Post on 21-Sep-2018
OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR
PROF. Esp. Carlos Henrique Przybysz1
1 OSSOS DO CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR
Também chamada de cintura escapular, forma a raiz de implantação dos ossos do
membro superior. Formada por dois ossos: escápula (omoplata) e clavícula. A clavícula é
anterior e superior ao tórax e a escápula é posterior. A clavícula articula-se com o esterno e
escápula, e somente a escápula que articula o úmero, osso do braço.
Fig. 01. Cintura escapular. Fonte: http://fpslivroaberto.blogspot.com.br/2010/04/viagem-pelo-corpo-humano-sistema.html
1.1 Clavícula
Para o estudo, a clavícula deve ser colocada na posição horizontal, a parte mais
volumosa é medial e articula-se com o esterno e a extremidade mais achatada é lateral e
articula-se com a clavícula.
A face superior é convexa e lisa e a inferior apresenta sulcos. Possui forma de S e
para dar-se o lado pertencente deve-se colocar a metade medial convexa para frente e o
restante lateral convexo para trás.
Osso longo, com cavidade pouco desenvolvida onde se aloja a medula óssea e par,
apresentando um corpo e duas extremidades: uma esternal e outra acromial.
1 Professor graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas pela FAP (Faculdade de Apucarana); especialista em Anatomia e Histologia humana: métodos de ensino e pesquisa pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Professor titular da Disciplina de Anatomia Humana e Neuroanatomia na FAP.
Fig. 02. Acidentes ósseos da clavícula em vista inferior. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
1.2 Escápula
Escápula (omoplata), é um osso par e plano e muitas vezes muito fino em alguns
pontos podendo ser translúcido, está posteriormente ao tórax, com forma triangular com
duas faces e três bordas.
A face costal (anterior) é escavada em concavidade chamada de fossa subscapular
onde está o músculo do mesmo nome.
A face dorsal (posterior) apresenta uma saliência que a corta na direção transversal
da borda medial até o ângulo lateral chamada de espinha da escápula. Esta espinha termina
lateralmente em uma expansão achatada e livre chamada de acrômio, onde se articula a
clavícula. Acima da espinha encontra-se a fossa supra espinhal, onde aloja o músculo do
mesmo nome, e abaixo da espinha está a fossa infra espinhal, onde aloja também um
músculo do mesmo nome.
As bordas são superior, medial e lateral; e os ângulos são superior, lateral e inferior.
Os mais importantes são a borda superior e o ângulo lateral. Na borda superior esta
uma chanfradura profunda e estreita chamada de incisura da escápula (chanfradura
coracóide).
Ao lado desta incisura esta uma saliência com aspecto de bico de corvo, que é o
processo coracóide, para inserir vários músculos. O ângulo lateral é bem dilatado e possui
uma superfície articular oval que é a cavidade glenóide para articular a cabeça do úmero.
Acima e a baixo desta cavidade existem pequenas saliências onde se inserem os
músculos do braço. A saliência superior é o tubérculo supra glenoidal para a porção longa
do bíceps braquial, e a saliência inferior é o tubérculo infra glenoidal para a porção longa
do tríceps braquial.
Fig. 03. Escápula vista anterior. Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Fig. 04. Escápula vista posterior. Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Fig. 05. Escápula vista lateral. Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
2 ESQUELETO DA PORÇÃO LIVRE DO BRAÇO
Os ossos do membro superior são todos pares. São ossos longos com exceção os
ossos do carpo que são ossos curtos. Os ossos longos do braço e antebraço são divididos em
um corpo e duas extremidades.
O corpo é chamado de diáfise e as extremidades chamadas de epífises: proximal (a
superior) e distal (a inferior).
O corpo dos ossos longos tem forma de prisma com três faces e três bordas. Só as
falanges tem forma de cilindro seccionado longitudinalmente.
Os ossos apresentam face medial e lateral e bordas medial e lateral. As bordas
anteriores e posteriores bem como as bordas anteriores e posteriores são mais difíceis de se
localizar.
