Post on 09-Nov-2018
PARTE I - BRASIL
Portugal e Espanha dividem o mundo:o Tratado de Tordesilhas
As nações que mais se· destacaram no início doprocesso de expansão comercial e marítima da Europaforam Portugal e Espanha. No final do século XV e iní-cio do século XVI, elas participaram de uma verdadeiracorrida pelo domínio das terras da América.
A Espanha saiu na frente com o anúncio de queCristóvão Colombo havia descoberto as primeiras terrasda América, em 1492. A viagem de Colombo levou Por-tugal a exigir da Espanha um tratado que garantisse apartilha das terras a serem descobertas. Evidentemente,Portugal já tinha notícias da existência de outras terras aoeste e pressionou de forma diplomática - fato inova-
dor para o período, em que era mais comum o uso daforça armada - para obter um documento que lhe ga-rantisse a posse de tais terras.
Esse acordo, chamado de Tratado de Tordesilhas,foi assinado em 1494, estabelecendo uma divisãosatisfatória para as ambições portuguesas. Com a assi-natura desse tratado, Portugal e Espanha garantiram aposse das Américas e passaram a ser as principais po-tências européias.
A linha demarcatória de Tordesilhas foi a primeirafronteira estabelecida para as terras brasileiras conquis-tadas pelos portugueses em 1500.
;ÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO
A exploração dopau-brasil
• Nos primeiros trinta anos depois da chegada dos por-tugueses ao território brasileiro, Portugal não deu gran-de atenção a estas terras. Na época, era prioritário ocomércio com o Oriente, cujas especiarias propiciavamlucros elevados. Mesmo assim, nesse período foram en-viadas ao Brasil algumas expedições de reconhecimen-to e defesa: era preciso garantir as novas terras contra acobiça de outras nações européias.
Como os portugueses não encontraram aqui os tãodesejados metais preciosos, pois aqui as reservas deouro e prata estavam longe do mar e dos olhos dosconquistadores - ao contrário do que ocorreu nas pos-sessões espanholas -, decidiram explorar de imediato oque fosse mais fácil. Assim, começaram a extrair pau-brasil, madeira abundante no litoral e que era usadacomo matéria-prima para a fabricação de tinta para te-cidos.
No entanto, o processo de exploração do pau-brasilmostrou-se extremamente nefasto. Além de não esti-mular a ocupação efetiva do território, acarretou rápidadevastação dessa riqueza.
OCEANOATLÂNTICO
A economia no século XVI
o Área de ocorrência do pau-brasil
Cana-de-açúcar
• Pecuária
Fonte: Atlas Histórico Escolar.
PARTE I - BRASIL
• Ainda no século XVI, o comércio com o Oriente deixoude oferecer os lucros desejados. Isso levou os govemantesportugueses a se decidirem pelo aproveitamento das ter-ras do Brasil, cultivando algum produto que alcançassegrande valor no mercado europeu. O produto escolhidofoi o açúcar, e a primeira providência consistiu em iniciaro plantio da cana-de-açúcar, para ampliar a produção quePortugal já tinha em algumas ilhas do Atlântico.
Para viabilizar a atividade, a partir de 1532 amonarquia portuguesa começou a procurar in- Capit""a=n=ia=s"'-'--- __ ~",*"",,-
id hereditárias : ~_vesti ores que se comprometessem a ocupar ,-,M'ARANHAIDI;.as terras brasileiras e tomá-las produtivas. i' MARANHÃO~
Afinal, entre 1534 e 1536 as terras foram do- r: CEARAadas a ricos fidalgos e comerciantes portugue- ;ses, que deviam arcar com a maior parte dos :gastos da ocupação. As áreas doadas foram cha- ;SUl:': PERNAMBUCOmadas de capitanias hereditárias, ou donatarias, ~:~--~-~-----P'e poderiam ser transferidas aos descendentes ~iBAHIADETODOSOSSANTOSdos donatários. Observe o mapa. DOMíNIO .g::--------~!.:'.salvador
~SPANHOL ~,As capitanias estendiam-se do litoral até a ..ê! ILHÉUS
linha limítrofe do Tratado de Tordesilhas. Cabia .g:-----------j2:aos donatários povoá-las, atraindo outros colo- ~:
nizadores. -iE:--------íO açúcar promoveu o progresso de poucas ~: EspíRITOSANTO
capitanias. Muitas delas não conseguiram resol-ver os problemas com os índios, que lutavam 1J:<?f'!'?9 _<!'!.r;;.?prj"-<?~(l!9_ -
por seus direitos e afastavam possíveis coloni-zadores. Outras não tinham solos apropriadosao plantio da cana-de-açúcar, e algumas nãochegaram nem sequer a despertar o interessede seus próprios donatários.
