Passo a passo da resenha crítica

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Na resenha crítica, há oito passos básicos a serem seguidos.

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PASSO A PASSO DA RESENHA CRÍTICA

Na resenha crítica, há oito passos básicos a serem seguidos. São eles:

1. Identifique a obra: coloque dados bibliográficos essenciais do livro

(artigo, notícia, reportagem, filme) que se vai resenhar;

2. Apresente o autor: escreva em pouquíssimas palavras um resumo

sobre o autor: quantos livros já publicou, se vendeu muito, se é sua estréia como

autor e o que mais você considerar interessante;

3. Apresente a obra: forneça ao leitor, em poucas linhas, todo o

conteúdo do texto a ser resenhado, como em uma sinopse (qual o tema tratado?

Qual o problema discutido pelo autor? Qual a posição defendida pelo autor para

a solução desse problema? Quais os argumentos centrais ou complementares

utilizados pelo autor para defender sua posição?). Tente enquadrar a obra – se

for livro ou filme – em uma das escolas literárias (barroca, romântica, naturalista,

realista, modernista ou contemporânea);

4. Descreva a estrutura: escreva sobre a divisão em capítulos, sobre o

foco narrativo – personagens, ambiente, tempo, narrador.

5. Descreva o conteúdo dos capítulos: use até cinco parágrafos para

resumir o conteúdo do livro.

6. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você

vai dar sua opinião. Argumente sua defesa ou sua ofensiva, contra ou a favor da

obra, dando explicações convincentes sobre cada opinião. Tente usar a opinião

de outros críticos sobre o assunto (para isso, você terá de pesquisar na internet.

Para não ficar muito extenso, escreva mais ou menos assim: há quem afirme

que o livro é maravilhoso, por isso, isso e isso. Há também aqueles que afirmam

que ele possui problemas de coerência e verossimilhança. Prefiro vê-lo como...).

A crítica (favorável ou contrária) não tem limites. Dê asas à sua imaginação, seja

coerente e explique os motivos dos seus argumentos. Afinal, serão eles que

farão com que o leitor se decida ou não por ler a obra resenhada.

7. Recomende ou não a obra: Escreva a que público se destina a obra:

a qual faixa etária, se vale a pena ler ou deixar na prateleira da livraria.

8. Assine e identifique-se: Assine o seu próprio nome e, embaixo dele,

escreva: Aluno do 2º ano do Ensino Médio.

Bem, eu disse que eram oito passos básicos. Mas há mais.

Como todo texto, imagine uma situação (um contexto de escrita).

Imagine (e leve a sério) que iremos expor suas resenhas no pátio da escola, para

promover o interesse dos colegas do colégio para a leitura. Portanto, tudo o que

você escrever e da forma como você escrever será visto por todos os seus

colegas. Sua responsabilidade, assim, é bastante grande. Se ficar mal escrito,

cheio de erros ortográficos, sintáticos e de pontuação, todos saberão quem

escreveu. Então, capriche!

Vamos colocar em prática a teoria acima. Como eu prometi, vou

resenhar o livro Crepúsculo.

PASSO 01: Identifique a obra: coloque dados bibliográficos essenciais

do livro (artigo, notícia, reportagem, filme) que se vai resenhar;

Crepúsculo – título original Twilight – (Meyer,

Stephenie.Crepúsculo. Editora Intrínseca:São Paulo, 2008. 1ª Ed. 416 pg, R$

31,90) – é o primeiro livro de uma série sobre o mesmo tema: o amor entre uma

humana e um ser fantástico. É o romance de estréia de Stephanie Meyer,

sucesso absoluto de vendas. Ocupou o primeiro lugar na lista do New York

Times, posição na qual permaneceu por mais de um ano. Em todo o mundo,

vendeu 45 milhões de cópias, sendo 20 milhões em apenas três meses.

