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OS MOTORES EM ENGENHARIA MECÂNICA – MOTORES INVULGARES ANO LETIVO 2014/2015 3 DE NOVEMBRO 2014
PROJETO FEUP 1
Os Motores em Engenharia Mecânica
Motores Invulgares
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA
Coordenadores gerais: Armando Sousa & Manuel Firmino
Coordenador de curso: Teresa Duarte
Supervisor: Teresa Duarte Monitor: José Sarilho
Ano letivo 2014/2015 3 Novembro de 2014
Turma 1M06, Equipa 1M06_03
Ana Francisca Carvalho Alves – up201405256@fe.up.pt
André Filipe Coutinho Faria – up201405098@fe.up.pt
Daniel Amadeu Ribeiro Correia – up201405014@fe.up.pt
Flávio André Teixeira Vilhena – up201404665@fe.up.pt
Francisco Manuel Correia Barreto – up201405020@fe.up.pt
Marta Fonseca Couto – up201405025@fe.up.pt
OS MOTORES EM ENGENHARIA MECÂNICA – MOTORES INVULGARES ANO LETIVO 2014/2015 3 DE NOVEMBRO 2014
PROJETO FEUP 2
Resumo
Nos dias de hoje há variadíssimos tipos de motores, uma vez que motor é tudo aquilo que
produz movimento!
Se se restringir aos motores em engenharia mecânica, e de acordo com o Dictionary of
Mechanical Engineering, um motor é uma máquina que utiliza energia para fazer trabalho,
na maior parte das vezes convertendo energia térmica em trabalho mecânico (produz
movimento) (Nayler 1996).
Por sua vez, existem muitos tipos de motores relacionados com engenharia mecânica, mas
neste trabalho falar-se-á de motores invulgares: de combustão, tanto interna como
externa, e de um motor elétrico.
O relatório centra-se no funcionamento de cinco motores em particular:
Wankel
O que distingue o motor Wankel dos típicos motores a pistão é o seu movimento rotativo
sobre um único eixo. Como todo o processo ocorre numa única câmara oval tanto o
tamanho do motor como a sua simplicidade são vantagens significativas em relação ao
motor a pistão.
Então, porque é que não se utiliza atualmente este tipo de motor?
Altas emissões de gases poluentes;
Fraco isolamento das diferentes câmaras leva a uma redução na eficiência do motor.
Radial rotativo
O motor radial rotativo difere dos restantes motores de combustão, pelo facto de ser o
motor o elemento rotativo e não a cambota. Foi bastante utilizado no início da aviação, mas
acabou por entrar em desuso devido às limitações causadas pelo efeito giroscópico deste.
Stirling (Combustão Externa)
Este tipo de motor é o único referido neste trabalho que funciona a combustão externa. Ele
usa a propriedade dos gases de se conseguirem expandir e comprimirem segundo
diferenças de temperatura, fazendo o gás dentro do motor aumentar e diminuir a sua
pressão, fazendo com que o pistão se mova para a frente e para trás, transformando este
movimento em energia rotativa na cambota.
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PROJETO FEUP 3
Motor Gigante
Wärtsilä 14RT-flex 96C é um motor turbo diesel de dois tempos que foi concebido para
navios gigantes. Pesa cerca de 2300 toneladas e é capaz de produzir 109 000 cavalos. As
suas dimensões são impressionantes, tem 13,5 metros de altura e 26,59 metros de
comprimento.
Micro Motor
Este motor nasceu de um desafio lançado: “Fazer um motor elétrico mais pequeno que uma
cabeça de um alfinete”. William McLellan aceitou este desafio, em 1960, e construiu um
motor com aproximadamente 256mm3, com 250μg e capaz de produzir 1/1000 cavalos.
Este relatório é realizado no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP, que tem como
objetivo o desenvolvimento das capacidades de trabalho em equipa, assim como uma
melhor integração na faculdade.