A cana-de-açúcar As únicas capitanias que se desenvolveram foram asde São Vicente e Pemambuco. A de São Vicente já con-tava com uma vila (fundada em 1532) e pôde desenvol-ver a criação de gado e o plantio de cana. Na capitaniade Pemambuco o plantio da cana-de-açúcar foi um su-cesso devido a dois fatores: a maior proximidade com aEuropa, o que agilizava e barateava o transporte, e aexistência de largas extensões de terras com solo massapé,extremamente propício a esse e a outros cultivos.
Equador
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Fonte:Atlas Histórico Escolar.
o solo massapé
Em uma larga faixa de Pernambuco, estenden-do-se de norte a sul, predomina um solo úmido,argiloso, escuro e extremamente fértil. Conhecidocomo massapé, esse solo foi fundamental para osucesso do ciclo da cana-de-açúcar. Ainda hoje asinúmeras usinas do estado aproveitam a fertilidadedesse solo para cultivar seus canaviais.
Foi nessa época que começou uma imigração for-çada e violenta de trabalhadores negros africanos, es-cravizados para cultivar a terra e, assim, propiciar oslucros exigidos pela economia imposta pelos europeus.
Pode-se afirmar que as capitanias hereditáriasproduziram um resultado medíocre, pois continua-ram a existir imensas áreas do território brasileirosem um único colonizador europeu. Dessa forma,para atender aos interesses de Portugal, era neces-sário providenciar outra forma de ocupação huma-na e ecOnômica do território.
O ciclo do açúcar, no Brasil, só chegaria ao fimbem mais tarde, por volta de 1680. Nessa época o
- preço do açúcar caiu muito na Europa, e isso ate-tou todo o processo colonial do Brasil.
CAPiTuLO 1 - A OCUPAÇÃO DO ESPAço BRASILEIRO
-Os engenhos -
A palavra "engenho" designa ao mesmotempo a grande propriedade produtora de canae o conjunto de equipamentos para a produ-ção do açúcar. Eram moendas, caldeiras,tachos, fôrmas, depósitos e outras instalaçôes,que davam a essa atividade um certo caráterfabril. O espaço produzido pelos engenhos doNordeste foi a base para o surgimento de mui-tas vilas e até mesmo cidades. O poder políti-co era exercido pelos senhores de engenho (osproprietários das fazendas) no apogeu desseimportante ciclo econômico.
l;-seniala4.- fornalhas - . 7. roda-d'dgua'.2. c{lsa-grQrLde S. carga de cana-ae-açúcar 8. casa de purgar3. canavial - 6. cilindros verticais
o processo de ocupaçãodo interior do Brasil
• o crescimento econômico do Nordeste, com a eco-nomia açucareira, não se reproduziu com a mesmaintensidade na capitania de São Vicente. Após um bre-ve período de sucesso da cana-de-açúcar nessas ter-ras, a economia entrou em declínio, e a população dacapitania teve de procurar alternativas para garantir asobrevivência.
A alternativa que ofereceu melhores resulta-dos foi a das bandeiras, expedições que busca-vam riquezas no interior. O apresamento deindígenas e a busca de metais e pedras preciosassão os principais objetivos das bandeiras. No iní-cio do século XVII, com Portugal sob domínioespanhol, a Holanda investiu no comércio de mão-de-obra africana e desorganizou o tráfico portu-guês. O fluxo de escravos negros para algumasregiões da colônia diminuiu e renasceu então ointeresse pela escravização do indígena. Quandoo tráfico negreiro foi regularizado, as bandeirascontinuaram, agora motivadas pela procura demetais e pedras preciosas.