PASSO 02: Apresente o autor:

Stephenie Meyer formou-se em literatura inglesa na Brigham Young

University. Sobre este romance, ela afirma: "Sempre admirei a capacidade de

alguns escritores de criar situações de fantasia impossíveis e depois acrescentar

personagens que são tão profundamente humanos que suas perspectivas

tornam a situação real. Espero que Crepúsculo proporcione a mesma

experiência a seus leitores".

A escritora mora com o marido e três filhos em Glendale, no

Arizona. Enquanto acumula elogios diversos da crítica internacional, a escritora

tem seu mérito por envolver (em massa) principalmente o público adolescente.

PASSO 03: Apresente a obra

Crepúsculo reúne os ingredientes dos grandes sucessos da

literatura de massa: um enredo intrigante, personagens cativantes, cenários do

cotidiano com um toque de mistério e uma narração simples e linear que, em

alguns momentos é de tirar o fôlego. Resultado: o livro virou mania entre os

adolescentes.

O sucesso, porém, é rodeado de preconceito, rotulado até de

"modinha". É, no entanto, um representante da segunda geração do

Romantismo, em que seres fantásticos, beirando a morte, seduzem humanos e

tentam levá-los aos subterrâneos do além-vida.

Escrito principalmente para adolescentes, o livro e a série podem

muito bem agradar às demais faixas etárias, por seu enredo simples, linear e

sobrenatural, com seres com sede de sangue. Nesse romance fantástico, misto

de realismo contemporâneo e histórias vampirescas, tudo começa quando a

jovem Bella está de mudança para a cidade de Forks, pois decide morar com

seu pai, Charlie, o chefe de polícia da cidadezinha cheia de verde, muita chuva

e neve. Tudo o que Bella mais detesta.

É no refeitório da escola que passa a frequentar, ao conversar com

sete estranhos, que Bella vê pela primeira vez os Cullen. Ao notar os rostos

diferentes, "inumanamente" lindos e nomes incomuns (Edward, Emmet, Rosalie,

Jasper e Alice), ela descobre que os filhos de Carlisle e Esme são distantes dos

outros alunos.

Edward, principalmente, parece nutrir uma raiva instantânea pela

garota. Porém, na verdade, ele luta contra o desejo pelo (cheiro bom do) sangue

de Bella. Já naquele instante, ele percebe que sente amor pela novata da escola.

Edward a salva de um atropelamento e ambos começam um relacionamento

estranho, envolto em ocultações, segredos e o desejo desenfreado de Bella pela

presença daquele jovem misterioso.

Ao descobrir os segredos de Edward, Bella apaixona-se ainda

mais por quem deveria manter distância, mesmo sabendo que ele lhe pode tirar

a vida. Em meio a muitas declarações de amor, os dois percebem a importância

de suas famílias e descobrem a beleza de amar alguém pela primeira vez e o

perigo que ronda o relacionamento entre seres tão díspares.

PASSO 04 – Apresente a estrutura da obra

O livro está dividido em 24 capítulos e um epílogo com título um

tanto infantil: “Um Acontecimento Especial”. Até o décimo quinto capítulo, a

trama corre morna e só incendeia a partir daí.

PASSO 05 – Descreva o conteúdo dos capítulos

Edward leva Bella em um passeio pela floresta, onde mostra todos

os seus “poderes” de vampiro, e alguns outros segredos de Edward são

revelados, como o desejo dele por beber o sangue dela. Um desejo tão

irresistível quanto o amor que eles passam a sentir um pelo outro. Edward não

era um vampiro comum, ele podia ler pensamentos, mas por algum motivo não

conseguia fazer isso com Bella, enquanto sua irmã Alicie podia prever o futuro

próximo, e seu outro irmão Jasper, podia controlar as emoções das pessoas ou

do ambiente.