Palavras-Chave
Motores; Mecânica; Combustão Interna; Combustão Externa; Wankel; Stirling; Radial
Rotativo; Micro Motor; Motor Elétrico; Motor Gigante
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PROJETO FEUP 4
Índice 1. Introdução ................................................................................................................................... 5
2. Motores ....................................................................................................................................... 6
3. Tipos de Motor ............................................................................................................................ 7
3.1. Motor Wankel ..................................................................................................................... 7
3.2. Motor Radial Rotativo ....................................................................................................... 10
3.3. Motor Stirling (Combustão Externa) ................................................................................. 12
4.4. Motor “Gigante”................................................................................................................ 16
4.5. Micro Motor ...................................................................................................................... 20
5. Conclusões................................................................................................................................. 21
6. Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 22
Lista de Figuras Figura 1 - Motor Wankel ......................................................................................................... 7
Figura 2 - Características do motor Wankel (Renesis) ........................................................... 8
Figura 3 - Ciclo de Quatro Tempos no Motor Wankel............................................................ 9
Figura 4 - Motor Radial Rotativo .......................................................................................... 10
Figura 5 - Comparação entre Motores ................................................................................. 11
Figura 6 - Ciclo de Funcionamento do Motor Radial ............................................................ 11
Figura 7 - Robert Stirling ....................................................................................................... 12
Figura 8 - Motor Stirling ........................................................................................................ 12
Figura 9 – Fases do Ciclo Stirling .......................................................................................... 13
Figura 10 - Navio Emma Maersk ........................................................................................... 16
Figura 11 – Pistão (esquerda) e Cambota (direita)............................................................... 17
Figura 12 - Esquema do Motor ............................................................................................. 17
Figura 13 - Motor Gigante .................................................................................................... 18
Figura 14 - William McLellan (esquerda) mostra pela primeira vez o micro motor a Richard
Feynman (direita) ................................................................................................................. 20
Figura 15 - Micro Motor ao lado da cabeça de um alfinete ................................................. 20
Figura 16 - Micro Motor desmontado nos diferentes componentes .................................. 20
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PROJETO FEUP 5
1. Introdução
Este relatório realizado no âmbito do Projeto FEUP tem como tema “Motores em
Engenharia Mecânica”.
A escolha do tema foi bastante apropriada, visto que é direcionado para alunos do
Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica. Este tema aprofunda um pouco o
conhecimento sobre motores que pode vir a ser útil no futuro.
Dentro deste vasto tema, escolher um subtema foi uma tarefa difícil. Difícil pelo simples
facto de haver tanto para falar e de ser preciso restringir a um subtema em particular. Foi
escolhido, então, o subtema “Motores Invulgares”, por serem diferentes dos motores que
habitualmente se ouve falar. Neste relatório aborda-se não só motores de combustão
interna, mas também externa e um motor elétrico.
O relatório, dentro deste subtema, centra-se em cinco motores em particular; três que são
bastante interessantes por não serem tão conhecidos e serem diferentes, quer em estética,
quer em funcionamento, e os outros dois por serem extremos um do outro, isto é, um
motor gigante e um micro motor em termos de tamanho.
Com este trabalho espera-se partilhar com os outros alunos, e não só, informação que pode
ajudar e contribuir para o futuro enquanto estudantes e futuros engenheiros.
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PROJETO FEUP 6
2. Motores
Se por alguns instantes fechasse os olhos e imaginasse a vida do Homem há umas dezenas
de séculos atrás, iria-se deparar com todo um mundo pobre em tecnologia, um mundo onde
eram escassos os meios de transporte e para fazer uma viagem que agora se faz em meras
horas, eram precisos meses, até mesmo anos!
Os primeiros motores existentes foram engenhos que usavam a força do homem e de
animais de tração como fonte de energia. Os moinhos também funcionavam com a força
do vento e da água. No entanto, os motores relacionados com a engenharia mecânica é que
permitiram todo este desenvolvimento nos meios de transporte e não só.
Em 1760 quando James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor deu-se em Inglaterra o que se
chama de Revolução Industrial, isto é, houve um desenvolvimento das máquinas e a
indústria passou a ficar mais mecanizada e a produzir em grande escala! Esta evolução da
produção originou um aumento na área dos transportes, uma vez que se tinha de
transportar os produtos para outros locais num curto período de tempo. Então, assinalou-
se um grande marco na história dos motores, pois foi a partir do motor a vapor que se
assistiu a grandes transformações e evoluções dos mesmos (Fernandes 2014).
Outro grande marco na história dos motores teve origem quando Rudolf Diesel inventou,
em 1893, um motor de combustão interna, que atualmente funciona com óleo diesel, mas
que antigamente usava, como combustível, óleo vegetal (salaodocarro.com 2014).