Os bandeirantes promoveram o despovoamentode várias regiões massacrando e escravizando osindígenas, bem como disseminando doenças queforam responsáveis por grandes epidemias entre Fonte: Atlas Histórico Escolar.
As bandeiras os índios. Por outro lado, as bandeiras romperam brutal-mente a linha do Tratado de Tordesilhas, empurrando osespanhóis e levando as fronteiras dos domínios portu-gueses bem para oeste do antigo acordo.
Foram também os bandeirantes, no final do séculoXVII, que descobriram as riquezas minerais - especial-mente o ouro, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso -,responsáveis pelo novo rumo da economia colonial aolongo do século XVIII.
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~ Bandeiras que procuravamouro e pedras preciosas
_ Bandeiras deapresamento de índios
PARTE I - BRASIL
A pecuária• Ao mesmo tempo que se desen-volvia a economia açucareira, sur-giram outras atividades de grandeimportância.
Na Bahia, por exemplo, o fumoera usado como produto de trocapelos escravos e contribuiu para aocupação e o adensamento popu-lacional dessa parte do território. Emoutras áreas do Nordeste surgiramlavouras de algodão, que produzi- ~am matéria-prima para as pequenas ~manufaturas locais de tecidos, fiose linhas.
Ainda no Nordeste, a criação degado iniciou uma forte interioriza-ção do povoamento. Como a ativi-dade canavieira se desenvolveu aí,a atividade pecuarista também seconcentrou nesta região, nas terrasdo interior, reservando a zona lito- Fonte: Atlas Histórico Escolar.
rânea para a cana-de-açúcar. Dessamaneira, a atividade de criação complementou a eco-nomia do açúcar e iniciou a penetração, conquista epovoamento do interior do Brasil, principalmente dosertão nordestino.
A partir do século XVII, a atividade criatória ocupouterras cada vez mais para o interior, pois o desenvolvi-mento dos rebanhos exigiu grandes extensões de pas-tagens. Os rebanhos se destinaram ao mercado interno,principalmente aos engenhos, e as feiras de gado torna-ram-se o elo de ligação entre os interesses de criadorese senhores de engenho. A primeira feira realizou-se naBahia, em 1614, e a partir desse momento a pecuáriatornou-se uma atividade povoadora do interior.
O gado bovino era um produto que complementavaa economia açucareira. Os produtos da pecuária (car-ne, couro) abasteciam toda a região do litoral dePernambuco e proximidades. Os engenhos, embora ti-vessem perdido a força exportadora, ainda mantinhamuma grande importância política e econômica, repre-sentando um mercado consumidor para a pecuária.
Os canaviais praticamente empurraram os rebanhospara o interior, onde se espalharam acompanhando asmargens dos rios, especialmente o São Francisco, queficou conhecido como "rio dos currais" - curral era onome genérico dado às terras destinadas ao gado.
Atividades econômicasno Brasil (séc. XVIII)
OCEANOATLÂNTICO
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Com o desenvolvimento da atividade mineradora emMinas Gerais, a criação de gado ganhou impulso aindamaior, pois passou a responder pelo fornecimento decarne e outros produtos para os trabalhadores que bus-cavam ouro.
AAmazônia·• Enquanto no Nordeste do Brasil prosperava a econo-mia açucareira, no Norte o foco econômico voltou-separa os produtos extraídos da floresta. Chamados de"drogas do sertão", esses produtos eram especiarias,como urucum, cravo, baunilha, canela e guaraná, prin-cipalmente, mas também cascas, folhas e raízes compropriedades medicinais, além de cacau, castanha-do-pará e madeiras valiosas.
As drogas do sertão constituíram a base da econo-mia regional. Ao longo dos séculos XVIIe XVIII,a cole-ta desses produtos foi o principal estímulo para apenetração e ocupação da Amazônia. Assim, a regiãoamazônica foi incorporada à colonização portuguesa(com a criação da província do Grão-Pará e Maranhão)e passou a abrigar vários fortes, bases militares portu-guesas construídas para proteger a região das invasõesestrangeiras.
CAPÍTULO 1 - A OCUPAÇÃO 00 ESPAço BRASILEIRO
o Forte de São José, em Macapá, Ap, foi erguido paraevitar incursões estrangeiras. Quando foi inaugurado, em19 de março de 1782, era considerado a mais bela, maisimponente e mais sólida edificação militar do Brasil.
