃO PRINCIPAL ABORDADA NO LIVRO:
empecilhos que a democracia
encontra em si mesma para sua efetivação.
CRÍTICA
“O tema é pesado mas o texto é leve, flui.[...] Os conceitos são
densos, mas o olhar é novo, o ângulo é singular.[...] O leitor pode
passear pela religião, pela filosofia, pela história e pela geografia,
pelos interesses e pela alma humana sentindo a mão de Tzvetan a
guiá-lo. O passeio é breve, mas intenso.[...] A abordagem desse
livro é original, consistente e oportuna.”
Segunda opinião
ASPECTOS PRINCIPAIS DE CADA CAPÍTULO
O livro é composto por 7 capítulos sobdivididos em tópicos. Por esse motivo, os assuntos de cada capitulo serão
subdividido em seus respectivos tópicos.
O MAL-ESTAR NA DEMOCRACIA Cap. 1
I. Os paradoxos da liberdade
• Contexto da Bulgária comunista onde o autor vive grande parte da vida.
• Regime totalitário
• Falta de liberdade
• O que ele achava : “liberdade” = Valor fundamental da democracia.
• O que ele descobre : “liberdade” = Perigo para a democracia.
II. Inimigos externos e internos • Choque entre regimes democrático e totalitário (2ª Guerra Mundial)
• Fim da ameaça comunista
• Novo inimigo: Islamismo integralista (ataque às torres gêmeas)
• Reação exagerada ao terrorismo
• Situação paradoxal “O Mal surgindo do Bem” – A democracia produz nela mesma, forças que a ameaçam.
III. A democracia espreitada pelo descomedimento
• O que é a democracia:
– O poder é do povo
1-Não promete a população a salvação;
2- Recusam atitudes fatalistas de resignação;
3- Princípios de igualdade e liberdade;
4- Pluralismo.
• Extinção do direito divino
• O povo, a liberdade e o progresso devem andar juntos, o perigo surge quando um desses elementos é isolado e absolutizado.
• Surgem os inimigos íntimos da democracia.
(um dos aspectos da democracia sobressai o outro)
• A palavra chave é: Pluralismo
UMA CONTROVÉRSIA ANTIGA Cap. 2
I. Os personagens
• Contexto Roma do século IV
• PELÁGIO, um pregador vindo das Ilhas Britânicas.
• AGOSTINHO nasce na África, se converte ao catolicismo na Itália.
• Autor do livro “As confissões”
II. Pelágio: vontade e perfeição
• O ser humano não pode ser dotado de uma natureza inteiramente má.
• O homem dispõe de uma vontade livre “Deus criou o homem e o entregou ao poder de sua própria decisão”.
• Não a submissão e humildade, e sim ao caráter e autonomia (não é necessário ser cristão para obter a salvação)
• A perfeição é acessível aos humanos, nenhum esforço é excessivo “Sereis perfeitos como o pai celeste é perfeito”
III. Agostinho: Inconsciente e pecado original
• O homem não é dono de si, sua consciência/vontade não é acessível
• O Pecado original é o motivo da fraqueza de todos os indivíduos (se deve a desobediência -> opção pelo orgulho em detrimento da humildade)
• Caminhos para a salvação:
1- força da fé (e não da vontade/razão),
2- a graça divina (e não pela liberdade de escolhas).
• Visão pessimista: a iniciativa pessoal é inútil (o homem é impotente)
• Maior tolerância. Não convém ser excessivamente severo. A igreja acolhe a todos.
IV. O resultado do debate
• Na época, Agostinho vence o debate e os seguidores de Pelágio são expulsos da Igreja.
• Agostinianos e pelagianos • Humanistas: defesa das
capacidades humanas; e Iluministas: defesa da razão; se aproximam das teses pelagianas.
O MESSIANISMO POLÍTICO Cap. 3
I. O momento revolucionário
• Atitude moderada passa por críticas. Com empenho, o mal pode ser erradicado.
De atitude passiva → ativismo inflamado
• Projeto Palagiano sofre duas mudanças:
1- Se desloca do individual para o coletivo.
2- Se liberta da moldura religiosa.
• Messianismo político. Necessidade de perpetuação do Bem através da violência. “Para alcançar o Bem supremo todos os caminhos são bons”
• OBJETIVO: Estabelecer o paraíso na Terra.
• MEIOS → Revolução e terror.
