Outra Versão de Amargura

Post on 16-Apr-2017

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Texto: Amarguras

Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro

Música: Nachtigall serenade

O livro da vida de qualquer pessoa tem, obrigatoriamente, páginas de amargura. Elas são

escritas por nossas mãos, filhos, amigos, desastres e, às vezes,

por quem mais amamos.

Quando isso ocorrer, devemos transcrevê-las

na areia para que a onda do mar ou os ventos da

primavera as apaguem.

Não devemos guardar mágoas ou ofensas no

coração, fazendo da vida um caminho dificil,

como se precisássemos nos equilibrar a cada

dia entre o desespero e a mágoa.

Deus, em sua sabedoria, muda cada amanhecer

e cada anoitecer, numa lição silenciosa de que a regra da

vida é a mudança.O Espírito deve também

renovar-se, como fazem as estações, os mundos e as

galáxias.

Não te iludas com a aparente imobilidade das

coisas. Logo a ferida se transforma em cicatriz, a poda em novas folhas, as rugas em

sabedoria. A queda é o avesso da lição. Basta virar a página que o

ensinamento aparece.

Se repararmos bem, mesmo na montanha mais

compacta há uma brecha e na escuridão mais profunda pode

chegar um raio de luz.

Até no vale da sombra e da morte Deus

coloca faróis para que seus filhos não se percam.

A vida é mutação. A água de agora é o vapor do meio dia, que

se transforma na chuva do anoitecer. Assim também, a lágrima que te visita hoje é o sorriso de logo mais, que traz,

invariavelmente, a gargalhada de amanhã.

Portanto, lembremos das palavras sábias de

Jesus quanto à nossa tranquilidade: buscai em

primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça e

tudo mais vos será dado.

Vinde a mim todos vós que sofreis e vos achais

sobrecarregados e eu vos aliviarei.

Bem-aventurados os que choram e sofrem porque serão

consolados.

O filho de Deus veio buscar e salvar o que

se havia perdido.

Eu sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o

remédio que vos há de curar. Os

fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos

prediletos.

Das ovelhas que meu Pai me confiou, nenhuma se perderá.

Vossas almas não estão esquecidas; eu, o

divino jardineiro, as cultivo no silêncio

dos vossos pensamentos.

Deus atende aos humildes e dá força aosaflitos. Junto de cada lágrima Ele colocou

um bálsamo que consola.

Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em

abundância.

Nada fica perdido no reino do nosso Pai e os

vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas

superiores, onde aluz substitui as trevas e onde o

mais desnudodentre todos vós será talvez o

mais resplandecente.

Venho instruir e consolar os pobres deserdados.

Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, mas que esperem, pois

que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar

as lágrimas.

Imagina-te sentado ao lado de Jesus neste banco. Conta-lhe tuas amarguras e ouvirás muito mais da Sua poesia divina e consoladora.

Certamente ele te falará dos lindos campos que

te esperam após teus sofrimentos e repetirá a

promessa que nos fez há séculos: jamais vos deixarei

órfãos.Estarei convosco até a consumação dos séculos.

Verás então que as amarguras são os segundos de sede na caminhada até Ele. Que mais sedento estará quem te fez sofrer; que na vida deves ser como um apanhador de sementes e que de nada vale tê-las em mãos se não as enterrares em terra fértil. Poderás enfim considerar-te um iniciado nos mistérios da vida.

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