O úmero está no braço que vai até o cotovelo, no antebraço estão o radio que é
lateral e a ulna que é medial.
2.1 Úmero
O corpo do úmero apresenta uma borda anterior e uma face anterior, as outras duas
são: Antero lateral e Antero medial.
Na diáfise ou corpo, dois acidentes são importantes: acima do meio da face Antero
lateral, esta uma rugosidade em forma de V chamada de tuberosidade deltóidea (impressão
deltóidea) que serve para inserção do músculo deltóide.
A face posterior possui uma goteira obliqua para baixo e ao lado, que é o sulco do
nervo radial (canal de torção) por onde transita o nervo radial.
Na epífise proximal está uma superfície articular esférica chamada de cabeça do
úmero que se articula com a cavidade glenóidea da escápula. A cabeça é delimitada por um
sulco não profundo chamado de colo anatômico. Ao lado da cabeça está duas saliências
ósseas arredondadas, uma maior e outra menor separada por um sulco longitudinal, e estas
saliências servem de inserção de músculos.
A saliência maior é chamada de tubérculo maior (troquinter), e a menor de tubérculo
menor (troquim) e o sulco chamado de intertubercular (corrediça bicipital).
A epífise proximal se liga ao corpo pelo colo cirúrgico. A epífise distal é achatada
apresentando duas superfícies articulares, duas saliências e três depressões.
As superfícies articulares são: tróclea (medial) que se articula com a ulna, capítulo
(lateral) que se articula com o rádio. A tróclea tem formato de carretel de linha.
As saliências ósseas são expansões medial e lateral às superfícies articulares e são
chamadas de epicôndilo medial e epicôndilo lateral servindo para inserção de músculos.
As depressões são as fossas do olecrano, radial e coronóidea. A fossa do olecrano
está posterior, sendo mais profunda para alojar o bico do olecrano, quando o braço esta em
extensão.
A fossa radial e coronóide são anteriores. A fossa coronóidea esta acima da tróclea e
aloja o processo coronóide da ulna; e a fossa radial esta acima do capitulo, e articula-se
com a face articular da cabeça do radio, quando o braço em flexão.
Fig. 06. Úmero vista anterior. Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm
Fig. 07. Úmero vista posterior. Fonte:
http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm
2.2 Ossos Do Antebraço
São em numero de dois: rádio e ulna, estando paralelos, sendo o radio lateral e a
ulna medial.
A ulna é mais volumosa em cima e fina em baixo, já o rádio é o contrário, mais fino
em cima e volumoso em baixo.
A borda medial do rádio e lateral da ulna se ligam de cima a baixo pela membrana
interóssea do antebraço, sendo estas bordas chamadas de interósseas.
2.2.1 Ulna
A epífise proximal apresenta uma expansão posterior chamada de olecrano, anterior
a este se encontra uma escavação óssea articular chamada de incisura troclear (grande
cavidade sigmóidea) com formato parecido de uma chave inglesa, que vai se articular com
a tróclea do úmero.
A incisura limita-se superiormente pelo bico do olécrano e inferiormente por uma
saliência parecida um bico chamada de processo coronóide, onde se insere o músculo
braquial.
Na lateral da incisura troclear está uma escavação articular chamada de incisura
radial que se articula com a cabeça do radio.
A epífise distal apresenta uma pequena expansão articular chamada de cabeça da
ulna, localizada na lateral de outra saliência não articular com formato de estilete chamado
de processo estilóide da ulna.
Fig. 08. Úmero vista posterior. Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm
Fig. 09. Úmero vista posterior. Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm
2.2.2 Rádio
Na epífise proximal está a cabeça do radio, verdadeiro disco ocupando toda a
extremidade superior do osso, que se articula na incisura radial da ulna. Na parte superior
da cabeça, está uma superfície articular chamada de cavidade glenóide, articulando-se com
o capítulo do úmero.