II. A primeira onda: guerras revolucionárias e coloniais
•Revolução → guerra em domicilio.
•Guerra → continuação da revolução em outros
países.
•Levar a fraternidade e o socorro a todos os povos
(se necessário através da força)
•-Liberdade Universal.
•Conquistas napoleônicas
•Franceses se sentem superiores – No topo da
civilização.
•Tirar as populações da barbárie é seu dever de
civilizado, se elas não tiverem consciência
•disso é preciso coagi-las - “civilizá-las ou fazê-las
desaparecer”
III. A segunda onda: o projeto comunista •Transformação do projeto messiânico original (Interior → exterior)
•Conspiração dos iguais (a favor da retomada do projeto messiânico
original)
•São propostas variantes do socialismo: a mais aceita é a de Karl Marx
e Friedrich Engels – fundadores do comunismo.
•Livro “Manifesto do partido comunista” - formulação de uma
sociedade perfeita.
•Nova fase do messianismo.
Contexto → admiração geral pelas conquistas da ciência.
Revolução Industrial.
•“O marxismo é onipotente porque é verdade” Por ser baseado nas leis
da ciência são intolerantes a qualquer opinião divergente.
OBJETIVO: acabar com todas as diferenças entre os grupos “A
existência da burguesia não é mais compatível com a sociedade”.
IV. A terceira onda: impor a democracia pelas bombas •Messianismo político nas democracias modernas, após a queda comunista. • Impor democracia e princípios (direitos humanos) pela força → ameaça interna • OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) - Primeira intervenção na Iugoslávia.
V. A guerra do Iraque •“Direito de ingerência”, tomada de decisões pelos EUA. •Impor o Bem, com o pretexto de garantir segurança internacional, “polícia” •Impor os valores através de guerra, contra os que não compartilham do mesmo ideal → menos dignidade para os povos •“Triunfo da liberdade sobre os inimigos” → freio do próprio ser humano. •Superioridade da causa, “missão”. Impor vontade dos EUA no planeta •2003 – 2011, cai ditadura de Saddam, 100:1 vítimas iraquianas x americanas
VI. Danos internos: tortura •Tortura nas prisões, não só no Iraque •Não provocadas pela urgência do momento, a tortura é a norma •Procedimentos fixados e detalhados •Vários graus de intensidade, e participação de vários grupos de profissionais •Um Estados que legaliza a tortura não é mais uma democracia •Na guerra, há maior aceitação; impõe submissão •Chefes de Estados, sem freio externo → camuflagem de intenções •Ameaça à democracia: sociedade de segurança absoluta.
VII- A Guerra do Afeganistão
• Consequência do 11 de Setembro ataques
• Emoção intervenção de legítima defesa
• Objetivo: transformar o país numa democracia que respeite os DH segurança do país não alcançado
• Ambiente hostil bombardeios pelos ocupantes morte de inocentes + inimigos Menos eficácia
• “Talibãs” pela mídia na realidade é um grupo heterogêneo mas com um inimigo em comum
• Objetivos declarados x realidade da população afegã como contar com apoio da população?
• Terrorista sensível à humilhação ataque pelos americanos através da internet no Ocidente
• Agressões deveriam chocar os Ocidentais; orçamento dos aliados
VIII- A tentação do orgulho e do poder • Obama justifica como uma “guerra
justa” legítima defesa, força
proporcional, população civil poupada
• Objetivo declarado x perseguido
• “Missão” de garantir segurança mundial,
crença coletiva
• Justificativa da força como autodefesa
impor o Bem
• Superioridade militar + busca ao poder
legitimação da guerra
IX. A Guerra da Líbia: a decisão
• Mais recente (2011), linchamento de Kadhafi
• Única com resolução que autorizou a intervenção do Conselho de Segurança da ONU
• “Responsabilidade de proteger”: ONU tem direito de intervir no país sem solicitar a autorização do governo; princípio de proteção Intervenção militar de outro Estado; substituição do governo privilegiando os interventores
• Membros permanentes acima da lei, justiça seletiva encorajavam ingerências na Líbia x países da Arábia também podiam decidir intervir sem autorização da ONU imposição aos mais fracos de acordo com força, poder, direito (“missão” dos EUA) desigualdade no governo dos países
• Retirada das tropas até final de 2014
x. A Guerra da Líbia: a execução