Quando Edward declara-se namorado de Bella, a leva para

conhecer sua casa e o restante de sua família: Esme e Carlisle, os pais adotivos

de Edward, e Rosalie e Emmet (que não gostavam muito de Bella), Jasper, e

Alicie, que virou uma grande aliada de Bella. Eles moravam numa grande casa

branca, no meio da floresta.

Como havia agradado a quase todos os membros da família, eles

a para um jogo de beisebol na clareira da floresta (cap. 17), surpreendente e fora

do normal. No entanto, no meio do jogo, três vampiros intrusos aparecem e

identificam Bella como humana. Ai começa a caçada de um desses vampiros à

Bella (cap.18), enquanto os Cullen tentam protegê-la e a seu pai, Charlie.

Alicie e Jasper levam Bella para sua cidade natal e ficam em um

quarto de hotel (Cap. 19), enquanto o resto da família tentava encontrar James,

o vampiro sádico que desejava matar Bella. Ele contata a garota e finge estar

com a mãe dela. Bella foge dos Cullen e, ao chegar ao local indicado, uma escola

de balé, Bella descobre que tudo era um truque. O vampiro a tortura um pouco

e morde sua mão. Edward chega (Cap. 23) e retira o veneno da mão de Bella,

sugando seu sangue, que tanto desejou; mas ele consegue parar a tempo de

poupá-la da transformação e da morte, em nome do amor que sentia.

No último capitulo (epílogo), depois de uma temporada no hospital,

Edward leva Bella ao baile da escola, contra a vontade da jovem. Ao ficar a sós

com o belo e irresistível vampiro, ela expressa o intenso desejo de que ele a

transforme, mas Edward recusa veementemente. Bella senta-se no colo de

Edward, e como diz a ultima linha do livro “enquanto ele se inclina para encostar

os lábios frios mais uma vez em meu pescoço”, a saga não para por aí.

PASSO 06 – Analise de forma crítica

Ao folhear as primeiras páginas do livro, descobre-se que não

haverá outra opção a não ser lê-lo sem parar. Contudo, na necessidade de uma

parada, o leitor continua sendo provocado a continuar a leitura. Também pudera,

enquanto o livro está fechado, na cabeceira de sua cama, a "tentação" das mãos

segurando uma maçã de um vermelho inebriante (que remetem a história de

Adão e Eva e ao conto de "A Branca de Neve") convidam a um mergulho livre

na incansável história de amor de Isabella Swan e de Edward Cullen.

A autora afirma que se baseou em Orgulho e Preconceito, da

inglesa Jane Austen., para escrever esse primeiro episódio da série.

Comparações à parte, de longe quem sabe haja algo austeniano em

Crepúsculo, talvez o preconceito inicial de Bella em relação à condição de

Edward. Fora isso, mais nada. Aliás, nem dá para comparar best sellers com a

genuína literatura do início do século XVIII. Não se deve, principalmente.

Crepúsculo pode e deve ser adorado pelo o que ele realmente é: literatura de

massa para pura fruição. Se nos ativermos a isso, a análise pode ser bem mais

justa do que se quisermos elevá-lo ao patamar de literatura clássica. Isso, ele

realmente não é.

Crepúsculo poderia ser como qualquer outra história romântica,

não fosse um elemento irresistível: o objeto da paixão da protagonista é um

vampiro. Assim, soma-se à paixão um perigo sobrenatural temperado com muito

suspense. E o resultado é uma leitura de tirar o fôlego – um romance repleto das

angústias e incertezas da juventude – o arrebatamento, a atração, a ansiedade

que antecede cada palavra, cada gesto e todos os medos. Isabella Swan chega

à nublada e chuvosa cidadezinha de Forks – último lugar onde gostaria de viver.

O primeiro de muitos conflitos que enfrentará a nossa heroína adolescente. Nada

muito diferente do que acontece na vida real com nossas jovens, capazes ainda

de acreditarem que podem morrer de e por amor. A diferença é que nossos

heróis não são vampiros, mas podem muito bem chegar perto de serem

considerados inadequados e perigosos.