Afinal o que é isto de motores em engenharia mecânica? De acordo com o Dictionary of
Mechanical Engineering um motor é uma máquina que utiliza energia para fazer trabalho,
na maior parte das vezes convertendo energia térmica em trabalho mecânico (produz
movimento) (Nayler 1996).
Os motores de combustão podem ser de dois tipos: motores de combustão interna e
motores de combustão externa. Os primeiros, tal como o próprio nome indica, funcionam
devido à queima do combustível numa câmara interior do motor. Os segundos em vez de
fazerem a queima do combustível no interior, fazem-no numa estrutura externa.
Os motores elétricos transformam a energia elétrica em energia mecânica, funcionam
através da interação entre vários campos eletromagnéticos.
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PROJETO FEUP 7
3. Tipos de Motor
Nesta parte do relatório vai ser explicado o funcionamento de cinco motores em particular:
Wankel; Radial Rotativo; Stirling (Combustão Externa); um Motor Gigante e um Micro
Motor.
3.1. Motor Wankel
Wankel construiu o motor rotativo por volta de
1924 e obteve a sua primeira patente em 1933.
Durante a década de 40 dedicou-se a melhorar o
seu projeto e também houve um esforço em geral
no desenvolvimento de motores rotativos nas
décadas de 1950 e 1960.
O motor Wankel (figura 1) é um motor de
combustão interna onde um rotor gira numa
câmara de combustão criando o mesmo ciclo que o
de um pistão. A popularidade deste motor naquela
época é explicada pelo facto de este ter sido
bastante inovador, usando o movimento rotativo
para substituir os pistões.
Eram particularmente interessantes por
funcionarem de um modo suave e silencioso,
devido à sua simplicidade e a um reduzido número
de peças, comparados com os motores a pistão. (Wikipédia 2014a)
3.1.1. Vantagens
Uma grande vantagem deste motor é o número de partes que o constituem. Normalmente
só duas partes se encontram em movimento - o rotor e o eixo, comparadas às 40 partes
num motor a pistão. Também, devido à sua geometria, a velocidade do rotor é cerca de um
terço a velocidade do eixo. Poucas partes e um movimento mais lento significa uma menor
hipótese de falha, uma maior fiabilidade e uma manutenção mais fácil.
Figura 1 - Motor Wankel (Softeis 2003)
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PROJETO FEUP 8
Como o motor é feito de ferro fundido e o rotor de alumínio, mesmo em sobreaquecimento
este continua a funcionar. Em comparação com o motor a pistão, que é afetado pela descida
súbita da pressão do óleo ou pelo fraco aquecimento ou arrefecimento, o motor Wankel é
quase imune a este tipo de falhas. (John 2008a)
3.1.2. Desvantagens
Este motor tem dois problemas principais: o seu alto nível de poluição e a selagem do
motor. Como a mistura final é altamente rica em monóxido de carbono e outros gases
pesados o seu nível de poluição é muito alto. Mas o seu maior problema é a selagem das 3
diferentes câmaras do motor. Mesmo com o uso de anéis de metal para separar as câmaras
existem fugas devido às diferentes taxas de expansão dos materiais. Isto gera uma redução
na eficácia do motor afetando, assim, o seu tempo “vida”.
No geral estes problemas levam o motor Wankel a não ser muito popular, e como são
construídas poucas peças estas tendem a ter preços mais elevados. Assim o motor Wankel
foi perdendo popularidade e acabou por “morrer”. (John 2008b)
3.1.3. O Último Motor Wankel
O último motor Wankel, que se conheça, a ser produzido foi o motor Renesis da Mazda,
que equipa o sucessor do RX-7, o RX-8.
Volume 1308 cm³
Taxa de compressão 10:1
Cavalos de potência 238
Rotações por minuto 8500 Figura 2 - Características do motor Wankel (Renesis)
Nenhum motor de aspiração convencional com a mesma capacidade volumétrica,
conseguiria obter os mesmos resultados. Mas apesar disso o motor ainda precisava de
aperfeiçoamentos. O consumo e emissões ainda eram altos em relação aos seus
concorrentes o que levou à Mazda a interromper sua venda em junho de 2012. (Silva 2013)
(Silva 2013) adaptado
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3.1.4. Ciclo de 4 tempos (Figura 3)
Admissão – Nesta face a mistura de ar e combustível entram na câmara aumentando o seu
tamanho.