• Esquema da mídia: “tirano sanguinário” x “cavaleiros brancos”, orgulho dos aliados. Para intervir: matar
• Objetivo inicial: ↓perigo para a população no regime. Realidade: sentido amplo da proteção, novo chefe de Estado
• Mira da OTAN (poder militar):
Kadhafi apoio de um lado na guerra. 30 mil vítimas dos bombardeios
• Pretexto utilizado: considerar um povo de democratas
• Líbia: ausência de partidos, políticos, eleições, “sociedade civil”
XI- Idealistas e realistas
• Novo governante na Líbia e acesso ao petróleo pelo “povo”: controle de orientação política
• Obama: “polícia” da ordem internacional (missão do Bem no mundo), através da eliminação de Kadhafi
• Superioridade das nações mais fortes
• França e Grã-Bretanha: potências médias aproveitam para elevar poder
• Intervencionismo brutal dos EUA em nome de ideais democráticos tenta seduzir o povo sem vítimas na população americana
• Antes havia alianças das potências com o regime
XII- Política ante moral e justiça • Messianismo político: única superpotência; “polícia
planetária”, guerras em nome do Bem
• Difusão de intenções morais/universais coletivo rumo ao progresso depois, percebe-se os interesses dos estimuladores
• Violência: em nome do Bem mortes partidários inconseqüentes movidos por próprios interesses foge do que foi planejado
• Submissão dos países mais fracos princípios nobres x desigualdade perda de valores democráticos, ataques militares
• Distorção do uso dos DH; a quem pertencem?; Tomada de decisões no Conselho de Segurança
• Necessidade das intervenções x imposição para alcançar interesses
•Moral e justiça de acordo com interesses dos Estados mais fortes impor ordem por intervenções ignora os fracos direito submete-se aos mais fortes Democracia utilizada para obter interesses e perda de princípios
A TIRANIA DOS INDIVÍDUOS Cap. 4
II. Explicar as condutas humanas
• Descobertas de Newton afetaram todo o
século XVIII
• Liberais: Trazem sua doutrina como
submetida à natureza; uma natureza
benéfica que conduzirá ao progresso;
rejeitam ações voluntárias. Sendo a
vontade um aspecto da natureza humana:
Natureza X vontade, que não deveriam se
opor, gerando uma contradição. Uma
economia livre não seria menos
espontânea que uma economia
totalmente controlada pelo Estado.
• Convidam o indivíduo a iniciativas
pessoais (voluntarismo).
I. Proteger os indivíduos • Conflito com o totalitarismo: Coletivo
acima das liberdades individuais; esse mesmo coletivo sob o domínio de um pequeno grupo de dirigentes “tirânicos”.
• Hoje, mundo ocidental: Fortalecimento ilimitado de certos indivíduos, ameaça a democracia e o coletivo.
• Limitação recíproca dos poderes é um meio
para se chegar à proteção das liberdades individuais.
• Segundo o indivíduo preste serviço ou não, ele é encarado ora como ajuda, ora como obstáculo.
• França e Inglaterra, século XVIII: economia começa a ser pensada separadamente do contexto social.
III. Comunismo e neoliberalismo • Comunismo: passa de teoria a prática na Rússia,
em 1917. Concretizam os temores dos pensadores liberais: Submissão da sociedade e da economia ao Estado.
• Neoliberalismo passa a ser formulado em oposição ao totalitarismo em construção (Rússia).
• Doutrina Neoliberal: Revindica a total submissão à natureza apenas no campo coletivo; nas questões individuais fomenta a liberdade o espírito de iniciativa. Nova aproximação aos socialistas. Marxismo crê em uma força histórica inelutável, à qual todos devem se submeter junto a uma intervenção voluntarista que permite acelerar a história.
• Neoliberalismo também compartilha com o Marxismo: Ideia de que a existência social dos homens depende essencialmente da economia. Atribuição à economia de um papel dominante.
IV. A tentação integrista • O Neoliberalismo se assemelha ainda ao
comunismo em seu radicalismo e maniqueísmo
• Neoliberais: apenas individualismo.
• Globalização: Indivíduos dotados de poder econômico escapam facilmente do controle dos governos locais.
• Economia global: a economia saiu do controle dos Estados, que hoje se põem a serviço da economia.
• Economia é capaz de mudar a realidade de um país controlando o capital.
• Estado entra apenas com um controle mínimo sobre a economia.
• Ulitraliberalismo : Constituição de oligarquias Político-econômicas e condenação dos “perdedores”.