Abaixo da cabeça está o colo, e logo após está o corpo do rádio. Logo abaixo do
colo na face anterior do corpo está uma expansão rugosa chamada de tuberosidade do rádio,
onde se insere o músculo bíceps do braço.
A epífise distal é mais volumosa e medialmente tem uma escavação articular, a
incisura ulnar para a cabeça da ulna; inferiormente tem outra escavação articular, a face
articular cárpica para os dois primeiros ossos do carpo: escafóide e semilunar e lateralmente
uma expansão em forma de estilete, chamado de processo estilóide do rádio.
Fig. 10. Rádio vista anterior e posterior. Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm
2.2.3 Osso Da Mão
A mão é dividida em carpo, metacarpo e dedos, sendo o polegar lateral.
2.2.3.1 Carpo
Possui 8 ossos curtos com 6 faces cada um. A face anterior de cada um se relaciona
com a palma da mão e a face posterior com o dorso da mão. As outras faces são articulares
para os ossos vizinhos. Os ossos do carpo se distribuem em fileiras de 4 ossos cada.
Para se lembrar da posição e os nomes, pode-se usar uma frase como: Estudante
Superior Pode Passar Tendo Trabalhado Com Honestidade.
Escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme na primeira fileira sempre de lateral
para medial; trapézio, trapezóide, capitato e hamato na segunda fileira também da lateral
para medial.
Como os nomes sugerem, o escafóide parece um barquinho com o casco pra cima; o
semilunar em forma de meia lua; piramidal em forma de pirâmide com ápice voltado
medialmente e o pisiforme parecido com grão de ervilha a frente do piramidal se
articulando somente com este osso.
O trapézio e trapezóide com formas correspondentes. O capitato é o mais volumoso
de todos antigamente chamado de grande osso e com cabeça para cima e finalmente o
hamato (ganchoso) com um gancho sobressaindo na face anterior.
2.2.3.2 Metacarpo
Formado por 5 ossos numerados de lateral para medial em I,II,III,IV,V
metacárpicos. Ossos longos apresentam corpo em forma de prisma com borda anterior, face
posterior, medial e lateral.
A epífise proximal e formada por uma base com três superfícies articulares: a
superior para os ossos da segunda fileira dos ossos cárpicos, e de cada lado faces articulares
para o metacarpo vizinho.
A epífise distal é constituída por uma saliência arredondada pouco achatada
chamada de cabeça do metacarpo que se articula com a extremidade superior da falange
proximal correspondente.
2.2.3.3 Ossos Dos Dedos Da Mão
Os dedos da mão são denominados como: polegar, índex, médio, mínimo, e anular.
Cada dedo é formado por três falanges, exceto o polegar que só tem duas. São classificadas
em proximal (falanges), média (falanginhas) e distal (falangetas).
Apesar de serem pequenas, são classificadas como ossos longos possuindo corpo,
base e cabeça. O corpo tem forma de meio cilindro com face dorsal convexa e outra plana
que é a palmar, limitada por bordas laterais.
A superfície superior da base da falange proximal possui uma cavidade glenóidea
para articular-se com a cabeça do metacárpico correspondente, já a base das falanges
médias e distais possuem superfícies articulares com cristas rombas para se encaixarem nas
cabeças das falanges proximais e médias, que tem superfície parecida com tróclea.
As cabeças das falanges distais apresentam anteriormente expansões semilunares
ásperas que são as tuberosidades das falanges distais, sendo a polpa dos dedos.
Fig. 11. Ossos da Mão. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
REFERÊNCIAS AULA DE ANATOMIA. Osteologia. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. CASTRO, Sabastião Vicente de. Anatomia fundamental.. 2.ed. SÃO PAULO: McGraw-Hill do Brasil, 1974. 586p.;il.p. CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR. Disponível em: <http://fpslivroaberto.blogspot.com.br/2010/04/viagem-pelo-corpo-humano-sistema.html.> DIDIO, J.A.L. Sinopse de anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1974. GARDNER, W.D; OSBURN, W.A. Anatomia do corpo humano. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 1980. NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.