Compressão – O movimento do rotor origina uma diminuição no volume da câmara
comprimindo assim a mistura.
Explosão – A única vela de ignição do motor produz uma centelha criando uma explosão.
São os gases resultantes dessa explosão que produzem a força para mover o rotor.
Escape – Por fim, a mistura queimada é expulsa para fora da câmara de exaustão.
(Nice 2001a)
Figura 3 - Ciclo de Quatro Tempos no Motor Wankel (Oyster 2014)
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3.2. Motor Radial Rotativo
Um motor radial é um motor cujos pistões se encontram
dispostos radialmente em torno da cambota, num
motor radial convencional, o movimento dos pistões
origina a rotação da cambota, enquanto num motor
radial rotativo (figura 4) a cambota permanece imóvel e
o resto do motor gira, ou seja, os pistões e o bloco do
motor. Este tipo de motor, atualmente, não é muito
utilizado, no entanto no início da aviação, antes e
durante a primeira guerra mundial, foi um dos principais
motores utilizados em aviões (Aircraft Engine Historical
Society).
Os motivos para a sua utilização foram as baixas vibrações produzidas por este, quando
comparado com outros tipos de motor da sua época, ser compacto em termos de
comprimento e, devido à sua natureza rotativa, ter boa capacidade de arrefecimento e não
necessitar de um volante, o que se traduz num motor mais leve, apesar disto ter
desvantagens em termos de estar limitado a baixas rotações por minuto devido à força
centrifuga inerente ao motor, tem um alto consumo de óleo de ricínio utilizado na
lubrificação deste, o efeito giroscópico causado pelo motor dificulta a manobrabilidade do
avião onde este se encontra instalado e o sistema de escape não é fechado (Taylor 1971).
Assim sendo, destacam-se os motores Gnome fabricados e desenvolvidos por Laurent e
Louis Seguin da Société des Moteurs Gnome em França, pela forma como eram maquinados
e construídos. Os motores não tinham carburador, a mistura entre ar, combustível, e
lubrificante era feita no interior da cambota oca, através de válvulas diferentes controladas
pelo piloto, como resultado da força centrífuga do motor a mistura era distribuída pelos
cilindros. Esta forma de distribuição impedia ao piloto de um avião controlar aceleração
deste sendo obrigado a ligar e desligar a ignição do motor para regular a velocidade
deste(Taylor 1971, Aircraft Engine Historical Society). Normalmente motores radiais
rotativos eram arrefecidos a ar e funcionavam a quatro tempos, usando o ciclo de Otto
(Wikipédia 2014b).
Figura 4 - Motor Radial Rotativo (Richter 2004)
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(Taylor 1971) adaptado
Motor Ano Disposição Peso (kg) Potência (kW)
Gnome 1909 Radial Rotativo 75 37
Renault 1908 V 110 26
Curtiss OX- 5 1910 V 145 67
Figura 5 - Comparação entre Motores
Figura 6 - Ciclo de Funcionamento do Motor Radial (co. 1917)
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3.3. Motor Stirling (Combustão Externa)
3.3.1. História
A 27 de Setembro de 1816, Robert Stirling criou o Motor de Ar
Quente, hoje em dia conhecido como o Motor Stirling ou Motor
de Combustão Externa. Naquela altura, era normal os motores
que funcionavam a vapor explodirem e causarem acidentes,
devido a problemas de manutenção e qualidade dos materiais,
e foi isto que inspirou Stirling a imaginar um motor sem caldeira
submetido a altas pressões.
Este motor tem um princípio de funcionamento simples, uma
vez que a combustão é externa e o principal fluído usado é o ar.
No entanto, foi o seu irmão, James Stirling, quem industrializou
o motor, utilizando na fábrica onde trabalhava.
Mesmo resolvendo alguns problemas do motor a vapor, este manteve-se mais popular, até
que, em 1938, uma empresa investiu neste motor adaptando-o para a indústria automóvel,
e foi desenvolvido a partir dessa época e até aos dias de hoje. (Gras 2008)
3.3.2. Funcionamento
O Motor Stirling é constituído essencialmente por um cilindro
com gás e um pistão que vai converter a energia mecânica. É
de referir que o gás utilizado tem sempre a mesma
quantidade, e que a fonte de energia é feita pelo exterior do
cilindro, daí ser chamado de motor de Combustão Externa, a
por isso não há combustão nem explosão dentro do cilindro
deste motor (Lawson 2005).