Há quem idolatre a história e quem a repudie, principalmente por

considerá-la uma prosa doentia ou pela falta de escrita de qualidade, mas

principalmente pelas obras serem insultantes em todos os níveis — para uma

mulher e para um adolescente. A crítica volta-se contra a um relacionamento

possível entre uma jovem de 17 anos e cinco rapazes diferentes. Afirmam que

isso poderia levar os corações ingênuos de nossas meninas a considerar um

fato assim comum e banal. Bella, aliás, não é muito eficiente em afastá-los e se

guardar apenas para Edward.

Outra crítica comum, é que Bella representa uma heroína que

dificilmente consegue dar um passo sem precisar de algum garoto para ajudá-

la. Na verdade, a série apresenta visões sexistas, segundo seus detratores, em

sua quase totalidade — o fato de que Bella desiste de suas ambições e planos

para a faculdade com objetivo de casar-se com Edward; o fato de que ela é

representada como uma Eva moderna, implorando por sexo ao nobre e moral

cavalheiro, enquanto ele deseja preservar sua virgindade; o fato de seu

relacionamento ser perigosamente doentio; e finalmente o fato de que quase

todas as personagens femininas apresentadas no livro são caricaturas (será?)

desesperançosamente negativas.

Porém, como afirmei, se nos ativermos ao fato de o livro ser

literatura de massa, apenas para fruição e não para julgamento literário, ele

preenche bem a lacuna existente há muitos anos. Nossos adolescentes estão

carentes de heróis e heroínas, ainda que sejam defeituosos. É divertido perceber

nossos pré-adultos lendo um romance romântico sem perceber. Na escola, se

você os obrigar a ler José de Alencar, Álvares de Azevedo e Machado de Assis,

vão excomungá-lo até a sua última geração. Mas é possível que com Crepúsculo

eles percebam a intertextualidade com o gênero do passado e queiram descobrir

outros autores semelhantes (e, é claro, de muito maior qualidade!).

Em um país como o nosso, em que livros são apenas para enfeitar

estantes ou prateleiras de lojas especializadas, não é totalmente ruim que

nossos adolescentes se sintam atraídos por leitura. Apenas precisam perceber

que não é uma leitura de qualidade, mas um passa-tempo ou uma ponte para

vôos maiores e melhores. Afinal, quem se submete a um calhamaço de 416

páginas, pode muito bem ler quatro livros nacionais, pois está qualificado como

leitor.

E por que parar apenas nos nacionais. Com essas mesmas

características há Edgar Allan Poe – mistério, Jane Austen – crítica social e de

costumes, Willian Shakespeare, Goethe, Victor Hugo, Almeida Garret, Camilo

Castelo Branco entre tantos outros.

Não importa muito por quem nossos jovens irão começar. O

importante é que continuem se aprofundando, buscando conhecer melhor os

verdadeiros criadores desse gênero literário.

PASSO 06 – Recomende ou não a obra

Por fim, recomendo a obra para nossos jovens e adolescentes e

para aqueles que nunca se aproximaram de um livro. Comecem por este, por

Harry Potter, pelo Senhor dos Anéis. Não importa. Comecem!

PASSO 07 – Identifique-se

Jazon Pereira

Graduada em Administração, professor universitário nos cursos de

Administração, Ciências Contábeis e Gestão do Agronegócio na cidade de

Sorriso Mato Grosso

PASSO 08 – Tem esse passo?

Tem. Colocar tudo em ordem, corrigir os erros, checar a pontuação e

transformá-lo num único texto. Ah, não se esqueçam de colocar um título em sua

resenha. Um bem legal!

Abaixo à tirania dos clássicos: que venha Crepúsculo!

Crepúsculo – título original Twilight – (Meyer, Stephenie. Crepúsculo.