Tais bases serviram como pontos de apoio paracaçadores de índios, sertanistas que buscavam drogasdo sertão e jesuítas empenhados em catequizar os in-dígenas. Como os bandeirantes, esses grupos tambémavançaram muito além do limite de Tordesilhas e con-quistaram uma área que, pelo acordo, pertencia àEspanha.
o Sul• As oportunidades de trabalho e de enriquecimentoatraíam um número cada vez maior de portugueses,dando origem a novas expansões. No século XVII, porexemplo, os bandeirantes fizeram violentas incursõespelo Sul do Brasil, expulsando jesuítas e soldados espa-nhóis e aprisionando indígenas.
Para fortalecer sua posição na região, em meadosdo século XVIII, a Coroa portuguesa estabeleceu umacolônia de portugueses, oriundos do arquipélago dosAçores, no litoral do atual estado de Santa Catarina. Paraabastecer esses imigrantes, iniciou-se a criação de gadomais ao sul. A princípio despretensiosa, a atividade pros-perou rapidamente, pois a região escolhida, de relevosuavemente ondulado, era coberta de ricas pastagens.Tratava-se do pampa gaúcho.
Por todo o Sul do Brasil surgiram então prósperasfazendas de criação de gado, as estâncias. Com mais
essa aquisição, os portugueses romperam novamente alinha do Tratado de Tordesilhas e obrigaram os espa-nhóis a estabelecer um novo acordo.
Em 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratadode Madri, que concedia uma grande área para a Coroaportuguesa, estabelecendo os contornos gerais do Bra-sil, bem semelhantes aos atuais. No sul, Portugal cedeua colônia de Sacramento (atual Uruguai), mas ao nortegarantiu a Amazônia e o Centro-Oeste.
Ao longo do século XIX, o Brasil consolidou suasfronteiras mediante diversos acordos e tratados entre ogoverno brasileiro e os governos vizinhos.
Em 1864, porém, o Brasil se envolveu num sérioconflito com o Paraguai, que ameaçava a supremaciabrasileira e argentina na região dos rios Paraguai eParaná. A Guerra do Paraguai durou até 1870 e definiuas fronteiras na bacia do Prata-Paraná. Vitorioso, o Bra-sil consolidou sua presença nessa importante região eco-nômica.
ARGENTINA
• Fortes • Povoações
X Batalhas --+ Tropas brasileiras
DTerritório pretendido pelo Paraguai
Fonte: www.mre.gov.br/acs/diplomacia/portg/arquivo/mapa026.htm
Espaço e técnica
Espaço geográfico é todo meio, natural ou não,modificado pela ação humana por meio de técni-cas. Ao longo do tempo, essas técnicas de modi-ficação da natureza foram desenvolvidas edifundidas pelas diversas sociedades humanas.Em conseqüência, toda a superfície terrestre trans-formou-se em um único espaço geográfico.
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PARTE I - BRASIL
o Brasil define seus contornos atuais
o café• o principal responsável pelas transformações econô-micas, sociais e políticas ocorridas no Brasil na segundametade do século XIXfoi um novo produto de exporta-ção: o café.
Graças a esse produto, a economia brasileira reinte-grou-se nos mercados internacionais. Também contri-buiu para o incremento das relações assalariadas deprodução e possibilitou a acumulação de capital, que,em seguida, foi aplicado em sua própria expansão e emalguns setores urbanos, como a indústria, por exemplo.
O café foi ainda responsável pela inversão na balan-ça comercial brasileira. Depois de uma história de cons-tantes déficits, a balança passou a superavitária, ou seja,a apresentar resultados positivos, entre 1861 e 1885.
Esse constante superávit na balança comercial tam-bém facilitou a obtenção de novos empréstimos. Atéentão usados para cobrir déficits, a partir de 1861 osempréstimos passaram a ser investidos no desenvolvi-mento interno, na construção de estradas e em outrasobras públicas.
A borracha• No final do século XIX, o Brasil estava inserido naeconomia internacional como grande fornecedor dematérias-primas.