Este tipo de motor funciona Segundo o Ciclo Stirling, que é
baseado na propriedade dos gases de expandirem e comprimirem segundo diferenças de
temperatura, que diz que se um gás com volume fixo é aquecido, este vai aumentar a sua
pressão, e se é arrefecido vai diminui-la. Assim, o aquecimento e arrefecimento repetido
do gás que se encontra no cilindro vão fazer com que o pistão se mova para a frente e para
trás, transformando este movimento em energia rotativa na cambota (Lawson 2005).
Figura 7 - Robert Stirling
Figura 8 - Motor Stirling
Peter Lynn, 2012
Mini Steam, Boehm Stirling-Technik
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PROJETO FEUP 13
Para melhor explicar o funcionamento do ciclo em questão, vamos considerar uma
configuração específica deste tipo de motor, a configuração alfa. Esta configuração fala de
um fluido, como um gás, distribuído por dois cilindros, um quente e um frio, que têm cada
um pistão ligado à mesma cambota. No entanto, e apesar de estarem ligados à mesma
cambota, o movimento de cada cilindro está desfasado cerca de 90º com o outro cilindro.
Vamos chamar ao cilindro que está perto da fonte de calor cilindro (1) e ao cilindro que está
perto da fonte de arrefecimento cilindro (2) (Leon-Rovira and Moreno-Lehmann 2009).
O funcionamento do motor está dividido em quatro etapas ou fases, sendo estas:
1ª Fase - Como maior parte do fluido está em contacto com a fonte de calor, o
fluido expandiu e fez com que o pistão do cilindro (1) se deslocasse para a
esquerda, até ao fim do cilindro, e é esta a parte do ciclo Stirling que faz maior
parte do trabalho, ou seja, que extrai mais energia do gás.
2ª Fase - No início desta etapa o gás está no seu volume máximo, e o momento da
cambota faz com que o pistão do cilindro (1) se desloque de novo para a direita,
empurrando o pistão do cilindro (2) para cima, diminuindo a temperatura do fluido
e a sua pressão, e é nesta etapa que é produzida
3ª Fase - Como quase todo o fluido está agora no cilindro (2), este vai começar a
ser comprimido, reduzindo ainda mais a pressão, e obrigando o pistão do cilindro
(2) a avançar novamente, empurrando o fluido de novo para a cilindro (1).
4ª Fase - O fluido foi de volta para o cilindro (1), onde vai ser novamente aquecido
e iniciar um novo ciclo, repetindo-se isto indefinidamente.
(Nice 2001b)
Figura 9 – Fases do Ciclo Stirling (Leon-Rovira and Moreno-Lehmann 2009)
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3.3.3. Vantagens e Desvantagens
Este tipo de motor, como todos os outros, tens aspetos positivos e negativos. Começando
pelos aspetos positivos, podemos referir:
1. É silencioso: Como não há explosão neste tipo de motor, ao contrário do motor de
combustão interna, ele pode ser bastante silencioso e, para além disso, tem um
design que lhe permite causar poucas vibrações.
2. Tem manutenção fácil: A tecnologia utilizada neste tipo de motor é simples, o que
faz com que seja fiável e fácil de reparar.
3. Tem longevidade superior: mais uma vez devido à sua simplicidade, este motor
pode durar muito mais tempo em comparação com outros tipos de motores.
4. Tem bom rendimento: Como o motor tem o fluído confinado a um espaço fechado
e utiliza fontes de calor como fonte de energia, acaba por ser bastante eficiente e
aproveita bem o seu “combustível”.
5. É ecológico: Para fonte de calor pode ser usada uma enorme variedade de
materiais, sendo possível utilizar até mesmo a luz solar, fazendo este motor amigo
do ambiente.
(Gras 2008)
No entanto, existem também, e infelizmente, algumas desvantagens, entre as quais:
1. O preço: Apesar da sua simplicidade, o Motor Stirling é bastante caro, pois não é
muito comum e por isso não é feito em grande quantidade, não conseguindo assim
baixar o preço. Assim, e havendo outros tipos de motores mais baratos, este não
irá ser tão usado.