Editora Intrínseca:São Paulo, 2008. 1ª Ed. 416 pg, R$ 31,90) – é o primeiro livro

de uma série sobre o mesmo tema: o amor entre uma humana e um ser

fantástico. É o romance de estréia de Stephanie Meyer, sucesso absoluto de

vendas. Ocupou o primeiro lugar na lista do New York Times, posição na qual

permaneceu por mais de um ano. Em todo o mundo, vendeu 45 milhões de

cópias, sendo 20 milhões em apenas três meses.

Stephenie Meyer formou-se em literatura inglesa na Brigham Young

University. Sobre este romance, ela afirma: "Sempre admirei a capacidade de

alguns escritores de criar situações de fantasia impossíveis e depois acrescentar

personagens que são tão profundamente humanos que suas perspectivas

tornam a situação real. Espero que Crepúsculo proporcione a mesma

experiência a seus leitores".

A escritora mora com o marido e três filhos em Glendale, no

Arizona. Enquanto acumula elogios diversos da crítica internacional, a escritora

tem seu mérito por envolver (em massa) principalmente o público adolescente.

Crepúsculo reúne os ingredientes dos grandes sucessos da

literatura de massa: um enredo intrigante, personagens cativantes, cenários do

cotidiano com um toque de mistério e uma narração simples e linear que, em

alguns momentos é de tirar o fôlego. Resultado: o livro virou mania entre os

adolescentes.

O sucesso, porém, é rodeado de preconceito, rotulado até de

"modinha". É, no entanto, um representante da segunda geração do

Romantismo, em que seres fantásticos, beirando a morte, seduzem humanos e

tentam levá-los aos subterrâneos do além-vida.

Escrito principalmente para adolescentes, o livro e a série podem

muito bem agradar às demais faixas etárias, por seu enredo simples, linear e

sobrenatural, com seres com sede de sangue. Nesse romance fantástico, misto

de realismo contemporâneo e histórias vampirescas, tudo começa quando a

jovem Bella está de mudança para a cidade de Forks, pois decide morar com

seu pai, Charlie, o chefe de polícia da cidadezinha cheia de verde, muita chuva

e neve. Tudo o que Bella mais detesta.

É no refeitório da escola que passa a frequentar, ao conversar com

sete estranhos, que Bella vê pela primeira vez os Cullen. Ao notar os rostos

diferentes, "inumanamente" lindos e nomes incomuns (Edward, Emmet, Rosalie,

Jasper e Alice), ela descobre que os filhos de Carlisle e Esme são distantes dos

outros alunos.

Edward, principalmente, parece nutrir uma raiva instantânea pela

garota. Porém, na verdade, ele luta contra o desejo pelo (cheiro bom do) sangue

de Bella. Já naquele instante, ele percebe que sente amor pela novata da escola.

Edward a salva de um atropelamento e ambos começam um relacionamento

estranho, envolto em ocultações, segredos e o desejo desenfreado de Bella pela

presença daquele jovem misterioso.

Ao descobrir os segredos de Edward, Bella apaixona-se ainda

mais por quem deveria manter distância, mesmo sabendo que ele lhe pode tirar

a vida. Em meio a muitas declarações de amor, os dois percebem a importância

de suas famílias e descobrem a beleza de amar alguém pela primeira vez e o

perigo que ronda o relacionamento entre seres tão díspares.

O livro está dividido em 24 capítulos e um epílogo com título um

tanto infantil: “Um Acontecimento Especial”. Até o décimo quinto capítulo, a

trama corre morna e só incendeia a partir daí.

Edward leva Bella em um passeio pela floresta, onde mostra todos

os seus “poderes” de vampiro, e alguns outros segredos de Edward são

revelados, como o desejo dele por beber o sangue dela. Um desejo tão

irresistível quanto o amor que eles passam a sentir um pelo outro. Edward não

era um vampiro comum, ele podia ler pensamentos, mas por algum motivo não

conseguia fazer isso com Bella, enquanto sua irmã Alicie podia prever o futuro

próximo, e seu outro irmão Jasper, podia controlar as emoções das pessoas ou

do ambiente.