V. Os pontos cegos do neoliberalismo
• Neoliberais invocam valores abstratos, cuja atração eles mesmos postulam, como a “Liberdade”. Liberdade individual ilimitada é defendida, porém há contradição com Montesquieu, que diz que se um poder não é limitado, não pode ser legítimo.
• Os homens guiam-se apenas por suas necessidades materiais, outra abstração abusiva.
• Exaltar unicamente a liberdade individual faz com que surja a ideia de um ser humano inexistente, na prática.
VI. Liberdade e apego
• Doutrina humanista (Rousseau): O apego é inerente à condição humana; O apego restringe a liberdade; a liberdade não pode ser um ideal da existência humana.
OS EFEITOS DO NEOLIBERALISMO Cap. 5
• Nos anos 80, Ulrich Beck, um sociólogo alemão, sugeriu que as sociedades ocidentais deixassem a 1° modernidade e chegariam à 2°.
Ex:Terapia gênica embrionária, OGM, Bombas nucleares, nanotecnologias.
• Aos avanços científicos são controlados por quem as financia e não só pelo conhecimento, se revelando, ao mesmo tempo, promissores e ameaçadores. São controlados pela lógica Neoliberal
I. A culpa é da ciência?
• Vínculos presentes na sociedade
contemporânea ocidental:
1. IMPESSOAL: relação regida pela lei, pela burocracia. Usado pelo Estado.
2. PESSOAL:
a. envolvimento emocional (eu e você); b. envolvimento profissional (vendedor e
comprador, professor e aluno).
Relação regida por regras estabelecidas entre os envolvidos (contrato). Usada pela economia.
• O neoliberalismo faz com que a economia domine a vida social e política, dominando toda a sociedade.
II. Recuo da lei III. Perda de sentido • Os atos realizados, seja para produzir bens quer seja para proporcionar serviços, trazem àqueles que os executam uma contrapartida para seu equilíbrio físico e corporal. • O trabalhador realiza seu trabalho, que gera remuneração à ele e gratificação pessoal, por sentir que foi útil para aquele processo. Nesse caso, o indivíduo faz parte de uma comunidade, o reconhecimento dos colegas revigora seu sentimento de existir • “O bom empregado, que receberá promoções, é aquele que se dispõe a sacrificar suas noites para participar de reuniões urgentes, ou seus fins de semana em casa adiantando ou fazendo trabalho-extra.”
IV. Técnicas de management
• O termo “managemt” designa, em geral, o conjunto das técnicas de organização e de gestão de uma empresa, destinada a torná-la mais eficaz, gerando mais lucro.
• Elas são:
1. Fragmentação de tarefas
(Taylorismo e Fordismo)
2. Objetividade dos resultado
(evitar distrações [Relações impessoais])
3. Programação das mentes
(compromisso de corpo e mente)
4. Dissimulação das hierarquias
• O Lucro é considerado mais importante que as relações pessoais na empresa, no mercado e consequentemente na sociedade.
V. O poder das mídias • Poderes atuais: legislativo, executivo, judiciário, midiático e econômico.
• Liberdade de expressão gera desunião, indo contra a democracia. Deve ser relativa e regrada.
• A mídia controla o que devemos saber. Quem controla a mídia, • controla a opinião pública.
(Ex: Presidente brasileiro Collor de Melo)
• “Uma pessoa absorve mais uma propaganda política de 30 segundos com slogan marcante do que um livro, artigo ou reportagem sobre o candidato”.
• A mídia abusa da preguiça da massa.
• Em países onde a mídia é controlada pelo estado, novas tecnologias servem como uma alternativa para a passagem de informações pela censura. Ex: Primavera Árabe.
VI. A liberdade da palavra pública
• A democracia é ameaçada constantemente pela demagocia. O bem-falante, o bom orador, pode obter a convicção (e o voto) da maioria.
• Quem tem mais voz na mídia, tem mais controle, mais poder sobre a opnião pública.
• Acreditamos tomar sozinhos nossas decisões; mas se todas as grandes mídias, desde manhã até a noite e dia após dia, nos envia a mesma mensagem, a margem da liberdade de que dispomos para formar nossas opiniões fica muito restrita. • Pensamos o que a mídia quer que pensamos
V. OS LIMITES DA LIBERDADE
• É preciso manter limites saudáveis à liberdade para evitar abuso de poder.
a) Quando o estado abusa do poder. Ex: Nazismo.
b) Quando o individuo abusa do poder. Ex: Ataque de 11 de setembro de 2001, aos Estados Unidos.