2. A anonimidade: Como há pouca divulgação deste motor, acaba por não ser
também muito utilizado.
3. Problemas de vedação: Para ter pressões mais altas, para um melhor rendimento
do motor, é necessário que a vedação dos cilindros seja boa, e isto é muito difícil
de se conseguir.
4. Demora a começar a trabalhar: Para se pôr este motor a trabalhar, é necessário que
a fonte de calor esteja bem quente, e, para isso, é preciso algum tempo.
(Woodford 2012)
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3.3.4 Aplicações
Como foi referido anteriormente, o Motor Stirling não é muito conhecido, e é por isso
curioso como é que há tantas possíveis aplicações para ele. Assim, podemos destacar:
Investigação e estudo: Este tipo de motor é alvo de estudo por parte de
universidades, por exemplo, para melhor ser compreendido o processo de
transferência de energia como calor, entre outros.
Exploração espacial: este motor é usado em satélites devido às diferenças de
temperatura que são melhor conseguidas no espaço, conseguindo também assim
um melhor rendimento.
Domínio criogénico: Este motor é utilizado para produzir baixas temperaturas num
ambiente industrial, e é por isso utilizado para manter amostras a temperaturas
controladas.
Automóveis: Entre 1940 e 1980, a empresa Philips tentou adaptar este motor para
ser utilizado em automóveis.
Passatempos. Este tipo de motor é muito comum em modelos de pequena escala
de diferentes veículos.
Entre outros.
(Gras 2008)
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4.3. Motor “Gigante”
Wärtsilä 14RT-flex 96C
É um motor turbo diesel de dois tempos fabricado pela empresa finlandesa Wärtsilä e foi
lançado em setembro de 2006 a bordo do navio Emma Maersk (figura 10). Os motores
marinhos têm tradicionalmente, 12 cilindros e era necessária mais potência, por isso, foi
produzida a maior versão deste motor com 14 cilindros. É capaz de produzir 80080 KW de
potência. Pesa umas incríveis 2300 toneladas. Foi concebido para navios gigantes de 180
mil toneladas. Produz 109 000 cavalos de potência.
A versão de 14 cilindros é o maior motor de combustão interna e é bastante eficiente. Os
cilindros consomem em plena carga cerca de 160 gramas de diesel num ciclo. É um motor
lento com uma velocidade nominal de rotação de 92 a 102 rpm (rotações por minuto)
devido ao seu tamanho e peso.
A cambota (figura 11 à direita) é semelhante à dos automóveis mas com 300 toneladas.
Cada um dos cilindros consome cerca de 1820 litros e é capaz de produzir cerca de 5700
KW de energia. Estes têm 96 centímetros de diâmetro, com curso dos pistões (figura 11 à
esquerda) de 2,5 metros.
Figura 10 - Navio Emma Maersk (Souza 2007)
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PROJETO FEUP 17
Este motor tem uma particularidade em relação aos motores dos automóveis. A cabeça da
biela não está diretamente ligada ao pistão, mas sim a uma articulação. Desta forma, as
forças do conjugado mecânico não são transmitidas às camisas dos cilindros. Os pistões
movem-se continuamente na vertical, ao contrário dos motores automotivos, em que os
pistões exercem forças laterais que desgastam as paredes dos cilindros com o passar do
tempo. Esse desgaste designa-se por ovalização, ou seja, o desgaste dos cilindros de modo
a ficarem com uma forma oval.
Figura 12 - Esquema do Motor
Figura 11 – Pistão (esquerda) e Cambota (direita)
(Enginnering 2013)
(Kaushik 2013)
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Uma característica importante da primeira instalação do navio-14RT flex96C é o sistema de
recuperação de calor de alta eficiência. Contem um turbogerador de 9860 KW para
aproveitar o calor dos gases do escape. Contribui para grande economia no consumo de
combustível e redução das emissões de gases de escape.
Este calor residual da unidade de recuperação de alta eficiência pode fornecer uma
potência elétrica de até cerca de 12% da potência do motor principal. A eletricidade gerada
é fornecida ao quadro principal do navio e ajuda na propulsão de navios.
A Wärtsilä 14RT-flex96C (figura 13) é, sem dúvida, um dos deslumbramentos da engenharia
moderna. Tem 13,5 metros de altura e 26,59 metros de comprimento.