Quando Edward declara-se namorado de Bella, a leva para

conhecer sua casa e o restante de sua família: Esme e Carlisle, os pais adotivos

de Edward, e Rosalie e Emmet (que não gostavam muito de Bella), Jasper, e

Alicie, que virou uma grande aliada de Bella. Eles moravam numa grande casa

branca, no meio da floresta.

Como havia agradado a quase todos os membros da família, eles

a para um jogo de beisebol na clareira da floresta (cap. 17), surpreendente e fora

do normal. No entanto, no meio do jogo, três vampiros intrusos aparecem e

identificam Bella como humana. Ai começa a caçada de um desses vampiros à

Bella (cap.18), enquanto os Cullen tentam protegê-la e a seu pai, Charlie.

Alicie e Jasper levam Bella para sua cidade natal e ficam em um

quarto de hotel (Cap. 19), enquanto o resto da família tentava encontrar James,

o vampiro sádico que desejava matar Bella. Ele contata a garota e finge estar

com a mãe dela. Bella foge dos Cullen e, ao chegar ao local indicado, uma escola

de balé, Bella descobre que tudo era um truque. O vampiro a tortura um pouco

e morde sua mão. Edward chega (Cap. 23) e retira o veneno da mão de Bella,

sugando seu sangue, que tanto desejou; mas ele consegue parar a tempo de

poupá-la da transformação e da morte, em nome do amor que sentia.

No último capitulo (epílogo), depois de uma temporada no hospital,

Edward leva Bella ao baile da escola, contra a vontade da jovem. Ao ficar a sós

com o belo e irresistível vampiro, ela expressa o intenso desejo de que ele a

transforme, mas Edward recusa veementemente. Bella senta-se no colo de

Edward, e como diz a ultima linha do livro “enquanto ele se inclina para encostar

os lábios frios mais uma vez em meu pescoço”, a saga não para por aí.

Ao folhear as primeiras páginas do livro, descobre-se que não

haverá outra opção a não ser lê-lo sem parar. Contudo, na necessidade de uma

parada, o leitor continua sendo provocado a continuar a leitura. Também pudera,

enquanto o livro está fechado, na cabeceira de sua cama, a "tentação" das mãos

segurando uma maçã de um vermelho inebriante (que remetem a história de

Adão e Eva e ao conto de "A Branca de Neve") convidam a um mergulho livre

na incansável história de amor de Isabella Swan e de Edward Cullen.

A autora afirma que se baseou em Orgulho e Preconceito, da

inglesa Jane Austen., para escrever esse primeiro episódio da série.

Comparações à parte, de longe quem sabe haja algo austeniano em

Crepúsculo, talvez o preconceito inicial de Bella em relação à condição de

Edward. Fora isso, mais nada. Aliás, nem dá para comparar best sellers com a

genuína literatura do início do século XVIII. Não se deve, principalmente.

Crepúsculo pode e deve ser adorado pelo o que ele realmente é: literatura de

massa para pura fruição. Se nos ativermos a isso, a análise pode ser bem mais

justa do que se quisermos elevá-lo ao patamar de literatura clássica. Isso, ele

realmente não é.

Crepúsculo poderia ser como qualquer outra história romântica,

não fosse um elemento irresistível: o objeto da paixão da protagonista é um

vampiro. Assim, soma-se à paixão um perigo sobrenatural temperado com muito

suspense. E o resultado é uma leitura de tirar o fôlego – um romance repleto das

angústias e incertezas da juventude – o arrebatamento, a atração, a ansiedade

que antecede cada palavra, cada gesto e todos os medos. Isabella Swan chega

à nublada e chuvosa cidadezinha de Forks – último lugar onde gostaria de viver.