• O anarquismo pleno não é possível na sociedade, pois “O homem é o lobo do próprio homem.”
• Na política, é preciso haver equilíbrio entre a direita (apoia a livre circulação de capitais) e a esquerda (apoia a livre circulação de pessoas).
• Abandonar a alternativa do
“tudo ou nada”.
POPULISMO E XENOFOBIA Cap. 6
I- A ascensão dos populismos
• Com o fim da guerra fria, a Europa Ocidental não tinha mais um adversário, um contraste para fixar seus medos, inquietações e suas rejeições. Como forma de resolver isso, eles optaram por descontar esses sentimentos em estrangeiros, em especial os muçulmanos, provocando impulsos de xenofobia e islamofobia.
• Fortalecimento dos partidos populistas nas últimas décadas → substituição do rival comunista após o fim da Guerra fria.
• Pim Fortuyn: “Contra a Islamização de nossa cultura”
• Pia Kjaersgaard : “A Dinamarca para os dinamarqueses”
• Vlaams Belang : “ O islã é o inimigo número 1 não só da Europa, mas de todo mundo”
• Atualmente, partidos populistas xenofóbicos participam do governo, mas não o dirigem, em nenhum lugar. Porém, devido ao crescente aumento de sua influência, esses partidos podem governar a Europa no futuro.
II- O Discurso populista • Modo de apresentação do populismo : Demagogia • Demagogia = “identificar as preocupações do maior número de pessoas e propor , para aliviá-las, soluções fáceis de compreender mas impossíveis de aplicar.” Exemplos: “Negros são melhores em esportes, enquanto brancos são mais inteligentes” • Discurso do político “Se eu for eleito, melhorarei tudo e diminuirei os impostos” •Impulso na Demagogia
•Televisão → imagens impactantes e frases curtas, fáceis de reter “ Três milhões de desempregados, 3 milhões de imigrantes” •Sedução sobrepõe argumentação : orador atraente, com boa dicção, e carismático convence mais.
• Conteúdo do discurso populista: • Foca-se no aqui e no agora, aproveitando-se da emoção do momento. • O populista limita-se aos valores e interesses da maioria • Propõe medidas e benefícios imediatos, preferindo continuidade à mudança • Joga com o medo do seu público de ir ao encontro do grupo dos rejeitados • Periferia x centro •O diferente é o inimigo •Extrema direita e Extrema esquerda
III- A Identidade Nacional • O Populismo influencia diretamente a política dos países • 2009 – Sarkozy , presidente da França, cria o Ministério da Identidade Nacional • “Ministério dos Assuntos Islâmicos” • Dificulta a integração de estrangeiros e seus descendentes • Tranqüiliza parte da população autóctone
IV- Abaixo o multiculturalismo: o caso alemão •Multiculturalismo → coexistenciade várias culturas dentro de uma mesma sociedade •Atacado por chefes de governos de direita
1. Chanceler Alemã Angela Markel 2. Primeiro Ministro da Grã- Bretanha David Cameron 3. Presidente francês Sarkozy
•Muçulmanos tem mais filhos. •A inteligência é hereditária, os alemães são intelectualmente superiores aos muçulmanos
“Nós nos sentimos ligados aos valores cristãos. Quem não aceita isso não tem lugar aqui” MERKEL, Angela.
V- Na Grã- Bretanha e na França •David Cameron relaciona a rejeição ao multiculturalismo à prevenção contra o islã. Segundo ele, os jovens islamitas que não se adaptarem ao país e à identidade britânica tem grande tendência a voltar ao grupo de islamitas e desenvolver atitudes terroristas. •Cameron faz uma distinção entre tolerância passiva e democracia ativa. •Na Grã-Bretanha, o “multiculturalismo” pode ter sentido de descrição de um estado existente e como uma política ativa de estimulo à separação de culturas . •O Presidente francês Sarkozy rejeita o multiculturalismo •A única cultura na qual se pensa em recusar é a islã •A Comunidade francesa realmente não quer mudar seu estilo de vida? Ela já foi modificada por diversos fatores
•VI- Em Torno do véu Islâmico •Exemplos recentes de intervenção do Estado francês para erradicar vestígios de multiculturalismo
•Lei → proibição do uso da burca em locais públicos •Lei→ mulheres portadoras de véu proibidas acompanhar os filhos em excursões escolares
•Argumentos •Libertar as mulheres → E a liberdade de escolher as próprias roupas? •Devido ao laicismo, não se deve exibir sinais religiosos no ambiente escolar → Por que não se proíbe isso nas casas também? •As mulheres poderiam usar as roupas para esconder armas → não há casos registrados
“Seremos tolerantes com vocês desde
que vocês se tornem como nós, tanto em suas convicções íntimas quanto em seus hábitos alimentares ou de
vestimenta”
VII- Um debate pode esconder o outro • Sentimento de identidade nacional abalada
• Seria a razão a presença de estrangeiros?