Figura 13 - Motor Gigante
O projeto é baseado no motor RTA96C mais velho, mas a tecnologia common rail (sistema
de injeção direta de combustível diesel sob alta-pressão em motores de combustão interna)
revolucionário acabou com o eixo de comando tradicional, engrenagem de cadeia, bombas
de combustível e atuadores hidráulicos. O resultado é um melhor desempenho a baixas
rotações por minuto, menor consumo de combustível e menores emissões nocivas, através
de injeção controlada eletronicamente, em conjunto com o controlo do volume de
combustível injetado. Tem uma alta eficiência térmica, que excede os 50%, ou seja, 50% do
calor libertado pela queima de combustível é convertido em energia. Apesar de toda esta
eficiência este motor consome 6284 litros de combustível por hora.
Existem mais de 300 motores RT-flex96C e RTA96C.
(Energy Library 2008, Wärtsilä 2006, 2008, Cláudio , Enginnering 2013, Kaushik 2013)
(Kaushik 2013)
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PROJETO FEUP 19
Dados Técnicos:
Princípio de funcionamento - Motor de ignição por compressão (baseado em ciclo Diesel),
turbo alimentado, de dois tempos
Configuração - Em linha 14 pistões
Diâmetro de pistão - 965 mm
Curso de pistão - 2500 mm
Deslocamento do motor - 1820 litros por cilindro
Velocidade média dos pistões - 8,5 m/s (30,6 km/h)
Velocidade do motor – 92 a 102 rotações por minuto
Pressão média efetiva - 1,96 MPa a plena carga, 1,37 MPa em máxima eficiência
Potência máxima - 6030 kW por pistão
Densidade de potência - 29.6 a 34.8 kW por tonelada
Massa de combustível consumida por ciclo num pistão - 160 g a plena carga
(Energy Library 2008)
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4.4. Micro Motor
Este pode não ser o mais pequeno motor que o
mundo já viu, mas certamente foi um dos pioneiros
nesta categoria, tendo até marcado a sua presença
no Livro de Recordes do Guinness de 1965
(Technology 2011).
O motor aqui apresentado foi um motor que nasceu
de um desafio lançado, em 1959, por Richard
Feynman (figura 14), no qual ele oferecia mil dólares
a quem conseguisse fazer um motor elétrico com
1/64 polegadas cúbicas (in3, aproximadamente 256
mm3). Este desafio foi aceite por William McLellan
(figura 14), em 1960 (Technology 2011).
McLellan construiu um motor elétrico de corrente alternada (AC), um motor que era capaz
de transformar a energia elétrica em energia mecânica. Apesar de normalmente a
construção deste tipo de motores ser simples, este era constituído por 13 partes (figura 15)
e continha fios elétricos mais pequenos que um fio de cabelo humano. Devido ao reduzido
tamanho o motor foi construído com a ajuda de um microscópio e um palito (Technology ,
Pease 2004).
O resultado de todo este minucioso trabalho foi um motor elétrico com 1/64 polegadas
cubicas (in3, aproximadamente 256 mm3), tal como tinha sido proposto por Feynman, com
um peso de 250 microgramas (µg) capaz de produzir 1/1000 cavalos (figura16) (Technology,
2011).
Figura 14 - William McLellan (esquerda) mostra pela primeira vez o micro motor a Richard Feynman (direita)
Figura 16 - Micro Motor desmontado nos diferentes componentes
Figura 15 - Micro Motor ao lado da cabeça de um alfinete
(Technology 1960c)
(Technology 1960a) (Technology 1960b)
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5. Conclusões
Com a realização deste relatório foi adquirido conhecimento sobre o funcionamento de
alguns motores, dos principais marcos na história destes, das diferenças entre motores de
combustão interna, externa e motores elétricos, etc.
Os motores explorados ao longo do relatório ligam-se entre si por terem a mesma função:
produzir movimento; mas também por serem invulgares, na medida em que não são tão
conhecidos.
Este projeto foi importante, uma vez que foi adquirido conhecimento numa área que
poderá ser muito útil para o futuro de todos os membros do grupo na Engenharia Mecânica.
Este relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP, que conseguiu
fomentar o trabalho em equipa, a comunicação e uma melhor integração no ambiente
FEUP.
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