O primeiro de muitos conflitos que enfrentará a nossa heroína adolescente. Nada

muito diferente do que acontece na vida real com nossas jovens, capazes ainda

de acreditarem que podem morrer de e por amor. A diferença é que nossos

heróis não são vampiros, mas podem muito bem chegar perto de serem

considerados inadequados e perigosos.

Há quem idolatre a história e quem a repudie, principalmente por

considerá-la uma prosa doentia ou pela falta de escrita de qualidade, mas

principalmente pelas obras serem insultantes em todos os níveis — para uma

mulher e para um adolescente. A crítica volta-se contra a um relacionamento

possível entre uma jovem de 17 anos e cinco rapazes diferentes. Afirmam que

isso poderia levar os corações ingênuos de nossas meninas a considerar um

fato assim comum e banal. Bella, aliás, não é muito eficiente em afastá-los e se

guardar apenas para Edward.

Outra crítica comum, é que Bella representa uma heroína que

dificilmente consegue dar um passo sem precisar de algum garoto para ajudá-

la. Na verdade, a série apresenta visões sexistas, segundo seus detratores, em

sua quase totalidade — o fato de que Bella desiste de suas ambições e planos

para a faculdade com objetivo de casar-se com Edward; o fato de que ela é

representada como uma Eva moderna, implorando por sexo ao nobre e moral

cavalheiro, enquanto ele deseja preservar sua virgindade; o fato de seu

relacionamento ser perigosamente doentio; e finalmente o fato de que quase

todas as personagens femininas apresentadas no livro são caricaturas (será?)

desesperançosamente negativas.

Porém, como afirmei, se nos ativermos ao fato de o livro ser

literatura de massa, apenas para fruição e não para julgamento literário, ele

preenche bem a lacuna existente há muitos anos. Nossos adolescentes estão

carentes de heróis e heroínas, ainda que sejam defeituosos. É divertido perceber

nossos pré-adultos lendo um romance romântico sem perceber. Na escola, se

você os obrigar a ler José de Alencar, Álvares de Azevedo e Machado de Assis,

vão excomungá-lo até a sua última geração. Mas é possível que com Crepúsculo

eles percebam a intertextualidade com o gênero do passado e queiram descobrir

outros autores semelhantes (e, é claro, de muito maior qualidade!).

Em um país como o nosso, em que livros são apenas para enfeitar

estantes ou prateleiras de lojas especializadas, não é totalmente ruim que

nossos adolescentes se sintam atraídos por leitura. Apenas precisam perceber

que não é uma leitura de qualidade, mas um passa-tempo ou uma ponte para

vôos maiores e melhores. Afinal, quem se submete a um calhamaço de 416

páginas, pode muito bem ler quatro livros nacionais, pois está qualificado como

leitor.

E por que parar apenas nos nacionais. Com essas mesmas

características há Edgar Allan Poe – mistério, Jane Austen – crítica social e de

costumes, Willian Shakespeare, Goethe, Victor Hugo, Almeida Garret, Camilo

Castelo Branco entre tantos outros.

Não importa muito por quem nossos jovens irão começar. O

importante é que continuem se aprofundando, buscando conhecer melhor os

verdadeiros criadores desse gênero literário.

Por fim, recomendo a obra para nossos jovens e adolescentes e

para aqueles que nunca se aproximaram de um livro. Comecem por este, por

Harry Potter, pelo Senhor dos Anéis. Não importa. Comecem!

Marilza Verni Reis

Graduada em Língua Portuguesa e Literaturas de língua portuguesa,

professora do Ensino Médio em escola particular na cidade de

Campo Verde, Mato Grosso.

Bom, é isso! Espero que ajude vocês nos seus próprios trabalhos.

Qualquer dúvida, me mandem e-mail que eu respondo.

Material pesquisado no link:

http://marilzavernireis.blogspot.com.br/2010/10/passo-passo-da-resenha-critica.html