• Causas -> Globalização e individualismo
• A “culpa” cai nos estrangeiros/ islãs
• Evolução da autoridade -> inquietude
•VIII. O Intercâmbio com os estrangeiros • Circulação intensa de pessoas no mundo
• Todo país diferencia estrangeiros de seus cidadãos
• Xenofobia é condenável, mas xenofilia nem por isso é desejável
• Estrangeiro -> dificuldade no reconhecimento social, animosidade dos autóctones
• Desculturação é o verdadeiro perigo
IX. Viver melhor juntos •O que facilitar a presença dos estrangeiros e torná-la mais benéfica?
Respeito às leis e instituições locais Presença de uma cultura comum
Presença de uma memória comum
•A imigração contribui para rejuvenescer a população e dar um novo ponto de vista no mundo atual, as imigrações só aumentarão, portanto, é bom tirar o melhor disso •A xenofobia está no âmago do populismo, que tende a crescer, devido a adesão do publico às suas soluções milagrosas, mesmo que sejam ilusórias.
O FUTURO DA DEMOCRACIA Cap. 7
I. A democracia: sonho ou realidade?
• A democracia é um valor que todos prezam independentemente de sua origem pois nela temos maior liberdade individual e de imprensa, maior controle popular sobre o Estado, maior chance de escapar do domínio dos amigos do poder sobre a economia, prosperidade e pluralismo.
• A democracia deve ser conquistada.
• Antigamente conquistar a democracia significava também unir-se às prósperas nações ocidentais, e hoje não mais.
• Democracia X populismo
• Poderes individuais que escapam a todo controle e limitação - ( O estado é incapaz ou pouco desejoso de deter as multinacionais)
II. O inimigo em nós
• Estado de brutalização ao invés do de civilização
• Populismo, xenofobia, messianismo e ideologia ultraliberal
• “As mutações atuais não resultam de um complô nem de uma intenção maligna, e por isso são difíceis de frear. Elas provém de uma evolução das mentalidades”
● Recuperar o entusiasmo do projeto democrático e equilibrar melhor seus grandes princípios: poder do povo, fé no progresso, liberdades individuais, economia de mercado, direitos naturais, sacralização do humano
● É necessário levar em conta não só os seres humanos, mas também o ambiente natural em que vivem
● Negociação melhor que dominação, devido às divergências de interesses
● Harmonia Universal
o A Europa agiu unida para responder à crise, uma oportunidade de se unirem (primavera árabe)
o Pluralismo, há uma grande disseminação de culturas pela Europa
III. Rumo a uma renovação?
• Recuperar o entusiasmo do projeto democrático e equilibrar melhor seus grandes princípios: poder do povo, fé no progresso, liberdades individuais, economia de mercado, direitos naturais, sacralização do humano
• É necessário levar em conta não só os seres humanos, mas também o ambiente natural em que vivem
• Negociação melhor que dominação, devido às divergências de interesses
• Harmônia Universal
• A Europa agiu unida para responder à crise, uma oportunidade de se unirem (primavera árabe)
• Pluralismo, há uma grande disseminação de culturas pela Europa
“A democracia está doente de seu descomedimento: a liberdade torna-se
tirania, o povo se transforma em massa manipulável, o desejo de
promover o progresso se converte em espírito de cruzada. A economia, o
Estado e o direito deixam de ser meios destinados ao florescimento de
todos e participam agora de um processo de desumanização.
Viver numa democracia continua sendo preferível à submissão a um
Estado totalitário, a uma ditadura militar ou a um regime feudal
obscurantistas. Mas, corroída assim por seus inimigos íntimos,
engendrados por ela mesma, a democracia já não está à altura de suas
promessas.”
TZVETAN, Todorov. Os inimigos íntimos da democracia. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.