Durante a segunda fase da Revolução Industrial,muitos avanços tecnológicos necessitavam de mais ma-térias-primas, muitas das quais estavam sendo usadaspela primeira vez. Uma das mercadorias mais requisita-das no período era a borracha, utilizada, entre outrasaplicações, para abastecer a indústria automobilística,que aperfeiçoava o uso de pneus.
O látex, matéria-prima para a fabricação da borra-cha, é extraído da seringueira (Hevea brasiliensis), es-pécie vegetal abundante na região amazônica. À medidaque cresciam as necessidades da economia internacio-nal, mais e mais trabalhadores eram atraídos para a re-gião. Chegavam de toda parte, aos milhares, mas agrande maioria vinha do Nordeste, em busca de traba-lho na extração do látex.
Seguindo o mesmo caminho dos primeiros explo-radores, que buscavam as drogas do sertão, esses tra-
Uma foto de 1902 documenta imigrantes trabalhando na colheita de café em Araraquara, no interior de São Paulo (atrezentos quilômetros da capital). Os pés crescidos indicam que a área estava ocupada havia mais de uma década.
CAPÍTULO 1 - A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO
o mar: a nova fronteira
balhadores - os seringueiros- avançaram sem cessar parao oeste, sempre em busca denovas áreas com seringuei-ras. Dessa forma, em 1877adentraram o território boli-viano em grande número.Duas décadas mais tarde, em1899, os trabalhadores brasi-leiros foram violentamenterepelidos pelas forças arma-das bolivianas.
Seguiram-se quatro anosde conflitos, que resultaramem muitas mortes de serin-gueiros e de bolivianos. Ashostilidades somente termina-ram com a assinatura, em 17de novembro de 1903, do Tra- 1)'9P!c9A~-ca [qQfJlip_ ------ -------------
tado de Petrópolis, pelo qualo Brasil adquiriu, em partepor compra (2 milhões de li-bras esterlinas) e em partepela troca de pequenas áreasdos estados do Amazonas ed Fonte: Atlas Histórico Escolar.
O Mato Grosso, o territóriodo Acre, que se tornaria, maistarde, o estado do Acre. Essa foi uma das últimas gran-des aquisições para a expansão do território brasileiro.No início do século XX, o Brasil já possuía as dimen-sões que tem hoje.
• Nas últimas décadas do século XX,uma nova frontei-ra chamou a atenção da sociedade e do governo brasi-leiro: o litoral e as águas do oceano Atlântico que banhamo nosso território.
A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerracriou navios maiores, mais rápidos e que podiam viajarmais longe e explorar águas e produtos distantes de seusterritórios de origem. Por exemplo, gigantescos naviosfrigoríficos japoneses ou europeus passaram a dispor derecursos que lhes permitiam explorar, até a exaustão, osgrandes cardumes que se deslocam em alto-mar ou aolongo de nossas costas.
Em 1970, para resguardar os interesses econôrní-cos do país e por razões de segurança nacional, o Bra-
,..Expansão da borracha
/JOCEANO
/ A~LÂNTlCO
~
N
L\o 370~
km
li:::] Borracha
- Divisãopolítica atual
sil adotou O limite de 200 milhas náuticas (cerca de370 krn) para as águas territoriais brasileiras. Nessaságuas - cerca de 2 milhões de km2 de superfície aquá-tica - somente navios brasileiros e de empresas es-trangeiras com autorização do governo brasileiropodem exercer alguma atividade. Navios estrangeirossem licença pagam multas e são apreendidos se foremcapturados.
Por causa das muitas disputas em razão do limitede águas territoriais, a ONU arbitrou um acordo entremuitas nações estabelecendo que os países que qui-sessem manter seus limites (no caso brasileiro, 200milhas) como Zona Econômica Exclusiva teriam de fa-zer um levantamento detalhado de todas as potencia-lidades dessa região, inclusive petrolífera, e apresentá-loà comissão científica da ONU. O prazo final estipula-do foi o ano de 2004.
Esse acordo foi obtido mediante pressão dos paísesmais ricos, por exigência de suas empresas, ansiosaspor explorar uma importante fonte de recursos. Enfim,ao Brasil cabe a missão de resguardar essa parte doterritório, nossa última fronteira a ser demarcada.